um pouquinho de teatro infantil - Centro Cultural São Paulo
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:: Acervo - IDART 30 Anos<br />
Jornal da Tar<strong>de</strong>, 09/05/1981 – pág. 12<br />
Crítica: Na estréia, o sucesso e a magia <strong>de</strong> Pirlim<br />
(Clóvis Garcia)<br />
A estréia <strong>de</strong> Pirlim pelo Teatro Orgânico Al<strong>de</strong>barã, no Tuca, foi <strong>um</strong><br />
sucesso, pelo menos em termos <strong>de</strong> público, já que os 1200 lugares do <strong>teatro</strong><br />
estavam lotados.<br />
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Explica-se esse sucesso pela retrospectiva do grupo. Des<strong>de</strong> 1975, quando<br />
estreou, o Al<strong>de</strong>barã tem se caracterizado pela serieda<strong>de</strong>, estudo e respeito<br />
ao publico, o que também justifica o pequeno número <strong>de</strong> encenações.<br />
Se excluirmos <strong>um</strong>a montagem para adultos e outra para escolas, esta é a<br />
terceira que o grupo apresenta publicamente, dirigida à platéia infantojuvenil.<br />
Essa serieda<strong>de</strong> se inicia na escolha <strong>de</strong> texto <strong>de</strong> valor. Estreando<br />
com <strong>um</strong>a lenda medieval, adaptada nada menos que por Tatiana Belinky, A<br />
Cida<strong>de</strong> dos Artesãos, <strong>de</strong>pois teve a audácia <strong>de</strong> encenar a obra mais completa<br />
<strong>de</strong> Lewis Carrol, tão cheia <strong>de</strong> simbolismos, “Do Outro Lado do Espelho”.<br />
Agora, Pirlim é <strong>um</strong> aproveitamento <strong>de</strong> “Pirlimpsiquice”, conto <strong>de</strong> Guimarães<br />
Rosa, com toda a sua complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> metalinguagem.<br />
Mas o grupo não se limita à boa escolha do texto, o que já seria<br />
bastante elogiável. Cada montagem é precedida <strong>de</strong> pesquisas sobre o tema,<br />
a linguagem, o visual e, quando o espetáculo exige, por cursos específicos.<br />
O resultado, pois, só po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> nível profissional, e essa qualida<strong>de</strong><br />
é mantida na atual apresentação.<br />
Pirlim se divi<strong>de</strong> em duas partes distintas: na primeira, <strong>um</strong> grupo <strong>de</strong><br />
estudantes se prepara para apresentar <strong>um</strong>a peça n<strong>um</strong> teatrinho escolar,<br />
enquanto que os <strong>de</strong>mais ficam curiosos e frustrados por não terem sido<br />
escolhidos; na segunda parte, o espetáculo é apresentado, não como havia<br />
sido previsto, mas n<strong>um</strong>a <strong>de</strong>scoberta do mundo circense. O problema está no<br />
<strong>de</strong>sequilíbrio entre as duas partes, já que a primeira, excessivamente falada e<br />
quase sem ação dramática se prolonga por cinquenta minutos, e a segunda,<br />
<strong>um</strong> maravilhoso momento teatral, dura apenas 10 minutos. Além disso a<br />
história <strong>de</strong> <strong>um</strong> pequeno grupo <strong>de</strong> estudantes preparando <strong>um</strong> espetáculo já foi