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Artigo - Rede de Estudos do Trabalho

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2<br />

antiga a discussão sobre proteção <strong>de</strong>sses pequenos, há registro que o primeiro <strong>do</strong>cumento <strong>de</strong><br />

proteção ás crianças e a<strong>do</strong>lescente está <strong>de</strong>scrito no Código <strong>de</strong> Hamurabi 2 , importante<br />

<strong>do</strong>cumento da civilização mesopotâmia. Segun<strong>do</strong> esse <strong>do</strong>cumento em um <strong>de</strong> seus capítulos<br />

nos traz a seguinte referência,<br />

III - DIREITOS E DEVERES DOS OFICIAIS, DOS GREGÁRIOS E DOS<br />

VASSALOS EM GERAL, ORGANIZAÇÃO DO BENEFÍCIO [...] 29º - Se<br />

o filho é ainda criança e não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>le investi<strong>do</strong>, um terço <strong>do</strong> campo e <strong>do</strong><br />

horto <strong>de</strong>verá ser da<strong>do</strong> à progenitora e esta <strong>de</strong>verá sustentá-lo. (Hamurábi,<br />

p.6).<br />

No Código <strong>de</strong> Hamurábi, nota-se que a criança <strong>de</strong>verá ser sustentada e protegida por<br />

seus responsáveis.<br />

No antigo Egito, as crianças, filhas <strong>de</strong> escravos, eram obrigadas a trabalhar como se<br />

fossem pessoas adultas. Na Grécia e Roma, é sabi<strong>do</strong> que tanto os escravos como seus filhos<br />

trabalhavam para seus <strong>do</strong>nos. Na Ida<strong>de</strong> Média, as crianças filhas da elite eram <strong>de</strong>stinadas a<br />

uma educação, que eram pautadas em um aprendiza<strong>do</strong> muito vasto, enquanto, as filhas <strong>de</strong><br />

camponeses eram <strong>de</strong>stinadas há uma “educação” diferenciada <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais, elas eram educadas<br />

a apren<strong>de</strong>r um ofício, assim eram <strong>de</strong>stinadas há casas <strong>de</strong> terceiros para que pu<strong>de</strong>ssem apren<strong>de</strong>r<br />

na “escola <strong>do</strong> trabalho”, cita<strong>do</strong> por Ariés (1986).<br />

A história nos relata que no século XVIII, na Grã-Bretanha os proprietários <strong>de</strong> moinho<br />

<strong>de</strong> algodão pegavam crianças órfãs e filhos <strong>de</strong> pobres com o pretexto <strong>de</strong> lhe oferecerem teto e<br />

alimento em troca <strong>de</strong> trabalhos, que sempre era <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong> e sem nenhum conforto.<br />

Acontecimentos que Shtepan (2002) em sua pesquisa relata o quanto essas crianças eram<br />

exploradas pelos <strong>de</strong>tentores <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r. O que ainda é possível perceber nos dias atuais.<br />

Apesar <strong>de</strong>ste histórico progresso <strong>do</strong> trabalho infanto-juvenil foi no século XIX, com a<br />

revolução industrial, que esses pequenos vivenciou dias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s penúrias, obteve aí seu<br />

marco histórico, visto que os serviços que anteriormente eram feitos por artesões passaram a<br />

ser efetua<strong>do</strong>s por máquinas, que po<strong>de</strong>riam ser manejadas por qualquer pessoa, até mesmo por<br />

crianças, sem que a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto fosse modificada. As crianças e as mulheres eram<br />

conhecidas por “meias forças”, pois se sujeitavam a ganhar menos <strong>do</strong> que os homens. Como<br />

<strong>de</strong>screve com clareza, Marx e Engels,<br />

2 Código <strong>de</strong> Hamurábi: Khammu-rabi, rei da Babilônia no 18º século A.C., esten<strong>de</strong>u gran<strong>de</strong>mente o seu<br />

império e governou uma confe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> cida<strong>de</strong>s-esta<strong>do</strong>.. Erigiu, no final <strong>do</strong> seu reina<strong>do</strong>, uma enorme "estela"<br />

em diorito, na qual ele é retrata<strong>do</strong> receben<strong>do</strong> a insígnia <strong>do</strong> reina<strong>do</strong> e da justiça <strong>do</strong> rei Marduk. Abaixo man<strong>do</strong>u<br />

escreverem 21 colunas, 282 cláusulas que ficaram conhecidas como Código <strong>de</strong> Hamurábi (embora abrangesse<br />

também antigas leis).

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