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Empreendedorismo

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José Roberto Barbosa de Oliveira<br />

Carlos Eduardo Munhoz<br />

<strong>Empreendedorismo</strong>


APRESENTAÇÃO<br />

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de <strong>Empreendedorismo</strong>,<br />

parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo<br />

que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as)<br />

uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.<br />

A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidisciplinares,<br />

como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.<br />

Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,<br />

a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,<br />

bem como acesso a redes de informação e documentação.<br />

Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suplemento<br />

que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para<br />

uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.<br />

A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!<br />

Unisa Digital


SUMÁRIO<br />

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5<br />

1 EMPREENDEDORISMO: FATOS E CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS.................... 7<br />

1.1 Importância dos Empreendedores para a Sociedade........................................................................................9<br />

1.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................11<br />

1.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................11<br />

2 CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES.................................................................. 13<br />

2.1 Comportamentos mais Frequentes........................................................................................................................13<br />

2.2 Características dos Empreendedores de Sucesso.............................................................................................15<br />

2.3 Tipos de Empreendedores.........................................................................................................................................17<br />

2.4 Papéis do Empreendedor...........................................................................................................................................18<br />

2.5 Compensações de um Empreendedor.................................................................................................................19<br />

2.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................20<br />

2.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................21<br />

3 LIDERANÇA EMPREENDEDORA................................................................................................ 23<br />

3.1 Elementos-Chave...........................................................................................................................................................24<br />

3.2 Estilo de Gestão..............................................................................................................................................................25<br />

3.3 Os Papéis dos Líderes...................................................................................................................................................26<br />

3.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................28<br />

3.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................29<br />

4 PEQUENA E MÉDIA EMPRESA (PME)...................................................................................... 31<br />

4.1 A Importância das Micro e Pequenas Empresas na Economia....................................................................31<br />

4.2 Classificação das Empresas pelo Porte..................................................................................................................32<br />

4.3 Principais Características das Micro e Pequenas Empresas (MPEs)............................................................33<br />

4.4 Principais Causas de Fechamento das PME.........................................................................................................34<br />

4.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................36<br />

4.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................36<br />

5 FRANCHISING: TERMINOLOGIA E TIPOS.............................................................................. 37<br />

5.1 O que é Franquia ou Franchising.............................................................................................................................37<br />

5.2 Principais Tipos de Franquias....................................................................................................................................37<br />

5.3 Vantagens e Desvantagens do Modelo de Franquia (Franchising).............................................................39<br />

5.4 Taxas...................................................................................................................................................................................43<br />

5.5 Franquia versus Negócio Independente...............................................................................................................44<br />

5.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................46<br />

5.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................46<br />

6 EMPRESA FAMILIAR: UMA INSTITUIÇÃO SINGULAR................................................. 47<br />

6.1 Aspectos Gerais da Empresa Familiar....................................................................................................................47<br />

6.2 Sobreposição entre Família e Negócios................................................................................................................47


6.3 Aspectos do Envolvimento da Família nos Negócios......................................................................................48<br />

6.4 A Cultura da Empresa Familiar..................................................................................................................................49<br />

6.5 Membros que não são da Família na Empresa Familiar..................................................................................49<br />

6.6 Papéis e Relações Familiares.....................................................................................................................................49<br />

6.7 O Problema da Sucessão............................................................................................................................................50<br />

6.8 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................50<br />

6.9 Atividades Propostas....................................................................................................................................................51<br />

7 CRIANDO O PLANEJAMENTO NA PME................................................................................. 53<br />

7.1 Alternativas Estratégicas.............................................................................................................................................54<br />

7.2 Estratégias Competitivas de Porter........................................................................................................................55<br />

7.3 Estratégias de Crescimento.......................................................................................................................................56<br />

7.4 Outras Estratégias Genéricas....................................................................................................................................57<br />

7.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................58<br />

7.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................58<br />

8 AMBIENTES DE NEGÓCIOS........................................................................................................... 59<br />

8.1 Macroambiente..............................................................................................................................................................60<br />

8.2 Microambiente...............................................................................................................................................................64<br />

8.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................65<br />

8.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................65<br />

9 IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES....................................................................................... 67<br />

9.1 Gerar um Novo Negócio ou Ideia............................................................................................................................67<br />

9.2 Novo Negócio versus Negócio Existente..............................................................................................................69<br />

9.3 Técnicas de Avaliação de Negócios........................................................................................................................70<br />

9.4 Pontos a Considerar na Compra de um Negócio Existente..........................................................................70<br />

9.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................71<br />

9.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................71<br />

10 DESENVOLVENDO O PLANO DE NEGÓCIOS................................................................. 73<br />

10.1 Como Surgiu o Plano de Negócios.......................................................................................................................73<br />

10.2 A Importância do Plano de Negócios.................................................................................................................74<br />

10.3 Como Montar um Plano de Negócios (PN).......................................................................................................76<br />

10.4 Qual é o Tamanho Ideal de um Plano de Negócios?.....................................................................................78<br />

10.5 Aspectos Importantes do Plano de Negócios..................................................................................................79<br />

10.6 Estrutura do Plano de Negócios............................................................................................................................81<br />

10.7 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................84<br />

10.8 Atividades Propostas.................................................................................................................................................85<br />

11 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................. 87<br />

RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...................................... 89<br />

REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................. 93


INTRODUÇÃO<br />

Caro(a) aluno(a),<br />

O objetivo geral do curso de Administração é fornecer uma visão generalista dos atuais problemas<br />

empresariais, preparando os alunos para as grandes mudanças que o mundo vem experimentando, por<br />

meio do estudo de temas importantes, inerentes às lides empresariais e capacitando-os para atuar em<br />

empresas de porte e natureza diversos, de caráter público ou privado, prestadora de serviços ou indústria<br />

(UNISA, 2011).<br />

O objetivo desta disciplina e apostila, como um todo, é oferecer uma visão ampla e profunda do<br />

<strong>Empreendedorismo</strong>, desde seus conceitos históricos iniciais, passando pelos seus principais pensadores,<br />

até os seus princípios modernos, formando profissionais em linha com as exigências atuais do mercado.<br />

Afinal, poucos termos são tão frequentes no universo social e organizacional atual quanto ‘<strong>Empreendedorismo</strong>’.<br />

E, mais recentemente, o conceito de ‘Liderança empreendedora’ tem se tornado um fator<br />

de grande relevância na competitividade organizacional.<br />

Assim, o conteúdo está organizado para expor os conceitos em uma ordem prática, iniciando com<br />

a visão dos principais autores da área, através de fatos e perspectivas históricas. Após isso, abordaremos<br />

as características dos empreendedores, tanto os comportamentos mais frequentes quanto as características<br />

dos empreendedores de sucesso. Também, explicaremos os conceitos de liderança empreendedora,<br />

através dos estilos de gestão e dos papéis dos líderes. Apresentaremos as Pequenas e Médias Empresas<br />

(PME), mostrando sua importância na economia, suas principais características e sua classificação,<br />

bem como as principais causas de fechamento precoce em nosso mercado. Descreveremos o modelo de<br />

Franchising, sua terminologia e tipos, além da discussão de suas principais vantagens e desvantagens. A<br />

empresa familiar será analisada por seus aspectos peculiares, tais como a cultura, os papéis e relações familiares,<br />

bem como o problema da sucessão nos negócios. Mostraremos como identificar e avaliar oportunidades<br />

de negócios. Também discorreremos sobre como criar o planejamento na PME, através dos<br />

vários modelos estratégicos organizacionais.<br />

Finalizaremos descrevendo a estrutura e o processo de desenvolvimento de um Plano de Negócios.<br />

E há boas razões para isso, afinal a grande transformação causada pelo atual ambiente econômico<br />

implica grandes reflexos para indivíduos e organizações.<br />

Logo a necessidade de buscar incessantemente a adaptação às mudanças do meio ambiente empresarial,<br />

que exige várias competências complexas, tais como: flexibilidade, motivação, resistência às dificuldades<br />

etc. Ou seja, todas as características que são justamente as descritas para os empreendedores.<br />

Na verdade, embora o conceito de ‘<strong>Empreendedorismo</strong>’ tenha se tornado de extrema relevância estratégica<br />

em nossos dias, este não é um conceito realmente novo, pois há muito a inovação e o vanguardismo<br />

têm dependido dos empreendedores, indivíduos que fazem a diferença em seu tempo.<br />

Além disso, estudos recentes reconhecem que o conceito ‘<strong>Empreendedorismo</strong>’ não é apenas benéfico<br />

para novas empresas e negócios em seus primeiros estágios, muitas delas de pequeno e médio<br />

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5


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

porte, mas também é benéfico para o gerenciamento de empresas já estabelecidas e mais complexas,<br />

pois garante a intrepidez necessária para se obter vantagens realmente competitivas.<br />

O fato é que mesmo empresas já maduras e conservadoras precisam do que se pode definir como<br />

“liderança empreendedora”, para que possam fazer uma renovação contínua, ou seja, estabelecer a inovação<br />

que se tornou necessária à sobrevivência.<br />

Portanto, o estudo do empreendedorismo, especialmente o que estabelece uma conexão com a<br />

liderança empresarial, é imprescindível para fornecer a base para o comportamento empresarial deste<br />

novo século e um rumo para o seu sucesso!<br />

Será um prazer acompanhá-lo ao longo desse caminho.<br />

José Roberto Barbosa de Oliveira<br />

Carlos Eduardo Munhoz*<br />

*Autor do capítulo 8: “Ambientes de Negócios” e coautor do capítulo 10: “Desenvolvendo o Plano de Negócios”.<br />

6<br />

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1<br />

EMPREENDEDORISMO: FATOS E<br />

CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS<br />

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo abordaremos<br />

o empreendedorismo pela ótica de seus<br />

pensadores principais, vamos iniciar a discussão?<br />

De uma forma geral, o empreendedorismo<br />

teve os seus conceitos embasados a partir do<br />

século XVII, mas foi no século passado que seus<br />

princípios foram sedimentados, tais como: a origem<br />

do conceito empreendedorismo, as descrições<br />

dos primeiros pesquisadores, as características<br />

dos empreendedores e a importância dos<br />

empreendedores para a sociedade.<br />

Você sabia que a palavra ‘empreendedor’<br />

tem como raiz o termo latim imprendere, e chegou<br />

aos tempos modernos como uma derivação<br />

da palavra francesa entrepreneur, que significa:<br />

aquele que assume riscos e inicia algo inovador?<br />

Segundo os historiadores, foi no século XVII<br />

que surgiram as primeiras evidências de se relacionar<br />

empreendedorismo com o ato de assumir<br />

riscos, sendo que a criação do termo ‘empreendedorismo’<br />

é creditada a um escritor e economista<br />

da época, Richard Cantillon. Ele teria sido um dos<br />

primeiros a separar o conceito de empreendedor<br />

(quem assume riscos) do capitalista (quem disponibilizava<br />

o capital).<br />

O autor Maximiano (2006, p. 2) explica que<br />

Cantillon, no seu livro Ensaio sobre a natureza do<br />

comércio em geral, de 1755, “identificou o empreendedor<br />

como alguém que assume riscos ao<br />

comprar serviços ou componentes por preço certo<br />

com a intenção de revendê-lo mais tarde a um<br />

preço incerto”, e, dessa forma, como tendo um papel<br />

de grande relevância na economia.<br />

Assim, os conceitos que embasam o modelo<br />

empreendedor não são novos. Segundo Dornelas<br />

(2007), desde 1848 já se descrevia as qualidades<br />

e características empreendedoras, sendo<br />

que, naquele ano, o autor Mill descreveu o conceito<br />

“assumir riscos”.<br />

Um pouco mais tarde, já no século XIX, um<br />

outro autor, o economista francês Jean-Baptiste<br />

Say, reiniciou as pesquisas sobre o empreendedor<br />

e afirmou que os empreendedores poderiam<br />

afetar a economia local, pois poderiam alterar os<br />

recursos econômicos de uma determinada área,<br />

por criar valor, fazendo com que uma região de<br />

baixa produtividade pudesse se tornar de alta<br />

produtividade e lucratividade.<br />

Note como ele descreve o empreendedor,<br />

conforme exposto por Maximiano (2006, p. 2):<br />

O que fazem os empreendedores? Eles<br />

usam sua indústria (seu trabalho) para organizar<br />

e dirigir os fatores de produção,<br />

de forma a atender as necessidades humanas.<br />

No entanto, eles não são apenas<br />

dirigentes. São também planejadores,<br />

avaliadores de projetos e tomadores de<br />

riscos. Usando seu próprio capital, ou o<br />

que emprestam de outros, eles o transferem<br />

para os proprietários do trabalho,<br />

os recursos naturais (terra) e maquinário<br />

(ferramentas). Esses pagamentos, ou<br />

aluguéis, somente são recuperados se os<br />

empreendedores conseguem vender o<br />

produto para os consumidores. O sucesso<br />

empresarial não apenas é almejado<br />

pelo indivíduo, mas também é essencial<br />

para a sociedade. Um país com muitos<br />

comerciantes, fabricantes e agricultores<br />

inteligentes tem maiores possibilidades<br />

de alcançar a prosperidade do que um<br />

outro que se dedique principalmente à<br />

busca das artes e das ciências.<br />

Caro(a) aluno(a), veja como Dornelas (2007)<br />

lista ainda outras características descritas por vá-<br />

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7


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

rios autores no decorrer do século passado, conforme<br />

demonstrado no Quadro 1.<br />

Quadro 1 – Características descritas por vários autores.<br />

Ano Autor Característica<br />

1917 Weber Autoridade formal.<br />

1934 Schumpeter Inovação, iniciativa.<br />

1954 Sutton Desejo de responsabilidade.<br />

1961 McClelland<br />

Assumir riscos, necessidade de realização, otimismo, relacionamento,<br />

poder, autoconsciência.<br />

1963 Davids Ambição, desejo de independência, responsabilidade, autoconfiança.<br />

1964 Pickle<br />

Foco, relacionamento, habilidade de comunicação, conhecimento<br />

técnico.<br />

1970 Collins & Moore Satisfação e prazer pelo que faz.<br />

1970 Hornaday & Bunker<br />

Necessidade de realização, inteligência, criatividade, iniciativa,<br />

liderança, desejo de ganhar dinheiro, desejo de reconhecimento,<br />

orientado à realização, poder, tolerância às incertezas.<br />

1971 Palmer Mensuração do risco.<br />

1978 Timmons<br />

Foco/centrado, autoconfiança, orientado pela meta, risco calculado,<br />

autocontrole, criatividade, inovação.<br />

1980 Sexton Energia/ambição, reação positiva ao fracasso (superação).<br />

1981 Hisrich & O’Brien Autodisciplina, perseverança, desejo de sucesso, orientado pela ação.<br />

Embora haja muitas definições para empreendedorismo,<br />

há muitas citações que denotam a<br />

sua importância em nossos tempos:<br />

O empreendedor é aquele que destrói a<br />

ordem econômica existente pela introdução<br />

de novos produtos e serviços, pela<br />

criação de novas formas de organização<br />

ou pela exploração de novos recursos<br />

e materiais. (Schumpeter, 1949 apud<br />

DORNELAS, 2007, p. 37).<br />

O empreendedorismo é uma revolução<br />

silenciosa, que será para o século 21 mais<br />

do que a revolução industrial foi para o<br />

século 20. (Timmons, 1990 apud DOR-<br />

NELAS, 2007, p. 42).<br />

É o indivíduo que possui ou busca<br />

desenvolver uma atitude de inquietação,<br />

ousadia e pró-atividade na relação com o<br />

mundo, condicionada por características<br />

pessoais, pela cultura e pelo ambiente,<br />

que favorece a interferência criativa e<br />

realizadora, no meio, em busca de ganhos<br />

econômicos e sociais. (Sebrae, 2005).<br />

O empreendedor é aquele que faz acontecer,<br />

se antecipa aos fatos e tem uma<br />

visão de futuro da organização. (DORNE-<br />

LAS, 2005 apud DORNELAS, 2007, p. 9).<br />

Note que muitos dos atributos acima citados<br />

são também comuns aos princípios modernos<br />

de Liderança, o que mostra a convergência<br />

desses conceitos.<br />

Naturalmente, muitos outros autores continuam<br />

a escrever sobre as principais características<br />

dos empreendedores, porém a maioria simplesmente<br />

repete ou faz uma releitura dos conceitos<br />

acima citados. Esses autores ajudaram a prover<br />

uma base teórica e estabeleceram os conceitos<br />

ainda vigentes no estudo do empreendedorismo.<br />

8<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

Dessa forma, pode-se descrever o empreendedor<br />

como uma pessoa que:<br />

• Combina capital e trabalho;<br />

• Faz algo verdadeiramente inovador;<br />

• Concebe um novo produto e/ou serviço;<br />

• Introduz um novo método de produção;<br />

• Introduz uma nova maneira de fazer alguma<br />

coisa;<br />

• Cria um novo mercado;<br />

• Descobre uma nova fonte de matérias-<br />

-primas;<br />

• Estabelece novas formas de organização<br />

entre outras ações transformadoras<br />

de seu ambiente.<br />

Saiba mais<br />

Hisrich, Peters e Shepherd (2009, p. 29)<br />

sintetizam esta visão econômica como:<br />

“Para o economista, um empreendedor<br />

é aquele que combina recursos, trabalho,<br />

materiais e outros ativos para tornar<br />

seu valor maior do que antes; também<br />

é aquele que introduz mudanças, inovações<br />

e uma nova ordem.”<br />

Um aspecto notável dos empreendedores<br />

é que há empreendedores em todas as áreas de<br />

atividades, porém o termo ‘empreendedor’ é usualmente<br />

utilizado para designar alguém que cria<br />

uma organização de negócios, ou seja, uma empresa.<br />

Onde houver potencial para uma ação inovadora,<br />

uma nova ideia ou um outro jeito de fazer<br />

o que já existe, então haverá um empreendedor.<br />

1.1 Importância dos Empreendedores para a Sociedade<br />

Fatores envolvidos<br />

Há uma relação direta entre o desenvolvimento<br />

de uma sociedade e o número de empreendedores<br />

que são estimulados a surgir. Podemos<br />

listar os seguintes fatores que atestam essa<br />

importância dos empreendedores para a sociedade<br />

como você, caro aluno, pode observar na<br />

Figura 1, com a visão de Maximiano (2006):<br />

Figura 1 – Importância dos empreendedores para a sociedade.<br />

Fonte: Adaptado de Maximiano (2006, p. 2).<br />

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9


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

Inovação<br />

Padrão de vida e qualidade de vida<br />

As pequenas e médias empresas são reconhecidas<br />

por estimularem a inovação em uma<br />

sociedade. Fazem isso de forma mais eficiente<br />

do que as grandes empresas porque estas normalmente<br />

são mais lentas e cautelosas em aplicar<br />

inovações, enquanto o pequeno empresário<br />

tem mais agilidade e flexibilidade em gerar, fomentar<br />

e aplicar as inovações. Os fatos históricos<br />

demonstram que a maioria das inovações importantes<br />

e impactantes da atualidade foi criada no<br />

âmbito da pequena empresa.<br />

A atividade dos empreendedores pode afetar<br />

de forma significativa a vários aspectos sociais<br />

de uma sociedade, tais como:<br />

Padrão de Vida – que é a quantidade de<br />

bens e serviços que as pessoas podem comprar<br />

com o dinheiro de que dispõem. Os empreendedores<br />

podem afetar o padrão de vida, pois permitem<br />

uma inserção social que outras atividades<br />

não permitiriam.<br />

Dicionário<br />

Inovação: significa novidade, ou seja, uma ideia<br />

ou invenção que é diferente dos conceitos ou padrões<br />

anteriormente existentes.<br />

Atenção<br />

Os empreendedores podem afetar o padrão de<br />

vida, tanto próprio quanto da comunidade a que<br />

pertencem, pois permitem uma inserção social<br />

que outras atividades não permitiriam.<br />

Geração de emprego e renda<br />

Dados recentes, do Sebrae, explicam que<br />

as Pequenas e Médias Empresas representam<br />

98% das empresas privadas no Brasil, conforme<br />

estudaremos mais à frente. Está claro, portanto,<br />

a importância dos pequenos empresários em fornecer<br />

a maioria da mão de obra que dá sustentação<br />

às economias das nações.<br />

Dicionário<br />

Sebrae: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas<br />

Empresas, que é uma entidade privada<br />

sem fins lucrativos.<br />

Qualidade de Vida – que é o bem-estar geral<br />

da sociedade, medido em termos de liberdade<br />

política, educação, saúde, segurança ou ausência<br />

de violência, limpeza e proteção do ambiente,<br />

lazer e outros fatores que contribuem para o<br />

conforto e a satisfação das pessoas. O incremento<br />

das atividades empreendedoras de uma sociedade,<br />

com o aumento do padrão de vida, reflete de<br />

forma direta no bem-estar da sociedade como<br />

um todo. Não é por acaso que as principais economias<br />

mundiais, reconhecidas pela melhor qualidade<br />

de vida, são as mesmas que estimulam o<br />

espírito empreendedor.<br />

10<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

1.2 Resumo do Capítulo<br />

Caro(a) aluno(a),<br />

Neste capítulo você conheceu os principais pensadores dos conceitos básicos do empreendedorismo,<br />

tais como: Richard Cantillon, que foi o primeiro a usar o termo ‘empreendedorismo’; Jean-Baptiste<br />

Say, que afirmou que os empreendedores poderiam afetar a economia local; além de vários outros autores<br />

que ajudaram a traçar o perfil de características dos empreendedores.<br />

Você pôde ver como esses autores descreveram as características gerais dos empreendedores: uma<br />

pessoa que: combina capital e trabalho; faz algo verdadeiramente inovador; concebe um novo produto<br />

e/ou serviço; introduz um novo método de produção; introduz uma nova maneira de fazer alguma coisa;<br />

cria um novo mercado; descobre uma nova fonte de matérias-primas e estabelece novas formas de organização<br />

entre outras ações transformadoras de seu ambiente.<br />

Também foi explanada a importância dos empreendedores para a sociedade, relacionada com a<br />

inovação, com a geração de empregos e com os aspectos relacionados ao padrão de vida e à qualidade<br />

de vida que os empreendedores afetam, inclusive nas suas comunidades.<br />

Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.<br />

1.3 Atividades Propostas<br />

1. Complete as informações faltantes no quadro sobre as Características do empreendedor:<br />

Mensuração do risco<br />

Característica Autor Ano<br />

Ambição, desejo de independência, responsabilidade,<br />

autoconfiança<br />

Satisfação e prazer pelo que faz<br />

Inovação, iniciativa<br />

Autodisciplina, perseverança, desejo de sucesso,<br />

orientado pela ação.<br />

2. Como a atividade empreendedora pode afetar a qualidade de vida da sociedade em que ela<br />

ocorre?<br />

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11


2<br />

CARACTERÍSTICAS DOS<br />

EMPREENDEDORES<br />

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, conheceremos<br />

as principais características dos empreendedores,<br />

vamos começar?<br />

As principais e mais frequentes características<br />

citadas pelos pesquisadores são: a criatividade,<br />

disposição para assumir riscos, otimismo,<br />

perseverança, senso de independência e capacidade<br />

de implementação. Analisaremos ainda as<br />

características dos empreendedores de sucesso,<br />

segundo o autor Dornellas e as descritas pelo Sebrae.<br />

Também serão explanados os tipos de empreendedores,<br />

os papéis do empreendedor e as<br />

compensações de um empreendimento.<br />

O Dicionário Aurélio (FERREIRA, 1986) verte<br />

as seguintes definições para os conceitos de empreendedorismo:<br />

• Empreender: [do latim imprendere] 1.<br />

Deliberar-se a praticar, propor-se, tentar<br />

(empresa laboriosa e difícil). 2. Por em<br />

execução.<br />

• Empreendimento: 1. Ato de empreender.<br />

2. Efeito de empreender; aquilo que<br />

se empreendeu e levou a cabo; empresa;<br />

realização; cometimento.<br />

• Empreendedor: 1. Que empreende;<br />

ativo; arrojado; cometedor.<br />

Dicionário<br />

<strong>Empreendedorismo</strong>: o estudo das práticas relacionadas<br />

ao desenvolvimento de uma empresa,<br />

desde a sua concepção (ideia original) até a sua<br />

execução (realização).<br />

Note, prezado(a) aluno(a), que as descrições<br />

sempre definem aspectos relacionados com ação<br />

ou realização, que exige um esforço sério para<br />

obtê-lo. É um aspecto dinâmico da personalidade<br />

do empreendedor, em linha com a própria natureza<br />

do empreendedorismo, que é constantemente<br />

adaptável ao ambiente em que se integra.<br />

Outros autores ainda vão mais além e buscam<br />

descrever minuciosamente o perfil do empreendedor<br />

de sucesso, o que pode ser útil como<br />

ferramenta de comparação para os que buscam<br />

um caminho sólido a seguir.<br />

Maximiano (2006, p. 1) descreve o empreendedor<br />

como: “a pessoa que assume o risco de<br />

começar uma empresa.”<br />

Este é um dos comportamentos típicos atribuídos<br />

ao empreendedor, que tem sido estudado<br />

amplamente e que relaciona os resultados do<br />

empreendedor com o seu perfil comportamental.<br />

2.1 Comportamentos mais Frequentes<br />

Caro(a) aluno(a), note como o mesmo autor<br />

também enumera os comportamentos que considera<br />

como os mais importantes e frequentes no<br />

empreendedor, conforme a Figura 2, a seguir:<br />

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13


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

Figura 2 – Comportamentos do empreendedor.<br />

Fonte: Adaptado de Maximiano (2006, p. 4),<br />

Criatividade<br />

Este é um dos traços principais do empreendedor,<br />

pois sempre busca soluções inovadoras<br />

para tudo que faz. Afinal, as grandes inovações<br />

humanas frequentemente foram originadas nas<br />

mãos de um empreendedor.<br />

Disposição para assumir riscos<br />

Este é um traço básico da personalidade<br />

do empreendedor, ou seja, a capacidade de lidar<br />

com as incertezas, e é citado por todos os que<br />

estudam os empreendedores, uma vez que desenvolver<br />

um novo negócio é uma atividade de<br />

constante risco.<br />

Otimismo<br />

Uma das características do empreendedor<br />

é conseguir formar uma visão de futuro, nem sequer<br />

considerando a possibilidade de fracasso. E<br />

mesmo que fracasse, considera o fato como natu-<br />

ral e uma chance de aprender algo para ter sucesso<br />

na próxima tentativa.<br />

Perseverança<br />

Uma vez que criar um negócio pode envolver<br />

grande dispêndio de energia e tempo, às vezes<br />

com sacrifícios pessoais e da família, ter perseverança,<br />

ou seja, não desistir frente aos muitos<br />

obstáculos do caminho, é condição-chave para<br />

realizar seus sonhos.<br />

Senso de independência<br />

Os verdadeiros empreendedores têm um<br />

forte senso de independência, ou seja, não dependem<br />

do suporte ou da opinião de outros, mas<br />

confiam na própria capacidade para realizar o que<br />

muitos podem considerar irrealizável. Esse conjunto<br />

de características e comportamentos varia<br />

bastante em intensidade e forma para cada empreendedor,<br />

dependendo de inúmeros fatores,<br />

entretanto os citados acima quase sempre estão<br />

14<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

presentes em todos os empreendedores que se<br />

destacam em suas áreas de atuação. Naturalmente,<br />

há muitas outras características que também<br />

podem estar presentes e são importantes para<br />

definir os vários perfis de empreendedores de sucesso.<br />

Capacidade de implementação<br />

Além de desenvolver coisas e processos<br />

novos, o empreendedor se destaca por levar as<br />

ideias até a sua consecução, ou seja, finaliza o que<br />

imagina.<br />

2.2 Características dos Empreendedores de Sucesso<br />

Prezado(a) aluno(a), veja como, por exemplo,<br />

Dornelas (2007, p. 5-7) descreve 16 características<br />

do que ele classificou como sendo dos<br />

“Empreendedores de Sucesso”, assim listadas,<br />

que podem reforçar a listagem anterior:<br />

“São determinados e dinâmicos”<br />

São comprometidos com seus objetivos,<br />

não se abatendo frente às adversidades. Como<br />

cita o autor: “cultivam certo inconformismo diante<br />

da rotina.”<br />

“Visionários”<br />

Conseguem estabelecer uma visão de<br />

como será o futuro de seu negócio e também<br />

conseguem transformar os sonhos em realidade.<br />

“Sabem tomar decisões”<br />

Tem como fator-chave de sucesso a capacidade<br />

de decidir, de forma correta, mesmo sob<br />

circunstâncias adversas.<br />

“São indivíduos que fazem a diferença”<br />

Descreve Dornelas (2007): “transformam<br />

algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em<br />

algo concreto, que funciona, transformando o<br />

que é possível em realidade.” Em outras palavras,<br />

são transformadores de sonhos em realidades.<br />

Também conseguem agregar valor ao que fazem.<br />

“Sabem explorar ao máximo as oportunidades”<br />

Em primeiro lugar, os empreendedores são<br />

aqueles que conseguem enxergar, ou seja, identificar,<br />

as oportunidades aonde ninguém mais vê,<br />

mesmo coisas que estão sempre por perto. É a<br />

oportunidade identificada, de que Schumpeter<br />

falava. De fato, muitos especialistas em empreendedorismo<br />

afirmam que “o empreendedor é exímio<br />

identificador de oportunidades”.<br />

“São Dedicados”<br />

Dedicam-se integralmente ao seu negócio,<br />

com muita energia e sem restrição de tempo, o<br />

que muitas vezes cria problemas de relacionamento<br />

com amigos e família, e podendo até mesmo<br />

causar-lhes problemas de saúde.<br />

“São otimistas e apaixonados pelo que<br />

fazem”<br />

São otimistas, pois não consideram o fracasso,<br />

só enxergando o sucesso. E fazem isto de maneira<br />

apaixonada, pois adoram o que fazem. Segundo<br />

as palavras do autor: “é esse amor ao que<br />

fazem o principal combustível que os mantêm<br />

cada vez mais animados e autodeterminados.”<br />

“São independentes e constroem seu<br />

próprio destino”<br />

Não querem ficar presos ao modelo de<br />

emprego tradicional, mas, antes, ser seu próprio<br />

patrão e assim determinar por si próprio seu caminho.<br />

“Ficam ricos”<br />

A riqueza é uma mera consequência do sucesso<br />

nas suas atividades.<br />

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15


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

“São líderes e formadores de equipes”<br />

O empreendedor de sucesso sabe que não<br />

pode fazer tudo sozinho e, portanto, depende de<br />

outros para chegar ao sucesso. Por isso, conforme<br />

diz o autor, “têm um senso de liderança incomum”.<br />

Dessa forma mantém seus colaboradores<br />

motivados e valorizados, obtendo, em contrapartida,<br />

forte comprometimento e respeito de todos.<br />

“São bem relacionados (Networking)”<br />

Valorizam sua rede de contatos externos à<br />

empresa, não só com clientes e fornecedores, mas<br />

com todos que podem influenciar seus resultados,<br />

tais como entidades de classe e autoridades.<br />

sabem gerenciar o risco, avaliando as reais chances<br />

de sucesso”, como afirma o autor. Em outras<br />

palavras, não atiram no escuro, de forma aleatória,<br />

mas têm sempre o senso das possibilidades, e<br />

se sentem estimulados com os desafios.<br />

“Criam valor para a sociedade”<br />

Uma vez que geram empregos, estimulam<br />

a economia e geram inovações, que muitas vezes<br />

afetam a muitos, conseguem gerar valor para a<br />

sociedade, como um todo. É claro que essa lista<br />

não é final, até porque as exigências para o perfil<br />

de um empreendedor também dependem de fatores<br />

culturais e sociais do tempo em que vivem,<br />

e assim estão em constante mutação.<br />

Dicionário<br />

Networking: rede de relacionamento pessoal, geralmente<br />

cultivada para fins profissionais.<br />

“São organizados”<br />

Sabem racionalizar os esforços, buscando o<br />

melhor desempenho para o empreendimento.<br />

“Planejam, planejam, planejam”<br />

Como afirma o autor, “os empreendedores<br />

de sucesso planejam cada passo de seu negócio,<br />

desde o primeiro rascunho do seu plano de negócios.”<br />

Assim, não negligenciam nenhum aspecto<br />

estratégico da sua atividade.<br />

“Possuem conhecimento”<br />

Os empreendedores “são sedentos do saber”,<br />

buscando avidamente o conhecimento profundo<br />

e know-how do seu negócio, aprendendo<br />

tanto da experiência pessoal e de outros, quanto<br />

de fontes especializadas, como publicações e cursos.<br />

Atenção<br />

Naturalmente, essa lista não é final, até porque<br />

as exigências para o perfil de um empreendedor<br />

também dependem de fatores culturais e sociais<br />

do tempo em que vivem, e assim estão em constante<br />

mutação.<br />

Segundo o Sebrae<br />

Caro(a) aluno(a), note que o Serviço Brasileiro<br />

de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae),<br />

buscando simplificar esse grande volume<br />

de informações que podem servir de parâmetros<br />

para identificar o empreendedor de sucesso, resumiu<br />

essas características no Quadro 2, onde divide<br />

as características em três grupos: Realização,<br />

Planejamento e Poder.<br />

“Assumem riscos calculados”<br />

Assumir riscos é uma das características<br />

mais citadas para os empreendedores, porém os<br />

empreendedores “assumem riscos calculados e<br />

16<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

Quadro 2 – Características dos empreendedores de sucesso.<br />

Grupo de características relativas à realização<br />

• Busca oportunidades e iniciativa<br />

• Corre riscos calculados<br />

• Exige qualidade e eficiência<br />

• Persistência<br />

• Comprometimento<br />

Grupo de características relativas ao planejamento<br />

• Busca de informações<br />

• Estabelecimento de metas<br />

• Planejamento e monitoramento sistêmico<br />

Grupo de características relativas ao poder<br />

• Persuasão e rede de contatos<br />

• Independência e autoconfiança<br />

Com base nessas análises, pode-se notar<br />

que não há um verdadeiro padrão para definir<br />

um empreendedor, mas sim perfis diferenciados,<br />

que, por sua vez, podem ser agrupados em diferentes<br />

tipos de empreendedores. Vários autores<br />

têm tentado identificar alguns comportamentos<br />

comuns que podem ser agrupados.<br />

2.3 Tipos de Empreendedores<br />

A seguir, descrevem-se oito tipos principais<br />

de empreendedores, conforme pesquisa desenvolvida<br />

por Dornelas (2007):<br />

O Empreendedor Nato<br />

São aqueles que reconhecemos na mídia.<br />

Quase sempre são de origem humilde e muitas<br />

vezes começaram a trabalhar muito jovens, e “adquirem<br />

habilidades em negociação e em vendas”,<br />

como afirma Dornelas (2007). Em sua maioria são<br />

imigrantes (de outros países ou mesmo de outra<br />

região do país), que buscam oportunidades em<br />

outros lugares, e se realizam por esforço próprio.<br />

O Empreendedor que Aprende<br />

É aquele que se torna empreendedor de<br />

forma inesperada, quando se depara com uma<br />

oportunidade de negócio e larga tudo o que fazia<br />

para se envolver em seu próprio negócio.<br />

O Empreendedor Serial<br />

São aqueles que estão sempre mudando<br />

de desafios, e que têm maior satisfação em criar<br />

algo novo, um novo negócio, do que fazer com<br />

que um negócio cresça. Assim estão sempre se<br />

envolvendo com novos negócios, às vezes vários<br />

deles ao mesmo tempo. Têm grande habilidade<br />

em identificar oportunidades, acreditar nelas e<br />

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17


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

implementá-las. Mas não ficam muito tempo em<br />

um mesmo negócio.<br />

O Empreendedor Corporativo<br />

São executivos em linha com as novas exigências<br />

das organizações, ou seja, renovar, inovar<br />

e criar novos negócios. São profissionais que assumem<br />

riscos e como geralmente não têm autonomia<br />

completa, “desenvolvem estratégias avançadas<br />

de negociação”. São ambiciosos e muito<br />

motivados, com metas ousadas e recompensas<br />

variáveis.<br />

Saiba mais<br />

<strong>Empreendedorismo</strong> corporativo abrangeria principalmente<br />

a criação de empresas (corporate venture),<br />

que corresponde à criação de novas atividades<br />

dentro ou fora da organização e a renovação estratégica,<br />

que se refere às mudanças significativas em<br />

termos de atitudes, comportamentos ou modos de<br />

funcionamento promovidos pela organização.<br />

O Empreendedor por Necessidade<br />

São aqueles que criam seus negócios por<br />

absoluta falta de opção, pois muitas vezes não<br />

têm acesso ao mercado de trabalho ou foi demitido.<br />

Geralmente estão envolvidos em atividades<br />

informais, o que acaba gerando problemas<br />

sociais, pois vivem à margem do mercado e, por<br />

não terem um mínimo de embasamento técnico<br />

e teórico, acabam vítimas das altas taxas de “mortalidade”<br />

empresarial (fechamento de empresas),<br />

comuns nos mercados em desenvolvimento,<br />

onde cerca de 60% das empresas não conseguem<br />

sobreviver mais que cinco anos.<br />

O Empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar)<br />

São aqueles que, muitas vezes, já se envolvem<br />

com o negócio da família desde jovens,<br />

aprendendo os conceitos com exemplos da própria<br />

família, assumindo responsabilidades na<br />

organização e se envolvendo na administração<br />

direta desde cedo. Atualmente, com a maior profissionalização<br />

da gestão das empresas familiares,<br />

também têm buscado melhor formação teórica,<br />

visando a perpetuar o legado da família.<br />

O Empreendedor Social<br />

São verdadeiros empreendedores, porém<br />

voltados para causas humanitárias, que trazem<br />

resultados para outros e não para si mesmos. São<br />

muito engajados em causas e objetivos sociais.<br />

O Empreendedor “Normal” (Planejado)<br />

São os empreendedores que se preparam<br />

para a atividade, fazendo um planejamento minucioso<br />

e extenso tanto das fases que antecedem<br />

a abertura do negócio quanto do próprio desenvolvimento<br />

do mesmo. Infelizmente é a minoria<br />

entre os empreendedores, já que o conceito de<br />

planejamento não está enraizado em nossa cultura.<br />

2.4 Papéis do Empreendedor<br />

Tudo o que foi considerado anteriormente<br />

ajuda-nos a compor o leque de papéis de um<br />

empreendedor, que é sumarizado na Figura 3, a<br />

seguir, de Maximiano (2006).<br />

18<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

Figura 3 – Papéis do empreendedor.<br />

Atenção<br />

Assim, “Lidar com informações”, ‘Tomar decisões”<br />

e “Trabalhar com pessoas” compõem os<br />

principais papéis, ou seja, as ações e atitudes que<br />

o empreendedor tem que desempenhar no dia a<br />

dia para atingir seus objetivos.<br />

Para Nassif et al. (2009, p. 18), “o empreendedor é<br />

o ator social que tem como características pessoais<br />

ser corajoso para assumir riscos, criativo,<br />

dinâmico, autoconfiante, dedicado, perseverante,<br />

ambicioso, inteligente, otimista, inquieto<br />

e pouco disciplinado. Suas ações pautam-se<br />

pela iniciativa, realização, autonomia, aposta<br />

no trabalho, diferenciação e transformação de<br />

idéias em oportunidades.”<br />

2.5 Compensações de um Empreendedor<br />

Conforme Longenecker et al. (1998), há várias<br />

razões para alguém decidir ser um empreendedor,<br />

o que os autores chamam de “compensações”,<br />

ou seja, algo que motiva o empreendedor,<br />

apesar das dificuldades inerentes ao modelo de<br />

ação, como mostra a Figura 4.<br />

Figura 4 – Razões para alguém decidir ser um empreendedor.<br />

Fonte: Adaptado de Longenecker et al. (1998).<br />

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19


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

Valor<br />

Libertação dos limites de pagamento padronizado<br />

para trabalho padronizado. Assim, o<br />

empreendedor entende que não há limite para o<br />

retorno de seu empreendimento, exceto seu próprio<br />

esforço, ao contrário do trabalho “remunerado”,<br />

que se autolimita, quanto às possibilidades<br />

de crescimento.<br />

Independência<br />

Libertação da supervisão e regras de organizações<br />

burocráticas. O empreendedor pode ser<br />

o dono de seu próprio nariz.<br />

Estilo de Vida Prazeroso<br />

Libertação da rotina, monotonia e empregos<br />

não desafiadores. Muitas vezes o empreendedor<br />

alia uma oportunidade de negócios com<br />

um prazer, ou uma atividade de grande satisfação<br />

pessoal, intelectual e/ou física. É claro que há inúmeras<br />

causas que justifiquem ao empreendedor<br />

deixar o modelo “padrão” de atividade vinculada<br />

a um emprego, mas essas três sintetizam o comportamento<br />

libertário do empreendedor, ou seja,<br />

a busca por ter seu destino nas próprias mãos.<br />

Atenção<br />

É claro que há inúmeras causas que justifiquem<br />

ao empreendedor deixar o modelo “padrão” de<br />

atividade vinculada a um emprego, mas essas<br />

três sintetizam o comportamento libertário<br />

do empreendedor, ou seja, a busca por ter seu<br />

destino nas próprias mãos.<br />

2.6 Resumo do Capítulo<br />

Caro(a) aluno(a),<br />

Neste capítulo conhecemos as principais características dos empreendedores, citadas pelos pesquisadores<br />

e autores, que são: a criatividade, a disposição para assumir riscos, o otimismo, a perseverança,<br />

o senso de independência e a capacidade de implementação. Pudemos também analisar as características<br />

dos empreendedores de sucesso, segundo a visão do autor Dornellas e também as descritas pelo<br />

Sebrae, que divide as características em três grupos: Realização, Planejamento e Poder.<br />

Também foram explanados os tipos de empreendedores: o nato, o que aprende, o serial, o corporativo,<br />

o social, o por necessidade, o herdeiro e o planejado (“normal”).<br />

Foi descrito os papéis do empreendedor, que são: tomar decisões, trabalhar com pessoas e lidar<br />

com informações.<br />

Finalizando, apresentamos as compensações de um empreendimento, como segue: Valor, que é a<br />

libertação dos limites de pagamento padronizado para trabalho padronizado; Independência, que é a<br />

libertação da supervisão e regras de organizações burocráticas; e Estilo de vida prazeroso, descrito como<br />

a libertação da rotina, monotonia e empregos não desafiadores.<br />

Agora, vamos avaliar a sua aprendizagem.<br />

20<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

2.7 Atividades Propostas<br />

Segundo Dornelas (2007), é possível fazer uma autoavaliação do perfil empreendedor, utilizando<br />

elementos que identificam esse perfil diante do ambiente, atitudes e know-how do empreendedor. Então,<br />

antes de enveredarmos na geração de ideias, faremos uma autoavaliação para traçarmos seu perfil<br />

empreendedor.<br />

Para essa autoavaliação, siga as instruções a seguir e preencha o questionário.<br />

1. Atribua à sua pessoa uma nota de 1 a 5 para cada uma das características a seguir e escreva<br />

a nota na última coluna.<br />

2. Some as notas obtidas para todas as características.<br />

3. Analise seu resultado global com base nas explicações ao final.<br />

4. Destaque seus principais pontos fortes e pontos fracos.<br />

5. Quais dos pontos fortes destacados são mais importantes para o seu desempenho como<br />

empreendedor?<br />

6. Quais dos pontos fracos destacados deveriam ser trabalhados para que o seu desempenho<br />

seja melhorado? É possível melhorá-los?<br />

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21


3<br />

LIDERANÇA EMPREENDEDORA<br />

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, conheceremos<br />

os principais conceitos da liderança empreendedora,<br />

vamos iniciar?<br />

Os principais aspectos relacionados à liderança<br />

envolvem a influência pessoal, o relacionamento<br />

de poder e o processo de influenciação.<br />

Serão considerados os elementos-chave da liderança,<br />

os estilos de gestão envolvidos e os papéis<br />

e modelos de líder.<br />

O conceito de Liderança tem sido um tópico<br />

de grande interesse no transcorrer da história,<br />

geralmente abordado por filósofos e historiadores.<br />

Mas foi apenas no século XX que começaram<br />

a surgir estudos científicos sérios no assunto. Calcula-se<br />

que existam mais de 350 diferentes definições<br />

para o termo ‘Liderança’ e já se disse que a<br />

liderança é um dos aspectos mais estudados, mas<br />

menos compreendido da gestão organizacional<br />

de nossos tempos. Essa dificuldade em definir o<br />

conceito de liderança está na própria natureza<br />

complexa do tema.<br />

Algumas definições de liderança, na literatura<br />

organizacional, pesquisadas por Yukl e citadas<br />

por Bergamini, são apresentadas a seguir:<br />

É influência pessoal, exercida em uma<br />

situação e dirigida através do processo de<br />

comunicação, no sentido do atingimento<br />

de um objetivo específico ou objetivos.<br />

(TANNENBAUM; WESCHLER; MASSARIK,<br />

1961, p. 24 apud BERGAMINI, 1994, p. 15).<br />

É um tipo especial de relacionamento de<br />

poder. (JANDA, 1960, p. 35 apud BERGA-<br />

MINI, 1994, p. 15).<br />

É o processo de influenciar as atividades<br />

de um grupo organizado na direção<br />

da realização de um objetivo. (ROUCH;<br />

BEHLING, 1984, p. 46 apud BERGAMINI,<br />

1994, p. 15).<br />

Conforme observado por Bergamini (1994,<br />

p. 15), há pelo menos dois elementos que sempre<br />

aparecem nas definições de liderança: o fato<br />

de a liderança ser um fenômeno grupal, ou seja,<br />

depender do envolvimento de mais de duas pessoas<br />

e de se tratar de um processo de influenciação<br />

do líder sobre seus subordinados, de forma<br />

intencional.<br />

Saiba mais<br />

Rickards e Moger (2000) tratam a liderança como<br />

um processo onde é destacada a figura do líder<br />

como principal elemento de facilitação da formação<br />

e alcance dos resultados de equipes. Para eles,<br />

o processo de liderança é voltado para a busca do<br />

sucesso na inovação organizacional.<br />

Assim sendo, liderança é um relacionamento<br />

de influência entre líderes e liderados, objetivando<br />

mudanças significativas que reflitam os<br />

propósitos compartilhados, ou seja, a liderança<br />

envolve a influência de pessoas para se atingir<br />

resultados desejados, tornando a inovação real.<br />

É aqui que os conceitos de <strong>Empreendedorismo</strong>,<br />

Inovação e Liderança se cruzam, pois um dos<br />

desafios estratégicos das empresas, de qualquer<br />

porte, é conseguir uma capacidade permanente<br />

de inovação, ou seja, mudanças, que possibilite a<br />

procura de novas oportunidades e o desenvolvimento<br />

de novos modelos de negócio.<br />

Nos últimos anos, as empresas têm descoberto<br />

as vantagens de motivar a capacidade<br />

empreendedora dos empregados, o que exige<br />

que os administradores exerçam um estilo de liderança<br />

empreendedora. Dessa forma, ao unir-se<br />

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23


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

o Empreendedor com o Líder, obtém-se o Líder<br />

Empreendedor, ou seja, aquele profissional focado<br />

em resultados, que estimula seus colaboradores<br />

à ação, atendendo aos objetivos de sua organização,<br />

qualquer que seja seu porte. Esse tipo<br />

de profissional torna-se um verdadeiro agente<br />

de mudanças, um dos pilares do empreendedorismo<br />

e, para isso, transforma seus colaboradores<br />

também em líderes de seus próprios processos, o<br />

que estimula a inovação constante.<br />

Atenção<br />

Esse tipo de profissional torna-se um verdadeiro<br />

agente de mudanças, um dos pilares do empreendedorismo<br />

e, para isso, transforma seus colaboradores<br />

também em líderes de seus próprios<br />

processos, o que estimula a inovação constante.<br />

3.1 Elementos-Chave<br />

Aqui estão alguns elementos-chave do conceito<br />

de liderança empresarial:<br />

a) Influência;<br />

b) Intenção e propósito compartilhados;<br />

c) Mudança;<br />

d) Responsabilidade pessoal.<br />

A influência significa que o processo de liderar<br />

não é passivo, ou seja, é um processo multidirecional,<br />

onde o líder influencia, mas também<br />

recebe influências de seus liderados. O líder empreendedor<br />

não só faz, como motiva outros a<br />

segui-lo nas suas atitudes, fazendo de maneira<br />

motivacional, não coercitiva (não imposta).<br />

A intenção, ou seja, o desejo ou a vontade<br />

de realizar, significa que as pessoas precisam estar<br />

ativamente envolvidas na inovação e na mudança,<br />

e isto só acontece quando as pessoas estão<br />

realmente motivadas a fazê-lo. O líder empreendedor<br />

precisa tornar sua visão e seus propósitos<br />

claros o bastante para que todos possam entendê-los.<br />

Além disso, é importante que os propósitos<br />

reflitam os interesses comuns entre líder e<br />

liderados.<br />

Dicionário<br />

Propósito: algo que se pretende fazer ou conseguir.<br />

Fim a que se visa (FERREIRA, 1986, p. 1403).<br />

O líder empreendedor precisa entender<br />

que as pessoas envolvidas em um relacionamento,<br />

quando compartilham objetivos (propósitos)<br />

comuns, querem mudanças substanciais, ou seja,<br />

querem que as coisas sempre evoluam de maneira<br />

perceptível e que representem uma agregação<br />

de valores a todos os envolvidos – empresa e colaboradores.<br />

E os resultados somente serão atingidos, se<br />

cada pessoa envolvida assumir a responsabilidade<br />

pessoal de atingir o futuro, ou seja, os objetivos,<br />

que se deseja. A liderança empreendedora<br />

atinge seu auge quando é compartilhada entre os<br />

líderes e colaboradores, com todos inteiramente<br />

envolvidos e aceitando maior responsabilidade.<br />

Portanto, a liderança empreendedora envolve<br />

a influência de pessoas, para terem os mesmos<br />

propósitos, motivados pelas mesmas intenções,<br />

para fazer a mudança ocorrer, em direção a<br />

um futuro desejável e compartilhado.<br />

Nesse ponto, surge uma questão recorrente<br />

no estudo da liderança: esta pode ser aprendida?<br />

Ou seja, pode-se ensinar a alguém ser um líder?<br />

Ocorre que há muitas opiniões entre os pesquisadores<br />

e estudiosos da liderança, alguns defendendo<br />

que é possível aprender a liderar e outros<br />

afirmando que não.<br />

Polêmicas à parte, o fato é que algumas<br />

pessoas apresentam certas características inatas<br />

que certamente facilitam a aplicação de um mo-<br />

24<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

delo de liderança, assim como com o empreendedorismo,<br />

onde também alguns já nascem com<br />

certas habilidades para criar inovações, maiores<br />

que outros. Entretanto, tanto a liderança quanto<br />

o empreendedorismo, possui um conjunto de<br />

técnicas que permite a todos os interessados desenvolvê-las<br />

apropriadamente.<br />

Então, que atitudes práticas podem tomar<br />

os que querem desenvolver suas habilidades<br />

como líderes empreendedores?<br />

Um artigo publicado no site da Warton<br />

School da Universidade de Pennsylvania, com o<br />

tema “Como se forma um bom líder empreendedor?”,<br />

comentando um trabalho dos pesquisadores<br />

Gupta e MacMillan, ajuda a montar um modelo<br />

de atuação:<br />

Gupta e MacMillan afirmam que o líder<br />

empreendedor deve desempenhar duas<br />

funções: a primeira é ‘atuação transformacional’,<br />

ou a conjetura de possíveis resultados<br />

diante da incerteza. A segunda<br />

refere-se à ‘atuação diante do pessoal’, ou<br />

motivação de um grupo de pessoas para<br />

ajudar a criar novos modelos de negócio<br />

que reduzam a incerteza. Os autores dividem<br />

a atuação transformacional em<br />

três tarefas:<br />

1. Absorver a incerteza: Assuma a responsabilidade<br />

pelo resultado incerto<br />

de um novo projeto. Como explica Mac-<br />

Millan, ‘É dizer ao seu pessoal, ‘se eu estiver<br />

errado, o problema é meu, não de vocês.<br />

Portanto, vocês podem atuar como<br />

se tudo fosse ocorrer como eu projetei’.<br />

2. Projetar o desafio: Exponha um projeto<br />

que estimule os funcionários ao máximo,<br />

mas não além, de sua capacidade.<br />

3. Buscar apoio/preparar o terreno:<br />

Crie um ambiente propício à transformação<br />

empreendedora, negociando o apoio<br />

das principais partes interessadas dentro<br />

e fora da empresa.<br />

Com relação à ‘atuação diante do pessoal’,<br />

o líder empreendedor deve atender<br />

a duas imposições:<br />

1. Conseguir o compromisso dos funcionários:<br />

Promova entre os funcionários<br />

a disposição para trabalhar por um objetivo<br />

comum, no sentido da criação de<br />

uma equipe motivada tradicional.<br />

2. ‘Definir o que é grave’: Derrubar as<br />

barreiras auto-impostas pelos membros<br />

da equipe e os estereótipos sobre o que<br />

pode e não pode ser feito, a fim de produzir<br />

ações integradoras e decisivas. Um<br />

líder empreendedor terá a noção de até<br />

que ponto os recursos das pessoas foram<br />

subestimados. (UNIVERSIA, 2002).<br />

Conforme esse artigo, o desempenho do líder<br />

empreendedor, nesses cinco papéis, é a chave<br />

para o tipo de liderança que as empresas de hoje<br />

precisam para prosperar.<br />

3.2 Estilo de Gestão<br />

Outro aspecto importante que os líderes<br />

empreendedores precisam levar em conta tem a<br />

ver com o estilo de gestão que desenvolvem.<br />

Perceba, caro(a) aluno(a), que para isso é<br />

importante que percebam as nítidas diferenças<br />

entre o comportamento do “líder” e do “gerente”,<br />

como mostra o Quadro 3, a seguir, extraído de<br />

Bennis (1996 apud CAVALCANTE et al., 2006).<br />

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25


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

Quadro 3 – Diferenças entre o líder e o gerente.<br />

GERENTE<br />

Administra<br />

Prioriza sistemas e estruturas<br />

Tem uma visão de curto prazo<br />

Pergunta como e quando<br />

Exerce o controle<br />

Aceita e mantém o status quo<br />

É o clássico “bom soldado”<br />

Faz certo as coisas (é eficiente)<br />

LÍDER<br />

Inova<br />

Prioriza as pessoas<br />

Tem perspectiva de futuro<br />

Pergunta o quê e por quê<br />

Inspira confiança<br />

Desafia o status quo<br />

É a sua própria pessoa<br />

Faz a coisa certa (é eficaz)<br />

Esse quadro sintetiza os diferentes posicionamentos<br />

sobre o comportamento de gerentes<br />

e líderes, conforme Cavalcante et al. (2006), demonstrando<br />

claramente como o perfil do gerente<br />

está mais voltado às tarefas e o do líder para as<br />

pessoas.<br />

3.3 Os Papéis dos Líderes<br />

Cavalcanti et al. (2006) também oferecem<br />

um modelo de desenvolvimento das habilidades<br />

de liderança que pode ser muito útil ao empreendedor.<br />

Esse modelo foi originalmente desenvolvido<br />

por Quinn et al. (2003) e contem a descrição<br />

dos oito papéis dos líderes. Cavalcanti et al.<br />

(2006) explica que este é um modelo que integra<br />

e explica as competências de um líder, indicando<br />

que esses papéis “significam atuações que<br />

um líder deve estar preparado para exercer, de<br />

acordo com o contexto da atuação”, ou seja, são<br />

as habilidades-chave que o empreendedor deve<br />

desenvolver, para fazer frente aos muitos desafios<br />

da administração de grupos e equipes.<br />

Os papéis e modelos de líder são descritos<br />

como:<br />

• Mentor;<br />

• Facilitador;<br />

• Monitor;<br />

• Coordenador;<br />

• Diretor;<br />

• Produtor;<br />

• Negociador;<br />

• Inovador.<br />

Para facilitar o entendimento, note a Figura 5.<br />

Figura 5 – Os papéis e modelos de líder.<br />

26<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

Note que os oito papéis estão distribuídos<br />

em quadrantes. Dessa forma, os modelos Inovador<br />

e Negociador estão mais ligados às Mudanças,<br />

ou seja, à inovação e à criatividade, assim como os<br />

modelos Produtor e Diretor se concentram mais<br />

nas metas e objetivos, e assim por diante.<br />

A Figura 5 também evidencia os contrastes,<br />

ou como mencionam Cavalcanti et al. (2006, p.<br />

70), “com as polaridades com que os líderes têm<br />

de se deparar.” Ou seja, uma certa característica<br />

tem o seu contraste com a que está do outro<br />

lado da Figura. Por exemplo: “o papel Diretor, está<br />

preocupado com o estabelecimento de metas e<br />

objetivos, enquanto o papel Mentor tem como<br />

primeiro objetivo conhecer e desenvolver pessoas.”<br />

Essa situação de certo confronto vai exigir<br />

que o líder empreendedor busque o seu equilíbrio.<br />

Como os autores completam: “Às vezes, o<br />

líder compromete-se de tal forma com o comportamento<br />

de um dado papel que perde o contato<br />

com seu oposto, o que pode tornar ineficiente<br />

uma pessoa normalmente eficiente, acarretando<br />

reveses em sua carreira.” (CAVALCANTI et al., 2006,<br />

p. 70).<br />

Cavalcanti et al. (2006, p. 65-68) descrevem<br />

cada um desses papéis, como segue:<br />

O papel do MENTOR<br />

Dada a necessidade de empatia e solicitude,<br />

espera-se de um líder que escute,<br />

apóie as solicitações legítimas e expresse<br />

reconhecimento aos funcionários. Além<br />

disso, o líder deve ser autoconsciente<br />

e ajudar as pessoas em seus planos de<br />

desenvolvimento individual, bem como<br />

proporcionar-lhes treinamento e cultivo<br />

de competências. As competências necessárias<br />

são: compreensão de si mesmo<br />

e dos outros (autoconhecimento e autoconsciência),<br />

comunicação eficaz (por<br />

meio da escuta e da presença) e desenvolvimento<br />

dos funcionários (mentoring,<br />

coaching).<br />

O papel do facilitador<br />

O facilitador fomenta o esforço coletivo,<br />

cria coesão e moral, e administra os atritos<br />

interpessoais (QUINN et al., 2003). As<br />

três competências centrais requeridas<br />

são: construção de equipes com meta e<br />

propósito comum; uso de decisões participativas<br />

e administração de conflitos,<br />

estimulando a solução integrada.<br />

O papel do monitor<br />

Refere-se à atenção do líder a questões<br />

de controle interno, como gestão de processos<br />

essenciais, consolidação e criação<br />

de continuidade. As principais competências<br />

são: administração de informações<br />

por meio do pensamento crítico<br />

(desenvolvimento de argumentações,<br />

utilização de fontes e bases de dados),<br />

administração da sobrecarga de informações<br />

(velocidade e agilidade na seleção<br />

das informações importantes) e gestão<br />

dos processos.<br />

O papel do coordenador<br />

Enquanto o líder monitor foca o fluxo<br />

de informações, o líder coordenador é<br />

responsável pelo fluxo de trabalho. Sua<br />

responsabilidade é cuidar para que as<br />

pessoas certas estejam no lugar certo na<br />

hora certa, a fim de cumprir a função correta,<br />

proporcionando-lhes condições necessárias,<br />

inclusive ferramentas e espaço<br />

físico. No mundo atual, os coordenadores,<br />

com freqüência, têm de conjugar unidades<br />

de trabalho que operam de modo<br />

autônomo. As principais competências<br />

do líder coordenador são: gerenciamento<br />

de projetos (com foco em tarefas e flexibilidade<br />

para mudanças), planejamento<br />

do trabalho (com cargos que valorizem<br />

o potencial tácito, intrínseco, que cada<br />

pessoa traz para o ambiente profissional<br />

e como esse conhecimento pode ser disseminado<br />

na empresa) e gerenciamento<br />

multifuncional (promoção do trabalho<br />

em equipe, treinamento e aprendizagem<br />

contínua, e maior integração funcional e<br />

menos estratificação organizacional).<br />

O papel do diretor<br />

Sob muitos aspectos, reflete a essência<br />

da definição que alguns autores dão para<br />

liderança. As competências como pontos<br />

de referência são: desenvolvimento e comunicação<br />

de uma visão (qual a razão de<br />

ser da organização), estabelecimento de<br />

metas e objetivos (o que a organização<br />

deve alcançar, realizar) e planejamento<br />

e organização (qual a melhor maneira de<br />

alcançar e realizar as metas e objetivos).<br />

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27


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

O papel do produtor<br />

Criar um ambiente que deixe produtivos,<br />

motivados, autônomos e comprometidos<br />

tanto o líder quanto seus funciona rios e<br />

colegas. O líder produtor apresenta as seguintes<br />

competências: trabalho produtivo<br />

(motivar a eficácia individual, grupal e<br />

organizacional), fomento a um ambiente<br />

de trabalho produtivo (por meio de eventos<br />

motivadores, como remuneração/<br />

benefícios, oportunidades, segurança no<br />

emprego, orgulho pelo trabalho/empresa,<br />

abertura/equidade e amizade) e administração<br />

do tempo e do estresse/equilíbrio<br />

de demandas concorrentes (tanto<br />

pessoal quanto de seus funcionários).<br />

O papel do negociador<br />

O líder negociador deve apresentar e negociar<br />

idéias com eficácia, ciente de que,<br />

nas organizações, as idéias só dão certo<br />

se as pessoas enxergarem benefícios em<br />

aplicá-las. Suas principais habilidades<br />

são: construção e manutenção de uma<br />

base de poder (escutando e observando<br />

as pessoas antes de agir, de falar, considerando<br />

que poder é a capacidade de produzir,<br />

mobilizar pessoas e recursos para<br />

conseguir que as coisas sejam feitas),<br />

negociação de acordos e compromissos<br />

(diálogo e compartilhamento de pontos<br />

de vista para resolução de divergências)<br />

e apresentação de idéias: apresentações<br />

orais eficazes.<br />

O papel do inovador<br />

Envolve o uso da criatividade e o gerenciamento<br />

das transformações e transições<br />

organizacionais. As três competências<br />

centrais do líder inovador são:<br />

convivência da mudança (sair da normose<br />

- ou seja, o estado de normal, eliminar a<br />

resistência psicológica tanto dele quanto<br />

dos funcionários), pensamento criativo<br />

(geração de novas idéias e soluções) e<br />

gestão da mudança (administração da visão,<br />

comunicação e empowerment).<br />

Enfatizamos que todos esses papéis são importantes<br />

para o desenvolvimento do líder mais<br />

completo, assim os líderes mais capazes são os<br />

que conseguem apresentar bom desempenho<br />

em todos os papéis. Este deve ser o maior objetivo<br />

de um líder empreendedor.<br />

Naturalmente, devido às individualidades<br />

e personalidades, cada líder terá um conjunto de<br />

papéis que se sobreporá aos demais, sendo mais<br />

dominante do que outros. O grande desafio será<br />

o líder empreendedor obter o equilíbrio correto<br />

para si mesmo e para as circunstâncias de seu ambiente<br />

de trabalho.<br />

3.4 Resumo do Capítulo<br />

Caro aluno,<br />

Neste capítulo estudamos os principais aspectos relacionados à liderança, que envolvem: a influência<br />

pessoal, o relacionamento de poder e o processo de influenciação.<br />

Vimos também que pelo menos dois elementos sempre aparecem nas definições de liderança: o<br />

fato de a liderança ser um fenômeno grupal e de se tratar de um processo intencional de influenciação<br />

do líder sobre seus subordinados.<br />

Consideramos também os elementos-chave da liderança: a influência, a intenção e o propósito<br />

compartilhados, a mudança e a responsabilidade pessoal; os estilos de gestão envolvidos, ou seja: as<br />

diferenças entre o comportamento do “líder” e do “gerente”.<br />

Os papéis e modelos de líder, que são: o Mentor, o líder que escuta, apoia as solicitações legítimas<br />

e expressa reconhecimento aos funcionários; o Facilitador, que fomenta o esforço coletivo, cria coesão e<br />

28<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

moral, e administra os atritos interpessoais; o Monitor, líder que dá atenção a questões de controle interno,<br />

como gestão de processos essenciais, consolidação e criação de continuidade; o Coordenador, líder<br />

que é responsável pelo fluxo de trabalho; o Diretor, líder que reflete a essência da definição que alguns<br />

autores dão para liderança; o Produtor, líder que cria um ambiente que deixa produtivos, motivados,<br />

autônomos e comprometidos tanto o líder quanto seus funcionários e colegas; o Negociador, líder que<br />

sabe apresentar e negociar ideias com eficácia; e o Inovador, líder que usa da criatividade para o gerenciamento<br />

das transformações e transições organizacionais.<br />

Prezado(a) aluno(a), que tal avaliar a sua aprendizagem?<br />

3.5 Atividades Propostas<br />

O quanto você é visto como líder?<br />

Responda às questões a seguir, utilizando uma das 3 opções.<br />

1. Quando você está andando com um grupo de 3 ou mais pessoas na rua, o quanto você fica no<br />

meio do grupo e dá o ritmo da caminhada?<br />

a) Sempre ando ao centro e as pessoas normalmente caminham à minha volta, conversando.<br />

Usualmente eu dou a tônica do assunto e o pessoal me segue.<br />

b) Às vezes ando ao centro do grupo, outras vezes não. Não consigo qualificar melhor que<br />

isso.<br />

c) Não costumo ser o centro das atenções em situações como essa.<br />

2. Em um grupo de pessoas iguais a você (hierarquia ou grupo social), quando você fala, o quanto<br />

as pessoas param para ouvi-lo?<br />

a) Sempre. Normalmente eu sou a referência do grupo em qualquer assunto.<br />

b) Tenho que pedir a palavra às vezes com alguma veemência, mas uma vez capturada a atenção,<br />

sou ouvido cuidadosamente.<br />

c) O grupo é disperso e difícil de manter a atenção focada em mim.<br />

3. Nesse mesmo grupo, quando você está falando, o quanto você é interrompido, em relação aos<br />

outros participantes?<br />

a) Praticamente não sou interrompido. Sou o único do grupo nessa condição.<br />

b) Sou interrompido tanto quanto os outros, até onde posso perceber.<br />

c) É difícil falar para o grupo, sou um dos mais interrompidos.<br />

4. E em grupos de subalternos?<br />

a) Praticamente não sou interrompido.<br />

b) Sou interrompido para discussões às vezes.<br />

c) É difícil falar para o grupo, sou interrompido a toda hora.<br />

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29


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

5. Em grupos profissionais o quanto você é convidado para partilhar o horário de almoço com<br />

os colegas?<br />

a) Frequentemente, parecem procurar minha companhia.<br />

b) Mais ou menos. Partilhamos o horário quando nos encontramos, é meio ao acaso.<br />

c) Raramente me chamam.<br />

6. Com que frequência você é consultado em assuntos profissionais em relação a outras pessoas<br />

do mesmo nível?<br />

a) Frequentemente e em várias esferas de assuntos. O pessoal parece confiar mais em mim do<br />

que no resto dos chefes para muitos assuntos.<br />

b) Regularmente, tanto quanto os outros chefes.<br />

c) Pouco. Alguns dos outros chefes são muito mais procurados do que eu.<br />

7. Em termos de gerência ou chefia, como você acha que é visto?<br />

a) Como um líder natural, forte, responsável e com autoridade.<br />

b) Como um gerente com autoridade delegada e com alguma liderança natural.<br />

c) Como um chefe. Eu mando, eles obedecem e é tudo.<br />

30<br />

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4<br />

PEQUENA E MÉDIA EMPRESA (PME)<br />

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo descreveremos<br />

os principais aspectos das PMEs, vamos<br />

iniciar?<br />

De modo geral, vamos conhecer como as<br />

micro, pequenas e médias empresas têm grande<br />

relevância na economia de nosso país, como elas<br />

são classificadas, quais as suas principais características<br />

e as principais causas do fechamento, ou<br />

seja, da mortalidade precoce dessas empresas.<br />

4.1 A Importância das Micro e Pequenas Empresas na Economia<br />

A relevância do empreendedorismo em<br />

nosso país pode ser avaliada pela seguinte notícia,<br />

publicada no Jornal O Estado de São Paulo de<br />

18 de abril de 2007.<br />

Brasil é o 10º no ranking dos mais empreendedores<br />

O Brasil é o décimo país mais empreendedor<br />

do mundo. Cerca de 11,65% da população<br />

economicamente ativa (ou seja,<br />

13,7 milhões de brasileiros) está abrindo<br />

ou abriu um negócio próprio nos últimos<br />

42 meses. Os números são da pesquisa do<br />

Global Entrepreneurship Monitor (GEM),<br />

divulgada ontem, que avalia os níveis<br />

de empreendedorismo em 42 países. No<br />

ano passado, o Brasil aparecia como o 7º<br />

colocado. ‘A queda ocorreu porque novos<br />

países entraram na avaliação, e tinham<br />

índices maiores que o brasileiro’, explica a<br />

coordenadora-técnica do GEM no Brasil,<br />

Simara Greco. ‘Mas o índice de empreendedorismo<br />

se mantém o mesmo do<br />

ano passado.’ O País ficou atrás de Peru,<br />

Colômbia, Filipinas, Jamaica, Indonésia,<br />

China, Tailândia, Uruguai e Austrália. (LA-<br />

CERDA, 2007).<br />

Em harmonia com isto, e de acordo com<br />

o Sebrae, as Micro e Pequenas Empresas (MPEs)<br />

têm papel relevante na economia brasileira, pois<br />

os dados do relatório “Onde Estão as Micro e Pequenas<br />

Empresas no Brasil” (2006), realizado pelo<br />

Observatório das MPEs, do Sebrae, revelaram o<br />

seguinte:<br />

• Representam 98% das empresas privadas<br />

no Brasil;<br />

• Somam 67% das ocupações;<br />

• 56% dos empregados com carteira assinada<br />

(CLT);<br />

• Atingem 20% do Produto Interno Bruto<br />

(PIB);<br />

• 62% das empresas exportadoras;<br />

• 2,3% do valor das exportações.<br />

Além disso, ainda de acordo com o Sebrae<br />

(2006), no ano de 2004, havia no Brasil 5,1 milhões<br />

de estabelecimentos no setor privado, sendo<br />

que, desse total, 5,02 milhões de estabelecimentos<br />

eram de Micro e Pequenas Empresas (ou<br />

seja, os 98% do total) e 81.967 estabelecimentos<br />

de médias e grandes empresas (2% dos estabelecimentos)<br />

(Tabela 1).<br />

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31


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

Tabela 1 – Evolução das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) e Médias e Grandes Empresas em 2000 e<br />

2004.<br />

2000 2004 Taxa de expansão 2000-2004<br />

MPEs 4,117 milhões 5,028 milhões 22,1%<br />

MGEs 68,5 mil 81,9 mil 19,5%<br />

Total de estabelecimentos 4,186 milhões 5,110 milhões 22,1%<br />

Fonte: Sebrae (2006).<br />

Aqui estão outros fatos relevantes sobre as<br />

MPEs, segundo pesquisas do Sebrae:<br />

• Entre 2000 e 2004, foram abertos 924<br />

mil novos estabelecimentos, dos quais<br />

99% são de micro e pequeno porte.<br />

• Em 2004, cerca de 56% das MPEs estavam<br />

no comércio, 30% em serviços e<br />

14% na indústria.<br />

• Os pequenos negócios (formais e informais)<br />

respondem por mais de dois terços<br />

das ocupações do setor privado.<br />

• Cerca de 85% das MPEs encontram-se<br />

nos dez estados com maior número de<br />

empresas.<br />

• Porém, entre 2000 e 2004, verificou-se<br />

movimento de desconcentração regional.<br />

A Tabela 2 demonstra essa nova realidade<br />

brasileira.<br />

Tabela 2 – MPEs por regiões do Brasil.<br />

REGIÃO<br />

Taxa de Expansão das MPEs<br />

(2000/2004)<br />

Participação Relativa 2000 => 2004<br />

(Brasil 100%)<br />

Norte 29,1% 3,2% => 3,3%<br />

Centro-Oeste 27,2% 6,9% => 7,2%<br />

Nordeste 24,9% 14,3% => 14,6%<br />

Sul 21,6% 24,1% => 24,0%<br />

Sudeste 20,5% 51,6% => 50,9%<br />

Fonte: Sebrae (2006).<br />

4.2 Classificação das Empresas pelo Porte<br />

Há vários critérios para classificar as empresas.<br />

Segundo o Estatuto Nacional da Microempresa<br />

e da Empresa de Pequeno Porte, definido pela<br />

Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de<br />

2006 (com as alterações das Leis Complementares<br />

127 e 128), esta é a forma de classificar as Microempresas<br />

e Pequenas Empresas, pelo porte:<br />

• Microempreendedor individual<br />

A Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro<br />

de 2008 (que fez adequações à LC nº<br />

123/06), estabeleceu uma nova figura jurídica: o<br />

Microempreendedor Individual, que passou a vigorar<br />

desde 01 de julho de 2009, com receita bruta<br />

anual de até R$ 36.000,00.<br />

32<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

• Microempresas<br />

Empresas com faturamento igual ou inferior<br />

que R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil<br />

reais).<br />

• Pequenas Empresas<br />

Empresas com faturamento superior a R$<br />

240.001,00 e igual ou inferior que R$ 2.400.00,00.<br />

Saiba mais<br />

O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado,<br />

simplificado e favorecido previsto na Lei<br />

Complementar nº 123, de 14.12.2006, aplicável às<br />

Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte,<br />

a partir de 01/07/2007.<br />

Empresas de Médio Porte<br />

Empresas com faturamento superior a<br />

R$ 10.500.000,00 e igual ou inferior que R$<br />

60.000.000,00, segundo o Banco Nacional do Desenvolvimento<br />

(BNDES); ou conforme o Sebrae:<br />

empresas que empregam entre 100 e 499 funcionários<br />

e as empresas comerciais e prestadoras de<br />

serviço que empregam entre 50 e 99 funcionários<br />

(o Sebrae não classifica empresa de médio porte<br />

por faturamento, mas apenas pelo número de<br />

empregados).<br />

Empresas de Grande Porte<br />

Empresas com faturamento superior a R$<br />

60.000.000,00 (segundo o BNDES); ou conforme<br />

o Sebrae: empresas que empregam acima<br />

de 499 funcionários e as empresas comerciais e<br />

prestadoras de serviço que empregam mais de<br />

99 funcionários. Essa classificação, citada por Maximiano<br />

(2006), é apenas para fins fiscais (definir<br />

as vantagens que certa faixa de empresas pode<br />

oferecer) e, naturalmente, não cobre a totalidade<br />

das empresas existentes, mas fornece um interessante<br />

parâmetro de comparação.<br />

Atenção<br />

O Sebrae também classifica as empresas pelo<br />

critério do número de colaboradores, e não pelo<br />

faturamento; assim, Microempresa, pelo critério<br />

do Sebrae, é a Empresa industrial com até 19 funcionários<br />

ou empresa comercial (e prestadoras<br />

de serviço) com até 9 funcionários.<br />

4.3 Principais Características das Micro e Pequenas Empresas (MPEs)<br />

Segundo o Sebrae (2006), este é um retrato<br />

das MPEs atualmente, com as suas principais características:<br />

• Fornecem produtos e serviços de baixo<br />

preço unitário;<br />

• Predominam as vendas ao consumidor<br />

final;<br />

• Atendem necessidades básicas da população;<br />

••<br />

Alimentos e bebidas;<br />

••<br />

Vestuário, calçados e móveis;<br />

••<br />

Moradia (construção e reforma);<br />

• Suas escalas de produção são muito<br />

baixas;<br />

• Capital, insumos, materiais, mão de<br />

obra etc.;<br />

• Utilizam tecnologia de domínio público.<br />

Entretanto, uma característica negativa das<br />

MPEs brasileiras é o seu alto índice de “mortalida-<br />

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33


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

de”, ou seja, de empresas que encerram suas atividades<br />

precocemente. Segundo a pesquisa da<br />

Junta Comercial de São Paulo, 56% das empresas<br />

fecham antes de completar o 5º ano de atividade,<br />

sendo que 29% das MPEs encerram suas atividades<br />

ainda no 1º ano.<br />

4.4 Principais Causas de Fechamento das PME<br />

As principais causas do fechamento de empresas<br />

são:<br />

• Comportamento empreendedor pouco<br />

desenvolvido;<br />

• Falta de planejamento prévio;<br />

• Gestão deficiente do negócio;<br />

• Insuficiência de políticas de apoio;<br />

• Conjuntura econômica deprimida;<br />

• Problemas pessoais dos proprietários.<br />

Figura 6 – Motivos do fechamento (na avaliação dos entrevistados).<br />

Fonte: Bedê (2005).<br />

Caro(a) aluno(a), note que 31% dos motivos<br />

são ligados a questões “pessoais”, tais como:<br />

“problemas de planejamento/administração” (ou<br />

seja, de falta de preparo técnico dos sócios), “problemas<br />

particulares” e “problemas com sócios”. Os<br />

problemas que podem ser caracterizados como<br />

“financeiros” chegam a somar 50% do total, ou<br />

seja, “falta de capital”, “inadimplência” e “falta de<br />

lucro”. Em outras palavras, a maioria dos problemas<br />

alistados, são os que poderiam ser evitados<br />

com um melhor preparo técnico por parte dos<br />

empresários.<br />

O Sebrae resumiu os principais problemas<br />

que são as causas mais comuns para a mortalidade<br />

das empresas (no caso das empresas no estado<br />

de São Paulo, mas que podem ser projetadas<br />

para todo o Brasil, conforme mostrado no Quadro<br />

4, a seguir).<br />

34<br />

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Quadro 4 – Principais problemas que são as causas mais comuns para a mortalidade das empresas.<br />

<strong>Empreendedorismo</strong><br />

ITENS<br />

1 - Comportamento Empreendedor<br />

2 - Planejamento Prévio<br />

3 - Gestão Empresarial<br />

4 - Políticas de Apoio<br />

5 - Conjuntura Econômica<br />

6 - Problemas “Pessoais”<br />

Fonte: Sebrae (2006).<br />

PRINCIPAIS PROBLEMAS<br />

Características (conhecimento, habilidades e atitudes)<br />

empreendedoras insuficientes. Precisam ser aprimoradas.<br />

Falta de planejamento antes da abertura (quando ele existe é<br />

deficiente).<br />

Deficiências na gestão do negócio, após a abertura (ex.<br />

aperfeiçoamento de produtos, fluxo de caixa, propaganda e<br />

divulgação, gestão de custos e busca de apoio/auxílio).<br />

Insuficiência de políticas de apoio (peso dos impostos, burocracia,<br />

falta de crédito e política de compras governamentais).<br />

Baixo crescimento da economia (demanda fraca e concorrência<br />

forte).<br />

Problemas de saúde, particulares, com sócios, de sucessão e de<br />

criminalidade prejudicam o negócio.<br />

Alguns outros fatores comumente listados<br />

entre os problemas e causa de mortalidade prematura<br />

de MPEs são:<br />

• Desconhecimento do mercado;<br />

• Falta de capital de giro;<br />

• Concorrência mais ágil e preços melhores;<br />

• Modismo (mudanças de interesse do<br />

mercado);<br />

• Saque de dinheiro para despesas pessoais;<br />

• Nível de dívidas bancárias insustentável;<br />

• Baixos investimentos em comunicação;<br />

• Descontroles contábeis e administrativos;<br />

• Baixa qualificação de mão de obra.<br />

Naturalmente, a melhor maneira de solucionar<br />

a maioria desses problemas é o empreendedor<br />

obter o adequado embasamento técnico e<br />

teórico, que permita habilitá-lo a exercer as funções<br />

administrativas e estratégicas, através da<br />

obtenção de conhecimento especializado. Como<br />

afirmou Peter Drucker (1987), “qualquer indivíduo<br />

que tenha a frente uma decisão a tomar pode<br />

aprender a ser um empreendedor e se comportar<br />

empreendedorialmente. O empreendimento é<br />

um comportamento, e não um traço de personalidade.<br />

E suas bases são o conceito e teoria, e não<br />

a intuição.”<br />

Dicionário<br />

Capital de giro: são os gastos operacionais necessários<br />

para iniciar as atividades da empresa e mantê-la<br />

em funcionamento (DOLABELA, 1999, p. 223).<br />

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35


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

4.5 Resumo do Capítulo<br />

Caro(a) aluno(a),<br />

Neste capítulo conhecemos como as Micro, Pequenas e Médias empresas têm grande relevância na<br />

economia de nosso país, pois representam 98% de todas as empresas privadas no Brasil.<br />

Pudemos também aprender como elas são classificadas, pelo Estatuto da Pequena Empresa, como<br />

segue: Microempreendedor individual, Microempresa, Pequenas Empresas, Empresa de Porte médio.<br />

Além disso, aprendemos quais as principais características das Micro, Pequena e Média Empresa,<br />

segundo o Sebrae e finalizamos com as principais causas do fechamento, ou seja, da mortalidade precoce<br />

dessas empresas, que são: Comportamento empreendedor pouco desenvolvido, Falta de planejamento<br />

prévio, Gestão deficiente do negócio, Insuficiência de políticas de apoio, Conjuntura econômica<br />

deprimida e Problemas pessoais dos proprietários.<br />

Finalizamos expondo que a melhor maneira de solucionar a maioria dos problemas do empreendedor<br />

é que ele possa ter o adequado embasamento técnico e teórico, que permita habilitá-lo a exercer as<br />

funções administrativas e estratégicas, através da obtenção de conhecimento especializado.<br />

Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se você fixou bem o conteúdo, assim, responda<br />

às questões abaixo.<br />

4.6 Atividades Propostas<br />

1. As 10 maiores empresas do Brasil em ordem alfabética, segundo a Revista Forbes de 2010, são:<br />

Banco do Brasil, Bradesco, CSN, Eletrobras, Itaúsa, JBS, Petrobras, Tele Norte Leste, Usiminas e<br />

Vale.<br />

Você consegue colocá-las em um ranking por tamanho?<br />

Posição<br />

01<br />

02<br />

03<br />

04<br />

05<br />

06<br />

07<br />

08<br />

09<br />

10<br />

Empresa<br />

2. Segundo uma pesquisa da Junta Comercial de São Paulo, mais da metade das empresas fecha<br />

antes de completar o 5º ano de atividade, sendo que cerca de um terço das MPEs encerram<br />

suas atividades ainda no 1º ano. Que informações da pesquisa nos ajudam a concluir que esse<br />

problema poderia ser evitado?<br />

36<br />

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5<br />

FRANCHISING: TERMINOLOGIA E TIPOS<br />

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo descreveremos<br />

conheceremos principais aspectos do<br />

franchising ou franquias, vamos iniciar?<br />

Em resumo, abordaremos os conceitos-chave<br />

do franchising ou modelo de franquia, seus<br />

principais tipos, as vantagens e desvantagens do<br />

modelo, as taxas envolvidas e uma comparação<br />

entre o modelo de franchising e o dos negócios<br />

independentes.<br />

5.1 O que é Franquia ou Franchising<br />

Caro(a) aluno(a), veja como o Sebrae descreve<br />

o que é franquia ou franchising:<br />

Franquia ou franchising empresarial é<br />

o sistema pelo qual o franqueador cede<br />

ao franqueado o direito de uso da marca<br />

ou patente, associado ao direito de distribuição<br />

exclusiva ou semi-exclusiva de<br />

produtos ou serviços. Eventualmente, o<br />

franqueador também cede ao franqueado<br />

o direito de uso de tecnologia de implantação<br />

e administração de negócio ou<br />

sistemas desenvolvidos ou detidos pelo<br />

franqueador, mediante remuneração direta<br />

ou indireta, sem ficar caracterizado<br />

vínculo empregatício. (SEBRAE, 1996).<br />

Atenção<br />

No Brasil, as franquias são regulamentadas pela Lei<br />

nº 8.955, de 14/12/1994.<br />

Por fim, observe o que o Sebrae (1996) sugere:<br />

“antes de optar por uma franquia, é fundamental<br />

que o empreendedor tenha uma visão<br />

geral dos aspectos que envolvem o negócio, para<br />

tomar as decisões corretas, evitando futuras decepções.”<br />

5.2 Principais Tipos de Franquias<br />

Relacionado à modalidade de negócio<br />

Franquia Individual<br />

É aquela exclusiva, que não divide espaços<br />

com outras franquias. É a mais comum. Geralmente<br />

é montada num ponto comercial especificamente<br />

avaliado e escolhido para o negócio, independente<br />

do ramo de atividade anteriormente<br />

existente no local.<br />

Franquia Combinada<br />

É aquela que reúne franquias diferentes,<br />

com um mesmo franqueado, num mesmo local<br />

(ponto comercial), mas com negócios similares<br />

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37


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

(do mesmo ramo), onde um complementa o outro,<br />

tanto com produtos quanto com serviços. O<br />

objetivo é integrar as atividades, obtendo vantagens,<br />

porém é necessário que não haja restrição<br />

por parte do contrato de franquia.<br />

Franquia Shop in Shop (também chamado<br />

de Store in Store)<br />

É aquela que reúne franquias diferentes,<br />

com um mesmo franqueado, num mesmo local<br />

(ponto comercial), mas com negócios de outro<br />

ramo. Geralmente funciona num quiosque, carrinho,<br />

ponto de coleta de serviços, ou seja, com área<br />

reduzida para operação do negócio. Ex.: quiosque<br />

de café, dentro de uma livraria. Também é necessário<br />

que não haja restrição por parte do contrato<br />

de franquia.<br />

Relacionado à atuação geográfica<br />

Franquia Máster<br />

É a franquia limitada à determinada região<br />

geográfica. Dá direito à subfranquias por parte<br />

do franqueado, que poderá criar outras unidades<br />

individuais como, por exemplo, franquias internacionais,<br />

que são sujeitas às legislações e adaptações<br />

culturais do país onde se expande.<br />

Franquia Unitária<br />

É aquela onde o franqueador cede o direito<br />

de implantação e operação ao franqueado, com<br />

exclusividade, ou seja, o franqueado não pode se<br />

envolver em outras franquias, nem abrir outras<br />

unidades da mesma franquia. Exige uma unidade<br />

específica em local determinado. Ex.: casas lotéricas<br />

e Correios e Telégrafos.<br />

Franquia Múltipla<br />

É aquele tipo de franquia que permite ao<br />

franqueado ter outras unidades da mesma franquia<br />

e, assim, formar sua própria rede local ou regional,<br />

desde que respeite o limite de mercado.<br />

Ou seja, o franqueador permite a expansão de<br />

outras unidades, mas restringe seu número e/ou<br />

localização, visando não comprometer a proximidade<br />

com o público consumidor.<br />

Franquia Regional<br />

É o tipo de franquia em que o franqueado<br />

obtém o controle de uma área geográfica (região)<br />

determinada, muitas vezes sob certo limite de<br />

tempo. Envolve uma taxa de franquia regional,<br />

geral, e taxas sucessivas a cada unidade de franquia<br />

aberta.<br />

Franquia de Desenvolvimento de Área<br />

É um tipo de franquia que tem uma atuação<br />

geográfica definida, onde o franqueado pode<br />

abrir suas unidades próprias, bem como unidades<br />

em parcerias, em sua área de atuação. O objetivo<br />

é desenvolver a área designada, porém não se<br />

trata de subfranquias, pois cada contrato com os<br />

parceiros do franqueado é assinado individualmente<br />

pelo franqueador principal. O franqueado<br />

detentor da área recebe taxas por cada franquia<br />

desenvolvida pelos parceiros.<br />

Franquia de Representação<br />

É uma franquia em que o franqueador não<br />

cede os direitos geográficos de atuação, mas<br />

apenas estabelece um contrato para que o franqueado<br />

se responsabilize por certos serviços, tais<br />

como: treinamentos, inspeção, publicidade, vendas<br />

de franquia etc.<br />

Saiba mais<br />

O faturamento total das franquias alcançou no ano<br />

de 2010 a marca de R$ 75.987 bilhões. O número<br />

de redes em operação no país cresceu 12,9% e o<br />

número de unidades (franqueadas e próprias) chegou<br />

a 86.365, que significa um incremento de 8%<br />

em relação ao ano de 2009.<br />

38<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

Relacionado à remuneração<br />

Franquia de Distribuição<br />

É um tipo de franquia em que o franqueador<br />

é remunerado com base nos produtos ou serviços.<br />

Portanto, o franqueado não arca com royalties<br />

ou taxa inicial da franquia, embora muitas vezes<br />

esses custos já estejam embutidos na receita do<br />

franqueado, o que pode gerar maiores taxas de<br />

impostos finais.<br />

a rentabilidade, mas recebe mais suporte e tecnologia.<br />

Mas, por outro lado, o franqueado fica livre<br />

para obter fornecimento de terceiros.<br />

Franquia Mista<br />

É o tipo mais comum, onde o franqueado<br />

paga pelas taxas de fornecimento de produtos,<br />

royalties, taxas de franquia e outras (como as relacionadas<br />

a receitas de administração da rede).<br />

Franquia Pura<br />

É um tipo de franquia em que o franqueado<br />

paga taxas de royalties e taxas de franquia sobre<br />

5.3 Vantagens e Desvantagens do Modelo de Franquia (Franchising)<br />

O franchising oferece algumas vantagens e desvantagens, tanto para o franqueador quanto para o<br />

franqueado, como será mostrado a seguir.<br />

Franqueador<br />

Detentor da marca/método de trabalho repassado a terceiros.<br />

Quadro 5 – Vantagens e desvantagens de ser um franqueador.<br />

Vantagens<br />

Rapidez de expansão<br />

Desenvolvimento de uma rede<br />

Redução de custos<br />

Motivação dos franqueados<br />

Maior participação no mercado<br />

Maior cobertura geográfica<br />

Melhor publicidade<br />

Maior vantagem competitiva<br />

Descentralização<br />

Desvantagens<br />

Perda parcial do controle<br />

Maior custo de supervisão<br />

Perda de sigilo<br />

Risco de desistência<br />

Autonomia parcial<br />

Planejamento para expansão<br />

Cuidados para seleção<br />

Perda de padronização<br />

Franqueado<br />

A pessoa jurídica que adquire o direito de uso da marca/método de trabalho, através de pagamento<br />

inicial ou mensal.<br />

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39


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

Quadro 6 – Vantagens e desvantagens de ser um franqueado.<br />

Vantagens<br />

Know-how adquirido<br />

Maior chance de sucesso<br />

Plano de negócio preparado<br />

Informações sobre instalação<br />

Maior crédito<br />

Aumento de rentabilidade<br />

Retorno mais rápido<br />

Pertencer a uma corporação<br />

Independência jurídica<br />

Desvantagens<br />

Autonomia parcial<br />

Maiores controles<br />

Risco de desistência<br />

Taxas de franquia<br />

Cuidados para seleção<br />

Localização forçada<br />

Risco associado ao desempenho<br />

Restrições na cessão do sistema<br />

Dicionário<br />

Know-how: expressão inglesa que se refere ao conhecimento<br />

envolvido em uma atividade, ou seja,<br />

saber como realizar algo.<br />

Uma descrição mais ampla dessas vantagens<br />

e desvantagens é feita pelo Instituto de<br />

Franchising (1997), como segue:<br />

VANTAGENS PARA O FRANQUEADOR<br />

Expansão Veloz<br />

O franchising permite que o franqueador<br />

aumente sua base de atuação em ritmo<br />

muito mais veloz do que lhe seria possível<br />

se dependesse apenas de seus recursos<br />

próprios para instalar, operar e gerir<br />

novas unidades.<br />

Mais Eficiência<br />

A operação e a gestão de cada franquia<br />

costumam estar sob a supervisão direta<br />

de quem bancou os custos relacionados<br />

à sua instalação e depende do sucesso do<br />

negócio para reaver seu capital e para garantir<br />

seu lucro (e, muitas vezes, a própria<br />

subsistência). É evidente que o franqueado<br />

se mostre, na maioria das vezes, bem<br />

mais motivado a buscar a maximização<br />

dos resultados do negócio do que um<br />

gerente contratado, por melhor que ele<br />

seja.<br />

Estrutura Central Reduzida<br />

Uma estrutura pequena formada por uns<br />

poucos gerentes de bom nível, pode criar<br />

e coordenar uma rede razoável de unidades<br />

franquiadas e, dessa forma, gerar<br />

bons lucros para os acionistas ou sócios<br />

da empresa franqueadora, que não precisam<br />

de envolver no dia-a-dia de cada<br />

unidade, nem arriscar um grande volume<br />

de capital.<br />

Feedback<br />

A partir de um certo ponto da operação<br />

de franchising, é comum que o know-<br />

-how passe a transitar numa via de mão<br />

dupla como foi o que aconteceu com o<br />

McDonald’s, talvez a franquia mais conhecida<br />

do mundo. Jim Delligatti, um<br />

de seus franqueados, criou o Big Mac (o<br />

maior sucesso da rede), ao inspirar-se em<br />

um sanduíche de um concorrente: o Big<br />

Boy.<br />

Ingresso em Novos Mercados<br />

O franqueador pode, através do franchising,<br />

ingressar em mercados nos quais<br />

dificilmente entraria se dependesse de<br />

seus recursos próprios, sejam financeiros<br />

ou humanos. Para isso, conta com a presença<br />

física e o conhecimento de cada<br />

franqueado em cada um desses mercados.<br />

Canal Diferenciado Para Seus Produtos/Serviços<br />

Algum tempo atrás, o empresário Miguel<br />

Krigsner, fundador de O Boticário,<br />

40<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

afirmou que, se seus produtos fossem<br />

comercializados em supermercados e<br />

drogarias, sua marca teria acabado por<br />

ser apenas mais uma entre tantas outras.<br />

Temos ouvido colocações semelhantes<br />

de outros empresários que são fabricantes<br />

e/ou distribuidores de produtos.<br />

Fortalecimento da Marca<br />

Em uma operação de franchising bem<br />

estruturada, os produtos e/ou serviços<br />

comercializados na rede chegam ao consumidor<br />

(ou o consumidor chega a eles)<br />

envolvidos pelo ‘clima’ que o franqueador<br />

considera mais adequado para estimular<br />

seu consumo e realçar suas qualidades e,<br />

portanto, a imagem institucional da marca.<br />

Menos Riscos Trabalhistas<br />

Tendo em vista que cada franqueado é,<br />

em princípio, econômica e juridicamente<br />

autônomo e independente do franqueador,<br />

é a ele, franqueado, que cabe<br />

a responsabilidade pelo pagamento dos<br />

salários e encargos e pelo cumprimento<br />

de todas as demais obrigações concernentes<br />

aos funcionários que trabalham<br />

em uma franquia.<br />

VANTAGENS PARA O FRANQUEADO<br />

Maior Garantia de Sucesso<br />

Em uma operação de franchising estruturada<br />

corretamente, o franqueado entra<br />

em um negócio, cujo ‘modelo’ já foi testado<br />

e comprovado na prática.<br />

Marca Conhecida<br />

Muitas vezes, a marca do franqueador já é<br />

bastante conhecida do público consumidor.<br />

Ou, graças aos esforços cooperados<br />

de todos os integrantes da rede, tem melhores<br />

chances de se tornar mais conhecida<br />

do que uma marca nova que esteja na<br />

fachada de um único negócio que o empreendedor<br />

possa desenvolver do zero.<br />

Facilidade na Instalação<br />

Um bom franqueador, que esteja preparado<br />

de verdade para cumprir seu papel,<br />

preocupa-se em oferecer a seus franqueadores<br />

toda uma série de benefícios e<br />

serviços que facilitam, e muito, a implantação<br />

e o início da operação.<br />

Assessoria na Escolha do ‘Ponto’.<br />

Projeto para a instalação da unidade. Assessoria<br />

na aquisição dos materiais, instalações,<br />

estoques e insumos. Treinamento<br />

e orientação quanto a práticas administrativas<br />

e comerciais. Mais uma série de<br />

outros aspectos do negócio que podem<br />

ser, e muitas vezes são, determinantes<br />

para o sucesso do mesmo.<br />

Propaganda e Marketing Cooperados<br />

Muitos franqueadores organizam e coordenam<br />

Fundos Cooperativos de Propaganda<br />

e Marketing das respectivas<br />

redes, ou se utilizam de outros mecanismos<br />

semelhantes, que permitem utilizar<br />

englobadamente (e, portanto, de maneira<br />

muito mais eficaz) as quantias que os<br />

franqueados destinam à divulgação da<br />

marca e/ou dos seus produtos/serviços.<br />

Maior Poder de Barganha<br />

Os franqueadores mais bem-estruturados<br />

têm condições de coletar informações<br />

e sugestões de todos e de cada um<br />

dos integrantes da rede para, em seguida,<br />

processá-las e repassá-las aos demais,<br />

como os próprios franqueados costumam<br />

manter contato entre si para a troca<br />

de idéias e experiências com relação aos<br />

mais diversos aspectos do negócio.<br />

Desenvolvimento de Novos Métodos e<br />

Produtos<br />

Um bom franqueador se preocupa com a<br />

pesquisa e o desenvolvimento constante<br />

de novos serviços, produtos, métodos e<br />

sistemas para sua rede de franquias.<br />

DESVANTAGENS PARA O FRANQUEADOR<br />

Perda de Controle sobre os Pontos de<br />

Venda<br />

Um franqueado não é um empregado do<br />

franqueador. É um parceiro, um empreendedor,<br />

quase um sócio. Alguém que<br />

investiu seu tempo, seu dinheiro e seu esforço<br />

naquela franquia. Alguém que, pela<br />

própria natureza do franchising, costuma<br />

ter uma autonomia bem maior que a de<br />

um empregado.<br />

Divisão da Receita<br />

É muito comum que as unidades próprias<br />

do franqueador gerem, para ele, uma<br />

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41


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

lucratividade bem superior àquela que<br />

resulta das franquias (das quais recebe<br />

apenas os royalties e não o lucro integral<br />

por elas gerado). Contudo, se levarmos<br />

em consideração o risco financeiro infinitamente<br />

menor que as franquias representam<br />

para o franqueador com relação<br />

às suas unidades próprias, verificaremos<br />

que, na maioria dos casos, o retorno que<br />

as franquias proporcionam ao franqueador,<br />

sobre o capital por ele investido<br />

para formatar sua operação, costuma ser<br />

bastante compensador a médio e longo<br />

prazos.<br />

Retorno a Prazos Mais Longos<br />

Um franqueador que seja ético, sério e<br />

profissional e que, portanto, quiser realizar<br />

um bom trabalho no planejamento e<br />

na formatação de sua operação de franchising,<br />

certamente há de contratar bons<br />

profissionais, tais como consultores e advogados,<br />

além de instalar uma ou mais<br />

unidades piloto. Tudo isso implica certo<br />

volume de investimentos que somente<br />

serão amortizados a partir do momento<br />

em que um determinado número de<br />

franquias estiver em funcionamento, gerando<br />

royalties e outras verbas. Contudo,<br />

a maior parte dos franqueadores bem-sucedidos<br />

costuma dizer que cada centavo<br />

corretamente investido antes de iniciar a<br />

concessão das franquias pode gerar uma<br />

economia de ‘milhões’ depois.<br />

Possibilidades de Disputas Com os<br />

Franqueados<br />

Com o passar do tempo, o franqueado,<br />

pode passar a se perguntar: mas para<br />

quê, afinal, eu preciso desse franqueador,<br />

já que sei mais do que ele? Os riscos de<br />

conflito se agravam na medida em que o<br />

franqueador não estiver adequadamente<br />

preparado para lidar com eles e para<br />

transformar a ‘energia’ que os mesmos<br />

envolvem em algo positivo, através de<br />

mecanismos especificamente desenvolvidos<br />

para tanto.<br />

DESVANTAGENS PARA OS FRANQUEA-<br />

DOS<br />

Riscos Inerentes à má escolha do Franqueador<br />

Há inúmeros riscos em uma escolha malfeita,<br />

no que tange ao franqueador a<br />

quem o franqueado se vincula. Há franqueadores<br />

que nem chegam a se dar<br />

conta de que, ao iniciarem a concessão<br />

de franquias, estão, na verdade, ingressando<br />

em um novo ramo de negócios.<br />

Menos Liberdade de Ação<br />

No geral, pela sua própria essência, uma<br />

boa operação de franchising implica um<br />

mínimo de padronização. Assim, praticamente<br />

não há margem para grandes<br />

iniciativas individuais por parte dos franqueados<br />

isoladamente.<br />

Risco Vinculado à Performance do<br />

Franqueador<br />

Se o Franqueador falhar no desenvolvimento<br />

de um método, de um sistema, de<br />

um produto, de uma campanha publicitária,<br />

etc., o franqueado acabará sofrendo<br />

por conta disso.<br />

Risco Vinculado à Margem da Marca<br />

Qualquer fato (ou boato) que afete a<br />

imagem da marca pode afetar (e muitas<br />

vezes tem afetado) os negócios de cada<br />

uma das franquias.<br />

Limitações à Venda do Negócio<br />

É muito difícil que um Contrato de<br />

Franquia permita que o franqueado<br />

venda ou transfira, a qualquer título,<br />

sua franquia para quem bem entender,<br />

salvo autorização expressa e por escrito<br />

do franqueador, que geralmente se<br />

reserva o direito de aprovar, ou não, o<br />

pretendente à aquisição, exigindo que<br />

a franquia somente passa nas mãos de<br />

quem também tenha o perfil que ele, o<br />

franqueador, considera adequado para<br />

fazer do negócio um sucesso.<br />

Limitações na Escolha de Produtos e<br />

de Fornecedores<br />

É comum que os contratos de franquia<br />

estabeleçam, para o franqueado, a<br />

obrigação de apenas adquirir certos<br />

itens, equipamentos, insumos, estoques,<br />

etc. de fornecedores licenciados pelo<br />

franqueador, ou, ao menos, que observem<br />

determinados padrões e determinadas<br />

especificações ditados pelo franqueador.<br />

A remuneração da atividade franqueada<br />

é feita de diversas formas. Cada negócio<br />

ou franquia possui taxas distintas, com<br />

valores e bases de cálculo diferentes. Essa<br />

diferença muito grande acontece pela di-<br />

42<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

versidade dos negócios em questão, ou<br />

seja, das próprias características específicas<br />

das franquias.<br />

por isso mesmo, representa uma boa alternativa<br />

para os empreendedores de perfil mais conservador.<br />

Nota-se que há um grande número de detalhes<br />

nesse tipo de modelo de negócios, mas, que<br />

5.4 Taxas<br />

As taxas normalmente cobradas dos franqueados<br />

são:<br />

• Apoio da equipe de inauguração na<br />

abertura do negócio.<br />

Taxa de Franquia ou Taxa Inicial<br />

Conforme explica o Sebrae (1996): “é a taxa<br />

cobrada pelo franqueador do franqueado para<br />

que este tenha o direito de fazer parte da rede de<br />

franquias do franqueador. É o preço estabelecido<br />

para o ingresso do franqueado em um determinado<br />

sistema de franquia.”<br />

Essa taxa de franquia, também é chamada<br />

de taxa de licença, taxa inicial ou franchise fee, e<br />

envolve um valor único inicial, na ocasião da assinatura<br />

do contrato de franquia.<br />

O pagamento da taxa de franquia, geralmente,<br />

garante aos franqueados o acesso a uma<br />

série de serviços, tais como (SEBRAE, 1996):<br />

• Programa completo de treinamento teórico<br />

e prático;<br />

• Assistência profissional na seleção e<br />

avaliação técnica do “ponto”;<br />

• Apoio na negociação e formalização do<br />

contrato de aluguel do “ponto”;<br />

• Assistência profissional no projeto arquitetônico<br />

e orientação da reforma do<br />

imóvel para adequá-lo aos padrões de<br />

visualização e layout da franquia;<br />

• Pacote especial de promoção local para<br />

a “grande inauguração” da franquia;<br />

• Manuais de operação do negócio;<br />

• Direito inicial de uso da marca do franqueador;<br />

Taxa de Royalties<br />

Os royalties envolvem um valor que o franqueado<br />

paga de forma periódica ao franqueador<br />

para remunerar o suporte e tecnologia que este<br />

continua a lhe prestar durante a duração do contrato.<br />

Geralmente é um percentual fixo, preestabelecido<br />

no contrato, aplicado sobre o faturamento<br />

bruto da franquia.<br />

Taxa de Propaganda e Promoção<br />

É uma taxa paga periodicamente (mensal<br />

ou anualmente) pelo franqueado para a formação<br />

de um fundo para divulgação (propaganda e<br />

publicidade) da marca, produtos e conceitos, inclusive<br />

da própria rede de franquia.<br />

Taxa de Serviço<br />

É uma taxa cobrada pelo franqueador para<br />

a realização de serviços extras (uma vez que os<br />

serviços normais são pagos pelos royalties).<br />

Taxa de Compras (também chamada de<br />

taxa de desenvolvimento)<br />

É cobrada por alguns franqueadores pelo<br />

uso de sua estrutura de compras e, às vezes, para<br />

desenvolvimento de produtos e/ou fornecedores,<br />

visando a manter a competitividade frente<br />

aos concorrentes.<br />

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43


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

5.5 Franquia versus Negócio Independente<br />

Algumas diferenças entre franquia e negócio independente, conforme o Sebrae (1996):<br />

Quadro 7 – Diferenças entre franquia e negócio independente – quanto ao produto ou serviço.<br />

Franquia<br />

• Oferece produtos ou serviços já desenvolvidos,<br />

testados e implantados no mercado, dependendo<br />

do tipo de franquia.<br />

• Oferece, de imediato, MARCA de produtos<br />

ou serviços, com boa aceitação de mercado,<br />

dependendo do tipo de franquia.<br />

• O franqueador tem liberdade limitada na<br />

escolha de produtos ou serviços, dependendo<br />

da modalidade de franquia, para evitar riscos de<br />

mercado.<br />

Negócio Independente<br />

• Requer know-how para criar produtos ou serviços,<br />

desenvolver, testar e implantar no mercado.<br />

• Requer tempo para conquistar a aceitação do<br />

mercado, de MARCA e de produtos ou serviços a<br />

serem comercializados.<br />

• O empreendedor tem plena liberdade para<br />

escolher produtos ou serviços, embora com riscos<br />

de mercado.<br />

Quadro 8 – Diferenças entre franquia e negócio independente – quanto à localização.<br />

Franquia<br />

• Fornece consultoria para escolha do local e<br />

arranjo físico da empresa, dependendo da<br />

modalidade de franquia.<br />

• A consultoria da franquia já é testada no<br />

mercado, dependendo do tipo de franquia e<br />

modalidade.<br />

• O custo da consultoria é menor que no<br />

negócio independente (economia de escala).<br />

Negócio Independente<br />

• Há a necessidade de contratação de consultoria<br />

externa, em caso de inexperiência do empreendedor.<br />

• É necessário testar a localização, de forma<br />

independente.<br />

• O custo da consultoria é maior que na franquia (custo<br />

unitário, independente).<br />

Quadro 9 – Diferenças entre franquia e negócio independente – quanto ao mercado.<br />

Franquia<br />

• Oferece a MARCA testada, experimentada e<br />

com aceitação de mercado, dependendo do<br />

tipo de franquia.<br />

• Fornece consultoria para pesquisa e<br />

conhecimento do mercado específico,<br />

dependendo do tipo de franquia, nos<br />

seguintes aspectos: área de atuação do<br />

produto ou serviço, público potencial,<br />

concorrentes, fornecedores, preços e<br />

comercialização, propaganda, publicidade,<br />

promoções, planejamento de marketing.<br />

• O custo da consultoria é menor que no<br />

negócio independente (economia de escala).<br />

Negócio Independente<br />

• Há necessidade de pesquisar MARCAS já testadas,<br />

experimentadas e com aceitação de mercado.<br />

• Há necessidade de contratação de consultoria<br />

externa, em caso de inexperiência do empreendedor<br />

para realizar pesquisas e estudos de mercado,<br />

referentes aos seguintes aspectos:<br />

• área de atuação;<br />

• produto ou serviço;<br />

• público potencial;<br />

• concorrentes;<br />

• fornecedores;<br />

• preços e comercialização;<br />

• propaganda, publicidade, promoções;<br />

• planejamento de marketing.<br />

• o custo da consultoria externa é maior que na<br />

franquia (custo unitário, independente).<br />

44<br />

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Quadro 10 – Diferenças entre franquia e negócio independente – quanto à administração de pessoal.<br />

<strong>Empreendedorismo</strong><br />

Franquia<br />

• Fornece consultoria em administração de<br />

pessoal (RH), incluindo aspectos legais<br />

e jurídicos, dependendo do tipo e da<br />

modalidade de franquia.<br />

• O custo da consultoria é menor que no<br />

negócio independente (economia de escala).<br />

Negócio Independente<br />

• Há a necessidade de contratação de consultoria<br />

externa, em administração de pessoal, incluindo<br />

aspectos legais e jurídicos, em caso de inexperiência<br />

do empreendedor.<br />

• É necessário testar métodos de administração de<br />

forma independente.<br />

• O custo da consultoria é maior que na franquia (custo<br />

unitário, independente).<br />

Quadro 11 – Diferenças entre franquia e negócio independente – quanto ao suprimento/máquinas e<br />

equipamentos.<br />

Franquia<br />

• Fornece consultoria para especificar<br />

material, máquinas e equipamentos<br />

e administrar a relação comercial<br />

com fornecedores, incluindo jurídica,<br />

dependendo da modalidade de<br />

franquia.<br />

• Compra por volumes, com menor custo<br />

unitário para o franqueado.<br />

• A consultoria da franquia já é testada<br />

no mercado, dependendo do tipo de<br />

franquia e modalidade.<br />

• O custo da consultoria é menor que no<br />

negócio independente (economia de<br />

escala).<br />

• A liberdade do franqueado é limitada,<br />

porém com menores riscos no mercado<br />

de fornecedores.<br />

Negócio Independente<br />

• Há necessidade de contratação de consultoria externa ou<br />

de bastante pesquisa pelo empresário na aquisição de<br />

suprimentos, máquinas e equipamentos, com o objetivo<br />

de obter menores custos.<br />

• Na administração da relação comercial com fornecedores,<br />

em caso de problemas jurídicos, o empresário assume<br />

responsabilidade integral.<br />

• Os custos unitários são maiores para empresário<br />

independente, pelo pequeno volume de compras.<br />

• É necessário testar tecnologia e custos de suprimentos,<br />

máquinas e equipamentos, de forma independente.<br />

• O custo da consultoria externa é maior que na franquia<br />

(custo unitário, independente).<br />

• O empresário tem total liberdade para seleção e aquisição,<br />

podendo enfrentar maiores riscos no mercado de<br />

fornecedores.<br />

Quadro 12 – Diferenças entre franquia e negócio independente – quanto às finanças.<br />

Franquia<br />

• Fornece consultoria em administração financeira,<br />

incluindo aspectos legais e jurídicos, dependendo<br />

do tipo e da modalidade de franquia.<br />

• A consultoria da franquia já é testada no mercado,<br />

dependendo do tipo de franquia e modalidade.<br />

• O custo da consultoria (taxas de franquia) é menor<br />

que no negócio independente (economia de<br />

escala).<br />

• Há liberdade limitada para o franqueado, com<br />

menores riscos.<br />

Negócio Independente<br />

• Há necessidade de contratação de consultoria<br />

externa, em administração financeira, incluindo<br />

aspectos legais e jurídicos, em caso de<br />

inexperiência do empreendedor.<br />

• É necessário testar métodos de administração de<br />

forma independente.<br />

• O custo da consultoria é maior que na franquia<br />

(custo unitário, independente).<br />

• Há liberdade total para o empresário, embora com<br />

grau de riscos.<br />

Saiba mais<br />

Você encontrará informações atualizadas sobre Franchising no site: www.portaldofranchising.com.br.<br />

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45


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

5.6 Resumo do Capítulo<br />

Caro(a) aluno(a),<br />

Neste capítulo estudamos os conceitos-chave do franchising ou modelo de franquia, ou seja: os<br />

tipos de franquias relacionados à Modalidade de Negócio: franquia Individual, franquia combinada e<br />

franquia shop in shop; relacionados à Atuação Geográfica: franquia máster, franquia unitária, franquia<br />

múltipla, franquia regional, franquia de desenvolvimento de área e franquia de representação e relacionados<br />

à Remuneração: franquia de distribuição, franquia pura e franquia mista.<br />

Pudemos conhecer as vantagens e desvantagens do franchising, tanto para o franqueador quanto<br />

para o franqueado;<br />

Descrevemos as taxas envolvidas no modelo de franquia: Taxa Inicial ou de Franquia, direito de fazer<br />

parte da rede de franquias do franqueador; Taxa de Royalties, para remunerar o suporte e tecnologia;<br />

Taxa de Propaganda ou de Promoção, para a formação de um fundo para divulgação; Taxa de Serviço,<br />

para a realização de serviços extras; e Taxa de compras ou desenvolvimento, pelo uso de sua estrutura de<br />

compras e, às vezes, para desenvolvimento de produtos e/ou fornecedores.<br />

Finalizamos com uma comparação entre o franchising e os negócios independentes: quanto ao<br />

produto ou serviço, quanto à localização, quanto ao mercado, quanto à administração de pessoal, quanto<br />

ao suprimento/máquinas e equipamentos e quanto às finanças.<br />

Vejamos como você fixou os conceitos, respondendo às perguntas.<br />

5.7 Atividades Propostas<br />

1. Qual é a maior rede de franquias do Brasil, segundo a Associação Brasileira de Franchising?<br />

2. Explique quais as taxas usualmente cobradas de um franqueado.<br />

46<br />

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6<br />

EMPRESA FAMILIAR: UMA INSTITUIÇÃO<br />

SINGULAR<br />

Prezado(a) aluno(a),<br />

Neste capítulo vamos considerar os aspectos<br />

gerais da empresa familiar, os principais problemas,<br />

tais como a sobreposição entre família e<br />

negócios. Também vamos aprender sobre os vários<br />

aspectos do envolvimento da família nos negócios,<br />

a cultura da empresa familiar, os papéis e<br />

as relações familiares, e finalizaremos com o problema<br />

da sucessão nos negócios familiares.<br />

6.1 Aspectos Gerais da Empresa Familiar<br />

De acordo com Longenecker et al. (1997, p.<br />

136), “uma empresa familiar é aquela em que a<br />

família tem um envolvimento especial. Tal negócio<br />

envolve uma sobreposição dos interesses de<br />

negócios (produção e lucratividade) e dos interesses<br />

da família (cuidados e educação).” O fato é<br />

que há vários aspectos que tornam a empresa familiar<br />

diferente de outros tipos de pequena e média<br />

empresa. Por exemplo, muitas vezes pode-se<br />

observar uma sobreposição de valores familiares<br />

e empresariais em fatores, como: na sua cultura e<br />

na tomada de decisões.<br />

Descrever uma empresa familiar é sempre<br />

levar em conta a propriedade ou outro envolvimento<br />

de dois ou mais membros de uma família<br />

na vida e funcionamento de uma organização. A<br />

natureza e a extensão desse envolvimento variam<br />

enormemente, e podem significar que membros<br />

da família podem trabalhar em tempo integral ou<br />

parcial. Longenecker et al. (1997, p. 135) também<br />

nos dão um bom exemplo: “em um pequeno restaurante,<br />

o empreendedor pode trabalhar como<br />

recepcionista e gerente, a esposa pode fazer a<br />

contabilidade e os filhos podem trabalhar na cozinha<br />

ou servindo aos clientes.”<br />

Outro aspecto distintivo da empresa familiar<br />

é que um negócio pode passar de uma geração<br />

para outra.<br />

6.2 Sobreposição entre Família e Negócios<br />

A empresa familiar é composta por uma<br />

família e uma empresa. E, embora sejam instituições<br />

separadas, acabam gerando uma superposição<br />

ou intersecção nos negócios, ou seja, os<br />

interesses da família de um lado e os do negócio<br />

do outro, afinal são diferentes no que diz respeito<br />

à composição de seus membros, de metas e valores<br />

próprios.<br />

É fácil perceber a diferença. Segundo<br />

Longenecker et al. (1997, p. 136), as diferenças<br />

entre elas são:<br />

a função primária da família relaciona-se<br />

com o cuidado e o sustento dos membros<br />

familiares, enquanto os negócios voltam-<br />

-se para a produção ou distribuição de<br />

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47


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

bens e/ou serviços. O objetivo da família<br />

é o máximo desenvolvimento possível de<br />

cada membro, independentemente das<br />

limitações em habilidades e do oferecimento<br />

de oportunidades e recompensas<br />

iguais para cada membro. O objetivo dos<br />

negócios é a lucratividade e a sua sobrevivência.<br />

Logicamente, estes são objetivos distintos<br />

e que podem ser fonte, tanto de harmonia (por<br />

se complementarem) quanto de conflito (quando<br />

são antagônicos). Essa sobreposição pode gerar<br />

tensões e conflitos potenciais que surgem entre a<br />

vida empresarial e a familiar. A verdade é que “os<br />

relacionamentos entre os membros da família em<br />

um negócio são mais sensíveis do que entre empregados<br />

sem parentesco”, afirma Longenecker<br />

et al. (1997, p. 137).<br />

Atenção<br />

Fica claro que a saúde e a sobrevivência da empresa<br />

familiar só são possíveis se houver um equilíbrio<br />

entre os negócios e os interesses próprios<br />

da família.<br />

6.3 Aspectos do Envolvimento da Família nos Negócios<br />

Há vantagens do envolvimento da família<br />

nos negócios, pois uma empresa familiar muitas<br />

vezes pode se beneficiar do forte compromisso<br />

dos membros da família para com o bem-estar<br />

dos negócios e da habilidade de gerenciamento<br />

para enfocar o potencial humano, a qualidade e<br />

as decisões de longo prazo.<br />

Outro aspecto positivo deriva da força das<br />

relações familiares, onde os laços familiares dão<br />

suporte à defesa da empresa, mesmo em circunstâncias<br />

difíceis, uma vez que os membros da família<br />

vão relutar em “abandonar o barco”, afinal o<br />

nome da família está em jogo, bem como a sua<br />

reputação.<br />

Por outro lado, também há desvantagens,<br />

tal como a tendência para colocar os interesses<br />

da família antes dos interesses do negócio, e o<br />

pior, misturar os dois interesses na operação do<br />

negócio, como, por exemplo, quando se fundem<br />

os aspectos financeiros da empresa e da família.<br />

Conforme Peter Davis, diretor da Wharton Applied<br />

Research Center na Wharton School, Filadélfia<br />

(apud LONGENECKER et al., 1997, p. 138), há<br />

três vantagens para a empresa familiar:<br />

1. Preservar o clima do local de trabalho.<br />

Uma empresa familiar pode<br />

demonstrar facilmente níveis mais<br />

elevados de preocupação e interesse<br />

pelos indivíduos do que aqueles encontrados<br />

na corporação típica.<br />

2. Enfocar o longo prazo. Uma empresa<br />

familiar pode deter-se na visão de<br />

longo prazo com mais facilidade que<br />

os gerentes corporativos que estão<br />

sendo julgados pelos resultados anuais.<br />

3. Enfatizar a qualidade. ‘As empresas<br />

familiares há muito mantêm a tradição<br />

de oferecer qualidade e valor ao<br />

consumidor.’<br />

48<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

6.4 A Cultura da Empresa Familiar<br />

Dicionário<br />

Cultura: o conjunto de valores, comportamentos e<br />

crenças de um grupo, que o identifica.<br />

É fato que qualquer negócio opera em linha<br />

com algum conjunto de valores, entretanto nos<br />

negócios familiares destacam-se aqueles valores<br />

defendidos pela família originadora do negócio,<br />

especialmente de seu(s) fundador(es). Muitas<br />

vezes esses valores familiares são até utilizados<br />

como diferencial competitivo pela empresa.<br />

Segundo certos autores, tal como W. Gibb<br />

Dyer Jr., professor em Brigham Young University,<br />

a cultura de uma empresa familiar inclui três segmentos:<br />

a cultura de negócio, a cultura de família<br />

e a cultura de condução da empresa ou do conselho<br />

de diretoria. Assim o Padrão da Empresa<br />

pode ser: Paternalista, Laissez-faire (descomprometido),<br />

Participativo e Profissional. Já o Padrão<br />

Familiar pode ser: Patriarcal, Colaborador ou<br />

Conflitante. E o Padrão de Condução dos Negócios<br />

pode ser: Burocrático, Consultivo, Supervisor,<br />

entre outros.<br />

6.5 Membros que não são da Família na Empresa Familiar<br />

Saiba mais<br />

No Brasil, segundo pesquisa realizada pela Prosperare,<br />

34%, das mil maiores empresas do ranking do<br />

jornal Valor Econômico, são controladas por famílias.<br />

Pode ser difícil manter a motivação de colaboradores<br />

que não são da família, uma vez que as<br />

oportunidades de promoção quase sempre são<br />

muito limitadas. Essa situação pode ser minimizada<br />

pela comunicação aberta a respeito da extensão<br />

e/ou limites dessas oportunidades.<br />

6.6 Papéis e Relações Familiares<br />

Conforme descreve Longenecker et al.<br />

(1997, p. 152),<br />

um relacionamento primário de família<br />

é aquele entre o fundador e o(a) filho(a)<br />

que pode sucedê-lo nos negócios. Os<br />

filhos, filhas, familiares não-consangüíneos<br />

e às vezes outros parentes têm a<br />

possibilidade de colaborar ou entrar em<br />

conflito com o fundador e entre si mesmos<br />

na operação dos negócios. O papel<br />

do cônjuge do fundador é especialmente<br />

importante, frequentemente como mediador<br />

entre o fundador e outros membros<br />

da família. Retiros e conselhos de<br />

família são usados por algumas famílias<br />

para aumentar a comunicação e lidar<br />

abertamente com papéis e interesses familiares<br />

relacionados ao negócio.<br />

Sem dúvida, os papéis e interesses familiares<br />

tornam o ambiente de uma empresa familiar<br />

muito mais complexo do que em qualquer outro<br />

tipo de empreendimento.<br />

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49


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

6.7 O Problema da Sucessão<br />

Há muitos exemplos de empresas familiares<br />

que se tornaram verdadeiros impérios nas mãos<br />

de seus fundadores, mas que foram totalmente<br />

aniquiladas na geração sucessora. O fato é que<br />

há grande verdade no ditado popular que diz:<br />

“pai rico, filho nobre, neto pobre.” Curiosamente,<br />

esse ditado pode ser encontrado em mais de 40<br />

idiomas, registrando a verdade universal que ele<br />

expõe, ou seja, muitas vezes o fundador (“o pai”)<br />

faz o extraordinário esforço inovador e cria um<br />

império, mas seu sucessor (“o filho”) apenas usufrui<br />

das vantagens financeiras da herança, muitas<br />

vezes “torrando-a” rapidamente e sem dar a devida<br />

atenção aos negócios, portando-se com um<br />

“nobre” (que não precisa trabalhar) e que leva a<br />

um final esperado: o próximo sucessor (“o neto”)<br />

recebe a empresa arruinada e dilapidada.<br />

Hoje em dia, especialmente entre os grandes<br />

grupos empresariais familiares, já há uma<br />

grande preocupação com esse fato, resultando<br />

em que o fundador busque envolver seu sucessor<br />

desde cedo na empresa, inclusive forçando a<br />

um melhor preparo dos filhos para a gigantesca<br />

missão de preservar a organização familiar para<br />

o futuro.<br />

6.8 Resumo do Capítulo<br />

Prezado(a) aluno(a),<br />

Neste capítulo aprendemos que há uma sobreposição de interesses em uma empresa familiar, ou<br />

seja, entre os interesses de negócios (produção e lucratividade) e os interesses da família (cuidados e<br />

educação), o pode gerar tensões e conflitos potenciais entre a vida empresarial e a familiar.<br />

Vimos a importância da cultura na empresa familiar, bem como a dificuldade em manter a motivação<br />

nos colaboradores que não são da família empreendedora.<br />

Assim, consideramos que também que há vantagens no envolvimento da família nos negócios,<br />

pois uma empresa familiar muitas vezes pode se beneficiar do forte compromisso dos membros da família<br />

para preservar os negócios, porém também há desvantagens, tais como colocar os interesses da<br />

família antes dos interesses do negócio e misturar os dois interesses na operação do negócio, como no<br />

caso de não se separar os aspectos financeiros.<br />

Finalizamos com o problema da sucessão nas empresas familiares, pois há muitos exemplos de<br />

empresas familiares que se tornaram verdadeiros impérios nas mãos de seus fundadores, mas que foram<br />

totalmente aniquiladas na geração sucessora e entendemos que há grande verdade no ditado popular<br />

que diz: “pai rico, filho nobre, neto pobre.”<br />

Caro(a) aluno(a), vamos avaliar seu conhecimento?<br />

50<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

6.9 Atividades Propostas<br />

1. Quais os benefícios e quais as desvantagens que resultam do envolvimento da família em um<br />

negócio? (LONGENECKER, 1997, p. 153)<br />

2. Identifique duas empresas familiares locais que podem ser descritas pelo conceito “pai rico,<br />

filho nobre, neto pobre”.<br />

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51


7<br />

CRIANDO O PLANEJAMENTO NA PME<br />

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo entenderemos<br />

como se pode criar o planejamento estratégico<br />

em uma PME, vamos começar a discussão?<br />

Vamos conhecer o processo integrado para<br />

se empreender. Também vamos estudar as alternativas<br />

estratégias providas pelos principais autores,<br />

tais como: as estratégias competitivas de<br />

Porter, as estratégias de crescimento de Ansoff e<br />

o grupo de outras estratégias chamadas de genéricas.<br />

Caro(a) aluno(a), note que, conforme Conforme<br />

Hirish, Peters e Shepherd (apud DORNE-<br />

LAS, 2001), empreender pode ser realizado como<br />

um processo integrado (Figura 7).<br />

Figura 7 – Processo integrado do empreender.<br />

Vamos entender o que está envolvido em<br />

cada etapa do processo integrado do empreendedor,<br />

segundo Hirish, Peters e Shepherd (apud<br />

Dornelas, 2001):<br />

• Identificar e avaliar a oportunidade<br />

••<br />

Criação e abrangência da oportunidade;<br />

••<br />

Valores percebidos e reais da oportunidade;<br />

••<br />

Riscos e retornos da oportunidade;<br />

••<br />

Oportunidade versus habilidades e<br />

metas pessoais;<br />

••<br />

Situação dos competidores.<br />

• Desenvolver o Plano de Negócios<br />

••<br />

Sumário Executivo;<br />

••<br />

Conceito do negócio;<br />

••<br />

Análise Estratégica;<br />

••<br />

Equipe de gestão;<br />

••<br />

Mercado e competidores;<br />

••<br />

Estrutura e operação;<br />

••<br />

Plano Financeiro;<br />

••<br />

Anexos.<br />

• Determinar e captar os recursos necessários:<br />

••<br />

Recursos pessoais;<br />

••<br />

Recursos de amigos e parentes;<br />

••<br />

Angels (“Anjos”);<br />

••<br />

Capitalistas de risco;<br />

••<br />

Bancos;<br />

••<br />

Governo;<br />

••<br />

Incubadoras.<br />

• Gerenciar a empresa criada:<br />

••<br />

Estilo de gestão;<br />

••<br />

Fatores críticos de sucesso;<br />

••<br />

Identificar problemas atuais e potenciais;<br />

••<br />

Implementar um sistema de controle;<br />

••<br />

Profissionalizar a gestão;<br />

••<br />

Entrar em novos mercados.<br />

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53


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

Dicionário<br />

Angels (“Anjos”): Pode ser uma pessoa física ou jurídica<br />

que investe em outras empresas que estão<br />

iniciando suas atividades e que está disposto a correr<br />

riscos, vislumbrando ganhos financeiros futuros<br />

com o crescimento da empresa.<br />

Esse modelo inicia com a ação óbvia de<br />

identificar uma oportunidade de mercado ainda<br />

não atendida ou atendida de maneira inadequada<br />

pelo mercado, passa pelo uso da mais importante<br />

ferramenta do empreendedor, ou seja, o Plano de<br />

Negócios, pela busca dos recursos adequados, e<br />

finaliza pela estrutura de gestão necessária para<br />

assegurar o sucesso do empreendimento.<br />

7.1 Alternativas Estratégicas<br />

Um fator crítico de sucesso de uma PME é<br />

estabelecer suas estratégias corretamente, e isto<br />

envolve definir o negócio escolhido, quais os<br />

objetivos, de curto e médio prazo, quais as vantagens<br />

competitivas sustentadas que serão aproveitadas.<br />

Naturalmente, a estratégia varia amplamente<br />

de uma empresa para outra e há tantas<br />

estratégias quanto existem empresas.<br />

Afinal há muitas variáveis envolvidas, tais<br />

como:<br />

• Se preferem dedicar-se a um único negócio<br />

ou se têm diferentes unidades de<br />

negócios;<br />

• Se gostam de arriscar e explorar novos<br />

negócios;<br />

• Se preferem enfrentar agressivamente<br />

os concorrentes ou se são cautelosas e<br />

preferem evitar o risco e o confronto;<br />

• Se procuram ter uma forte identidade<br />

própria ou se preferem trabalhar com<br />

commodities, ou seja, produtos absolutamente<br />

iguais aos dos concorrentes;<br />

• Se preferem ser pioneiras ou ser seguidoras.<br />

De acordo do Maximiano (2006, p. 55), felizmente,<br />

podemos nos beneficiar dos diversos autores<br />

que estudaram e catalogaram as estratégias<br />

empresariais genéricas, assim chamadas porque<br />

se aplicam a qualquer empresa. Entretanto esse<br />

autor adverte: “as estratégias resultam de criatividade<br />

e não de procedimentos formais.”<br />

Assim, apesar de ser muito valioso estudar<br />

as muitas alternativas estratégias existentes, a<br />

grande diferença será a habilidade em identificar<br />

quais delas podem ser realmente úteis ao negócio<br />

em avaliação (novo ou existente) e isto só será<br />

possível se houver um profundo conhecimento<br />

dos pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades,<br />

tanto do negócio em si quanto do(s)<br />

próprio(s) empreendedor(es).<br />

No Quadro 13, a seguir, é possível observar<br />

o que Maximiano (2006) chama de Catálogo<br />

de Estratégias Genéricas, ou seja, que podem ser<br />

aplicadas a qualquer modelo.<br />

54<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

Quadro 13 – Catálogo de estratégias genéricas.<br />

Estratégias<br />

competitivas de<br />

Porter<br />

Estratégias de<br />

crescimento de<br />

Ansoff<br />

Inovação<br />

Oportunidade<br />

Estabilidade<br />

Redução de<br />

despesas<br />

Reação<br />

Cooperação<br />

Produtos ou serviços<br />

Foco = estratégia de<br />

Grupo de clientes<br />

nicho ou concentração<br />

Mercados Geográficos<br />

Diferenciação = projeção de forte identidade própria<br />

Liderança do custo = produto ou serviço de menor preço<br />

Penetração no mercado = exploração de mercados existentes com produtos existentes<br />

Desenvolvimento de mercado = exploração de novos mercados com produtos<br />

existentes<br />

Desenvolvimento de produto = exploração de mercados existentes com novos<br />

produtos<br />

Diversificação = exploração de novos mercados com novos produtos<br />

Liderança do processo de criação de novos produtos<br />

Aproveitamento de determinadas situações ou períodos<br />

Manutenção do nível de desempenho atual<br />

Diminuição de custos e eliminação de desperdícios<br />

Ação dependente do comportamento dos concorrentes<br />

União de forças com os concorrentes<br />

Atenção<br />

Qualquer que seja a opção estratégica escolhida, ela deve ser precedida de um minucioso planejamento e<br />

mecanismos de controle, visando a assegurar sua aplicabilidade.<br />

7.2 Estratégias Competitivas de Porter<br />

Michael Porter propõe três estratégias competitivas:<br />

foco, diferenciação e liderança do custo.<br />

Foco<br />

Essa estratégia empresarial também é chamada<br />

de estratégia de nicho ou de concentração,<br />

e tem como conceito escolher um tipo específico<br />

de cliente ou segmento de mercado e concentrar-<br />

-se nele, atendê-lo da melhor maneira possível.<br />

Em outras palavras, essa estratégia do foco busca<br />

a especialização no atendimento do nicho, que<br />

pode ser:<br />

• Produtos ou serviços em particular;<br />

• Grupos específicos de clientes;<br />

• Mercados geográficos específicos.<br />

Diferenciação<br />

Essa estratégia visa a destacar as diferenças<br />

competitivas de um produto ou serviço, procurando<br />

projetar uma forte identidade própria para<br />

os mesmos de modo a se distinguir claramente<br />

dos concorrentes.<br />

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55


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

Para tanto, diz Maximiano (2006) acerca de<br />

Porter: “é preciso criar e divulgar uma ou mais<br />

vantagens competitivas, como qualidade, serviço,<br />

prestígio para o consumidor, estilo do produto<br />

ou aspecto das instalações.”<br />

Liderança do custo<br />

sim buscar reduzir o custo o máximo possível, seja<br />

através de tecnologia e da eficiência dos processos<br />

produtivos, seja por obter fontes de matéria-<br />

-prima em melhores condições do que os concorrentes.<br />

Normalmente se utilizam dessa estratégia<br />

as empresas que trabalham com commodities, ou<br />

seja, produtos sem diferenciação perceptível.<br />

Nessa estratégia, ação busca oferecer um<br />

produto ou serviço mais barato do que a concorrência.<br />

A questão central não é o preço em si, mas<br />

7.3 Estratégias de Crescimento<br />

A estratégia do crescimento, geralmente, é<br />

utilizada por empresas que estão continuamente<br />

procurando novas oportunidades no mercado e<br />

enfrentam as ameaças emergentes. O crescimento<br />

pode ocorrer quando a percepção da qualidade<br />

dos produtos e serviços faz com que as pessoas<br />

continuem comprando da empresa, o que<br />

pode aumentar a reputação da qualidade, que,<br />

por sua vez, amplia a base de compradores e faz<br />

com que a empresa continue crescendo.<br />

Outras estratégias de crescimento podem<br />

ser:<br />

• Compra de concorrentes, fornecedores<br />

ou distribuidores;<br />

• Ingresso em outros ramos de negócios<br />

(às vezes por meio da compra de empresas);<br />

• Estabelecimento de parcerias com empresas<br />

de ramos de negócios complementares.<br />

Matriz de Ansoff<br />

Uma importante ferramenta estratégica, a<br />

Matriz de Ansoff (Quadro 14), analisa duas variáveis<br />

do crescimento: o produto e o mercado, classificando<br />

as estratégias empresariais em quatro<br />

categorias: penetração no mercado, desenvolvimento<br />

de mercado, desenvolvimento de produto<br />

e diversificação.<br />

Quadro 14 – Matriz de Ansoff.<br />

MERCADOS<br />

Tradicionais<br />

Tradicionais<br />

Penetração de mercado<br />

PRODUTOS<br />

Novos<br />

Desenvolvimento de<br />

produto<br />

Novos Desenvolvimento de mercado Diversificação<br />

56<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

Penetração no mercado<br />

É a estratégia de explorar produtos tradicionais<br />

em um mercado tradicional, vendendo cada<br />

vez mais para os mesmos clientes, sendo bastante<br />

usada pelas empresas de produtos de consumo,<br />

da indústria da alimentação e dos cartões<br />

de crédito. Uma forma de fazer a penetração no<br />

mercado é por meio de esquemas de fidelização<br />

de clientes.<br />

Desenvolvimento de mercado<br />

É a estratégia de explorar um mercado novo<br />

com produtos tradicionais. Esta é uma estratégia<br />

adequada quando o mercado tradicional está<br />

saturado ou quando surge uma oportunidade<br />

em outro mercado.<br />

Desenvolvimento de produto<br />

É a estratégia de explorar mercados tradicionais<br />

com produtos novos. É apropriado quando<br />

há necessidades não atendidas ou potencial<br />

de demanda (poder de compra) no mercado tradicional.<br />

Diversificação<br />

É a estratégia de explorar novos mercados<br />

com novos produtos. É uma estratégia apropriada<br />

quando o mercado tradicional de outras empresas<br />

é atrativo e a empresa tem recursos para<br />

explorá-lo.<br />

Dicionário<br />

Diversificação: nesse contexto, significa criar variação,<br />

ou seja, ampliar a atuação organizacional.<br />

7.4 Outras Estratégias Genéricas<br />

Estratégia de inovação<br />

É a estratégia de liderar o processo de criar<br />

novos produtos e serviços. Embora seja mais usada<br />

por empresas recém-criadas, que se baseiam<br />

em um produto ou serviço inovador, até então<br />

inexistente, também pode ser vista em grandes<br />

corporações que se reinventam continuamente.<br />

Estratégia da oportunidade<br />

É a estratégia de aproveitar determinados<br />

períodos sazonais ou situações especiais, como<br />

datas especiais.<br />

Estratégia da estabilidade<br />

É uma estratégia defensiva, característica<br />

das empresas que não querem mudar seu foco de<br />

ação, ou porque são altamente especializadas, ou<br />

não gostam de mudanças, ou ainda porque estão<br />

em um segmento estagnado, que não oferece novas<br />

oportunidades.<br />

Estratégia de redução de despesas<br />

É a estratégia das organizações que estão<br />

ameaçadas e com comprometimento de sua eficiência.<br />

As medidas usadas para reduzir despesas<br />

podem ser: eliminação de linhas de produtos, redução<br />

da força de trabalho, desinvestimento, ou<br />

venda de negócios para empresas concorrentes,<br />

ou ainda liquidação de negócios, com encerramento<br />

de operações e a venda dos ativos.<br />

Estratégia de reação<br />

É a estratégia de agir em resposta ao comportamento<br />

dos concorrentes. Essa reação pode<br />

ser proposital, quando a empresa espera primeiro<br />

a ação dos concorrentes, para então agir. Mas<br />

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57


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

também pode ser uma simples resposta a uma<br />

inovação dos concorrentes e à perda de competitividade.<br />

Estratégia de cooperação<br />

É a chamada aliança estratégica, ou seja, é<br />

uma associação em que duas ou mais empresas<br />

buscam alguma vantagem ou sinergia, que seria<br />

muito difícil de ser obtida isoladamente.<br />

Estas e outras ações estratégicas implicam<br />

em um detalhado processo de avaliação prévia<br />

do mercado e de um diagnóstico interno da empresa,<br />

visando a encontrar a melhor ferramenta<br />

ou filosofia para estabelecer o curso de ação da<br />

organização. Qualquer que seja a opção estratégica<br />

escolhida, ela deve ser precedida de um minucioso<br />

planejamento e mecanismos de controle,<br />

visando a assegurar sua aplicabilidade.<br />

Saiba mais<br />

O Sebrae provê uma biblioteca com grande acervo<br />

de textos e experiências em estratégia empresarial.<br />

Acesse http://www.sebrae.com.br/ e digite “estratégia”<br />

no campo de busca.<br />

7.5 Resumo do Capítulo<br />

Caro(a) aluno(a),<br />

Neste capítulo estudamos o processo integrado para se empreender, que envolve quatro fases:<br />

identificar e avaliar a oportunidade, desenvolver o Plano de Negócios, determinar e captar os recursos<br />

necessários e gerenciar a empresa criada.<br />

Também conhecemos as alternativas estratégicas: as estratégias competitivas de Porter (a estratégia<br />

de liderança de custos, a estratégia de diferenciação e a estratégia de foco), as estratégias de crescimento<br />

de Ansoff (penetração de mercado, desenvolvimento de mercado, desenvolvimento de produto e<br />

diversificação), bem como o grupo de outras estratégias chamadas de genéricas: estratégia de inovação<br />

(liderar o processo de criar novos produtos e serviços), estratégia de oportunidade(aproveitar determinados<br />

períodos sazonais ou situações especiais, como datas especiais), estratégia de estabilidade (estratégia<br />

defensiva), estratégia de redução de despesas (a estratégia das organizações que estão ameaçadas e com<br />

comprometimento de sua eficiência), estratégia de reação (agir em resposta ao comportamento dos concorrentes)<br />

e estratégia de cooperação (parcerias estratégicas).<br />

Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.<br />

7.6 Atividades Propostas<br />

1. A estratégia de oportunidade visa a aproveitar determinados períodos sazonais ou situações<br />

especiais, cite 3 datas que podemos utilizar a estratégia de oportunidade?<br />

2. Explique o Processo integrado do empreendedor.<br />

58<br />

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8<br />

AMBIENTES DE NEGÓCIOS<br />

Caro(a) aluno(a),<br />

Neste capítulo abordaremos os chamados<br />

ambientes de negócios, descritos como macroambiente<br />

e microambiente, vamos iniciar a discussão?<br />

De uma forma geral, a análise dos ambientes<br />

de negócios é fundamental para o sucesso das<br />

iniciativas empreendedoras. Essa análise envolve<br />

o macroambiente, isto é, o ambiente geral e o<br />

microambiente, o mais específico e imediato. O<br />

entendimento desses ambientes é fundamental<br />

para o sucesso de um empreendimento<br />

As empresas não se bastam por si só, não<br />

vivem isoladas. Elas operam no ambiente vasto e<br />

complexo representando a sociedade, a nação, o<br />

cenário mundial.<br />

Devido ao tamanho desse ambiente, separamos<br />

em dois estratos diferentes. O maior é o<br />

ambiente geral ou macroambiente, o outro, mais<br />

imediato, é o microambiente.<br />

Muitas vezes o sucesso de um empreendimento<br />

está condicionado às visões e entendimentos<br />

desses ambientes.<br />

Reconhecer as tendências e necessidades<br />

não atendidas de um determinado público-alvo<br />

pode gerar uma oportunidade de negócio e transformar<br />

essas ações em lucros para as empresas.<br />

Segundo Philip Kotler, as empresas poderiam<br />

ganhar uma fortuna se encontrassem a cura<br />

do câncer, desenvolvessem curas químicas para<br />

doenças mentais, dessalinizassem a água do mar,<br />

desenvolvessem alimentos nutritivos e saborosos<br />

que não engordassem, criassem carros elétricos<br />

práticos e construíssem moradias a preços mais<br />

acessíveis.<br />

Para identificar uma oportunidade é necessário<br />

entender as tendências que se formam no<br />

ambiente. Tendência é a sinalização de determinada<br />

direção à sequencia de eventos que têm determinados<br />

impulsos e durações, é mais previsível<br />

e duradoura e pode se manter por muito tempo.<br />

Atenção<br />

Existem diferenças básicas entre modismos, tendências<br />

e as chamadas megatendências. Modismo<br />

é fruto de algo de curta duração e não tem<br />

quase nenhum significado social, político e econômico.<br />

Alguns empreendedores podem obter<br />

lucros com modismos, mas isso é mais uma questão<br />

de sorte e senso de oportunidade.<br />

Já as grandes mudanças sociais, econômicas,<br />

políticas e tecnológicas que se formam lentamente<br />

e, uma vez estabelecidas, nos influenciam<br />

por cerca de sete a dez anos, ou mais, são chamadas<br />

por John Naisbitt de megatendências. As dez<br />

megatendências que Naisbitt (1990) identificou<br />

são:<br />

1. A explosão da economia global;<br />

2. O renascimento das artes;<br />

3. O surgimento do socialismo de livre<br />

mercado;<br />

4. Estilos de vida globais e nacionalismo<br />

cultural;<br />

5. A privatização do sistema de seguridade<br />

social;<br />

6. A ascensão dos países da orla asiática<br />

do Pacífico;<br />

7. A década das mulheres na liderança;<br />

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59


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

8. A era da biologia;<br />

9. A revitalização da religião no novo milênio;<br />

10. O triunfo do indivíduo.<br />

Um empreendedor tem que estudar as tendências<br />

e megatendências cuidadosamente, pois<br />

possivelmente obterá maior sucesso quem estiver<br />

em sintonia com essas tendências.<br />

Saiba mais<br />

Quando analisamos o ambiente de negócios, podemos<br />

determinar os Pontos Fortes e Pontos Fracos<br />

e Ameaças e Oportunidades para nossa empresa, a<br />

chamada análise de SWOT.<br />

8.1 Macroambiente<br />

É o ambiente geral, tudo aquilo que não<br />

depende da empresa, também chamado de variáveis<br />

incontroláveis, quais sejam: variáveis econômicas,<br />

sociais, tecnológicas, culturais, legais e<br />

ecológicas. Todas essas variáveis causam impactos,<br />

e elas estão intimamente ligadas à empresa,<br />

por isso ambiente geral ou macroambiente.<br />

As empresas, seus fornecedores, intermediários,<br />

clientes, concorrentes e público-alvo orbitam<br />

em um macroambiente de forças e tendências<br />

que dão as oportunidades e ameaças, conforme<br />

vimos anteriormente. Por representarem fatores<br />

não controláveis, a empresa precisa monitorar e<br />

responder a esses fatores. Hoje todas as empresas<br />

e seus clientes são afetados por forças globais:<br />

• Aceleração do transporte, das comunicações<br />

e transações financeiras internacionais<br />

leva ao rápido crescimento do<br />

comércio mundial e dos investimentos;<br />

• O crescimento econômico de diversos<br />

países asiáticos nos mercados mundiais;<br />

• Formação e fortalecimentos de blocos<br />

econômicos, como União Europeia e o<br />

Nafta;<br />

• Aumento do endividamento de vários<br />

países, juntamente com a crescente fragilidade<br />

do sistema financeiro internacional;<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Privatização de empresas estatais;<br />

Disseminação dos estilos de vida<br />

globalizados;<br />

Crescente número de alianças estratégicas<br />

entre corporações (empresas);<br />

Aumento de conflitos étnicos e religiosos<br />

em alguns países e regiões;<br />

Internacionalização de diversas<br />

marcas.<br />

Variáveis econômicas<br />

Estão relacionadas com os eventos econômicos,<br />

recessão, aquecimento e desaquecimento,<br />

balança comercial, renda per capita, produto,<br />

população, PIB etc. Essas variáveis afetam diretamente<br />

o negócio, independentemente do tamanho<br />

da empresa.<br />

Dicionário<br />

PIB: sigla de Produto Interno Bruto, que a soma do<br />

valor de todos os serviços e bens de um de terminado<br />

país ou região.<br />

60<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

Ter um produto que atenda às necessidades<br />

dos consumidores pode ser de pouco valor<br />

se eles não forem capazes de comprá-lo. A capacidade<br />

de compra está relacionada com a renda,<br />

que consiste em renda bruta, disponível e discricionária.<br />

Renda bruta é a quantia total de dinheiro<br />

que uma pessoa, um domicílio ou unidade familiar,<br />

obtém durante um determinado período de<br />

tempo, como, por exemplo, um ano ou mês.<br />

O segundo componente da renda, a renda<br />

disponível, é o dinheiro que sobra depois de<br />

pagar impostos, alimentação, moradia, roupas,<br />

transporte, educação.<br />

Já renda discricionária é a sobra após o pagamento<br />

de impostos e itens de necessidades básicas.<br />

A renda discricionária é utilizada para consumir<br />

produtos de luxo.<br />

Claro que temos um problema na definição<br />

de discricionário e disponível, que tem como<br />

principal causa a definição do que é luxo e do que<br />

é necessidade básica.<br />

Variáveis sociais<br />

As variáveis sociais englobam as características<br />

demográficas da população e seus valores.<br />

Mudanças nessas variáveis podem ter um impacto<br />

muito forte nos negócios do empreendedor.<br />

É importante destacar que demografia é<br />

a descrição de uma população de acordo com<br />

características selecionadas, como idade, gênero,<br />

etnia, renda e ocupação.<br />

Para entendermos melhor as características<br />

demográficas e os impactos que poderão surgir,<br />

veremos a visão de Roger A. Kerin sobre a população<br />

mundial.<br />

Segundo Kerin (2008), a maioria das recentes<br />

estimativas indica que atualmente existem 6,3<br />

bilhões de pessoas no mundo, e é provável que<br />

a população cresça para 9 bilhões em 2050. Embora<br />

esse crescimento tenha levado à explosão<br />

populacional, o aumento não ocorreu em todo<br />

o mundo, ele se desenvolveu principalmente em<br />

países da África, Ásia e América Latina. De fato, é<br />

previsto que a Índia possua a maior população do<br />

mundo em 2050, com 1,6 bilhões de pessoas, e a<br />

China estará bem próxima no segundo lugar com<br />

1,3 bilhões de pessoas. Outra importante tendência<br />

global é a mudança da estrutura etária da população<br />

mundial.<br />

Espera-se que o número de pessoas acima<br />

de 64 anos suba nas próximas décadas, enquanto<br />

o número de jovens cresça a uma taxa muito menor.<br />

Mas, a magnitude dessa tendência varia para<br />

cada região, e em países desenvolvidos espera-se<br />

enfrentar o maior crescimento das taxas do grupo<br />

da terceira idade. Os níveis da renda global e de<br />

padrões de vida também estão aumentando, embora<br />

as médias dos países sejam bem diferentes.<br />

Assim como o perfil etário da população<br />

mudou, o mesmo ocorreu com a estrutura dos lares.<br />

Um estudo sobre o lar norte-americano mostrou<br />

que, em 1960, 75% de todos os domicílios<br />

consistiam de casais casados. Atualmente, esse<br />

tipo de lar corresponde a somente 50% da população.<br />

Apenas 25% dos lares são formados por<br />

casais casados com filhos, e em somente 10% são<br />

lares formados com pais que trabalham e mães<br />

que ficam em casa. Alguns dos lares em mais rápida<br />

expansão são os formados por um único indivíduo,<br />

os de pais ou mães solteiros.<br />

Variáveis tecnológicas<br />

Tem sido uma poderosa impulsionadora de<br />

novos negócios e uma alavanca para novas necessidades<br />

de mercado. Nossa sociedade está em<br />

um período de grandes mudanças tecnológicas.<br />

A tecnologia, a terceira variável macroambiental,<br />

refere-se às invenções ou inovações da ciência<br />

aplicada ou da pesquisa de engenharia. Cada<br />

nova onda de inovação tecnológica pode substituir<br />

produtos existentes e até empresas inteiras.<br />

As mudanças tecnológicas são resultados<br />

de pesquisas e, por isso, é difícil de serem previstas.<br />

Contudo, algumas das mais dramáticas mudanças<br />

tecnológicas que estão ocorrendo agora<br />

englobam:<br />

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61


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

• Avanços na nanotecnologia, a ciência<br />

da eletrônica incrivelmente pequena,<br />

levarão a microprocessadores menores,<br />

células de combustível eficientes e sensores<br />

de detecção de câncer;<br />

• Televisores e programação de alta definição<br />

se tornarão o padrão para a indústria;<br />

• Nos próximos anos, quase 50% de todas<br />

as chamadas telefônicas poderão<br />

ser feitas pela internet.<br />

O poder da tecnologia pode ser mais bem<br />

ilustrado pelo rápido crescimento do mercado<br />

eletrônico, um ambiente de troca eletrônica fundamentado<br />

em informação e em comunicação,<br />

ocupado principalmente por sofisticadas tecnologias<br />

de telecomunicações e de computação e<br />

por ofertas digitais. Qualquer atividade que utilize<br />

alguma forma de comunicação eletrônica no<br />

estoque, na troca, na propaganda, na distribuição<br />

e no pagamento de bens e serviços é frequentemente<br />

chamada de comércio eletrônico.<br />

Atualmente, as tecnologias de rede são usadas<br />

para tudo, desde o preenchimento de relatórios<br />

de despesas, para monitorar as vendas diárias,<br />

até o compartilhamento de informação com<br />

empregados e a comunicação instantânea com<br />

fornecedores.<br />

Variáveis culturais<br />

Variáveis culturais incorporam o conjunto<br />

de valores, ideias e atitudes que são aprendidas e<br />

compartilhadas entre os membros de um grupo.<br />

Uma das mais notáveis mudanças culturais dos<br />

últimos trinta anos ocorreu nas atitudes e papéis<br />

desempenhados por homens e mulheres no mercado.<br />

De fato, alguns especialistas preveem que<br />

essa tendência continuará eventualmente exigindo<br />

pouquíssimas diferenças entre os padrões de<br />

compras de homens e mulheres. Provavelmente<br />

suas mães e avós se lembrem das propagandas<br />

voltadas para elas que se concentravam nas características<br />

de produtos domésticos, como sabão<br />

que deixavam as roupas mais brancas. Nos<br />

anos de 1970 e 1980, os anúncios começaram a<br />

criar uma ponte entre os gêneros, com mensagens<br />

como: “forte suficiente para homem, mas<br />

feito para mulher”. Nos anos de 1990 os esforços<br />

publicitários se concentravam no desafio de equilibrar<br />

os interesses familiares e profissionais das<br />

mulheres.<br />

Desde então, mulheres e homens têm encorajado<br />

o lento movimento em direção à igualdade<br />

no mercado. Como resultado, a chamada<br />

Geração Y representa a primeira geração de mulheres<br />

que não tem memória coletiva das dramáticas<br />

mudanças pelas quais passaram.<br />

A cultura também engloba valores que variam<br />

com a idade, mas tendem a ser muito semelhante<br />

para homens e mulheres. Todas as faixas<br />

etárias, por exemplo, elegem “proteção à família”<br />

e “honestidade” como os valores mais importantes.<br />

Os consumidores abaixo de 20 anos colocam<br />

“amizade” em terceiro lugar, enquanto os grupos<br />

de 20 a 29 e 30 e 39 posicionam “autoestima” e<br />

“saúde e atividades físicas” em terceiro lugar, respectivamente.<br />

Esses valores estão refletidos no<br />

crescimento de produtos e de serviços que os<br />

consumidores acreditam serem consistentes com<br />

eles.<br />

Variáveis político-legais<br />

Constituem o conjunto de leis, normas e<br />

grupos de pressão que influenciam e regulam<br />

as atividades dos negócios, seja negócio local ou<br />

quando envolve comércio exterior. A legislação<br />

pode ser municipal, estadual e federal, às quais a<br />

empresa deve obedecer. Todas as empresas são<br />

fortemente afetadas por mudanças nas variáveis<br />

político-legais. Recentemente com a queda da<br />

Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira<br />

(CPMF), o governo federal lançou mão<br />

de medida provisória aumentando a alíquota do<br />

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da<br />

Contribuição Social sobre Lucro (CSSL) dos bancos.<br />

Essas medidas impactaram nas mudanças de<br />

operações de financiamentos de veículos, motos,<br />

62<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

entre outros. Assim, tanto empresas quanto consumidores<br />

sofreram com essas mudanças.<br />

Às vezes algumas leis podem criar novas<br />

oportunidades e negócios. Por exemplo, se fosse<br />

obrigatória a reciclagem do lixo doméstico,<br />

abririam novas oportunidades de negócios,<br />

incitando a criação de dezenas ou centenas de<br />

empresas.<br />

As leis também têm um papel importantíssimo<br />

no mundo dos negócios, pois têm três propósitos<br />

centrais:<br />

• Proteger as empresas da concorrência<br />

desleal;<br />

• Proteger os consumidores de práticas<br />

de negócio desleais;<br />

• Proteger os interesses da sociedade do<br />

comportamento desleal das empresas.<br />

Os grupos de pressão ou interesses aumentaram<br />

nas últimas décadas. Os chamados comitês<br />

de ação popular servem para pressionar governos,<br />

executivos e empreendedores a prestar mais<br />

atenção aos direitos do consumidor, da mulher,<br />

do idoso e das minorias.<br />

Está claro que novas leis e o crescente número<br />

de grupos de pressão impuseram mais restrições<br />

aos empreendedores. É necessário pensar<br />

nessas influências quando da elaboração do plano<br />

de negócios.<br />

Variáveis ecológicas<br />

Segundo Sarda (1998), em sua dissertação<br />

de mestrado para a Universidade Federal<br />

de Santa Catarina (UFSC), as variáveis ecológicas<br />

referem-se à situação ecológica geral que cerca<br />

a organização (HALL, 1984 apud SARDA, 1998),<br />

incluindo as condições físicas e geográficas (tipo<br />

de terreno, clima, vegetação etc.) e sua utilização<br />

pelo homem.<br />

Oliveira (1988 apud SARDA, 1998) e Vasconcellos<br />

Filho (1985 apud SARDA, 1998) citam como<br />

componentes das variáveis ecológicas o nível de<br />

desenvolvimento ecológico; o índice de poluição<br />

(sonora, atmosférica, hidrológica, visual); e a legislação<br />

sobre uso do solo e meio ambiente. Vasconcellos<br />

Filho (1985 apud SARDA, 1998) lembra que<br />

existem outros componentes a serem considerados<br />

de acordo com o âmbito de atuação de cada<br />

organização.<br />

Podem-se considerar essas variáveis ecológicas<br />

sob dois aspectos: ecologia natural e ecologia<br />

social (HALL, 1984 apud SARDA, 1998).<br />

A ecologia natural diz que as organizações<br />

operam dentro de ecossistemas naturais e físicos<br />

que podem, em algum grau, serem modificados<br />

pelo homem; ou seja, trata especificamente dos<br />

aspectos ecológicos relacionados ao efeito sobre<br />

os seres vivos (STONER, 1985 apud SARDA, 1998).<br />

As relações entre as organizações e a ecologia ficam<br />

mais evidentes com a recente preocupação<br />

com o sistema ecológico total (HALL, 1984 apud<br />

SARDA, 1998). Há alguns anos, a ecologia não era<br />

considerada um componente ambiental importante,<br />

talvez em decorrência da industrialização<br />

brasileira ainda incipiente.<br />

Hall (1984 apud SARDA, 1998) comenta que<br />

um aspecto mais sutil das condições ecológicas<br />

é que o ambiente afeta as organizações. O clima<br />

e a geografia, por exemplo, estabelecem limites<br />

sobre a forma como as organizações distribuem<br />

seus recursos. Quando uma organização está distante<br />

de seu mercado ou clientes, os custos de<br />

transportes e comunicação se elevam. Devem-se<br />

considerar como limites de uma organização até<br />

mesmo despesas de aquecimento e refrigeração.<br />

Já a ecologia social trata das condições<br />

decorrentes da proximidade de outras organizações.<br />

Hall (1984 apud SARDA, 1998) explica que as<br />

organizações com quem uma organização mantém<br />

contatos e relações e o ambiente em que se<br />

localiza constituem elementos que compõem o<br />

sistema social ecológico da mesma. Observa, ainda,<br />

que em uma área urbana a probabilidade de<br />

contatos de uma organização com outras é maior<br />

do que em uma área rural.<br />

A Revista Veja edição 2043, de 16 de janeiro<br />

de 2008, trouxe uma breve análise da relação entre<br />

as forças naturais (ecologia) e o ser humano.<br />

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63


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

Descreve que o francês Victor Hugo (1802-1885)<br />

escreveu, em um célebre ensaio sobre William<br />

Shakespeare, que “Deus se manifesta de duas maneiras<br />

– primeiro, pela natureza e, segundo, pelo<br />

engenho humano.” Perfeito. Ocorre que nem sempre<br />

o encontro dessas duas manifestações divinas<br />

é muito colaborativo. Ao contrário. A história da<br />

vida civilizada nada mais é do que a sucessão de<br />

quedas de braço travadas entre o homem e a natureza,<br />

com vitórias parciais de ambos os lados.<br />

Como resultados, existem hoje amplos recursos<br />

tecnológicos para evitar que os humores naturais<br />

atormentem a vida das pessoas e das nações. Mas<br />

temos cenários completamente oposto, nos quais<br />

a natureza vem ganhando do homem; peguemos<br />

como exemplo a dependência elétrica do Brasil<br />

em relação às chuvas. A falta de investimentos no<br />

setor de geração de energia elétrica e a dependência<br />

de geração sobre as hidrelétricas deixam o<br />

país refém do regime de chuvas, do qual a natureza<br />

é soberana.<br />

8.2 Microambiente<br />

É o nicho onde a empresa se situa e procura<br />

estabelecer domínio. É onde estão os mercados<br />

imediatos, nos quais a empresa se utiliza para obter<br />

recursos e comercializar seus produtos/serviços.<br />

É onde ocorre entrada de recursos e saída de<br />

produtos. O microambiente pode ser dividido em<br />

quatro setores distintos.<br />

Fornecedores<br />

São empresas e pessoas que fornecem recursos<br />

ou insumos para o negócio, assim como<br />

recursos financeiros (capital, financeiro, investimentos,<br />

empréstimos etc.). Existem os fornecedores<br />

de recursos materiais (semiacabados ou semiprocessados<br />

etc.); os de recursos tecnológicos<br />

(máquinas, equipamentos, tecnologias); e de recursos<br />

humanos (talentos e competências). Esses<br />

fornecedores mudam cada vez que seus produtos<br />

mudarem.<br />

Clientes ou consumidores<br />

São os usuários dos seus produtos/serviços<br />

e estes estarão em constante mudança, pois cada<br />

vez que seu produto agregar um valor, tão mais<br />

diferenciados serão os seus consumidores.<br />

Concorrentes<br />

São as empresas que disputam os mesmos<br />

consumidores e fornecedores. Concorrem com as<br />

entradas e saídas. À medida que seus produtos/<br />

serviços tornam-se mais elaborados, mais elaborados<br />

serão seus concorrentes.<br />

Agências reguladoras<br />

As agências reguladoras são órgãos criados<br />

pelo governo para regular e fiscalizar os serviços<br />

prestados por empresas privadas que atuam na<br />

prestação de serviços, que em sua essência seriam<br />

públicos.<br />

São os elementos que regulam, normatizam,<br />

monitoram, avaliam ou fiscalizam as ações<br />

da organização. São os sindicatos, órgãos fiscalizadores<br />

do governo, associações de proteção ao<br />

consumidor e associações de classe.<br />

Logo, o microambiente compõe o cenário<br />

de operações específico, mais próximo de cada<br />

empresa. É no microambiente que a empresa expõe<br />

seus produtos/serviços, mas não está sozinha<br />

ou isolada. É no microambiente que a empresa<br />

faz valer os seus recursos, bem como consumidores<br />

que lhe asseguram sua existência, mas lhe é<br />

64<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

imposto concorrentes e vigilância das agências<br />

reguladoras que controlam a empresa.<br />

É nesse ambiente que as empresas disputam<br />

e conquistam.<br />

Antigamente, um mercado era um espaço<br />

físico onde compradores e vendedores se reuniam<br />

para trocar mercadorias. Atualmente, os<br />

economistas descrevem um mercado como um<br />

conjunto de compradores e vendedores que negociam<br />

determinado produto ou classe de produto.<br />

O espaço físico deu lugar a redes de informação<br />

e distribuidores que tornaram o planeta<br />

uma aldeia global onde transações são mundiais<br />

e não mais internacionais, regionais ou nacionais.<br />

Em virtude desse ambiente de mudança<br />

constante, toda empresa deve estar aberta para<br />

perceber e interpretar essas modificações intensas<br />

e complexas. Esse fenômeno gera incertezas,<br />

que são os grandes desafios da administração<br />

empresarial.<br />

8.3 Resumo do Capítulo<br />

Caro(a) aluno(a),<br />

Neste capítulo aprendemos que reconhecer as tendências e necessidades não atendidas de um determinado<br />

público-alvo pode gerar uma oportunidade de negócio e transformar essas ações em lucros<br />

para as empresas.<br />

Também estudamos os dois estratos do ambiente organizacional: o Macroambiente e o Microambiente.<br />

O Macroambiente, isto é, o ambiente geral, que envolve os aspectos que não dependem da empresa,<br />

as chamadas de variáveis incontroláveis, quais sejam: variáveis econômicas (relacionadas com os<br />

eventos econômicos, recessão, aquecimento e desaquecimento, balança comercial, renda per capita,<br />

produto, população, PIB etc.); variáveis sociais (que englobam as características demográficas da população<br />

e seus valores); variáveis tecnológicas (refere-se às invenções ou inovações da ciência aplicada ou da<br />

pesquisa de engenharia); variáveis culturais (incorporam o conjunto de valores, ideias e atitudes que são<br />

aprendidas e compartilhadas entre os membros de um grupo ou público-alvo); variáveis político-legais<br />

(constituem o conjunto de leis, normas e grupos de pressão que influenciam e regulam as atividades dos<br />

negócios); e variáveis ecológicas.<br />

O Microambiente, que é o nicho de mercado onde a empresa se situa, é composto por: fornecedores,<br />

clientes ou consumidores, concorrentes e agências reguladoras. É nesse ambiente que as empresas<br />

disputam e conquistam.<br />

O que você aprendeu neste capítulo? Vamos avaliar?<br />

8.4 Atividades Propostas<br />

1. O que é análise de SWOT?<br />

2. Quais são as megatendências previstas para o nosso tempo e por que é importante para o<br />

empreendedor conhecê-las?<br />

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65


9<br />

IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES<br />

Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, vamos<br />

aprender as alternativas que um empreendedor<br />

tem para iniciar um negócio, vamos começar?<br />

Usualmente, pode-se tanto começar um<br />

novo negócio “do zero” quanto adquirir um negócio<br />

existente, sendo que cada alternativa tem<br />

pontos positivos e pontos negativos, que devem<br />

ser analisados. Vamos também aprender técnicas<br />

para a avaliação de negócios e quais os pontos<br />

a considerar para a compra de um negócio existente.<br />

Caro(a) aluno(a), perceba que, tradicionalmente,<br />

podem-se agrupar as alternativas para<br />

iniciar um novo negócio em quatro principais categorias:<br />

a) Gerar um novo negócio (uma nova<br />

ideia);<br />

b) Aquisição de um negócio existente;<br />

c) Aquisição de uma franquia (modelo de<br />

negócios);<br />

d) Juntar-se a uma empresa familiar.<br />

9.1 Gerar um Novo Negócio ou Ideia<br />

Com referência à geração de novos negócios/ideias,<br />

podemos classificar as oportunidades<br />

de novos negócios conforme Maximiano (2006),<br />

que as separa em sete categorias:<br />

Novo Conceito<br />

Ou seja, criar um novo negócio a partir de<br />

ideias e/ou produtos ainda não existentes. Este é<br />

o modelo básico do empreendedorismo, quando<br />

se cria um conceito novo e revolucionário suficiente<br />

para criar um novo mercado. Por exemplo,<br />

ideias derivadas da tecnologia, ou seja, inovações<br />

que a tecnologia cria e que muitas vezes tornam<br />

obsoletos outros modelos, mas criam oportunidades<br />

nunca antes possíveis.<br />

Conceito Existente<br />

Significa iniciar um empreendimento com<br />

base em ideias que já existam, como, por exemplo,<br />

quando alguém abre um restaurante. Pode<br />

exercer a criatividade em seu negócio por agregar<br />

diferenciais em relação aos concorrentes já<br />

existentes. Assim, um tipo de negócio já existente<br />

pode ser redirecionado a novos mercados, ainda<br />

não atingidos.<br />

Necessidades dos Consumidores<br />

Pode-se iniciar um novo negócio partindo<br />

das necessidades dos consumidores ainda não<br />

atendidas, ou atendidas de forma inadequada,<br />

pelos concorrentes atuais. Para tanto é necessário<br />

pesquisar os hábitos, atitudes, traços culturais e<br />

outros elementos do comportamento do consu-<br />

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67


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

midor, a fim de desenvolver produtos e serviços<br />

de que ele precise.<br />

Aperfeiçoamento do Negócio<br />

Um negócio existente pode ser aperfeiçoado,<br />

moldando os produtos e serviços existentes<br />

às novas exigências de consumo, que podem envolver<br />

novos padrões de qualidade, adequação<br />

de preços, novos meios de distribuição etc. Novas<br />

ideias para desempenhar funções que já existam,<br />

mas que podem ser feitas de maneira nova e aprimorada.<br />

Exploração de Hobbies<br />

Significa criar oportunidades comerciais a<br />

partir das atividades de lazer do empreendedor.<br />

Dicionário<br />

Hobby: expressão inglesa que significa atividade<br />

usada como passatempo, ou seja, para o lazer. Hobbies<br />

é a expressão no plural.<br />

Atenção<br />

É importante destacar que uma nova ideia nem<br />

sempre representa uma boa oportunidade de<br />

negócios e de investimentos, caso não possa<br />

assegurar uma vantagem competitiva sustentada<br />

(ou seja, que possa facilmente ser copiada<br />

pelos concorrentes), e caso não possa assegurar<br />

o correto retorno sobre o investimento feito.<br />

Há muitas fontes de ideias para novos negócios<br />

e oportunidades, tais como as baseadas<br />

em: experiências pessoais, hobbies, ou mesmo<br />

por descoberta acidental e por uma busca deliberada<br />

(pesquisa) de algo novo.<br />

A oportunidade quase sempre consiste em<br />

ocupar um segmento que ninguém tenha pensado<br />

em ocupar dessa maneira antes.<br />

Multimídia<br />

O Sebrae disponibiliza um banco com ideias<br />

para abrir um novo negócio:<br />

http://www.sebrae.com.br/momento/quero-<br />

-abrir-um-negocio/que-negocio-abrir/ideias<br />

Derivação da Ocupação<br />

Significa iniciar um negócio tendo por base<br />

uma atividade profissional, como, por exemplo,<br />

um professor que abre uma escola.<br />

Observação de Tendências<br />

Significa iniciar um negócio que atenda a<br />

novos mercados que são gerados pelas rápidas<br />

transformações da sociedade. Por exemplo, o aumento<br />

da poluição e da consciência ambiental<br />

pode gerar inúmeros negócios relacionados ao<br />

aproveitamento dos resíduos recicláveis da sociedade.<br />

68<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

9.2 Novo Negócio versus Negócio Existente<br />

O que é melhor, criar um novo negócio ou<br />

comprar um negócio existente? Esta não é uma<br />

resposta fácil, pois depende de inúmeros fatores,<br />

que variam grandemente conforme a época, lugar<br />

e mercado a ser atingido.<br />

Uma análise pode ser feita, com relação a<br />

comprar um negócio existente, conforme a lista a<br />

seguir (LONGENECKER et al., 1998, p. 87-88):<br />

Prós<br />

• Negócios já bem-sucedidos aumentam<br />

a chance de sucesso;<br />

• O local selecionado e usado já está testado;<br />

• Se o negócio já for lucrativo, ou ter potencial<br />

para tal, permite obter lucro<br />

mais cedo do que iniciando um novo<br />

negócio;<br />

• O planejamento de um negócio existente<br />

é mais simples do que os de uma<br />

nova empresa;<br />

• O negócio já tem uma clientela feita;<br />

• O negócio já terá fornecedores desenvolvidos;<br />

• Provavelmente já terá estoques para as<br />

vendas imediatas, ou seja, logo após a<br />

compra do negócio (não se perde tempo);<br />

• Provavelmente já haverá equipamentos<br />

instalados e funcionando;<br />

• Se for o caso, será preciso apenas um<br />

financiamento para comprar o negócio<br />

e o custo poderá ser mais vantajoso do<br />

que iniciar do nada;<br />

• A curva de aprendizado do negócio já<br />

poderá estar madura, ou seja, se pode<br />

beneficiar da experiência do proprietário<br />

anterior;<br />

• Os empregados já terão experiência no<br />

negócio;<br />

• O histórico do negócio (seus registros)<br />

pode ser uma boa orientação.<br />

Contras<br />

• Herança de qualquer deficiência existente;<br />

• A imagem do negócio já foi estabelecida<br />

e, se não for boa, será muito difícil<br />

mudar;<br />

• Os empregados existentes podem não<br />

ser os melhores, além disso, pode haver<br />

passivos trabalhistas não evidentes no<br />

momento da compra;<br />

• Pode ser necessário um grande investimento<br />

para modernização ou adequação<br />

a novas exigências legais;<br />

• Uma avaliação inadequada pode resultar<br />

em um preço de compra muito alto,<br />

comprometendo as margens futuras;<br />

• A localização pode ser uma desvantagem<br />

(difícil de mudar).<br />

É claro que um novo negócio também traz<br />

sua lista de prós e contras, mas normalmente estes<br />

podem ser mais bem avaliados no desenvolvimento<br />

de um Plano de Negócios (vide capítulo<br />

9), o que geralmente não estará disponível num<br />

negócio já existente.<br />

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69


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

9.3 Técnicas de Avaliação de Negócios<br />

Há várias técnicas de avaliação de um negócio,<br />

com base em seus aspectos financeiros, tais<br />

como:<br />

• Avaliação com Base nos Ativos: o valor<br />

de um negócio é determinado pela<br />

análise do valor de seus ativos;<br />

• Avaliação com Base no Mercado: o<br />

valor do negócio é feito pela comparação<br />

dos preços de venda de empresas<br />

similares;<br />

• Avaliação com Base nos Lucros: o valor<br />

do negócio é feito com base em seu<br />

potencial de renda futura;<br />

• Avaliação com Base no Fluxo de Caixa:<br />

o valor do negócio é feito pela comparação<br />

das taxas esperadas e exigidas<br />

do retorno sobre o investimento.<br />

Todas essas ferramentas avaliativas são<br />

úteis, porém nada substitui a observação racional<br />

do negócio a ser comprado ou mesmo iniciado<br />

do zero, especialmente utilizando-se das técnicas<br />

de planejamento estratégico, mas também daquelas<br />

mais humanistas, tal como a intuição.<br />

É preciso ter percepção dos vários aspectos<br />

envolvidos, e isto é também chamado de intuição.<br />

Entretanto, intuição exige entendimento,<br />

que, por sua vez, requer um nível mínimo de conhecimento.<br />

Um empreendedor terá a intuição de que<br />

algo é possível em um mercado quando ele conhecer<br />

o mercado o suficiente para entender<br />

seu funcionamento e detectar oportunidades. A<br />

experiência comprova que as mais altas taxas de<br />

sucesso ocorrem entre os empreendedores que<br />

atuam em segmentos que conhecem bem.<br />

Dicionário<br />

Ativos: a totalidade dos bens de uma empresa. Esses<br />

bens podem ser físicos (imóveis, equipamentos,<br />

valores etc.) ou intangíveis (marcas, conhecimento<br />

etc.) (FERREIRA, 1986, p. 194).<br />

Saiba mais<br />

Uma forma prática de conhecer o valor relativo de<br />

um negócio é consular as muitas Bolsas de Negócios<br />

existentes. Um exemplo é a Bolsa de Negócios<br />

do Sebrae, encontrada em http://www.bolsa.sebrae.com.br.<br />

9.4 Pontos a Considerar na Compra de um Negócio Existente<br />

Quadro 15 – Pontos a considerar na compra de um negócio existente.<br />

PONTOS A FAVOR E VANTAGENS<br />

Produto e mercado definidos<br />

Empresa em funcionamento<br />

Clientela formada<br />

Fornecedores operando<br />

Experiência do proprietário anterior<br />

PONTOS CONTRA E RISCOS<br />

Herança de problemas<br />

Problemas futuros ocultos<br />

Mão de obra qualificada<br />

Imagem comprometida<br />

Modernização necessária<br />

Localização desvantajosa<br />

Preço alto<br />

70<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

9.5 Resumo do Capítulo<br />

Caro(a) aluno(a),<br />

Neste capítulo estudamos algumas alternativas para iniciar um novo negócio, baseado: em um<br />

novo conceito, em um conceito existente, nas necessidades dos consumidores, em aperfeiçoamento do<br />

negócio, em exploração de hobbies, em derivação da ocupação e em observação de tendências.<br />

Aprendemos também que cada alternativa de abrir um negócio, seja um novo negócio “a partir<br />

do zero”, como adquirir um negócio existente, tem pontos a favor (prós) e pontos contra, que devem ser<br />

analisados profundamente a fim de aumentar a possibilidade de sucesso.<br />

Aprendemos também que há várias técnicas de avaliação de um negócio, com base em seus aspectos<br />

financeiros: Avaliação com Base nos Ativos, Avaliação com Base no Mercado, Avaliação com Base nos<br />

Lucros e Avaliação com Base no Fluxo de Caixa.<br />

Finalizamos comparando os pontos positivos, ou vantagens, com os pontos negativos, ou riscos, na<br />

compra de um negócio existente.<br />

Agora vamos verificar o que você aprendeu.<br />

9.6 Atividades Propostas<br />

1. Quais são as vantagens e desvantagens em vender uma empresa diretamente ou através de<br />

uma consultoria?<br />

2. O que é melhor, criar um novo negócio ou comprar um negócio existente? O que deve ser<br />

levado em conta para decidir?<br />

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71


10<br />

DESENVOLVENDO O PLANO DE<br />

NEGÓCIOS<br />

Prezado(a) aluno(a),<br />

Neste capítulo explicaremos como desenvolver<br />

um Plano de Negócios, ferramenta indispensável<br />

para o planejamento e a implementação<br />

de um novo negócio, vamos começar a<br />

discussão?<br />

Caro(a) aluno(a), veja que o Plano de Negócios<br />

surgiu como ferramenta de padronização da<br />

descrição de uma nova empresa ou ideia, fornecendo<br />

todas as informações necessárias para as<br />

tomadas de decisão referentes aos vários aspectos<br />

estratégicos e operacionais da futura empresa,<br />

diminuindo a taxa de risco e permitindo uma<br />

ação empreendedora eficiente e eficaz. Este capítulo<br />

também ensinará como montar um Plano de<br />

Negócios completo e orientador.<br />

Vamos desenvolver um plano de negócios?<br />

Com a leitura já feita da apostila, é possível iniciar<br />

um projeto. Vamos ver como isso funciona!<br />

Um Plano de Negócios (PN) é um documento<br />

que explica uma oportunidade de negócio,<br />

identifica o mercado a ser atendido e dá detalhes<br />

sobre como a organização empreendedora planeja<br />

atingi-lo. O ideal é que ele descreva as qualificações<br />

únicas que os principais executivos levam<br />

ao esforço, explique os recursos necessários para<br />

o sucesso e forneça uma previsão dos resultados<br />

em um horizonte razoável de tempo, conforme<br />

descreve Richard Luecke (2007).<br />

10.1 Como Surgiu o Plano de Negócios<br />

Para Dolabela (1999), o plano de negócios é<br />

uma linguagem para descrever o que é, ou o que<br />

pretende ser uma empresa. Isso porque a mesma<br />

pergunta: “o que é uma empresa?”, induzia a diferentes<br />

respostas, dependendo de para quem era<br />

dada: banco, fornecedor, cliente, distribuidor, sócio<br />

potencial, investidor etc. O distribuidor quer<br />

saber sobre a qualidade dos produtos e a capacidade<br />

de produção da empresa; o fornecedor, sobre<br />

sua tradição e capacidade de honrar dívidas;<br />

o sócio potencial quer saber sobre o futuro do<br />

negócio; já o investidor, seja banco, seja capitalista<br />

de risco, quer saber sobre a empresa em seu<br />

conjunto: passado, presente, futuro, a competência<br />

de quem a dirige, o potencial de mercado, a<br />

lucratividade etc. Surgiu então um documento<br />

completo, o plano de negócios, que dá todas as<br />

respostas sobre a empresa.<br />

Mas o principal usuário do plano de negócios<br />

é o próprio empreendedor, pois ele é uma<br />

ferramenta que o faz mergulhar profundamente<br />

na análise de seu negócio, diminuindo sua taxa<br />

de risco e subsidiando suas decisões, que podem<br />

até ser de não abrir uma empresa ou de não lançar<br />

um novo produto.<br />

Em detalhes, um plano de negócio é:<br />

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73


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

• Uma forma de pensar sobre o futuro<br />

do negócio: para onde ir, como ir mais<br />

rapidamente, o que fazer durante o caminho<br />

de forma a diminuir incertezas e<br />

riscos;<br />

• Descreve um negócio? Os motivos da<br />

existência da oportunidade de negócio,<br />

como o empreendedor pretende<br />

agarrá-la e como irá buscar e gerenciar<br />

os recursos para aproveitá-la;<br />

• É mais um processo do que um produto.<br />

É dinâmico, vivo e deve ser sempre<br />

atualizado;<br />

• Não deve ser confundido com a empresa:<br />

o plano de negócios não é o negócio,<br />

mas sua descrição. O plano de negócios<br />

pode indicar que o empreendimento<br />

tem grande potencial de sucesso, mas<br />

também dar evidências de que ele é<br />

irreal, que existem obstáculos jurídicos<br />

ou legais intransponíveis, que os riscos<br />

são incontroláveis ou que a rentabilidade<br />

é aleatória ou insuficiente para garantir<br />

a sobrevivência da empresa ou do<br />

novo negócio. Pode surgir também que<br />

a ação de empreender deva ser adiada;<br />

• É um instrumento de negociação interna<br />

e externa para administrar a interdependência<br />

com sócios, empregados,<br />

financiadores, incubadoras, clientes,<br />

fornecedores, bancos etc.;<br />

• É um instrumento para obtenção de<br />

financiamentos, empréstimos, peça de<br />

persuasão de novos sócios, de controle<br />

interno, de integração da equipe e envolvimento<br />

dos empregados e colaboradores.<br />

10.2 A Importância do Plano de Negócios<br />

Segundo José Carlos Assis Dornelas, em seu<br />

livro <strong>Empreendedorismo</strong>: Transformando Idéias em<br />

Negócios, a importância do plano de negócios de<br />

acordo com Sahlman (1997), professor da Harvard<br />

Bussines School, é que poucas áreas têm atraído<br />

tanta atenção dos homens de negócios nos Estados<br />

Unidos como os planos de negócios.<br />

Dezenas de livros e artigos têm sido escritos<br />

e publicados naquele país sobre o assunto, propondo<br />

fórmulas milagrosas de como escrever um<br />

plano de negócios que revolucionará a empresa.<br />

Isso tem ocorrido também no Brasil, inicialmente<br />

devido ao fervor da nova economia (a internet)<br />

e às possibilidades de enriquecer da noite para<br />

o dia. E mais recentemente devido a programas<br />

específicos de capacitação de empreendedores<br />

em todo o país, em que o plano de negócios se<br />

tornou o foco principal.<br />

O cuidado a ser tomado é o de escrever um<br />

plano de negócios com todo o conteúdo que se<br />

aplica a esse documento e que não tenha números<br />

recheados de entusiasmo ou fora da realidade.<br />

Nesse caso, pior que não planejar é fazê-lo erroneamente<br />

e, pior ainda, conscientemente.<br />

Essa ferramenta de gestão pode e deve ser<br />

usada por todo e qualquer empreendedor que<br />

queira transformar seu sonho em realidade, seguindo<br />

o caminho lógico e racional que se espera<br />

de um bom administrador.<br />

É evidente que apenas razões e raciocínio<br />

lógico não são suficientes para determinar o<br />

sucesso do negócio. Se assim ocorresse, a arte<br />

de administrar não seria mais arte, apenas uma<br />

atividade rotineira, onde o feeling do administrador<br />

nunca seria utilizado.<br />

Mas existem alguns passos, ou atividades<br />

rotineiras, que devem ser seguidos por todo<br />

empreendedor. A arte estará no fato de como o<br />

empreendedor traduzirá esses passos realizados<br />

racionalmente em um documento que sintetize e<br />

explore as potencialidades de seu negócio, bem<br />

como os riscos inerentes a ele.<br />

74<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

Isto é o que se espera de um plano de negócios.<br />

Que seja uma ferramenta para o empreendedor<br />

expor suas ideias em uma linguagem<br />

que os leitores do plano de negócios entendam<br />

e, principalmente, que mostre viabilidade e probabilidade<br />

de sucesso em seu mercado.<br />

O plano de negócios é uma ferramenta que<br />

se aplica tanto no lançamento de novos empreendimentos<br />

quanto no planejamento de empresas<br />

maduras.<br />

A maioria dos planos de negócios resume-<br />

-se a textos editados sobre um modelo predeterminado<br />

e que não convence ao próprio empreendedor;<br />

por isso, falham, o que leva muitos a<br />

pensar que o plano de negócios não serve para<br />

nada ou não é uma ferramenta eficiente.<br />

Geralmente são escritos como parte dos<br />

requisitos de aprovação de um empréstimo, ingresso<br />

de órgãos do governo. Costumam ser feitos<br />

apenas para esses fins, às pressas, sem muita<br />

fundamentação ou, como já dito, recheados de<br />

números mágicos.<br />

É preciso ter em mente que o plano de<br />

negócios é uma ferramenta que dever ser utilizada<br />

como o cartão de visita do empreendedor, mas<br />

também pode ser o cartão de desqualificação.<br />

Uma tradição a ser quebrada é achar que<br />

o plano de negócios, uma vez concebido, pode<br />

ser esquecido. Este é um erro imperdoável e as<br />

consequências serão mostradas pelo mercado<br />

que está em constante mutação. A concorrência<br />

muda, o mercado muda, as pessoas mudam. E o<br />

plano de negócios, sendo uma ferramenta de planejamento<br />

que trata essencialmente de pessoas,<br />

oportunidades, contexto e mercado, riscos e retornos<br />

(SAHLMAN, 1997), também muda.<br />

Todo plano de negócios deve ser elaborado<br />

e utilizado seguindo algumas regras básicas, mas<br />

que não são estáticas e que permitem ao empreendedor<br />

utilizar sua criatividade ou o bom senso,<br />

enfatizando um ou outro aspecto que mais interessa<br />

ao público-alvo do plano de negócios em<br />

questão.<br />

No caso das empresas que já se encontram<br />

em funcionamento, ele deve mostrar não apenas<br />

onde a empresa quer chegar (situação futura – visão),<br />

mas também onde a empresa está no momento,<br />

apresentando os valores dos seus atuais<br />

indicadores de desempenho.<br />

Outra característica importante é que ele<br />

não deve estar focado no aspecto financeiro. Indicadores<br />

de mercado, de capacitação interna da<br />

empresa e operacionais são igualmente importantes,<br />

pois esses fatores mostram a capacidade<br />

da empresa em “alavancar” os seus resultados<br />

financeiros no futuro.<br />

Dicionário<br />

Alavancar: obter impulso positivo ou permitir um<br />

desenvolvimento favorável.<br />

Resumindo, é importante que o plano de<br />

negócios possa demonstrar a viabilidade de se<br />

atingir uma situação futura, mostrando como a<br />

empresa pretende chegar lá. Então, o que o empresário<br />

precisa é de um plano de negócios que<br />

lhe sirva de guia, que seja revisado periodicamente<br />

e que permita alterações visando a vender a<br />

ideia ao leitor de seu plano de negócios.<br />

Atenção<br />

O plano de negócios é uma ferramenta dinâmica<br />

que deve ser atualizada constantemente, pois o<br />

ato de planejar é dinâmico e corresponde a um<br />

processo cíclico.<br />

Atenção<br />

Desenvolver o plano de negócio é um sinal de<br />

maturidade e planejamento – através dele quem<br />

quer iniciar uma empresa tem mais segurança<br />

para alcançar o êxito e também ampliar ou promover<br />

inovações.<br />

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75


José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

10.3 Como Montar um Plano de Negócios (PN)<br />

O Plano de Negócios é composto por várias<br />

seções que se relacionam e permitem um entendimento<br />

global do negócio de forma escrita e em<br />

poucas páginas.<br />

A estrutura proposta é baseada no plano de<br />

negócios do Sebrae-SP, no livro O Segredo de Luísa<br />

de Fernando Dolabela, no livro <strong>Empreendedorismo</strong>:<br />

Transformando Idéias em Negócios de José<br />

Carlos Assis Dornelas, no livro <strong>Empreendedorismo</strong>:<br />

dando asas ao espírito empreendedor de Idalberto<br />

Chiavenato e no livro Ferramentas para empreendedores:<br />

ferramentas e técnicas para desenvolver<br />

e expandir seus negócios de Richard Luecke para<br />

Harvard Business Essentials.<br />

Cada seção está explicada em detalhes visando<br />

a tornar a tarefa de escrever o Plano de<br />

Negócios de sua empresa mais simples e organizada.<br />

A seguir, encontra-se uma descrição sucinta<br />

de cada uma das seções do plano de negócios.<br />

Capa<br />

A capa, apesar de não parecer, é uma das<br />

partes mais importantes do plano de negócios,<br />

pois é a primeira coisa que é visualizada por quem<br />

lê o seu plano de negócios, devendo, portanto,<br />

ser feita de maneira limpa e com as informações<br />

necessárias e pertinentes.<br />

Sumário<br />

O sumário deve conter o título de cada seção<br />

do plano de negócios e a página respectiva<br />

onde se encontra.<br />

Sumário Executivo<br />

O sumário executivo é a principal seção do<br />

seu plano de negócios. Através do sumário executivo<br />

é que o leitor decidirá se continua ou não<br />

a ler o seu plano de negócios. Portanto, deve ser<br />

escrito com muita atenção, revisado várias vezes<br />

e conter uma síntese das principais informações<br />

que constam em seu plano de negócios. Deve<br />

ainda ser dirigido ao público-alvo do seu plano<br />

de negócios e explicitar qual o objetivo do plano<br />

de negócios em relação ao leitor (ex.: requisição<br />

de financiamento junto a bancos, capital de risco,<br />

apresentação do empreendimento para potenciais<br />

associados, parceiros ou clientes etc.). O<br />

sumário executivo deve ser a última seção a ser<br />

escrita, pois depende de todas as outras seções<br />

do plano para ser feita.<br />

Planejamento Estratégico do Empreendimento<br />

A seção de planejamento estratégico é<br />

onde você define os rumos de sua empresa, sua<br />

situação atual, suas metas e objetivos de negócio,<br />

bem como a descrição da visão, missão e os valores<br />

de sua empresa. É a base para o desenvolvimento<br />

e implantação das demais ações de sua<br />

empresa.<br />

Descrição do Empreendimento<br />

Nesta seção, você deve descrever seu empreendimento,<br />

seu histórico, setor de atividades,<br />

forma jurídica, enquadramento tributário, capital<br />

social, perspectiva de crescimento/faturamento<br />

dos próximos anos, sua razão social, impostos,<br />

estrutura organizacional, localização, parcerias,<br />

serviços terceirizados etc.<br />

Produtos e Serviços<br />

Nesta seção do seu plano de negócios, você<br />

deve descrever quais são seus produtos e serviços,<br />

como são produzidos, ciclos de vida, fatores<br />

tecnológicos envolvidos, pesquisa e desenvolvi-<br />

76<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

mento, principais clientes atuais, se detém marca<br />

e/ou patente de algum produto etc.<br />

Análise de Mercado<br />

Na seção de análise de mercado, deve-se<br />

mostrar que se conhece muito bem o mercado<br />

consumidor do seu produto/serviço (através de<br />

pesquisas de mercado): como está segmentado,<br />

as características do consumidor, análise da concorrência,<br />

a sua participação de mercado e a dos<br />

principais concorrentes, os riscos do negócio etc.<br />

Plano de Marketing<br />

O Plano de Marketing apresenta como se<br />

pretende vender os produtos/serviços e conquistar<br />

seus clientes, manter o interesse dos mesmos<br />

e aumentar a demanda. Deve abordar seus métodos<br />

de comercialização, diferenciais do produto/<br />

serviço para o cliente, política de preços, projeção<br />

de vendas, canais de distribuição e estratégias de<br />

promoção/comunicação e publicidade e o plano<br />

promocional.<br />

Plano Operacional<br />

O Plano Operacional explica o tipo de manufatura<br />

ou sistema operacional a ser usado, a<br />

localização do negócio, o layout do arranjo físico,<br />

a capacidade de produção e/ou comercial, o processo<br />

de produção e/ou comercialização.<br />

Plano de RH/ Necessidade de Pessoal<br />

Identifica os “participantes-chave”, os investidores<br />

ativos, a equipe gerencial e os diretores.<br />

Cita a experiência e competência que possuem.<br />

Descreve o modelo de cargos e salários e os planos<br />

de desenvolvimento e motivação da equipe,<br />

a estrutura de pessoal (descrição e organograma),<br />

qualificações, modelo de Cargos e Salários e Planos<br />

de Desenvolvimento e Motivação da Equipe.<br />

Plano Financeiro<br />

A seção de finanças deve apresentar em<br />

números todas as ações planejadas de sua empresa<br />

e as comprovações, através de projeções<br />

futuras (quanto precisa de capital, quando e com<br />

que propósito), de sucesso do negócio. Deve conter<br />

itens como fluxo de caixa com horizonte de 3<br />

anos, balanço, ponto de equilíbrio, necessidades<br />

de investimento, lucratividade prevista, prazo de<br />

retorno sobre investimentos etc.<br />

Plano de Implementação<br />

Apresenta o Cronograma geral de implementação<br />

contendo detalhes sobre cada fase do<br />

projeto, descrição e duração (tabela), e demais<br />

controles.<br />

Anexos<br />

Esta seção deve conter todas as informações<br />

que você julgar relevantes para o melhor<br />

entendimento de seu plano de negócios. Por<br />

isso, não tem um limite de páginas ou exigências<br />

a serem seguidas. A única informação que você<br />

não pode esquecer de incluir é a relação dos curriculum<br />

vitae dos associados do empreendimento.<br />

Você poderá anexar ainda informações como:<br />

contrato social, contrato de aluguel, logomarca da<br />

empresa, CV dos sócios, fotos de produtos, plantas<br />

da localização, roteiro e resultados completos<br />

das pesquisas de mercado que você realizou, material<br />

de divulgação de seu negócio, folders, catálogos,<br />

estatutos, documentos da constituição e<br />

registro do empreendimento, planilhas financeiras<br />

detalhadas etc.<br />

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José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

10.4 Qual é o Tamanho Ideal de um Plano de Negócios?<br />

Não existe um tamanho ideal ou quantidade<br />

exata de páginas para o plano de negócios. O<br />

que se recomenda é escrever o plano de negócios<br />

de acordo com as necessidades do público-alvo<br />

que o lerá.<br />

Se o leitor for um gerente de banco ou uma<br />

agência de desenvolvimento, por exemplo, ele<br />

dará mais ênfase para a parte financeira do plano<br />

de negócios. Se o leitor for uma instituição de fomento<br />

ou governamental, enfocará por que você<br />

está requisitando a quantidade de recursos solicitada,<br />

onde aplicará e como a empresa retornará o<br />

capital investido.<br />

Se for um parceiro, este atentará mais para<br />

a sua análise de mercado e oportunidades de<br />

grandes lucros. Se for um fornecedor, este atentará<br />

para a saúde financeira de sua empresa, sua<br />

carteira de clientes, o crescimento do seu negócio.<br />

Enfim, a estratégia e a quantidade de páginas<br />

dependerão do público que se quer atingir.<br />

O plano de negócios depende de qual será<br />

o seu público-alvo, mas para auxiliá-lo nessa tarefa,<br />

a seguir encontra-se uma descrição dos possíveis<br />

tipos e tamanhos de um plano de negócios.<br />

investimento, e deverá focar as informações<br />

específicas requisitadas. Geralmente<br />

varia de 10 a 15 páginas.<br />

• Plano de Negócios Operacional: é<br />

muito importante para ser utilizado<br />

internamente na empresa pelos diretores,<br />

gerentes e funcionários. É excelente<br />

para alinhar os esforços internos<br />

em direção aos objetivos estratégicos<br />

da organização. Seu tamanho pode ser<br />

variável e depende das necessidades<br />

específicas de cada empreendimento<br />

em termos de divulgação junto aos associados<br />

e colaboradores. Independentemente<br />

do tamanho e tipo do plano<br />

de negócios, sua estrutura deve conter<br />

as seções anteriormente apresentadas.<br />

Mais adiante cada seção do plano de negócios<br />

será explicada em detalhes.<br />

• Plano de Negócios Completo: é utilizado<br />

quando se pleiteia uma grande<br />

quantidade de dinheiro, ou se necessita<br />

apresentar uma visão completa do empreendimento.<br />

Pode variar de 15 a 40<br />

páginas, mais os materiais em anexo;<br />

• Plano de Negócios Resumido: é utilizado<br />

quando se necessita apresentar<br />

algumas informações resumidas a um<br />

investidor, por exemplo, com o objetivo<br />

de chamar a sua atenção para que<br />

ele lhe requisite um plano de negócios<br />

completo. Deve mostrar os objetivos<br />

macros do empreendimento, investimentos,<br />

mercado e retorno sobre o<br />

78<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

10.5 Aspectos Importantes do Plano de Negócios<br />

Alguns aspectos devem ser cuidadosamente<br />

considerados e analisados na elaboração de<br />

um Plano de Negócios, são eles:<br />

querem é visualizar o retorno social e econômico<br />

do empreendimento. Mostre se a proposta vai<br />

atingir os diferentes objetivos.<br />

1. Identificar uma Necessidade;<br />

2. Provar a Vantagem Competitiva;<br />

3. Definir o Foco;<br />

4. Ser Realista;<br />

5. Mapear o Mercado;<br />

6. Analisar as Conjecturas;<br />

7. Expor todos os Riscos no Plano;<br />

8. Ter um Plano B;<br />

9. Apresentar o Negócio para as Pessoas<br />

Certas.<br />

1. Identificar uma Necessidade<br />

Só uma boa ideia não é suficiente para garantir<br />

o êxito do Plano de negócios. Um dos maiores<br />

mitos de quem quer implementar um plano<br />

de negócios é que basta uma boa ideia para abrir<br />

um empreendimento, bem como se constituir<br />

uma cooperativa, e ganhar um monte de dinheiro.<br />

Engano. Você não vai ser o primeiro nem o último<br />

a achar que a sua ideia é a melhor de todas, a<br />

mais inovadora, revolucionária e inédita.<br />

Ideias surgem aos montes todos os dias,<br />

mas boas oportunidades de empreendimentos<br />

não. O importante é aproveitar uma ideia aparentemente<br />

sedutora e saber como colocá-la em<br />

prática.<br />

2. Provar a Vantagem Competitiva<br />

É preciso provar por que o empreendimento<br />

é especial. Para chamar atenção para o seu<br />

projeto, entre tantos que existem por aí, prove sua<br />

vantagem competitiva, um jargão corporativo<br />

que significa: sua ideia é melhor que as outras ou<br />

traz uma abordagem nova para algo que já existe.<br />

O que os patrocinadores ou potenciais associados<br />

3. Definir o Foco<br />

Foco é fundamental. É preciso saber exatamente<br />

o que você quer fazer. Um bom plano de<br />

negócios vai direto ao ponto e permite que até<br />

um leigo perceba o valor daquilo que está sendo<br />

proposto.<br />

4. Ser Realista<br />

Dose o otimismo. Não adianta fazer um<br />

plano de negócios com números recheados de<br />

entusiasmo, completamente fora da realidade. O<br />

planejamento deve ser realista, com metas palpáveis,<br />

baseadas em dados confiáveis e conhecimento<br />

de causa.<br />

Não adianta escrever que o retorno será mirabolante<br />

e que virá da noite para o dia. Assim até<br />

a melhor ideia do mundo perde a credibilidade.<br />

Não adianta prometer o que não se pode fazer. As<br />

pessoas têm discernimento para perceber o que é<br />

realizável ou não.<br />

5. Mapear o Mercado<br />

O mercado é anterior ao capitalismo e não<br />

perdoa deslizes. É preciso sonhar acordado, com<br />

a cabeça nas nuvens e os pés no chão.<br />

O mercado e a concorrência dão mais pistas<br />

do que se imagina. Os concorrentes falam. E as<br />

informações que eles podem passar são preciosas.<br />

Faça um mapeamento do mercado: como os<br />

competidores atuam, qual sua política de preços,<br />

de distribuição, métodos gerenciais, estratégia<br />

de marketing, quem lidera, por quê, e, principalmente,<br />

identifique os pontos fracos dessa turma.<br />

Assim você poderá enxergar as brechas em que<br />

atuar e conquistar uma fatia do mercado. E como<br />

levantar essas informações? Testar o serviço como<br />

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José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

cliente é o primeiro passo para conhecer as falhas.<br />

Informações importantes também podem ser dadas<br />

por fornecedores e distribuidores ou por relatórios<br />

setoriais de consultorias e entidades empresariais.<br />

6. Analisar as Conjecturas<br />

Dicionário<br />

Conjectura: suposição, hipótese ou opinião sem<br />

um fundamento preciso sobre algo (FERREIRA,<br />

1986, p. 454).<br />

Não faça do seu plano um exercício de futurologia.<br />

O plano de negócios é um exercício de<br />

conjecturas, mas não deve ser baseado em “achismo”<br />

e no “opiniático”.<br />

Todo mundo sabe que é impossível prever<br />

o futuro com 100% de acerto, mas o ideal é que<br />

se aproxime o máximo possível da realidade. Antecipe<br />

os problemas ainda na elaboração. Mostre<br />

o plano para pessoas do ramo e de sua confiança<br />

para saber se você colocou no papel a ideia<br />

de uma empresa, como se ela já funcionasse e<br />

estivesse sendo definida, e não apenas uma sequencia<br />

de ideias, que mais lembram um trabalho<br />

acadêmico do que o plano de implantação de<br />

um negócio.<br />

7. Expor todos os Riscos no Plano<br />

O risco é inerente ao mundo dos negócios.<br />

Uma série de dificuldades surge inevitavelmente<br />

na trajetória de qualquer empresa. Estar preparado<br />

para enfrentar os problemas já é uma grande<br />

coisa. Assim, é preciso expor todos os riscos no<br />

plano de negócios.<br />

Tente dimensionar onde o empreendimento<br />

poderá falhar, trabalhe com vários cenários<br />

macroeconômicos e analise todos os pontos fortes<br />

e fracos antes de qualquer decisão. Este é um<br />

importante sinal de que o empreendedor conhece<br />

o terreno em que está pisando.<br />

8. Ter um Plano B<br />

Você pode precisar de mais dinheiro do que<br />

imagina. “A primeira coisa que as pessoas percebem<br />

na hora que colocam o plano em prática é<br />

que irão precisar de mais dinheiro do que previam”,<br />

diz o consultor britânico Paul Barrow em<br />

seu livro Best-Laid Business Plans (Os melhores planos<br />

de negócios para leigos).<br />

Um dos maiores erros dos pequenos empreendedores,<br />

segundo Barrow (2001), é não<br />

saber quantificar quanto vai custar o empreendimento.<br />

Por isso, ele recomenda ter um plano<br />

B para o caso de as coisas não andarem tão bem<br />

quanto o previsto.<br />

9. Apresentar o Negócio para as Pessoas<br />

Certas<br />

Saiba apresentar o seu empreendimento<br />

para as pessoas certas. O plano está pronto. Foi<br />

feito, refeito, revisado e avaliado por pessoas experientes,<br />

que entendem do ramo. E agora, para<br />

quem apresentar seu cartão de visitas? Para fornecedores,<br />

clientes, eventuais associados e também<br />

patrocinadores.<br />

Nessa categoria, a lista é imensa: bancos,<br />

fundos governamentais, incubadoras, programas<br />

do governo brasileiro e estrangeiro. Boas opções<br />

são os programas de governo, como o Fundo de<br />

Amparo ao Trabalhador (FAT), Sebrae, Programa<br />

Brasil Empreendedor, Financiadora de Estudos e<br />

Projetos (Finep) e BNDES.<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

10.6 Estrutura do Plano de Negócios<br />

Sumário Executivo: resumo do plano de<br />

negócio capaz de descrever sinteticamente esse<br />

plano e, ao mesmo tempo, ser capaz de despertar<br />

o interesse de leitores muito ocupados e que sejam<br />

importantes para esse novo empreendimento.<br />

Histórico e Descrição do Empreendimento:<br />

onde, quando, por quem e como a ideia começou?<br />

Qual a missão e o propósito do empreendimento?<br />

Qual a estrutura legal, organizacional e<br />

de participação acionária? Qual a localização do<br />

empreendimento? Quais serviços/produtos são<br />

oferecidos? Quais são os pontos fortes da empresa?<br />

Produtos & Serviços: descrição dos produtos<br />

e serviços. Qual(is) produto(s) / serviço(s)<br />

será(ão) oferecido(s)? Qual o propósito/função<br />

do(s) produto(s)/serviço(s)? Preenchem uma lacuna<br />

nas necessidades atuais do(s) cliente(s)?<br />

O(s) produto(s)/serviço(s) atendem a um nicho<br />

de mercado em particular? Qual? Quais suas características<br />

ou atributos exclusivos (custo, design,<br />

qualidade, desempenho etc.)? O que o(s)<br />

produto(s)/serviço(s) faz(em) melhor que os dos<br />

concorrentes? Quais são os benefícios para a comunidade<br />

do(s) produto(s)/serviço(s)? Quais são<br />

os benefícios para os associados do(s) produto(s)/<br />

serviço(s)? Além dos benefícios primários, quais<br />

são os benefícios secundários que o(s) produto(s)/<br />

serviço(s) oferecerão para os associados, comunidade<br />

e funcionários?<br />

Proteções Legais: o(s) produto(s)/serviço(s)<br />

podem ser protegidos por patentes, direitos autorais,<br />

marcas registradas ou marcas de serviços?<br />

Quais proteções serão providenciadas?<br />

Planos de Expansão de Médio e Longo<br />

Prazo: qual(is) o(s) novo(s) produto(s)/serviço(s)<br />

está(ao) planejado(s) de ser(em) lançado(s) para<br />

atender(em) às mudanças das necessidades do<br />

mercado nesse setor e em outros setores? Qual o<br />

cronograma para os futuros planos de desenvolvimento?<br />

Responsabilidades para com os colaboradores,<br />

clientes, consumidores, fornecedores<br />

e terceiros: quais as possíveis responsabilidades<br />

oriundas deste(s) produto(s)/serviço(s)? São necessárias<br />

apólices de seguro? Quais são as normas<br />

e regulamentos governamentais e não governamentais<br />

que deverão ser atendidos? Como estes<br />

serão satisfeitos?<br />

Análise do Mercado<br />

Análise do Setor: em qual setor ou ramo<br />

de atividade econômica o empreendimento se<br />

situa? Qual a situação atual deste setor ou ramo?<br />

Tamanho e/ou potencial. Volume de vendas. Lucratividade<br />

do setor ou ramo. Margens do setor<br />

ou ramo. Quais as principais características do setor?<br />

Sazonalidade. Lucratividade. Concentração/<br />

Pulverização. Quais são as principais tendências<br />

que influenciam o setor? Qual o potencial de<br />

crescimento? Como será o mercado daqui a dois,<br />

cinco e dez anos?<br />

Participação de Mercado, Tendências e<br />

Potencial de Crescimento: que participação de<br />

mercado o empreendimento poderá obter? (A estimativa<br />

deverá ser baseada nas vantagens do(s)<br />

produto(s)/ serviço(s); no tamanho do mercado e<br />

nas suas tendências; nos clientes; nos concorrentes<br />

e em seus produtos). Como se poderá manter<br />

e ganhar participação de mercado? (Satisfazendo<br />

as atuais necessidades dos clientes? Atraindo novos<br />

clientes? Oferecendo algo melhor, novo ou<br />

único?). Qual é o crescimento histórico e potencial<br />

do mercado? Quais são as tendências do mercado?<br />

O mercado é sazonal? Que fatos e fatores<br />

irão afetar o mercado?<br />

Estratégia de Marketing<br />

Objetivos e Filosofia de Marketing: qual<br />

a abordagem e estratégia geral a serem utilizadas<br />

para lançar o(s) produto(s)/serviço(s) e ganhar<br />

reconhecimento e aceitação do mercado? Quais<br />

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José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

são as prioridades de marketing em relação aos<br />

segmentos e quais serão as alocações nos esforços<br />

de marketing em cada um desses segmentos?<br />

Como o mercado da cooperativa será expandido?<br />

Em quanto tempo?<br />

Propaganda, Relações Públicas e Promoções:<br />

em quais mídias as propagandas/promoções<br />

serão divulgadas? (Rádio, TV, Jornais, Revistas,<br />

Feiras, Eventos Esportivos, Culturais, Artísticos<br />

etc.). Qual estratégia de relações pública será<br />

utilizada? (Notícias para a Imprensa, Entrevistas,<br />

Patrocínios etc.). Quais são as mídias e tipos de<br />

comunicação mais eficientes e eficazes? (Qual a<br />

taxa de conversão das diferentes mídias e tipos<br />

de comunicação?)<br />

Precificação e Embalagem: como os preços<br />

serão estabelecidos? Qual será o preço do(s)<br />

produto(s)/serviço(s) em relação à concorrência?<br />

(Devido a fatores de demanda, oferta e concorrência).<br />

Como os preços evoluirão ao longo do<br />

tempo? Como a embalagem e rotulagem aumentarão<br />

a identificação, o fortalecimento e a lealdade<br />

à marca? Como o consumidor comprará seu<br />

produto? Por vê-lo ou através de comentários favoráveis<br />

de terceiros?<br />

Serviços e Políticas de Garantias: que tipo<br />

de serviço, garantias e atividades de pós-venda<br />

serão oferecidos? Como os clientes serão informados<br />

disto? Como serão tratadas as reclamações e<br />

insatisfações da clientela? Os preços, serviços e<br />

políticas de garantias são atrativos e competitivos<br />

no mercado?<br />

Vendas e Distribuição: quais são as metas<br />

de vendas por produto(s)/serviço(s)? Quais métodos<br />

de vendas e distribuição serão utilizados?<br />

(Franquias, Licenças, Agentes, Representantes,<br />

Varejistas, Atacadistas, Vendas Diretas, etc.). Qual<br />

o nível de esforço de venda será empregado?<br />

(Quantos vendedores próprios ou representantes<br />

de vendas serão utilizados?). Qual a área geográfica<br />

será coberta? Qual área por distribuição<br />

própria? E qual área por distribuição de terceiros?<br />

Qual será a venda média por pedido e por cliente?<br />

Organização, Autogestão e Membros<br />

Estrutura Legal e Propriedade: qual a estrutura<br />

legal do empreendimento? Quem são os<br />

sócios, acionistas etc.? Qual investimento os sócios,<br />

acionistas irão fazer? E como serão distribuídas<br />

as quotas?<br />

Estrutura Organizacional: qual é a estrutura<br />

organizacional do empreendimento? Anexar<br />

um organograma com os respectivos cargos e<br />

funções de cada um deles.<br />

Suporte de Serviços Profissionais: onde a<br />

empresa obterá os serviços profissionais necessários,<br />

tais como: advogados, médicos, contadores,<br />

consultores, instrutores, engenheiros etc.? Existe<br />

na região disponibilidade desses profissionais<br />

qualificados? Esses profissionais liberais serão<br />

terceirizados, obtidos por convênios ou terceirizados?<br />

Plano de Operação<br />

Localização e Instalações: onde a empresa<br />

será localizada? Por quê? Existe algum motivo<br />

especial para a empresa se situar nesse local?<br />

(Por exemplo: acesso aos clientes, ao transporte,<br />

à produção, aos fornecedores, aos distribuidores<br />

etc.). Quais as vantagens e desvantagens dessa<br />

localização? Ocorrerá no local algum tipo de melhoria<br />

ou benefício para a comunidade, membros,<br />

clientes com essa localização? Será feita alguma<br />

reforma ou melhoria nas futuras instalações? A<br />

Lei do Zoneamento e/ou o Plano Diretor permite<br />

a utilização desse local para o funcionamento da<br />

cooperativa?<br />

Instalações e Equipamentos: as instalações<br />

básicas necessárias já foram identificadas e<br />

localizadas? Se sim, descreva as instalações que<br />

irão abrigar o empreendimento. Quais são suas<br />

vantagens e desvantagens? Se não, descreva o<br />

critério que está sendo utilizado para selecionar<br />

as instalações. Quais equipamentos são necessários<br />

para o funcionamento do empreendimento?<br />

Os equipamentos serão comprados, fabricados<br />

ou alugados? Quanto custará os equipamentos?<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

Sistemas e Processos de Produção:<br />

Produção e Controle da Produção: apresentar<br />

uma descrição das operações (sistemas<br />

utilizados para produzir os produtos ou oferecer<br />

os serviços). Descrever o planejamento dos sistemas<br />

de controle da produção (quem faz e quais<br />

os procedimentos?).<br />

Controle de Qualidade: quais são as ferramentas<br />

de controle da qualidade? Quais procedimentos<br />

o empreendimento utilizará para minimizar<br />

a insatisfação dos clientes internos e externos<br />

com seus produtos e/ou serviços?<br />

Suprimentos e Materiais: quais são os<br />

principais suprimentos e matérias-primas utilizadas?<br />

Quais são as disponibilidades? Quais são os<br />

principais fornecedores? Quais são suas políticas<br />

de desconto, crédito, entrega, preços etc.? Como<br />

os suprimentos e materiais serão armazenados?<br />

Estoques e Controle de estoques: quais os<br />

índices de rotatividade (giro) do estoque no ramo<br />

e para o setor como um todo? Quais métodos de<br />

inventário serão utilizados? Como as faltas e o excesso<br />

de estoque serão evitados?<br />

Distribuição: Como a produção será distribuída?<br />

Em quais áreas geográficas?<br />

Necessidade de Pessoal: quais cargos precisam<br />

ser preenchidos e quando? Quantas horas<br />

cada tarefa necessita? Em que ponto as pessoas<br />

trabalharão em sua máxima capacidade? Os empreendedores<br />

têm as competências necessárias<br />

para preencherem esses cargos? Se não, o treinamento<br />

está disponível? Que tipo de treinamento?<br />

Como o treinamento será oferecido? O empreendimento<br />

necessitará de recrutar não membros,<br />

ou seja, empregados? Se sim, quantos e em que<br />

funções? Quais salários e benefícios serão pagos<br />

aos membros e empregados? Existe uma política<br />

de plano de cargos e salários? Existe uma política<br />

e plano de promoção dos membros e funcionários<br />

com melhores desempenhos? Como será desenvolvida<br />

essa política?<br />

Seguros e Responsabilidade: quais as responsabilidades<br />

relacionadas à produção, fabricação<br />

e operações de bens e serviços? Quais os<br />

tipos de apólices estão disponíveis no mercado?<br />

(responsabilidade civil, roubos, incêndio, indenizações<br />

de funcionário e membros, veículos próprios<br />

ou alugados, lucros cessantes etc.).<br />

Plano de Desenvolvimento<br />

Programação de Início de Funcionamento:<br />

o que precisa ser feito? Quando e por quem?<br />

Programação de Operações<br />

Planos Estratégicos<br />

Impactos e Benefícios para a Comunidade:<br />

quais serão os impactos sociais, ambientais,<br />

econômicos e financeiros do empreendimento,<br />

para a comunidade, para a cidade, o estado e o<br />

país e para os membros? Como os consumidores<br />

e os trabalhadores se beneficiarão desse empreendimento?<br />

Quais os impactos ambientais<br />

positivos e negativos resultantes desse empreendimento?<br />

Quais postos de trabalho e oportunidades<br />

de treinamento o empreendimento gera?<br />

Qual a política de inclusão social (gênero, racial,<br />

sexual, deficientes físicos e outras minorias) adotada<br />

pelo empreendimento?<br />

Dados e Projeções Financeiras<br />

Fontes e Necessidades de Recursos:<br />

Quanto de dinheiro é necessário para iniciar o<br />

empreendimento? Quanto de dinheiro é necessário<br />

(capital de giro) para manter a operação até<br />

atingir o ponto de equilíbrio? Quais as fontes de<br />

recursos, incluindo os recursos próprios? Quanto<br />

de recursos financeiros é necessário como reservas?<br />

Como serão constituídos e utilizados os fundos<br />

de reserva?<br />

Dicionário<br />

Recursos: é o conjunto de bens, haveres, posses,<br />

numerário (valores) necessários para realizar algo (<br />

FERREIRA, 1986, p. 1466).<br />

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José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

Projeção dos Demonstrativos de Resultados:<br />

anexar as projeções dos demonstrativos de<br />

resultados, com os pressupostos e cenários, para<br />

os próximos três anos, projetados mês a mês no<br />

primeiro ano, e trimestralmente para o segundo<br />

e terceiro anos.<br />

Projeção do Fluxo de Caixa: anexar as projeções<br />

do fluxo de caixa, com os pressupostos e<br />

cenários, para os próximos três anos, projetados<br />

mês a mês no primeiro ano, e trimestralmente<br />

para o segundo e terceiro anos.<br />

Projeção do Balanço: anexar as projeções<br />

dos Balanços no início das operações e para os finais<br />

dos próximos três anos.<br />

Riscos e Planos Contingenciais ou Alternativos<br />

Fatores Negativos: descrever as possíveis<br />

variações nas vendas líquidas, lucros e fluxo de<br />

caixa comparando com suas projeções. Como<br />

as variações nos lucros e fluxo de caixa afetam o<br />

empreendimento? Como as variações nas vendas<br />

afetam o empreendimento? Descrever os possíveis<br />

impactos negativos devido a fatores organizacionais,<br />

inclusive o envelhecimento ou perda<br />

de membros e empreendedores. Que outros fatores<br />

poderão impactar negativamente o empreendimento?<br />

Planos Alternativos de Ação: como se deverá<br />

proceder com os riscos considerados acima?<br />

Planos Futuros: anexar os possíveis planos<br />

futuros de médio e longo prazo para o empreendimento.<br />

Saiba mais<br />

Um Plano de Negócios deve ser atualizado frequentemente.<br />

Embora muitas empresas o atualizem em<br />

base anual, o ideal é que o Plano de Negócios seja<br />

atualizado sempre que houver mudanças nas condições<br />

de mercado, nos objetivos da empresa ou<br />

quando surgem oportunidades estratégicas.<br />

10.7 Resumo do Capítulo<br />

Caro(a) aluno(a),<br />

Neste capítulo estudamos que o Plano de Negócios surgiu da necessidade de se ter uma ferramenta<br />

de padronização da descrição de uma nova empresa ou ideia, fornecendo todas as informações necessárias<br />

para as tomadas de decisão referentes aos vários aspectos estratégicos e operacionais da futura<br />

empresa, diminuindo a taxa de risco e permitindo uma ação empreendedora eficiente e eficaz.<br />

Vimos que o principal usuário do Plano de Negócios é o próprio empreendedor, pois pode indicar<br />

se o empreendimento tem grande potencial de sucesso, ou se existem obstáculos estratégicos, mercadológicos,<br />

operacionais, jurídicos, legais etc. intransponíveis e que, assim, os riscos são maiores do que a<br />

oportunidade.<br />

Também foi ensinado como montar um Plano de Negócios completo, com as descrições de orientações<br />

para o desenvolvimento de cada seção.<br />

Você aprendeu também que não há um tamanho pré-estabelecido para um plano de negócios,<br />

mas depende do objetivo do mesmo, ou seja, pode ter de 15 a 40 páginas, mais os materiais em anexo,<br />

o que seria um Plano de Negócios Completo, para ser utilizado quando se necessita apresentar uma<br />

visão completa do empreendimento. Pode variar de 10 a 15 páginas, para montar o Plano de Negócios<br />

Resumido: é utilizado quando se necessita apresentar algumas informações resumidas a um investidor,<br />

por exemplo.<br />

Agora vamos avaliar a sua aprendizagem.<br />

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<strong>Empreendedorismo</strong><br />

10.8 Atividades Propostas<br />

1. Quais os primeiros itens que devem ser pensados na elaboração de um plano de negócios?<br />

2. Quais os aspectos mais importantes a considerar no desenvolvimento de um Plano de Negócios?<br />

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11<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Neste material, você leu a respeito dos conceitos centrais do <strong>Empreendedorismo</strong>, através de seus<br />

principais pesquisadores; conheceu as características dos empreendedores; aprendeu os conceitos de<br />

Liderança Empreendedora; viu a importância e classificação das Pequenas e Médias Empresas (PME),<br />

bem como as principais causas de fechamento precoce em nosso mercado; entendeu os conceitos do<br />

modelo de Franchising; analisou a empresa familiar; aprendeu como identificar e avaliar oportunidades<br />

de negócios; soube como criar o planejamento na PME; e, finalizando, viu como se faz um Plano de Negócios.<br />

Esperamos ter colaborado com seu crescimento e lembramos que você poderá aprender mais lendo<br />

as obras indicadas e citadas na bibliografia.<br />

Sucesso!<br />

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RESPOSTAS COMENTADAS DAS<br />

ATIVIDADES PROPOSTAS<br />

CAPÍTULO 1<br />

Complete as informações faltantes no quadro sobre as Características do empreendedor:<br />

Característica Autor Ano<br />

Mensuração do risco Palmer 1971<br />

Ambição, desejo de independência,<br />

responsabilidade, autoconfiança<br />

Davids 1963<br />

Satisfação e prazer pelo que faz Collins & Moore 1970<br />

Inovação, iniciativa Schumpeter 1934<br />

Autodisciplina, perseverança, desejo de sucesso,<br />

orientado pela ação.<br />

Hisrich & O’Brien 1981<br />

CAPÍTULO 2<br />

Analise seu desempenho:<br />

120 a 150 pontos: você provavelmente já é um empreendedor, possui as características comuns<br />

aos empreendedores e tem tudo para se diferenciar no mundo dos negócios.<br />

90 a 119 pontos: você possui muitas características empreendedoras e às vezes se comporta como<br />

um, porém você pode melhorar ainda mais, se equilibrar os pontos ainda fracos com os pontos já<br />

fortes.<br />

60 a 89 pontos: você ainda não é muito empreendedor e provavelmente se comporta, na maior<br />

parte do tempo, como um administrador e não um “fazedor”. Para se diferenciar e começar a praticar<br />

atitudes empreendedoras procure analisar os seus principais pontos fracos e definir estratégias<br />

pessoais para eliminá-los.<br />

Menos de 59 pontos: você não é empreendedor e, se continuar a agir como age, dificilmente será<br />

um. Isto não significa que você não tenha qualidades, apenas que prefere seguir a ser seguido. Se<br />

você pretende ter um negócio próprio, reavalie sua carreira e seus objetivos pessoais.<br />

CAPÍTULO 3<br />

Resultado do teste:<br />

Agora conte os pontos. 5 pontos para cada letra A, 3 pontos para cada letra B e 1 ponto para cada<br />

letra C. O máximo de pontos possíveis é de 35 pontos.<br />

As graduações são:<br />

Atingindo os 35 pontos: todos os indicadores são de que você é visto como o líder do grupo que<br />

usou como referência.<br />

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José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

Entre 33 e 30 pontos: há sinais claros de que você já exerce alguma liderança natural sobre as<br />

pessoas do grupo que usou como referência, mesmo que você não se dê conta disso.<br />

Entre 29 e 23 pontos: na maioria dos momentos você é percebido como exercendo uma espécie<br />

de liderança frequente, mas circunstancial.<br />

Entre 22 e 17 pontos: a liderança circunstancial ocorre, mas em escala bem mais simples. Você não<br />

se destaca no grupo.<br />

Entre 16 e 10 pontos: raramente você faz sua voz ser ouvida no grupo. É algo a ser avaliado. Pergunte-se<br />

o quanto você gosta de pertencer a esse grupo e o quanto a situação lhe é confortável.<br />

Menos que 10 pontos: as pessoas mal percebem que você faz parte do grupo. Você não participa,<br />

não expressa sua opinião e quando o faz, provavelmente ninguém presta muita atenção. Como no<br />

item anterior, pergunte-se o quanto essa rotina lhe é confortável ou não.<br />

Você não se deve deixar abater se o escore obtido não o agradou. Considere isso como um feedback<br />

precioso de você para você mesmo. Analise os resultados, pondere e inclua tudo isso em seu<br />

plano de desenvolvimento, lembrando sempre que agora você sabe mais sobre si próprio do que<br />

sabia antes.<br />

CAPÍTULO 4<br />

1. Ranking das Maiores Empresas Brasileiras (FORBES/2010)<br />

Posição Empresa<br />

01 Petrobras<br />

02 Bradesco<br />

03 Banco do Brasil<br />

04 Vale<br />

05 Itaúsa<br />

06 Eletrobrás<br />

07 CSN<br />

08 Usiminas<br />

09 Tele Norte Leste<br />

10 JBS<br />

2. 31% dos motivos de fechamento das MPEs são ligados a questões “pessoais”, tais como:<br />

“problemas de planejamento/administração” (ou seja, de falta de preparo técnico dos sócios),<br />

“problemas particulares” e “problemas com sócios”. Os problemas que podem ser caracterizados<br />

como “financeiros” chegam a somar 50% do total, ou seja, “falta de capital”, “inadimplência” e<br />

“falta de lucro”. Em outras palavras, a maioria dos problemas alistados é os que poderiam ser<br />

evitados com um melhor preparo técnico por parte dos empresários.<br />

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CAPÍTULO 5<br />

<strong>Empreendedorismo</strong><br />

1. A maior rede brasileira de franquias em 2010 é O Boticário com 3.134 lojas, conforme informações<br />

do site www.portaldofranchising.com.br<br />

2. Taxa Inicial ou de Franquia, direito de fazer parte da rede de franquias do franqueador; Taxa de<br />

Royalties, para remunerar o suporte e tecnologia; Taxa de Propaganda ou de Promoção, para a<br />

formação de um fundo para divulgação; Taxa de Serviço, para a realização de serviços extras; e<br />

Taxa de compras ou desenvolvimento, pelo uso de sua estrutura de compras e, às vezes, para<br />

desenvolvimento de produtos e/ou fornecedores.<br />

CAPÍTULO 6<br />

Benefícios: o forte compromisso dos membros da família para com o bem-estar dos negócios e da<br />

habilidade de gerenciamento para enfocar o potencial humano, a qualidade e as decisões de longo<br />

prazo. A força das relações familiares, onde os laços familiares dão suporte à defesa da empresa,<br />

mesmo em circunstâncias difíceis, uma vez que os membros da família vão relutar em “abandonar<br />

o barco”, afinal o nome da família está em jogo, bem como a sua reputação. Desvantagens: tendência<br />

para colocar os interesses da família antes dos interesses do negócio, e misturar os aspectos<br />

financeiros da empresa e da família.<br />

CAPÍTULO 7<br />

1. Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados, Dia das Crianças, Páscoa, Ano Novo, entre<br />

outros.<br />

2. O processo de empreender é formado pelas seguintes etapas:<br />

Identificar e avaliar a oportunidade: criação e abrangência da oportunidade; Valores percebidos<br />

e reais da oportunidade; Riscos e retornos da oportunidade; Oportunidade versus habilidades<br />

e metas pessoais; Situação dos competidores.<br />

Desenvolver o Plano de Negócios: Sumário Executivo; Conceito do negócio; Análise Estratégica;<br />

Equipe de gestão; Mercado e competidores; Estrutura e operação; Plano Financeiro; Anexos.<br />

Determinar e captar os recursos necessários: Recursos pessoais; Recursos de amigos e parentes;<br />

Angels (“Anjos”); Capitalistas de risco; Bancos; Governo; Incubadoras.<br />

Gerenciar a empresa criada: Estilo de gestão; Fatores críticos de sucesso; Identificar problemas<br />

atuais e potenciais; Implementar um sistema de controle; Profissionalizar a gestão; Entrar<br />

em novos mercados.<br />

CAPÍTULO 8<br />

1. A sigla SWOT vem das iniciais das palavras inglesas Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas),<br />

Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças), pois estes são justamente os pontos a serem<br />

analisados. Ameaças e oportunidades – uma das partes da análise SWOT é o estudo do<br />

ambiente externo à organização em busca de ameaças e oportunidades. Forças e fraquezas<br />

– a outra parte da análise SWOT trata dos pontos fortes e fracos da organização, ou seja, de seu<br />

ambiente interno.<br />

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José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />

2. As megatendências são: a explosão da economia global; o renascimento das artes; o surgimento<br />

do socialismo de livre mercado; Estilos de vida globais e nacionalismo cultural; a privatização<br />

do sistema de seguridade social; a ascensão dos países da orla asiática do Pacífico; a<br />

década das mulheres na liderança; a era da biologia; a revitalização da religião no novo milênio;<br />

e o triunfo do indivíduo. E são importantes, pois o empreendedor possivelmente obterá maior<br />

sucesso se estiver em sintonia com essas tendências.<br />

CAPÍTULO 9<br />

1. Vantagens da venda direta: o acionista terá mais controle sobre o processo, pois ele estará<br />

em suas mãos. Poderá cuidar do sigilo com mais cuidado, envolvendo menos pessoas. Se for<br />

bem-sucedido, economizará dinheiro.<br />

Desvantagens da venda direta: possui chances baixas de sucesso porque o acionista não é<br />

especialista na matéria; toma tempo do acionista, muitas vezes ocupado em gerenciar a empresa;<br />

pode vazar internamente; poderá sair muito mais caro o processo devido a erros; poderá<br />

não ter sucesso.<br />

Vantagens da consultoria: oferece melhores chances de sucesso; evita o vazamento interno;<br />

se bem-feita, poderá ser mais rápida; poderá indicar outros caminhos além da venda.<br />

Desvantagens da consultoria: se for mal escolhida poderá ser prejudicial ao processo; poderá<br />

ser mais cara ou vista como tal; a comissão no sucesso pode parecer coisa de corretor de<br />

imóveis.<br />

2. Esta não é uma resposta fácil, pois depende de inúmeros fatores, que variam grandemente<br />

conforme a época, lugar e mercado a ser atingido. Uma análise pode ser feita, com relação a<br />

comprar um negócio existente, através dos pontos prós e contras do modelo.<br />

CAPÍTULO 10<br />

1. O que é o negócio; quais os principais produtos e/ou serviços; quem serão seus principais<br />

clientes; onde será localizada a empresa; o montante de capital a ser investido; qual será o faturamento<br />

mensal; que lucro espera obter do negócio e em quanto tempo espera que o capital<br />

retorne.<br />

2. Alguns aspectos devem ser cuidadosamente considerados e analisados na elaboração de um<br />

Plano de Negócios, são eles: Identificar uma Necessidade; Provar a Vantagem Competitiva;<br />

Definir o Foco; Ser Realista; Mapear o Mercado; Analisar as Conjecturas; Expor todos os Riscos<br />

no Plano; Ter um Plano B; Apresentar o Negócio para as Pessoas Certas.<br />

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