A Aprendizagem Cooperativa no Ensino das Ciências Naturais e da ...
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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO<br />
A <strong>Aprendizagem</strong> <strong>Cooperativa</strong> <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
Ciências <strong>Naturais</strong> e <strong>da</strong> Biologia e <strong>da</strong> Geologia<br />
Perceções dos alu<strong>no</strong>s e efeito <strong>no</strong> seu rendimento escolar<br />
Um estudo com alu<strong>no</strong>s do 7.º e 11.º a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de<br />
Relatório de Estágio em Ensi<strong>no</strong> de Biologia e Geologia<br />
<strong>no</strong> 3º Ciclo do Ensi<strong>no</strong> Básico e <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> Secundário<br />
VERA PATRÍCIA QUEIRÓS RIBEIRO<br />
Orientadora: Professora Doutora Maria Helena Santos Silva<br />
VILA REAL, 2012
UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO<br />
A <strong>Aprendizagem</strong> <strong>Cooperativa</strong> <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
Ciências <strong>Naturais</strong> e <strong>da</strong> Biologia e <strong>da</strong> Geologia<br />
Perceções dos alu<strong>no</strong>s e efeito <strong>no</strong> seu rendimento escolar<br />
Um estudo com alu<strong>no</strong>s do 7.º e 11.º a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de<br />
Relatório de Estágio em Ensi<strong>no</strong> de Biologia e Geologia<br />
<strong>no</strong> 3º Ciclo do Ensi<strong>no</strong> Básico e <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong> Secundário<br />
VERA PATRÍCIA QUEIRÓS RIBEIRO<br />
Orientadora: Professora Doutora Maria Helena Santos Silva<br />
VILA REAL, 2012
Relatório de estágio apresentado à Universi<strong>da</strong>de de<br />
Trás-os-Montes e Alto Douro, elaborado com vista à<br />
obtenção do grau de Mestre em Ensi<strong>no</strong> de Biologia e<br />
Geologia <strong>no</strong> 3º Ciclo do Ensi<strong>no</strong> Básico e <strong>no</strong> Ensi<strong>no</strong><br />
Secundário (em conformi<strong>da</strong>de com o Decreto-lei nº 74/2006<br />
de 24 de Março).
“Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção <strong>no</strong><br />
mundo; ensinar exige liber<strong>da</strong>de e autori<strong>da</strong>de; ensinar exige saber escutar; ensinar exige<br />
querer bem aos educandos; ensinar exige a convicção de que a mu<strong>da</strong>nça é possível.”<br />
Paulo Freire (1921-1997)
Agradecimentos<br />
“Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si e levam um<br />
pouco de nós.”<br />
Antoine de Saint - Exupéry<br />
Todo este trabalho só faz sentido e só tem valor se for reconhecido o apoio de<br />
um conjunto de pessoas que me rodeiam e sem as quais isto tudo seria impossível. O<br />
meu muito obriga<strong>da</strong> aos que me acompanharam e cooperativamente comigo<br />
trabalharam ao longo desta longa caminha<strong>da</strong>.<br />
À minha orientadora, Professora Doutora Maria Helena Santos Silva pela sua<br />
competência, disponibili<strong>da</strong>de, espírito crítico e ver<strong>da</strong>deira cooperação. A sua aju<strong>da</strong> foi<br />
fun<strong>da</strong>mental na realização deste trabalho. Muito obriga<strong>da</strong>.<br />
À Professora Cândi<strong>da</strong> Ferreira, pela atenção com que me ouviu, pelo empenho<br />
na procura conjunta de soluções e por to<strong><strong>da</strong>s</strong> as palavras de incentivo. A professora fez<br />
to<strong>da</strong> a diferença nesta etapa <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>. Obriga<strong>da</strong> por tudo.<br />
Ao meu namorado Moisés, por todo o apoio, compreensão, carinho,<br />
encorajamento, paciência e amor durante todo o tempo. Obriga<strong>da</strong> pela tua amizade e por<br />
saber que posso contar contigo em to<strong><strong>da</strong>s</strong> as alturas.<br />
À minha família, pela confiança, pelos conselhos e por to<strong>da</strong> a aju<strong>da</strong> que me<br />
deram para que me pudesse transformar na pessoa que sou hoje. Obriga<strong>da</strong> por me terem<br />
<strong>da</strong>do, desde sempre, auto<strong>no</strong>mia e confiança para fazer as minhas próprias escolhas, por<br />
me terem proporcionado as melhores condições possíveis para chegar até aqui.<br />
Aos meus alu<strong>no</strong>s do sétimo e décimo primeiro a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de que me<br />
deixaram crescer com eles a nível pessoal e profissional. Muito obriga<strong>da</strong>.<br />
I
Resumo<br />
A investigação <strong>no</strong> domínio <strong>da</strong> utilização de métodos de aprendizagem<br />
cooperativa já conta com cerca de um século de existência, muito embora a maioria dos<br />
estudos tenham sido realizados durante os últimos trinta a<strong>no</strong>s. Os resultados obtidos<br />
mostram que a utilização do trabalho de grupo cooperativo, como forma alternativa de<br />
ensi<strong>no</strong>-aprendizagem ao ensi<strong>no</strong> tradicional, apresenta vantagens ao nível do rendimento<br />
escolar.<br />
Com base neste conhecimento, realizou-se um estudo utilizando o método de<br />
aprendizagem cooperativa – STAD (Divisão dos alu<strong>no</strong>s por equipas para o sucesso) –<br />
que teve quatro principais objetivos:<br />
- Averiguar a eficácia do método STAD <strong>no</strong> rendimento escolar de alu<strong>no</strong>s do<br />
Ensi<strong>no</strong> Básico e Secundário, nas disciplinas de Ciências <strong>Naturais</strong> e de Biologia e<br />
Geologia;<br />
- Investigar as perceções dos alu<strong>no</strong>s, envolvidos <strong>no</strong> estudo, sobre a importância<br />
<strong>da</strong> aprendizagem cooperativa para a sua aprendizagem;<br />
- Inferir sobre a importância <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> processo de<br />
ensi<strong>no</strong>-aprendizagem <strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências <strong>Naturais</strong> e <strong>da</strong> Biologia e <strong>da</strong> Geologia; e<br />
- Refletir sobre a influência do método de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem utiliza<strong>da</strong> na<br />
prática letiva.<br />
A amostra de estudo era constituí<strong>da</strong> por uma turma do 7.º a<strong>no</strong> e por outra do 11.º<br />
a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de, durante o a<strong>no</strong> letivo de 2011/2012. Os alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong> amostra do 7.º e<br />
do 11.º a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de trabalharam, respetivamente durante quatro e dezoito<br />
tempos letivos, em grupos peque<strong>no</strong>s e heterogéneos, com o intuito de estimular a<br />
partilha com vista a atingir objetivos comuns.<br />
Os instrumentos de recolha de <strong>da</strong>dos foram mini-testes, por forma a verificar a<br />
influência <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> rendimento escolar dos alu<strong>no</strong>s e, um<br />
questionário para averiguar a motivação dos alu<strong>no</strong>s relativamente à aprendizagem<br />
cooperativa e para investigar de que forma vivenciaram esta experiência de ensi<strong>no</strong>aprendizagem.<br />
Esta investigação permitiu-<strong>no</strong>s concluir que a aprendizagem cooperativa,<br />
<strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente o método STAD, melhora o rendimento escolar dos alu<strong>no</strong>s. A análise<br />
dos <strong>da</strong>dos revelou ain<strong>da</strong> que os alu<strong>no</strong>s se encontravam satisfeitos em aprender em<br />
ambiente cooperativo e, que gostariam de experimentar esta metodologia de ensi<strong>no</strong> nas<br />
III
outras disciplinas. Parece, ain<strong>da</strong> possível, poder concluir-se que a cooperação é<br />
fun<strong>da</strong>mental <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências.<br />
IV
Abstract<br />
Research into using cooperative learning methods is already nearly a century<br />
old, although most of it has been done during the last thirty years. The results of this<br />
research show that using cooperative group work as an alternative form of teachinglearning<br />
to traditional teaching has advantages in the level of academic performance.<br />
Based on this k<strong>no</strong>wledge, we carried out this study using the cooperative<br />
learning method - STAD (Students Teams Achievement Divisions) - which had four<br />
main objectives:<br />
- Access how effective the STAD method is in the students’ performance in<br />
Basic and Secon<strong>da</strong>ry School students, in the subjects of Natural Sciences and Biology<br />
and Geology;<br />
- Investigate students’ perceptions, involved in this study, about the importance<br />
of cooperative learning for their learning;<br />
- Infer about the importance of cooperative learning in the teaching-learning of<br />
Natural Sciences and Biology and Geology;<br />
- Reflect on the influence of the teaching-learning method used in the teaching<br />
practice.<br />
The study’s sample consisted of a class of the 7 th grade and a<strong>no</strong>ther one of the<br />
11 th during the school year of 2011/2012. The students of the 7 th and 11 th grade worked,<br />
respectively during four and eighteen times, in small and heterogeneous groups, in order<br />
to stimulate sharing as a way of achieving common goals.<br />
The main instruments used for gathering <strong>da</strong>ta were mini-tests, in order to assess<br />
the influence of cooperative methodology in academic performance of students and a<br />
questionnaire to assess students' motivation regarding cooperative learning and to<br />
investigate how they experienced this teaching-learning experiment.<br />
This research allowed us to conclude that cooperative learning, namely using the<br />
STAD method, improves students’ academic performance. The <strong>da</strong>ta analysis also<br />
revealed that students were pleased to be learning in a cooperative environment and that<br />
they would like to try this method of teaching in other subjects. Furthermore, we seem<br />
also possible, to be able to conclude that cooperation is essential in teaching Science.<br />
V
Índice Geral<br />
Agradecimentos ............................................................................................................... I<br />
Resumo .......................................................................................................................... III<br />
Abstract ......................................................................................................................... V<br />
Índice Geral ................................................................................................................. VII<br />
Índice de Quadros ........................................................................................................ IX<br />
Índice de Figuras .......................................................................................................... IX<br />
Índice de Tabelas ......................................................................................................... IX<br />
Índice de Anexos ........................................................................................................ X<br />
CAPÍTULO I – Contextualização do estudo<br />
1.1.Introdução .................................................................................................................. 1<br />
1.2.Contextualização do estudo ....................................................................................... 1<br />
1.2.1. A aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> Currículo Nacional do Ensi<strong>no</strong> Básico ......... 1<br />
1.2.2. A aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> Currículo Nacional do Ensi<strong>no</strong> Secundário .. 3<br />
1.2.3. Papel <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
Ciências ..................................................................................................................... 4<br />
1.3.Identificação <strong><strong>da</strong>s</strong> questões-problema ......................................................................... 8<br />
1.4.Importância do estudo ............................................................................................... 9<br />
1.5.Objetivos do estudo ................................................................................................. 11<br />
1.6.Limitações do estudo ............................................................................................... 11<br />
1.7.Organização do estudo ............................................................................................. 12<br />
CAPÍTULO II – Revisão <strong>da</strong> Literatura<br />
2.1. Introdução ............................................................................................................... 15<br />
2.2. Conceito e caracterização <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa ....................................... 15<br />
2.3. Elementos essenciais <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa .............................................. 18<br />
2.4. Os grupos cooperativos: tipos de grupos, critérios de formação e papéis a<br />
desempenhar .................................................................................................................. 23<br />
2.5. Vantagens e desvantagens <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa ...................................... 31<br />
2.6. Papel do professor na aprendizagem cooperativa ................................................... 35<br />
2.7. <strong>Aprendizagem</strong> <strong>Cooperativa</strong> e a <strong>Aprendizagem</strong> Tradicional ................................... 38<br />
2.8. Métodos de aprendizagem cooperativa .................................................................. 40<br />
2.8.1. Método STAD .............................................................................................. 41<br />
CAPÍTULO III – Metodologia<br />
3.1. Introdução ............................................................................................................... 47<br />
3.2. Caracterização do contexto de realização do estudo e <strong>da</strong> amostra envolvi<strong>da</strong> ........ 47<br />
3.3. Descrição do estudo ................................................................................................ 48<br />
VII
3.3.1. Fase de pré-implementação .......................................................................... 49<br />
3.3.2. Fase de implementação ................................................................................. 53<br />
3.3.3. Fase de pós-implementação .......................................................................... 58<br />
3.4. Instrumentos utilizados na recolha de <strong>da</strong>dos .......................................................... 59<br />
3.4.1. Mini-testes .................................................................................................... 60<br />
3.4.2. Questionário “Trabalhar em grupo” ........................................................... 60<br />
3.5. Tratamento de <strong>da</strong>dos ............................................................................................... 62<br />
CAPÍTULO IV – Apresentação e análise dos resultados<br />
4.1. Introdução ............................................................................................................... 65<br />
4.2. Resultados do estudo .............................................................................................. 65<br />
4.2.1. Análise dos resultados obtidos a partir <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos alu<strong>no</strong>s ao<br />
questionário Trabalhar em grupo .................................................................................. 66<br />
4.2.2. Análise dos resultados obtidos <strong>no</strong>s mini-testes ............................................ 78<br />
CAPÍTULO V – Reflexão sobre a prática pe<strong>da</strong>gógica ............................................. 87<br />
CAPÍTULO VI – Conclusões e sugestões<br />
6.1. Introdução ............................................................................................................... 93<br />
6.2. Principais conclusões do estudo ............................................................................. 93<br />
6.3. Sugestões para futuros trabalhos de investigação ................................................... 96<br />
Referências Bibliográficas .......................................................................................... 99<br />
Legislação consulta<strong>da</strong> ................................................................................................ 106<br />
Anexos ......................................................................................................................... 107<br />
VIII
Índice de Quadros<br />
Quadro I – Competências gerais e ações a desenvolver pelos professores <strong>no</strong> âmbito de<br />
ca<strong>da</strong> competência ............................................................................................................. 2<br />
Quadro II – Papéis que os alu<strong>no</strong>s podem desempenhar <strong>no</strong>s grupos cooperativos ....... 30<br />
Quadro III – Benefícios <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa ............................................... 32<br />
Quadro IV – Papel do professor e do alu<strong>no</strong> em ca<strong>da</strong> uma <strong><strong>da</strong>s</strong> fases de implementação<br />
do estudo ........................................................................................................................ 59<br />
Quadro V – Instrumentos utilizados na recolha de <strong>da</strong>dos ............................................ 60<br />
Índice de Figuras<br />
Figura1 - Número possível de pares em grupos cooperativos de três a quatro elementos<br />
........................................................................................................................................ 27<br />
Figura 2 - Etapas do método cooperativo STAD - Divisão dos alu<strong>no</strong>s por equipas para<br />
o sucesso ........................................................................................................................ 41<br />
Figura 3 - Exemplos de cartões identificativos dos papéis a desempenhar pelos alu<strong>no</strong>s<br />
........................................................................................................................................ 51<br />
Índice de Tabelas<br />
Tabela 1 – Regras de pontuação dos mini-testes .......................................................... 43<br />
Tabela 2 – Critérios para atribuição de prémios às equipas ......................................... 44<br />
Tabela 3 – Respostas dos alu<strong>no</strong>s do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de às questões 1 a 27, do<br />
questionário “Trabalhar em Grupo” ............................................................................ 67<br />
Tabela 4 – Categorias e excertos de respostas dos alu<strong>no</strong>s do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de à<br />
questão 28, “O que é que pensas do trabalho cooperativo nas aulas de Ciências<br />
<strong>Naturais</strong>?”, do questionário “Trabalhar em Grupo” ................................................... 70<br />
Tabela 5 – Respostas dos alu<strong>no</strong>s do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de às questões 1 a 27, do<br />
questionário “Trabalhar em Grupo” ............................................................................ 72<br />
Tabela 6 – Categorias e excertos de respostas dos alu<strong>no</strong>s do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de à<br />
questão 28, “O que é que pensas do trabalho cooperativo nas aulas de Biologia e<br />
Geologia?”, do questionário “Trabalhar em grupo” ................................................... 75<br />
IX
Tabela 7 – Nota de base, média dos mini-testes e diferença entre a média dos minitestes<br />
e a <strong>no</strong>ta de base dos alu<strong>no</strong>s do 7.ºa<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de (média, desvio padrão e<br />
teste t de student) ........................................................................................................... 80<br />
Tabela 8 – Resultados obtidos pelos alu<strong>no</strong>s do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de que<br />
apresentavam as me<strong>no</strong>res classificações de base .......................................................... 81<br />
Tabela 9 - Resultados obtidos pelos alu<strong>no</strong>s do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de que<br />
apresentavam as maiores classificações de base........................................................... 81<br />
Tabela 10 – Notas de base, média dos mini-testes e diferença entre a média dos minitestes<br />
e a <strong>no</strong>ta de base dos alu<strong>no</strong>s do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de (média, desvio padrão e<br />
teste t de student) ........................................................................................................... 83<br />
Tabela 11 – Resultados obtidos pelos alu<strong>no</strong>s do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de que<br />
apresentavam as me<strong>no</strong>res classificações de base .......................................................... 84<br />
Tabela 12 – Resultados obtidos pelos alu<strong>no</strong>s do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de que<br />
apresentavam as maiores classificações de base ........................................................... 84<br />
Índice de Anexos<br />
Anexo 1 – Certificados atribuídos aos alu<strong>no</strong>s ............................................................. 109<br />
Anexo 2 – Exemplos de planificações do Ensi<strong>no</strong> Básico e do Ensi<strong>no</strong> Secundário..... 113<br />
Anexo 3 – Folha de cálculo <strong><strong>da</strong>s</strong> pontuações de superação .......................................... 123<br />
Anexo 4 – Lema “Um por todos e todos por um” ...................................................... 131<br />
Anexo 5 – Código de cooperação para o trabalho de grupo ....................................... 133<br />
Anexo 6 – Grelha de avaliação <strong><strong>da</strong>s</strong> competências sociais .......................................... 135<br />
Anexo 7 – Questionário “Trabalhar em grupo”........................................................ 137<br />
Anexo 8 – Mini-testes aplicados ao 7.º e 11.º a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de ........................... 141<br />
X
CAPÍTULO I<br />
CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO<br />
1.1.Introdução<br />
Este capítulo pretende apresentar o contexto teórico em que se desenvolve este<br />
estudo, fazendo referência à sua contextualização (1.2.), identificando-se a questãoproblema<br />
(1.3.), referindo-se a sua importância (1.4.), formulando-se os objetivos de<br />
estudo (1.5.) e ain<strong>da</strong>, as suas limitações (1.6.) e a forma de organização do mesmo<br />
(1.7.).<br />
1.2. Contextualização do estudo<br />
1.2.1. A aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> Currículo Nacional do Ensi<strong>no</strong> Básico<br />
Através <strong>da</strong> leitura efetua<strong>da</strong> ao documento “Currículo Nacional do<br />
Ensi<strong>no</strong> Básico – competências essenciais” (2001), podemos verificar que são<br />
<strong>no</strong>tórios os princípios e valores nele contidos que remetem para a importância <strong>da</strong><br />
aprendizagem cooperativa como metodologia de ensi<strong>no</strong>.<br />
A análise do referido documento permite constatar que à saí<strong>da</strong> do Ensi<strong>no</strong> Básico,<br />
o alu<strong>no</strong> deverá ter adquirido dez competências gerais enuncia<strong><strong>da</strong>s</strong> pelo Ministério <strong>da</strong><br />
Educação. Dessas dez competências gerais, salienta-se a <strong>no</strong>na competência “Cooperar<br />
com os outros em tarefas e projetos comuns”.<br />
De forma explícita, é também feita <strong>no</strong> documento alusão à utilização <strong>da</strong><br />
aprendizagem cooperativa nas ações a serem desenvolvi<strong><strong>da</strong>s</strong> pelo professor, na primeira,<br />
quarta, quinta, oitava, <strong>no</strong>na e décima competências gerais (quadro I).<br />
1
Quadro I<br />
Competências gerais e ações a desenvolver pelos professores <strong>no</strong> âmbito de ca<strong>da</strong> competência (a<strong>da</strong>ptado<br />
do Currículo Nacional do Ensi<strong>no</strong> Básico – competências essenciais).<br />
Competências gerais<br />
1) Mobilizar saberes culturais, científicos<br />
e tec<strong>no</strong>lógicos para compreender a<br />
reali<strong>da</strong>de e abor<strong>da</strong>r situações e problemas<br />
do quotidia<strong>no</strong>.<br />
4) Usar línguas estrangeiras para<br />
comunicar adequa<strong>da</strong>mente em situações<br />
do quotidia<strong>no</strong> e para apropriação de<br />
informação.<br />
5) Adotar metodologias personaliza<strong><strong>da</strong>s</strong> de<br />
trabalho e de aprendizagem adequa<strong><strong>da</strong>s</strong> a<br />
objetivos visados.<br />
8) Realizar ativi<strong>da</strong>des de forma<br />
autó<strong>no</strong>ma, responsável e criativa.<br />
9) Cooperar com outros em tarefas e<br />
projetos comuns.<br />
10) Relacionar harmoniosamente o corpo<br />
com o espaço, numa perspetiva pessoal e<br />
interpessoal promotora <strong>da</strong> saúde e <strong>da</strong><br />
quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong>.<br />
Ações a desenvolver por ca<strong>da</strong> professor<br />
“Organizar ativi<strong>da</strong>des cooperativas de aprendizagem,<br />
orienta<strong><strong>da</strong>s</strong> para a integração e troca de saberes” (p.17).<br />
“Organizar ativi<strong>da</strong>des cooperativas de aprendizagem em<br />
situações de interação entre diversas línguas e culturas”<br />
(p.20).<br />
“Organizar ativi<strong>da</strong>des cooperativas de aprendizagem”<br />
(p.21).<br />
“Organizar ativi<strong>da</strong>des cooperativas de aprendizagem<br />
rentabilizadoras <strong>da</strong> auto<strong>no</strong>mia, responsabilização e<br />
criativi<strong>da</strong>de de ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong>” (p.24).<br />
“Organizar o ensi<strong>no</strong> prevendo e orientando a execução de<br />
ativi<strong>da</strong>des individuais, a pares, em grupos e coletivas”;<br />
“Promover intencionalmente (…) ativi<strong>da</strong>des dirigi<strong><strong>da</strong>s</strong> para<br />
o trabalho cooperativo, desde a sua conceção à sua<br />
avaliação e comunicação aos outros”;<br />
“Fomentar ativi<strong>da</strong>des cooperativas de aprendizagem com<br />
explicitação de papéis e responsabili<strong>da</strong>des”;<br />
“Organizar o ensi<strong>no</strong> com base em materiais e recursos<br />
diversificados adequados a formas de trabalho<br />
cooperativo”;<br />
“Apoiar o alu<strong>no</strong> na descoberta <strong><strong>da</strong>s</strong> diversas formas de<br />
organização <strong>da</strong> sua aprendizagem em interação com<br />
outros”;<br />
“Desenvolver a realização cooperativa de projetos” (p.25).<br />
“Organizar ativi<strong>da</strong>des cooperativas de aprendizagem e<br />
projetos conducentes à toma<strong>da</strong> de consciência de si, dos<br />
outros e do meio” (p.26).<br />
Na área disciplinar de Ciências Físicas e <strong>Naturais</strong> também é evidente a<br />
importância <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa, sendo descritas as seguintes ações a<br />
desenvolver por ca<strong>da</strong> professor (Currículo Nacional do Ensi<strong>no</strong> Básico - competências<br />
essenciais, 2001):<br />
“ (…) Adoção de metodologias personaliza<strong><strong>da</strong>s</strong> de trabalho e de aprendizagem, assim<br />
como na cooperação com outros, visando a participação nas diferentes fases <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas<br />
(individualmente e em grupo), desde a definição dos subproblemas até à comunicação”<br />
(p.131);<br />
2
“ (…) Realizar trabalho cooperativo em diferentes situações (em projetos<br />
extracurriculares, em situação de aula, por exemplo, de resolução de problemas) e<br />
trabalho independente” (p.132);<br />
“ (…) Sugere-se que estas experiências educativas contemplem também a cooperação<br />
na partilha de informação, a apresentação dos resultados de pesquisa (…)” (p.133).<br />
O “Currículo Nacional do Ensi<strong>no</strong> Básico – competências essenciais” (2001),<br />
refere que os professores devem adotar uma postura de abertura à mu<strong>da</strong>nça e à<br />
cooperação, promovendo entre os alu<strong>no</strong>s a partilha de informação ao mesmo tempo que,<br />
desenvolvem laços de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de e respeito mútuo entre os mesmos.<br />
1.2.2. A aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> Currículo Nacional do Ensi<strong>no</strong> Secundário<br />
A análise efetua<strong>da</strong> aos documentos “Currículo Nacional do Ensi<strong>no</strong> Secundário<br />
– Programa de Biologia e Geologia, 10ºa<strong>no</strong>” (2001) e “Currículo Nacional do Ensi<strong>no</strong><br />
Secundário – Programa de Biologia e Geologia, 11º ou 12ºa<strong>no</strong>s” (2003), permitiu<br />
constatar que a utilização <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa também se encontra<br />
explicitamente referi<strong>da</strong> nestes programas e, que o professor deve desenvolver<br />
estratégias de forma a implementar esta metodologia de ensi<strong>no</strong> na sala de aula.<br />
De acordo com os autores que presidiram à elaboração dos documentos<br />
referidos, “a aprendizagem <strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências deve ser entendi<strong>da</strong> como um processo ativo<br />
em que o alu<strong>no</strong> desempenha o papel principal de construtor do seu próprio<br />
conhecimento” (2001, p.7). Ao professor cabe a tarefa “de organizar e dirigir as<br />
ativi<strong>da</strong>des práticas dos alu<strong>no</strong>s” e a avaliação feita por ele deve ser entendi<strong>da</strong> “como<br />
uma oportuni<strong>da</strong>de para introduzir correções <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem”,<br />
privilegiando-se uma diversificação <strong>no</strong>s tipos de avaliação utilizados, <strong>no</strong>s instrumentos<br />
produzidos e <strong>no</strong>s momentos <strong>da</strong> sua aplicação (2001, p.7)<br />
Baseados, principalmente, em quadros teóricos oriundos <strong><strong>da</strong>s</strong> respetivas áreas de<br />
especiali<strong>da</strong>de, Biologia e Geologia, assim como <strong>no</strong>s resultados obtidos em<br />
investigações na área do Ensi<strong>no</strong> de Ciências, os autores do programa adotaram critérios<br />
de seleção e organização dos temas/conteúdos que tiveram em consideração diversos<br />
aspetos. Desses aspetos destacámos um, que refere que “as perspetivas de que ensinar<br />
Ciências não deve ser a de transmitir conhecimentos, mas sim a de criar ambientes de<br />
3
ensi<strong>no</strong> e de aprendizagem favoráveis à construção ativa do saber e do saber fazer”<br />
(2001, p.4).<br />
Os autores dos documentos referem que o professor deve “estimular o trabalho<br />
cooperativo, promovendo um clima de diálogo e de participação, <strong>da</strong>ndo a oportuni<strong>da</strong>de<br />
aos alu<strong>no</strong>s de explicitar as suas ideias e tornando-os conscientes <strong><strong>da</strong>s</strong> suas conceções e<br />
<strong><strong>da</strong>s</strong> dos colegas” (2001, p.13). Mencionam, ain<strong>da</strong>, que a partir <strong><strong>da</strong>s</strong> sugestões<br />
metodológicas apresenta<strong><strong>da</strong>s</strong> para ca<strong>da</strong> tópico <strong>no</strong> programa, “sejam elaborados<br />
materiais didáticos por equipas de professores, submetidos, depois de produzidos, a<br />
uma contrastação experimental que vise a sua avaliação e melhoria, adquirindo<br />
também, desta forma, o trabalho do professor uma componente de trabalho cooperativo<br />
e investigativo” (2001, p.13).<br />
Nos programas de Biologia e Geologia é também referido, que o reforço <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
capaci<strong>da</strong>des de abstração, experimentação, trabalho em equipa, ponderação e sentido de<br />
responsabili<strong>da</strong>de permitirá o desenvolvimento de competências que caracterizam a<br />
Biologia e a Geologia como Ciência. Deste modo, os autores destacam que “refletir<br />
sobre a adequação <strong><strong>da</strong>s</strong> diversas soluções biológicas para as mesmas funções e avaliar<br />
a a<strong>da</strong>ptação de técnicas para o estudo de sistemas complexos, são competências<br />
potencia<strong><strong>da</strong>s</strong> pelo trabalho em equipa: este apela à constante renegociação de<br />
estratégias e procura de consensos, com o consequente reforço <strong>da</strong> expressão verbal, <strong>da</strong><br />
fun<strong>da</strong>mentação, <strong>da</strong> compreensão, <strong>da</strong> cooperação e <strong>da</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de” (2001, p.67).<br />
De acordo com o Currículo Nacional do Ensi<strong>no</strong> Secundário, torna-se importante<br />
que os professores valorizem estratégias e ativi<strong>da</strong>des de aprendizagem cooperativa na<br />
sala de aula e na Escola, num clima de trabalho adequado ao desenvolvimento <strong>da</strong><br />
cooperação por forma a adquirir competências indispensáveis à prática <strong>da</strong> Ciência.<br />
1.2.3. Papel <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem<br />
<strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências<br />
Ao longo dos a<strong>no</strong>s, vários estudos comprovaram o facto de na educação em<br />
Ciência ser benéfica a utilização <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa.<br />
Em “Cooperative learning in Science”, Stahl (1996) afirma que a aprendizagem<br />
cooperativa possibilita aos alu<strong>no</strong>s não só a aprendizagem dos conteúdos como também,<br />
o desenvolvimento de competências científicas que lhes permitirá um maior<br />
4
entendimento e a<strong>da</strong>ptação ao mundo que os rodeia. O mesmo autor refere que em<br />
grupos cooperativos, os alu<strong>no</strong>s aprendem mais facilmente os conceitos, armazenando-os<br />
na memória a longo prazo e usam, frequentemente, estratégias de raciocínio mais<br />
elabora<strong><strong>da</strong>s</strong>, tornando-os capazes de aplicar o que aprenderam a situações do mundo real.<br />
Stahl (1996) partilha <strong>da</strong> opinião de Johnson, Johnson e Smith (1991),<br />
relativamente à importância do trabalho cooperativo na educação em Ciências. Os<br />
autores advogam que enquanto trabalham juntos, os alu<strong>no</strong>s monitorizam a participação<br />
e as contribuições uns dos outros, <strong>da</strong>ndo feedback uns aos outros, acerca <strong><strong>da</strong>s</strong> suas ideias<br />
e raciocínios. Esta ativa troca intelectual contribui para a aprendizagem cognitiva, para<br />
avaliar criticamente informação científica, utilizando processos de raciocínio com base<br />
<strong>no</strong> método científico. Segundo Gillies (2007), a aprendizagem cooperativa fomenta não<br />
só a entreaju<strong>da</strong>, a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de, o respeito e a auto-estima, bem como a competência de<br />
adquirir objetivos comuns. A aquisição de to<strong><strong>da</strong>s</strong> estas competências reveste-se de<br />
particular importância para o processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem <strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências.<br />
Staver (2007), tal como Johnson et al. (1991) e Stahl (1996), valoriza o uso <strong>da</strong><br />
aprendizagem cooperativa na educação em Ciências. Para este autor, a educação em<br />
Ciências visa três grandes finali<strong>da</strong>des: preparar os alu<strong>no</strong>s para estu<strong>da</strong>r Ciência <strong>no</strong>s<br />
níveis de ensi<strong>no</strong> mais elevados; habilitá-los para entrar <strong>no</strong> mercado de trabalho, para<br />
desempenhar profissões e para se dedicarem à investigação científica e, por último,<br />
prepará-los para serem ci<strong>da</strong>dãos com maior literacia científica. De acordo com um<br />
extenso e crescente corpo de investigação, Staver (2007) enunciou oito princípios para<br />
que os professores possam ensinar, de forma eficaz, ciências a alu<strong>no</strong>s de to<strong><strong>da</strong>s</strong> as<br />
i<strong>da</strong>des:<br />
1. Pensar o ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> Ciência como um meio deliberado para um fim<br />
importante: a aprendizagem dos alu<strong>no</strong>s;<br />
2. Concentrar-se <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong><strong>da</strong>s</strong> ideias científicas nucleares que têm maior<br />
importância;<br />
3. Promover uma compreensão científica profun<strong>da</strong> através do ensi<strong>no</strong> que<br />
traduza a natureza e as características do inquérito em Ciência, os valores <strong>da</strong> Ciência e o<br />
corpo do conhecimento científico;<br />
4. Quando se planeiam e se dão aulas de Ciências, deve ter-se em conta a<br />
interação complexa entre a maturação biológica dos alu<strong>no</strong>s, os seus conhecimentos e<br />
experiências anteriores e as capaci<strong>da</strong>des de raciocínio, de modo que as lições desafiem,<br />
mas não desvalorizem as capaci<strong>da</strong>des cognitivas dos alu<strong>no</strong>s;<br />
5
5. Ensinar estratégias e técnicas que ajudem os alu<strong>no</strong>s a serem pensadores<br />
ativos;<br />
6. Relacionar o conteúdo <strong>da</strong> Ciência com os interesses e vi<strong><strong>da</strong>s</strong> pessoais dos<br />
alu<strong>no</strong>s, as questões <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de e outros assuntos escolares;<br />
7. Estabelecer para todos os alu<strong>no</strong>s expectativas de aprendizagem; e<br />
8. Usar estratégias de ensi<strong>no</strong> que diminuam as potenciais ansie<strong>da</strong>des dos alu<strong>no</strong>s<br />
e os conflitos percebidos quando ensinar ideias científicas que podem ser controversas<br />
para eles, mesmo que não sejam controversas entre os cientistas.<br />
Dos oito princípios, destacam-se os princípios número três, cinco e oito que <strong>no</strong>s<br />
remetem para a utilização <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências. Por<br />
forma a promover a compreensão científica profun<strong>da</strong>, Staver (2007) sugere que o<br />
professor deve “organizar grupos de aprendizagem cooperativa que reflitam a<br />
diversi<strong>da</strong>de intelectual, de género e cultural”; “pôr os membros do grupo a partilhar e<br />
a discutir as suas representações do obstáculo à resolução do problema e as estratégias<br />
de resolução propostas”; “planear discussões e negociações entre os alu<strong>no</strong>s como<br />
experiências contínuas de aprendizagem e, <strong>da</strong>r oportuni<strong>da</strong>des aos alu<strong>no</strong>s para<br />
assumirem a sua própria aprendizagem” (p.14). Para assegurar que os alu<strong>no</strong>s sejam<br />
construtores ativos <strong>da</strong> sua aprendizagem, os professores eficazes de Ciências devem,<br />
igualmente, “organizar grupos de aprendizagem cooperativa que reflitam a diversi<strong>da</strong>de<br />
intelectual, de género e a diversi<strong>da</strong>de cultural e fazer avaliações frequentes como parte<br />
integrante do ensi<strong>no</strong>, usando os resultados para modificar as experiências de ensi<strong>no</strong><br />
para os grupos e individualmente para os alu<strong>no</strong>s” (p.18). Os professores eficazes de<br />
Ciências ain<strong>da</strong> devem ser capazes de “usar a discussão entre grupos de pares para<br />
aju<strong>da</strong>r os alu<strong>no</strong>s a tomarem consciência dos pensamentos dos outros sobre conceitos”,<br />
por forma a cessar com as ansie<strong>da</strong>des e conflitos dos alu<strong>no</strong>s (p.23).<br />
Foram realizados alguns estudos na área <strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências <strong>Naturais</strong> que<br />
demonstraram a importância <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências.<br />
Destes, salienta-se o trabalho de Hertz-Lazarowitz (1988) que concluiu que os alu<strong>no</strong>s do<br />
3º. Ciclo do Ensi<strong>no</strong> Básico, quando trabalham cooperativamente, mantêm-se mais<br />
tempo a pensar e a debater sobre os conteúdos atingindo, desta forma, níveis cognitivos<br />
mais complexos. Outros estudos demonstraram que a separação dos alu<strong>no</strong>s por grupos<br />
melhora a sua própria postura face às Ciências <strong>Naturais</strong>, tornando estas áreas mais<br />
acessíveis e apelativas (Handelsman, Houser & Kriegel, 2002). Para estes autores, os<br />
6
professores de Biologia devem fazer com que os alu<strong>no</strong>s se interessem mais pelas<br />
matérias/conteúdos e desenvolvam a sua capaci<strong>da</strong>de de discutir e de trocar<br />
ideias/opiniões com os demais, aumentando, desta forma, a sua capaci<strong>da</strong>de de<br />
argumentação e raciocínio.<br />
Em “The Science teacher - cooperative learning in the Science classroom”,<br />
Lin (2006) defende a aplicação <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
Ciências, uma vez que esta metodologia de ensi<strong>no</strong> permite aos professores atingir<br />
três grandes objetivos, propostos pelo “National Science Education Stan<strong>da</strong>ds”, em<br />
1996:<br />
1. A aprendizagem cooperativa estimula o raciocínio e aju<strong>da</strong> os alu<strong>no</strong>s a<br />
construir uma compreensão dos conteúdos científicos, reforçando e ampliando os seus<br />
conhecimentos sobre a matéria. A partilha de ideias permite que os alu<strong>no</strong>s explorem,<br />
refinem e questionem as <strong>no</strong>vas ideias.<br />
2. A aprendizagem cooperativa promove o envolvimento dos alu<strong>no</strong>s. Diversas<br />
pesquisas demonstram que para a ver<strong>da</strong>deira aprendizagem ocorrer, os alu<strong>no</strong>s devem ser<br />
responsáveis pela sua própria aprendizagem e não depender somente do professor. A<br />
aprendizagem cooperativa tem em conta este aspeto e permite a todos os alu<strong>no</strong>s a<br />
oportuni<strong>da</strong>de de partilharem as suas ideias com os outros, considerando também as dos<br />
outros.<br />
3. A aprendizagem cooperativa aju<strong>da</strong> a desenvolver as competências de<br />
comunicação e os processos do pensamento científico. As técnicas cooperativas<br />
permitem que o professor ajude os alu<strong>no</strong>s a analisar os seus processos de pensamento e<br />
incentiva-os a interagir com o professor e colegas, de uma forma que promove a<br />
aprendizagem <strong>da</strong> Ciência.<br />
Também Trundle (2009), em “Teaching Science during the early childhood<br />
years”, salienta a importância de valorizar o trabalho cooperativo na educação em<br />
Ciências, em detrimento do trabalho individual assegurando que:<br />
“ (…) o ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> Ciência e tec<strong>no</strong>logia deve ser coerente com a natureza <strong>da</strong> pesquisa<br />
científica e que uma parte essencial <strong>da</strong> investigação científica é a colaboração. A<br />
natureza colaborativa do trabalho científico e tec<strong>no</strong>lógico deve ser reforça<strong>da</strong> por uma<br />
ativi<strong>da</strong>de frequente na sala de aula. Cientistas e engenheiros trabalham principalmente<br />
em grupos e, me<strong>no</strong>s frequentemente como pesquisadores isolados. Da mesma forma, os<br />
alu<strong>no</strong>s devem adquirir experiências de aprendizagem para a partilha de<br />
responsabili<strong>da</strong>des com os outros” (p.1).<br />
7
Lin (2006) e Trundle (2009) corroboram <strong>da</strong> mesma ideia que Lord (2001 como<br />
citado em Murphy, 2011). O autor refere algumas vantagens <strong>da</strong> aplicação desta<br />
metodologia de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem:<br />
“ (…) um dos principais benefícios <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa é que ela pode<br />
melhorar o pensamento científico e competências para resolver problemas. Quando os<br />
alu<strong>no</strong>s trabalham em grupo para resolver problemas, estão mais envolvidos <strong>no</strong> processo<br />
e mais disponíveis para explorar outras soluções para resolver o problema. Enquanto os<br />
alu<strong>no</strong>s trabalham de forma colaborativa, estão mais disponíveis para partilhar as suas<br />
diferenças de conhecimento e alcançar uma compreensão mais abrangente dos<br />
conteúdos. As atitudes dos alu<strong>no</strong>s em relação à Ciência e à aprendizagem em geral são<br />
maiores quando a aprendizagem cooperativa é implementa<strong>da</strong>. Os alu<strong>no</strong>s que<br />
participaram em situações de aprendizagem cooperativa sentiram-se mais ligados aos<br />
conteúdos, aos seus colegas e professores, (…) os alu<strong>no</strong>s sentiram que o ambiente <strong>da</strong><br />
sala de aula se tor<strong>no</strong>u em cooperação e não de condenação. Ao usar técnicas de<br />
aprendizagem cooperativa na sala de aula, os professores de Ciências podem aumentar a<br />
compreensão <strong><strong>da</strong>s</strong> <strong>no</strong>rmas <strong>da</strong> Ciência para os seus alu<strong>no</strong>s” (p.1).<br />
Pelo exposto, ensinar Ciências aos alu<strong>no</strong>s implica que o professor siga um<br />
modelo construtivista de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, ou seja, uma metodologia em que o<br />
alu<strong>no</strong> assuma um papel ativo na construção do seu próprio conhecimento. Todo o meio<br />
que proporcione aos alu<strong>no</strong>s a oportuni<strong>da</strong>de de trabalharem cooperativamente, por forma<br />
a promover a participação, o diálogo e a discussão, contribuirá para um melhor<br />
compreensão dos conteúdos científicos.<br />
1.3. Identificação <strong><strong>da</strong>s</strong> questões-problema<br />
A investigação sobre a qual o <strong>no</strong>sso trabalho incidiu pretende <strong>da</strong>r resposta aos<br />
seguintes problemas:<br />
Qual a influência do método de aprendizagem cooperativa - Divisão dos<br />
alu<strong>no</strong>s por equipas para o sucesso (STAD), <strong>no</strong> rendimento escolar de alu<strong>no</strong>s do 7.º e<br />
11.º a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de?<br />
Quais as perceções dos alu<strong>no</strong>s do 7.º e 11.º a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de sobre a<br />
aprendizagem cooperativa?<br />
8
1.4. Importância do estudo<br />
Tal como referido <strong>no</strong> ponto 1.2, a cooperação aparece como uma competência<br />
transversal essencial, presente em todos os documentos orientadores do currículo do<br />
Ensi<strong>no</strong> Básico e Secundário. Segundo estes documentos, o professor deve desenvolver<br />
ações com a finali<strong>da</strong>de de promover ativi<strong>da</strong>des de aprendizagem cooperativa na sala de<br />
aula.<br />
Também a socie<strong>da</strong>de atual apela ca<strong>da</strong> vez mais, a que os ci<strong>da</strong>dãos adotem<br />
atitudes mais cooperativas e me<strong>no</strong>s competitivas. A socie<strong>da</strong>de em geral, e o mercado de<br />
trabalho em particular, espera que a Escola habilite os jovens com competências que<br />
lhes possibilitem trabalhar em equipa, intervir de uma forma autó<strong>no</strong>ma e crítica e<br />
resolver problemas de uma forma colaborativa (Lopes & Silva, 2009). Segundo estes<br />
autores, na cooperação salientam-se os ideais de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de, de conjugação de<br />
esforços, de responsabili<strong>da</strong>de individual e de interdependência positiva.<br />
A Escola, além <strong>da</strong> aprendizagem dos conteúdos específicos tem, ain<strong>da</strong>, a<br />
responsabili<strong>da</strong>de pela formação integral dos alu<strong>no</strong>s. Desta forma, o desafio que se lhe<br />
apresenta é proporcionar aos alu<strong>no</strong>s o desenvolvimento de atitudes e competências que<br />
permitam a sua intervenção e transformação na socie<strong>da</strong>de de que fazem parte (Freire,<br />
1991). Deste modo, considerando que estas atitudes e competências não se ensinam<br />
através dos métodos expositivos, a adoção <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa é<br />
extremamente benéfica.<br />
Bessa e Fontaine (2002) referem que o perfil de trabalho cooperativo permite<br />
exatamente que os alu<strong>no</strong>s desenvolvam competências que estão muito para além do<br />
estrito domínio e reprodução dos conteúdos curriculares expostos pelo docente. Os<br />
mesmos autores mencionam que os métodos cooperativos obrigam à manutenção e<br />
satisfação de objetivos em quadros sociais de interdependência e reciproci<strong>da</strong>de, o que<br />
faz com que os indivíduos apren<strong>da</strong>m melhor o conceito de vi<strong>da</strong> em comuni<strong>da</strong>de e o<br />
exercício de direitos e deveres individuais e coletivos, próprios do exercício <strong>da</strong><br />
ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia democrática. A reciproci<strong>da</strong>de e a interdependência aproximam os indivíduos,<br />
fazendo-os reparar <strong>no</strong> outro e respeitá-lo, independentemente <strong><strong>da</strong>s</strong> suas diferenças. Por<br />
outro lado, a mu<strong>da</strong>nça estrutural do papel do docente “liberta” os alu<strong>no</strong>s do carácter<br />
<strong>no</strong>rmativo e disciplinador do trabalho letivo, transpondo-os para uma dimensão que<br />
valoriza a auto<strong>no</strong>mia e a descoberta pessoal dos conhecimentos, <strong>no</strong> quadro de peque<strong>no</strong>s<br />
grupos.<br />
9
Também as investigações realiza<strong><strong>da</strong>s</strong> ao nível <strong><strong>da</strong>s</strong> neurociências provaram a<br />
resposta positiva do cérebro em momentos positivos de interação social. Pawlak,<br />
Magari<strong>no</strong>s, Melchor, McEwen e Strickland (2003 como citados em Willis, 2011)<br />
referem que a investigação sobre a amíg<strong>da</strong>la revelou que esta se comporta como um<br />
filtro afetivo do cérebro. A ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> amíg<strong>da</strong>la está relaciona<strong>da</strong> com o fluxo de<br />
informação para o cérebro e o seu posterior armazenamento e utilização. Exames de<br />
ressonância magnética realizados a adolescentes, em estado de ansie<strong>da</strong>de e stress,<br />
revelaram hiperativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> amíg<strong>da</strong>la. Quando esta se encontra hiperativa, os caminhos<br />
que <strong>no</strong>rmalmente conduzem a informação para dentro e para fora <strong>da</strong> amíg<strong>da</strong>la mostram<br />
uma ativi<strong>da</strong>de muito reduzi<strong>da</strong>. Desta forma, as <strong>no</strong>vas informações ficam impedi<strong><strong>da</strong>s</strong> de<br />
entrar na memória devido ao bloqueio metabólico hiperativo <strong>da</strong> amíg<strong>da</strong>la (Toga &<br />
Thompson, 2003 como citado em Willis, 2011). Quando os alu<strong>no</strong>s participam em<br />
grupos cooperativos os filtros afetivos não bloqueiam o fluxo de informações. Segundo<br />
Reeve (1996 como citado em Willis, 2011), os alu<strong>no</strong>s sentem maior conforto e prazer<br />
quando a interação social está incorpora<strong>da</strong> nas suas experiências de aprendizagem. O<br />
incentivo à aprendizagem que os alu<strong>no</strong>s recebem dos seus colegas de grupo, contribuem<br />
para a diminuição de situações de ansie<strong>da</strong>de e stress contribuindo, assim, para a redução<br />
<strong><strong>da</strong>s</strong> situações de bloqueio do fluxo de informação para a memória de armazenamento do<br />
cérebro. Quando a aprendizagem ocorre num ambiente emocional positivo, sem<br />
ansie<strong>da</strong>de e stress, o resultado será uma aprendizagem a longo prazo, relacional e<br />
recuperável (Willis, 2011).<br />
Similarmente, os estudos ao nível <strong>da</strong> neuroquímica demonstraram uma resposta<br />
positiva em momentos de interação social que ocorrem durante o processo de<br />
aprendizagem. A dopamina é o neurotransmissor que se encontra mais intimamente<br />
associado à atenção, memória, armazenamento, compreensão e função executiva. A<br />
ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> dopamina pode ser avalia<strong>da</strong> através <strong>da</strong> neuroimagem. Verificou-se que a<br />
libertação deste neurotransmissor é aumenta<strong>da</strong> em zonas do cérebro associa<strong><strong>da</strong>s</strong> com a<br />
aprendizagem e a memória, em momentos de recompensa e experiências positivas<br />
(Salamone & Correa, 2002 como citados em Willis, 2011).<br />
Muitos dos fatores de motivação que foram encontrados para libertar a dopamina<br />
são inerentes ao trabalho de grupo cooperativo, tal como a colaboração social, a<br />
motivação, a expetativa de sucesso e os elogios entre pares. Sendo a dopamina, tal como<br />
já foi referido, um neurotransmissor associado à atenção, memória, aprendizagem e<br />
função executiva, quando o cérebro liberta dopamina durante ou na expetativa de uma<br />
10
experiência prazerosa ou recompensa, vai possibilitar o aumento do processamento de<br />
<strong>no</strong>vas informações.<br />
Inúmeros autores, anteriormente referidos, apontam que a aprendizagem escolar<br />
tem sido beneficia<strong>da</strong> pela cooperação. Numa percentagem significativa de casos, os<br />
alu<strong>no</strong>s que se encontram em ambientes onde se pratica a aprendizagem cooperativa<br />
apresentam melhores resultados em diversos aspetos <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong> escolar: ao mesmo<br />
tempo que se sentem mais motivados para aprender, atingem um nível de conhecimento<br />
mais elevado e ajustam-se melhor socialmente.<br />
Em suma, a utilização <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>aprendizagem<br />
contribui com inúmeros benefícios na aprendizagem cognitiva e social<br />
dos alu<strong>no</strong>s.<br />
1.5. Objetivos do estudo<br />
objectivos:<br />
O estudo que se apresenta desenvolveu-se em função de quatro grandes<br />
- Averiguar a eficácia do método STAD <strong>no</strong> rendimento escolar de alu<strong>no</strong>s do<br />
Ensi<strong>no</strong> Básico e Secundário, nas disciplinas de Ciências <strong>Naturais</strong> e de Biologia e<br />
Geologia;<br />
- Investigar as perceções dos alu<strong>no</strong>s, envolvidos <strong>no</strong> estudo, sobre a importância<br />
<strong>da</strong> aprendizagem cooperativa para a sua aprendizagem;<br />
- Inferir sobre a importância <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> processo de<br />
ensi<strong>no</strong>-aprendizagem <strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências <strong>Naturais</strong> e <strong>da</strong> Biologia e <strong>da</strong> Geologia; e<br />
- Refletir sobre a influência do método de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem utiliza<strong>da</strong> na<br />
prática letiva.<br />
1.6. Limitações do estudo<br />
Apesar <strong><strong>da</strong>s</strong> potenciali<strong>da</strong>des que a aprendizagem cooperativa apresenta <strong>no</strong><br />
processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, a sua implementação apresentou algumas<br />
dificul<strong>da</strong>des e limitações.<br />
O programa do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de é muito extenso. Este aspeto associado à<br />
falta de experiência em ensi<strong>no</strong> <strong>da</strong> professora-investigadora dificultou, por vezes, a<br />
11
gestão do tempo destinado a realizar trabalho de grupo cooperativo, correndo o risco de<br />
não realizar o que estava planificado para a aula em termos de conteúdo. O facto de <strong>no</strong><br />
7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, haver apenas um bloco semanal que cria um espaço muito<br />
prolongado entre as aulas dificultou, também, a implementação <strong>da</strong> aprendizagem<br />
cooperativa.<br />
Uma outra limitação prende-se com o facto de a professora-investigadora não ter<br />
qualquer experiência <strong>no</strong> que diz respeito à utilização do método cooperativo STAD<br />
(divisão dos alu<strong>no</strong>s por equipas para o sucesso) antes de iniciar o estudo.<br />
Por último, as dificul<strong>da</strong>des senti<strong><strong>da</strong>s</strong> levam-<strong>no</strong>s a ponderar que o tempo de<br />
implementação deste método cooperativo – 18 tempos letivos para o 11.º a<strong>no</strong> de<br />
escolari<strong>da</strong>de e 4 tempos letivos para o 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de – poderão não ter sido<br />
suficientes para a obtenção de melhores resultados, principalmente <strong>no</strong> que respeita a<br />
este último a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de.<br />
1.7. Organização do estudo<br />
O presente relatório de estágio está organizado em seis capítulos.<br />
Capítulo I – Contextualização do estudo<br />
É apresentado o contexto teórico em que se desenvolve esta investigação,<br />
fazendo referência à contextualização do estudo, identificando-se as questões-problema<br />
que o enquadram, referindo-se a sua importância, formulando-se os seus objetivos e<br />
ain<strong>da</strong> as limitações e a organização do mesmo.<br />
Capítulo II – Revisão <strong>da</strong> Literatura<br />
É apresentado o suporte teórico de base à elaboração do presente relatório de<br />
estágio, de acordo com os principais estudos realizados <strong>no</strong> âmbito <strong>da</strong> aprendizagem<br />
cooperativa. Neste ponto, após uma curta introdução define-se e caracteriza-se a<br />
aprendizagem cooperativa, de acordo com vários autores e mencionam-se os elementos<br />
essenciais para que um trabalho de grupo seja considerado cooperativo. São<br />
apresentados ain<strong>da</strong>, os tipos de grupos cooperativos, critérios de formação e papéis a<br />
desenvolver pelos alu<strong>no</strong>s, as vantagens e desvantagens desta metodologia bem<br />
como, o papel do professor. Distingue-se a aprendizagem cooperativa <strong>da</strong><br />
aprendizagem tradicional e descreve-se a sintaxe do método de aprendizagem<br />
cooperativa STAD.<br />
12
Capítulo III – Metodologia<br />
Neste capítulo faz-se referência aos principais aspetos ligados à metodologia<br />
utiliza<strong>da</strong> para atingir os objectivos propostos. Assim, começa-se por fazer uma<br />
caracterização do contexto de realização do estudo e <strong>da</strong> amostra envolvi<strong>da</strong>, descrevemse<br />
as diferentes fases por que passou o estudo e referem-se os instrumentos utilizados na<br />
recolha de <strong>da</strong>dos e a forma como foram vali<strong>da</strong>dos. Posteriormente, explica-se como se<br />
processou o tratamento de <strong>da</strong>dos.<br />
Capítulo IV – Apresentação e análise dos <strong>da</strong>dos<br />
Apresentam-se, analisam-se e discutem-se os resultados obtidos, com os<br />
diferentes instrumentos utilizados na recolha de <strong>da</strong>dos, ao longo do desenvolvimento do<br />
estudo.<br />
Capítulo V – Reflexão sobre a prática pe<strong>da</strong>gógica<br />
Procede-se a uma reflexão sobre a prática pe<strong>da</strong>gógica implementa<strong>da</strong>, referindo<br />
os aspetos que correram bem ou me<strong>no</strong>s bem, não esquecendo de referir os aspetos<br />
possíveis de serem mu<strong>da</strong>dos na vi<strong>da</strong> profissional futura.<br />
Capítulo VI – Conclusões e sugestões<br />
Procede-se à apresentação <strong><strong>da</strong>s</strong> conclusões e apresentam-se algumas sugestões<br />
para futuros trabalhos de investigação.<br />
Por fim, apresentam-se as referências bibliográficas que fun<strong>da</strong>mentaram o<br />
trabalho realizado, a legislação consulta<strong>da</strong> e os anexos.<br />
13
CAPÍTULO II<br />
REVISÃO DA LITERATURA<br />
2.1. Introdução<br />
Quando <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s setenta, começaram a surgir os primeiros trabalhos acerca <strong>da</strong><br />
aprendizagem cooperativa, certamente ninguém imaginava o interesse e o sucesso que<br />
esta metodologia de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem iria merecer. Há até quem afirme que operou<br />
uma revolução tranquila <strong>no</strong> domínio do pensamento e <strong>da</strong> prática educacional (Davidson<br />
& Kroll, 1991; Slavin, 1996 como citados em Bessa & Fontaine, 2002).<br />
Neste capítulo pretendemos fornecer informação teórica sóli<strong>da</strong> sobre a<br />
aprendizagem cooperativa, consultando o trabalho desenvolvido por vários<br />
investigadores sobre esta metodologia de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem. Assim, após uma curta<br />
introdução (2.1.), define-se e caracteriza-se a aprendizagem cooperativa de acordo com<br />
vários autores (2.2.) e mencionam-se os elementos essenciais para que um trabalho de<br />
grupo seja considerado cooperativo (2.3.). Referem-se os tipos de grupos cooperativos,<br />
critérios de formação e papéis a desempenhar (2.4). São foca<strong><strong>da</strong>s</strong> as vantagens e<br />
desvantagens desta metodologia (2.5.), bem como o papel do professor (2.6.).<br />
Distingue-se a aprendizagem cooperativa <strong>da</strong> aprendizagem tradicional (2.7.) e, por<br />
último, abor<strong>da</strong>m-se os métodos de aprendizagem cooperativa (2.8.), <strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente o<br />
método STAD utilizado neste estudo (2.8.1.).<br />
2.2. Conceito e caracterização <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa<br />
“A cooperação é o bosque <strong>da</strong> educação e o ensi<strong>no</strong> competitivo e individualista não são mais do<br />
que algumas árvores”.<br />
Johnson e Johnson (1994)<br />
De acordo com Aronson e Pat<strong>no</strong>e (1997) a aprendizagem cooperativa<br />
proporciona estruturas de relações sociais em que todos os alu<strong>no</strong>s, integrados em grupos<br />
15
heteróge<strong>no</strong>s, interagem de acordo com o mesmo estatuto, independentemente do seu<br />
passado cultural e linguístico.<br />
Cohen (1994) e Arends (1995) definem a aprendizagem cooperativa como um<br />
processo onde os alu<strong>no</strong>s trabalham juntos em peque<strong>no</strong>s grupos, para que ca<strong>da</strong> um<br />
participe num trabalho coletivo com tarefas claramente defini<strong><strong>da</strong>s</strong>.<br />
Cooperar é atuar junto, de forma coordena<strong>da</strong>, <strong>no</strong> trabalho ou nas relações sociais<br />
para atingir metas comuns. As pessoas cooperam pelo prazer de repartir ativi<strong>da</strong>des ou<br />
obter benefícios mútuos (Argyle, 1991).<br />
Segundo Monteiro (2001) cooperação, numa abor<strong>da</strong>gem construtivista, envolve<br />
troca de perspetivas com descentração de pontos de vista e desenvolvimento <strong>da</strong><br />
aprendizagem de todos os elementos envolvidos num processo interativo. Trata-se de<br />
um processo, que emprega estruturas de incentivo (recompensas) com os alu<strong>no</strong>s a<br />
trabalhar em peque<strong>no</strong>s grupos heterogéneos, com tarefas bem defini<strong><strong>da</strong>s</strong>, cuja essência é<br />
o ato de operar juntos, com o rendimento do grupo como um todo.<br />
Fathman e Kessler (1993 como citado em Lopes & Silva, 2009) definem a<br />
aprendizagem cooperativa como um trabalho em grupo que se estrutura cui<strong>da</strong>dosamente<br />
para que todos os alu<strong>no</strong>s interajam, troquem informações e possam ser avaliados de<br />
forma individual pelo seu trabalho.<br />
Johnson, Johnson e Holubec (1999 como citado em Pujolàs, 2002; 2004; 2008;<br />
2009), referem que a aprendizagem cooperativa é um método que consiste na utilização<br />
de peque<strong>no</strong>s grupos, em que os alu<strong>no</strong>s trabalham em conjunto com a finali<strong>da</strong>de de<br />
maximizarem a sua própria aprendizagem e a dos restantes colegas de grupo. Na mesma<br />
linha, Fraile (1998) considera que a aprendizagem cooperativa é um movimento<br />
baseado num conjunto de princípios teóricos e uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de de organização dos<br />
grupos, segundo os quais os alu<strong>no</strong>s devem trabalhar para conseguir melhores resultados<br />
para todos os elementos. Assim, a cooperação consiste em trabalhar juntos para alcançar<br />
objectivos comuns e desse trabalho todos beneficiam de forma mútua.<br />
Segundo Slavin (1999), a aprendizagem cooperativa é um conjunto de métodos<br />
de ensi<strong>no</strong> em que os alu<strong>no</strong>s trabalham em peque<strong>no</strong>s grupos de tal modo que se aju<strong>da</strong>m<br />
mutuamente, discutem com os seus companheiros e aju<strong>da</strong>m na compreensão e resolução<br />
de problemas. Bessa e Fontaine (2002) referem que a aprendizagem cooperativa se<br />
caracteriza pela divisão <strong>da</strong> turma em peque<strong>no</strong>s grupos constituídos de forma a existir<br />
uma heterogenei<strong>da</strong>de de competências <strong>no</strong> seu interior, permitindo assim que os alu<strong>no</strong>s<br />
desenvolvam ativi<strong>da</strong>des conjuntas. Pujolás (2001) define aprendizagem cooperativa<br />
16
como uma ativi<strong>da</strong>de ou estratégia que tem em conta a diversi<strong>da</strong>de dos alu<strong>no</strong>s de uma<br />
turma. Os alu<strong>no</strong>s cooperam para aprender, evitando assim uma aprendizagem<br />
competitiva e individualista. Assim sendo, a aprendizagem cooperativa é uma<br />
metodologia que não apenas reconhece a diversi<strong>da</strong>de, como também a transforma num<br />
benefício para o processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem (Duran & Vi<strong>da</strong>l, 2004).<br />
Kaye (1991 como citado em Lopes & Silva, 2009) resume os seis elementos<br />
mais importantes na definição do campo <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa:<br />
1. A aprendizagem é um processo inerentemente individual, não coletivo, que é<br />
influenciado por uma varie<strong>da</strong>de de fatores exter<strong>no</strong>s, incluindo as interações<br />
em grupo e interpessoais.<br />
2. As interações em grupo e interpessoais envolvem um processo social na<br />
reorganização e na modificação dos entendimentos e <strong><strong>da</strong>s</strong> estruturas de<br />
conhecimentos individuais e, portanto, a aprendizagem é simultaneamente um<br />
fenóme<strong>no</strong> privado e social.<br />
3. Aprender cooperativamente implica que na troca entre pares, na interação<br />
entre iguais e <strong>no</strong> intercâmbio de papéis, diferentes membros de um grupo ou<br />
comuni<strong>da</strong>de possam assumir diferentes papéis em momentos diferentes,<br />
dependendo <strong><strong>da</strong>s</strong> necessi<strong>da</strong>des.<br />
4. A cooperação envolve sinergias e assume que, de alguma maneira, o todo é<br />
maior do que a soma <strong><strong>da</strong>s</strong> partes individuais, de modo que aprender,<br />
desenvolvendo um trabalho cooperativamente, pode produzir ganhos<br />
superiores à aprendizagem solitária.<br />
5. Nem to<strong><strong>da</strong>s</strong> as tentativas de aprender cooperativamente serão bem-sucedi<strong><strong>da</strong>s</strong>,<br />
já que certas circunstâncias podem levar à per<strong>da</strong> do processo. Falta de<br />
iniciativa, mal-entendidos, conflitos e descrédito conduzem a que nem sempre<br />
os objetivos sejam alcançados.<br />
6. <strong>Aprendizagem</strong> cooperativa não significa necessariamente aprender em grupo,<br />
implicando a possibili<strong>da</strong>de de poder contar com outras pessoas para apoiar a<br />
aprendizagem e <strong>da</strong>r retor<strong>no</strong> se e quando necessário, <strong>no</strong> contexto de um<br />
ambiente não competitivo (p.4).<br />
Para Woodbine (1997) esta abor<strong>da</strong>gem de aprendizagem deve apoiar-se em:<br />
responsabili<strong>da</strong>de individual pela informação reuni<strong>da</strong> pelo esforço do grupo;<br />
17
interdependência positiva, para que os alu<strong>no</strong>s sintam que ninguém terá<br />
sucesso, a não ser que todos o tenham;<br />
melhor forma de entender um determinado conteúdo, tendo que explicá-lo a<br />
outros membros do grupo;<br />
desenvolvimento de habili<strong>da</strong>des interpessoais, que serão necessárias <strong>no</strong>utras<br />
situações <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> do alu<strong>no</strong>; e<br />
desenvolvimento de competências para analisar a dinâmica de um grupo a<br />
trabalhar com problemas, forma comprova<strong>da</strong> de aumentar as ativi<strong>da</strong>des e<br />
envolvimento dos alu<strong>no</strong>s,<br />
aspetos que serão tratados, mais detalha<strong>da</strong>mente, <strong>no</strong> ponto seguinte.<br />
Em suma, a aprendizagem cooperativa é uma metodologia ou proposta<br />
pe<strong>da</strong>gógica na qual os alu<strong>no</strong>s se aju<strong>da</strong>m <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, atuando<br />
como parceiros entre si e com o professor, com o objetivo de adquirir conhecimentos e<br />
competências sociais. A cooperação como apoio ao processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem<br />
enfatiza a participação ativa e a interação, tanto dos alu<strong>no</strong>s como dos professores. O<br />
conhecimento é considerado uma construção social e, dessa forma, o processo educativo<br />
acaba por ser beneficiado pela participação social em ambientes que propiciem a<br />
interação, a colaboração e a avaliação. Assim, os ambientes cooperativos caracterizamse<br />
por serem ricos em possibili<strong>da</strong>des de aprendizagem a vários níveis, proporcionando o<br />
desenvolvimento do grupo.<br />
2.3. Elementos essenciais <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa<br />
“It’s easy to get the players. Getting them to play together, that’s the hard part.”<br />
Casey Stengel (como citado em Johnson & Johnson, 1998).<br />
Muitos professores crêem que estão a pôr em prática a aprendizagem<br />
cooperativa na sala de aula quando simplesmente colocam os alu<strong>no</strong>s a trabalhar em<br />
grupo. Quando os professores colocam os alu<strong>no</strong>s à volta de uma mesa a realizar uma<br />
tarefa individualmente com instruções de que os que terminarem primeiro devem aju<strong>da</strong>r<br />
os colegas mais atrasados, não estão a por em prática a aprendizagem cooperativa.<br />
Cooperar é algo bem mais complexo (Lopes & Silva, 2009).<br />
18
Segundo Bidegáin (1999) para que ocorra cooperação torna-se necessário uma<br />
tarefa adequa<strong>da</strong> e uma clara responsabili<strong>da</strong>de individual.<br />
Na aprendizagem cooperativa todos são responsáveis pela tarefa a realizar, ou<br />
seja, o desempenho de ca<strong>da</strong> um tem efeitos individuais e coletivos. Os elementos do<br />
grupo devem reconhecer que juntos podem alcançar mais facilmente os objetivos<br />
propostos e que o grupo só terá sucesso se todos se empenharem.<br />
Esta metodologia de trabalho permite que os alu<strong>no</strong>s apren<strong>da</strong>m mais e melhor,<br />
num ambiente de partilha de conhecimentos e entreaju<strong>da</strong>, onde os alu<strong>no</strong>s, em conjunto,<br />
colmatam as dificul<strong>da</strong>des na compreensão <strong><strong>da</strong>s</strong> matérias em estudo. Não basta que o<br />
professor reúna alguns alu<strong>no</strong>s em grupo, sem assentar as condições em que a ativi<strong>da</strong>de<br />
se deve desenvolver. Johnson e Johnson (1994 como citados em Trujillo & Ariza, 2006)<br />
referem que desta forma não estamos perante um trabalho cooperativo. Os elementos<br />
que constituem um grupo cooperativo não devem realizar todos a mesma tarefa, ou seja,<br />
deve haver uma divisão do trabalho, em que ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong> contribui para o sucesso do<br />
grupo, com o fim de atingir os objetivos comuns (Pujolás, 2004;2008).<br />
A base <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa é cooperar para aprender e aprender mais e<br />
melhor.<br />
Johnson e Johnson (1994) e Slavin (1988) definiram um conjunto de condições<br />
que têm de estar presentes <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem cooperativo, que<br />
constituem os cinco elementos básicos <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa. Para que o<br />
trabalho de grupo seja cooperativo, na perspetiva de Johnson e Johnson (1994) e<br />
Trujillo e Ariza (2006), é necessário que estejam presentes cinco elementos essenciais<br />
ou básicos que não atuam isola<strong>da</strong>mente, mas que são interdependentes. São eles:<br />
- a interdependência positiva;<br />
- a responsabili<strong>da</strong>de individual e de grupo;<br />
- a interação estimuladora, preferencialmente face a face;<br />
- as competências sociais;<br />
- o processo de grupo ou avaliação de grupo.<br />
O centro <strong>da</strong> cooperação é a interdependência positiva (Johnson & Johnson,<br />
1990). Isto acontece porque ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong> interioriza o termos “nós” e não “eu” (Putnam,<br />
1998).<br />
19
Maset (2001) afirma que os alu<strong>no</strong>s, como membros de um grupo cooperativo,<br />
têm o dobro <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de: aprender e certificar-se que todos os elementos do<br />
grupo também aprenderam.<br />
Johnson et al. (1991) e Sanches (1994) referem que para que ocorra<br />
interdependência positiva os membros do grupo devem perceber que precisam uns dos<br />
outros para completar a tarefa. A interdependência positiva só se verifica se ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong><br />
tiver a consciência de que o seu sucesso é o sucesso de todo o grupo. Este associa-se em<br />
função de um objetivo mútuo: ou navegam juntos ou se afun<strong>da</strong>m juntos. Neste caso,<br />
falámos em interdependência positiva de objetivos, ou seja, os objetivos são alcançados<br />
se todos os elementos do grupo alcançarem os seus.<br />
Contudo, e de acordo com Pujolás (2001), existem diferentes formas de<br />
conseguir interdependência positiva. Quando o grupo alcança os seus objetivos e os<br />
diferentes elementos celebram conjuntamente o sucesso do grupo, estamos perante a<br />
interdependência positiva de recompensas. Quando os elementos de um mesmo grupo<br />
se organizam <strong>no</strong> sentido de dividirem as diferentes tarefas e ca<strong>da</strong> elemento contribui<br />
com parte do trabalho, comprometendo-se e responsabilizando-se pela sua realização,<br />
assegura-se a interdependência positiva de tarefas. Quando ca<strong>da</strong> membro <strong>da</strong> equipa tem<br />
apenas uma parte dos recursos, <strong>da</strong> informação ou dos materiais necessários para<br />
completar a tarefa, falámos em interdependência positiva de recursos. Neste caso, os<br />
diferentes elementos do grupo devem partilhar com os restantes colegas todo o material,<br />
para que todos possam atingir os objetivos e, desta forma, concluir a tarefa. A<br />
interdependência positiva de identi<strong>da</strong>de verifica-se quando todos os elementos do grupo<br />
se identificam com o grupo e com o <strong>no</strong>me do grupo a que pertencem. Por último,<br />
verifica-se a interdependência de papéis quando ca<strong>da</strong> elemento tem um papel que está<br />
dependente dos outros, de tal modo que para que o grupo possa atingir os seus<br />
objetivos, é fun<strong>da</strong>mental que ca<strong>da</strong> elemento do grupo execute, com responsabili<strong>da</strong>de e<br />
eficiência, o papel que lhe foi conferido.<br />
Como afirmam Johnson et al. (1999), sem interdependência, não há cooperação.<br />
Os mesmos autores mencionam que a interdependência positiva cria um compromisso<br />
de ca<strong>da</strong> um consigo próprio e com os outros.<br />
Lopes e Silva (2009, p.17) referem que a interdependência positiva traduz-se em<br />
expressões como: “O meu ganho é o vosso ganho”; “Eu não consigo fazer isto sem a<br />
vossa aju<strong>da</strong>!”; “Eu preciso <strong>da</strong> tua aju<strong>da</strong> e tu precisas <strong>da</strong> minha”.<br />
20
O segundo elemento essencial <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa é a responsabili<strong>da</strong>de<br />
individual e de grupo. O grupo deve assumir a responsabili<strong>da</strong>de por alcançar os seus<br />
objetivos e ca<strong>da</strong> elemento do grupo será responsável por cumprir com a sua parte, para<br />
o trabalho comum.<br />
Na aprendizagem cooperativa, o ambiente de aprendizagem caracteriza-se pela<br />
utilização de processos democráticos: os alu<strong>no</strong>s assumem um papel ativo e<br />
responsabilizam-se pela sua própria aprendizagem. A responsabili<strong>da</strong>de individual<br />
implica que ca<strong>da</strong> elemento seja avaliado e que todos saibam que a avaliação do grupo é<br />
o resultado <strong><strong>da</strong>s</strong> avaliações individuais. Isto tem como consequência que sejam os<br />
próprios elementos do grupo a procurarem que todos apren<strong>da</strong>m e realizem com<br />
eficiência máxima as tarefas.<br />
Johnson et al. (1999) referem que a finali<strong>da</strong>de dos grupos <strong>da</strong> aprendizagem<br />
cooperativa é fortalecer ca<strong>da</strong> membro individual, devendo ca<strong>da</strong> elemento contribuir<br />
com a sua parte para a aprendizagem. Ca<strong>da</strong> elemento deve procurar <strong>da</strong>r o seu melhor e<br />
aju<strong>da</strong>r os outros a <strong>da</strong>rem o seu melhor, contribuindo para o sucesso do grupo.<br />
Bidegáin (1999) afirma que o êxito do grupo assenta <strong>no</strong> facto de que todos e<br />
ca<strong>da</strong> um dos alu<strong>no</strong>s apren<strong>da</strong>m e que todos tenham êxito.<br />
O terceiro componente <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa é a interação estimuladora,<br />
preferencialmente face a face. Os elementos de um grupo cooperativo têm de se aju<strong>da</strong>r,<br />
encorajar e apoiar mutuamente, aplaudindo os esforços que todos efetuaram para<br />
conseguirem alcançar os objetivos estabelecidos. Este elemento <strong>da</strong> aprendizagem<br />
cooperativa é designado por interação estimuladora, preferencialmente face a face.<br />
Freitas e Freitas (2002) salientam que a interação estimuladora<br />
preferencialmente face a face é o elemento mais importante <strong>da</strong> aprendizagem<br />
cooperativa. A importância deste elemento, para estes autores, tem a ver com a aju<strong>da</strong><br />
efetiva e eficaz que ca<strong>da</strong> membro do grupo presta aos outros em relação ao<br />
processamento de informação, ao feedback que permite o progresso, à reflexão que leva<br />
a um maior raciocínio e a uma maior capaci<strong>da</strong>de de decisão, ao bom clima que<br />
proporciona uma motivação eleva<strong>da</strong>. Só pode cooperar quem se conhece e aceita. Desta<br />
forma, os grupos têm de ser suficientemente peque<strong>no</strong>s, dois a quatro elementos, para<br />
que todos os elementos se possam olhar olhos <strong>no</strong>s olhos e discutir sobre um problema<br />
de modo a que todos participem (Lopes & Silva, 2009).<br />
O quarto componente <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa consiste em ensinar aos<br />
alu<strong>no</strong>s algumas competências intergrupais e grupais indispensáveis ao trabalho de<br />
21
grupo. Maset (2001) salienta que as competências sociais são a base fun<strong>da</strong>mental para<br />
conseguir a produtivi<strong>da</strong>de de um grupo, devendo ser ensina<strong><strong>da</strong>s</strong> <strong>da</strong> mesma forma que os<br />
conteúdos curriculares. Para que ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong> seja responsável pela tarefa que lhe foi<br />
confia<strong>da</strong> deve adquirir e utilizar corretamente um conjunto de competências sociais e de<br />
peque<strong>no</strong> grupo, de modo que todos os elementos se conheçam e confiem uns <strong>no</strong>s outros;<br />
de modo a que dentro do grupo haja um diálogo aberto e direto; de modo a que todos os<br />
elementos do grupo respeitem as diferenças individuais e se apoiem uns aos outros e<br />
resolvam de forma construtiva os possíveis conflitos que surjam dentro do grupo<br />
(Pujolás, 2001).<br />
Lopes e Silva (2009) afirmam que para que haja uma ver<strong>da</strong>deira cooperação<br />
devem ensinar-se aos alu<strong>no</strong>s competências sociais básicas como, por exemplo, saber<br />
esperar pela sua vez, elogiar os outros, partilhar os materiais, pedir aju<strong>da</strong>, falar num tom<br />
de voz baixa, encorajar os outros, comunicar de forma clara, aceitar as diferenças,<br />
escutar ativamente, resolver conflitos, partilhar ideias, celebrar o sucesso, aju<strong>da</strong>r os<br />
outros, etc.<br />
Johnson et al. (1999) afirmam que os elementos de um grupo devem saber como<br />
orientar-se, tomar decisões, criar um clima de confiança, comunicar e gerir conflitos, o<br />
que só será possível se os alu<strong>no</strong>s adquirirem competências sociais.<br />
O quinto elemento fun<strong>da</strong>mental aos grupos de aprendizagem cooperativa é a<br />
avaliação do grupo. Este componente <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa implica que os<br />
alu<strong>no</strong>s analisem os resultados obtidos, avaliando-os de forma sistemática e periódica,<br />
refletindo sobre o seu trabalho e sobre o funcionamento do grupo.<br />
Johnson et al. (1999) referem que esta avaliação ocorre quando os elementos do<br />
grupo analisam em que medi<strong>da</strong> os objetivos do grupo estão a ser conseguidos, tendo em<br />
conta as regras defini<strong><strong>da</strong>s</strong> inicialmente. Esta avaliação que o grupo faz, deve ain<strong>da</strong>,<br />
estabelecer quais as atitudes positivas e negativas e quais as condutas que o grupo deve<br />
conservar ou alterar. Os mesmos autores referem ain<strong>da</strong> que para estruturar uma<br />
aprendizagem que reúna uma autêntica avaliação do processo de aprendizagem<br />
desenvolvido pelo grupo, os professores devem: (a) avaliar as interações <strong>no</strong> grupo, a<br />
partir <strong>da</strong> sua observação; (b) proporcionar feedback constante, o qual funciona como<br />
uma pausa para analisar o trabalho de grupo. O objetivo é reajustar, se necessário,<br />
alguns procedimentos individuais com o objetivo de assegurar um ver<strong>da</strong>deiro êxito do<br />
trabalho; (c) conceder tempo para a avaliação do processo, de modo a averiguar a<br />
eficiência <strong><strong>da</strong>s</strong> mu<strong>da</strong>nças inseri<strong><strong>da</strong>s</strong>; (d) fomentar espaços de reflexão conjunta para<br />
22
avaliar o desempenho de todos os grupos de trabalho, realçando os aspetos positivos; (e)<br />
demonstrar satisfação através <strong>da</strong> avaliação do processo, de forma a que esta contribua<br />
para a obtenção de melhores resultados de aprendizagem.<br />
Para Gaudet (2004), a avaliação é uma etapa essencial para o desenvolvimento<br />
positivo dos elementos do grupo. Segundo Freitas e Freitas (2002) e Fontes e Freixo<br />
(2004) o professor deve <strong>da</strong>r tempo suficiente aos alu<strong>no</strong>s para analisarem o<br />
funcionamento do grupo e realizarem a sua avaliação.<br />
No que respeita à importância <strong><strong>da</strong>s</strong> características dos grupos cooperativos,<br />
Slavin (1995) considera que o objetivo que o grupo pretende alcançar e a<br />
responsabili<strong>da</strong>de individual são os componentes mais importantes. Já Johnson et al.<br />
(1999) referem como primordial que os alu<strong>no</strong>s dominem as competências sociais sendo<br />
que, quanto maior o domínio dessas competências, maior será o rendimento e<br />
aproveitamento atingidos pelo grupo. Para que se consiga assegurar que todos os<br />
elementos básicos <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa estejam presentes <strong>no</strong> trabalho de grupo,<br />
o professor deve observar sistematicamente os grupos e colocar, de vez em quando,<br />
questões orais ou até requerer a demonstração de determina<strong><strong>da</strong>s</strong> competências a alguns<br />
dos seus elementos. Lopes e Silva (2009) afirmam que: “A utilização <strong>da</strong> aprendizagem<br />
cooperativa exige uma ação disciplina<strong>da</strong> por parte do professor. Os cinco elementos<br />
básicos são não só características próprias dos bons grupos de aprendizagem, mas<br />
representam também uma disciplina que deve aplicar-se rigorosamente para produzir<br />
as condições que conduzam a uma ação cooperativa eficaz” (p.23).<br />
2.4. Os grupos cooperativos: tipos de grupos, critérios de formação e papéis a<br />
desempenhar<br />
Quando o professor utiliza a aprendizagem cooperativa, deve considerar que<br />
existem diferentes tipos de grupos cooperativos, os quais deverão ser utilizados de<br />
acordo com os objetivos que se pretendem alcançar. Segundo Johnson et al. (1999), os<br />
grupos de aprendizagem cooperativa podem ser de três tipos:<br />
Grupos cooperativos de base: têm um funcionamento de longa duração<br />
(pelos me<strong>no</strong>s de aproxima<strong>da</strong>mente um a<strong>no</strong>), sendo heterogéneos e de constituição<br />
permanente. Este tipo de grupos contribuem para que os alu<strong>no</strong>s presenteiem os colegas<br />
com o apoio, a aju<strong>da</strong> e o auxílio que ca<strong>da</strong> um carece para ter um bom desempenho<br />
23
escolar. Permitem, ain<strong>da</strong>, que os alu<strong>no</strong>s estabeleçam relações estáveis, possibilitando<br />
um maior empenho e motivação nas tarefas do grupo, traduzindo-se <strong>no</strong> bom<br />
desenvolvimento cognitivo e social de ca<strong>da</strong> um.<br />
Grupos cooperativos formais: funcionam durante um período de tempo que<br />
pode ir de uma hora a várias semanas de aulas. Segundo Lopes e Silva (2009), nestes<br />
grupos, os alu<strong>no</strong>s trabalham juntos para conseguir objetivos comuns, assegurando-se<br />
que eles próprios e os seus colegas de grupo completam a tarefa de aprendizagem<br />
atribuí<strong>da</strong>. Os grupos formais de aprendizagem cooperativa garantem a participação ativa<br />
dos alu<strong>no</strong>s nas tarefas intelectuais de organizar a matéria, explicá-la, resumi-la e<br />
integrá-la nas suas estruturas concetuais (Lopes & Silva, 2009).<br />
Grupos cooperativos informais: funcionam durante um prazo de tempo muito<br />
curto, durante poucos minutos até uma aula inteira. De acordo com Lopes e Silva<br />
(2009) a ativi<strong>da</strong>de dos grupos informais pode consistir numa conversa de 3 a 5 minutos<br />
entre pares de alu<strong>no</strong>s antes e depois de uma aula ou em diálogos de 2 a 3 minutos entre<br />
pares de alu<strong>no</strong>s durante o decorrer de uma aula. Estes tipos de grupos são utilizados<br />
para ativi<strong>da</strong>des de ensi<strong>no</strong> direto (aula expositiva ou visionamento de um filme ou vídeo)<br />
com o objetivo de manter a atenção dos alu<strong>no</strong>s numa determina<strong>da</strong> matéria a lecionar e<br />
de fomentar um clima propício à aprendizagem, evitando que os alu<strong>no</strong>s dispersem a sua<br />
atenção.<br />
Quando se utiliza qualquer um dos tipos de grupos cooperativos na sala de aula,<br />
o professor deve atender à sua composição. A formação dos grupos é o ponto principal<br />
para quem quer promover a aprendizagem cooperativa na sala de aula. Desta forma,<br />
devem ser tidos em conta pelos professores alguns fatores que podem condicionar o<br />
sucesso do trabalho desenvolvido pelos grupos. Destes fatores destacam-se os seguintes:<br />
a heterogenei<strong>da</strong>de e/ou homogenei<strong>da</strong>de do grupo; o número de elementos constituintes<br />
do grupo; o tempo de duração do grupo e os papéis a desempenhar pelos diferentes<br />
elementos.<br />
A formação dos grupos de trabalho cooperativo deve ser efetua<strong>da</strong> pelo professor.<br />
Ao deixar os próprios alu<strong>no</strong>s fazer a escolha do seu grupo, corre-se o risco de se<br />
obterem grupos de amigos e não ver<strong>da</strong>deiros grupos de trabalho, como se pretende. A<br />
escolha pelo professor deve ser feita quando já possui informações acerca dos seus<br />
24
alu<strong>no</strong>s; <strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente informações sobre as suas capaci<strong>da</strong>des intelectuais e sobre a sua<br />
estruturação pessoal. Depois de conhecer os seus alu<strong>no</strong>s, o professor pode equilibrar o<br />
grupo desenvolvendo condições para o seu melhor funcionamento. Na opinião de<br />
Freitas e Freitas (2002), a formação dos grupos ao acaso só é indica<strong>da</strong> para os primeiros<br />
dias de aulas, quando há necessi<strong>da</strong>de de fomentar o conhecimento mútuo, para fortificar<br />
o espírito de grupo ou quando os alu<strong>no</strong>s já se encontram bem treinados nas técnicas de<br />
aprendizagem cooperativa.<br />
A preferência pela heterogenei<strong>da</strong>de ou pela homogenei<strong>da</strong>de dos grupos constitui<br />
um aspeto que deve ter a maior atenção pelo professor que queira promover a<br />
aprendizagem cooperativa e sobre o qual não existe unanimi<strong>da</strong>de de opiniões.<br />
Vários autores como O’Donnell e Dansereau (s.d como citados em Berrocal &<br />
Zabal, 1995), Johnson et al. (1999), Díaz-Aguado (2000) e Lopes e Silva (2009)<br />
afirmam que a aprendizagem cooperativa é mais vantajosa quando os grupos são<br />
heterogéneos. Estes autores referem que os grupos de trabalho em ambiente cooperativo<br />
devem ter uma composição heterogénea, <strong>no</strong> que diz respeito à i<strong>da</strong>de, ao género, à raça,<br />
à classe social, às capaci<strong>da</strong>des e ao aproveitamento escolar. Alegam ain<strong>da</strong>, que os<br />
alu<strong>no</strong>s alcançaram melhores resultados, tanto <strong>no</strong> domínio cognitivo como atitudinal,<br />
quando trabalharam em grupos cooperativos heterogéneos comparativamente a<br />
situações em que trabalharam em grupos homogéneos.<br />
A diversi<strong>da</strong>de encontra<strong>da</strong> <strong>no</strong>s grupos heterogéneos possibilita aos seus diferentes<br />
elementos debaterem os diferentes pontos de vista e os diversos processos de resolução<br />
de problemas estimulando, desta forma, a criativi<strong>da</strong>de, o pensamento divergente e o<br />
progresso social e cognitivo de ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong>, aumentando a sua compreensão e raciocínio.<br />
A divisão de tarefas e a entreaju<strong>da</strong> beneficia a participação dos alu<strong>no</strong>s que expressam<br />
mais dificul<strong>da</strong>des, pois estes contam com o apoio dos colegas com mais capaci<strong>da</strong>des na<br />
resolução <strong>da</strong> tarefa. Díaz-Aguado (2000; 2006) narra que os contextos heterogéneos em<br />
que convivem diferentes grupos étnicos e culturais, colaboram <strong>no</strong> desenvolvimento <strong>da</strong><br />
tolerância e <strong>no</strong> estabelecimento de igual<strong>da</strong>des.<br />
Por outro lado, Slavin (1999) considera que a aprendizagem cooperativa tem<br />
bons resultados em classes homogéneas. Também Pujolás (2001) considera que os<br />
grupos homogéneos apresentam vantagens na medi<strong>da</strong> em que facilitam a intervenção do<br />
professor, ao contrário dos grupos heterogéneos. Nestes últimos, o professor dirige-se a<br />
um grupo de alu<strong>no</strong>s com características diferentes, enquanto que <strong>no</strong>s grupos<br />
homogéneos subsiste um grupo de alu<strong>no</strong>s com características semelhantes. No entanto,<br />
25
o mesmo autor refere que os grupos homogéneos apresentam alguns inconvenientes,<br />
uma vez que estes não proporcionam interações positivas entre alu<strong>no</strong>s - fator<br />
imprescindível para educar valores, <strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente a cooperação - e, se os elementos do<br />
grupo manifestam características negativas, o clima do grupo pode tornar-se pouco<br />
propício e pouco motivador para o processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem. O mesmo autor<br />
menciona, igualmente, que são os grupos heterogéneos os que se ajustam mais à<br />
socie<strong>da</strong>de, que é similarmente heterogénea.<br />
No entanto, Johnson et al. (1999) alertam para o facto de que o que determina a<br />
produtivi<strong>da</strong>de de um grupo não é tanto quem são os seus membros mas em que medi<strong>da</strong><br />
trabalham bem juntos.<br />
Em síntese, apesar de as opiniões não serem unânimes, a constituição dos grupos<br />
heterogéneos ou homogéneos deve ser feita segundo os objetivos de aprendizagem,<br />
necessi<strong>da</strong>des dos alu<strong>no</strong>s e do professor. Se este pretende facilitar a sua intervenção <strong>no</strong><br />
desenvolvimento de determina<strong><strong>da</strong>s</strong> competências, deve constituir grupos homogéneos.<br />
Contudo, deve ter em conta que se o grupo homogéneo que estabelecer for apenas<br />
constituído por alu<strong>no</strong>s com baixo rendimento escolar, o processo de ensi<strong>no</strong>aprendizagem<br />
para estes alu<strong>no</strong>s pode tornar-se pouco motivador, gerando, <strong>no</strong>s mesmos,<br />
expetativas negativas.<br />
Por outro lado, ao constituir grupos heterogéneos o professor possibilita um<br />
aumento do conflito de ideias, de diferentes perspetivas e processos de resolução de<br />
problemas, o que estimula a aprendizagem, a criativi<strong>da</strong>de e o desenvolvimento<br />
cognitivo, atitudinal e afetivo. Os grupos heteróge<strong>no</strong>s permitem ain<strong>da</strong>, aumentar a<br />
quali<strong>da</strong>de do raciocínio quando os alu<strong>no</strong>s dão e recebem explicações e a retenção a<br />
longo prazo.<br />
Relativamente ao tamanho do grupo de aprendizagem cooperativa, não existe<br />
uma dimensão ideal. A dimensão do grupo pode depender do tipo de ativi<strong>da</strong>de que se<br />
pretende realizar e do nível de competências cooperativas adquiri<strong><strong>da</strong>s</strong> pelos seus<br />
elementos.<br />
O tamanho dos grupos pode condicionar a aprendizagem, devendo estes ser<br />
relativamente peque<strong>no</strong>s. Marza<strong>no</strong> (2007) recomen<strong>da</strong>, como mais eficientes para a<br />
maioria <strong><strong>da</strong>s</strong> situações, grupos de 3 a 4 elementos. O aumento do número de elementos,<br />
relativamente a este número, reflete-se numa diminuição de ganhos na aprendizagem.<br />
Também, Freitas e Freitas (2002) mencionam que a experiência tem demonstrado que<br />
mais do que quatro elementos por grupo torna o trabalho complicado e, desta forma, os<br />
26
professores gostam de trabalhar com grupos de três elementos. Grupos mais reduzidos<br />
possibilitam que todos os elementos se envolvam na tarefa, permitindo que se<br />
estabeleça mais facilmente a interação face a face. Este tipo de grupos facilita o<br />
processo de avaliação, aumentando também a coesão do grupo. Os mesmos autores,<br />
citando Kagan e Kagan (1998), sustentam que os grupos devem possuir quatro<br />
elementos, realçando as seguintes razões: (a) em vários métodos fomenta-se o trabalho<br />
em pares dentro do grupo; (b) em grupos de 3 elementos muitas vezes só interagem 2<br />
elementos marginalizando-se um deles; e (c) num grupo de 4 elementos será possível<br />
encontrar diferenças de desenvolvimento que proporcionam uma maior evolução<br />
fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> na interação.<br />
Johnson et al. (1999) defendem que os grupos cooperativos devem ter dois a<br />
quatro elementos. Para estes autores, quanto mais peque<strong>no</strong> for o grupo melhor porque,<br />
desta forma, o professor pode observar facilmente o desempenho dos alu<strong>no</strong>s, tornandoos<br />
mais responsáveis pelos seus atos, proporcionando uma aprendizagem mais<br />
dinâmica.<br />
Figura1 - Número possível de pares em grupos de três a quatro elementos (a<strong>da</strong>ptado de Freitas & Freitas,<br />
2002).<br />
Quanto ao tempo de duração de um grupo, este depende do tempo necessário à<br />
realização <strong>da</strong> tarefa pretendi<strong>da</strong>, do tipo de grupo de aprendizagem que se está a utilizar<br />
e, claramente, <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de alcança<strong>da</strong> pelos alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong> que diz respeito ao domínio <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
competências cooperativas.<br />
27
Freitas e Freitas (2002) referem que os alu<strong>no</strong>s devem continuar <strong>no</strong> mesmo grupo<br />
o tempo essencial para que se desenvolvam competências sociais e para que os<br />
elementos do grupo estabeleçam uma maior ligação entre si e ganhem maturi<strong>da</strong>de. Os<br />
mesmos autores referem, ain<strong>da</strong>, que os alu<strong>no</strong>s devem permanecer <strong>no</strong> mesmo grupo o<br />
tempo suficiente para que este adquira identi<strong>da</strong>de, alcance bons resultados e realize os<br />
objetivos estabelecidos inicialmente. É ain<strong>da</strong> importante que a duração de um grupo<br />
permita resolver possíveis conflitos que se estabeleçam entre os seus elementos.<br />
Quando um grupo de trabalho demonstra dificul<strong>da</strong>des de funcionamento, o professor<br />
deve possibilitar que os elementos permaneçam mais tempo em grupo pois, caso<br />
contrário, os alu<strong>no</strong>s não assimilam as competências essenciais à resolução de<br />
problemas, podendo mesmo emergir a ideia erra<strong>da</strong> de que quando surge um conflito o<br />
melhor caminho é a desistência <strong>da</strong> resolução desse conflito.<br />
De forma a garantir o êxito dos grupos de aprendizagem cooperativa e para que<br />
estes funcionem de forma estável, é necessário que todos os elementos do grupo saibam<br />
de que forma podem cooperar e saibam valorizar-se reciprocamente. Assim, para além<br />
<strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas a realizar, ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong> terá um papel concreto a desempenhar <strong>no</strong> grupo. Os<br />
papéis indicam o que pode esperar ca<strong>da</strong> membro do grupo que os outros façam e,<br />
indubitavelmente, o que ca<strong>da</strong> um deles está impelido a fazer. A atribuição de papéis aos<br />
diferentes elementos de um grupo evita que alguns alu<strong>no</strong>s “vivam à pala dos outros”,<br />
ou seja, enquanto alguns fazem a maior parte do trabalho ou mesmo todo, outros<br />
“apanham boleia” (Slavin, 1999).<br />
Johnson et al. (1999) referem as vantagens <strong>da</strong> atribuição de papéis dentro do<br />
grupo <strong>da</strong>do que, segundo os autores, permitem:<br />
criar uma interdependência entre todos os elementos do grupo, como<br />
resultado <strong>da</strong> atribuição aos diferentes elementos do grupo de papéis complementares e<br />
interligados;<br />
reduzir a probabili<strong>da</strong>de de que alguns alu<strong>no</strong>s assumam uma posição passiva<br />
ou dominadora dentro do grupo e que todos os membros as apren<strong>da</strong>m;<br />
que todos os elementos do grupo utilizem as regras básicas <strong>da</strong> aprendizagem<br />
cooperativa.<br />
De acordo com Lopes e Silva (2009) atribuir papéis ao grupo é uma <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
maneiras mais eficazes de assegurar de que todos os membros de um grupo trabalhem<br />
juntos.<br />
28
Num modelo de aprendizagem cooperativa, repartem-se as responsabili<strong>da</strong>des e,<br />
<strong>no</strong> decorrer <strong>da</strong> utilização desta metodologia, todos têm possibili<strong>da</strong>de de experimentar os<br />
diferentes papéis.<br />
Diferentes autores propõem diferentes papéis que os alu<strong>no</strong>s podem desempenhar<br />
<strong>no</strong>s grupos de aprendizagem cooperativa. Contudo, a opção do professor em atribuir<br />
diferentes papéis aos elementos do grupo depende dos objetivos, <strong><strong>da</strong>s</strong> características <strong>da</strong><br />
tarefa e <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de dos alu<strong>no</strong>s.<br />
Segundo Fraile (1998) os papéis agrupam-se nas seguintes categorias (quadro<br />
II):<br />
Papéis que favorecem a integração dos alu<strong>no</strong>s dentro do grupo: possibilitam<br />
desenvolver um clima favorável para que o grupo execute com sucesso as tarefas<br />
propostas, alcance os seus objetivos e se torne mais unido;<br />
Papéis que favorecem o desenvolvimento <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas: possibilitam que o<br />
grupo planeie e execute com maior eficiência as suas tarefas.<br />
29
Quadro II<br />
Papéis que os alu<strong>no</strong>s podem desempenhar <strong>no</strong>s grupos cooperativos (a<strong>da</strong>ptado de Fraile, 1998)<br />
Categoria Papéis Função<br />
Papéis que<br />
favorecem a<br />
integração dos<br />
alu<strong>no</strong>s dentro do<br />
grupo<br />
Papéis que<br />
favorecem o<br />
desenvolvimento<br />
<strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas<br />
Estimulador<br />
Intermediário<br />
Verificador<br />
Facilitador de<br />
comunicação<br />
Observador<br />
Conciliador<br />
Gestor de<br />
recursos<br />
Registador<br />
Controlador<br />
Avaliador<br />
Coordenador<br />
Estimulador<br />
Elogia<br />
Mostra soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de<br />
Aceita a contribuição de todos<br />
Mostra compreensão face a pontos de vista diferentes<br />
Solicita, quando necessário, aju<strong>da</strong> ao professor<br />
para a resolução de situações mais difíceis<br />
Regista as respostas do grupo<br />
Arquiva todo o material que o grupo produziu<br />
Coordena to<strong>da</strong> a ativi<strong>da</strong>de do grupo<br />
Assegura que todos compreendem as instruções<br />
Orienta a elaboração de todo o pla<strong>no</strong> de trabalho<br />
Estimula a participação de todos os elementos do grupo<br />
Regista e a<strong>no</strong>ta o desempenho de ca<strong>da</strong> um dos elementos do<br />
grupo para a execução <strong>da</strong> tarefa<br />
A<strong>no</strong>ta e apresenta os progressos realizados pelo grupo<br />
Previne e concilia os possíveis conflitos que possam surgir<br />
dentro do grupo<br />
Encoraja e felicita o trabalho de todos os elementos<br />
É responsável por manter atualizado e de fácil acesso os<br />
materiais necessários para o trabalho, desde o dossier<br />
de documentação ao material necessário à apresentação<br />
Procura os materiais que o grupo decidiu serem necessários<br />
Faz contatos e algumas pesquisas complementares à<br />
informação recolhi<strong>da</strong><br />
A<strong>no</strong>ta as sugestões<br />
Regista as discussões e as conclusões<br />
É a “memória” do grupo<br />
Controla o tempo<br />
Lembra os prazos para a realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas propostas<br />
Faz a previsão do tempo necessário para a execução de ca<strong>da</strong><br />
etapa do trabalho<br />
Controla o ruído e o tom de voz<br />
Avalia o desempenho de ca<strong>da</strong> elemento do grupo na<br />
execução <strong><strong>da</strong>s</strong> diferentes tarefas<br />
Faz a avaliação do trabalho realizado pelo grupo<br />
Mostra a relação entre as diferentes opiniões e sugestões<br />
Coordena as diferentes ativi<strong>da</strong>des<br />
Está atento à interação entre os diferentes elementos do<br />
grupo<br />
Procura harmonizar os conflitos que possam surgir<br />
Mantém a comunicação entre todos os elementos do grupo<br />
Encoraja a intervenção de todos os elementos do grupo<br />
Estimula a participação<br />
Promove a integração de todos os elementos do grupo<br />
Encoraja comportamentos positivos<br />
30
De acordo com Johnson et al. (1999) <strong>no</strong> início <strong>da</strong> utilização <strong>da</strong> aprendizagem<br />
cooperativa o professor não deve atribuir um papel concreto aos alu<strong>no</strong>s. Os autores<br />
referem que deverá ocorrer uma preparação antecipa<strong>da</strong> dos papéis a executar pelos<br />
alu<strong>no</strong>s. Estes deverão começar por trabalhar juntos sem lhes ser atribuído qualquer<br />
papel e, à medi<strong>da</strong> que forem adquirindo competências cooperativas, os papéis devem ser<br />
inseridos.<br />
O professor deverá ter em atenção outros fatores aquando <strong>da</strong> atribuição de<br />
papéis. De forma a evitar reclamações por parte dos alu<strong>no</strong>s, o professor deverá informar<br />
estes últimos que os papéis serão rotativos, possibilitando que todos os elementos do<br />
grupo exerçam o maior número de vezes o mesmo papel. A rotativi<strong>da</strong>de dos papéis vai<br />
possibilitar que os diversos papéis vão sendo interiorizados ao longo do tempo pelos<br />
alu<strong>no</strong>s. O professor pode atribuir aos alu<strong>no</strong>s mais do que um papel, dependendo <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
ativi<strong>da</strong>des a realizar e <strong><strong>da</strong>s</strong> capaci<strong>da</strong>des dos diferentes elementos do grupo.<br />
2.5. Vantagens e desvantagens <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa<br />
Como já anteriormente referido, a investigação que tem vindo a ser feita <strong>no</strong><br />
domínio <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa tem demonstrado claramente as vantagens <strong>da</strong> sua<br />
utilização, <strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente, <strong>no</strong> que diz respeito a melhorias a nível dos resultados<br />
escolares. Quando se procede à comparação dos efeitos <strong>da</strong> utilização dos métodos<br />
cooperativos com os métodos de ensi<strong>no</strong> tradicional, os resultados obtidos mostram uma<br />
maior eficácia <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa em termos de promoção do sucesso escolar<br />
(Johnson & Johnson, 1990; Slavin, 1983, 1991b, 1996).<br />
Lopes e Silva (2009), tendo por base o trabalho de vários autores, referem que os<br />
benefícios <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa se podem dividir em quatro categorias: sociais,<br />
psicológicos, académicos e de avaliação, como se pode constatar <strong>no</strong> quadro III.<br />
31
Quadro III<br />
Benefícios <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa (a<strong>da</strong>ptado de Lopes & Silva, 2009)<br />
Categorias<br />
Benefícios<br />
sociais<br />
Benefícios<br />
psicológicos<br />
Dimensões<br />
Estimula e desenvolve as relações interpessoais<br />
Cria um sistema de apoio social mais forte<br />
Encoraja a responsabili<strong>da</strong>de pelos outros<br />
Encoraja a compreensão <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de<br />
Desenvolve um maior número de relações heterogéneas positivas<br />
Estabelece um clima de cooperação<br />
Fomenta a prática do desenvolvimento de competências de liderança<br />
Aju<strong>da</strong> os professores a deixarem de ser o centro do processo de ensi<strong>no</strong> para se<br />
tornarem facilitadores <strong>da</strong> aprendizagem, permitindo passar <strong>da</strong> aprendizagem<br />
centra<strong>da</strong> <strong>no</strong> professor para a aprendizagem centra<strong>da</strong> <strong>no</strong> alu<strong>no</strong><br />
Promove respostas sociais positivas em relação aos problemas<br />
Estimula um ambiente de apoio à gestão de resolução dos conflitos<br />
Promove o aumento <strong>da</strong> auto-estima<br />
Melhora a satisfação do alu<strong>no</strong> com as experiências de aprendizagem<br />
Encoraja os alu<strong>no</strong>s a aceitar aju<strong>da</strong> e a aceitar a tutoria dos outros colegas<br />
Estabelece eleva<strong><strong>da</strong>s</strong> expetativas para os alu<strong>no</strong>s e para os professores<br />
A ansie<strong>da</strong>de na sala de aula e <strong>no</strong>s testes é significativamente reduzi<strong>da</strong><br />
Cria uma atitude mais positiva dos alu<strong>no</strong>s em relação aos professores<br />
Benefícios<br />
académicos<br />
Estimula o pensamento crítico<br />
Aju<strong>da</strong> os alu<strong>no</strong>s a clarificar as ideias através <strong>da</strong> discussão e do debate<br />
Desenvolve competências de pensamento de nível superior<br />
Desenvolve as competências de comunicação oral<br />
Fomenta as competências metacognitivas <strong>no</strong>s alu<strong>no</strong>s<br />
As discussões cooperativas melhoram a recor<strong>da</strong>ção do conteúdo do texto por<br />
parte dos alu<strong>no</strong>s<br />
Cria um ambiente de aprendizagem ativo, envolvente e investigativo<br />
Aumenta a capaci<strong>da</strong>de de retenção do alu<strong>no</strong><br />
Aumenta a persistência dos alu<strong>no</strong>s na conclusão dos exercícios e a<br />
probabili<strong>da</strong>de de serem bem-sucedidos na conclusão dos mesmos<br />
Melhora o rendimento escolar dos alu<strong>no</strong>s e a assidui<strong>da</strong>de às aulas<br />
Os alu<strong>no</strong>s mais fracos melhoram o seu desempenho quando se juntam<br />
com colegas que têm melhor rendimento escolar<br />
Permite atender às diferenças de estilos de aprendizagem dos alu<strong>no</strong>s<br />
Benefícios na<br />
avaliação<br />
Proporciona formas de avaliação alternativas tais como a observação de<br />
grupos, avaliação do espírito do grupo e avaliações individuais escritas curtas<br />
Proporciona feedback imediato aos alu<strong>no</strong>s e ao professor sobre a eficácia de<br />
ca<strong>da</strong> turma e sobre o progresso dos alu<strong>no</strong>s, a partir <strong>da</strong> observação do trabalho<br />
individual e em grupo<br />
Os grupos são mais fáceis de supervisionar do que os alu<strong>no</strong>s individualmente<br />
32
De acordo com Slavin (1991a;1991b) o sucesso <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa<br />
verifica-se em todo o tipo de alu<strong>no</strong>s, independentemente do sexo, <strong>da</strong> etnia e <strong>da</strong><br />
competência académica. A investigação permite, ain<strong>da</strong>, sustentar que os resultados<br />
positivos <strong>da</strong> utilização <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa se verificam em todos os níveis de<br />
ensi<strong>no</strong>. Os mesmos autores referem que foram encontrados efeitos positivos sobre a<br />
auto-estima e sobre o autoconceito a partir <strong>da</strong> utilização de métodos de aprendizagem<br />
cooperativa. Os sentimentos de união criados <strong>no</strong> interior dos grupos e o facto do sucesso<br />
escolar dos alu<strong>no</strong>s aumentar, bem como a perceção que têm deste aumento, poderão<br />
explicar as melhorias ao nível <strong>da</strong> auto-estima e do autoconceito dos sujeitos.<br />
De acordo com Johnson e Johnson (1994), pelo facto de os métodos de<br />
aprendizagem cooperativa se apoiarem grandemente na importância <strong>da</strong> ação e na<br />
influência dos grupos <strong>no</strong>s indivíduos, é natural que a aprendizagem cooperativa lhes<br />
promova atitudes positivas, relativamente às matérias de estudo e à aprendizagem,<br />
quando compara<strong><strong>da</strong>s</strong> com outros tipos de aprendizagem, como a competitiva ou a<br />
individualista. A condição de forte interdependência entre os elementos de ca<strong>da</strong> grupo,<br />
com o consequente aumento e fortalecimento <strong><strong>da</strong>s</strong> relações interpessoais, bem como o<br />
aumento do tempo dedicado à realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas despertam sentimentos e avaliações<br />
positivas relativamente à matéria em estudo.<br />
Johnson et al. (1999) referem estudos efetuados sobre as diferentes metodologias<br />
(competitiva, individualista e cooperativa) onde se confere que a aprendizagem<br />
cooperativa apresenta vantagens relativamente às outras metodologias porque: (a)<br />
aumenta as relações positivas dentro do grupo cooperativo, desenvolvendo o espírito de<br />
grupo bem como a sua união e aumenta a soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de e o respeito social e académico;<br />
(b) os elementos do grupo apresentam maior saúde mental devido ao fortalecimento do<br />
“eu” fomentando a auto-estima, devido ao maior desenvolvimento social e devido ao<br />
aumento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de enfrentar e resolver problemas; e (c) os elementos do grupo<br />
cooperativo desenvolvem maiores esforços para conseguirem um bom desempenho uma<br />
vez que possuem uma maior produtivi<strong>da</strong>de, logo um maior rendimento; os alu<strong>no</strong>s<br />
sentem-se mais motivados, despendendo mais tempo para a realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas<br />
propostas, ocorrendo uma retenção do conhecimento a longo prazo.<br />
Sanches (1994) apresenta também as vantagens <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa<br />
relativamente a outros métodos de ensi<strong>no</strong>: a interdependência positiva entre os membros<br />
do grupo; a responsabili<strong>da</strong>de individual, a liderança partilha<strong>da</strong>; a ênfase tanto na tarefa<br />
como na manutenção do grupo; a aprendizagem e ensi<strong>no</strong> de aptidões sociais; a<br />
33
egulação interna dos ritmos de aprendizagem pelos colegas; atitudes positivas para com<br />
os conteúdos <strong>da</strong> aprendizagem; o desenvolvimento de estratégias cognitivas de ordem<br />
mais eleva<strong>da</strong>; o confronto entre ideias, opiniões, teorias e conclusões; a motivação para<br />
aprender; a retenção a longo prazo; o nível de compreensão mais profundo e o<br />
desenvolvimento do pensamento crítico.<br />
Apesar de todos os benefícios referidos, alguns autores referem que se os<br />
métodos cooperativos não forem utilizados de forma adequa<strong>da</strong>, podem apresentar<br />
desvantagens.<br />
Lopes e Silva (2009) fazem referência a algumas dessas desvantagens: (a) os<br />
alu<strong>no</strong>s valorizam muitas vezes o processo ou os procedimentos em detrimento <strong>da</strong><br />
aprendizagem; (b) em vez de reestruturarem as conceções alternativas, os alu<strong>no</strong>s podem<br />
reforçá-las; (c) a socialização e as relações interpessoais podem ter primazia sobre a<br />
aprendizagem concetual; (d) pode haver um aumento, em vez de uma diminuição, dos<br />
estatutos dentro dos grupos; e (e) os alu<strong>no</strong>s podem simplesmente mu<strong>da</strong>r a dependência<br />
do professor para a dependência do “perito” do grupo.<br />
Outros autores consideram outras desvantagens <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa:<br />
1) “Dispersão <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de”/“an<strong>da</strong>r à boleia” (Slavin, 1999 como<br />
citado em Lopes & Silva, 2009). Enquanto alguns alu<strong>no</strong>s trabalham há outros que não<br />
participam, quer seja por preguiça ou porque são encarados pelos outros como me<strong>no</strong>s<br />
capazes.<br />
2) Perigo de especialização na tarefa. Se a matéria é dividi<strong>da</strong> por vários grupos<br />
de trabalho, os alu<strong>no</strong>s aprendem muito sobre a parte em que trabalharam, mas não sobre<br />
o resto <strong>da</strong> matéria.<br />
3) Forma de exploração (Robinson & Clinkenbeard, 1998 como citado em<br />
Arends, 2008). O facto se de colocar os alu<strong>no</strong>s com maiores capaci<strong>da</strong>des a trabalhar<br />
com outros que têm mais dificul<strong>da</strong>des não beneficia necessariamente os primeiros e a<br />
utilização desta estratégia é considera<strong>da</strong> como uma forma de exploração desses alu<strong>no</strong>s.<br />
Fraile (1998) refere que quando o professor pretende implementar a<br />
aprendizagem cooperativa na sala de aula torna-se necessário doses de persistência e<br />
paciência sobretudo <strong>no</strong> início.<br />
As desvantagens deste método de aprendizagem devem ser encara<strong><strong>da</strong>s</strong> como<br />
desafios, tanto para o professor como para os alu<strong>no</strong>s. Apesar <strong><strong>da</strong>s</strong> dificul<strong>da</strong>des iniciais,<br />
os frutos de um trabalho bem pensado virão a seu tempo.<br />
34
Apesar <strong><strong>da</strong>s</strong> desvantagens referi<strong><strong>da</strong>s</strong>, os estudos confirmam os argumentos de<br />
muitos autores de que a aprendizagem cooperativa tem inúmeras vantagens para os<br />
alu<strong>no</strong>s, mostrando que esta metodologia provou ser muito vantajosa <strong>no</strong> processo de<br />
ensi<strong>no</strong>-aprendizagem.<br />
2.6. Papel do professor na aprendizagem cooperativa<br />
“O professor não terá mais o prazer de desempenhar o papel principal numa peça que ele<br />
escreveu e também dirige, mas deverá sair do centro <strong>da</strong> cena para <strong>da</strong>r lugar a muitos outros autores - os<br />
alu<strong>no</strong>s - que desempenharão os papéis principais numa peça que o professor poderá até dirigir, mas que<br />
foi escrita por outros vários autores”.<br />
Belloni (2006 como citado em Araújo, s.d).<br />
O professor desempenha, na aprendizagem cooperativa, um papel bem mais<br />
complexo do que <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> tradicional. Segundo Fraile (1998), o professor facilita o<br />
processo de aprendizagem cooperativa, fortificando a confiança e a independência entre<br />
os seus elementos, auxilia na resolução de situações problemáticas e presencia,<br />
constantemente, os grupos observando as atitudes/comportamentos manifestados pelos<br />
seus elementos.<br />
Para Pujolàs (2008), num ambiente cooperativo, o professor partilha com os seus<br />
alu<strong>no</strong>s a responsabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> aprendizagem uma vez que, em grupo, os alu<strong>no</strong>s aprendem<br />
uns com os outros. Desta forma, conforme refere Díaz-Aguado (2000), os alu<strong>no</strong>s<br />
assumem um papel mais ativo <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem e o professor deixa<br />
de ser um simples transmissor de informação, passando a ser um mediador que facilita a<br />
construção do conhecimento. Estas mu<strong>da</strong>nças, segundo Panitz (2007), podem ocasionar<br />
que os professores não utilizam a aprendizagem cooperativa, não pelas suas<br />
desvantagens, mas pelos seguintes motivos:<br />
per<strong>da</strong> de controlo na sala de aula;<br />
os professores sentem falta de auto-confiança;<br />
medo de se perder <strong>no</strong> assunto <strong>da</strong> aprendizagem;<br />
necessi<strong>da</strong>de de preparar materiais para usar na sala de aula;<br />
o ego dos professores;<br />
necessi<strong>da</strong>de de se familiarizarem com técnicas alternativas de avaliação;<br />
preocupação com a avaliação do professor e do progresso pessoal;<br />
35
esistência dos alu<strong>no</strong>s aos métodos de aprendizagem cooperativa;<br />
necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> familiarização com os métodos de aprendizagem cooperativa<br />
e de orientar a aula;<br />
necessi<strong>da</strong>de de trei<strong>no</strong> do professor em métodos de aprendizagem cooperativa;<br />
turmas grandes e instalações na sala de aula inapropria<strong><strong>da</strong>s</strong>.<br />
Além dos fatores mencionados condicionarem a utilização <strong>da</strong> aprendizagem<br />
cooperativa, Fraile (1998 como citado em Fontes & Freixo, 2004), revela que os<br />
professores apontam outras dificul<strong>da</strong>des na sua utilização, como por exemplos: (a) os<br />
alu<strong>no</strong>s apresentarem ritmos de trabalho e níveis académicos diferentes; (b) os alu<strong>no</strong>s<br />
manifestarem atitudes individuais de trabalho e aprendizagens marcantes e diferentes;<br />
(c) o professor não ter formação nem motivação para a utilização desta metodologia; e<br />
(d) a falta de apoio, quer por parte dos professores de um conselho de turma, quer <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
próprias famílias, cujas preocupações se centralizam essencialmente na obtenção de<br />
conhecimentos em detrimento do desenvolvimento de competências sociais e afetivas.<br />
Mir et al. (1998) e Palmer, Peters e Streetman (2003) consideram que as<br />
dificul<strong>da</strong>des <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa está relaciona<strong>da</strong> com o<br />
modo de organização escolar vigorante nas escolas, porque os professores agarrados aos<br />
programas e ao modo como se organizam os departamentos curriculares, dificilmente<br />
têm vontade de utilizar metodologias i<strong>no</strong>vadoras.<br />
A aprendizagem cooperativa leva tempo para ser implementa<strong>da</strong>, o que pode<br />
ocasionar um atraso na aprendizagem dos conteúdos e <strong><strong>da</strong>s</strong> competências necessárias<br />
para a eficiência do trabalho em grupo. Esta fase inicial de implementação pode <strong>da</strong>r ao<br />
professor sentimentos de insegurança e de receio. O professor está habituado a<br />
apresentar to<strong>da</strong> a matéria para a turma e quando põe os alu<strong>no</strong>s a trabalhar apenas numa<br />
parte dessa matéria pode causar-lhe uma certa ansie<strong>da</strong>de em relação àquilo que os seus<br />
alu<strong>no</strong>s aprendem. Ou seja, o professor receia que os alu<strong>no</strong>s apren<strong>da</strong>m apenas a parte <strong>da</strong><br />
matéria que trabalharam. Além do mais, o professor está acostumado a ser um mero<br />
transmissor de conhecimentos. Ao não mostrar tudo aquilo que sabe sobre determinado<br />
conteúdo, pode causar-lhe falta de confiança nas suas capaci<strong>da</strong>des educativas. Outra<br />
dificul<strong>da</strong>de é que, infelizmente, os manuais trazem poucas sugestões de ativi<strong>da</strong>des de<br />
grupo o que leva à necessi<strong>da</strong>de de criar materiais complementares. Assim, o tempo do<br />
36
professor é empregue na implementação do modelo, bem como na construção de<br />
materiais que se lhe a<strong>da</strong>ptem e, estas ativi<strong>da</strong>des exigem muito tempo disponível.<br />
De acordo com Johnson et al. (1991) e Arends (1995) há várias tarefas a realizar<br />
por parte do professor, quando se pretende implementar a aprendizagem cooperativa. O<br />
professor deve definir, com clareza, os objetivos de trabalho, quer académicos quer<br />
sociais, que os alu<strong>no</strong>s devem atingir. Deve, ain<strong>da</strong>, explicar, de forma clara, as tarefas a<br />
realizar para que os alu<strong>no</strong>s enten<strong>da</strong>m o que lhes é pedido e assim possam realizar com<br />
eficácia o seu trabalho. Tem também o papel de motivar os alu<strong>no</strong>s para a realização <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
tarefas propostas e explicar os comportamentos cooperativos a desempenhar,<br />
<strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente a responsabili<strong>da</strong>de individual, a interdependência positiva e a interação<br />
pessoal, de forma a que o grupo seja um autêntico grupo cooperativo (Johnson et al.,<br />
1999). Os mesmos autores referem que o professor deve, ain<strong>da</strong>, proporcionar tempo e<br />
apoio ao trabalho de grupo.<br />
Segundo Sanches (1994) e Bidegáin (1999), o uso <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa<br />
na sala de aula põe em evidência o professor <strong>no</strong> planeamento <strong><strong>da</strong>s</strong> ativi<strong>da</strong>des como na<br />
monitorização dos grupos. Os autores referem, ain<strong>da</strong>, que a intervenção do professor<br />
recai principalmente na observação atenta dos grupos, na análise <strong><strong>da</strong>s</strong> dificul<strong>da</strong>des por<br />
eles apresenta<strong><strong>da</strong>s</strong> e na estruturação de processos para que avaliem a eficiência do seu<br />
trabalho. No que respeita à atenção ao grupo, o professor deve escutar os comentários<br />
dos alu<strong>no</strong>s, presenciar as interações que estabelecem entre si, bem como as<br />
competências que evidenciam e a forma como todos os membros do grupo<br />
desempenham os papéis que lhe foram atribuídos.<br />
Em suma, o professor assume a função de “facilitador” na medi<strong>da</strong>, em que<br />
auxilia na toma<strong>da</strong> de decisões e cede progressivamente aos alu<strong>no</strong>s o controlo <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
ativi<strong>da</strong>des. Enquanto “mediador” divide as tarefas e organiza as ativi<strong>da</strong>des, o material,<br />
a aula e os grupos de trabalho. O professor é ain<strong>da</strong> um “observador” na sala de aula,<br />
dinamizando a cooperação, valorizando o processo de resolução de problemas e<br />
intervindo de acordo com as dificul<strong>da</strong>des dos alu<strong>no</strong>s.<br />
Como referem Vala<strong>da</strong>res e Moreira (2009, p.109), “quanto melhor o professor<br />
desempenhar o seu papel, mais os alu<strong>no</strong>s se irão tornando autó<strong>no</strong>mos, responsáveis e<br />
capazes de se auto-organizar”.<br />
37
2.7. A aprendizagem cooperativa e a aprendizagem tradicional<br />
Cohen (1994 como citado em Veenman, 2001) refere que a investigação tem<br />
mostrado que a aprendizagem cooperativa leva a um melhor desempenho dos alu<strong>no</strong>s<br />
quando compara<strong>da</strong> com o ensi<strong>no</strong> tradicional. Este, segundo Forman (1989), distingue-se<br />
<strong>da</strong> aprendizagem cooperativa em numerosos aspetos.<br />
Perre<strong>no</strong>ud (2001) refere que numa aula de ensi<strong>no</strong> tradicional a relação<br />
pe<strong>da</strong>gógica caracteriza-se por ser assimétrica, pois ao professor atribui-se o domínio e o<br />
saber e ao alu<strong>no</strong> espera-se que o adquira. Aqui, o trabalho é imposto pelo professor.<br />
Assim, a relação professor-alu<strong>no</strong> representa uma disposição desequilibra<strong>da</strong> de domínio<br />
e conhecimento, enquanto que na aprendizagem cooperativa a relação tende a ser mais<br />
equilibra<strong>da</strong>, mais estável. Quando uma pessoa, numa relação, tem mais domínio e<br />
conhecimento do que a outra, faz com que a tendência seja a de um ensinar e a <strong>da</strong> outra<br />
aprender. Quando a distribuição do domínio e conhecimento está mais reparti<strong>da</strong>, como<br />
acontece na aprendizagem cooperativa, a relação tende a ser defini<strong>da</strong> pela reciproci<strong>da</strong>de<br />
e pela interação. De facto, desapareceu o estrado mas a rede de comunicações e o tempo<br />
<strong><strong>da</strong>s</strong> comunicações do professor e dos alu<strong>no</strong>s revela bem o princípio do domínio<br />
professoral, defendido por <strong>no</strong>ções de ordem e de disciplina (Estrela, 1992).<br />
Também o papel do professor é diferente <strong>no</strong>s dois tipos de aprendizagem. Numa<br />
aula de aprendizagem cooperativa, o professor não é o ator central na procura do saber.<br />
Como refere Cochito (2004), as tarefas realiza<strong><strong>da</strong>s</strong> cooperativamente, estimulam o<br />
professor para impulsionar a comunicação, a cooperação e a participação,<br />
possibilitando-lhe partilhar o “palco” com os alu<strong>no</strong>s. A responsabili<strong>da</strong>de de aprender<br />
assenta <strong>no</strong> alu<strong>no</strong>, e não <strong>no</strong> professor, uma vez que o papel deste é o de mediador na<br />
construção do conhecimento e não a sua transmissão. Desta forma, como menciona<br />
Díaz-Aguado (2000), o professor ganha o perfil de professor dinâmico e inventor. É<br />
ain<strong>da</strong> responsável por ceder mais tempo a auxiliar os alu<strong>no</strong>s a trabalhar juntos e não a<br />
expor e a mostrar os materiais de aprendizagem. O professor atua como “facilitador”,<br />
em vez de atuar como “especialista” que fornece as informações como nas aulas<br />
expositivas, estruturando o ambiente cooperativo de forma a incentivar a interação entre<br />
alu<strong>no</strong>s.<br />
Relativamente ao papel do alu<strong>no</strong>, na aprendizagem cooperativa este tende a<br />
comunicar com os elementos do seu grupo para a determinação de tarefas e objetivos.<br />
Os alu<strong>no</strong>s aprendem a repartir responsabili<strong>da</strong>des para determinarem um suporte comum<br />
38
de entendimento na definição de objetivos e estratégias. No ensi<strong>no</strong> tradicional, é o<br />
professor que assume a responsabili<strong>da</strong>de pela definição <strong>da</strong> tarefa. De acordo com Slavin<br />
(1995) numa aula cooperativa, devido à sua dinâmica, os alu<strong>no</strong>s entreaju<strong>da</strong>m-se,<br />
discutem e argumentam, constroem conhecimentos juntos, completando os “vazios”<br />
uns dos outros. Aqui o alu<strong>no</strong> torna o seu estatuto me<strong>no</strong>s definido e mais exigente.<br />
Segundo Johnson et al. (1999), numa aula de aprendizagem tradicional, os<br />
alu<strong>no</strong>s são colocados em grupo e aceitam fazê-lo, <strong>no</strong> entanto, não existe uma boa<br />
planificação para o trabalho de grupo. Os alu<strong>no</strong>s são avaliados pelo seu trabalho<br />
individual e não como membros do grupo. Não existe uma ver<strong>da</strong>deira interdependência<br />
entre os diferentes elementos visto que os alu<strong>no</strong>s apenas partilham entre si o modo<br />
como vão realizar a tarefa, mas não partilham informação ou conhecimentos sobre o<br />
assunto, não discutem ideias e não assumem responsabili<strong>da</strong>des. Muitos alu<strong>no</strong>s apenas<br />
esperam que os colegas mais capazes realizem a ativi<strong>da</strong>de proposta e aceitam qualquer<br />
resultado apresentado, contribuindo apenas para a constituição numérica do grupo. Os<br />
alu<strong>no</strong>s mais empenhados ao reconhecerem a desmotivação e desinteresse dos colegas<br />
não sentem o seu esforço recompensado. Muitas vezes surge dentro do grupo a luta pela<br />
liderança, não pelo valor que esse indivíduo pode ter, mas apenas para se afirmar<br />
perante a turma e o professor. Os alu<strong>no</strong>s mais responsáveis e estudiosos preferem<br />
trabalhar sozinhos, pois as suas capaci<strong>da</strong>des não estão a ser aproveita<strong><strong>da</strong>s</strong> dentro do<br />
grupo. Os mesmos autores referem ain<strong>da</strong>, que numa aula de aprendizagem cooperativa é<br />
explicado aos alu<strong>no</strong>s o modo de funcionamento dos grupos, motivando-os, desta forma,<br />
para este tipo de aprendizagem. Neste tipo de grupo, de acordo com o referido <strong>no</strong> ponto<br />
2.3., qualquer elemento só terá sucesso se e só se os seus colegas também o tiveram<br />
(interdependência positiva). Todos os alu<strong>no</strong>s devem saber que o sucesso do grupo<br />
depende do sucesso de ca<strong>da</strong> um, logo se um dos elementos falha, todo o grupo falha.<br />
Ca<strong>da</strong> elemento do grupo deve assumir as suas responsabili<strong>da</strong>des e fazer com que ca<strong>da</strong><br />
um dos seus companheiros assuma as suas (responsabili<strong>da</strong>de individual). Só assim, a<br />
tarefa proposta será eficazmente realiza<strong>da</strong>. Visto que o objetivo do grupo é maximizar a<br />
aprendizagem de todos os seus elementos, todos se entreaju<strong>da</strong>m, partilham informação e<br />
conhecimentos, incentivam-se uns aos outros, promovendo-se um ver<strong>da</strong>deiro trabalho<br />
de equipa.<br />
Nos grupos de aprendizagem, os alu<strong>no</strong>s, com o objetivo de melhorar o seu<br />
desempenho bem como a sua eficácia, analisam e discutem determina<strong><strong>da</strong>s</strong> atitudes,<br />
eliminando, <strong>no</strong> futuro, aquelas que de certa forma não promovam o sucesso do grupo.<br />
39
Ain<strong>da</strong> nesta metodologia de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, o rendimento final do grupo é<br />
superior à capaci<strong>da</strong>de individual de ca<strong>da</strong> elemento. Assim, ca<strong>da</strong> elemento do grupo<br />
apresenta um rendimento maior do que aquele que teria se trabalhasse sozinho<br />
independentemente <strong><strong>da</strong>s</strong> suas capaci<strong>da</strong>des. O mesmo não acontece num grupo de<br />
aprendizagem tradicional. Neste último, cria-se uma hierarquia <strong>no</strong> grupo, ou seja,<br />
fomenta-se a responsabilização de uns e a desresponsabilização de outros. Nestas<br />
situações, escolhem-se com frequência, os alu<strong>no</strong>s que possuem competência natural<br />
para liderar ou, pelo contrário, procura-se estimular os mais tímidos que, sem um<br />
determinado clima de cooperação, raramente conseguem levar a cabo os seus objetivos.<br />
Em termos de avaliação, quando o alu<strong>no</strong> está perante uma aprendizagem<br />
tradicional, o professor determina o momento de avaliação quando considera que um<br />
número suficiente de alu<strong>no</strong>s já aprendeu/compreendeu determinado conteúdo, o que<br />
permite ao professor abor<strong>da</strong>r um <strong>no</strong>vo conteúdo do programa (Perre<strong>no</strong>ud, 1995). Na<br />
aprendizagem cooperativa, segundo Cochito (2004), a avaliação realça a regulação que<br />
acompanha a evolução dos alu<strong>no</strong>s, fornecendo feedback constante sobre a<br />
aprendizagem. O professor, neste modelo de aprendizagem, deve utilizar o seu tempo a<br />
observar e a supervisionar como os alu<strong>no</strong>s interagem e trabalham, aju<strong>da</strong>ndo a resolver<br />
problemas que emerjam <strong>no</strong> grupo. O mesmo autor refere que escolas com um clima<br />
escolar me<strong>no</strong>s punitivo promovem uma maior interiorização de valores, tais como a<br />
responsabilização dos alu<strong>no</strong>s e sublinha, que os professores, em aulas tradicionais,<br />
gastam mais tempo a tentar disciplinar os alu<strong>no</strong>s do que aulas “abertas”: aqui a sua<br />
interação é maior com os alu<strong>no</strong>s individualmente e com os grupos de trabalho.<br />
2.8. Métodos de aprendizagem cooperativa<br />
Como referido anteriormente, a aplicação <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa na sala<br />
de aula tem vindo a ser objeto de pesquisa desde há várias déca<strong><strong>da</strong>s</strong>, tendo sido<br />
desenvolvidos vários métodos que são atualmente empregues na sala de aula e<br />
estu<strong>da</strong>dos os resultados obtidos com a sua utilização.<br />
Nos diversos métodos de aprendizagem cooperativa, os alu<strong>no</strong>s tornam-se mais<br />
responsáveis pela aprendizagem, cooperam para aprenderem mais e melhor, não só os<br />
conteúdos académicos mas também, as competências sociais indispensáveis para a vi<strong>da</strong><br />
em socie<strong>da</strong>de (Iqbal, 2004).<br />
40
De acordo com Ros (2001) para qualquer método de aprendizagem cooperativa<br />
ter sucesso devem estruturar-se, entre os membros <strong>da</strong> equipa, os cinco elementos<br />
essenciais <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa referidos <strong>no</strong> ponto 2.3. Os alu<strong>no</strong>s devem<br />
perceber a importância de trabalharem juntos para conseguirem atingir os objetivos<br />
comuns.<br />
Apesar <strong>da</strong> multiplici<strong>da</strong>de de métodos de aprendizagem cooperativa, neste<br />
trabalho será apenas descrito o método STAD - divisão dos alu<strong>no</strong>s por equipas para o<br />
sucesso -, por ter sido o que foi utilizado <strong>no</strong> estudo realizado.<br />
2.8.1. Método STAD<br />
O método STAD – Students Teams Achievement Divisions, foi desenvolvido por<br />
Robert Slavin durante os a<strong>no</strong>s 70, enquanto investigador <strong>da</strong> Johns Hopkins University.<br />
Este método, ao apelar ao trabalho de alu<strong>no</strong>s organizados em peque<strong>no</strong>s grupos,<br />
assinalava já a profun<strong>da</strong> ligação de Slavin à aprendizagem cooperativa.<br />
Tal como os restantes métodos de aprendizagem cooperativa, o STAD<br />
fun<strong>da</strong>menta-se na ideia que os alu<strong>no</strong>s, trabalhando em conjunto, criam formas de<br />
interdependência que os tornam responsáveis pelo sucesso <strong>da</strong> sua aprendizagem e<br />
também pela dos seus colegas.<br />
De acordo com Slavin (1986; 1995; 1999) e Stevens, Slavin e Farnish (1991),<br />
como citados em Lopes e Silva (2009), o STAD consta de cinco componentes<br />
principais.<br />
Figura 2 – Etapas do método cooperativo STAD - Divisão dos alu<strong>no</strong>s por equipas para o sucesso (Lopes<br />
& Silva, 2009).<br />
41
1. Apresentações à turma pelo professor – Etapa A<br />
Esta etapa deve durar uma ou duas aulas e tem como objetivo principal<br />
apresentar a ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> aula. O professor deve informar os alu<strong>no</strong>s sobre o que vão<br />
aprender e porque é importante. Estas apresentações diferem <strong><strong>da</strong>s</strong> frequentemente<br />
realiza<strong><strong>da</strong>s</strong> pelo professor pelo facto de se centrarem <strong>no</strong> conteúdo a ser avaliado <strong>no</strong>s<br />
mini-testes. Desta forma, o professor deve fixar-se <strong>no</strong>s objetivos que quer que os seus<br />
alu<strong>no</strong>s apren<strong>da</strong>m, fazendo-lhes perguntas com frequência, de forma a verificar se os<br />
alu<strong>no</strong>s estão a compreender. Nesta primeira etapa, não é recomen<strong>da</strong><strong>da</strong> a realização de<br />
ativi<strong>da</strong>des longas mas sim, a realização de um a dois problemas, devendo o professor<br />
<strong>da</strong>r feedback imediato sobre a aprendizagem.<br />
2. Trabalho de grupo – Etapa B<br />
Tal como a primeira etapa, também nesta são necessárias uma ou duas aulas. No<br />
entanto, o principal objetivo desta etapa é que os alu<strong>no</strong>s estudem em equipas<br />
constituí<strong><strong>da</strong>s</strong> por três ou quatro alu<strong>no</strong>s, de acordo com as características <strong>da</strong><br />
heterogenei<strong>da</strong>de <strong>da</strong> turma. O professor deverá disponibilizar a ca<strong>da</strong> equipa fichas de<br />
exercícios e folhas de respostas, em número inferior ao número de membros <strong>da</strong> equipa,<br />
de forma a possibilitar a interdependência positiva pela partilha de recursos. O objetivo<br />
do trabalho em equipa é preparar todos os seus elementos para os mini-testes<br />
individuais. Os alu<strong>no</strong>s estu<strong>da</strong>m as fichas, discutem os problemas e comparam as<br />
respostas.<br />
Nesta etapa é ain<strong>da</strong> fun<strong>da</strong>mental, que antes de começar o trabalho de grupo, o<br />
professor defina regras como: os alu<strong>no</strong>s são responsáveis pela aprendizagem dos<br />
colegas; o estudo não termina até que todos saibam a matéria; deve ser pedi<strong>da</strong> aju<strong>da</strong> aos<br />
colegas <strong>da</strong> equipa antes de recorrer ao professor e, todos devem falar entre si em voz<br />
baixa. Enquanto os alu<strong>no</strong>s realizam o trabalho de grupo, o professor deve circular pela<br />
sala, elogiando as equipas que trabalham bem e sentar-se junto de ca<strong>da</strong> grupo por forma<br />
a verificar o que estão a fazer os seus elementos.<br />
3. Questionário de avaliação individual – Etapa C<br />
Para esta etapa, apenas será necessária aproxima<strong>da</strong>mente metade <strong>da</strong> aula. Os<br />
alu<strong>no</strong>s respondem, individualmente e sem qualquer aju<strong>da</strong> dos membros do grupo, a um<br />
mini-teste sobre os assuntos lecionados nas aulas anteriores. Ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong> é<br />
individualmente responsável pelos seus conhecimentos.<br />
42
4. Verificação do progresso dos resultados individuais – Etapa D<br />
O objetivo subjacente a esta etapa é que ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong> alcance um objetivo de<br />
aprendizagem fixado pelo professor, objetivo este que pode não ser igual para todos os<br />
alu<strong>no</strong>s. Nesta etapa o que é medido é o progresso do alu<strong>no</strong> em relação ao seu<br />
desempenho anterior - <strong>no</strong>ta de base. O professor utilizou esta classificação, que consiste<br />
na classificação que os alu<strong>no</strong>s obtiveram na última ficha de avaliação individual<br />
realiza<strong>da</strong>, antes <strong>da</strong> implementação do método STAD, para constituir grupos<br />
heterogéneos quanto ao rendimento académico. Depois de ca<strong>da</strong> avaliação, o professor<br />
deve calcular as pontuações de superação individual e as pontuações <strong><strong>da</strong>s</strong> equipas e<br />
atribuir recompensas aos grupos que alcançaram os melhores resultados. Os critérios<br />
para a atribuição <strong><strong>da</strong>s</strong> pontuações de superação individual são, de acordo com Lopes e<br />
Silva (2009), os presentes na tabela 1.<br />
Tabela 1<br />
Regras de pontuação dos mini-testes (de Lopes & Silva, 2009, p. 107)<br />
Critérios<br />
Pontuação<br />
Um trabalho perfeito, independentemente <strong>da</strong> classificação de base 30 pontos<br />
Mais de 10 pontos acima <strong>da</strong> classificação de base<br />
30 pontos<br />
De 10 pontos a 1 ponto acima <strong>da</strong> classificação de base<br />
20 pontos<br />
1 ponto abaixo até 10 pontos abaixo <strong>da</strong> classificação de base 10 pontos<br />
Mais de 10 pontos abaixo <strong>da</strong> classificação de base<br />
5 pontos<br />
As pontuações de superação são calcula<strong><strong>da</strong>s</strong> por referência à <strong>no</strong>ta de base de ca<strong>da</strong><br />
alu<strong>no</strong>. Assim, são atribuídos individualmente, pontos de superação que serão<br />
contabilizados para o grupo.<br />
A aplicação deste método implica que ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong> possa contribuir de igual<br />
forma para o sucesso do seu grupo, independentemente <strong>da</strong> sua <strong>no</strong>ta de base. Isto é, de<br />
ser um bom alu<strong>no</strong> ou um alu<strong>no</strong> me<strong>no</strong>s bom, uma vez que o que está em causa é a<br />
melhoria do seu nível de realização anterior. Isto torna a contribuição de ca<strong>da</strong> um<br />
independente <strong>da</strong> dos outros, verificando-se uma preocupação com o sucesso individual.<br />
Contudo, o sucesso do grupo depende do sucesso individual e, ao fazer depender o<br />
sucesso do grupo <strong><strong>da</strong>s</strong> contribuições individuais de ca<strong>da</strong> um dos seus elementos, é<br />
introduzido um fator de responsabili<strong>da</strong>de individual e de pressão dentro do grupo, <strong>no</strong><br />
sentido <strong>da</strong> melhoria sistemática do desempenho e <strong>da</strong> obtenção do sucesso através <strong>da</strong><br />
43
entreaju<strong>da</strong>, de modo a garantir que ca<strong>da</strong> indivíduo possa ser capaz de desempenhar bem<br />
as tarefas propostas em situações de avaliação individual, em que não pode contar com<br />
o desempenho dos pares (Slavin, 1991b; 1996).<br />
Um exemplo deste procedimento é o seguinte: um alu<strong>no</strong> que tenha 35 pontos<br />
como <strong>no</strong>ta de base pode contribuir com 20 pontos para a sua equipa <strong>da</strong> mesma forma<br />
que, um alu<strong>no</strong> que tenha como <strong>no</strong>ta de base 75 pontos pode também contribuir com 20<br />
pontos para a pontuação <strong>da</strong> equipa se, tanto um como o outro obtiverem <strong>no</strong> mini-teste<br />
uma pontuação de 10 pontos a 1 ponto acima <strong>da</strong> classificação de base. Considerando<br />
outra situação: um alu<strong>no</strong> que tenha 90 pontos como <strong>no</strong>ta de base pode contribuir com 30<br />
pontos desde que, tenha um trabalho considerado perfeito. Isto é previsto porque, os<br />
bons alu<strong>no</strong>s, <strong>da</strong><strong>da</strong> a sua <strong>no</strong>ta de base, poucos pontos podem ganhar de um mini-teste<br />
para o outro.<br />
5. Reconhecimento/recompensa <strong>da</strong> equipa – Etapa E<br />
Nesta etapa, o professor entrega certificados (anexo 1) ou outras recompensas<br />
que vão servir como reconhecimento de bom desempenho <strong>da</strong> equipa. Segundo a tabela<br />
2, existem três níveis de prémios que se baseiam nas pontuações <strong><strong>da</strong>s</strong> equipas. Por<br />
exemplo, para ganhar um certificado de “Boa Equipa”, a média do total dos pontos de<br />
superação dos elementos <strong>da</strong> equipa deve ir de 15 a 19 pontos. Se a média for de 20 a 24<br />
pontos, a equipa é considera<strong>da</strong> uma “Grande equipa” e, se a média for de 25 pontos ou<br />
acima deste valor, a equipa ganha certificados de “Super Equipa”.<br />
Tabela 2<br />
Critérios para atribuição de prémios às equipas (de Lopes & Silva, 2009, p. 109)<br />
Critério (Média <strong>da</strong> Equipa) Prémio<br />
15 Boa Equipa<br />
20 Grande Equipa<br />
25 Super Equipa<br />
O uso deste método é recomen<strong>da</strong>do para o trabalho com alu<strong>no</strong>s do 2.º ao 12.º<br />
a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de, em conteúdos curriculares variados, que vão desde a Matemática,<br />
às Línguas, Ciências e estudos sociais, podendo ser aplicado a to<strong><strong>da</strong>s</strong> as tarefas<br />
de resolução única (Slavin, 1991a).<br />
44
Lopes e Silva (2009) referem que existem diversos estudos que comprovam os<br />
benefícios <strong>da</strong> aplicação do método STAD, <strong>no</strong>s diversos conteúdos curriculares e áreas<br />
disciplinares, <strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente nas Ciências. Nas suas investigações, Slavin (1979, 1985,<br />
1990 como citados em Lopes & Silva, 2009) demonstra os efeitos positivos não só <strong>no</strong><br />
rendimento escolar dos alu<strong>no</strong>s, quer dos alu<strong>no</strong>s fracos quer dos alu<strong>no</strong>s médios e bons,<br />
mas também nas relações inter-raciais que os próprios estabelecem. Os mesmos autores<br />
afirmam que o método STAD tem documentado ganhos positivos na auto-estima, <strong>no</strong><br />
gosto de frequentar a escola e <strong>no</strong> comportamento do alu<strong>no</strong>. Este método é ain<strong>da</strong><br />
utilizado em turmas que integram alu<strong>no</strong>s com necessi<strong>da</strong>des educativas especiais (NEE),<br />
promovendo, não só, uma melhoria <strong>no</strong> seu rendimento escolar bem como um aumento<br />
<strong>da</strong> sua aceitação pelos colegas (Slavin, 1999).<br />
45
CAPÍTULO III<br />
METODOLOGIA<br />
3.1. Introdução<br />
Neste capítulo descreve-se a metodologia segui<strong>da</strong> <strong>no</strong> desenvolvimento do estudo<br />
para atingir os objetivos propostos. Assim, começa-se por caracterizar o contexto de<br />
realização do estudo e a amostra envolvi<strong>da</strong> (3.2.); em segui<strong>da</strong>, procede-se à sua<br />
descrição (3.3.), apresentam-se os instrumentos utilizados na recolha de <strong>da</strong>dos e o seu<br />
processo de vali<strong>da</strong>ção (3.4.) e por fim, explica-se como se procedeu ao tratamento dos<br />
mesmos (3.5.).<br />
3.2. Caracterização do contexto de realização do estudo e <strong>da</strong> amostra envolvi<strong>da</strong><br />
O estudo realizou-se na Escola Secundária/3 de S.Pedro, em Vila Real. A<br />
História deste estabelecimento de ensi<strong>no</strong> inicia-se <strong>no</strong> século XIX, em 1888, com a<br />
criação <strong>da</strong> Escola de Desenho Industrial de Vila Real. Mais tarde, <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 20 do século<br />
XX, com o início do ensi<strong>no</strong> comercial passou a designar-se Escola Industrial. Desde<br />
então, sucederam-se alterações às de<strong>no</strong>minações <strong>da</strong> Escola, tendo sido <strong>no</strong> final do a<strong>no</strong><br />
de 1990 que toma a designação, até hoje conheci<strong>da</strong>, de Escola S/3 S. Pedro - Vila Real.<br />
A amostra que serviu de base para a realização deste estudo consistiu num total<br />
de 46 alu<strong>no</strong>s. Vinte e quatro deles (cinco raparigas e deza<strong>no</strong>ve rapazes) pertenciam a<br />
uma turma do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de e os restantes vinte e dois (onze raparigas e onze<br />
rapazes) pertenciam a uma turma do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de. Na sub-amostra do 7.º<br />
a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de a média <strong><strong>da</strong>s</strong> i<strong>da</strong>des era de 12,2 a<strong>no</strong>s e de 16,4 a<strong>no</strong>s na sub-amostra<br />
do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de. A maior parte dos alu<strong>no</strong>s eram oriundos de famílias de um<br />
estrato social médio, sendo a escolari<strong>da</strong>de dos pais diversa.<br />
47
De um modo geral, a amostra é bastante heterogénea quer ao nível do<br />
rendimento escolar quer ao nível sociocultural.<br />
No que diz respeito ao 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, o alu<strong>no</strong> A1, apesar de ser um<br />
alu<strong>no</strong> médio, necessitava de alguma atenção e cui<strong>da</strong>do especial por apresentar uma<br />
baixa auto-estima. Há ain<strong>da</strong> a salientar o alu<strong>no</strong> A16, com duas retenções, sinalizado<br />
com necessi<strong>da</strong>des educativas especiais (NEE). A avaliação psicológica deste alu<strong>no</strong><br />
revelou um perfil com défice de atenção/concentração e auto<strong>no</strong>mia. Foi referido ain<strong>da</strong>,<br />
pela psicóloga <strong>da</strong> escola, que os colegas têm apresentado dificul<strong>da</strong>des em aceitar este<br />
alu<strong>no</strong> por possuir NEE.<br />
Relativamente ao 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, a amostra apresentava dois alu<strong>no</strong>s,<br />
B1 e B10, ambos com uma retenção em a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de anteriores.<br />
A amostra usa<strong>da</strong> neste estudo constituiu-se como uma amostra de conveniência<br />
<strong>da</strong>do que eram as turmas onde a professora-investigadora desenvolveu a sua prática<br />
pe<strong>da</strong>gógica <strong>no</strong> âmbito do estágio do Mestrado em Ensi<strong>no</strong> de Biologia e Geologia <strong>no</strong> 3.º<br />
Ciclo do Ensi<strong>no</strong> Básico e Ensi<strong>no</strong> Secundário.<br />
A escolha do método de aprendizagem cooperativa a ser utilizado <strong>no</strong> estudo - o<br />
STAD, foi determina<strong>da</strong> pelas características dos conteúdos a lecionar e pelas<br />
características <strong>da</strong> amostra. De acordo com a investigação realiza<strong>da</strong>, os efeitos deste<br />
método de aprendizagem cooperativa têm sido positivos tanto para os alu<strong>no</strong>s fracos<br />
como para os médios ou bons. Além disso, os estudos sobre o STAD têm documentado<br />
ganhos positivos na auto-estima e <strong>no</strong> comportamento dos alu<strong>no</strong>s. Segundo Lopes e<br />
Silva (2009), este método é muitas vezes utilizado em turmas com alu<strong>no</strong>s com NEE e<br />
tem sido eficaz não só <strong>no</strong> na melhoria do rendimento escolar e do comportamento destes<br />
alu<strong>no</strong>s bem como <strong>no</strong> aumento <strong>da</strong> sua aceitação pelas colegas.<br />
3.3. Descrição do estudo<br />
Com este estudo, pretendeu-se:<br />
- Averiguar a eficácia do método STAD <strong>no</strong> rendimento escolar de alu<strong>no</strong>s do<br />
Ensi<strong>no</strong> Básico e Secundário, nas disciplinas de Ciências <strong>Naturais</strong> e de Biologia e<br />
Geologia;<br />
- Investigar as perceções dos alu<strong>no</strong>s, envolvidos <strong>no</strong> estudo, sobre a importância<br />
<strong>da</strong> aprendizagem cooperativa para a sua aprendizagem;<br />
48
- Inferir sobre a importância <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> processo de<br />
ensi<strong>no</strong>-aprendizagem <strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências <strong>Naturais</strong> e <strong>da</strong> Biologia e <strong>da</strong> Geologia; e<br />
- Refletir sobre a influência do método de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem utilizado na<br />
prática letiva.<br />
A professora-investigadora informou os alu<strong>no</strong>s que as aulas funcionariam de<br />
maneira diferente do habitual. Informou, ain<strong>da</strong>, que a experiência que iria realizar se<br />
enquadrava num estudo que estava a realizar e que seria fun<strong>da</strong>mental a cooperação de<br />
todos os alu<strong>no</strong>s. Todos os alu<strong>no</strong>s se apresentaram recetivos, aceitando voluntariamente<br />
integrá-lo.<br />
O estudo, descrito em três fases - pré-implementação, implementação e pósimplementação,<br />
decorreu nas disciplinas de Ciências <strong>Naturais</strong> e de Biologia e Geologia<br />
durante, respetivamente, 4 e 18 tempos letivos. De segui<strong>da</strong>, são enumera<strong><strong>da</strong>s</strong> e<br />
caracteriza<strong><strong>da</strong>s</strong> as diferentes ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong><strong>da</strong>s</strong> pela professora-investigadora <strong>no</strong><br />
âmbito de ca<strong>da</strong> uma <strong><strong>da</strong>s</strong> fases referi<strong><strong>da</strong>s</strong>.<br />
3.3.1. Fase de Pré-implementação<br />
Esta fase englobou todo o trabalho de preparação prévia à implementação em<br />
sala de aula do método de aprendizagem cooperativa STAD. Durante esta fase, a<br />
professora-investigadora envolveu-se na realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas/ativi<strong>da</strong>des necessárias à<br />
implementação <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa na sala de aula.<br />
Planificação <strong><strong>da</strong>s</strong> aulas e elaboração dos materiais<br />
A planificação <strong><strong>da</strong>s</strong> aulas, bem como a elaboração dos materiais didáticos a<br />
utilizar de acordo com as finali<strong>da</strong>des do método STAD, referentes às uni<strong>da</strong>des de ensi<strong>no</strong><br />
a serem leciona<strong><strong>da</strong>s</strong> durante a investigação - “Ecossistemas” e “A Terra conta a sua<br />
História” <strong>no</strong> 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de e “Reprodução” e “Processos e materiais<br />
geológicos importantes em ambientes terrestres” <strong>no</strong> 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de - foram<br />
elaborados durante o mês que antecedeu a prática letiva. Em anexo (anexo 2),<br />
encontram-se algumas <strong><strong>da</strong>s</strong> planificações realiza<strong><strong>da</strong>s</strong> quer para a turma do Ensi<strong>no</strong> Básico<br />
quer para a turma do Ensi<strong>no</strong> Secundário.<br />
49
Distribuição dos alu<strong>no</strong>s por equipas de trabalho<br />
A professora constituiu grupos de trabalho, com 3 a 4 elementos, de forma a que<br />
refletissem as características de heterogenei<strong>da</strong>de <strong>da</strong> turma. Isto é, integrando alu<strong>no</strong>s de<br />
acordo com a <strong>no</strong>ta de base e género, tal como está evidenciado na folha de cálculo <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
pontuações de superação (anexo 3) e de forma a integrar o alu<strong>no</strong> A16, com NEE.<br />
Explicou aos alu<strong>no</strong>s que os grupos se iriam manter, em princípio, até ao final do<br />
período, a não ser que houvesse algum motivo válido para proceder de outra forma. Este<br />
procedimento tinha como objetivo, desenvolver competências sociais <strong>no</strong>s alu<strong>no</strong>s e o<br />
espírito de coesão e de grupo antes de eventualmente integrarem um <strong>no</strong>vo grupo.<br />
De acordo com as orientações para a gestão curricular <strong>no</strong> 3.º Ciclo do Ensi<strong>no</strong><br />
Básico, Ensi<strong>no</strong> Secundário e do projeto educativo <strong>da</strong> escola, as disciplinas de Ciências<br />
<strong>Naturais</strong> e de Biologia e Geologia e de Físico-Química funcionam em regime de<br />
desdobramento, com o fim de facilitar o desenvolvimento de ativi<strong>da</strong>des experimentais e<br />
de pesquisa, <strong>da</strong>do o seu caráter obrigatório <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências. Assim, as turmas,<br />
quer do Ensi<strong>no</strong> Básico quer do Ensi<strong>no</strong> Secundário, foram dividi<strong><strong>da</strong>s</strong> em dois tur<strong>no</strong>s.<br />
Enquanto o primeiro tur<strong>no</strong> (90 minutos) se encontrava na aula de Ciências <strong>Naturais</strong> ou<br />
em Biologia e Geologia o segundo estava, <strong>no</strong> mesmo período de tempo, na aula de<br />
Físico-Química. Decorrido este tempo realizava-se a permuta. Este facto condicio<strong>no</strong>u a<br />
formação dos grupos na medi<strong>da</strong> em que os diferentes elementos de ca<strong>da</strong> grupo tinham<br />
necessariamente de pertencer ao mesmo tur<strong>no</strong>. No entanto, este facto não constituiu um<br />
embargo para a formação de equipas heterogéneas.<br />
É pertinente salientar que, apesar <strong>da</strong> integração do alu<strong>no</strong> com NEE <strong>no</strong> 7.º a<strong>no</strong> de<br />
escolari<strong>da</strong>de ter sido um fator fun<strong>da</strong>mental a ter em conta aquando <strong>da</strong> constituição dos<br />
grupos, também o género constitui um fator. Tentou-se integrar em todos os grupos<br />
rapazes e raparigas, o que não foi possível devido ao reduzido número de raparigas na<br />
turma.<br />
Atribuição dos papéis aos elementos do grupo<br />
A professora assegurou ain<strong>da</strong> que todos os alu<strong>no</strong>s desempenhariam um<br />
determinado papel. Relativamente a este aspeto, foi decidido que, numa primeira fase,<br />
os alu<strong>no</strong>s escolheriam os papéis em que revelassem uma maior eficiência, de forma a<br />
50
deixar os alu<strong>no</strong>s mais à vontade e motivados. Numa fase seguinte, a professora<br />
asseguraria a rotativi<strong>da</strong>de dos papéis entre os elementos do grupo.<br />
FACILITADOR<br />
Leio e recordo as instruções.<br />
Faço com que ca<strong>da</strong> um<br />
desempenhe o seu papel e não se<br />
afaste do assunto.<br />
INTERMEDIÁRIO<br />
Peço aju<strong>da</strong> ao meu professor e<br />
ao meu grupo.<br />
Exponho os factos e o que eu<br />
tentei.<br />
Comunico ao meu grupo as<br />
pistas sugeri<strong><strong>da</strong>s</strong> pelo professor.<br />
VERIFICADOR<br />
Certifico-me de que terminam<br />
o trabalho e de que é bem feito.<br />
A<strong>no</strong>to as respostas e conservo<br />
aquilo que o grupo produziu.<br />
CONTROLADOR DO TEMPO<br />
Certifico-me que o trabalho é<br />
terminado a tempo e horas.<br />
Sugiro ao grupo uma divisão<br />
do tempo para ca<strong>da</strong> um <strong><strong>da</strong>s</strong> etapas<br />
de realização <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de.<br />
Figura 3 - Exemplos de cartões identificativos dos papéis a desempenhar pelos alu<strong>no</strong>s.<br />
Assim, de acordo com as características <strong>da</strong> amostra de estudo e <strong>da</strong> tarefa,<br />
escolheram-se os seguintes papéis: “Verificador”, “Controlador do tempo”,<br />
“Facilitador” e “Intermediário”, que desempenham as funções descritas <strong>no</strong> ponto 2.4,<br />
quadro II. Para além disso, foram preparados cartões que ilustravam e explicavam em<br />
que consistia ca<strong>da</strong> um dos papéis, com o objetivo de aju<strong>da</strong>r os alu<strong>no</strong>s a praticarem as<br />
competências sociais associa<strong><strong>da</strong>s</strong> ao seu desempenho e a perceberem como poderiam<br />
51
executar o seu papel dentro <strong>da</strong> equipa. Estes apresentavam um desenho alusivo ao papel<br />
e alguns exemplos de comportamentos adequados a um bom desempenho do mesmo e<br />
destinava-se a ser colocado nas mesas de trabalho de ca<strong>da</strong> equipa (figura 3).<br />
Estabelecimento de comportamentos desejados<br />
Antes <strong>da</strong> implementação do estudo os alu<strong>no</strong>s foram sensibilizados para a<br />
importância do trabalho cooperativo. Desta forma, foi com eles analisado e discutido o<br />
lema “Um por todos e todos por um” (anexo 4) e um código de cooperação que foi<br />
afixado na sala de aula (anexo 5). Com este procedimento pretendeu-se<br />
estabelecer regras e os comportamentos essenciais ao trabalho em equipa, de forma<br />
a que se pudessem estabelecer, entre todos os elementos, boas relações interpessoais.<br />
Para o efeito, foram sugeri<strong><strong>da</strong>s</strong> algumas competências sociais essenciais ao<br />
trabalho de grupo, como por exemplo, elogiar, partilhar os materiais, encorajar os<br />
outros, celebrar o sucesso, mostrar respeito pelos outros e aceitar as diferenças, que<br />
foram discuti<strong><strong>da</strong>s</strong> com os alu<strong>no</strong>s e clarificados os procedimentos inerentes à sua<br />
prática <strong>no</strong> grupo e na turma.<br />
Arranjo ou disposição <strong>da</strong> sala<br />
A professora otimizou o espaço na sala de aula, para que os alu<strong>no</strong>s pudessem<br />
interagir e trabalhar como<strong>da</strong>mente. Uma vez que os grupos eram constituídos por<br />
três/quatro elementos, as mesas ficaram dispostas de modo a que os alu<strong>no</strong>s de ca<strong>da</strong><br />
grupo ficassem face a face. Esta distribuição facilita a comunicação entre os membros<br />
do grupo, favorecendo a interação verbal e visual e assegura a presença de um dos cinco<br />
elementos essenciais <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa - a interação estimuladora,<br />
preferencialmente face a face.<br />
Para ilustrar a metodologia a implementar, a professora fixou na sala de aula um<br />
cartaz com o lema “Um por todos e todos por um” (anexo 4) e outro com o código de<br />
cooperação para o trabalho de grupo (anexo 5), resultantes <strong>da</strong> discussão manti<strong>da</strong> com os<br />
alu<strong>no</strong>s sobre as competências sociais necessárias ao trabalho eficaz em grupo. Solicitou,<br />
ain<strong>da</strong>, que os alu<strong>no</strong>s trouxessem para as aulas relógios, pelo me<strong>no</strong>s um por grupo, uma<br />
vez que os tempos para a realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas propostas tinham de ser respeitados.<br />
52
3.3.2. Fase de implementação<br />
As uni<strong>da</strong>des de ensi<strong>no</strong> que foram planifica<strong><strong>da</strong>s</strong> para implementação do método<br />
STAD foram, como já referimos, para o 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de “Ecossistemas” e “A<br />
Terra conta a sua História” (25 de Novembro), durante quatro tempos letivos e para o<br />
11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de “Reprodução” (2 de Novembro) e “Processos e materiais<br />
geológicos importantes em ambientes terrestres” (8 de Fevereiro), durante dezoito<br />
tempos letivos.<br />
Descrição <strong>da</strong> prática pe<strong>da</strong>gógica<br />
A prática pe<strong>da</strong>gógica teve início a 2 de Novembro de 2011 para o 11.º a<strong>no</strong> de<br />
escolari<strong>da</strong>de, com a uni<strong>da</strong>de de ensi<strong>no</strong> “Reprodução”. Contemplou <strong>no</strong>ve aulas, ao<br />
longo <strong><strong>da</strong>s</strong> quais os alu<strong>no</strong>s procuraram <strong>da</strong>r resposta à seguinte situação-problema: “Que<br />
processos são utilizados pelos seres vivos para garantir a continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong> sua<br />
espécie?”.<br />
A partir do dia 25 de Novembro, foram leciona<strong><strong>da</strong>s</strong> as uni<strong>da</strong>des de ensi<strong>no</strong><br />
“Ecossistemas” e “A Terra conta a sua História”, <strong>no</strong> 7.ºa<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, que<br />
decorreram durante quatro aulas, ao longo <strong><strong>da</strong>s</strong> quais se desenvolveram as ativi<strong>da</strong>des de<br />
aprendizagem cooperativa, com o objetivo de <strong>da</strong>r resposta às seguintes situaçõesproblema:<br />
“Que interações se estabelecem entre os seres vivos e o meio?” e “Que<br />
informações podem revelar as rochas sedimentares?”.<br />
No dia 8 de Fevereiro, foi inicia<strong>da</strong> a uni<strong>da</strong>de de ensi<strong>no</strong> “Processos e materiais<br />
geológicos importantes em ambientes terrestres”, <strong>no</strong> 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, que<br />
decorreu durante <strong>no</strong>ve tempos letivos, desenvolvendo-se ativi<strong>da</strong>des de aprendizagem<br />
cooperativa, com a finali<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>r resposta à seguinte questão-problema: “O que <strong>no</strong>s<br />
podem revelar as rochas sedimentares sobre a história <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong> Terra?”.<br />
Em to<strong><strong>da</strong>s</strong> as uni<strong>da</strong>des de ensi<strong>no</strong> a professora colocou uma questão-problema à<br />
qual, todos os alu<strong>no</strong>s deveriam ser capazes de responder <strong>no</strong> final <strong>da</strong> mesma. Além <strong>da</strong><br />
questão-problema, de forma a orientar os esforços de ensi<strong>no</strong> e de aprendizagem foram<br />
estabelecidos, com os alu<strong>no</strong>s, objetivos desafiadores e de curto prazo para ca<strong>da</strong><br />
conteúdo. Os objetivos constituíam tudo aquilo que se pretendia que o alu<strong>no</strong><br />
aprendesse, numa <strong>da</strong><strong>da</strong> situação de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, face a um determinado<br />
53
conteúdo. O estabelecimento de objetivos proporcio<strong>no</strong>u vantagens tanto para a<br />
professora como para os alu<strong>no</strong>s, durante a prática letiva:<br />
- ajudou a professora na seleção de estratégias e recursos de apoio à<br />
aprendizagem dos alu<strong>no</strong>s;<br />
- auxiliou-a bem como aos alu<strong>no</strong>s a consciencializar os resultados que se<br />
desejavam com a intervenção educativa, permitindo orientar os esforços de ensi<strong>no</strong> e de<br />
aprendizagem na direção determina<strong>da</strong> e ain<strong>da</strong> permitiu, à professora, adequar o<br />
processo de avaliação a situações de aprendizagem e fornecer feedback sobre a mesma<br />
aos alu<strong>no</strong>s. A estes, o conhecimento dos objetivos permitiu regular a aprendizagem por<br />
envolvimento ativo <strong>no</strong> processo de auto-avaliação. Isto é, de automonitorização do seu<br />
desempenho em relação aos objetivos pretendidos.<br />
As aulas iniciavam-se sempre com a apresentação <strong>da</strong> lição mediante uma<br />
explicação/discussão guia<strong>da</strong> com ou sem apoios audiovisuais, dos conceitos mais<br />
importantes. Como estratégia de aprendizagem e simultaneamente de consoli<strong>da</strong>ção de<br />
conhecimentos fez-se uso, não só do manual adotado na Escola como também, de<br />
powerpoints e de transparências. A escolha dos powerpoints e <strong><strong>da</strong>s</strong> transparências, como<br />
recursos para a aprendizagem dos conteúdos referentes aos temas “Reprodução” e<br />
“Processos e materiais geológicos importantes em ambientes terrestres””, <strong>no</strong> 11.º a<strong>no</strong>,<br />
e <strong>no</strong>s temas “Ecossistemas” e “A Terra conta a sua história”, <strong>no</strong> 7.º a<strong>no</strong> de<br />
escolari<strong>da</strong>de resultou <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de projetar outras imagens diferentes <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
existentes <strong>no</strong> manual adotado. Desta forma, os alu<strong>no</strong>s eram confrontados com diferentes<br />
esquemas e imagens, de forma a desenvolverem competências de aplicação,<br />
compreensão e interpretação.<br />
A professora apresentava os objetivos <strong>da</strong> aula, fazia uma breve explicação dos<br />
conceitos mais importantes do conteúdo em estudo e uma breve e rápi<strong>da</strong> revisão <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
competências necessárias ao trabalho de grupo cooperativo.<br />
Ao longo <strong>da</strong> apresentação dos conteúdos eram feitas com frequência questões<br />
aos alu<strong>no</strong>s, de forma a verificar a sua compreensão e a fornecer-lhes feedback. O<br />
questionamento foi uma <strong><strong>da</strong>s</strong> estratégias utiliza<strong><strong>da</strong>s</strong> em to<strong><strong>da</strong>s</strong> as aulas, dependendo o tipo<br />
de questões coloca<strong><strong>da</strong>s</strong> dos objetivos pretendidos. Por exemplo, se o objetivo era que o<br />
alu<strong>no</strong> transferisse conhecimentos de situações conheci<strong><strong>da</strong>s</strong> para situações <strong>no</strong>vas, eram<br />
feitas perguntas de aplicação. Se pretendíamos que o alu<strong>no</strong> recor<strong><strong>da</strong>s</strong>se o que viu ou<br />
ouviu, eram coloca<strong><strong>da</strong>s</strong> questões fecha<strong><strong>da</strong>s</strong>, podendo ser desde questões do tipo sim/não<br />
até questões de evocação, ou seja, de conhecimento. Se pretendíamos que o alu<strong>no</strong><br />
54
descrevesse pelas suas próprias palavras qualquer assunto, ou enunciasse ideias básicas<br />
e comparações eram feitas perguntas de compreensão. Por várias vezes, o<br />
questionamento foi utilizado como estratégia de iniciação de aula com o objetivo de<br />
fazer a revisão dos conteúdos abor<strong>da</strong>dos nas aulas anteriores bem como, aceder aos<br />
conhecimentos prévios dos alu<strong>no</strong>s.<br />
Na fase seguinte <strong>da</strong> aula, era <strong>da</strong><strong>da</strong> uma explicação sobre a ativi<strong>da</strong>de a realizar,<br />
bem como sobre os procedimentos que os alu<strong>no</strong>s deveriam seguir para o cumprimento<br />
<strong>da</strong> mesma. Os alu<strong>no</strong>s reuniam-se em grupo e a professora fornecia a ca<strong>da</strong> membro do<br />
grupo os cartões identificativos do papel que teriam que desempenhar nessa ativi<strong>da</strong>de e<br />
que eram mantidos em cima <strong>da</strong> mesa de trabalho ao longo <strong>da</strong> realização <strong>da</strong> mesma. A<br />
ca<strong>da</strong> equipa de quatro elementos eram distribuí<strong><strong>da</strong>s</strong> apenas duas fichas de trabalho e uma<br />
folha de resposta com o intuito de promover a interdependência positiva de recursos. Ou<br />
seja, para que, não só a partir do desempenho de papéis diferenciados mas também,<br />
através <strong>da</strong> partilha do material, os alu<strong>no</strong>s cooperassem e compreendessem que<br />
dependiam um dos outros para a concretização <strong>da</strong> tarefa. A professora explicou-lhes que<br />
o seu trabalho consistia em dominar os conteúdos apresentados e em aju<strong>da</strong>r os colegas<br />
para que estes os dominassem. Relembrava sempre que se algum colega não<br />
conseguisse responder a alguma questão, os outros tinham a responsabili<strong>da</strong>de e a<br />
obrigação de explicá-la. Além disto, sublinhou que ninguém poderia terminar o trabalho<br />
até estar seguro de que todos os colegas tinham respondido corretamente a to<strong><strong>da</strong>s</strong> as<br />
questões.<br />
As fichas de trabalho, que os alu<strong>no</strong>s realizavam em grupo, apresentavam uma<br />
introdução informativa sobre os objetivos pretendidos com a realização <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de e<br />
partiam de uma situação-problema, com a finali<strong>da</strong>de de que os alu<strong>no</strong>s, ao trabalharem<br />
cooperativamente, fossem capazes de <strong>da</strong>r resposta à mesma e pudessem adquirir os<br />
conceitos científicos inerentes aos conteúdos estu<strong>da</strong>dos. Os alu<strong>no</strong>s respondiam às<br />
questões <strong>da</strong> ficha de trabalho, tentando resolver as suas dificul<strong>da</strong>des dentro do seu<br />
grupo e só recorriam à aju<strong>da</strong> <strong>da</strong> professora quando não eram capazes de <strong>da</strong>r respostas às<br />
suas dúvi<strong><strong>da</strong>s</strong>, mesmo consultando a folha de respostas. Posteriormente, era feita a<br />
discussão na turma <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas à ficha de trabalho onde eram explica<strong><strong>da</strong>s</strong> as dúvi<strong><strong>da</strong>s</strong><br />
que continuassem a perdurar. Por último, os grupos explicavam o que tinham<br />
apreendido com a ativi<strong>da</strong>de à turma. A professora, <strong>no</strong> final <strong><strong>da</strong>s</strong> explicações dos<br />
diferentes grupos, concedia um exemplar <strong>da</strong> ficha de trabalho e <strong>da</strong> respetiva solução a<br />
55
todos os alu<strong>no</strong>s, uma vez que, inicialmente, apenas tinham sido forneci<strong><strong>da</strong>s</strong>,<br />
respetivamente, duas e uma por grupo.<br />
Enquanto os alu<strong>no</strong>s trabalhavam <strong>no</strong>s respetivos grupos, a professora circulava<br />
pela sala, elogiando individualmente os alu<strong>no</strong>s e o grupo quando trabalhavam de forma<br />
adequa<strong>da</strong> e quando cumpriam com as suas responsabili<strong>da</strong>des. Enquanto os alu<strong>no</strong>s<br />
realizavam a ativi<strong>da</strong>de, a professora procedia à observação dos diferentes grupos por<br />
forma a avaliar as competências de trabalho de grupo.<br />
Sempre que se apercebesse de conflitos ou de distrações relativamente à<br />
execução <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas, a professora intervinha. Sentava-se, por vezes, junto de ca<strong>da</strong> grupo<br />
para observar o que os seus elementos estavam a fazer, prestando aju<strong>da</strong> sempre que<br />
necessário. Para além disso, procurou sempre controlar o comportamento na sala de<br />
aula. Ao longo de to<strong><strong>da</strong>s</strong> as aulas em que decorreram estas ativi<strong>da</strong>des realizou os registos<br />
na grelha de avaliação <strong><strong>da</strong>s</strong> competências sociais (anexo 6).<br />
Na lecionação de ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de de ensi<strong>no</strong>, a professora solicitou aos alu<strong>no</strong>s que<br />
realizassem o ponto enlameado. O recurso a esta técnica de avaliação formativa teve<br />
duas finali<strong>da</strong>des: possibilitar que os alu<strong>no</strong>s se autoavaliassem para determinar as<br />
dificul<strong>da</strong>des sobre os assuntos <strong><strong>da</strong>s</strong> aulas e permitiu, à professora, realizar um<br />
diagnóstico imediato do que os alu<strong>no</strong>s acharam difícil de aprender. Desta forma,<br />
possibilitou adotar estratégias de remediação <strong>da</strong> aprendizagem, de forma a evitar que a<br />
deficiente compreensão de um determinado conceito ou conteúdo prejudicasse as<br />
aprendizagens posteriores pelo que, se revelou uma técnica muito útil.<br />
Durante a prática pe<strong>da</strong>gógica foram também utilizados os mapas de conceitos<br />
como estratégia de consoli<strong>da</strong>ção de conhecimentos e como técnica de avaliação<br />
formativa. Para a realização do mapa de conceitos <strong>no</strong> final de ca<strong>da</strong> conteúdo, <strong>no</strong> 7.º e <strong>no</strong><br />
11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, foi facultado aos alu<strong>no</strong>s uma lista de conceitos que tinham que<br />
organizar de forma a estabelecerem entre eles uma relação hierárquica. Os mapas de<br />
conceitos permitiram que os alu<strong>no</strong>s visualizassem a forma como os conceitos de um<br />
tema se relacionavam entre si e, desta forma, desenvolvessem uma compreensão mais<br />
profun<strong>da</strong> e significativa do mesmo. Em grupo os alu<strong>no</strong>s trocavam ideias, o que<br />
possibilitou a ocorrência de conflitos cognitivos e alguns deles, chegaram mesmo a<br />
detetar algumas dificul<strong>da</strong>des que apresentavam sobre alguns dos conceitos. Os mapas de<br />
conceitos facilitaram ain<strong>da</strong>, o estudo e a revisão geral do conteúdo em questão e<br />
incentivaram a auto-avaliação e a aprendizagem cooperativa na medi<strong>da</strong> em que<br />
fomentaram a cooperação entre os alu<strong>no</strong>s e entre estes e a professora, centrando o<br />
56
esforço <strong>da</strong> aprendizagem na construção de conhecimentos partilhados e facilitando a<br />
criação de um clima de respeito mútuo e de cooperação na sala de aula.<br />
Os trabalhos de casa foram atribuídos aos alu<strong>no</strong>s, de forma frequente, ao longo<br />
do processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem dos vários temas lecionados, como estratégia de<br />
consoli<strong>da</strong>ção de conhecimentos. Foi registado pela professora, numa grelha e ao longo<br />
<strong><strong>da</strong>s</strong> aulas este parâmetro, como forma de avaliar competências atitudinais, <strong>no</strong> que diz<br />
respeito à auto<strong>no</strong>mia e ao interesse que os alu<strong>no</strong>s revelavam <strong>no</strong>s assuntos <strong><strong>da</strong>s</strong> aulas.<br />
Através <strong>da</strong> realização dos trabalhos de casa, os alu<strong>no</strong>s podiam verificar, através de um<br />
processo de auto-avaliação, quais as dificul<strong>da</strong>des que continuavam a persistir e à<br />
professora permitiu obter feedback sobre as dificul<strong>da</strong>des e possíveis dúvi<strong><strong>da</strong>s</strong> dos alu<strong>no</strong>s.<br />
Desta forma, a utilização desta estratégia teve uma importante função formativa.<br />
Durante esta fase do estudo, os alu<strong>no</strong>s do 11.º a<strong>no</strong> realizaram seis mini-testes<br />
(três mini-testes na Biologia e três mini-testes na Geologia), enquanto os alu<strong>no</strong>s do 7.º<br />
a<strong>no</strong> realizaram dois. Os mini-testes, que eram realizados individualmente por ca<strong>da</strong><br />
alu<strong>no</strong>, corresponderam também a momentos de avaliação formativa.<br />
Os mini-testes eram, sempre que possível, entregues e corrigidos na aula<br />
seguinte. Este cui<strong>da</strong>do <strong>da</strong> professora permitia que a relação existente entre fazer as<br />
coisas bem-feitas e receber reconhecimento por isso fosse evidente para os alu<strong>no</strong>s,<br />
aumentando a sua motivação e esforço, bem como permitia colmatar as dificul<strong>da</strong>des de<br />
forma também imediata.<br />
Quando procedeu à entrega do primeiro mini-teste, a professora explicou o<br />
sistema de pontos de superação aos alu<strong>no</strong>s, frisando que o objetivo principal deste<br />
procedimento era reconhecer o esforço feito para aprender.<br />
Sempre que entregava um mini-teste era efetua<strong>da</strong>, com os alu<strong>no</strong>s, a análise <strong>da</strong><br />
folha de cálculo <strong><strong>da</strong>s</strong> pontuações de superação (anexo 3), com o objetivo de que as<br />
diferentes equipas consciencializassem o seu progresso ou a necessi<strong>da</strong>de de haver um<br />
maior empenhamento na aprendizagem. Esta análise também permitiu que os alu<strong>no</strong>s<br />
tomassem conhecimento dos pontos com que ca<strong>da</strong> um contribuía para a sua equipa. De<br />
segui<strong>da</strong>, era feita uma discussão relativa ao desempenho de ca<strong>da</strong> equipa, bem como do<br />
trabalho desenvolvido por ca<strong>da</strong> um dos elementos, <strong>no</strong> sentido de fornecer feedback que<br />
permitisse aos alu<strong>no</strong>s refletir sobre o seu trabalho dentro <strong>da</strong> sua equipa.<br />
Após ca<strong>da</strong> entrega dos mini-testes, as equipas que atingiam os critérios<br />
estabelecidos recebiam uma recompensa como forma de reconhecimento do seu<br />
sucesso. Os critérios utilizados para a atribuição de prémios às equipas basearam-se nas<br />
57
pontuações obti<strong><strong>da</strong>s</strong> pelas mesmas, podendo, deste modo, serem considera<strong><strong>da</strong>s</strong> como<br />
“Boa”, “Grande” ou “Super Equipa” (ponto 2.8.1, tabela 2), sendo entregue a ca<strong>da</strong><br />
uma <strong><strong>da</strong>s</strong> equipas um certificado (anexo 1).<br />
3.3.3. Fase de Pós-implementação<br />
Nesta fase final, os alu<strong>no</strong>s preencheram individualmente o questionário<br />
“Trabalhar em grupo” (anexo 7). O objetivo foi conhecer a opinião dos alu<strong>no</strong>s sobre a<br />
importância <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa para a sua aprendizagem.<br />
No quadro IV encontram-se sintetiza<strong><strong>da</strong>s</strong> as ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong><strong>da</strong>s</strong> quer pelo<br />
professor quer pelo alu<strong>no</strong>, em ca<strong>da</strong> uma <strong><strong>da</strong>s</strong> fases de implementação do estudo.<br />
58
Quadro IV<br />
Papel do professor e do alu<strong>no</strong> em ca<strong>da</strong> uma <strong><strong>da</strong>s</strong> fases de implementação do estudo<br />
Fases do Estudo Papel do professor Papel do alu<strong>no</strong><br />
Fase de<br />
Pré-implementação<br />
Fase de<br />
Implementação<br />
Fase de<br />
Pós-implementação<br />
1. Especificar os objetivos de ensi<strong>no</strong>;<br />
2. Determinar o tamanho dos grupos e<br />
distribuir os alu<strong>no</strong>s pelos grupos;<br />
3. Atribuir papéis aos elementos dos<br />
grupos;<br />
4. Planificar materiais de ensi<strong>no</strong> para<br />
promover a interdependência;<br />
5. Cui<strong>da</strong>r do arranjo ou disposição <strong>da</strong><br />
sala;<br />
6. Distribuir tarefas;<br />
7. Assegurar, <strong>no</strong> trabalho de grupo, a<br />
presença dos cinco elementos<br />
essenciais <strong>da</strong> aprendizagem<br />
cooperativa;<br />
8. Estabelecer os comportamentos<br />
desejados ao trabalho de grupo;<br />
9. Refletir sobre o trabalho<br />
desenvolvido.<br />
1. Apresentar os conteúdos;<br />
2. Controlar o comportamento;<br />
3. Intervir se necessário;<br />
4. Prestar aju<strong>da</strong>;<br />
5. Elogiar;<br />
6. Avaliar a aprendizagem.<br />
7. Refletir sobre o trabalho<br />
desenvolvido.<br />
1. Refletir sobre o trabalho<br />
desenvolvido.<br />
2. Recolher <strong>da</strong>dos sobre a importância<br />
que os alu<strong>no</strong>s atribuíram à<br />
aprendizagem cooperativa.<br />
1. Questionar o professor, se algum<br />
aspeto não fosse por eles<br />
compreendido.<br />
1. Trabalhar juntos;<br />
2. Ouvirem-se atentamente uns aos<br />
outros;<br />
3. Fazerem perguntas uns aos outros;<br />
4. Assumirem responsabili<strong>da</strong>de<br />
individual / envolverem-se <strong>no</strong> trabalho<br />
de grupo;<br />
5. Realizar os mini-testes.<br />
1. Refletir sobre a forma como o seu<br />
grupo desenvolveu as tarefas;<br />
2. Informar o professor, por escrito<br />
ou em discussão na turma, dos aspetos<br />
mais positivos e me<strong>no</strong>s positivos do<br />
trabalho desenvolvido;<br />
3. Responder ao questionário<br />
“Trabalhar em grupo”.<br />
3.4. Instrumentos utilizados na recolha de <strong>da</strong>dos<br />
De forma a recolher <strong>da</strong>dos para responder aos objetivos do estudo, foram<br />
utilizados os seguintes instrumentos: mini-testes (anexo 8) e o questionário “Trabalhar<br />
em grupo” (anexo 7).<br />
59
Quadro V<br />
Instrumentos utilizados na recolha de <strong>da</strong>dos<br />
Objetivo<br />
Recolha de <strong>da</strong>dos relativos aos conhecimentos adquiridos<br />
pelos alu<strong>no</strong>s<br />
Recolha de <strong>da</strong>dos sobre a opinião dos alu<strong>no</strong>s relativamente<br />
à influência <strong>da</strong> metodologia implementa<strong>da</strong> na sua<br />
aprendizagem<br />
Instrumentos utilizados<br />
Mini-testes<br />
Questionário “Trabalhar em grupo”<br />
3.4.1. Mini-testes<br />
Segundo Lopes e Silva (2010), os mini-testes permitem avaliar os alu<strong>no</strong>s sobre<br />
informações factuais, conceitos e outras competências distintas. Geralmente, há uma<br />
resposta única e mais adequa<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> pergunta. Os mesmos autores referem alguns<br />
tipos de questões a incluir <strong>no</strong>s mini-testes: escolha múltipla, ver<strong>da</strong>deiro/falso, resposta<br />
curta, associação e resposta longa ou de desenvolvimento.<br />
Os mini-testes possibilitaram comparar as <strong>no</strong>tas obti<strong><strong>da</strong>s</strong> pelos alu<strong>no</strong>s ao longo do<br />
desenvolvimento do estudo, com a sua <strong>no</strong>ta de base, de modo a verificar a evolução do<br />
seu rendimento escolar. Este instrumento permitiu <strong>da</strong>r resposta ao <strong>no</strong>sso objetivo:<br />
averiguar a eficácia do método STAD <strong>no</strong> rendimento escolar de alu<strong>no</strong>s do Ensi<strong>no</strong><br />
Básico e Secundário, nas disciplinas de Ciências <strong>Naturais</strong> e de Biologia e Geologia.<br />
Os mini-testes, neste estudo, tiveram uma dupla função: sumativa, para<br />
classificar e formativa, na medi<strong>da</strong> em que constituiu uma ótima maneira de regular a<br />
aprendizagem dos alu<strong>no</strong>s durante o processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem. Esta dimensão<br />
formativa dos mesmos, permitiu verificar a compreensão dos alu<strong>no</strong>s após os conteúdos<br />
terem sido abor<strong>da</strong>dos e forneceu-lhes um feedback imediato sobre a sua aprendizagem,<br />
a partir do feedback que forneceram à professora sobre as aprendizagens realiza<strong><strong>da</strong>s</strong>.<br />
Desta forma, a professora pôde determinar rapi<strong>da</strong>mente a situação de ca<strong>da</strong> um deles em<br />
relação aos objetivos de aprendizagem, o que lhe possibilitou selecionar ativi<strong>da</strong>des com<br />
vista à remediação de aprendizagens me<strong>no</strong>s bem consegui<strong><strong>da</strong>s</strong>.<br />
3.4.2. Questionário “Trabalhar em grupo”<br />
Os questionários consistem em conjuntos de questões escritas a que se responde<br />
também por escrito (Afonso, 2005).<br />
60
De acordo com Tuckman (1978 como citado em Afonso, 2005), a técnica de<br />
inquérito por questionário permite cobrir três áreas de recolha <strong>da</strong> informação. Pode<br />
centrar-se na recolha de <strong>da</strong>dos sobre o que o inquirido sabe (conhecimento ou<br />
informação), pode orientar-se para o que o inquirido quer ou prefere (valores ou<br />
preferências) e, pode ain<strong>da</strong>, proporcionar <strong>da</strong>dos sobre o que o inquirido pensa ou crê<br />
(atitudes e convicções).<br />
A viabili<strong>da</strong>de do inquérito por questionário como uma técnica fiável de recolha<br />
de <strong>da</strong>dos implica a garantia de alguns pressupostos básicos, relativamente aos<br />
respondentes. Por um lado é necessário que assumam uma atitude colaborativa, isto é,<br />
que aceitem responder voluntariamente; por outro lado, é necessário que, ao<br />
responderem, digam o que efetivamente sabem, querem ou pensam. Assim, a professora<br />
solicitou aos alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong> amostra que tinham, voluntariamente aceite responder, que o<br />
fizessem de uma forma sincera.<br />
O questionário foi a<strong>da</strong>ptado de um estudo <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de do Botswana,<br />
intitulado “Collaborative Learning in the EAP Classroom: Students´ Perceptions” e,<br />
teve como principais objetivos compreender de que forma a aprendizagem cooperativa<br />
ajudou os alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong> amostra <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, conhecer a opinião<br />
que ca<strong>da</strong> um dos alu<strong>no</strong>s teve sobre a implementação desta metodologia de ensi<strong>no</strong> nas<br />
aulas de Ciências e aferir se os mesmos se encontravam motivados e dispostos a<br />
trabalhar cooperativamente <strong>no</strong>utras disciplinas.<br />
O questionário era composto por vinte e <strong>no</strong>ve questões: vinte e sete questões de<br />
resposta fecha<strong>da</strong>, com quatro categorias de resposta espera<strong><strong>da</strong>s</strong>: 1-concordo totalmente,<br />
2-concordo, 3-discordo, 4-discordo totalmente e duas questões de resposta aberta, cujas<br />
respostas não são previsíveis permitindo que o sujeito inquirido manifeste as suas ideias<br />
e sentimentos com a profundi<strong>da</strong>de que desejar. Na primeira questão de resposta aberta,<br />
os alu<strong>no</strong>s responderam à questão “O que é que pensas do trabalho cooperativo nas<br />
aulas de Ciências <strong>Naturais</strong>/Biologia e Geologia?”. Na segun<strong>da</strong> e última questão de<br />
resposta aberta, “Gostarias de trabalhar em grupos cooperativos nas outras<br />
disciplinas? Porquê?”, os alu<strong>no</strong>s respondem afirmamente ou negativamente à questão,<br />
justificando a sua opção.<br />
Antes <strong>da</strong> aplicação, o questionário foi aplicado experimentalmente a dois grupos<br />
<strong>da</strong> população, que não <strong>da</strong> amostra (um do 7.ºa<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de e outro do 11.ºa<strong>no</strong> do<br />
mesmo estabelecimento de ensi<strong>no</strong>), com o objetivo de validá-lo e de testar a sua<br />
quali<strong>da</strong>de.<br />
61
A aplicação do questionário, preenchido a<strong>no</strong>nimamente pelos alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong> amostra,<br />
foi feita na presença <strong>da</strong> professora-investigadora que supervisio<strong>no</strong>u o processo.<br />
3.5. Tratamento de <strong>da</strong>dos<br />
Os <strong>da</strong>dos relativos aos resultados obtidos pelos alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong>s mini-testes foram<br />
tratados recorrendo à abor<strong>da</strong>gem quantitativa. Em ca<strong>da</strong> questão dos mini-testes foi<br />
atribuí<strong>da</strong> uma cotação, obtendo os alu<strong>no</strong>s uma classificação final até 100 pontos, <strong>no</strong> 7.º<br />
a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de e até 200 pontos, <strong>no</strong> 11.º a<strong>no</strong>. Foi calcula<strong>da</strong> para ca<strong>da</strong> mini-teste a<br />
média do grupo e a média de ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong> <strong>no</strong> conjunto dos mini-testes. Recorreu-se,<br />
ain<strong>da</strong>, ao programa estatístico “Statistical Package for the Social Sience” (SPSS),<br />
versão 19.0 para Windows, para realizar o teste t de student, por forma a proceder à<br />
determinação <strong><strong>da</strong>s</strong> diferenças entre as duas médias <strong>da</strong> amostra (média <strong><strong>da</strong>s</strong> <strong>no</strong>tas de base<br />
<strong>da</strong> turma e média dos mini-testes <strong>da</strong> turma). Neste tipo de análise, estabelece-se uma<br />
hipótese, hipótese nula, como ponto de parti<strong>da</strong> que, geralmente, assume o efeito de<br />
interesse nulo. Neste caso, a hipótese nula é que as médias, média <strong><strong>da</strong>s</strong> <strong>no</strong>tas de base<br />
<strong>da</strong> turma e média dos mini-testes <strong>da</strong> turma, são iguais. Posteriormente, avalia-se a<br />
probabili<strong>da</strong>de de se terem obtido os resultados observados com a presença de uma<br />
hipótese correta. Isto, é-<strong>no</strong>s <strong>da</strong>do pela significância, representa<strong>da</strong> pela letra p. O valor<br />
de prova p é a probabili<strong>da</strong>de de se observar um valor igual ou mais extremo do que<br />
o observado se a hipótese nula é ver<strong>da</strong>deira, ou seja, a medi<strong>da</strong> do grau de<br />
concordância entre os <strong>da</strong>dos e a hipótese nula. Quanto me<strong>no</strong>r for o valor de p, mais<br />
improvável se torna que a hipótese nula se verifique, ou seja, existem diferenças<br />
estatisticamente significativas (p < 0,05).<br />
Para o tratamento dos <strong>da</strong>dos obtidos pelo questionário, aplicado <strong>no</strong> final <strong>da</strong><br />
intervenção pe<strong>da</strong>gógica, foi utiliza<strong>da</strong> a abor<strong>da</strong>gem quantitativa na análise <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas<br />
às questões fecha<strong><strong>da</strong>s</strong> (questões 1 a 27) e a abor<strong>da</strong>gem quantitativa e qualitativa na<br />
análise às questões abertas (questão 28 e 29). A análise quantitativa consistiu em<br />
calcular as percentagens <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> com a utilização dos diferentes itens <strong>da</strong><br />
escala. A análise qualitativa, realiza<strong>da</strong> às questões abertas, consistiu na análise do<br />
conteúdo. Esta oferece a possibili<strong>da</strong>de de tratar de forma metódica as informações<br />
recolhi<strong><strong>da</strong>s</strong>, transcrevendo-se os <strong>da</strong>dos que <strong>no</strong>s pareceram evidenciar maior significado<br />
para a interpretação <strong><strong>da</strong>s</strong> perceções dos alu<strong>no</strong>s. De acordo com Bardin (1994), a análise<br />
62
de conteúdo consiste num conjunto de técnicas de análise <strong><strong>da</strong>s</strong> comunicações, que utiliza<br />
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo <strong><strong>da</strong>s</strong> mensagens.<br />
Depois de feitas as análises quantitativa e qualitativa, realizou-se a vali<strong>da</strong>ção<br />
externa dos resultados, isto é, comparou-se os resultados obtidos com os de estudos<br />
semelhantes.<br />
63
CAPÍTULO IV<br />
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />
4.1. Introdução<br />
O fim a que se destina este capítulo é a apresentação e análise dos resultados do<br />
estudo realizado, de acordo com os objetivos formulados <strong>no</strong> capítulo I.<br />
4.2. Resultados do estudo<br />
Os resultados apresentados pretendem <strong>da</strong>r resposta aos seguintes objetivos:<br />
- Averiguar a eficácia do método STAD <strong>no</strong> rendimento escolar de alu<strong>no</strong>s do<br />
Ensi<strong>no</strong> Básico e Secundário, nas disciplinas de Ciências <strong>Naturais</strong> e de Biologia e<br />
Geologia;<br />
- Investigar as perceções dos alu<strong>no</strong>s, envolvidos <strong>no</strong> estudo, sobre a importância<br />
<strong>da</strong> aprendizagem cooperativa para a sua aprendizagem;<br />
- Inferir sobre a importância <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> processo de<br />
ensi<strong>no</strong>-aprendizagem <strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências <strong>Naturais</strong> e <strong>da</strong> Biologia e <strong>da</strong> Geologia; e<br />
- Refletir sobre a influência do método de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem utiliza<strong>da</strong> na<br />
prática letiva.<br />
Para atingir os objetivos procedeu-se, conforme descrito <strong>no</strong> capítulo anterior, ao<br />
tratamento e análise dos <strong>da</strong>dos obtidos com os diferentes instrumentos na recolha de<br />
<strong>da</strong>dos. Os resultados serão apresentados nas subseções que a seguir se apresentam.<br />
65
4.2.1. Análise dos resultados obtidos a partir <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos alu<strong>no</strong>s<br />
ao questionário “Trabalhar em grupo”<br />
Neste ponto, apresenta-se a análise dos resultados obtidos com a aplicação, <strong>no</strong><br />
final <strong>da</strong> intervenção pe<strong>da</strong>gógica, do questionário “Trabalhar em grupo” <strong>no</strong> 7.º e 11.º<br />
a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de. A aplicação deste questionário teve como objetivo investigar as<br />
perceções dos alu<strong>no</strong>s sobre a importância <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa na sua<br />
aprendizagem.<br />
A – Respostas <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos alu<strong>no</strong>s do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de<br />
Na tabela 3 estão representados os resultados <strong>da</strong> análise <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas, <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong><br />
pelos alu<strong>no</strong>s às questões 1 a 27 do questionário “Trabalhar em grupo”.<br />
Na tabela 4, apresentam-se as categorias e excertos <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas referentes à<br />
questão 28 do questionário, com as frequências e respetivas percentagens.<br />
Pela observação atenta <strong>da</strong> tabela 3 verificámos que a totali<strong>da</strong>de dos alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong><br />
amostra concor<strong>da</strong> totalmente/concor<strong>da</strong> que, trabalhar em grupo nas aulas de Ciências<br />
<strong>Naturais</strong> possibilitou-lhes a troca de informações, experiências e conhecimentos,<br />
permitiu-lhes desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de discutir as suas ideias, possibilitou-lhes<br />
melhorar a sua aprendizagem considerando as opiniões sobre o trabalho <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos<br />
seus colegas e permitiu-lhes envolverem-se mais ativamente na realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas<br />
(questões 2, 4, 8 e 16). A mesma percentagem de alu<strong>no</strong>s concor<strong>da</strong> totalmente/concor<strong>da</strong><br />
que trabalhar em grupo é mais divertido e que este, os tor<strong>no</strong>u mais pacientes e tolerantes<br />
em relação às ideias propostas pelos colegas, permitiu-lhes desenvolver o espírito de<br />
equipa, a capaci<strong>da</strong>de de ouvir as ideias dos outros e aumentou a sua motivação para<br />
aprender (questões 17, 19, 20, 21 e 22). Referem ain<strong>da</strong>, que foi vantajoso para a sua<br />
aprendizagem explicar a matéria aos colegas e que se tornaram mais autó<strong>no</strong>mos na<br />
medi<strong>da</strong> em que, o trabalho de grupo cooperativo lhes permitiu desenvolver a capaci<strong>da</strong>de<br />
de planear o seu trabalho e de estabelecer objetivos (questões 25 e 27).<br />
Todos os alu<strong>no</strong>s concor<strong>da</strong>m totalmente/concor<strong>da</strong>m que o trabalho de grupo<br />
ajudou-os a serem mais responsáveis com eles próprios e com o grupo, a serem mais<br />
capazes de aju<strong>da</strong>r os seus colegas de grupo com mais dificul<strong>da</strong>de, a conseguirem<br />
comunicar melhor as suas ideias, a sentirem-se mais aceites pelos outros e a melhorar a<br />
sua aprendizagem (questões 10, 11, 12, 13 e 14).<br />
66
Tabela 3<br />
Respostas dos alu<strong>no</strong>s do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de às questões 1 a 27, do questionário “Trabalhar em<br />
Grupo”<br />
N=24<br />
Questões<br />
Escala do questionário<br />
Trabalhar em grupo nas aulas de Ciências <strong>Naturais</strong> tem-me<br />
CT C D DT<br />
aju<strong>da</strong>do:<br />
(%) (%) (%) (%)<br />
1.A compreender melhor a matéria 50 45,8 4,2 0<br />
2.A trocar informações, experiências e conhecimentos 00 75 25 0 0<br />
3.A resolver melhor os problemas 58,3 00 0 37,5 4,2 0<br />
4.A desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de discutir as ideias 09 75 25 0 0<br />
5.A sentir mais à vontade, mais descontraído, me<strong>no</strong>s nervoso, quando<br />
9<br />
41,7 50 8,3 0<br />
tento partilhar as minhas ideias ou comunicar dentro do grupo<br />
6.A ter uma visão diferente sobre as coisas /certas matérias 45,8 50 4,2 0<br />
7.A <strong>da</strong>r mais importância aos esforços do grupo para a realização <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
tarefas do que aos individuais (os de ca<strong>da</strong> um individualmente)<br />
50 45,8 4,2 0<br />
8.A melhorar a minha aprendizagem considerando as opiniões sobre o<br />
trabalho <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos meus colegas, isto é, o feedback (as informações)<br />
que recebo dos colegas<br />
58,3 41,7 0 0<br />
9.A perceber que prefiro trabalhar sozinho mesmo quando sou colocado<br />
num grupo<br />
8,3 12,5 62,5 16,7<br />
10.A ser mais responsável comigo e com o meu grupo 62,5 37,5 0 0<br />
11.A ser mais capaz de aju<strong>da</strong>r os meus colegas de grupo com mais<br />
dificul<strong>da</strong>des<br />
66,6 33,4 0 0<br />
12.A conseguir comunicar melhor as minhas ideias 70,8 29,2 0 0<br />
13.A sentir mais aceite pelos outros 66,6 33,4 0 0<br />
14.A melhorar a minha aprendizagem 75 25 0 0<br />
15.A aprender com mais satisfação 62,4 33,4 4,2 0<br />
16.A envolver mais ativamente na realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas 62,5 37,5 0 0<br />
17.A perceber que trabalhar em grupo é mais divertido 75 25 0 0<br />
18.A fazer <strong>no</strong>vos amigos 37,5 50 4,2 8,3<br />
19.A ser mais paciente e tolerante em relação às ideias propostas pelos<br />
meus colegas<br />
62,5 37,5 0 0<br />
20.A desenvolver o espírito de equipa ou de grupo 75 25 0 0<br />
21.A desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de ouvir as ideias dos outros colegas 70,8 29,2 0 0<br />
22.A aumentar a motivação por aprender 79,2 20,8 0 0<br />
23.A perceber que é uma per<strong>da</strong> de tempo explicar a matéria aos outros<br />
colegas<br />
12,5 33,4 54,1 0<br />
24.A perceber que é me<strong>no</strong>s cansativo (causa me<strong>no</strong>s nervosismo) do que<br />
trabalhar sozinho<br />
54,2 37,5 8,3 0<br />
25.A perceber que traz vantagens para mim explicar a matéria aos<br />
colegas do grupo<br />
62,5 37,5 0 0<br />
26.A perceber que é difícil conseguir que alguns colegas participem<br />
ativamente nas tarefas<br />
20,8 33,4 20,8 25<br />
27.A desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de planear o meu trabalho e estabelecer<br />
objectivos<br />
75 25 0 0<br />
CT - Concordo Totalmente<br />
C - Concordo<br />
D - Discordo<br />
DT - Discordo Totalmente<br />
67
À exceção de um alu<strong>no</strong> (4,2%), todos concor<strong>da</strong>m totalmente/concor<strong>da</strong>m que o<br />
trabalho de grupo cooperativo ajudou-os a compreender melhor a matéria, a resolver<br />
melhor os problemas, a ter uma visão diferente sobre as coisas/certas matérias, a <strong>da</strong>r<br />
mais importância aos esforços do grupo para a realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas do que aos<br />
individuais e permitiu-lhes aprenderem com mais satisfação (questões 1, 3, 6, 7 e 15).<br />
Apenas dois alu<strong>no</strong>s (8,3%) discor<strong>da</strong>m que o trabalho de grupo cooperativo nas<br />
aulas os ajudou a sentirem-se mais à vontade, mais descontraídos, me<strong>no</strong>s nervosos<br />
quando tentavam partilhar as suas ideias ou comunicar dentro do grupo e que é me<strong>no</strong>s<br />
cansativo do que trabalhar sozinho (questões 5 e 24).<br />
Somente três alu<strong>no</strong>s (12,5%) discor<strong>da</strong>m/discor<strong>da</strong>m totalmente que o trabalho de<br />
grupo os ajudou a fazer <strong>no</strong>vos amigos (questão 18).<br />
Grande parte <strong>da</strong> amostra (79,2%) discor<strong>da</strong>/discor<strong>da</strong> totalmente que o trabalho de<br />
grupo cooperativo ajudou-os a perceber que preferem trabalhar sozinhos mesmo quando<br />
são colocados num grupo (questão 9).<br />
Mais de metade <strong>da</strong> turma (54,1%) discor<strong>da</strong> que é uma per<strong>da</strong> de tempo explicar a<br />
matéria aos outros colegas (questão 23).<br />
Também pela análise <strong>da</strong> tabela 3, foi possível constatar que 54,2% dos alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong><br />
amostra ain<strong>da</strong> encontram uma dificul<strong>da</strong>de <strong>no</strong>s trabalhos de grupo: conseguir que alguns<br />
colegas participem ativamente nas tarefas (questão 26). Os resultados obtidos permitem<br />
identificar este item como a principal dificul<strong>da</strong>de que os alu<strong>no</strong>s encontraram <strong>no</strong> trabalho<br />
desenvolvido.<br />
A análise <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> ao questionário parece ain<strong>da</strong> permitir-<strong>no</strong>s inferir<br />
sobre alguns outros aspetos relativos à forma como decorreu o trabalho de grupo. As<br />
características fun<strong>da</strong>mentais dos grupos cooperativos, <strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente a<br />
interdependência positiva, a responsabili<strong>da</strong>de individual e de grupo e as competências<br />
sociais, essenciais para o bom funcionamento do grupo, foram assegura<strong><strong>da</strong>s</strong> durante o<br />
desenvolvimento do trabalho.<br />
Verificámos, pelos resultados apresentados na tabela 3, que os alu<strong>no</strong>s<br />
interiorizaram a ideia de que estão dependentes dos outros de tal modo que não<br />
conseguem ser bem-sucedidos a não ser que os colegas do grupo também o sejam e<br />
vice-versa. Os alu<strong>no</strong>s perceberam que interdependem positivamente uns dos outros, <strong>no</strong><br />
grupo de que fazem parte. A análise às respostas <strong><strong>da</strong>s</strong> questões 7, 8 e 11, evidenciou que<br />
os alu<strong>no</strong>s deram mais importância aos esforços de grupo que aos esforços individuais,<br />
melhoraram a sua aprendizagem considerando as opiniões sobre o trabalho <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos<br />
68
seus colegas e foram capazes de aju<strong>da</strong>r os colegas de grupo com mais dificul<strong>da</strong>des. Para<br />
isso, tor<strong>no</strong>u-se indispensável a entreaju<strong>da</strong> entre os elementos dos diferentes grupos de<br />
forma a maximizarem a aprendizagem de todos os membros, partilhando recursos,<br />
<strong>da</strong>ndo apoio mútuo e celebrando juntos o sucesso.<br />
A responsabili<strong>da</strong>de individual e de grupo também se tornaram claras na análise<br />
<strong><strong>da</strong>s</strong> respostas <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> à questão 10 onde, a totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> amostra, referiu que o trabalho de<br />
grupo cooperativo os tor<strong>no</strong>u mais responsáveis com eles próprios e com o grupo.<br />
Assim, os alu<strong>no</strong>s interiorizaram a ideia de que seriam responsáveis pela sua própria<br />
aprendizagem e pela dos seus colegas. Os diferentes grupos assumiram a<br />
responsabili<strong>da</strong>de por alcançar os seus objetivos e ca<strong>da</strong> elemento do grupo se<br />
responsabilizou por cumprir com a sua parte, para o trabalho comum.<br />
Também as competências interpessoais e grupais são imprescindíveis ao<br />
trabalho em grupo. Para que haja uma ver<strong>da</strong>deira cooperação, tal como já foi referido <strong>no</strong><br />
capítulo II, devem ensinar-se aos alu<strong>no</strong>s competências sociais como, por exemplo: saber<br />
esperar pela sua vez, elogiar os outros, partilhar os materiais, pedir aju<strong>da</strong>, falar num tom<br />
de voz baixa, comunicar de forma clara, ser paciente, aju<strong>da</strong>r os outros, etc. Trabalhar<br />
em grupo nas aulas de Ciências <strong>Naturais</strong> permitiu, tal como evidenciam as respostas às<br />
questões 11, 12, 19, 20 e 21 que os alu<strong>no</strong>s adquirissem, usassem e melhorassem<br />
algumas dessas competências. Por exemplo: aju<strong>da</strong>r os colegas, comunicar de forma<br />
clara, ser paciente e tolerante, construir o espírito de grupo ou de equipa e saber escutar<br />
ativamente.<br />
Na tabela 4 apresentam-se os resultados <strong>da</strong> análise de conteúdo à questão 28 do<br />
questionário “Trabalhar em grupo”. A sua análise permite verificar que, para 45,8%<br />
dos alu<strong>no</strong>s, trabalhar em grupo cooperativo facilita a aprendizagem, ou seja, os alu<strong>no</strong>s<br />
consideram que percebem melhor e mais facilmente a matéria quando trabalham em<br />
cooperação. Os restantes alu<strong>no</strong>s mencionaram, ain<strong>da</strong>, que o trabalho em grupo<br />
cooperativo possibilita a troca de ideias entre colegas (20,8%), aumenta a motivação<br />
para aprender (16,7%), possibilita a entreaju<strong>da</strong> (12,5%) e facilita a comunicação entre<br />
colegas (4,2%).<br />
Para fun<strong>da</strong>mentar a análise efetua<strong>da</strong>, transcrevemos alguns excertos <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
respostas <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos alu<strong>no</strong>s ao questionário (tabela 4).<br />
69
Tabela 4<br />
Categorias e excertos de respostas dos alu<strong>no</strong>s do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de à questão 28, “O que é que<br />
pensas do trabalho cooperativo nas aulas de Ciências <strong>Naturais</strong>?”, do questionário “Trabalhar em<br />
Grupo”<br />
N=24<br />
Categoria<br />
Facilita a<br />
aprendizagem<br />
Promove a<br />
troca de ideias<br />
Aumenta a<br />
motivação<br />
Promove a<br />
entreaju<strong>da</strong><br />
Facilita a<br />
comunicação<br />
Excertos de respostas<br />
“Percebemos melhor a matéria” (A12)<br />
“Aprende-se melhor as matérias” (A13)<br />
“Aju<strong>da</strong>-<strong>no</strong>s a memorizar melhor a matéria” (A14)<br />
“A aprendizagem é mais fácil” (A15)<br />
“Podemos aprender com os outros colegas”(A4)<br />
“Acho que foi importante trabalharmos mutuamente porque trocámos<br />
ideias” (A9)<br />
“Penso que é bom (…) porque dá-mos as <strong>no</strong>ssas opiniões” (A16)<br />
“Porque ao trabalhar em conjunto com os colegas podemos partilhar<br />
ideias e questões” (A18)<br />
“É importante ouvirmos opiniões e visões diferentes <strong>da</strong> matéria para<br />
melhorarmos as <strong>no</strong>ssas capaci<strong>da</strong>des de estudo” (A2)<br />
“Acho que é bom trabalhar em grupo porque <strong>no</strong>s motiva a aprender e<br />
a participar” (A10)<br />
“Quando todos aju<strong>da</strong>m o trabalho fica melhor” (A11)<br />
“Se não soubermos alguma coisa, podemos esclarecer com o grupo”<br />
(A6)<br />
N.º de alu<strong>no</strong>s<br />
F %<br />
11 45,8<br />
5 20,8<br />
4 16,7<br />
3 12,5<br />
“É uma forma dos alu<strong>no</strong>s comunicarem” (A8) 1 4,2<br />
As categorias de resposta encontra<strong><strong>da</strong>s</strong> na questão 28 vão de encontro aos<br />
resultados obtidos nas questões 1 a 27 (tabela 3). Para os alu<strong>no</strong>s, trabalhar em grupos<br />
cooperativos facilita a sua aprendizagem, tal como concor<strong>da</strong>m 95,8% dos alu<strong>no</strong>s, na<br />
questão 1 e 100% na questão 14; promove a troca de ideias, como refere a totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
amostra na questão 2; aumenta a motivação para aprender, como mencionam todos os<br />
alu<strong>no</strong>s na questão 22; fomenta a entreaju<strong>da</strong>, como referem 100% dos alu<strong>no</strong>s na questão<br />
11 e facilita a comunicação de ideias, como referido na questão 12, por todos os alu<strong>no</strong>s.<br />
A análise efetua<strong>da</strong> às respostas <strong>da</strong> questão 29, “Gostarias de trabalhar em<br />
grupos cooperativos nas outras disciplinas? Porquê?”, permitiu apurar que vinte e três<br />
alu<strong>no</strong>s (95,8%) responderam afirmativamente à questão.<br />
A análise ao conteúdo <strong><strong>da</strong>s</strong> justificações <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos alu<strong>no</strong>s permitiram-<strong>no</strong>s<br />
inferir que para esta opinião, contribuiu o facto de considerarem que a aprendizagem<br />
cooperativa:<br />
- Facilita a aprendizagem. São exemplos de respostas dentro desta categoria:<br />
“Porque tenho uma melhor aprendizagem” (A7)<br />
70
“Porque assim podíamos perceber melhor a matéria” (A12)<br />
“Porque compreendemos melhor a matéria” (A16)<br />
- Permite que os alu<strong>no</strong>s se ajudem uns aos outros:<br />
“Porque <strong>no</strong>s estaríamos a aju<strong>da</strong>r uns aos outros” (A9)<br />
“Podemos aju<strong>da</strong>r os colegas com mais dificul<strong>da</strong>de” (A13)<br />
“Porque podemos dividir tarefas” (A15)<br />
- Possibilita a partilha de opiniões e troca de ideias:<br />
“Com os trabalhos de grupo posso partilhar a minha opinião com os meus<br />
colegas” (A11)<br />
“Porque podemos comunicar e trocar informações e ideias com os <strong>no</strong>ssos<br />
colegas” (A4)<br />
- Motiva para a aprendizagem:<br />
<strong>no</strong>tas” (A10)<br />
“Pode motivar os alu<strong>no</strong>s a gostarem mais dessa disciplina e a melhorar as<br />
Apenas um alu<strong>no</strong> (4,2%) se revelou indeciso e justificou <strong>da</strong> seguinte forma:<br />
“depende <strong><strong>da</strong>s</strong> matérias e <strong><strong>da</strong>s</strong> disciplinas” (A6).<br />
B - Respostas <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos alu<strong>no</strong>s do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de<br />
Na tabela 5 estão representados os resultados <strong>da</strong> análise <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong><br />
pelos alu<strong>no</strong>s às questões 1 a 27 do questionário “Trabalhar em grupo”.<br />
Na tabela 6 apresentam-se as categorias e excertos <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas referentes, à<br />
questão 28 do questionário, com as respetivas frequências e percentagens.<br />
Ao analisarmos atentamente a tabela 5 verificamos que a totali<strong>da</strong>de dos alu<strong>no</strong>s<br />
<strong>da</strong> amostra concor<strong>da</strong> totalmente/concor<strong>da</strong> que trabalhar em grupo nas aulas de Biologia<br />
e Geologia permitiu-lhes trocar informações, experiências e conhecimentos,<br />
possibilitou-lhes o desenvolvimento <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de de discutir as ideias e permitiu-lhes,<br />
ain<strong>da</strong>, aju<strong>da</strong>r os colegas de grupo com mais dificul<strong>da</strong>des (questões 2, 4 e 11).<br />
71
Tabela 5<br />
Respostas dos alu<strong>no</strong>s do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de às questões 1 a 27, do questionário “Trabalhar em<br />
Grupo”<br />
N=22<br />
Questões<br />
Escala do questionário<br />
Trabalhar em grupo nas aulas de Biologia e Geologia tem-me CT C D DT<br />
aju<strong>da</strong>do:<br />
(%) (%) (%) (%)<br />
1.A compreender melhor a matéria 27,3 59,1 13,6 0<br />
2.A trocar informações, experiências e conhecimentos 50 50 0 0<br />
3.A resolver melhor os problemas 18,2 77,3 4,5 0<br />
4.A desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de discutir as ideias 41 59 0 0<br />
5.A sentir mais à vontade, mais descontraído, me<strong>no</strong>s nervoso, quando<br />
tento partilhar as minhas ideias ou comunicar dentro do grupo<br />
45,5 36,3 18,2 0<br />
6.A ter uma visão diferente sobre as coisas /certas matérias 22,7 54,6 22,7 0<br />
7.A <strong>da</strong>r mais importância aos esforços do grupo para a realização <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
tarefas do que aos individuais (os de ca<strong>da</strong> um individualmente)<br />
31,8 31,8 31,8 4,6<br />
8.A melhorar a minha aprendizagem considerando as opiniões sobre o<br />
trabalho <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos meus colegas, isto é, o feedback (as informações)<br />
que recebo dos colegas<br />
27,3 68,2 4,5 0<br />
9.A perceber que prefiro trabalhar sozinho mesmo quando sou colocado<br />
num grupo<br />
4,5 13,6 54,6 27,3<br />
10.A ser mais responsável comigo e com o meu grupo 54,6 36,4 9 0<br />
11.A ser mais capaz de aju<strong>da</strong>r os meus colegas de grupo com mais<br />
dificul<strong>da</strong>des<br />
31,8 68,2 0 0<br />
12.A conseguir comunicar melhor as minhas ideias 36,4 54,6 9 0<br />
13.A sentir-me mais aceite pelos outros 22,7 36,5 31,8 9<br />
14.A melhorar a minha aprendizagem 36,4 50 13,6 0<br />
15.A aprender com mais satisfação 31,8 54,6 13,6 0<br />
16.A envolver mais ativamente na realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas 22,7 72,8 4,5 0<br />
17.A perceber que trabalhar em grupo é mais divertido 54,6 31,8 13,6 0<br />
18.A fazer <strong>no</strong>vos amigos 18,2 40,9 22,7 18,2<br />
19.A ser mais paciente e tolerante em relação às ideias propostas pelos<br />
meus colegas<br />
27,3 68,2 4,5 0<br />
20.A desenvolver o espírito de equipa ou de grupo 41 50 9 0<br />
21.A desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de ouvir as ideias dos outros colegas 45,5 45,5 9 0<br />
22.A aumentar a motivação por aprender 27,3 45,4 27,3 0<br />
23.A perceber que é uma per<strong>da</strong> de tempo explicar a matéria aos outros<br />
colegas<br />
0 13,6 22,7 63,7<br />
24.A perceber que é me<strong>no</strong>s cansativo (causa me<strong>no</strong>s nervosismo) do que<br />
trabalhar sozinho<br />
22,7 22,7 41 13,6<br />
25.A perceber que traz vantagens para mim explicar a matéria aos<br />
colegas do grupo<br />
40,8 45,6 13,6 0<br />
26.A perceber que é difícil conseguir que alguns colegas participem<br />
ativamente nas tarefas<br />
22,7 45,6 22,7 9<br />
27.A desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de planear o meu trabalho e estabelecer<br />
objectivos<br />
31,8 63,7 4,5 0<br />
CT - Concordo Totalmente<br />
D - Discordo<br />
C – Concordo<br />
DT - Discordo Totalmente<br />
72
À exceção de um alu<strong>no</strong> (4,5%), todos concor<strong>da</strong>m totalmente/concor<strong>da</strong>m que<br />
trabalhar em grupo ajudou-os a resolver melhor os problemas, permitiu-lhes melhorar a<br />
sua aprendizagem considerando as opiniões sobre o trabalho <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos seus colegas,<br />
ajudou-os a envolverem-se mais ativamente na realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas, tor<strong>no</strong>u-os mais<br />
pacientes e tolerantes em relação às ideias propostas pelos colegas e tor<strong>no</strong>u-os mais<br />
autó<strong>no</strong>mos na medi<strong>da</strong> em que os ajudou a desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de planear o seu<br />
trabalho e de estabelecer objetivos (questões 3, 8, 16, 19 e 27).<br />
Todos os alu<strong>no</strong>s, à exceção de dois (9%), concor<strong>da</strong>m totalmente/concor<strong>da</strong>m que<br />
o trabalho de grupo cooperativo os ajudou a serem mais responsáveis com eles próprios<br />
e com o grupo, a comunicar melhor as suas ideias, a desenvolver o espírito de equipa e a<br />
capaci<strong>da</strong>de de ouvir as ideias dos outros colegas (questões 10, 12, 20 e 21).<br />
À exceção de três alu<strong>no</strong>s (13,6%) que discor<strong>da</strong>m, todos concor<strong>da</strong>m<br />
totalmente/concor<strong>da</strong>m que trabalhar em grupo os ajudou a compreender melhor a<br />
matéria, a melhorar a sua aprendizagem, a aprender com mais satisfação, a perceber que<br />
trabalhar em grupo é mais divertido e a perceber que é vantajoso para eles explicar a<br />
matéria aos colegas de grupo (questões 1, 14, 15, 17 e 25).<br />
Quando trabalham em grupos cooperativos, 81,8% dos alu<strong>no</strong>s concor<strong>da</strong><br />
totalmente/concor<strong>da</strong> que se sentiram mais à vontade, mais descontraídos e me<strong>no</strong>s<br />
nervosos quando tentaram partilhar as suas ideias ou comunicar dentro do grupo<br />
(questão 5).<br />
As maiores percentagens de discordância (discordo/discordo totalmente) são as<br />
obti<strong><strong>da</strong>s</strong> nas questões 6, 7, 13, 18, 22 e 23 que obtiveram percentagens de respostas<br />
discor<strong>da</strong>ntes entre o valor de 22,7% e 86,4%. Os alu<strong>no</strong>s discor<strong>da</strong>m e/ou discor<strong>da</strong>m<br />
totalmente que trabalhar em grupo cooperativo nas aulas de Biologia e Geologia os<br />
ajudou a ter uma visão diferente sobre as coisas/certas matérias, a <strong>da</strong>r mais importância<br />
aos esforços do grupo para a realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas do que aos individuais, a sentirem-se<br />
mais aceites pelos outros, a fazer <strong>no</strong>vos amigos, a sentirem-se mais motivados para<br />
aprender e a perceber que era uma per<strong>da</strong> de tempo explicar a matéria aos outros colegas.<br />
Considerámos pertinente salientar que nas questões 9 e 24 se encontram duas<br />
exceções: positiva na primeira questão e negativa na segun<strong>da</strong>. Na questão 9, dezoito<br />
alu<strong>no</strong>s (81,9%) discor<strong>da</strong>m/discor<strong>da</strong>m totalmente que o trabalho de grupo os ajudou a<br />
perceber que preferiam trabalhar sozinhos mesmo quando foram colocados em grupo.<br />
Na questão 24, doze alu<strong>no</strong>s (54,6%) discor<strong>da</strong>ram/discor<strong>da</strong>ram totalmente que o trabalho<br />
de grupo os ajudou a perceber que é me<strong>no</strong>s cansativo do que trabalhar sozinho.<br />
73
Também pela análise <strong>da</strong> tabela 5, foi possível constatar que 68,3% dos alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong><br />
amostra considera difícil conseguir que alguns colegas participem ativamente nas<br />
tarefas (questão 26).<br />
A análise global <strong>da</strong> tabela 5 permite, a <strong>no</strong>sso ver, inferir que os alu<strong>no</strong>s<br />
trabalharam em grupo, mantendo interdependência positiva, responsabili<strong>da</strong>de individual<br />
e de grupo e adquiriram e/ou desenvolveram competências sociais.<br />
A eleva<strong>da</strong> percentagem de “concordo totalmente/concordo” às questões 8 e 11<br />
evidencia ter existido interdependência positiva. Contudo, as respostas <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos<br />
alu<strong>no</strong>s à questão 7 parecem revelar ter existido algumas dificul<strong>da</strong>des a este nível, <strong>da</strong>do<br />
que oito alu<strong>no</strong>s (36,4%) discor<strong>da</strong>m/discor<strong>da</strong>m totalmente que a aprendizagem<br />
cooperativa os aju<strong><strong>da</strong>s</strong>se nesse aspeto.<br />
Também <strong>no</strong>s parece, pelos resultados obtidos na questão 10 que o trabalho<br />
cooperativo tor<strong>no</strong>u os alu<strong>no</strong>s mais responsáveis não só com eles próprios, como<br />
também com o seu grupo (91% dos alu<strong>no</strong>s concor<strong>da</strong> totalmente/concor<strong>da</strong> com a<br />
afirmação).<br />
O ganho de competências sociais, indispensáveis ao trabalho de grupo, por parte<br />
dos alu<strong>no</strong>s também está visível nas respostas às questões 11, 12, 19, 20 e 21. Pelas<br />
respostas dos alu<strong>no</strong>s é possível inferir que a aprendizagem cooperativa lhes permitiu<br />
adquirir e/ou melhorar competências como: aju<strong>da</strong>r os colegas, comunicar de forma<br />
clara, ser paciente e tolerante, possuir espírito de grupo ou de equipa e saber escutar<br />
atentamente.<br />
Pela análise <strong>da</strong> tabela 6 pode verificar-se que praticamente metade <strong>da</strong> amostra<br />
(45,5%) considera que o trabalho de grupo cooperativo facilita a aprendizagem, isto é,<br />
aju<strong>da</strong>-os a compreender melhor a matéria. Alguns alu<strong>no</strong>s consideram, ain<strong>da</strong>, que lhes<br />
possibilita a troca de ideias (22,7%) e a entreaju<strong>da</strong> (22,7%). Quatro alu<strong>no</strong>s (18,2%)<br />
mencionaram que o trabalho de grupo cooperativo é uma estratégia motivadora, uma<br />
vez que não só motiva os alu<strong>no</strong>s me<strong>no</strong>s interessados na disciplina/conteúdo como<br />
motiva os alu<strong>no</strong>s para trabalhar.<br />
74
Tabela 6<br />
Categorias e excertos de respostas dos alu<strong>no</strong>s do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de à questão 28, “O que é que<br />
pensas do trabalho cooperativo nas aulas de Biologia e Geologia?”, do questionário “Trabalhar em<br />
grupo”<br />
N=22<br />
Categoria<br />
Facilita a<br />
aprendizagem<br />
Promove a<br />
entreaju<strong>da</strong><br />
Promove a troca<br />
de ideias<br />
Aumenta a<br />
motivação<br />
Aumenta a<br />
capaci<strong>da</strong>de de<br />
cooperação<br />
Aumenta a autoconfiança<br />
Aumenta<br />
responsabili<strong>da</strong>de<br />
Excertos de resposta<br />
“Aju<strong>da</strong> bastante a compreender a matéria” (B15)<br />
“Permite saber até onde vão os <strong>no</strong>ssos conhecimentos para poder<br />
melhorá-los” (B9)<br />
“Podemos aprender a matéria de várias formas, o que me aju<strong>da</strong> a<br />
perceber melhor a matéria” (B13)<br />
“Aju<strong>da</strong>-me, pessoalmente, a entender melhor as matérias” (B12)<br />
“Aju<strong>da</strong> a desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de um alu<strong>no</strong> aprender” (B7)<br />
“Facilita a aprendizagem dos alu<strong>no</strong>s com mais dificul<strong>da</strong>de” (B2)<br />
“Aju<strong>da</strong> os colegas mais capacitados a aju<strong>da</strong>r os outros me<strong>no</strong>s<br />
capacitados” (B7)<br />
“Permitiu-me perceber melhor as dificul<strong>da</strong>des de outros colegas”<br />
(B3)<br />
“Aju<strong>da</strong> a desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de um alu<strong>no</strong> aprender e<br />
explicar aos colegas a matéria” (B7)<br />
“Podemo-<strong>no</strong>s aju<strong>da</strong>r uns aos outros” (B5)<br />
“Trabalhar em grupo permite-<strong>no</strong>s partilhar conhecimentos” (B5)<br />
“Através <strong>da</strong> partilha de ideias adquirimos <strong>no</strong>vos conhecimentos”<br />
(B22)<br />
“Troco ideias com os meus colegas o que é agradável” (B18)<br />
“Aumenta o espírito de grupo e a vontade de estu<strong>da</strong>r porque<br />
estamos com pessoas com quem <strong>no</strong>s sentimos à vontade para <strong>no</strong>s<br />
expressarmos” (B8)<br />
“Aju<strong>da</strong> a motivar os alu<strong>no</strong>s me<strong>no</strong>s interessados nesta disciplina”<br />
(B12)<br />
“Trabalhar em grupo nas aulas de Biologia e Geologia foi uma<br />
ativi<strong>da</strong>de bastante positiva, uma vez que aumentou a minha<br />
motivação para aprender” (B4)<br />
“Aumenta a cooperação entre os colegas” (B5)<br />
“Aju<strong>da</strong>-<strong>no</strong>s a cooperar uns com os outros” (B1)<br />
“Permitiu-me sentir mais descontraí<strong>da</strong> em relação à avaliação<br />
sumativa” (B3)<br />
“Trabalhar em equipa desenvolve as <strong>no</strong>ssas responsabili<strong>da</strong>des <strong>no</strong><br />
grupo” (B19)<br />
N.º de alu<strong>no</strong>s<br />
F %<br />
10 45,5<br />
5 22,7<br />
5 22,7<br />
4 18,2<br />
3 13,6<br />
1 4,5<br />
1 4,5<br />
Nota: Ao analisarmos os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> tabela 6, dever-se-á ter em conta que, como a questão era aberta, os<br />
alu<strong>no</strong>s poderiam referir nas suas respostas situações que se incluem em várias categorias, pelo que a soma<br />
dos valores percentuais <strong><strong>da</strong>s</strong> diferentes categorias de resposta é superior a 100%.<br />
As categorias de resposta encontra<strong><strong>da</strong>s</strong> na questão 28, tabela 6, vão de encontro<br />
aos resultados obtidos nas questões 1 a 27 (tabela 5). Trabalhar em grupos cooperativos<br />
facilita a aprendizagem, tal como concor<strong>da</strong>m 86,4% dos alu<strong>no</strong>s, nas questões 1 e 14;<br />
promove a entreaju<strong>da</strong>, tal como referem na questão 11, com todos os alu<strong>no</strong>s a<br />
concor<strong>da</strong>r; promove a troca de ideias, tal como a totali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> amostra concor<strong>da</strong> na<br />
questão 2; aumenta a motivação para aprender, como referem 72,7% dos alu<strong>no</strong>s na<br />
75
questão 22; aumenta a capaci<strong>da</strong>de de cooperação como evidenciado em praticamente<br />
to<strong><strong>da</strong>s</strong> as questões; aumenta a auto-confiança como referem 81,8% na questão 5 e<br />
aumenta a responsabili<strong>da</strong>de, referi<strong>da</strong> na questão 10, com 91% <strong>da</strong> amostra a concor<strong>da</strong>r.<br />
Pela análise <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas à questão 29, “Gostarias de trabalhar em grupos<br />
cooperativos nas outras disciplinas? Porquê?”, verificámos que dezoito alu<strong>no</strong>s (82%)<br />
referem que gostariam de trabalhar em grupos cooperativos nas outras disciplinas.<br />
A análise ao conteúdo permite-<strong>no</strong>s verificar que a facili<strong>da</strong>de em aprender,<br />
aparece como a principal razão para os alu<strong>no</strong>s quererem trabalhar com a aprendizagem<br />
cooperativa:<br />
“ Talvez aprendesse mais facilmente” (B17)<br />
“Especialmente em Matemática e Física porque facilita a compreensão” (B16)<br />
“Acho que ficaríamos a perceber melhor a matéria em me<strong>no</strong>s tempo” (B7)<br />
“Facilita bastante a aprendizagem dos alu<strong>no</strong>s com mais dificul<strong>da</strong>de” (B2)<br />
“Aprenderia melhor a matéria” (B1)<br />
“Permite uma melhor aprendizagem” (B20)<br />
- Os alu<strong>no</strong>s apontam, ain<strong>da</strong>, a discussão de ideias e a partilha de opiniões como<br />
razões também importantes:<br />
“Servia para termos outros pontos de vista <strong>da</strong> matéria” (B15)<br />
“Permite a partilha de informação” (B9)<br />
- O facto de permitir a resolução de problemas também é referido:<br />
“Em matemática e português porque facilita a resolução de problemas” (B9)<br />
“Principalmente em disciplinas que envolvem maior raciocínio porque facilita<br />
a resolução de problemas” (B4)<br />
- Referem, também, o facto do trabalho de grupo cooperativo ser uma estratégia<br />
que os motiva para a aprendizagem:<br />
“É uma forma mais diverti<strong>da</strong> de aprender” (B2)<br />
“As aulas não são tão cansativas” (B20)<br />
- Destacam igualmente, a entreaju<strong>da</strong> como motivo a valorizar:<br />
76
“Podia aju<strong>da</strong>r os colegas nas disciplinas” (B17)<br />
Podemos constatar ain<strong>da</strong>, que dois alu<strong>no</strong>s (9%) referem que não gostavam de<br />
trabalhar em grupos cooperativos nas outras disciplinas. Justificam as suas respostas<br />
unicamente com uma única razão – a provável existência de conflitos/desorganização,<br />
motiva<strong>da</strong> pela diferença de empenhamento entre os membros do grupo. A título de<br />
exemplo, apresentamos os excertos de resposta dos alu<strong>no</strong>s: “porque alguns elementos<br />
do grupo trabalham e outros não” (B6) e “quando trabalhamos em grupo existe<br />
confusão, nem todos trabalham e o mérito do trabalho é dividido por todos, mesmo<br />
pelos que não trabalham” (B14).<br />
Os dois alu<strong>no</strong>s (9%) que se encontram indecisos referem, contudo, que valeria a<br />
pena tentar.<br />
Em síntese, após a análise <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas dos alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong> amostra ao questionário<br />
aplicado, verifica-se que:<br />
- na opinião dos alu<strong>no</strong>s do 7.º e do 11.º a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de, a aprendizagem<br />
cooperativa facilita a aprendizagem, promove a troca de ideias, aumenta a motivação<br />
para aprender, promove a entreaju<strong>da</strong>, facilita a comunicação, aumenta a capaci<strong>da</strong>de de<br />
cooperação, a auto-confiança e a responsabili<strong>da</strong>de;<br />
- <strong>no</strong> 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, 95,8% <strong>da</strong> amostra gostaria de trabalhar em grupos<br />
cooperativos nas outras disciplinas;<br />
- <strong>no</strong> 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, 82% dos alu<strong>no</strong>s gostaria de trabalhar em grupos<br />
cooperativos nas outras disciplinas;<br />
- os resultados obtidos nas respostas <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> ao questionário demonstram que os<br />
alu<strong>no</strong>s evidenciaram responsabili<strong>da</strong>de individual, interdependência positiva e<br />
consequente aumento <strong><strong>da</strong>s</strong> relações interpessoais, bem como puseram em prática<br />
competências sociais indispensáveis ao trabalho de grupo.<br />
A opinião dos alu<strong>no</strong>s envolvidos <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso estudo vai de encontro ao referido por<br />
diversos autores. Por exemplo, Sanches (1994) e Fraile (1998) concluíram, <strong>no</strong>s vários<br />
estudos que implementaram, que a aprendizagem cooperativa aumenta a motivação para<br />
aprender, permite o confronto entre ideias e opiniões, desenvolve uma comunicação<br />
eficaz e positiva, encoraja os alu<strong>no</strong>s a <strong>da</strong>r e a aceitar aju<strong>da</strong>, permite o desenvolvimento<br />
<strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de individual perante o grupo e a sua própria aprendizagem e permite a<br />
integração dos alu<strong>no</strong>s com mais dificul<strong>da</strong>des, onde os alu<strong>no</strong>s mais fracos melhoram o<br />
seu desempenho quando se juntam com colegas que têm melhor rendimento escolar.<br />
77
Johnson e Johnson (1979) defendem que a aprendizagem cooperativa promove<br />
melhores relações, possibilita uma maior interação positiva entre os demais elementos e<br />
uma maior aceitação e tolerância com alu<strong>no</strong>s com NEE.<br />
Os <strong>no</strong>ssos resultados também vão de encontro aos resultados de alguns estudos<br />
nacionais. Cunha (2007), Ramos (2008), Gonçalves (2010) e Cunha (2012) apontam<br />
para que a aplicação de métodos de aprendizagem cooperativa seja considera<strong>da</strong> uma<br />
metodologia com potenciali<strong>da</strong>des para a aquisição de competências, quer cognitivas<br />
quer sociais, pelos alu<strong>no</strong>s.<br />
4.2.2. Análise dos resultados obtidos <strong>no</strong>s mini-testes<br />
Antes <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa, os alu<strong>no</strong>s, como já<br />
anteriormente referido, tinham realizado um teste de avaliação, cujos resultados<br />
constituíram a classificação de base que <strong>no</strong>s permitiu efetuar uma análise comparativa<br />
com os resultados alcançados, pelos mesmos alu<strong>no</strong>s, <strong>no</strong>s mini-testes, realizados durante<br />
a <strong>no</strong>ssa intervenção.<br />
Durante a intervenção pe<strong>da</strong>gógica, os alu<strong>no</strong>s do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de<br />
realizaram dois mini-testes enquanto que os alu<strong>no</strong>s do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de<br />
realizaram seis mini-testes, tendo como principal objetivo investigar a influência do<br />
método STAD <strong>no</strong> seu rendimento escolar.<br />
Esta diferença do número de mini-testes nas duas turmas deve-se, ao facto, de <strong>no</strong><br />
11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, o número de aulas envolvi<strong><strong>da</strong>s</strong> <strong>no</strong> estudo ter sido maior,<br />
dezoito aulas <strong>no</strong> 11.º a<strong>no</strong> e quatro aulas <strong>no</strong> 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de. No 7.º a<strong>no</strong>, o<br />
número de aulas foi mais peque<strong>no</strong>, uma vez que os alu<strong>no</strong>s apenas tinham uma aula de<br />
Ciências <strong>Naturais</strong> por semana e a professora-investigadora apenas ficou responsável por<br />
quatro delas, não permitindo este número de aulas, que se realizasse um maior número<br />
de mini-testes.<br />
Os mini-testes foram utilizados, essencialmente, de forma sumativa não tendo<br />
sido contudo descura<strong>da</strong> a sua dimensão formativa, permitindo fornecer feedback à<br />
professora-investigadora sobre a aprendizagem realiza<strong>da</strong> pelos seus alu<strong>no</strong>s ao mesmo<br />
tempo que, possibilitaram selecionar, sem demora, ativi<strong>da</strong>des com vista à remediação de<br />
aprendizagens me<strong>no</strong>s bem consegui<strong><strong>da</strong>s</strong> (Lopes & Silva, 2012).<br />
No 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de foi possível recolher <strong>da</strong>dos de uma forma mais<br />
consistente e sistemática sobre a evolução dos alu<strong>no</strong>s ao longo do estudo realizado, uma<br />
78
vez que tanto <strong>no</strong> primeiro momento de responsabilização (Biologia) <strong>da</strong> professorainvestigadora,<br />
como <strong>no</strong> segundo (Geologia), o estudo foi realizado com a mesma turma.<br />
No 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de não foi possível observar a evolução dos alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong>s dois<br />
momentos de responsabilização, uma vez que <strong>no</strong> segundo as aulas foram leciona<strong><strong>da</strong>s</strong><br />
<strong>no</strong>utra turma do Ensi<strong>no</strong> Básico que não integrou o estudo.<br />
A – Amostra do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de<br />
A análise <strong>da</strong> tabela 7 permite verificar que a média obti<strong>da</strong> pela turma <strong>no</strong>s minitestes<br />
(67,8%) foi superior à média <strong>da</strong> <strong>no</strong>ta de base (60,7%).<br />
Ao compararmos a <strong>no</strong>ta de base de ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong>, com a respetiva média dos minitestes<br />
(tabela 7) verificamos que, do universo <strong>da</strong> <strong>no</strong>ssa amostra de 24 alu<strong>no</strong>s, 19<br />
(79,2%) melhoraram e 5 (20,8%) baixaram o aproveitamento escolar. Os alu<strong>no</strong>s que<br />
melhoraram o rendimento escolar obtiveram ganhos entre 1% a 30%. Os 5 alu<strong>no</strong>s que<br />
baixaram apresentaram per<strong><strong>da</strong>s</strong> pouco significativas, de 2,2% a 8,5%, sendo,<br />
inequivocamente, os ganhos obtidos superiores às per<strong><strong>da</strong>s</strong>.<br />
Constatou-se ain<strong>da</strong> que dos 8 alu<strong>no</strong>s que tinham me<strong>no</strong>r rendimento escolar, 6<br />
melhoraram os seus resultados, conseguindo 3 deles ganhos acima dos 10% (tabela 8).<br />
No entanto, os alu<strong>no</strong>s que conseguiram ganhos maiores e os mais elevados <strong>da</strong> amostra<br />
foram os alu<strong>no</strong>s A1, A13 e A20, cujas <strong>no</strong>tas de base eram positivas.<br />
Por outro lado, dos sete alu<strong>no</strong>s que apresentavam as maiores <strong>no</strong>tas de base<br />
apenas um baixou ligeiramente <strong>no</strong>s mini-testes (tabela 9).<br />
79
Tabela 7<br />
Nota de base, média dos mini-testes e diferença entre a média dos mini-testes e a <strong>no</strong>ta de base dos alu<strong>no</strong>s<br />
do 7.ºa<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de (média e teste t de student)<br />
N=24<br />
Nota de Base Média dos Mini-testes Diferença de médias<br />
Alu<strong>no</strong>s<br />
(%)<br />
(%)<br />
(%)<br />
A1 65 88,3 23,3<br />
A2 81 91,5 10,5<br />
A3 47 55 8<br />
A4 42 39,5 -2,5<br />
A5 50 52,5 2,5<br />
A6 39 52 13<br />
A7 69 60,5 -8,5<br />
A8 42 42,5 0,5<br />
A9 82 79,8 -2,2<br />
A10 59 54 -5<br />
A11 62 62,5 0,5<br />
A12 40 34,5 -5,5<br />
A13 64 90,8 26,8<br />
A14 62 71,3 9,3<br />
A15 82 82,3 0,3<br />
A16 44 53 9<br />
A17 53 60 7<br />
A18 47 65 18<br />
A19 85 89 4<br />
A20 53 82,8 29,8<br />
A21 90 90,3 0,3<br />
A22 82 86,5 4,5<br />
A23 77 91,5 14,5<br />
A24 40 52 12<br />
Média 60,70 67,79 7,08<br />
t = t de student<br />
p = significância<br />
t=3,425303; p=0,001156<br />
80
Tabela 8<br />
Resultados obtidos pelos alu<strong>no</strong>s do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de que apresentavam as me<strong>no</strong>res classificações<br />
de base<br />
Nota de Base Média dos Mini-testes Ganhos<br />
Alu<strong>no</strong>s<br />
(%)<br />
(%)<br />
(%)<br />
A3 47 55 8<br />
A6 39 52 13<br />
A8 42 42,5 0,5<br />
A16 44 53 9<br />
A18 47 65 18<br />
A24 40 52 12<br />
Tabela 9<br />
Resultados obtidos pelos alu<strong>no</strong>s do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de que apresentavam as maiores classificações de<br />
base<br />
Nota de base Média dos Mini-testes Ganhos / Per<strong><strong>da</strong>s</strong><br />
Alu<strong>no</strong>s<br />
(%)<br />
(%)<br />
(%)<br />
A2 81 91,5 10,5<br />
A9 82 79,8 -2,2<br />
A15 82 82,3 0,3<br />
A19 85 89 4<br />
A21 90 90,3 0,3<br />
A22 82 86,5 4,5<br />
A23 77 91,5 14,5<br />
Saliente-se ain<strong>da</strong>, que o alu<strong>no</strong> <strong>da</strong> amostra com NEE (A16) registou uma subi<strong>da</strong><br />
de 9%. Também o alu<strong>no</strong> A1, referenciado como um alu<strong>no</strong> com baixa auto-estima,<br />
aumentou o seu rendimento escolar em 23,3%.<br />
Os conhecimentos que tínhamos, antes <strong>da</strong> implementação do trabalho<br />
cooperativo, acerca do alu<strong>no</strong> A16, alu<strong>no</strong> com NEE, revelavam um perfil com défice de<br />
atenção/concentração e auto<strong>no</strong>mia bem como, alguns comportamentos me<strong>no</strong>s<br />
adequados na sala de aula. Este alu<strong>no</strong> demonstrou melhorias <strong>no</strong> rendimento escolar,<br />
passando de <strong>no</strong>ta negativa para <strong>no</strong>ta positiva, tal como pudemos verificar pela tabela 8.<br />
Também na totali<strong>da</strong>de <strong><strong>da</strong>s</strong> aulas em que decorreu o trabalho de grupo cooperativo, o seu<br />
comportamento revelou respeito pelos colegas do seu grupo. O alu<strong>no</strong> refere que a<br />
81
aprendizagem cooperativa permitiu-lhe <strong>da</strong>r a sua opinião (tabela 4) e que gostaria de<br />
voltar a trabalhar em grupos cooperativos nas outras disciplinas porque compreenderia<br />
melhor a matéria, como podemos verificar pela análise <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas à questão 29.<br />
Apesar de este alu<strong>no</strong> ter sido o elemento mais passivo do seu grupo, manifestava a<br />
preocupação em realizar as ativi<strong>da</strong>des e em acompanhar o ritmo dos seus colegas de<br />
grupo.<br />
Quando se estabelece uma comparação entre a <strong>no</strong>ta de base e a média dos minitestes,<br />
pela aplicação do teste t de student (tabela 7), verifica-se que existem diferenças<br />
estatisticamente significativas (t=3,425 e p=0,001), comprovando a existência de<br />
ganhos estatisticamente significativos <strong>no</strong> rendimento escolar destes alu<strong>no</strong>s.<br />
B – Amostra do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de<br />
A análise <strong>da</strong> tabela 10 permite verificar que a média obti<strong>da</strong> pela turma <strong>no</strong>s minitestes<br />
(15,6 valores) foi superior à média <strong>da</strong> <strong>no</strong>ta de base (14,3 valores).<br />
Na mesma tabela, ao compararmos a <strong>no</strong>ta de base de ca<strong>da</strong> alu<strong>no</strong>, com a respetiva<br />
média dos mini-testes verificamos que dos 22 alu<strong>no</strong>s, 14 (63,6%) melhoraram e 8<br />
(36,4%) baixaram o aproveitamento escolar. Os alu<strong>no</strong>s que melhoraram o rendimento<br />
escolar obtiveram ganhos entre 1 a 8 valores. Os 8 alu<strong>no</strong>s que baixaram apresentaram<br />
per<strong><strong>da</strong>s</strong> pouco significativas, de 0,4 a 2,1 valores. Desta forma, os ganhos obtidos foram<br />
superiores às per<strong><strong>da</strong>s</strong>.<br />
Constatou-se, ain<strong>da</strong>, que os alu<strong>no</strong>s, B5 e B12, este último repetente, que<br />
revelavam os rendimentos escolares mais baixos (tabela 11), melhoraram os seus<br />
resultados, conseguindo ambos ganhos na ordem dos 6 e 8 valores, respetivamente, ou<br />
seja, tinham <strong>no</strong>ta de base negativa e conseguiram resultados positivos <strong>no</strong>s mini-testes.<br />
Os alu<strong>no</strong>s referidos foram os que conseguiram ganhos maiores e os mais elevados <strong>da</strong><br />
amostra. Salienta-se, ain<strong>da</strong>, o alu<strong>no</strong> B1, também repetente e o alu<strong>no</strong> B6 com <strong>no</strong>tas de<br />
base positivas mas baixas, que conseguiram ambos uma subi<strong>da</strong> na ordem dos 4 valores.<br />
Também os alu<strong>no</strong>s B15 e B26 conseguiram ganhos, superiores a dois valores, <strong>no</strong> seu<br />
aproveitamento escolar e os alu<strong>no</strong>s B7 e B16, ganhos na ordem dos três valores.<br />
Por outro lado, dos oito alu<strong>no</strong>s que apresentavam as maiores <strong>no</strong>tas de base<br />
(tabela 12) todos baixaram o seu rendimento escolar entre 0,4 e 2,1 valores, à exceção<br />
do alu<strong>no</strong> B3.<br />
82
A aplicação do teste t de student (t=2,487; p=0,010), tabela 10, permitiu concluir<br />
que este valor é significativo, o que comprova a existência de ganhos estatisticamente<br />
significativos <strong>no</strong> rendimento escolar destes alu<strong>no</strong>s.<br />
Tabela 10<br />
Notas de base, média dos mini-testes e diferença entre a média dos mini-testes e a <strong>no</strong>ta de base dos alu<strong>no</strong>s<br />
do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de (média e teste t de student)<br />
N=22<br />
Nota de Base Média dos Mini-testes Diferença de médias<br />
Alu<strong>no</strong>s<br />
(valores)<br />
(valores)<br />
(valores)<br />
B1 11,3 15,2 3,9<br />
B2 17,9 16,6 -1,3<br />
B3 18 18,7 0,7<br />
B4 18,5 17,7 -0,8<br />
B5 8,6 14,3 5,7<br />
B6 10,8 15 4,2<br />
B7 14,8 17,5 2,7<br />
B8 11 11,9 0,9<br />
B9 20 18,5 -1,5<br />
B10 13,3 14,1 0,8<br />
B11 15 16,6 1,6<br />
B12 7 15,2 8,2<br />
B14 16,8 16,4 -0,4<br />
B15 10,8 13 2,2<br />
B16 13,8 16,5 2,7<br />
B17 13,8 15,7 1,9<br />
B18 18,3 16,2 -2,1<br />
B20 18,5 16,5 -2<br />
B22 17,5 16,6 -0,9<br />
B23 13 12,4 -0,6<br />
B25 11,1 13,2 2,1<br />
B26 13,8 16,2 2,4<br />
Média 14,25 15,63 1,38<br />
t = t de student<br />
p = significância<br />
t=2,487272; p=0,010679<br />
Nota: Os resultados presentes são apresentados em valores (escala de 0 a 20).<br />
83
Tabela 11<br />
Resultados obtidos pelos alu<strong>no</strong>s do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de que apresentavam as me<strong>no</strong>res classificações<br />
de base<br />
Nota de base Média dos Mini-testes Ganhos<br />
Alu<strong>no</strong>s<br />
(valores) (valores) (valores)<br />
B5 8,6 14,3 5,7<br />
B12 7 15,2 8,2<br />
Tabela 12<br />
Resultados obtidos pelos alu<strong>no</strong>s do 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de que apresentavam as maiores classificações<br />
de base<br />
Nota de base Média dos Mini-testes Ganhos / Per<strong><strong>da</strong>s</strong><br />
Alu<strong>no</strong>s<br />
(valores) (valores)<br />
(valores)<br />
B2 17,9 16,6 -1,3<br />
B3 18 18,7 0,7<br />
B4 18,5 17,7 -0,8<br />
B9 20 18,5 -1,5<br />
B14 16,8 16,4 -0,4<br />
B18 18,3 16,2 -2,1<br />
B20 18,5 16,5 -2<br />
B22 17,5 16,6 -0,9<br />
Em síntese, após a análise dos resultados obtidos pelos alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong> amostra <strong>no</strong>s<br />
mini-testes realizados, verifica-se que:<br />
- tanto <strong>no</strong> 7.º como <strong>no</strong> 11.º a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de, a média do rendimento escolar<br />
<strong>da</strong> turma aumentou, sendo o maior aumento, relativamente à <strong>no</strong>ta de base, <strong>no</strong> 7.º a<strong>no</strong> de<br />
escolari<strong>da</strong>de de 29,8% e <strong>no</strong> 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de de 8,2 valores;<br />
- os alu<strong>no</strong>s que apresentavam o rendimento escolar mais baixo foram os que<br />
mais melhoraram os seus resultados, apresentando ganhos superiores aos alu<strong>no</strong>s que<br />
apresentavam melhor rendimento;<br />
- o alu<strong>no</strong> A16 do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, com NEE, aumentou o seu rendimento<br />
escolar;<br />
- comparando a média <strong><strong>da</strong>s</strong> <strong>no</strong>tas de base dos alu<strong>no</strong>s do 7.º e 11.º a<strong>no</strong>s de<br />
escolari<strong>da</strong>de, com a média dos mini-testes, verifica-se que se obtiveram ganhos<br />
84
estatisticamente significativos (com base <strong>no</strong> teste t de student), o que permite concluir<br />
que a utilização do método cooperativo STAD promoveu melhorias significativas <strong>no</strong><br />
rendimento escolar destes alu<strong>no</strong>s.<br />
Segundo Johnson e Johnson (1985), a aprendizagem cooperativa permite<br />
principalmente aumentar o sucesso escolar dos alu<strong>no</strong>s com me<strong>no</strong>s rendimento, sem que<br />
os que obtêm níveis de rendimento mais elevado fiquem prejudicados, como aconteceu<br />
<strong>no</strong> <strong>no</strong>sso estudo. À semelhança de estudos como os de Johnson, Johnson e Holubec<br />
(1999), também Farlow (1994) e Tamasik (2007) verificaram que a utilização <strong>da</strong><br />
aprendizagem cooperativa refletiu-se <strong>no</strong> aumento do rendimento escolar e <strong>da</strong> entreaju<strong>da</strong><br />
de alu<strong>no</strong>s com e sem NEE. Os resultados por nós obtidos, relativamente ao alu<strong>no</strong> do<br />
7.ºa<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, com NEE são comprovados por outros estudos realizados com<br />
alu<strong>no</strong>s com as mesmas necessi<strong>da</strong>des educativas especiais, em que foram obti<strong><strong>da</strong>s</strong><br />
melhorias tanto ao nível do rendimento escolar, como ao nível do seu comportamento<br />
(Slavin, 1990 como citado em Lopes & Silva, 2009). Khan (2011) ao comparar uma<br />
amostra onde utilizou o método cooperativo STAD com outra amostra onde utilizou<br />
métodos de ensi<strong>no</strong> tradicionais, verificou que a média <strong>da</strong> pontuação <strong>da</strong> amostra onde foi<br />
aplicado o método de aprendizagem cooperativa superou as pontuações <strong>da</strong> outra<br />
amostra. Outros investigadores como Osborne e Freyberg (1995) concluíram que a<br />
aprendizagem cooperativa tem muitas potenciali<strong>da</strong>des <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>aprendizagem<br />
<strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências promovendo, desta forma, o sucesso ao nível do rendimento<br />
escolar.<br />
Estes <strong>no</strong>ssos resultados assemelham-se igualmente, aos obtidos por Nevin<br />
(1987), Maset (2001), Franciscato e Maluf (2006), Fathman e Kesser (1993) e Kaye,<br />
(1991), como citados em Lopes e Silva (2009). Estes autores verificaram que a<br />
aprendizagem cooperativa permitiu que os alu<strong>no</strong>s melhorassem os seus resultados<br />
escolares.<br />
Os resultados por nós obtidos vão de encontro aos resultados de Freixo (2003),<br />
Ramos (2008), Machado (2011) e Cunha (2012) pois, <strong>no</strong>s seus estudos, verificaram a<br />
existência de uma melhoria significativa <strong>no</strong> rendimento escolar dos alu<strong>no</strong>s. Cunha<br />
(2007), num estudo semelhante, que envolveu alu<strong>no</strong>s do 8º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, obteve<br />
também resultados que apontam para um aumento significativo do rendimento escolar<br />
dos alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong> sua amostra, principalmente dos que apresentavam rendimento escolar<br />
mais baixo. Também Ribeiro (2006), <strong>no</strong> seu estudo sobre estratégias cooperativas com<br />
alu<strong>no</strong>s do 9º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, verificou a existência de melhorias <strong>no</strong> rendimento<br />
escolar <strong>da</strong> amostra. Gonçalves (2010) <strong>no</strong> seu estudo com alu<strong>no</strong>s do 8.º a<strong>no</strong> de<br />
85
escolari<strong>da</strong>de, sobre o contributo <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa na melhoria <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
competências cognitivas e sociais de alu<strong>no</strong>s com e sem NEE, também reconheceu uma<br />
melhoria <strong>no</strong> rendimento escolar de todos os alu<strong>no</strong>s, embora tenham sido os alu<strong>no</strong>s com<br />
um rendimento escolar mais baixo os que obtiveram ganhos mais significativos a esse<br />
nível.<br />
86
CAPÍTULO V<br />
REFLEXÃO SOBRE A PRÁTICA PEDAGÓGICA<br />
Os alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong> amostra onde decorreu a prática pe<strong>da</strong>gógica nunca antes tinham<br />
trabalhado com a aprendizagem cooperativa. Estes alu<strong>no</strong>s eram habitualmente sujeitos a<br />
uma metodologia mais tradicional, em que a relação professor-alu<strong>no</strong> apresentava uma<br />
disposição desequilibra<strong>da</strong> de domínio e conhecimento, dominando a transmissão de<br />
conhecimentos por parte do professor.<br />
Antes <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa, foi possível verificar,<br />
durante as aulas <strong>da</strong> professora orientadora do estágio, que os alu<strong>no</strong>s pensavam que<br />
trabalhar em grupo era, simplesmente, estarem sentados à volta de uma mesa, a falarem<br />
uns com os outros enquanto fizessem os seus trabalhos individualmente. Foi também<br />
possível verificar que alguns dos alu<strong>no</strong>s relacionavam o seu sucesso com a aquisição e<br />
interiorização individual de conhecimentos, outros já tinham estabelecido entre si uma<br />
relação de interdependência negativa, em que alguns dos alu<strong>no</strong>s competiam uns com os<br />
outros. Outros alu<strong>no</strong>s não colaboravam, mas também não competiam entre eles,<br />
trabalhavam apenas individualmente e ao seu próprio ritmo. Em certas ativi<strong>da</strong>des que os<br />
alu<strong>no</strong>s realizaram em grupo, também <strong>no</strong>tei que era o alu<strong>no</strong> mais capaz que assumia a<br />
responsabili<strong>da</strong>de pelo trabalho do grupo e os colegas dependiam dele.<br />
Desta forma, se queria implementar a aprendizagem cooperativa com sucesso,<br />
achei fun<strong>da</strong>mental realizar inicialmente um diálogo com os alu<strong>no</strong>s onde foi explica<strong>da</strong> a<br />
importância do trabalho em cooperação e a pertinência <strong><strong>da</strong>s</strong> regras de trabalho de grupo,<br />
as funções que os alu<strong>no</strong>s deveriam desempenhar e os cinco elementos essenciais dos<br />
grupos cooperativos. Assim, foram estabelecidos com os alu<strong>no</strong>s os objetivos de<br />
interdependência positiva, através dos objetivos mútuos de aprendizagem, onde foi<br />
sublinhado aos alu<strong>no</strong>s que os mesmos deveriam aprender a matéria e ter a certeza de<br />
que todos os membros do grupo a aprendiam. Foi explicado, por forma a fortalecer a<br />
interdependência positiva, que iam ser usa<strong><strong>da</strong>s</strong> recompensas de grupo, que ia ser <strong>da</strong><strong>da</strong> a<br />
ca<strong>da</strong> elemento do grupo uma parte <strong>da</strong> informação total necessária para realizar o<br />
87
trabalho e que iam ser atribuídos aos alu<strong>no</strong>s diferentes papéis que os mesmos teriam que<br />
desempenhar. Foi também referido, que o grupo deveria assumir a responsabili<strong>da</strong>de por<br />
alcançar os seus objetivos e ca<strong>da</strong> membro era responsável por cumprir com a sua parte,<br />
para o trabalho comum. Visto que alguns dos alu<strong>no</strong>s já tinham estabelecido uma relação<br />
de interdependência negativa entre eles, antes <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong> aprendizagem<br />
cooperativa, considero ter sido fun<strong>da</strong>mental e imprescindível, para a obtenção dos bons<br />
resultados deste estudo, a realização deste diálogo com os alu<strong>no</strong>s.<br />
Também como ponto positivo, na minha opinião, foi a definição com os alu<strong>no</strong>s<br />
dos objetivos de aprendizagem antes de se iniciar o ensi<strong>no</strong> do <strong>no</strong>vo conteúdo. Ao longo<br />
<strong>da</strong> prática pe<strong>da</strong>gógica pude perceber a importância deste procedimento pois, constituiu<br />
um recurso de orientação à aprendizagem dos alu<strong>no</strong>s na medi<strong>da</strong> em que os orientou <strong>no</strong><br />
processo de auto-avaliação, aju<strong>da</strong>ndo-os a consciencializar os resultados que se<br />
desejavam com a intervenção educativa, permitindo-lhes orientar os esforços de ensi<strong>no</strong><br />
e de aprendizagem. Quando os alu<strong>no</strong>s não sabem os objetivos de aprendizagem não<br />
podem orientar o seu estudo, pois não sabem se já atingiram ou não os objetivos<br />
estabelecidos pelo professor.<br />
As técnicas de avaliação formativa, questionamento e ponto enlameado ou pedra<br />
<strong>no</strong> caminho, utiliza<strong><strong>da</strong>s</strong> nas responsabilizações melhoraram, a meu ver, a quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
aprendizagem dos alu<strong>no</strong>s. Para que o ensi<strong>no</strong> se tornasse mais centrado <strong>no</strong> alu<strong>no</strong><br />
questionei-os, com frequência e com diferentes intenções. Não apenas para verificar a<br />
aquisição de conhecimentos, mas também para que os alu<strong>no</strong>s entendessem as minhas<br />
perguntas como indicações importantes sobre o que estavam a fazer e como deveriam<br />
fazê-lo como feedback. Ou seja, quando fazia questões aos alu<strong>no</strong>s pretendia não só<br />
estimular a sua compreensão como também, motivá-los para se envolverem mais<br />
ativamente <strong>no</strong> processo de aprendizagem, verificar se os alu<strong>no</strong>s se encontravam aptos<br />
para eu prosseguir com o ensi<strong>no</strong> de <strong>no</strong>vos conteúdos e, sobretudo, avaliar se os<br />
objetivos estavam ou não a ser atingidos por eles. O ponto enlameado ou pedra <strong>no</strong><br />
caminho também possibilitou que os alu<strong>no</strong>s se autoavaliassem para determinar as suas<br />
dificul<strong>da</strong>des sobre os assuntos <strong><strong>da</strong>s</strong> aulas. As informações que os alu<strong>no</strong>s me<br />
disponibilizaram, através desta técnica de avaliação formativa, sobre a sua<br />
aprendizagem constituiu um ótimo feedback para me informar quais os conteúdos em<br />
que eles revelavam maiores dificul<strong>da</strong>des em aprender. Desta forma, com esta<br />
informação pude orientar as minhas decisões de ensi<strong>no</strong> sobre os conteúdos que deveria<br />
realçar e, possibilitou-me selecionar, sem demora, ativi<strong>da</strong>des com vista à remediação<br />
<strong><strong>da</strong>s</strong> aprendizagens me<strong>no</strong>s bem consegui<strong><strong>da</strong>s</strong>. O feedback que eu proporcionei aos alu<strong>no</strong>s,<br />
88
como resultado <strong>da</strong> aplicação <strong><strong>da</strong>s</strong> técnicas de avaliação formativa durante to<strong>da</strong> a prática<br />
pe<strong>da</strong>gógica foi também, na minha opinião, um dos pontos fun<strong>da</strong>mentais para a obtenção<br />
de bons resultados. Este feedback revelou-se muito eficaz porque, ao contrário do que<br />
os alu<strong>no</strong>s estavam habituados, não se resumiu a um simples elogio mas, teve função de<br />
ensi<strong>no</strong>. O feedback que proporcionei aos alu<strong>no</strong>s possibilitou-lhes saber para onde iam,<br />
como se estavam a sair e qual era a próxima meta, ou seja, permitiu que os alu<strong>no</strong>s<br />
percebessem os objetivos de aprendizagem, que soubessem que progressos estavam a<br />
ser feitos em relação à meta ou ao objetivos e que ativi<strong>da</strong>des precisariam de ser<br />
realiza<strong><strong>da</strong>s</strong> para progredir melhor. Durante a prática pe<strong>da</strong>gógica foram também<br />
realizados pelos alu<strong>no</strong>s mapas de conceitos, que considerei uma estratégia fun<strong>da</strong>mental<br />
para a consoli<strong>da</strong>ção de conhecimentos dos alu<strong>no</strong>s. Os mapas de conceitos permitiram<br />
que os alu<strong>no</strong>s visualizassem a forma como os conceitos de um tema se relacionavam<br />
entre si e, desta forma, desenvolvessem uma compreensão mais profun<strong>da</strong> do mesmo.<br />
Em grupo os alu<strong>no</strong>s trocaram ideias e alguns deles, chegaram mesmo a detetar algumas<br />
dificul<strong>da</strong>des que ain<strong>da</strong> apresentavam sobre alguns dos conceitos. Esta técnica de<br />
avaliação formativa facilitou ain<strong>da</strong>, o estudo e a revisão geral do conteúdo em questão e<br />
incentivou a aprendizagem cooperativa na medi<strong>da</strong> em que fomentou a entreaju<strong>da</strong> entre<br />
os alu<strong>no</strong>s e entre estes e o seu professor, centrando o esforço <strong>da</strong> aprendizagem na<br />
construção de conhecimentos partilhados, facilitando a criação de um clima de respeito<br />
mútuo e de cooperação na sala de aula.<br />
To<strong><strong>da</strong>s</strong> estas ações metodológicas, com que eu enriqueci a minha prática<br />
pe<strong>da</strong>gógica e empenhamento <strong>no</strong> processo de aprendizagem, pelos alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong> amostra,<br />
foram, sem qualquer dúvi<strong>da</strong>, fun<strong>da</strong>mentais para que melhorassem o seu rendimento<br />
escolar.<br />
No entanto, considero que a minha prática pe<strong>da</strong>gógica teve dois pontos<br />
negativos: a ausência do trei<strong>no</strong> <strong><strong>da</strong>s</strong> competências sociais e, não ter informado os alu<strong>no</strong>s,<br />
pelo me<strong>no</strong>s de forma tão clara, sobre as regras de pontuação dos mini-testes e os<br />
critérios de atribuição de prémios às equipas.<br />
Apesar de ter referido aos alu<strong>no</strong>s que as competências interpessoais e grupais<br />
eram imprescindíveis ao trabalho de grupo e de a maioria dos problemas que surgem<br />
<strong>no</strong>s grupos de aprendizagem cooperativa resultarem <strong><strong>da</strong>s</strong> fracas ou mesmo <strong>da</strong> ausência<br />
de competências sociais e, que desta forma, os alu<strong>no</strong>s deveriam saber esperar pela sua<br />
vez, elogiar os outros, partilhar os materiais, pedir aju<strong>da</strong>, falar num tom de voz baixo,<br />
comunicar de forma clara, aceitar as diferenças, escutar ativamente, etc, penso que<br />
deveria ter reestruturado a minha prática pe<strong>da</strong>gógica optando por diag<strong>no</strong>sticar<br />
89
previamente algumas competências sociais em falta e treinar as competências sociais<br />
indispensáveis para o sucesso do trabalho de grupo cooperativo, de uma forma mais<br />
sistemática. Isto, como referido, implicava ter feito um diagnóstico prévio do domínio<br />
de competências sociais básicas pelos alu<strong>no</strong>s, com vista a decidir sobre a pertinência do<br />
seu ensi<strong>no</strong>.<br />
Relativamente às regras de pontuação dos mini-testes e aos critérios de<br />
atribuição de prémios às equipas verifiquei que, quando entregava os mini-testes e as<br />
recompensas, os alu<strong>no</strong>s não tinham entendido o processo de atribuição de prémios. Se<br />
os alu<strong>no</strong>s tivessem percebido todo o procedimento envolvido na atribuição dos<br />
certificados talvez se sentiriam mais motivados para tentar superar o seu desempenho<br />
anterior, esforçando-se para conseguirem mais pontos para a sua equipa, de uma forma<br />
mais empenha<strong>da</strong>, desde o primeiro mini-teste.<br />
De uma maneira geral, penso que as aulas decorreram de forma positiva porque<br />
se verificou, na grande maioria dos momentos, o envolvimento ativo de todos os alu<strong>no</strong>s<br />
que trabalharam sempre de forma empenha<strong>da</strong> e com bom ritmo. Penso ter quebrado a<br />
rotina do ensi<strong>no</strong> tradicional, através do uso de diferentes e varia<strong><strong>da</strong>s</strong> estratégias e<br />
métodos, para que todos os alu<strong>no</strong>s se sentissem mais motivados, cumprissem todos os<br />
objectivos definidos aumentando, desta forma, o seu rendimento escolar.<br />
A minha intervenção na sala de aula fez com que eu pudesse refletir sobre as<br />
minhas ações pe<strong>da</strong>gógicas, permitindo-me detetar os aspetos que correram bem e me<strong>no</strong>s<br />
bem, de forma a serem trabalhados e melhorados. Assim, para o sucesso <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong><br />
profissional e principalmente para o sucesso dos alu<strong>no</strong>s considero ser importante e<br />
indispensável: definir com os alu<strong>no</strong>s os objetivos de aprendizagem, assegurar que os<br />
alu<strong>no</strong>s se responsabilizem pela sua própria aprendizagem e pela dos colegas, assegurar<br />
igualmente o desenvolvimento e domínio <strong><strong>da</strong>s</strong> competências sociais e estabelecer entre<br />
eles objetivos de interdependência positiva através <strong>da</strong> partilha de objetivos comuns de<br />
aprendizagem. Também as técnicas de avaliação formativa estarão presentes na minha<br />
prática pe<strong>da</strong>gógica futura <strong>da</strong>do que, melhoraram qualitativamente a aprendizagem dos<br />
alu<strong>no</strong>s.<br />
Penso também ser importante refletir sobre o meu primeiro contato com a<br />
Escola, <strong>no</strong> que respeita a to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong>de educativa. Este deu-se a partir <strong>da</strong><br />
realização deste estágio supervisionado que, para mim, assumiu uma importância<br />
incontestável. O estágio foi o primeiro contato que eu tive com o meu futuro campo de<br />
atuação profissional.<br />
90
Considerei o estágio, um espaço de construção de aprendizagens significativas<br />
<strong>no</strong> meu processo de formação, um local de formação e aprendizagem que possibilitou a<br />
partilha de saberes e de experiências. As experiências vivencia<strong><strong>da</strong>s</strong> <strong>no</strong> estágio foram<br />
muito importantes <strong>no</strong> meu processo de formação, permitindo-me “crescer”<br />
profissionalmente. A possibili<strong>da</strong>de de ter construído conhecimentos com a prática <strong>da</strong><br />
professora orientadora <strong>da</strong> escola onde exerci o estágio, foi igualmente muito importante<br />
na medi<strong>da</strong> em que, me possibilitou aprender o que nós, professores, devemos e o que<br />
não devemos fazer, constituindo uma referência à <strong>no</strong>ssa própria prática futura.<br />
Foi também através do estágio que pude aplicar e refletir mais profun<strong>da</strong>mente<br />
sobre os conhecimentos científicos e pe<strong>da</strong>gógicos, técnicas, atitudes e comportamentos<br />
que, até então, apenas tinham sido abor<strong>da</strong>dos a partir de uma dimensão teórica, <strong>no</strong><br />
primeiro a<strong>no</strong> do mestrado. A teoria não é a única ferramenta que formará um bom<br />
profissional. Não basta saber apenas a teoria ou os conteúdos científicos. É fun<strong>da</strong>mental<br />
que a formação dos professores se dê por troca de experiências, de investigações sobre a<br />
própria prática pe<strong>da</strong>gógica e de reflexões sobre a mesma. O estágio tor<strong>no</strong>u tudo isto<br />
possível.<br />
O estágio é portanto, uma importante parte integradora do currículo, a parte em<br />
que o licenciado vai assumir pela primeira vez a sua identi<strong>da</strong>de profissional e sentir o<br />
compromisso com o alu<strong>no</strong>, com a sua família, com a sua comuni<strong>da</strong>de, com a instituição<br />
escolar, que representa a sua inclusão civilizadora, com a produção conjunta de<br />
significados na sala de aula, com a democracia, com o sentido de profissionalismo que<br />
implique a competência - fazer bem o que lhe compete (Andrade, 2005).<br />
De acordo com Tardiff (2002):<br />
“Enquanto profissionais, os professores são considerados práticos refletidos ou<br />
’reflexivos’ que produzem saberes específicos ao seu próprio trabalho e são capazes de<br />
deliberar sobre as suas práticas, de objetivá-las e partilhá-las, de aperfeiçoá-las e de<br />
introduzir i<strong>no</strong>vações suscetíveis de aumentar a sua eficácia. A prática profissional não é<br />
vista, assim, como um simples campo de aplicação de teorias elabora<strong><strong>da</strong>s</strong> fora dela, por<br />
exemplo <strong>no</strong>s centros de pesquisa e <strong>no</strong>s laboratórios. Ela torna-se um espaço original e<br />
relativamente autó<strong>no</strong>mo de aprendizagem e de formação para os futuros práticos, bem<br />
como um espaço de produção de saberes e de práticas i<strong>no</strong>vadoras pelos professores<br />
experientes” (p.286).<br />
91
CAPÍTULO VI<br />
CONCLUSÕES E SUGESTÕES<br />
6.1. Introdução<br />
Neste capítulo, apresentam-se as principais conclusões obti<strong><strong>da</strong>s</strong> com base na<br />
análise dos resultados obtidos e de acordo com os objetivos definidos <strong>no</strong> capítulo I.<br />
Serão também indica<strong><strong>da</strong>s</strong> algumas recomen<strong>da</strong>ções/sugestões para futuros estudos na<br />
mesma área de investigação.<br />
6.2. Principais conclusões do estudo<br />
A partir dos resultados obtidos, podemos apontar as conclusões deste estudo,<br />
tendo sempre em mente os objetivos a que <strong>no</strong>s propusemos.<br />
Desta forma, os resultados obtidos permitem concluir que:<br />
- A utilização <strong>da</strong> metodologia de aprendizagem cooperativa <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong>aprendizagem<br />
<strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências <strong>Naturais</strong> e <strong>da</strong> Biologia e Geologia refletiu-se numa melhoria<br />
do rendimento escolar dos alu<strong>no</strong>s. Apesar <strong>da</strong> maior parte dos alu<strong>no</strong>s ter beneficiado com<br />
a aplicação <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa, os que revelavam maiores dificul<strong>da</strong>des, que<br />
apresentavam resultados escolares mais baixos, foram aqueles que obtiveram uma maior<br />
subi<strong>da</strong> <strong>no</strong>s resultados dos mini-testes.<br />
Pelo <strong>no</strong>sso estudo verificámos que a utilização de métodos cooperativos, em<br />
particular do método STAD, permitiu aprendizagens importantes nas aulas de Ciências<br />
<strong>Naturais</strong> e nas aulas de Biologia e Geologia, que se refletiu na melhoria do rendimento<br />
escolar dos alu<strong>no</strong>s do 7.º e 11.º a<strong>no</strong>s de escolari<strong>da</strong>de. Os alu<strong>no</strong>s referiram que, com a<br />
aprendizagem cooperativa, aprendiam mais e melhor os conteúdos lecionados, o que se<br />
comprovou com o aumento do rendimento escolar <strong>da</strong> maior parte dos alu<strong>no</strong>s.<br />
A partir dos resultados obtidos <strong>no</strong>s mini-testes pode-se concluir que a maioria<br />
dos alu<strong>no</strong>s obteve ganhos <strong>no</strong> rendimento escolar sendo a diferença de médias<br />
93
estatisticamente significativa, quando se compara a <strong>no</strong>ta de base com a média dos minitestes.<br />
Dos vinte e quatro alu<strong>no</strong>s que constituíam a amostra do 7.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de,<br />
deza<strong>no</strong>ve aumentaram o seu rendimento escolar, verificando-se aumentos na ordem dos<br />
20%. No 11.º a<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de, dos vinte e dois alu<strong>no</strong>s que constituíam a amostra,<br />
catorze aumentaram os seus resultados de 1 a 8 valores.<br />
Apesar <strong><strong>da</strong>s</strong> dificul<strong>da</strong>des senti<strong><strong>da</strong>s</strong> ao longo <strong>da</strong> implementação do método<br />
cooperativo STAD, podemos concluir que a sua aplicação foi vantajosa para o processo<br />
de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem na medi<strong>da</strong> em que, possibilitou a melhoria do rendimento<br />
escolar dos alu<strong>no</strong>s.<br />
Estudos efetuados por Johnson et al. (1999) demonstram que quando os<br />
alu<strong>no</strong>s trabalham em ambiente cooperativo, os elementos do grupo desenvolvem<br />
maiores esforços para conseguirem um bom desempenho, assim conseguem<br />
uma maior produtivi<strong>da</strong>de, logo um maior rendimento escolar. As conclusões por nós<br />
encontra<strong><strong>da</strong>s</strong>, <strong>no</strong> final <strong>da</strong> intervenção pe<strong>da</strong>gógica a que as amostras foram<br />
submeti<strong><strong>da</strong>s</strong>, vão de encontro a vários estudos que referem os resultados positivos <strong>da</strong><br />
aprendizagem cooperativa ao nível do rendimento escolar dos alu<strong>no</strong>s. Lopes e Silva<br />
(2009) referem que a aprendizagem cooperativa possibilita aos alu<strong>no</strong>s benefícios<br />
académicos, dos quais se destaca o aumento do rendimento escolar. Também Freixo<br />
(2003) e Ribeiro (2006) realizaram estudos, onde concluíram que a cooperação permitiu<br />
aos alu<strong>no</strong>s melhorarem o seu rendimento escolar.<br />
- Os alu<strong>no</strong>s valorizaram muito positivamente a utilização <strong>da</strong> aprendizagem<br />
cooperativa <strong>no</strong> processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem e <strong>no</strong> ganho de competências.<br />
Ao proceder-se à análise dos <strong>da</strong>dos relativos do questionário aplicado, foi<br />
possível concluir que, a globali<strong>da</strong>de dos alu<strong>no</strong>s vivenciou de forma positiva esta<br />
experiência de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, valorizando a utilização do trabalho em grupo<br />
cooperativo.<br />
Segundo a opinião dos alu<strong>no</strong>s, trabalhar em ambiente cooperativo facilitou a sua<br />
aprendizagem, motivou-os para o processo de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, possibilitou-lhes o<br />
desenvolvimento de competências sócio-afetivas como a cooperação e a entreaju<strong>da</strong>,<br />
permitiu a troca de informações, conhecimentos e experiências e tor<strong>no</strong>u-os mais<br />
responsáveis e autó<strong>no</strong>mos na medi<strong>da</strong> em que, desenvolveram a capaci<strong>da</strong>de de planear o<br />
seu trabalho e a capaci<strong>da</strong>de de estabelecer objetivos.<br />
94
A interdependência positiva, a responsabili<strong>da</strong>de individual e a presença de<br />
competências sociais foram três dos elementos essenciais dos grupos cooperativos que<br />
estiveram presentes na grande maioria <strong><strong>da</strong>s</strong> situações de aprendizagem e que motivou a<br />
entreaju<strong>da</strong> entre os demais elementos do grupo. O aumento <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de<br />
individual permitiu que os alu<strong>no</strong>s fossem responsáveis pela sua própria aprendizagem e<br />
pela dos seus colegas. No decorrer do estudo, os alu<strong>no</strong>s deram mais importância aos<br />
esforços de grupo para a realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas do que aos individuais, melhoraram a sua<br />
aprendizagem considerando as opiniões sobre o trabalho <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> pelos seus colegas e<br />
tornaram-se mais capazes de aju<strong>da</strong>r os seus colegas, especialmente os que revelavam<br />
maior dificul<strong>da</strong>de, demonstrando um aumento <strong>da</strong> interdependência positiva entre eles.<br />
A utilização <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa, na opinião dos alu<strong>no</strong>s, permitiu-lhes,<br />
ain<strong>da</strong>, que os mesmos fossem adquirindo ou melhorando determina<strong><strong>da</strong>s</strong> competências<br />
sociais, tais como a cooperação, a entreaju<strong>da</strong>, a ser mais paciente e tolerante, a aceitar as<br />
diferenças, a comunicar de forma clara e a desenvolver o espírito de grupo e a<br />
capaci<strong>da</strong>de de ouvir as ideias dos outros colegas.<br />
Os alu<strong>no</strong>s mostraram-se, ain<strong>da</strong>, recetivos em aplicar a aprendizagem cooperativa<br />
<strong>no</strong>utras disciplinas, o que demonstra, sem dúvi<strong>da</strong>, as vantagens que percecionaram<br />
relativamente a esta metodologia de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem.<br />
Desta forma, os <strong>no</strong>ssos resultados, ain<strong>da</strong> que decorrentes de uma amostra<br />
reduzi<strong>da</strong> e portanto, sem possibili<strong>da</strong>des de generalização, permitiram-<strong>no</strong>s concor<strong>da</strong>r<br />
com Sanches (1994) e Fraile (1998), quando referem que a aprendizagem cooperativa<br />
apresenta vantagens sobre outros modelos de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem, <strong>no</strong>mea<strong>da</strong>mente a<br />
motivação para aprender e o aumento <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de individual. Segundo Iqbal<br />
(2004) e Willis (2011) se compararmos a cooperação, a competição e a aprendizagem<br />
individualista, verifica-se que os alu<strong>no</strong>s ao cooperar aprendem mais matéria e retêm<br />
melhor e durante mais tempo o conhecimento. Também Lopes e Silva (2009)<br />
mencionam que a aprendizagem cooperativa estabelece um clima de cooperação, cria<br />
um sistema de apoio social mais forte e melhora a satisfação do alu<strong>no</strong> com as<br />
experiências de aprendizagem. De acordo com os mesmos autores, estes resultados<br />
apontam para a importância <strong>da</strong> implementação <strong>da</strong> metodologia de aprendizagem<br />
cooperativa em que todos os alu<strong>no</strong>s são chamados a participar diretamente em to<strong><strong>da</strong>s</strong> as<br />
ativi<strong>da</strong>des.<br />
95
- A utilização <strong>da</strong> aprendizagem cooperativa revelou-se importante <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong>aprendizagem<br />
<strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências <strong>Naturais</strong> e <strong>da</strong> Biologia e Geologia, dos alu<strong>no</strong>s <strong>da</strong> amostra.<br />
Estes resultados e o facto de esta estratégia de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem se integrar<br />
<strong>no</strong>s princípios orientadores <strong>da</strong> reorganização curricular do Ensi<strong>no</strong> Básico e na revisão<br />
curricular do Ensi<strong>no</strong> Secundário é, sem dúvi<strong>da</strong>, um fator favorável <strong>da</strong> utilização <strong>da</strong><br />
aprendizagem cooperativa, quer pelos professores de Ciências <strong>Naturais</strong> quer pelos<br />
professores de Biologia e Geologia.<br />
Segundo as indicações do Departamento de Educação Básica do Ministério <strong>da</strong><br />
Educação (2001), patentes <strong>no</strong> documento Currículo Nacional do Ensi<strong>no</strong> Básico -<br />
Competências Essenciais, bem como as indicações do Departamento de Educação<br />
Secundária do Ministério <strong>da</strong> Educação (2001;2003) <strong>no</strong>tórias <strong>no</strong>s documentos Currículo<br />
Nacional do Ensi<strong>no</strong> Secundário – Programa de Biologia e Geologia, 10ºa<strong>no</strong> e<br />
Currículo Nacional do Ensi<strong>no</strong> Secundário – Programa de Biologia e Geologia, 11º ou<br />
12ºa<strong>no</strong>s, a escola deve promover experiências de aprendizagens diversifica<strong><strong>da</strong>s</strong> que<br />
permitam que os alu<strong>no</strong>s assumam um papel mais ativo na sua aprendizagem e que<br />
alcancem um maior sucesso académico. A escola, considerado um espaço privilegiado<br />
de educação para a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, deve permitir o desenvolvimento integral do alu<strong>no</strong>.<br />
A aplicação desta metodologia <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> <strong><strong>da</strong>s</strong> Ciências estimula o raciocínio e<br />
aju<strong>da</strong> a desenvolver as competências de comunicação e os processos do pensamento<br />
científico. Ao usar técnicas de aprendizagem cooperativa na sala de aula, os professores<br />
de Ciências podem aumentar a compreensão <strong><strong>da</strong>s</strong> <strong>no</strong>rmas <strong>da</strong> Ciência para os seus alu<strong>no</strong>s.<br />
Em suma, aos alu<strong>no</strong>s, a aprendizagem cooperativa poderá proporcionar claros<br />
benefícios ao nível do rendimento escolar, enquanto que aos professores, poderá<br />
constituir um método de trabalho para todos aqueles que sentem esgotado o modelo<br />
tradicional de aprendizagem (Bessa & Fontaine, 2002).<br />
6.3. Sugestões para futuros trabalhos de investigação<br />
O desenvolvimento deste estudo leva a considerar algumas sugestões para outras<br />
investigações, que aqui se apresentam e que possam contribuir, para o enriquecimento e<br />
aprofun<strong>da</strong>mento <strong><strong>da</strong>s</strong> conclusões obti<strong><strong>da</strong>s</strong> com o presente estudo. Destacam-se as<br />
seguintes:<br />
que se realizem estudos, com recurso ao método de aprendizagem cooperativa<br />
STAD em que se comparem duas turmas, uma que trabalhe com a metodologia<br />
cooperativa e outra com uma metodologia mais tradicional, para que desta forma<br />
96
possamos encontrar aspetos positivos e negativos <strong>da</strong> utilização de ca<strong>da</strong> uma <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
referi<strong><strong>da</strong>s</strong> metodologias;<br />
que sejam efetuados estudos, recorrendo a outros métodos de aprendizagem<br />
cooperativa, para verificar o efeito destes <strong>no</strong> rendimento escolar dos alu<strong>no</strong>s;<br />
que se realizem estudos, recorrendo a outros métodos cooperativos <strong>no</strong>utras<br />
disciplinas e <strong>no</strong>utros níveis de ensi<strong>no</strong>; e<br />
que se realizem estudos, com intervenções mais longas, resolvendo-se, desta<br />
forma, uma <strong><strong>da</strong>s</strong> dificul<strong>da</strong>des senti<strong><strong>da</strong>s</strong> neste estudo. Intervenções mais longas conduzem<br />
a uma maior possibili<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação à metodologia de ensi<strong>no</strong>-aprendizagem<br />
utiliza<strong>da</strong>, quer pelos alu<strong>no</strong>s, quer pelos próprios professores.<br />
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http://www.kaga<strong>no</strong>nline.com/free_articles/research_and_rationale/310/Cooperati<br />
ve-Learning-is-a-Brain-Turn-On<br />
Woodbine. G. (1997). Can the various forms of cooperative learning techniques be<br />
applied effectively in the classroom in content driven accounting courses?.<br />
Proceedings of the 6th Annual Teaching Learning Fórum, pp. 357-360.<br />
105
Referências Legislativas consulta<strong><strong>da</strong>s</strong>:<br />
Ministério <strong>da</strong> Educação, Departamento de Educação Básica. (2001). Currículo<br />
Nacional do Ensi<strong>no</strong> Básico - competências essenciais. Lisboa.<br />
Ministério <strong>da</strong> Educação, Departamento do Ensi<strong>no</strong> Secundário. (2001). Currículo<br />
Nacional do Ensi<strong>no</strong> Secundário - Programa de Biologia e Geologia, 10ºa<strong>no</strong>.<br />
Lisboa.<br />
Ministério <strong>da</strong> Educação, Departamento do Ensi<strong>no</strong> Secundário. (2003). Currículo<br />
Nacional do Ensi<strong>no</strong> Secundário Programa de Biologia e Geologia, 11º ou<br />
12ºa<strong>no</strong>s. Lisboa.<br />
106
Anexos<br />
107
108
Anexo 1<br />
109
110
111
112
Anexo 2<br />
113
7.º A<strong>no</strong><br />
Aula 1 25.11.2011 Bloco 90 min.<br />
Questão - problema:<br />
- Que interações se estabelecem entre os seres vivos e o meio?<br />
Conteúdo:<br />
- Terra, um planeta com vi<strong>da</strong><br />
o Ecossistemas – Um modelo de interação<br />
Competências cognitivas:<br />
- Mobilizar saberes culturais, científicos e tec<strong>no</strong>lógicos para compreender a reali<strong>da</strong>de e<br />
para abor<strong>da</strong>r situações e problemas do quotidia<strong>no</strong>;<br />
- Usar corretamente a língua portuguesa para comunicar de forma adequa<strong>da</strong> e para<br />
estruturar pensamento próprio.<br />
Competências atitudinais:<br />
- Realizar ativi<strong>da</strong>des de forma autó<strong>no</strong>ma, responsável e criativa;<br />
- Cooperar com os outros em tarefas e projetos comuns.<br />
Competências procedimentais:<br />
- Usar adequa<strong>da</strong>mente linguagens <strong><strong>da</strong>s</strong> diferentes áreas do saber cultural, científico e<br />
tec<strong>no</strong>lógico para se expressar;<br />
- Adotar metodologias personaliza<strong><strong>da</strong>s</strong> de trabalho e de aprendizagem adequa<strong><strong>da</strong>s</strong> aos<br />
objetos visados;<br />
- Pesquisar informação para a transformar em conhecimento mobilizável.<br />
Avaliação:<br />
Nesta aula, os alu<strong>no</strong>s foram sujeitos a diferentes tipos de avaliação: inicialmente,<br />
por avaliação sumativa, pela realização de uma ficha de avaliação individual <strong>no</strong>s<br />
primeiros 45min de aula.<br />
Foram também sujeitos a avaliação diagnóstica, através <strong>da</strong> realização de uma<br />
ficha de avaliação diagnóstica sobre o tema “Ecossistemas – um modelo de interação”<br />
e “A Terra conta a sua história”.<br />
A avaliação formativa foi realiza<strong>da</strong> ao longo <strong>da</strong> lecionação do conteúdo: ao nível<br />
cognitivo, através <strong>da</strong> resolução, em grupo, do documento de trabalho “Que interações<br />
se estabelecem entre os seres vivos e o meio?”, pág.47 do manual adotado e, pelas<br />
respostas dos alu<strong>no</strong>s às questões coloca<strong><strong>da</strong>s</strong>; ao nível atitudinal, através do<br />
preenchimento de grelhas pelo professor e pelos alu<strong>no</strong>s, relativamente ao<br />
comportamento dos alu<strong>no</strong>s na sala de aula e, pelo registo <strong>da</strong> realização dos trabalhos de<br />
casa; ao nível procedimental os alu<strong>no</strong>s serão avaliados pelo registo <strong>da</strong> grelha referente<br />
às competências procedimentais.<br />
114
Sugestão do Sumário:<br />
- Ficha de avaliação individual.<br />
- Ecossistemas – um modelo de interação.<br />
- Resolução, em grupo, do documento de trabalho “Que interações se estabelecem entre<br />
os seres vivos e o meio?”, pág. 47.<br />
Estratégias:<br />
- Teste de avaliação individual.<br />
- O professor realizou avaliação diagnóstica, pela aplicação de um teste diagnóstico<br />
sobre o tema “Ecossistemas – um modelo de interação” e “A Terra conta a sua<br />
história”.<br />
- O professor informou os alu<strong>no</strong>s sobre o que vão aprender e porque é importante. Faz<br />
uma breve revisão <strong><strong>da</strong>s</strong> competências e dos conhecimentos necessários (pré-requisitos).<br />
Desta forma, os alu<strong>no</strong>s compreendem que devem prestar muita atenção à apresentação<br />
do professor, porque isso vai ajudá-los a conseguir boas classificações <strong>no</strong>s questionários<br />
individuais. – ESTRATÉGIA DE REESTRUTURAÇÃO DE CONHECIMENTOS<br />
PRÉVIOS.<br />
- O professor iniciou o tema “Ecossistemas – um modelo de interação”, pela<br />
exploração do documento de trabalho “Que interações se estabelecem entre os seres<br />
vivos e o meio?”, pág. 47 do manual adotado, fixando-se <strong>no</strong>s objetivos que quer que os<br />
seus alu<strong>no</strong>s apren<strong>da</strong>m. Avaliou, com frequência, a compreensão dos alu<strong>no</strong>s (através <strong>da</strong><br />
solicitação aleatória de modo a que todos estejam preparados para responder), <strong>da</strong>ndo<br />
feedback. O professor apenas passou ao conceito seguinte quando os alu<strong>no</strong>s tivessem<br />
compreendido a ideia principal. – ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM.<br />
- O professor fez grupos heterogéneos de 4 elementos. Explicou ao grupo que o seu<br />
papel principal é preparar os seus membros para os questionários individuais. Assim, os<br />
alu<strong>no</strong>s estu<strong>da</strong>ram as fichas, discutiram os problemas e compararam as respostas. –<br />
ESTRATÉGIA DE CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS.<br />
Recursos materiais:<br />
- Manual adotado (pág. 47);<br />
- Documento de trabalho “Que interações se estabelecem entre os seres vivos e o<br />
meio?”;<br />
- Soluções do documento de trabalho.<br />
115
Aula 3 06.01.2012 Bloco 90 min.<br />
Questão - problema:<br />
- Que informações podem revelar as rochas sedimentares?<br />
Conteúdo:<br />
- A Terra conta a sua história<br />
o Os fósseis e a sua importância na reconstituição <strong>da</strong> história <strong>da</strong> Terra<br />
Competências cognitivas:<br />
- Mobilizar saberes culturais, científicos e tec<strong>no</strong>lógicos para compreender a reali<strong>da</strong>de e<br />
para abor<strong>da</strong>r situações e problemas do quotidia<strong>no</strong>;<br />
- Usar corretamente a língua portuguesa para comunicar de forma adequa<strong>da</strong> e para<br />
estruturar pensamento próprio.<br />
Competências atitudinais:<br />
- Realizar ativi<strong>da</strong>des de forma autó<strong>no</strong>ma, responsável e criativa;<br />
- Cooperar com os outros em tarefas e projetos comuns.<br />
Competências procedimentais:<br />
- Usar adequa<strong>da</strong>mente linguagens <strong><strong>da</strong>s</strong> diferentes áreas do saber cultural, científico e<br />
tec<strong>no</strong>lógico para se expressar;<br />
- Adotar metodologias personaliza<strong><strong>da</strong>s</strong> de trabalho e de aprendizagem adequa<strong><strong>da</strong>s</strong> aos<br />
objetos visados;<br />
- Pesquisar informação para a transformar em conhecimento mobilizável.<br />
Avaliação:<br />
Nesta aula, os alu<strong>no</strong>s foram sujeitos a avaliação formativa e sumativa.<br />
A avaliação formativa foi realiza<strong>da</strong> ao nível cognitivo, através <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas dos<br />
alu<strong>no</strong>s às questões do documento de trabalho “Que informações podem revelar as<br />
rochas sedimentares?”, pág. 58 do manual adotado, através <strong><strong>da</strong>s</strong> respostas dos alu<strong>no</strong>s na<br />
correção do trabalho de casa; ao nível atitudinal, através do preenchimento de grelhas,<br />
pelo professor, relativamente ao comportamento dos alu<strong>no</strong>s na sala de aula; ao nível<br />
procedimental os alu<strong>no</strong>s serão avaliados pelo registo <strong>da</strong> grelha referente às<br />
competências procedimentais.<br />
A avaliação sumativa foi realiza<strong>da</strong> pela realização de um mini-teste relativo ao<br />
tema “Ecossistemas – um modelo de interação”.<br />
Sugestão do Sumário:<br />
- Realização de um mini-teste sobre ecossistemas.<br />
- Correção do trabalho de casa.<br />
- Os fósseis e a sua importância na reconstituição <strong>da</strong> história <strong>da</strong> Terra.<br />
- Realização do documento de trabalho “Que informações podem revelar as rochas<br />
sedimentares?”, pág. 58<br />
116
Estratégias:<br />
- Realização de um mini-teste individual sobre ecossistemas.<br />
- Correção, em grande grupo, dos trabalhos de casa, relativos à elaboração de um mapa<br />
de conceitos sobre o tema abor<strong>da</strong>do nas últimas aulas.<br />
- O professor informou os alu<strong>no</strong>s sobre o que vão aprender e porque é importante. Fez<br />
uma breve revisão <strong><strong>da</strong>s</strong> competências e dos conhecimentos necessários (pré-requisitos).<br />
Desta forma, os alu<strong>no</strong>s compreenderam que devem prestar muita atenção à apresentação<br />
do professor, porque isso vai ajudá-los a conseguir boas classificações <strong>no</strong>s questionários<br />
individuais. – ESTRATÉGIA DE REESTRUTURAÇÃO DE CONHECIMENTOS<br />
PRÉVIOS.<br />
- O professor iniciou o tema “Os fósseis e a sua importância na reconstituição <strong>da</strong><br />
história <strong>da</strong> Terra”, pela exploração do documento de trabalho “Que informações<br />
podem revelar as rochas sedimentares?”, pág. 58 do manual adotado, fixando-se <strong>no</strong>s<br />
objetivos que quer que os seus alu<strong>no</strong>s apren<strong>da</strong>m. Avaliou, com frequência, a<br />
compreensão dos alu<strong>no</strong>s (através <strong>da</strong> solicitação aleatória, de modo que todos estejam<br />
preparados para responder) <strong>da</strong>ndo feedback. O professor apenas passou ao conceito<br />
seguinte quando os alu<strong>no</strong>s tivessem compreendido a ideia principal. – ESTRATÉGIA<br />
DE APRENDIZAGEM.<br />
- O professor pediu aos alu<strong>no</strong>s para voltarem aos mesmos grupos <strong><strong>da</strong>s</strong> aulas anteriores<br />
para a elaboração <strong><strong>da</strong>s</strong> questões do documento de trabalho. Relembrou, ao grupo, que o<br />
seu papel principal era preparar os seus membros para os questionários individuais.<br />
Assim, os alu<strong>no</strong>s estu<strong>da</strong>ram as fichas, discutiram os problemas e compararam as<br />
respostas. – ESTRATÉGIA DE CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS.<br />
Recursos materiais:<br />
- Manual adotado (pág. 57, 58 e 59);<br />
- Documento de trabalho “Que informações podem revelar as rochas sedimentares?”,<br />
pág.58<br />
- Soluções do documento de trabalho.<br />
117
11.º A<strong>no</strong><br />
Aula 1 02.11.2011 Bloco 135 min.<br />
Questão - problema:<br />
- Que processos são utilizados pelos seres vivos para garantir a continui<strong>da</strong>de <strong>da</strong> sua<br />
espécie?<br />
Conteúdo:<br />
- Uni<strong>da</strong>de 6 – Reprodução<br />
1. Reprodução Assexua<strong>da</strong><br />
• Reprodução em leveduras<br />
Competências cognitivas:<br />
- Mobilizar saberes culturais, científicos e tec<strong>no</strong>lógicos para compreender a reali<strong>da</strong>de e<br />
para abor<strong>da</strong>r situações e problemas do quotidia<strong>no</strong>;<br />
- Usar corretamente a língua portuguesa para comunicar de forma adequa<strong>da</strong> e para<br />
estruturar pensamento próprio.<br />
Competências atitudinais:<br />
- Realizar ativi<strong>da</strong>des de forma autó<strong>no</strong>ma, responsável e criativa;<br />
- Cooperar com os outros em tarefas e projetos comuns.<br />
Competências procedimentais:<br />
- Usar adequa<strong>da</strong>mente linguagens <strong><strong>da</strong>s</strong> diferentes áreas do saber cultural, científico e<br />
tec<strong>no</strong>lógico para se expressar;<br />
- Adotar metodologias personaliza<strong><strong>da</strong>s</strong> de trabalho e de aprendizagem adequa<strong><strong>da</strong>s</strong> aos<br />
objetos visados;<br />
- Pesquisar informação para a transformar em conhecimento mobilizável.<br />
Avaliação:<br />
No início <strong>da</strong> aula, os alu<strong>no</strong>s foram sujeitos a uma avaliação diagnóstica,<br />
utilizando o método cooperativo “Pensar - Formar Pares – Partilhar”.<br />
A avaliação formativa foi realiza<strong>da</strong> ao longo <strong>da</strong> aula, ao nível cognitivo, através<br />
<strong>da</strong> resolução <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de experimental “Reprodução assexua<strong>da</strong> – que estratégias?”,<br />
pág.67 do manual adotado. Ao nível atitudinal, foram avaliados através do<br />
preenchimento de grelhas pelo professor e pelos alu<strong>no</strong>s, relativamente ao<br />
comportamento dos alu<strong>no</strong>s na sala de aula. Ao nível procedimental os alu<strong>no</strong>s foram<br />
avaliados pelo registo <strong>da</strong> grelha referente às competências procedimentais.<br />
Sugestão do Sumário:<br />
- Introdução ao capítulo <strong>da</strong> “Reprodução <strong>no</strong>s seres vivos”.<br />
- Reprodução assexua<strong>da</strong>: gemulação.<br />
- Ativi<strong>da</strong>de Prática: “Reprodução em Leveduras”, <strong>da</strong> pág.67 do manual adotado.<br />
- Elaboração do relatório em V de Gowin.<br />
118
Estratégias:<br />
- Com o objetivo de diag<strong>no</strong>sticar os pré-requisitos dos alu<strong>no</strong>s, bem como os conceitos<br />
alternativos, o professor faz uma pequena introdução ao capítulo Reprodução<br />
Assexua<strong>da</strong> através <strong>da</strong> realização de questões, pelo método cooperativo Pensar - Formar<br />
pares – Partilhar. – ESTRATÉGIA DE INICIAÇÃO DE AULA.<br />
O que é a reprodução?<br />
O que significa reprodução assexua<strong>da</strong>?<br />
O que significa gemulação?<br />
Exemplos de seres vivos que utilizem a gemulação como estratégia de<br />
reprodução.<br />
O que são leveduras?<br />
35 min<br />
- Realização <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de experimental Reprodução assexua<strong>da</strong> – que estratégias? <strong>da</strong><br />
pág.67 do manual adotado. Pretende-se que os alu<strong>no</strong>s observem a estratégia de<br />
reprodução <strong><strong>da</strong>s</strong> leveduras. - ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM.<br />
- Interpretação <strong>da</strong> fig.78 <strong>da</strong> pág.68 do manual adotado. Pretende-se que os alu<strong>no</strong>s<br />
saibam explicar o processo de gemulação e reconheçam que o mesmo é adotado por<br />
outros seres vivos como estratégia de reprodução. – ESTRATÉGIA DE<br />
APRENDIZAGEM.<br />
- Realização do relatório em V de Gowin para avaliação sumativa. – ESTRATÉGIA DE<br />
CONSOLIDAÇÃO DE CONHECIMENTOS.<br />
Recursos materiais:<br />
- Manual adotado (págs.66, 67 e 68)<br />
- Protocolo experimental: “Reprodução assexua<strong>da</strong> – que estratégias?”;<br />
- Relatório em V de Gowin.<br />
119
Aula 10 08.02.2012 135min.<br />
Questão – problema<br />
- O que <strong>no</strong>s podem revelar as rochas sedimentares sobre a história <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> e <strong>da</strong> Terra?<br />
Conteúdo programático<br />
- Processos e materiais geológicos importantes em ambientes terrestres<br />
o Minerais<br />
• Minerais – sua identificação<br />
• Proprie<strong>da</strong>des físicas<br />
• Proprie<strong>da</strong>des químicas<br />
Competências cognitivas<br />
- Mobilizar saberes culturais, científicos e tec<strong>no</strong>lógicos para compreender a reali<strong>da</strong>de e<br />
para abor<strong>da</strong>r situações e problemas do quotidia<strong>no</strong>;<br />
- Usar corretamente a língua portuguesa para comunicar de forma adequa<strong>da</strong> e para<br />
estruturar pensamento próprio.<br />
Competências atitudinais<br />
- Realizar ativi<strong>da</strong>des de forma autó<strong>no</strong>ma, responsável e criativa;<br />
- Cooperar com os outros em tarefas e projetos comuns.<br />
Competências procedimentais<br />
- Usar adequa<strong>da</strong>mente linguagens <strong><strong>da</strong>s</strong> diferentes áreas do saber cultural, científico e<br />
tec<strong>no</strong>lógico para se expressar;<br />
- Adotar metodologias personaliza<strong><strong>da</strong>s</strong> de trabalho e de aprendizagem adequa<strong><strong>da</strong>s</strong> aos<br />
objetos visados;<br />
- Pesquisar informação para a transformar em conhecimento mobilizável.<br />
Avaliação<br />
No início <strong>da</strong> aula, os alu<strong>no</strong>s foram sujeitos a uma avaliação diagnóstica, pela<br />
realização de um pré-teste sobre os temas/conceitos que iam ser abor<strong>da</strong>dos nas aulas.<br />
A avaliação formativa foi realiza<strong>da</strong> ao longo <strong>da</strong> aula, ao nível cognitivo, pelas<br />
respostas dos alu<strong>no</strong>s às questões coloca<strong><strong>da</strong>s</strong>; ao nível atitudinal, foram avaliados através<br />
do preenchimento de grelhas pelo professor, relativamente ao comportamento dos<br />
alu<strong>no</strong>s na sala de aula. Ao nível procedimental os alu<strong>no</strong>s foram avaliados pelo registo<br />
<strong>da</strong> grelha referente às competências procedimentais.<br />
Sugestão do Sumário<br />
- Processos e materiais geológicos importantes em ambientes terrestres.<br />
- Os minerais e as suas proprie<strong>da</strong>des físicas e químicas: trabalho cooperativo.<br />
120
Estratégias<br />
- Com o objetivo de diag<strong>no</strong>sticar os pré-requisitos dos alu<strong>no</strong>s, bem como os conceitos<br />
alternativos, o professor realizou avaliação diagnóstica através de um pré-teste. –<br />
ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO.<br />
- O professor informou os alu<strong>no</strong>s sobre o que vão aprender acerca dos minerais e porque<br />
é importante. Fez uma breve revisão <strong><strong>da</strong>s</strong> competências e dos conhecimentos necessários<br />
(pré-requisitos). Desta forma, os alu<strong>no</strong>s compreenderam que devem prestar muita<br />
atenção à apresentação do professor, porque isso vai ajudá-los a conseguir boas<br />
classificações <strong>no</strong>s questionários individuais. – ESTRATÉGIA DE<br />
REESTRUTURAÇÃO DE CONHECIMENTOS PRÉVIOS.<br />
- O professor iniciou o tema “Processos e materiais geológicos importantes em<br />
ambientes terrestres”, iniciando uma discussão, em grande grupo, sobre o tema,<br />
fixando-se <strong>no</strong>s objetivos que quer que os seus alu<strong>no</strong>s atinjam. Avaliou, com frequência,<br />
a compreensão dos alu<strong>no</strong>s (através <strong>da</strong> solicitação aleatória de modo a que todos estejam<br />
preparados para responder), <strong>da</strong>ndo feedback. O professor apenas passou ao trabalho<br />
cooperativo quando os alu<strong>no</strong>s tivessem compreendido a ideia principal. –<br />
ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM.<br />
- Nos mesmos grupos, estabelecidos nas aulas anteriores, os alu<strong>no</strong>s procederam à<br />
realização de um trabalho de grupo, através do método cooperativo “Jigsaw”, com o<br />
objetivo de identificar as características utiliza<strong><strong>da</strong>s</strong> na identificação dos minerais. O<br />
professor explicou ao grupo que, inicialmente, os alu<strong>no</strong>s trabalhariam em grupos<br />
heterogéneos (grupos de base). Distribuiu a ca<strong>da</strong> um dos membros dos diferentes grupos<br />
de base duas proprie<strong>da</strong>des dos minerais, citando que quando terminassem de ler a parte<br />
<strong>da</strong> sua matéria, os alu<strong>no</strong>s que tinham a mesma parte desta última abandonassem os seus<br />
grupos de base e formassem outros grupos (grupos de peritos). O professor explicou<br />
ain<strong>da</strong>, que <strong>no</strong>s grupos de peritos, os alu<strong>no</strong>s deveriam discutir, aprender e preparar a sua<br />
matéria, durante o tempo disponibilizado, para que se tornem peritos <strong>no</strong> assunto.<br />
Termi<strong>no</strong>u a explicação, mencionando que ca<strong>da</strong> um dos elementos dos grupos de peritos,<br />
após terminar o tempo de preparação, regressava ao seu grupo de base e ensinava a<br />
matéria que preparou, <strong>no</strong> grupo de peritos, aos restantes colegas, assegurando-se de que<br />
todos percebessem. – ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM.<br />
Recursos materiais<br />
- Manual adotado (págs.40 - 50)<br />
- Ficha informativa “Método cooperativo – Jigsaw”.<br />
121
122
Anexo 3<br />
123
Folha de Cálculo <strong><strong>da</strong>s</strong> pontuações de superação – 7.º a<strong>no</strong> (1º tur<strong>no</strong>)<br />
Nome do Grupo Género Alu<strong>no</strong>s Base (%) 1º Mini-teste (%) Pontos 2º Mini-teste (%) Pontos Média (%)<br />
Femini<strong>no</strong> A9 82 80 10 79,5 10 79,8<br />
Masculi<strong>no</strong> A8 42 20 5 65 30 42,5<br />
Masculi<strong>no</strong> A4 42 35 10 44 20 39,5<br />
Grupo I<br />
Femini<strong>no</strong> A1 65 100 30 76,5 30 88,3<br />
Total 231 235 55 265 90 250,1<br />
Média 57,8 58,8 13,8 66,3 22,5 62,5<br />
Recompensa BOA EQUIPA GRANDE EQUIPA<br />
Masculi<strong>no</strong> A2 81 100 30 83 20 91,5<br />
Masculi<strong>no</strong> A3 47 50 20 60 30 55<br />
Masculi<strong>no</strong> A7 69 65 10 56 5 60,5<br />
Grupo II<br />
Femini<strong>no</strong> A12 40 25 5 44 20 34,5<br />
Total 237 240 65 243 75 241,5<br />
Média 59,3 60 16,3 60,8 18,8 60,4<br />
Recompensa BOA EQUIPA BOA EQUIPA<br />
Masculi<strong>no</strong> A11 62 65 20 60 10 62,5<br />
Masculi<strong>no</strong> A10 59 52 10 56 10 54<br />
Masculi<strong>no</strong> A6 39 48 20 56 30 52<br />
Grupo II<br />
Masculi<strong>no</strong> A5 50 45 10 60 20 52,5<br />
Total 210 210 60 232 70 221<br />
Média 52,5 52,5 15 58 17,5 55,3<br />
Recompensa BOA EQUIPA BOA EQUIPA<br />
124
Folha de Cálculo <strong><strong>da</strong>s</strong> pontuações de superação – 7.º a<strong>no</strong> (2º tur<strong>no</strong>)<br />
Nome do Grupo Género Alu<strong>no</strong>s Base (%) 1º Mini-teste (%) Pontos 2º Mini-teste (%) Pontos Média (%)<br />
Masculi<strong>no</strong> A15 82 85 20 85,5 20 82,3<br />
Masculi<strong>no</strong> A16 44 56 30 50 20 53<br />
Masculi<strong>no</strong> A22 82 95 30 78 10 86,5<br />
Grupo IV<br />
Masculi<strong>no</strong> A24 40 49 20 55 30 52<br />
Total 248 285 100 268,5 80 273,8<br />
Média 62 71,3 25 67,1 20 68,5<br />
Recompensa SUPER EQUIPA GRANDE EQUIPA<br />
Masculi<strong>no</strong> A19 85 100 30 78 10 89<br />
Femini<strong>no</strong> A18 47 65 30 65 30 65<br />
Femini<strong>no</strong> A23 77 100 30 83 20 91,5<br />
Grupo V<br />
Masculi<strong>no</strong> A20 53 85 30 80,5 30 82,8<br />
Total 262 350 120 306,5 90 328,3<br />
Média 65,5 87,5 30 76,6 22,5 82,1<br />
Recompensa SUPER EQUIPA GRANDE EQUIPA<br />
Masculi<strong>no</strong> A21 90 100 30 80,5 10 90,3<br />
Masculi<strong>no</strong> A13 64 100 30 81,5 30 90,8<br />
Masculi<strong>no</strong> A17 53 60 20 Faltou 0 60<br />
Grupo VI<br />
Masculi<strong>no</strong> A14 62 75 30 67,5 20 71,3<br />
Total 269 335 110 229,5 60 312,4<br />
Média 67,3 83,8 27,5 76,5 20 78,1<br />
Recompensa SUPER EQUIPA GRANDE EQUIPA<br />
125
Nome do Grupo Género Alu<strong>no</strong>s<br />
Folha de Cálculo <strong><strong>da</strong>s</strong> pontuações de superação – 11.º a<strong>no</strong> (1º tur<strong>no</strong>) – 1º Semestre<br />
Base<br />
(valores)<br />
1º Mini-teste<br />
(valores)<br />
Pontos<br />
2º Mini-teste<br />
(valores)<br />
Pontos<br />
3ºMini-teste<br />
(valores)<br />
Pontos<br />
Média<br />
(valores)<br />
Femini<strong>no</strong> B2 17,9 19,3 30 16,5 5 17,5 10 17,8<br />
Masculi<strong>no</strong> B5 8,6 15 30 14,7 30 16,3 30 15,3<br />
Grupo I<br />
Os Calibris<br />
Masculi<strong>no</strong> B10 13,3 11,9 5 16,9 30 16 30 14,9<br />
Femini<strong>no</strong> B7 14,8 19,6 30 16,9 30 20 30 18,8<br />
Total 54,6 65,8 95 65 95 69,8 100 66,8<br />
Média 13,7 16,5 23,8 16,3 23,8 17,5 25 16,7<br />
Recompensa GRANDE EQUIPA GRANDE EQUIPA SUPER EQUIPA<br />
Femini<strong>no</strong> B3 18 17,5 10 18,5 20 20 30 18,7<br />
Masculi<strong>no</strong> B6 10,8 14,8 30 17,7 30 19 30 17,2<br />
Grupo II<br />
Os smurfs clonados<br />
Masculi<strong>no</strong> B1 11,3 15,5 30 17,7 30 20 30 17,7<br />
Femini<strong>no</strong> B11 15 18,4 30 17,6 30 16,5 30 17,5<br />
Total 55,1 66,2 100 71,5 110 75,5 120 71,1<br />
Média 13,8 16,6 25 17,9 27,5 18,9 30 17,8<br />
Recompensa SUPER EQUIPA SUPER EQUIPA SUPER EQUIPA<br />
Masculi<strong>no</strong> B9 20 18 5 18,8 5 20 30 18,9<br />
Femini<strong>no</strong> B8 11 13,4 30 14,6 30 10 10 12,7<br />
Grupo III<br />
Os vampiros <strong>da</strong><br />
Biologia<br />
Femini<strong>no</strong> B4 18,5 17,5 10 18,8 20 20 30 18,8<br />
Masculi<strong>no</strong> B12 7 14,7 30 17,6 30 17,5 30 16,6<br />
Total 56,5 63,6 75 69,8 85 67,5 100 67<br />
Média 14,1 15,9 18,8 17,5 21,3 16,9 25 16,8<br />
Recompensa BOA EQUIPA GRANDE EQUIPA SUPER EQUIPA<br />
126
Folha de Cálculo <strong><strong>da</strong>s</strong> pontuações de superação – 11.º a<strong>no</strong> (2º tur<strong>no</strong>) – 1º Semestre<br />
Nome do<br />
Grupo<br />
Grupo IV<br />
Os esquecidos<br />
Grupo V<br />
O João<br />
sujeita-se<br />
Grupo VI<br />
Os quatro<br />
mosqueteiros<br />
Base 1º Mini-teste<br />
2º Mini-teste<br />
3ºMini-teste<br />
Média<br />
Género Alu<strong>no</strong>s<br />
Pontos<br />
Pontos<br />
Pontos<br />
(valores) (valores)<br />
(valores)<br />
(valores)<br />
(valores)<br />
Femini<strong>no</strong> B20 18,5 15,3 5 17,6 10 17,8 10 16,9<br />
Masculi<strong>no</strong> B25 11,1 14,9 30 14,3 30 15,5 30 14,9<br />
Femini<strong>no</strong> B26 13,8 17,2 30 16,9 30 17 30 17<br />
Total 43,4 47,4 65 48,8 70 50,3 70 48,8<br />
Média 14,5 15,8 21,7 16,3 23,3 16,8 23,3 16,3<br />
Recompensa GRANDE EQUIPA GRANDE EQUIPA GRANDE EQUIPA<br />
Femini<strong>no</strong> B18 18,3 18,8 20 17,6 10 14,8 5 17,1<br />
Masculi<strong>no</strong> B15 10,8 14 30 11,4 20 15,8 30 13,7<br />
Masculi<strong>no</strong> B14 16,8 Faltou 0 17,7 20 14,5 5 16,1<br />
Total 45,9 32,8 50 46,7 50 45,1 40 46,9<br />
Média 15,3 16,4 25 15,6 16,7 15 13,3 15,6<br />
Recompensa SUPER EQUIPA BOA EQUIPA BOA EQUIPA<br />
Masculi<strong>no</strong> B22 17,5 14,2 5 17,6 20 18 20 16,6<br />
Femini<strong>no</strong> B17 13,8 15,7 30 16,4 30 17 30 16,4<br />
Masculi<strong>no</strong> B23 13 9,2 5 11,8 5 15,8 30 12,3<br />
Femini<strong>no</strong> B16 13,8 15,9 30 18,4 30 14,8 20 16,4<br />
Total 58,1 55 70 64,2 85 65,6 100 61,7<br />
Média 14,5 13,8 17,5 16,1 21,3 16,4 25 15,4<br />
Recompensa BOA EQUIPA GRANDE EQUIPA SUPER EQUIPA<br />
127
Nome do Grupo Género Alu<strong>no</strong>s<br />
Folha de Cálculo <strong><strong>da</strong>s</strong> pontuações de superação – 11.º a<strong>no</strong> (1º tur<strong>no</strong>) – 2º Semestre<br />
Base<br />
(valores)<br />
4º Mini-teste<br />
(valores)<br />
Pontos<br />
5º Mini-teste<br />
(valores)<br />
Pontos<br />
6ºMini-teste<br />
(valores)<br />
Pontos<br />
Média<br />
(valores)<br />
Femini<strong>no</strong> B2 17,8 17 10 12 5 17 10 15,3<br />
Masculi<strong>no</strong> B5 15,3 13 5 12 5 15 10 13,3<br />
Grupo I<br />
Os Calibris<br />
Masculi<strong>no</strong> B10 14,9 14,5 10 11 5 14 10 13,2<br />
Femini<strong>no</strong> B7 18,8 18,5 10 13 5 17 5 16,2<br />
Total 66,8 63 35 48 20 63 35 58<br />
Média 16,7 15,8 8,8 12 5 15,8 8,8 14,5<br />
Recompensa BOA EQUIPA BOA EQUIPA BOA EQUIPA<br />
Femini<strong>no</strong> B3 18,7 19 20 18 10 19 20 18,7<br />
Masculi<strong>no</strong> B6 17,2 14,5 5 11 5 13 5 12,8<br />
Grupo II<br />
Os smurfs clonados<br />
Masculi<strong>no</strong> B1 17,7 17 10 7 5 14 5 12,7<br />
Femini<strong>no</strong> B11 17,5 17 10 13 5 17 10 15,7<br />
Total 71,1 67,5 45 49 25 63 40 59,9<br />
Média 17,8 16,9 11,3 12,3 6,3 15,8 10 15<br />
Recompensa BOA EQUIPA BOA EQUIPA BOA EQUIPA<br />
Masculi<strong>no</strong> B9 18,9 17 5 18 10 19 20 18<br />
Femini<strong>no</strong> B8 12,7 10,5 5 9 5 14 30 11,2<br />
Grupo III<br />
Os vampiros <strong>da</strong><br />
Biologia<br />
Femini<strong>no</strong> B4 18,8 17 5 16 5 17 5 16,7<br />
Masculi<strong>no</strong> B12 16,6 15 5 13 5 13,5 5 13,8<br />
Total 67 59,5 20 56 25 63,5 60 59,7<br />
Média 16,8 14,9 5 14 6,3 15,9 15 14,9<br />
Recompensa BOA EQUIPA BOA EQUIPA BOA EQUIPA<br />
128
Folha de Cálculo <strong><strong>da</strong>s</strong> pontuações de superação – 11.º a<strong>no</strong> (2º tur<strong>no</strong>) – 2º Semestre<br />
Nome do<br />
Grupo<br />
Género<br />
Alu<strong>no</strong>s<br />
Base<br />
(valores)<br />
4º Mini-teste<br />
(valores)<br />
Pontos<br />
5º Mini-teste<br />
(valores)<br />
Pontos<br />
6ºMini-teste<br />
(valores)<br />
Pontos<br />
Média<br />
(valores)<br />
Femini<strong>no</strong> B20 16,9 17,5 20 15 5 16 10 16,2<br />
Masculi<strong>no</strong> B25 14,9 11 5 12 5 11,5 5 11,5<br />
Grupo IV<br />
Os esquecidos<br />
Femini<strong>no</strong> B26 17 16 10 15 5 15 5 15,3<br />
Total 48,8 44,5 35 42 15 42,5 20 43<br />
Média 16,3 14,8 11,7 14 5 14,2 6,7 14,3<br />
Recompensa BOA EQUIPA BOA EQUIPA BOA EQUIPA<br />
Femini<strong>no</strong> B18 17,1 17 10 12 5 17 10 15,3<br />
Grupo V<br />
O João<br />
sujeita-se<br />
Masculi<strong>no</strong> B15 13,7 14,5 20 9 5 13,5 10 12,3<br />
Masculi<strong>no</strong> B14 16,1 20 30 12 5 18 30 16,7<br />
Total 46,9 51,5 60 33 15 48,5 50 44,3<br />
Média 15,6 17,2 20 11 5 16,2 16,7 14,8<br />
Recompensa GRANDE EQUIPA BOA EQUIPA BOA EQUIPA<br />
Masculi<strong>no</strong> B22 16,6 15 5 16 10 19 30 16,7<br />
Femini<strong>no</strong> B17 16,4 15 5 15 5 15 5 15<br />
Grupo VI<br />
Os quatro<br />
mosqueteiros<br />
Masculi<strong>no</strong> B23 12,3 13 20 11 5 13,5 30 12,5<br />
Femini<strong>no</strong> B16 16,4 18 30 16 10 16 10 16,7<br />
Total 61,7 61 60 58 30 63,5 75 60,9<br />
Média 15,4 15,3 15 14,5 7,5 15,9 18,8 15,2<br />
Recompensa BOA EQUIPA BOA EQUIPA BOA EQUIPA<br />
129
130
Anexo 4<br />
131
LEMA: “Um por todos e todos por um!”<br />
Quando se trabalha em<br />
Grupo,<br />
Respeitam-se os outros,<br />
Usa-se um tom de voz suave,<br />
Participa-se e partilha-se,<br />
Oferece-se aju<strong>da</strong> e encoraja-se.<br />
132
Anexo 5<br />
133
Código de Cooperação<br />
entre os alu<strong>no</strong>s<br />
Ser um ouvinte ativo.<br />
Partilhar a responsabili<strong>da</strong>de pelo progresso e sucesso <strong>da</strong> equipa.<br />
Mostrar respeito pelo contributo dos colegas.<br />
Criticar as ideias, não as pessoas.<br />
Evitar conversas paralelas.<br />
Resolver os conflitos de forma construtiva.<br />
Partilhar ideias.<br />
Dizer de uma forma educa<strong>da</strong> que não se está de acordo.<br />
Encorajar os outros.<br />
Os alu<strong>no</strong>s são responsáveis pela aprendizagem dos colegas.<br />
O estudo não terminará até que todos os colegas do grupo saibam a<br />
matéria.<br />
Deve ser pedi<strong>da</strong> aju<strong>da</strong> a todos os colegas <strong>da</strong> equipa antes de recorrer ao<br />
professor.<br />
Os colegas de grupo devem falar entre si em voz baixa.<br />
134
Anexo 6<br />
135
Grelha de avaliação <strong><strong>da</strong>s</strong> competências sociais<br />
N.º de<br />
alu<strong>no</strong><br />
Nome<br />
Assíduo Pontual Autó<strong>no</strong>mo<br />
Participação nas<br />
discussões<br />
Competências sociais<br />
Interesse <strong>no</strong>s<br />
assuntos <strong>da</strong> aula<br />
Flexibili<strong>da</strong>de face a<br />
<strong>no</strong>vas ideias<br />
Ouvir e<br />
respeitar os<br />
outros<br />
Espírito<br />
crítico<br />
Respeito pelos<br />
materiais e<br />
espaços<br />
1 – Nunca; 2 – Algumas vezes; 3 – Muitas vezes; 4 - Sempre<br />
136
Anexo 7<br />
137
Universi<strong>da</strong>de de Trás-os-Montes e Alto Douro<br />
Antes de tudo, muito obriga<strong>da</strong> pela tua participação. O preenchimento deste<br />
questionário é voluntário e anónimo, pelo que todos os <strong>da</strong>dos obtidos serão<br />
confidenciais e unicamente utilizados para efeitos de investigação. Pedimos que<br />
respon<strong><strong>da</strong>s</strong> de forma atenta e sincera <strong>da</strong>ndo a tua ver<strong>da</strong>deira opinião sobre as afirmações<br />
coloca<strong><strong>da</strong>s</strong>.<br />
QUESTIONÁRIO<br />
<br />
<br />
Sexo:<br />
Masculi<strong>no</strong><br />
Femini<strong>no</strong><br />
<br />
I<strong>da</strong>de:<br />
A<strong>no</strong>s<br />
<br />
A<strong>no</strong> de escolari<strong>da</strong>de:<br />
138
Indicações: Lê atentamente ca<strong>da</strong> uma <strong><strong>da</strong>s</strong> afirmações sobre a aprendizagem<br />
cooperativa e coloca um círculo <strong>no</strong> número que mais se aproxima <strong>da</strong> tua opinião<br />
pessoal, tendo em conta a seguinte escala: 1=Concordo Totalmente, 2=Concordo,<br />
3=Discordo, 4=Discordo Totalmente.<br />
Trabalhar em grupo nas aulas de Ciências <strong>Naturais</strong> / Biologia e Geologia<br />
tem-me aju<strong>da</strong>do:<br />
Concordo Total.<br />
Discordo Total.<br />
1. A compreender melhor a matéria …………………………………...1…..2…..3…..4<br />
2. A trocar informações, experiências e conhecimentos ………………1…..2…..3…..4<br />
3. A resolver melhor os problemas …………………………………….1…..2…..3…..4<br />
4. A desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de discutir as ideias……………..……..1…..2…..3…..4<br />
5. A sentir mais à vontade, mais descontraído, me<strong>no</strong>s nervoso, quando tento partilhar<br />
as minhas ideias ou comunicar dentro do grupo..............................1…..2…..3…..4<br />
6. A ter uma visão diferente sobre as coisas/certas matérias………...…1…..2…..3…..4<br />
7. A <strong>da</strong>r mais importância aos esforços do grupo para a realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas do que<br />
aos individuais (os de ca<strong>da</strong> um individualmente) …………………...1…..2…..3…..4<br />
8. A melhorar a minha aprendizagem considerando as opiniões sobre o trabalho <strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong><br />
pelos meus colegas, isto é, o feedback (as informações) que recebo dos colegas<br />
………………………………………………………………………..1….2…..3…..4<br />
9. A perceber que prefiro trabalhar sozinho mesmo quando sou colocado num grupo<br />
………………………………………………………………………..1…..2…..3….4<br />
10. A ser mais responsável comigo e com o meu grupo ………………..1…..2…..3…..4<br />
11. A ser mais capaz de aju<strong>da</strong>r os meus colegas de grupo com mais dificul<strong>da</strong>des<br />
……………………………………………………………………… 1…..2…..3…..4<br />
12. A conseguir comunicar melhor as minhas ideias …………………...1…..2…..3…..4<br />
13. A sentir mais aceite pelos outros ……………………………………1…..2…..3…..4<br />
14. A melhorar a minha aprendizagem ………………………………….1…..2…..3…..4<br />
15. A aprender com mais satisfação …………………………………….1…..2…..3…..4<br />
16. A envolver mais ativamente na realização <strong><strong>da</strong>s</strong> tarefas …………….. 1…..2…..3…..4<br />
17. A perceber que trabalhar em grupo é mais divertido ………………..1…..2…..3…..4<br />
18. A fazer <strong>no</strong>vos amigos ……………………………………………… 1…..2…..3…..4<br />
139
19. A ser mais paciente e tolerante em relação às ideias propostas pelos meus colegas<br />
……………………………………………………………………….1…..2…..3…..4<br />
20. A desenvolver o espírito de equipa ou de grupo …………………....1…..2…..3…..4<br />
21. A desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de ouvir as ideias dos outros colegas ..1…..2…..3…..4<br />
22. A aumentar a motivação por aprender ………………………………1…..2…..3…..4<br />
23. A perceber que é uma per<strong>da</strong> de tempo explicar a matéria aos outros colegas<br />
……………………………………………………………………….1…..2…..3…..4<br />
24. A perceber que é me<strong>no</strong>s cansativo (causa me<strong>no</strong>s nervosismo) do que trabalhar<br />
sozinho ………………………………………………………………1…..2…..3…..4<br />
25. A perceber que traz vantagens para mim explicar a matéria aos colegas do grupo<br />
……………………………………………………………………….1…..2…..3…..4<br />
26. A perceber que é difícil conseguir que alguns colegas participem ativamente nas<br />
tarefas ………………………………………………………………..1…..2…..3…..4<br />
27. A desenvolver a capaci<strong>da</strong>de de planear o meu trabalho e estabelecer objetivos<br />
……………………………………………………………………….1…..2…..3…..4<br />
28. O que é que pensas do trabalho cooperativo nas aulas de Ciências <strong>Naturais</strong> /<br />
Biologia e Geologia?<br />
29. Gostarias de trabalhar em grupos cooperativos nas outras disciplinas? Porquê?<br />
Obriga<strong>da</strong> pela sua participação!<br />
140
Anexo 8<br />
141
Escola Secundária de S. Pedro<br />
Ciências <strong>Naturais</strong> - 7ºA<strong>no</strong> - A<strong>no</strong> Letivo 2011/2012<br />
Método STAD - 1º Mini - teste<br />
Nome: Nº: Turma:<br />
Classificação:<br />
1. Tem atenção à informação conti<strong>da</strong> <strong>no</strong> texto que a seguir se apresenta:<br />
Lava e cinza põem ecossistema em risco<br />
“Muitos animais selvagens que vivem nas florestas em tor<strong>no</strong> do vulcão Nyiragongo estão ameaçados pela<br />
lava, cinza e gás que continuam a sair <strong>da</strong> cratera. A região tem densas florestas tropicais e é conheci<strong>da</strong> por<br />
albergar a maior comuni<strong>da</strong>de de gorilas do mundo. (…) Os especialistas defendem que o impato<br />
ambiental será e<strong>no</strong>rme e afetará, por igual, todos os níveis do ecossistema <strong>da</strong> montanha. Alguns animais,<br />
como os chimpanzés, por exemplo, serão seguramente “dizimados”, acrescentam.”<br />
Diário de Notícias, 22 de Janeiro de 2002<br />
1.1. Define ecossistema.<br />
1.2. Indica o ecossistema a que se faz referência <strong>no</strong> texto.<br />
1.3. Indica possíveis consequências que podem advir para o referido ecossistema, resultantes<br />
do impato ambiental causado pela erupção vulcânica.<br />
1.4. Estabelece a correspondência correta entre as letras <strong>da</strong> coluna I e os números <strong>da</strong> coluna<br />
II.<br />
Coluna I<br />
A – Tecido<br />
B – Sistema de órgãos<br />
C – Comuni<strong>da</strong>de<br />
D – Ecossistema<br />
E – Célula<br />
F – Órgão<br />
G – População<br />
H - Organismo<br />
Coluna II<br />
1 – Interações que os seres vivos estabelecem entre si e<br />
com o meio.<br />
2 – Organismos <strong>da</strong> mesma espécie que vivem na mesma<br />
área, <strong>no</strong> mesmo tempo.<br />
3 – Conjunto de populações que coabitam a mesma área.<br />
4 – Associações de tecidos para se obter o mesmo objetivo.<br />
5 – Todos os órgãos que atuam na circulação sanguínea.<br />
6 – Associações de órgãos que permitem a auto<strong>no</strong>mia de<br />
um ser.<br />
7 – Associações de células que trabalham para o mesmo<br />
fim.<br />
8 - Uni<strong>da</strong>de básica de vi<strong>da</strong>.<br />
1.5. Coloca por ordem crescente de grandeza os seguintes sistemas naturais, escrevendo à<br />
frente de ca<strong>da</strong> uma <strong><strong>da</strong>s</strong> designações um dos números de 1 a 9.<br />
Tecido ; Comuni<strong>da</strong>de ; Sistema de órgãos ; População ;<br />
Biosfera ; Célula ; Ecossistema ; Órgão ; Organismo ;<br />
142
Escola Secundária de S. Pedro<br />
Ciências <strong>Naturais</strong> - 7ºA<strong>no</strong> - A<strong>no</strong> Letivo 2011/2012<br />
Método STAD - 2º Mini - teste<br />
Nome: Nº: Turma:<br />
Classificação:<br />
1. Lê, atentamente, o seguinte texto.<br />
“Não é fácil ser-se transformado num fóssil. Crê-se que apenas um osso em ca<strong>da</strong> mil milhões acabe por<br />
fossilizar. Se assim for, isso significa que o total do legado fóssil de todos os america<strong>no</strong>s atualmente vivos<br />
– 270 milhões de pessoas, ca<strong>da</strong> uma com 206 ossos – será apenas de uns 50 ossos, isto é, um quarto de<br />
um esqueleto completo. Já para não dizer, claro, que alguns deles seja alguma vez encontrado.<br />
Os fósseis são extremamente raros. A maior parte de tudo o que já viveu à face <strong>da</strong> Terra não deixou<br />
qualquer vestígio. Além disso, o registo que possuímos é irremediavelmente enga<strong>no</strong>so. A maior parte dos<br />
animais terrestres não morre em terre<strong>no</strong>s sedimentares. Portanto, o registo fóssil tende infinitamente mais<br />
para o lado dos animais marinhos. Cerca de 95% de todos os fósseis existentes são de seres que viveram<br />
<strong>no</strong> mar e a maior parte deles em mares pouco profundos.”<br />
Bill Bryson, Breve história de quase tudo (a<strong>da</strong>ptado)<br />
1.1. Refere a de<strong>no</strong>minação atribuí<strong>da</strong> ao conjunto de processos físicos e químicos que<br />
podem originar um fóssil.<br />
1.2. Indica como se designa a ciência que estu<strong>da</strong> os fósseis.<br />
1.3. Comenta a afirmação: “Não é fácil ser-se transformado num fóssil”.<br />
1.4. Infere duas condições, menciona<strong><strong>da</strong>s</strong> <strong>no</strong> texto, favoráveis à fossilização.<br />
1.5. Indica em que tipo de rochas é mais frequente a ocorrência de fósseis.<br />
2. Indica o tipo de fossilização presente em ca<strong>da</strong> uma <strong><strong>da</strong>s</strong> situações:<br />
2.1. Por ação <strong><strong>da</strong>s</strong> bactérias, restos de vegetais ficaram preservados nas rochas.<br />
2.2. Um inseto ficou aprisionado na resina que escorreu ao longo do tronco de uma<br />
árvore.<br />
2.3. Na concha calcária de um gastrópode houve substituição de uns minerais por outros.<br />
2.4. Os sedimentos acumulados <strong>no</strong> interior de uma concha preservam as marcas do seu<br />
crescimento.<br />
2.5. A matéria orgânica que constituía o tronco de uma árvore foi substituí<strong>da</strong> por<br />
substâncias minerais.<br />
143
3. Os esquemas A, B, C, D e E ilustram o processo de fossilização de um réptil que viveu há cerca<br />
de 230 M.a. Observa-os, atentamente.<br />
3.1. Ordena os acontecimentos de modo a constituírem uma sucessão lógica do processo de<br />
fossilização do réptil.<br />
3.2. Explica o aparecimento de um fóssil à superfície <strong>da</strong> crusta terrestre, considerando que a<br />
vi<strong>da</strong> apenas existe à superfície <strong>da</strong> Terra.<br />
144
Escola Secundária de S. Pedro<br />
Biologia e Geologia - 11.ºA<strong>no</strong> - A<strong>no</strong> Letivo 2011/2012<br />
Método STAD - 1º Mini - teste<br />
Nome: Nº: Turma:<br />
Classificação:<br />
Grupo I<br />
1. No início do capítulo <strong>da</strong> reprodução assexua<strong>da</strong>, realizou uma ativi<strong>da</strong>de laboratorial sobre a estratégia<br />
de reprodução assexua<strong>da</strong> utiliza<strong>da</strong> pelas leveduras.<br />
1.1 As leveduras são fungos unicelulares. Caracterize-as quanto:<br />
1.1.1 À estratégia de reprodução assexua<strong>da</strong> utiliza<strong>da</strong>;<br />
1.1.2 Organização celular;<br />
1.1.3 Constituição <strong>da</strong> parede celular;<br />
1.1.4 Função <strong>no</strong>s ecossistemas;<br />
1.1.5 Processo de divisão celular utilizado.<br />
1.2 Explique o facto de:<br />
1.2.1 se ter adicionado glicose às leveduras.<br />
1.2.2 se ter utilizado a temperatura de 37ºC.<br />
1.3 Durante a observação <strong><strong>da</strong>s</strong> leveduras ao microscópio verificou-se que havia bastante densi<strong>da</strong>de<br />
populacional. Explique porque razão as leveduras se reproduziram assexua<strong>da</strong>mente se o podiam<br />
fazer sexua<strong>da</strong>mente.<br />
1.4 Comenta a afirmação: “Quanto mais simples for o indivíduo, mais altruísta é o progenitor.”<br />
Grupo II<br />
1. Na reprodução assexua<strong>da</strong>, os seres vivos utilizam diversas estratégias de reprodução.<br />
1.1 Classifique como ver<strong>da</strong>deira (V) ou falsa (F) ca<strong>da</strong> uma <strong><strong>da</strong>s</strong> seguintes afirmações.<br />
a. Na reprodução assexua<strong>da</strong> formam-se <strong>no</strong>vos indivíduos a partir de dois progenitores, sem que<br />
haja intervenção de células sexuais, não havendo por isso fecun<strong>da</strong>ção.<br />
b. O processo de divisão celular utilizado na reprodução assexua<strong>da</strong> é a mitose.<br />
c. A amiba e a paramécia reproduzem-se, respetivamente, por bipartição e gemulação.<br />
d. A parte<strong>no</strong>génese é uma estratégia de reprodução assexua<strong>da</strong> na qual há formação de <strong>no</strong>vos<br />
indivíduos, exclusivamente, a partir do desenvolvimento de gâmetas masculi<strong>no</strong>s.<br />
e. A multiplicação vegetativa é um processo de reprodução exclusivo <strong><strong>da</strong>s</strong> plantas.<br />
f. Os estolhos, os rizomas e os tubérculos são utilizados em processos de multiplicação vegetativa<br />
natural, enquanto que a estacaria e a mergulhia dizem respeito a processos de multiplicação<br />
vegetativa artificial. _<br />
g. Na reprodução assexua<strong>da</strong> os descendentes são geneticamente idênticos aos dois progenitores.<br />
1.2 Justifique as afirmações que considerou como falsas.<br />
145
Grupo III<br />
1. Certas plantas reproduzem-se naturalmente por multiplicação vegetativa. Além dos processos naturais,<br />
foram-se desenvolvendo técnicas de propagação artificial de espécies com interesse económico. A cultura<br />
in vitro ou micropropagação foi uma delas.<br />
1.1 Explique porque razão a cultura in vitro, permite a obtenção de um elevado número de clones a partir<br />
de um único fragmento <strong>da</strong> planta- mãe.<br />
1.2 Que diferenças existem entre a propagação vegetativa tradicional e a micropropagação in vitro?<br />
1.3 Apesar de apresentar vantagens indiscutíveis, a aplicação <strong>da</strong> micropropagação de plantas não está<br />
isenta de problemas. Refira duas vantagens e duas desvantagens desta técnica.<br />
2. Os indivíduos originados por reprodução assexua<strong>da</strong> são, <strong>no</strong>rmalmente, idênticos entre si e também<br />
idênticos ao progenitor. Com base nestas características surgiram técnicas de clonagem que permitiram,<br />
por exemplo, a obtenção de animais de grande interesse na indústria alimentar. É o caso <strong>da</strong> clonagem de<br />
bovídeos, previamente selecionados, por exemplo, pela grande produção de leite.<br />
2.1 Identifique a vaca que foi clona<strong>da</strong>.<br />
Figura 1<br />
2.2 Selecione a opção que permite completar corretamente a afirmação de ca<strong>da</strong> alínea.<br />
2.2.1. A informação genética <strong><strong>da</strong>s</strong> células <strong>da</strong> vaca obti<strong><strong>da</strong>s</strong> por clonagem (IV) provém do núcleo:<br />
A – do oócito <strong>da</strong> vaca III.<br />
B – do núcleo <strong>da</strong> célula muscular do embrião <strong>da</strong> vaca II.<br />
C – do oócito <strong>da</strong> vaca I.<br />
D – do oócito <strong>da</strong> vaca II.<br />
2.2.2. In vitro, a partir do ovo constituído, ocorreram:<br />
A – fecun<strong>da</strong>ção e divisões celulares mitóticas.<br />
B – fecun<strong>da</strong>ção e divisões celulares meióticas.<br />
C – uma divisão celular meiótica e divisões celulares mitóticas.<br />
D – apenas divisões celulares mitóticas<br />
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Biologia e Geologia - 11.ºA<strong>no</strong> - A<strong>no</strong> Letivo 2011/2012<br />
Método STAD - 2º Mini - teste<br />
Nome: Nº: Turma:<br />
Classificação:<br />
1. A reprodução sexua<strong>da</strong> constitui um processo biológico comum a quase todos os seres vivos. Neste<br />
tipo de reprodução, os indivíduos não apresentam uma uniformi<strong>da</strong>de de informação genética.<br />
1.1 As afirmações que se seguem são relativas a acontecimentos que caracterizam uma divisão nuclear.<br />
Coloque-as por ordem cro<strong>no</strong>lógica dos acontecimentos.<br />
A. Os cromossomas homólogos dispõem-se na placa equatorial.<br />
B. Condensação dos cromossomas e emparelhamento dos homólogos.<br />
C. Troca de segmentos de cromatídios entre dois cromossomas homólogos.<br />
D. Reorganização do invólucro nuclear <strong><strong>da</strong>s</strong> duas células-filhas.<br />
E. Separação dos cromossomas homólogos.<br />
F. A célula entra num processo de divisão equacional.<br />
1.2 Considere que um determinado número de células precursoras de gâmetas de um rato entram num<br />
processo de divisão meiótica. Sabendo que o número característico de cromossomas é 2n = 40, indique o<br />
número de cromossomas, o número de cromatídios e a quanti<strong>da</strong>de de DNA por célula para ca<strong>da</strong> uma <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
fases:<br />
a) Profase I b)<br />
Metafase I c)<br />
Telofase I d)<br />
Metafase II e)<br />
Telofase II<br />
1.3 Comente a afirmação: “Os indivíduos originados por reprodução sexua<strong>da</strong> apresentam variabili<strong>da</strong>de<br />
genética entre si e em relação aos progenitores”.<br />
1.4 Nos processos de reprodução, a divisão celular é fun<strong>da</strong>mental. A mitose permite a formação de células<br />
geneticamente idênticas à célula parental, enquanto que a meiose ocorre na reprodução sexua<strong>da</strong>,<br />
permitindo a formação de células haplóides. Refira três diferenças fun<strong>da</strong>mentais entre a mitose e a<br />
meiose.<br />
1.5 As afirmações seguintes são relativas a diferentes estratégias de reprodução sexua<strong>da</strong>. Classifique-as<br />
como ver<strong>da</strong>deiras (V) ou falsas (F).<br />
(A) Nos animais, os gâmetas encontram-se em gametângios, sendo os masculi<strong>no</strong>s os espermatozóides e<br />
os femini<strong>no</strong>s os óvulos.<br />
(B) Os gâmetas femini<strong>no</strong>s nas plantas são designados por oosferas e os masculi<strong>no</strong>s por anterídeos.<br />
(C) A rã é um animal hermafrodita insuficiente, por isso, para haver fecun<strong>da</strong>ção tem que se cruzar com<br />
outra rã.<br />
(D) O unissexualismo é uma estratégia reprodutiva que permite maior variabili<strong>da</strong>de genética do que o<br />
hermafroditismo suficiente.<br />
(E) Nas plantas com flor, a polinização cruza<strong>da</strong> permite maior permuta de informação genética entre<br />
plantas distantes, mas <strong>da</strong> mesma espécie.<br />
(F) A fecun<strong>da</strong>ção externa apenas pode ocorrer em meio aquático e é mais eficiente que a fecun<strong>da</strong>ção<br />
interna, pois permite uma eco<strong>no</strong>mia na quanti<strong>da</strong>de de gâmetas formados pelos indivíduos.<br />
(G) Os gâmetas femini<strong>no</strong>s <strong><strong>da</strong>s</strong> espécies que possuem fecun<strong>da</strong>ção externa apresentam moléculas<br />
específicas na membrana, que permitem reconhecer os espermatozóides <strong>da</strong> mesma espécie.<br />
147
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Biologia e Geologia - 11.ºA<strong>no</strong> - A<strong>no</strong> Letivo 2011/2012<br />
Método STAD - 3º Mini - teste<br />
Nome: Nº: Turma:<br />
Classificação:<br />
Analise com atenção o documento I e a figura 1.<br />
Documento I<br />
A Spirogyra ou espirogira é uma alga verde de água doce pertencente ao Rei<strong>no</strong> Protista. Para se<br />
reproduzir, esta alga pode utilizar os dois tipos de reprodução: assexua<strong>da</strong> e sexua<strong>da</strong>, dependendo <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
condições do meio ambiente. Quando este lhe é favorável, dá-se a reprodução por fragmentação,<br />
aumentando o número de células por multiplicação celular. Quando o meio lhe é adverso, a espirogira<br />
reproduz-se sexua<strong>da</strong>mente. Através deste ultimo processo anteriormente referido, pode estu<strong>da</strong>r-se o ciclo<br />
de vi<strong>da</strong>.<br />
Fig. 1 – Ciclo de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> espirogira.<br />
1. A figura 1 representa o ciclo de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> espirogira.<br />
1.1. Legende os números <strong>da</strong> figura 1.<br />
1.2. Classifique este ciclo de vi<strong>da</strong> quanto às fases nucleares.<br />
1.2.1. Justifique a resposta <strong>da</strong><strong>da</strong> na questão anterior.<br />
1.3. Indique, justificando, o tipo de meiose existente.<br />
1.4. Indique o significado biológico dos números roma<strong>no</strong>s I, II e III.<br />
2. Na figura 1 estão representa<strong><strong>da</strong>s</strong> as duas formas de reprodução <strong>da</strong> espirogira.<br />
2.1. Identifique as formas de reprodução representa<strong><strong>da</strong>s</strong> pela letra A e B.<br />
2.2. Refere, explicando, <strong><strong>da</strong>s</strong> formas de reprodução representa<strong><strong>da</strong>s</strong> (A e B), aquela que<br />
pode assegurar uma melhor capaci<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação.<br />
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Biologia e Geologia - 11.ºA<strong>no</strong> - A<strong>no</strong> Letivo 2011/2012<br />
Método STAD - 4º Mini - teste<br />
Nome: Nº: Turma:<br />
Classificação:<br />
Já foram identificados cerca de 4000 minerais, mas poucos são frequentemente encontrados. Na<br />
identificação de minerais recorre-se a um conjunto de proprie<strong>da</strong>des químicas e físicas. O conhecimento<br />
destas proprie<strong>da</strong>des, bem como <strong>da</strong> maneira prática de as investigar, é bastante útil na sua identificação.<br />
1. O petróleo não é considerado um mineral porque… (complete a frase selecionando a opção correta).<br />
(A) possui uma composição química defini<strong>da</strong> e uma estrutura cristalina.<br />
(B) possui estrutura cristalina e é um composto i<strong>no</strong>rgânico.<br />
(C) não possui estrutura cristalina nem composição química defini<strong>da</strong>.<br />
(D) é uma substância química líqui<strong>da</strong> e possui estrutura cristalina.<br />
2. O anião dominante <strong>no</strong>s minerais silicatos é… (complete a frase selecionando a opção correta).<br />
2-<br />
(A)S 2- .<br />
(C) CO 3 .<br />
(B) SiO 4- 4 .<br />
(D)O 2- .<br />
3. Um determinado mineral é me<strong>no</strong>s duro que o vidro e mais duro que a unha. A sua dureza relativa, na<br />
escala de Mohs, é… (complete a frase selecionando a opção correta).<br />
(A)1 a 6.<br />
(C) 5 a 6.<br />
(B) 2,5 a 5.<br />
(D)3 a 5.<br />
4. Verifica-se um aumento crescente de dureza <strong>no</strong>s seguintes minerais… (complete a frase selecionando a<br />
opção correta).<br />
(A) calcite, quartzo, corindo e topázio.<br />
(C) fluorite, quartzo, topázio e corindo.<br />
(B) fluorite, topázio, quartzo e corindo.<br />
(D) calcite, fluorite, corindo e topázio.<br />
5. A risca ou traço do topázio determina-se… (complete a frase selecionando a opção correta).<br />
(A)verificando-se se o mineral risca ou é riscado por outros minerais.<br />
(B) riscando o mineral numa superfície de porcelana despoli<strong>da</strong>.<br />
(C) reduzindo a pó uma porção do mineral.<br />
(D)riscando o mineral numa superfície de vidro poli<strong>da</strong>.<br />
6. A cor dos minerais depende de fatores como… (complete a frase selecionando a opção correta).<br />
(A)a superfície de corte.<br />
(C) o tipo de brilho.<br />
(B) as impurezas químicas.<br />
(D)o tipo de clivagem.<br />
7. A proprie<strong>da</strong>de me<strong>no</strong>s fiável na identificação de minerais é… (complete a frase selecionando a opção<br />
correta).<br />
(A)a dureza.<br />
(C) o brilho.<br />
(B) a cor.<br />
(D)a clivagem.<br />
8. É incorreto afirmar que a clivagem… (complete a frase selecionando a opção correta).<br />
(A) é a tendência de um mineral partir segundo direções preferenciais.<br />
(B) desenvolve superfícies de rutura planas e brilhantes.<br />
(C) as superfícies de rutura não se repetem paralelamente a si mesmas.<br />
(D) está relaciona<strong>da</strong> com a estrutura cristalina do mineral.<br />
9. Durante a realização de um teste químico, o mineral que se pretendia identificar reagiu aos ácidos.<br />
Pode-se concluir que se trata de um… (complete a frase selecionando a opção correta).<br />
(A) carbonato de cálcio.<br />
(C) sulfato de sódio<br />
(B) carbonato de sódio.<br />
(D) sulfato de cálcio.<br />
10. A característica que faz do corindo o termo 9 <strong>da</strong> escala de Mohs verifica-se, também, <strong>no</strong> rubi e na<br />
safira azul. Relacione essa caraterística com a utilização, em joalharia, <strong><strong>da</strong>s</strong> referi<strong><strong>da</strong>s</strong> varie<strong>da</strong>des do<br />
corindo.<br />
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Biologia e Geologia - 11.ºA<strong>no</strong> - A<strong>no</strong> Letivo 2011/2012<br />
Método STAD - 5º Mini - teste<br />
Nome: Nº: Turma:<br />
Classificação:<br />
As rochas sedimentares recobrem uma extensa superfície terrestre, ocupando 75% <strong>da</strong> área dos<br />
continentes. No entanto, a sua representativi<strong>da</strong>de na constituição <strong>da</strong> crusta terrestre é modesta,<br />
representando apenas 5% do seu volume. A sua formação ocorre à superfície do Globo ou próximo dela.<br />
Os processos que levam à sua formação decorrem após a subi<strong>da</strong>, até à superfície, de rochas origina<strong><strong>da</strong>s</strong> em<br />
profundi<strong>da</strong>de.<br />
1. Faça corresponder V (ver<strong>da</strong>deira) ou F (falsa) a ca<strong>da</strong> uma <strong><strong>da</strong>s</strong> afirmações.<br />
(A) Pela sedimentogénese, os sedimentos evoluem para rochas sedimentares, sob o efeito de processos<br />
como compactação, desidratação e cimentação.<br />
(B) A meteorização física e química desenrolam-se concomitantemente e os seus efeitos não são<br />
combinados.<br />
(C) Tanto na meteorização física como na química, as rochas são degra<strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong> em fragmentos de dimensões<br />
ca<strong>da</strong> vez me<strong>no</strong>res, mas que retêm as características do material original.<br />
(D) Quanto mais fen<strong><strong>da</strong>s</strong> e cavi<strong>da</strong>des cheias de água existirem, maior será a fragmentação causa<strong>da</strong> pelo<br />
gelo, por isso, as rochas porosas e fissura<strong><strong>da</strong>s</strong> desagregam-se com maior facili<strong>da</strong>de.<br />
(E) Na crioclastia, a formação de cristais nas fen<strong><strong>da</strong>s</strong> por evaporação <strong>da</strong> água provoca a fragmentação <strong><strong>da</strong>s</strong><br />
rochas.<br />
(F) As diacláses são provoca<strong><strong>da</strong>s</strong> por tensões internas <strong>da</strong> crusta mas não por fenóme<strong>no</strong>s de descompressão<br />
devido à remoção <strong><strong>da</strong>s</strong> cama<strong><strong>da</strong>s</strong> suprajacentes.<br />
(G)Quando o granito é alterado, minerais vulneráveis, como os feldspatos, perdem o brilho e a dureza<br />
diminui, originando minerais de argila.<br />
(H)Na caulinização, reação típica de oxi<strong>da</strong>ção, o ião H + substitui o K + na estrutura do feldspato e,<br />
deste modo, a rede cristalina altera-se, formando um <strong>no</strong>vo mineral, a caulinite.<br />
(I) Os depósitos de sílica e argila resultantes <strong>da</strong> meteorização química do calcário, avermelhados devido à<br />
presença de óxidos de ferro, de<strong>no</strong>minam-se terra rossa.<br />
(J) Na oxi<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> piroxena, o ião ferroso combina-se com água e precipita um óxido de ferro sólido.<br />
(K)O processo químico de dissolução <strong>da</strong> calcite seguido de precipitação de iões de<strong>no</strong>mina-se<br />
carbonatação.<br />
(L) O quartzo, a moscovite e a biotite são minerais estáveis, enquanto que os carbonatos e os feldspatos<br />
são minerais muito instáveis.<br />
(M) A biotite pode ser quimicamente altera<strong>da</strong>, formando diretamente minerais de argila, como a<br />
caulinite.<br />
(N) Num curso de água, verifica-se uma fraca gra<strong>no</strong>sseleção <strong>no</strong> curso inferior, uma vez que são<br />
constituídos apenas por sedimentos muito fi<strong>no</strong>s.<br />
(O)A sedimentação apenas ocorre quando já não há materiais para transportar.<br />
(P) Em sedimentos fluviais e eólicos são frequentes casos de estratificação paralela, tipo de estratificação<br />
que revela uma variação <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de e/ou <strong>da</strong> direção do agente transportador.<br />
(Q)Com o aumento <strong>da</strong> pressão, quanto mais are<strong>no</strong>so for o material, me<strong>no</strong>r é a porosi<strong>da</strong>de.<br />
(R) Quando a rocha atinge grandes profundi<strong>da</strong>des, o volume <strong>da</strong> rocha diminui e torna-se,<br />
progressivamente, mais compacta e mais densa, porque os vazios aumentaram.<br />
2. Nos recifes de corais, a maior parte do CO 2 disponível na água encontra-se sob a forma de<br />
iões bicarbonato (HCO 3 - ).<br />
Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cro<strong>no</strong>lógica dos acontecimentos<br />
responsáveis pela formação do exoesqueleto dos corais construtores de recifes.<br />
A. Os corais que possuem algas simbiontes captam ativamente iões cálcio (Ca 2+ ) <strong>da</strong> água.<br />
B. Forma-se o hidroge<strong>no</strong>carbonato de cálcio (Ca (HCO 3 ) 2 ).<br />
C. O carbonato de cálcio (CaCO 3 ) é incorporado <strong>no</strong> exoesqueleto dos corais.<br />
D. Os iões cálcio (Ca 2+) reagem com os iões bicarbonato (HCO 3 - ).<br />
E. Precipita-se o carbonato de cálcio (CaCO 3 ) e forma-se ácido carbónico (H 2 CO 3 ).<br />
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Biologia e Geologia - 11.ºA<strong>no</strong> - A<strong>no</strong> Letivo 2011/2012<br />
Método STAD - 6º Mini - teste<br />
Nome: Nº: Turma:<br />
Classificação:<br />
Uma <strong><strong>da</strong>s</strong> classificações utiliza<strong><strong>da</strong>s</strong> para as rochas sedimentares baseia-se na origem <strong>da</strong> fração<br />
predominante que as constitui. Segundo esta perspetiva, podem considerar-se: rochas detríticas, rochas<br />
quimiogénicas e rochas biogénicas.<br />
As rochas sedimentares são arquivos extraordinários onde está regista<strong>da</strong> uma imensidão de informações.<br />
Ca<strong>da</strong> estrato corresponde a uma “folha de um grande livro” de alguns milhares de milhão de páginas que<br />
<strong>no</strong>s contam a história <strong>da</strong> Terra e <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Este “livro”, contudo, não está completo. Muitas páginas<br />
desapareceram, outras estão rasga<strong><strong>da</strong>s</strong> e ilegíveis.<br />
1. Faça corresponder V (ver<strong>da</strong>deira) ou F (falsa) a ca<strong>da</strong> uma <strong><strong>da</strong>s</strong> afirmações.<br />
(A) A cimentação de calhaus rolados origina rochas consoli<strong>da</strong><strong><strong>da</strong>s</strong>, as brechas e a cimentação de calhaus<br />
angulosos origina conglomerados.<br />
(B) Os calcários, o sal-gema e o gesso são rochas quimiogénicas, constituindo os evaporitos.<br />
(C) O sal-gema forma-se por precipitação de sais de sulfato de cálcio (CaSO 4 ), com formação do mineral<br />
halite.<br />
(D) O calcário conquífero é um calcário de edificação que resulta <strong>da</strong> fixação de carbonato de cálcio por<br />
seres vivos.<br />
(E) O carvão forma-se por decomposição anaeróbia de detritos de plantas superiores, constituindo um<br />
importante combustível fóssil.<br />
(F) O carvão betumi<strong>no</strong>so é o carvão que apresenta um maior teor em carbo<strong>no</strong> (80% a 90%).<br />
(G) A incarbonização é o aumento gradual do teor em carbo<strong>no</strong> e diminuição do teor em oxigénio.<br />
(H) O petróleo forma-se em ambientes que permitem o desenvolvimento de plâncton abun<strong>da</strong>nte.<br />
(I) A rocha-armazém, que constitui uma armadilha petrolífera, deve ser uma rocha porosa e impermeável,<br />
como os arenitos e conglomerados.<br />
(J) Os hidrocarbonetos fluidos, como são pouco densos, migram <strong>da</strong> rocha-mãe, acumulando-se na rochacobertura.<br />
(K) A presença de uma dobra anticlinal obriga a rocha-cobertura a dobrar, favorecendo a formação de<br />
uma armadilha petrolífera.<br />
(L) Os fósseis de i<strong>da</strong>de permitem reconstituir os ambientes em que, <strong>no</strong> passado, as rochas que os contêm<br />
foram gera<strong><strong>da</strong>s</strong>.<br />
(M) As trilobites são considera<strong><strong>da</strong>s</strong> bons fósseis de i<strong>da</strong>de porque correspondem a seres pertencentes a<br />
grupos que tiveram curta longevi<strong>da</strong>de e grande área de dispersão geográfica.<br />
(N) De acordo com o principio <strong>da</strong> inclusão, fragmentos de rochas incorporados ou incluídos numa rocha<br />
são mais recentes do que a rocha que os engloba.<br />
(O) A <strong>da</strong>tação relativa em Geologia consiste em determinar a ordem cro<strong>no</strong>lógica pela qual as uni<strong>da</strong>des<br />
geológicas se constituíram.<br />
(P) Segundo o princípio <strong>da</strong> continui<strong>da</strong>de lateral, há constância de características entre cama<strong><strong>da</strong>s</strong><br />
distancia<strong><strong>da</strong>s</strong> lateralmente.<br />
(Q) A discordância angular é a superfície de separação de duas séries de estratos e a superfície de<br />
descontinui<strong>da</strong>de é uma superfície erodi<strong>da</strong> onde assentam os mesmos.<br />
(R) O processo de fossilização em que os organismos ou parte deles são preservados sem alteração ou<br />
com pequenas modificações de<strong>no</strong>mina-se mineralização.<br />
2. Quando se faz prospeção petrolífera utilizam-se vários métodos: diretos (como as son<strong>da</strong>gens) e<br />
indiretos (através <strong><strong>da</strong>s</strong> medições de a<strong>no</strong>malias gravimétricas).<br />
Explique de que modo é que a presença de um doma sali<strong>no</strong> pode estar relacionado com o tipo de<br />
prospeção (em que se utilizam métodos indiretos) e com a formação de armadilhas petrolífera.<br />
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