Selos de Portugal - Álbum III - FEP - Universidade do Porto
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Concepção e texto <strong>de</strong> Carlos Kullberg<br />
P o r t u g a l<br />
1964 – Emissão Comemorativa <strong>do</strong> IV Centenário da Publicação <strong>do</strong>s “Colóquios <strong>do</strong>s<br />
Simples” por Garcia d’Orta<br />
Desenho <strong>de</strong> João Abel Manta, representan<strong>do</strong> um vaso <strong>de</strong> farmácia, e ten<strong>do</strong> em fun<strong>do</strong> uns ramos <strong>de</strong><br />
plantas medicinais. Impressão a off-set pela Casa da Moeda sobre papel esmalte, em folhas <strong>de</strong> 100<br />
selos com <strong>de</strong>ntea<strong>do</strong> 13,5. Foram emiti<strong>do</strong>s 1,5 milhões <strong>de</strong> selos <strong>de</strong> $50 azeitona preto, 8 milhões <strong>de</strong> selos<br />
<strong>de</strong> 1$00 castanho vermelho e preto, e 500 mil selos <strong>de</strong> 4$30 azul cinzento e preto. Circularam <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong><br />
Abril <strong>de</strong> 1964 a 30 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1965.<br />
GARCIA DE ORTA - Notável médico e naturalista português <strong>do</strong> Século XVI, era filho <strong>do</strong> hebreu espanhol<br />
Fernão <strong>de</strong> Orta e <strong>de</strong> sua mulher Leonor Gomes. Nasci<strong>do</strong> nos primeiros anos <strong>do</strong> Século XVI, estu<strong>do</strong>u<br />
Garcia <strong>de</strong> Orta em Alcalá e Salamanca. Termina<strong>do</strong>s os estu<strong>do</strong>s por 1523, veio clinicar para Castelo <strong>de</strong><br />
Vi<strong>de</strong> on<strong>de</strong> teria nasci<strong>do</strong>. Encontra-se em Lisboa nos anos <strong>de</strong> 1527 a 1534, sen<strong>do</strong> físico <strong>do</strong> rei e professor<br />
<strong>de</strong> Filosofia Natural na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa (1531/32). Em 1534 embarca para a Índia, ao que parece,<br />
receoso da inquisição. Fixa-se em Goa como médico, começan<strong>do</strong> a sua glória jorna<strong>de</strong>an<strong>do</strong> pelo país a<br />
estudar, a coleccionar os produtos naturais, a estabelecer o seu museu, a sua biblioteca e o seu jardim<br />
<strong>de</strong> aclimação. Autor <strong>de</strong> uma das mais importantes obras para a História Médica <strong>do</strong> Oriente - COLÓQUI-<br />
OS DOS SIMPLES E DROGAS E COISAS MEDICINAIS DA ÍNDIA - que foi impressa em Goa no ano <strong>de</strong><br />
1563, e na qual o gran<strong>de</strong> sábio pôs tu<strong>do</strong> quanto o seu estu<strong>do</strong> e a sua investigação lhe ensinaram! Escrita<br />
em português, foi logo traduzida para o latim e outras línguas, servin<strong>do</strong> <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> aos cientistas estrangeiros.<br />
No frontispício <strong>de</strong>sta obra po<strong>de</strong> ler-se “Colóquios <strong>do</strong>s Simples e drogas e coisas medicinais da<br />
Índia, e assim dalgumas frutas achadas nela on<strong>de</strong> se tratam algumas coisas tocantes a medicina, prática,<br />
e outras coisas boas, para saber, compostos pelo Doutor Garcia d’Orta”. Amigo <strong>de</strong> Luiz <strong>de</strong> Camões,<br />
apresentou na sua obra “Colóquios <strong>do</strong>s Simples” os primeiros versos <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> épico em forma impressa.<br />
Funda<strong>do</strong>r da “Farmacologia Exótica”, morreu em 1568, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> sepulta<strong>do</strong> na Sé <strong>de</strong> Goa junto <strong>de</strong><br />
sua mãe. A inquisição que o não esqueceu, man<strong>do</strong>u em 4 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1580, enxumar os seus<br />
ossos, e queiman<strong>do</strong>-os publicamente, lança ao rio Man<strong>do</strong>vi as suas cinzas. Sua Família havia si<strong>do</strong><br />
justiçada pelo Santo Ofício, tal como sua irmã que morreu na fogueira.