A exploração de problemas de padrão: um contributo para o ...
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Durante esta fase David sentiu que as expressões lhe eram familiares e conseguiu<br />
relacioná-las com outra tarefa já explorada na aula, on<strong>de</strong> foram construídas escadas<br />
recorrendo à utilização dos policubos. Como referiu, ainda procurou a ficha com essa<br />
tarefa <strong>para</strong>, assim, tirar alg<strong>um</strong>as dúvidas mas constatou que não a tinha consigo.<br />
Para respon<strong>de</strong>r às duas últimas questões baseou-se nas expressões antes<br />
<strong>de</strong>scobertas, tanto no caso do perímetro como no da área, não revelando, por isso,<br />
dificulda<strong>de</strong>s com a generalização.<br />
Durante a entrevista foi possível sentir, por parte do David, alg<strong>um</strong> <strong>de</strong>sconforto com<br />
a fórmula encontrada <strong>para</strong> o cálculo da área. Esse <strong>de</strong>sconforto não estava relacionado com<br />
a utilização da adição, em vez da multiplicação, como acontecia com alguns dos seus<br />
colegas, mas sim com a pouca eficácia que a fórmula teria no caso <strong>de</strong> outras figuras. Como<br />
referiu, “se fosse <strong>um</strong>a figura com 1000 nunca mais acabava!”. Mesmo assim, não<br />
conseguiu encontrar <strong>um</strong>a estratégia alternativa. Desta forma, foi com <strong>um</strong>a enorme<br />
satisfação que David, durante a aula <strong>de</strong> discussão, ouviu a explicação do processo que<br />
permitia a utilização da multiplicação. Manifestou, contudo, também alg<strong>um</strong>a <strong>de</strong>silusão por<br />
não ter conseguido ele próprio <strong>de</strong>scobrir esse processo. Sabia que tinha andado lá próximo<br />
e que, por isso, podia ter conseguido. Ainda que não mostrasse abertamente o seu<br />
<strong>de</strong>salento, a sua expressão <strong>de</strong>nunciava-o.<br />
Discussão <strong>de</strong> Resultados<br />
De forma geral, os alunos conseguiram realizar com sucesso as tarefas propostas,<br />
revelando <strong>um</strong> gran<strong>de</strong> entusiasmo durante o trabalho com padrões. Durante a resolução,<br />
privilegiaram sempre abordagens que mantinham presentes as características iniciais do<br />
problema, trabalhando em conjunto as informações n<strong>um</strong>éricas e geométricas. Em nenh<strong>um</strong>a<br />
das situações, os alunos recorreram a abordagens exclusivamente n<strong>um</strong>éricas, evitando<br />
transformar os <strong>problemas</strong> em meras sequências n<strong>um</strong>éricas. Esta é, por isso, <strong>um</strong>a situação<br />
que não vai <strong>de</strong> encontro às situações <strong>de</strong>scritas por outros autores (Rivera e Becker, 2006;<br />
Vale e Pimentel, 2005).<br />
Rivera e Becker (2006), <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> analisar o trabalho <strong>de</strong>senvolvido por futuros<br />
professores durante tarefas envolvendo <strong>exploração</strong> <strong>de</strong> padrões representados <strong>de</strong> diferentes<br />
formas (n<strong>um</strong>éricas e figurativas), concluíram que a maioria optou por resoluções<br />
essencialmente n<strong>um</strong>éricas, prestando pouca, ou nenh<strong>um</strong>a, atenção às informações<br />
fornecidas pelas figuras. Apenas <strong>um</strong> reduzido número <strong>de</strong> futuros professores consi<strong>de</strong>rou as<br />
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