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AUH 127 – T Beatriz Mugayar Kühl Identificação dos ... - FAU - USP

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Justificativa, com síntese da bibliografia fundamental<br />

O processo de industrialização em São Paulo teve papel fundamental na definição <strong>dos</strong> destinos do<br />

estado e da cidade, marcando vários de seus bairros, entre eles o Brás e a Mooca. A arquitetura e o<br />

processo de urbanização resultantes desse processo, relaciona<strong>dos</strong> com as unidades de produção, a<br />

estruturação <strong>dos</strong> meios de transporte, as unidades de habitação, as casas comerciais, aos edifícios<br />

destina<strong>dos</strong> ao ensino, às atividades culturais, de lazer e religiosas, são de grande interesse, não<br />

somente para a história da arquitetura, mas também para a história social, econômica, da técnica, da<br />

ciência, da engenharia, da indústria etc. Muitos <strong>dos</strong> representantes desse processo são importantes pela<br />

relevância histórica do fenômeno ao qual estão relaciona<strong>dos</strong>, pela sua escala, pelo cuidado na<br />

composição e implantação, pela introdução e consolidação de tipos arquitetônicos e pelo uso de novas<br />

(ou renovadas) técnicas construtivas 1 . Muitas dessas construções, em especial as grandes unidades<br />

industriais e as edificações destinadas às ferrovias tiveram papel importante na disseminação da<br />

alvenaria de tijolo e de outros materiais industrializa<strong>dos</strong>, como o próprio tijolo, elementos metálicos,<br />

pilares pré-molda<strong>dos</strong> de concreto, sendo exemplos de racionalização do projeto e do canteiro de obras.<br />

Outras construções se destacam na paisagem, por serem pontos focais de atividade de interesse social,<br />

como escolas e igrejas, ou importantes elementos relaciona<strong>dos</strong> a variadas formas de sociabilidade,<br />

como edifícios destina<strong>dos</strong> à cultura e ao lazer. Outras construções, por sua vez, podem ser de extrema<br />

importância para a composição e estruturação de ambientes urbanos, em especial as construções<br />

residenciais e o pequeno comércio. Essa paisagem de bairro industrial que foi se moldando na região a<br />

partir do último quartel do século XIX, e amadurecendo e se consolidando ao longo das primeiras<br />

décadas do século XX, tem passado por mudanças vultosas nas últimas décadas, tendo se tornado<br />

objeto de grandes pressões da especulação imobiliária. Isso afeta os bairros em sua inteireza, pois<br />

sobretudo as antigas unidades de produção e armazéns, que ocupam vastas áreas, têm sido demoli<strong>dos</strong><br />

para se transformar em condomínios residenciais priva<strong>dos</strong>, muitas vezes alheios à dinâmica do bairro,<br />

tendo repercussões problemáticas na dinâmica do bairro como um todo.<br />

Para entender a dinâmica de transformação da região, que no início do século XIX ainda se<br />

caracterizava pela presença de chácaras e que na virada do século se constituiria num <strong>dos</strong> principais<br />

pólos industriais da cidade, serão analisa<strong>dos</strong> textos já consagra<strong>dos</strong> volta<strong>dos</strong> à história da região, a<br />

começar como de Ernani da Silva Bruno (1954), associado à leitura feita por Maria Celestina T. M.<br />

Torres (1985), na coleção História <strong>dos</strong> Bairros de São Paulo e, ainda, os textos de Maria Margarida de<br />

Andrade (1990; 1994).<br />

A partir desses estu<strong>dos</strong>, é possível ver que o bairro começa a se desenvolver como tal, aos poucos, a<br />

partir de mea<strong>dos</strong> do século XIX. Foram abertas ruas, ainda de modo irregular, com larguras variáveis e<br />

as chácaras foram aos poucos desaparecendo, cedendo lugar a uma urbanização mais densa decorrente<br />

da expansão da cidade. Análises comparativas das antigas plantas de São Paulo 2 mostram que em<br />

mea<strong>dos</strong> do século XIX a cidade tinha extensão reduzida, restringindo-se, como apontam os estu<strong>dos</strong> de<br />

Langenbuch (1971, p. 9), à extremidade do esporão entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú, e o<br />

“Brás apresentava-se ainda em desenvolvimento embrionário, separado da cidade pela várzea do<br />

1 Para a análise das técnicas construtivas nos edifícios da área de estudo, serão utiliza<strong>dos</strong> textos gerais de arquitetura e<br />

técnicas construtivas: TELLES, 1993; VARGAS, 2001; LEMOS, 1985 e REIS FILHO, 1970 / 1989, além <strong>dos</strong>.que tratem<br />

especificamente de construções de tijolos (como o estudo de d’Alambert, 1993), do uso do metal na arquitetura (SILVA,<br />

1988; <strong>Kühl</strong> 1999), e, ainda manuais de construção de final do século XIX e início do XX: ALBUQUERQUE, 1952;<br />

CLOQUET, 1898 e SEGURADO, s.d..<br />

2 As plantas da cidade podem ser obtidas em formato digital no sítio da Secretaria de Estado de Economia e Planejamento,<br />

Instituto Geográfico e Cartográfico, através do endereço: http://sempla.prefeitura.sp.gov.br/historico/img/mapas. A partir<br />

desse endereço serão então pesquisa<strong>dos</strong>, comparativamente vários mapas de São Paulo, analisando a região em estudo, entre<br />

eles os relativos aos anos os mapas <strong>dos</strong> anos de 1881;1895; 1905; 1913; 1916; 1924; 1943; 1951; 1952. O Mapa Topográfico<br />

do Município de São Paulo, Sara-Brasil, de 1930, será pesquisado no acervo da <strong>FAU</strong><strong>USP</strong>, assim como o levantamento<br />

aerofotogramétrico de1981 da Emplasa.<br />

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