Artigo - Rede de Estudos do Trabalho
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tempo, como foi constata<strong>do</strong> por centenas <strong>de</strong> testemunhas no Children’s Employment Report<br />
(Relatório sobre o trabalho infantil), cita<strong>do</strong> por Engels (2005, p. 150).<br />
A ganância da burguesia que jamais se contenta, arruína a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses trabalha<strong>do</strong>res,<br />
coloca suas vidas em constantes perigos, elimina qualquer possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instrução, cultura<br />
e lazer, envolve os operários e toda sua família em uma teia <strong>de</strong> exploração.<br />
Atualmente a exploração <strong>do</strong> trabalho infantil é um fato que vem sen<strong>do</strong> discuti<strong>do</strong> no<br />
mun<strong>do</strong> inteiro. Segun<strong>do</strong> Organização Internacional <strong>do</strong> <strong>Trabalho</strong> (OIT),<br />
[...] estima em cerca <strong>de</strong> 250 milhões as crianças trabalha<strong>do</strong>ras em to<strong>do</strong> o<br />
mun<strong>do</strong>. Pelo menos 120 milhões <strong>de</strong> crianças entre 5 e 14 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />
trabalham em tempo integral. Os restantes combinam trabalho com os<br />
estu<strong>do</strong>s e com outras ativida<strong>de</strong>s não econômicas (OIT, 2001, p.9).<br />
Essas crianças trabalha<strong>do</strong>ras em sua maioria se encontram em países “em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento”, entre a América Latina, Caribe, África. Mas situações semelhantes não é<br />
um fato restrito as esse países.<br />
Embora as estatísticas geralmente não mencionem, nos países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s<br />
há um significativo contingente <strong>de</strong> crianças e a<strong>do</strong>lescentes trabalhan<strong>do</strong> em<br />
situações que envolvem riscos. O relatório Situação Mundial da Infância<br />
(UNICEF, 1998) informa, por exemplo, que nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s uma<br />
operação relâmpago <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Trabalho</strong>, realizada em 1990<br />
durante três dias, encontrou mais <strong>de</strong> 11.000 crianças trabalhan<strong>do</strong><br />
ilegalmente. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>las pertencia a minorias étnicas ou a<br />
comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> imigrantes e trabalhava na agricultura. Na Europa, os países<br />
<strong>do</strong> antigo bloco socialista viram surgir o trabalho infantil em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />
<strong>de</strong>sajustes sociais e econômicos <strong>de</strong>correntes da transição para a economia <strong>de</strong><br />
merca<strong>do</strong>. (OIT, 2001, p, 9)<br />
O trabalho <strong>de</strong> crianças e a<strong>do</strong>lescentes é fato ainda nos dias <strong>de</strong> hoje, pois no sistema<br />
capitalista, “Quanto maior, finalmente, a camada lazarenta da classe trabalha<strong>do</strong>ra e o exército<br />
industrial <strong>de</strong> reserva, tanto maior o pauperismo oficial. Essa é a lei absoluta geral, da<br />
acumulação capitalista.” (MARX, 1984, p.209). Contribuin<strong>do</strong> ativamente com o ciclo da<br />
geração <strong>de</strong> pobreza, transformação cruel que <strong>de</strong>ixou sua marca por varias gerações, sen<strong>do</strong><br />
esse, um <strong>do</strong>s motivos que levam crianças e a<strong>do</strong>lescentes a serem inseridas no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
trabalho precocemente. Que vem crian<strong>do</strong> novas roupagens e persiste atualmente neste sistema<br />
neoliberalista, mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tantas lutas, <strong>de</strong>rrotas e alguns avanços no <strong>de</strong>correr da<br />
história.