Teatro Infantil :: História <strong>de</strong> Lenços e Ventos: Cynthia <strong>de</strong> Gusmão, Ilo Krugli, Marilda Alface, Márcia Correa, Thaia Perez e <strong>Paulo</strong> Freire. Foto: Marcos Aidar 41
:: Acervo - IDART 30 Anos Jornal da Tar<strong>de</strong>, 11/06/1980 – pág. 17 Crítica: Modo <strong>de</strong> Vida / Criança A beleza e a perfeição marcam <strong>um</strong> encontro no palco (Fanny Abramovich) Em 1974, precisamente em julho daquele ano, <strong>um</strong> grupo carioca se apresentava em Curitiba com a peça “História <strong>de</strong> Lenços e Ventos” e a partir daí nunca mais o nosso <strong>teatro</strong> <strong>infantil</strong> foi o mesmo. Marcou-se claro, nítido e forte divisor <strong>de</strong> água: antes <strong>de</strong> “Lenços e Ventos” e <strong>de</strong>pois. 42 Modificou-se tudo o que se pensava que po<strong>de</strong>ria ser <strong>um</strong> espetáculo para criança, se agregou o mágico, o onírico, a poesia mais bela, o sofrimento, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação das coisas e das pessoas, o impasse na história, a <strong>de</strong>sl<strong>um</strong>brância visual, os achados <strong>de</strong> h<strong>um</strong>or, mas sobretudo, o respeito pela inteligência da criança, o carinho pela sua sensibilida<strong>de</strong> e a crença em todos os momentos vitais que ela <strong>de</strong>verá viver, pra po<strong>de</strong>r crescer bonita, verda<strong>de</strong>ira, inteira. Nesta primeira montagem, escrita e dirigida por Ilo Krugli (eta gênio!), participavam Caíque Botkay (hoje músico consagrado), Alice Reis (que também enveredou pela dramaturgia <strong>infantil</strong> e grupos experimentais <strong>de</strong> <strong>teatro</strong>), Silvia A<strong>de</strong>rne (hoje <strong>um</strong>a das cabeças mais atuantes <strong>de</strong> <strong>um</strong> dos mais sérios grupos <strong>de</strong> <strong>teatro</strong> <strong>infantil</strong> do Rio, o Hombu). “História <strong>de</strong> Lenços e Ventos” foi fazendo também sua história. Recontada em 1976, já foi assistida por mais <strong>de</strong> 100 mil pessoas, já recebeu prêmios e prêmios, já ultrapassou ser só consagrada como espetáculo <strong>infantil</strong>: é <strong>um</strong> êxito, <strong>um</strong> aplauso enorme, <strong>um</strong>a admiração incontida como espetáculo (para crianças e adultos). Agora, tanto tempo <strong>de</strong>pois, “Lenços e Ventos” estréia em São <strong>Paulo</strong>. O texto <strong>de</strong> Ilo Krugli é musicado (e lindamente) por Beto Coimbra e Caíque Botkay. A direção musical é <strong>de</strong> David Tygel (eta requinte!). Os cenários e figurinos, todo o arrepio visual são <strong>de</strong> Ilo Krugli. E no elenco, gente <strong>de</strong> primeira, tarimbadíssimos profissionais do <strong>teatro</strong> <strong>infantil</strong>: Márcia Correa,