Ética e Cidadania - Portal do Professor - Ministério da Educação
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e sobretu<strong>do</strong> – um compromisso prático a ser traduzi<strong>do</strong> em ações<br />
educativas. Nessa perspectiva, trata-se de procurar fomentar<br />
práticas que induzam a um mo<strong>do</strong> de vi<strong>da</strong> ti<strong>do</strong> como valoroso, ou<br />
seja, buscar formas de viabilização de práticas educativas que<br />
resultem no ensino não de meras informações ou conceitos, mas<br />
de condutas guia<strong>da</strong>s pelos ideais valorativos <strong>do</strong>s direitos huma-<br />
nos. Assim, as concepções de educação, socie<strong>da</strong>de, democracia<br />
e direitos humanos com as quais trabalhamos têm, simultanea-<br />
mente um papel teórico – de natureza fi losófi ca, histórica e até<br />
descritiva – e um conteú<strong>do</strong> programático, uma vez que aspiram a<br />
veicular um programa de ação.<br />
Surge, <strong>da</strong>í, uma terceira fonte de problemas, já que o necessário<br />
caráter programático 1 desse esforço formativo que empreende-<br />
mos gera expectativas irrealizáveis de apresentação de méto<strong>do</strong>s<br />
ou técnicas educacionais que – em maior ou menor grau – ga-<br />
rantam o êxito <strong>da</strong> ação educativa. Não raramente as afl ições<br />
e expectativas <strong>do</strong>s professores se concentram na urgência <strong>da</strong><br />
solução de problemas bastante concretos e complexos, por ve-<br />
zes sequer solucionáveis no âmbito <strong>da</strong> ação escolar, mas cujos<br />
efeitos, seguramente, repercutem de forma profun<strong>da</strong> no seu tra-<br />
balho cotidiano.<br />
A outra convicção nortea<strong>do</strong>ra – que vincula a melhoria <strong>do</strong> ensi-<br />
no a uma ação institucional e não a uma simples “reciclagem”<br />
individual de concepções ou técnicas de ensino – tem hoje uma<br />
aceitação relativamente ampla no plano retórico, mas ain<strong>da</strong><br />
1 Scheffl er, em sua obra A linguagem <strong>da</strong> <strong>Educação</strong> (Saraiva/Edusp, 1968) destaca que<br />
as defi nições programáticas não têm como objetivo a simples eluci<strong>da</strong>ção de um signifi -<br />
ca<strong>do</strong> corrente e de uso comum. Ao contrário, seu uso sempre está liga<strong>do</strong> à veiculação de<br />
um ideal prático, visan<strong>do</strong> a alterar um curso de ação. Assim, num discurso programático,<br />
a defi nição de educação, por exemplo, mais <strong>do</strong> que eluci<strong>da</strong>r um signifi ca<strong>do</strong> <strong>do</strong> termo,<br />
procura veicular valores e um programa de ação a ele relaciona<strong>do</strong>s.<br />
É T I C a e C I d a d a n I a • Construin<strong>do</strong> Valores na Escola e na Socie<strong>da</strong>de 37