Poesia - Academia Brasileira de Letras
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Por que tantos olhos cheios <strong>de</strong> tantas lágrimas?<br />
Por que tantas palavras e tantos gestos?<br />
E porque este sol tão vivo,<br />
este sol, meu Deus, e este sorriso,<br />
este sorriso que é <strong>de</strong>la e que está dizendo,<br />
dizendo, agora, como sempre,<br />
que a vida é bela, que a vida é bela?<br />
Cântico dos cânticos<br />
Vieste do Cântico dos Cânticos:<br />
“Os teus cabelos são como um rebanho <strong>de</strong> cabras...”<br />
Ainda agora, não sei por quê,<br />
sonho que surges diante <strong>de</strong> mim,<br />
como quem <strong>de</strong>sce do Líbano.<br />
Esta paisagem <strong>de</strong> relva macia,<br />
<strong>de</strong> montes ásperos,<br />
<strong>de</strong> ovelhas,<br />
este perfume <strong>de</strong> resina, este cheiro <strong>de</strong> anêmonas...<br />
Sinto que vais <strong>de</strong>scer,<br />
bela e terrível,<br />
“bela como Jerusalém,<br />
terrível como um exército com ban<strong>de</strong>iras”.<br />
Toada dos que não po<strong>de</strong>m amar<br />
Os que não po<strong>de</strong>m amar<br />
estão cantando.<br />
Poemas motivados<br />
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