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Edilamar Galvão<br />
FACOM - nº 14 - 1º semestre de 2005<br />
A cidade esquecida<br />
Resumo<br />
A cidade é um espaço semiótico capaz de<br />
“revelar” a fenomenologia da percepção nas<br />
diferentes formas de vivência nos lugares. Esse<br />
ensaio foca o olhar na “invisibilidade” da zona<br />
cerealista no centro de São Paulo.<br />
Palavras-chave: cidade, semiótica, fenomenologia<br />
Abstract<br />
Uma cidade, várias cidades, alguns textos.<br />
“Os lugares não desaparecem, tornam-se encantados”<br />
Guimarães Rosa<br />
e city is a semiotic space capable of revealing/<br />
hiding the phenomenology of the perception in<br />
the different forms of experience in its places.<br />
is essay focuses in the “invisibility” of the socalled<br />
“Zona Cerealista”, around the Municipal<br />
Market, in downtown São Paulo.<br />
Keywords: city, semiotic, phenomenology<br />
A invisibilidade da cidade já é um tema bastante “visível” nos discursos<br />
acadêmicos e artísticos. O ritmo acelerado de transformação dos espaços<br />
urbanos não tem passado despercebido aos olhos de pesquisadores e<br />
artistas. 1<br />
Em São Paulo, o megaprojeto Arte/Cidade 2 conseguiu concentrar<br />
e catalizar o tema que também já foi recentemente objeto da Bienal<br />
Internacional de São Paulo. De algum modo, a invisibilidade e o esquecimento<br />
tornam-se “presentes” (ao menos como signo) e nos convidam a re-memorar<br />
esses lugares. 3<br />
Esse ensaio que se apresenta é o relato da tentativa de experimentar a<br />
invisibilidade no espaço urbano e ao mesmo tempo compreendê-la. Para<br />
isso, foi eleito um lugar específico: a zona cerealista de São Paulo, em frente<br />
ao prédio do Mercado Municipal por detrás e à esquerda do edifício São Vito.<br />
Houve, assim, a experiência “física” da visita e a experiência intelectual de<br />
visitar textos e participar do debate promovido pela professora Lucrécia<br />
D’Aléssio Ferrara em curso sobre o tema oferecido na PUC em São Paulo 4 .<br />
Além disso, Rodrigo Lobo, aluno do curso de Cinema da FAAP, colaborou<br />
com a experiência participando da visita ao local e de alguns diálogos para<br />
produzir um ensaio fotográfico do qual selecionei algumas imagens.<br />
O recorte de referências aqui é vasto e pode causar surpresa ou até malestar<br />
no interlocutor. Mas a perspectiva pretendida talvez justifique a<br />
ousadia. Há várias maneiras de olhar a cidade (e “compreendê-la”): o viés<br />
histórico, urbanista, o artístico, o poético, o do morador, o do visitante.<br />
Tentei expor essas formas de olhar e compreender para de fazê-las produzir,<br />
no encontro, uma “paisagem” onde a complexidade dessas relações pudesse<br />
FACOM - nº 14 - 1º semestre de 2005<br />
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