Empreendedorismo
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José Roberto Barbosa de Oliveira<br />
Carlos Eduardo Munhoz<br />
<strong>Empreendedorismo</strong>
APRESENTAÇÃO<br />
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de <strong>Empreendedorismo</strong>,<br />
parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo<br />
que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as)<br />
uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.<br />
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidisciplinares,<br />
como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.<br />
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,<br />
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,<br />
bem como acesso a redes de informação e documentação.<br />
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suplemento<br />
que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para<br />
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.<br />
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!<br />
Unisa Digital
SUMÁRIO<br />
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5<br />
1 EMPREENDEDORISMO: FATOS E CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS.................... 7<br />
1.1 Importância dos Empreendedores para a Sociedade........................................................................................9<br />
1.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................11<br />
1.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................11<br />
2 CARACTERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES.................................................................. 13<br />
2.1 Comportamentos mais Frequentes........................................................................................................................13<br />
2.2 Características dos Empreendedores de Sucesso.............................................................................................15<br />
2.3 Tipos de Empreendedores.........................................................................................................................................17<br />
2.4 Papéis do Empreendedor...........................................................................................................................................18<br />
2.5 Compensações de um Empreendedor.................................................................................................................19<br />
2.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................20<br />
2.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................21<br />
3 LIDERANÇA EMPREENDEDORA................................................................................................ 23<br />
3.1 Elementos-Chave...........................................................................................................................................................24<br />
3.2 Estilo de Gestão..............................................................................................................................................................25<br />
3.3 Os Papéis dos Líderes...................................................................................................................................................26<br />
3.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................28<br />
3.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................29<br />
4 PEQUENA E MÉDIA EMPRESA (PME)...................................................................................... 31<br />
4.1 A Importância das Micro e Pequenas Empresas na Economia....................................................................31<br />
4.2 Classificação das Empresas pelo Porte..................................................................................................................32<br />
4.3 Principais Características das Micro e Pequenas Empresas (MPEs)............................................................33<br />
4.4 Principais Causas de Fechamento das PME.........................................................................................................34<br />
4.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................36<br />
4.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................36<br />
5 FRANCHISING: TERMINOLOGIA E TIPOS.............................................................................. 37<br />
5.1 O que é Franquia ou Franchising.............................................................................................................................37<br />
5.2 Principais Tipos de Franquias....................................................................................................................................37<br />
5.3 Vantagens e Desvantagens do Modelo de Franquia (Franchising).............................................................39<br />
5.4 Taxas...................................................................................................................................................................................43<br />
5.5 Franquia versus Negócio Independente...............................................................................................................44<br />
5.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................46<br />
5.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................46<br />
6 EMPRESA FAMILIAR: UMA INSTITUIÇÃO SINGULAR................................................. 47<br />
6.1 Aspectos Gerais da Empresa Familiar....................................................................................................................47<br />
6.2 Sobreposição entre Família e Negócios................................................................................................................47
6.3 Aspectos do Envolvimento da Família nos Negócios......................................................................................48<br />
6.4 A Cultura da Empresa Familiar..................................................................................................................................49<br />
6.5 Membros que não são da Família na Empresa Familiar..................................................................................49<br />
6.6 Papéis e Relações Familiares.....................................................................................................................................49<br />
6.7 O Problema da Sucessão............................................................................................................................................50<br />
6.8 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................50<br />
6.9 Atividades Propostas....................................................................................................................................................51<br />
7 CRIANDO O PLANEJAMENTO NA PME................................................................................. 53<br />
7.1 Alternativas Estratégicas.............................................................................................................................................54<br />
7.2 Estratégias Competitivas de Porter........................................................................................................................55<br />
7.3 Estratégias de Crescimento.......................................................................................................................................56<br />
7.4 Outras Estratégias Genéricas....................................................................................................................................57<br />
7.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................58<br />
7.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................58<br />
8 AMBIENTES DE NEGÓCIOS........................................................................................................... 59<br />
8.1 Macroambiente..............................................................................................................................................................60<br />
8.2 Microambiente...............................................................................................................................................................64<br />
8.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................65<br />
8.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................65<br />
9 IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES....................................................................................... 67<br />
9.1 Gerar um Novo Negócio ou Ideia............................................................................................................................67<br />
9.2 Novo Negócio versus Negócio Existente..............................................................................................................69<br />
9.3 Técnicas de Avaliação de Negócios........................................................................................................................70<br />
9.4 Pontos a Considerar na Compra de um Negócio Existente..........................................................................70<br />
9.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................71<br />
9.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................71<br />
10 DESENVOLVENDO O PLANO DE NEGÓCIOS................................................................. 73<br />
10.1 Como Surgiu o Plano de Negócios.......................................................................................................................73<br />
10.2 A Importância do Plano de Negócios.................................................................................................................74<br />
10.3 Como Montar um Plano de Negócios (PN).......................................................................................................76<br />
10.4 Qual é o Tamanho Ideal de um Plano de Negócios?.....................................................................................78<br />
10.5 Aspectos Importantes do Plano de Negócios..................................................................................................79<br />
10.6 Estrutura do Plano de Negócios............................................................................................................................81<br />
10.7 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................84<br />
10.8 Atividades Propostas.................................................................................................................................................85<br />
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................. 87<br />
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...................................... 89<br />
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................. 93
INTRODUÇÃO<br />
Caro(a) aluno(a),<br />
O objetivo geral do curso de Administração é fornecer uma visão generalista dos atuais problemas<br />
empresariais, preparando os alunos para as grandes mudanças que o mundo vem experimentando, por<br />
meio do estudo de temas importantes, inerentes às lides empresariais e capacitando-os para atuar em<br />
empresas de porte e natureza diversos, de caráter público ou privado, prestadora de serviços ou indústria<br />
(UNISA, 2011).<br />
O objetivo desta disciplina e apostila, como um todo, é oferecer uma visão ampla e profunda do<br />
<strong>Empreendedorismo</strong>, desde seus conceitos históricos iniciais, passando pelos seus principais pensadores,<br />
até os seus princípios modernos, formando profissionais em linha com as exigências atuais do mercado.<br />
Afinal, poucos termos são tão frequentes no universo social e organizacional atual quanto ‘<strong>Empreendedorismo</strong>’.<br />
E, mais recentemente, o conceito de ‘Liderança empreendedora’ tem se tornado um fator<br />
de grande relevância na competitividade organizacional.<br />
Assim, o conteúdo está organizado para expor os conceitos em uma ordem prática, iniciando com<br />
a visão dos principais autores da área, através de fatos e perspectivas históricas. Após isso, abordaremos<br />
as características dos empreendedores, tanto os comportamentos mais frequentes quanto as características<br />
dos empreendedores de sucesso. Também, explicaremos os conceitos de liderança empreendedora,<br />
através dos estilos de gestão e dos papéis dos líderes. Apresentaremos as Pequenas e Médias Empresas<br />
(PME), mostrando sua importância na economia, suas principais características e sua classificação,<br />
bem como as principais causas de fechamento precoce em nosso mercado. Descreveremos o modelo de<br />
Franchising, sua terminologia e tipos, além da discussão de suas principais vantagens e desvantagens. A<br />
empresa familiar será analisada por seus aspectos peculiares, tais como a cultura, os papéis e relações familiares,<br />
bem como o problema da sucessão nos negócios. Mostraremos como identificar e avaliar oportunidades<br />
de negócios. Também discorreremos sobre como criar o planejamento na PME, através dos<br />
vários modelos estratégicos organizacionais.<br />
Finalizaremos descrevendo a estrutura e o processo de desenvolvimento de um Plano de Negócios.<br />
E há boas razões para isso, afinal a grande transformação causada pelo atual ambiente econômico<br />
implica grandes reflexos para indivíduos e organizações.<br />
Logo a necessidade de buscar incessantemente a adaptação às mudanças do meio ambiente empresarial,<br />
que exige várias competências complexas, tais como: flexibilidade, motivação, resistência às dificuldades<br />
etc. Ou seja, todas as características que são justamente as descritas para os empreendedores.<br />
Na verdade, embora o conceito de ‘<strong>Empreendedorismo</strong>’ tenha se tornado de extrema relevância estratégica<br />
em nossos dias, este não é um conceito realmente novo, pois há muito a inovação e o vanguardismo<br />
têm dependido dos empreendedores, indivíduos que fazem a diferença em seu tempo.<br />
Além disso, estudos recentes reconhecem que o conceito ‘<strong>Empreendedorismo</strong>’ não é apenas benéfico<br />
para novas empresas e negócios em seus primeiros estágios, muitas delas de pequeno e médio<br />
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5
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
porte, mas também é benéfico para o gerenciamento de empresas já estabelecidas e mais complexas,<br />
pois garante a intrepidez necessária para se obter vantagens realmente competitivas.<br />
O fato é que mesmo empresas já maduras e conservadoras precisam do que se pode definir como<br />
“liderança empreendedora”, para que possam fazer uma renovação contínua, ou seja, estabelecer a inovação<br />
que se tornou necessária à sobrevivência.<br />
Portanto, o estudo do empreendedorismo, especialmente o que estabelece uma conexão com a<br />
liderança empresarial, é imprescindível para fornecer a base para o comportamento empresarial deste<br />
novo século e um rumo para o seu sucesso!<br />
Será um prazer acompanhá-lo ao longo desse caminho.<br />
José Roberto Barbosa de Oliveira<br />
Carlos Eduardo Munhoz*<br />
*Autor do capítulo 8: “Ambientes de Negócios” e coautor do capítulo 10: “Desenvolvendo o Plano de Negócios”.<br />
6<br />
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1<br />
EMPREENDEDORISMO: FATOS E<br />
CARACTERÍSTICAS HISTÓRICAS<br />
Prezado(a) aluno(a), neste capítulo abordaremos<br />
o empreendedorismo pela ótica de seus<br />
pensadores principais, vamos iniciar a discussão?<br />
De uma forma geral, o empreendedorismo<br />
teve os seus conceitos embasados a partir do<br />
século XVII, mas foi no século passado que seus<br />
princípios foram sedimentados, tais como: a origem<br />
do conceito empreendedorismo, as descrições<br />
dos primeiros pesquisadores, as características<br />
dos empreendedores e a importância dos<br />
empreendedores para a sociedade.<br />
Você sabia que a palavra ‘empreendedor’<br />
tem como raiz o termo latim imprendere, e chegou<br />
aos tempos modernos como uma derivação<br />
da palavra francesa entrepreneur, que significa:<br />
aquele que assume riscos e inicia algo inovador?<br />
Segundo os historiadores, foi no século XVII<br />
que surgiram as primeiras evidências de se relacionar<br />
empreendedorismo com o ato de assumir<br />
riscos, sendo que a criação do termo ‘empreendedorismo’<br />
é creditada a um escritor e economista<br />
da época, Richard Cantillon. Ele teria sido um dos<br />
primeiros a separar o conceito de empreendedor<br />
(quem assume riscos) do capitalista (quem disponibilizava<br />
o capital).<br />
O autor Maximiano (2006, p. 2) explica que<br />
Cantillon, no seu livro Ensaio sobre a natureza do<br />
comércio em geral, de 1755, “identificou o empreendedor<br />
como alguém que assume riscos ao<br />
comprar serviços ou componentes por preço certo<br />
com a intenção de revendê-lo mais tarde a um<br />
preço incerto”, e, dessa forma, como tendo um papel<br />
de grande relevância na economia.<br />
Assim, os conceitos que embasam o modelo<br />
empreendedor não são novos. Segundo Dornelas<br />
(2007), desde 1848 já se descrevia as qualidades<br />
e características empreendedoras, sendo<br />
que, naquele ano, o autor Mill descreveu o conceito<br />
“assumir riscos”.<br />
Um pouco mais tarde, já no século XIX, um<br />
outro autor, o economista francês Jean-Baptiste<br />
Say, reiniciou as pesquisas sobre o empreendedor<br />
e afirmou que os empreendedores poderiam<br />
afetar a economia local, pois poderiam alterar os<br />
recursos econômicos de uma determinada área,<br />
por criar valor, fazendo com que uma região de<br />
baixa produtividade pudesse se tornar de alta<br />
produtividade e lucratividade.<br />
Note como ele descreve o empreendedor,<br />
conforme exposto por Maximiano (2006, p. 2):<br />
O que fazem os empreendedores? Eles<br />
usam sua indústria (seu trabalho) para organizar<br />
e dirigir os fatores de produção,<br />
de forma a atender as necessidades humanas.<br />
No entanto, eles não são apenas<br />
dirigentes. São também planejadores,<br />
avaliadores de projetos e tomadores de<br />
riscos. Usando seu próprio capital, ou o<br />
que emprestam de outros, eles o transferem<br />
para os proprietários do trabalho,<br />
os recursos naturais (terra) e maquinário<br />
(ferramentas). Esses pagamentos, ou<br />
aluguéis, somente são recuperados se os<br />
empreendedores conseguem vender o<br />
produto para os consumidores. O sucesso<br />
empresarial não apenas é almejado<br />
pelo indivíduo, mas também é essencial<br />
para a sociedade. Um país com muitos<br />
comerciantes, fabricantes e agricultores<br />
inteligentes tem maiores possibilidades<br />
de alcançar a prosperidade do que um<br />
outro que se dedique principalmente à<br />
busca das artes e das ciências.<br />
Caro(a) aluno(a), veja como Dornelas (2007)<br />
lista ainda outras características descritas por vá-<br />
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7
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
rios autores no decorrer do século passado, conforme<br />
demonstrado no Quadro 1.<br />
Quadro 1 – Características descritas por vários autores.<br />
Ano Autor Característica<br />
1917 Weber Autoridade formal.<br />
1934 Schumpeter Inovação, iniciativa.<br />
1954 Sutton Desejo de responsabilidade.<br />
1961 McClelland<br />
Assumir riscos, necessidade de realização, otimismo, relacionamento,<br />
poder, autoconsciência.<br />
1963 Davids Ambição, desejo de independência, responsabilidade, autoconfiança.<br />
1964 Pickle<br />
Foco, relacionamento, habilidade de comunicação, conhecimento<br />
técnico.<br />
1970 Collins & Moore Satisfação e prazer pelo que faz.<br />
1970 Hornaday & Bunker<br />
Necessidade de realização, inteligência, criatividade, iniciativa,<br />
liderança, desejo de ganhar dinheiro, desejo de reconhecimento,<br />
orientado à realização, poder, tolerância às incertezas.<br />
1971 Palmer Mensuração do risco.<br />
1978 Timmons<br />
Foco/centrado, autoconfiança, orientado pela meta, risco calculado,<br />
autocontrole, criatividade, inovação.<br />
1980 Sexton Energia/ambição, reação positiva ao fracasso (superação).<br />
1981 Hisrich & O’Brien Autodisciplina, perseverança, desejo de sucesso, orientado pela ação.<br />
Embora haja muitas definições para empreendedorismo,<br />
há muitas citações que denotam a<br />
sua importância em nossos tempos:<br />
O empreendedor é aquele que destrói a<br />
ordem econômica existente pela introdução<br />
de novos produtos e serviços, pela<br />
criação de novas formas de organização<br />
ou pela exploração de novos recursos<br />
e materiais. (Schumpeter, 1949 apud<br />
DORNELAS, 2007, p. 37).<br />
O empreendedorismo é uma revolução<br />
silenciosa, que será para o século 21 mais<br />
do que a revolução industrial foi para o<br />
século 20. (Timmons, 1990 apud DOR-<br />
NELAS, 2007, p. 42).<br />
É o indivíduo que possui ou busca<br />
desenvolver uma atitude de inquietação,<br />
ousadia e pró-atividade na relação com o<br />
mundo, condicionada por características<br />
pessoais, pela cultura e pelo ambiente,<br />
que favorece a interferência criativa e<br />
realizadora, no meio, em busca de ganhos<br />
econômicos e sociais. (Sebrae, 2005).<br />
O empreendedor é aquele que faz acontecer,<br />
se antecipa aos fatos e tem uma<br />
visão de futuro da organização. (DORNE-<br />
LAS, 2005 apud DORNELAS, 2007, p. 9).<br />
Note que muitos dos atributos acima citados<br />
são também comuns aos princípios modernos<br />
de Liderança, o que mostra a convergência<br />
desses conceitos.<br />
Naturalmente, muitos outros autores continuam<br />
a escrever sobre as principais características<br />
dos empreendedores, porém a maioria simplesmente<br />
repete ou faz uma releitura dos conceitos<br />
acima citados. Esses autores ajudaram a prover<br />
uma base teórica e estabeleceram os conceitos<br />
ainda vigentes no estudo do empreendedorismo.<br />
8<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
Dessa forma, pode-se descrever o empreendedor<br />
como uma pessoa que:<br />
• Combina capital e trabalho;<br />
• Faz algo verdadeiramente inovador;<br />
• Concebe um novo produto e/ou serviço;<br />
• Introduz um novo método de produção;<br />
• Introduz uma nova maneira de fazer alguma<br />
coisa;<br />
• Cria um novo mercado;<br />
• Descobre uma nova fonte de matérias-<br />
-primas;<br />
• Estabelece novas formas de organização<br />
entre outras ações transformadoras<br />
de seu ambiente.<br />
Saiba mais<br />
Hisrich, Peters e Shepherd (2009, p. 29)<br />
sintetizam esta visão econômica como:<br />
“Para o economista, um empreendedor<br />
é aquele que combina recursos, trabalho,<br />
materiais e outros ativos para tornar<br />
seu valor maior do que antes; também<br />
é aquele que introduz mudanças, inovações<br />
e uma nova ordem.”<br />
Um aspecto notável dos empreendedores<br />
é que há empreendedores em todas as áreas de<br />
atividades, porém o termo ‘empreendedor’ é usualmente<br />
utilizado para designar alguém que cria<br />
uma organização de negócios, ou seja, uma empresa.<br />
Onde houver potencial para uma ação inovadora,<br />
uma nova ideia ou um outro jeito de fazer<br />
o que já existe, então haverá um empreendedor.<br />
1.1 Importância dos Empreendedores para a Sociedade<br />
Fatores envolvidos<br />
Há uma relação direta entre o desenvolvimento<br />
de uma sociedade e o número de empreendedores<br />
que são estimulados a surgir. Podemos<br />
listar os seguintes fatores que atestam essa<br />
importância dos empreendedores para a sociedade<br />
como você, caro aluno, pode observar na<br />
Figura 1, com a visão de Maximiano (2006):<br />
Figura 1 – Importância dos empreendedores para a sociedade.<br />
Fonte: Adaptado de Maximiano (2006, p. 2).<br />
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9
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
Inovação<br />
Padrão de vida e qualidade de vida<br />
As pequenas e médias empresas são reconhecidas<br />
por estimularem a inovação em uma<br />
sociedade. Fazem isso de forma mais eficiente<br />
do que as grandes empresas porque estas normalmente<br />
são mais lentas e cautelosas em aplicar<br />
inovações, enquanto o pequeno empresário<br />
tem mais agilidade e flexibilidade em gerar, fomentar<br />
e aplicar as inovações. Os fatos históricos<br />
demonstram que a maioria das inovações importantes<br />
e impactantes da atualidade foi criada no<br />
âmbito da pequena empresa.<br />
A atividade dos empreendedores pode afetar<br />
de forma significativa a vários aspectos sociais<br />
de uma sociedade, tais como:<br />
Padrão de Vida – que é a quantidade de<br />
bens e serviços que as pessoas podem comprar<br />
com o dinheiro de que dispõem. Os empreendedores<br />
podem afetar o padrão de vida, pois permitem<br />
uma inserção social que outras atividades<br />
não permitiriam.<br />
Dicionário<br />
Inovação: significa novidade, ou seja, uma ideia<br />
ou invenção que é diferente dos conceitos ou padrões<br />
anteriormente existentes.<br />
Atenção<br />
Os empreendedores podem afetar o padrão de<br />
vida, tanto próprio quanto da comunidade a que<br />
pertencem, pois permitem uma inserção social<br />
que outras atividades não permitiriam.<br />
Geração de emprego e renda<br />
Dados recentes, do Sebrae, explicam que<br />
as Pequenas e Médias Empresas representam<br />
98% das empresas privadas no Brasil, conforme<br />
estudaremos mais à frente. Está claro, portanto,<br />
a importância dos pequenos empresários em fornecer<br />
a maioria da mão de obra que dá sustentação<br />
às economias das nações.<br />
Dicionário<br />
Sebrae: Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas<br />
Empresas, que é uma entidade privada<br />
sem fins lucrativos.<br />
Qualidade de Vida – que é o bem-estar geral<br />
da sociedade, medido em termos de liberdade<br />
política, educação, saúde, segurança ou ausência<br />
de violência, limpeza e proteção do ambiente,<br />
lazer e outros fatores que contribuem para o<br />
conforto e a satisfação das pessoas. O incremento<br />
das atividades empreendedoras de uma sociedade,<br />
com o aumento do padrão de vida, reflete de<br />
forma direta no bem-estar da sociedade como<br />
um todo. Não é por acaso que as principais economias<br />
mundiais, reconhecidas pela melhor qualidade<br />
de vida, são as mesmas que estimulam o<br />
espírito empreendedor.<br />
10<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
1.2 Resumo do Capítulo<br />
Caro(a) aluno(a),<br />
Neste capítulo você conheceu os principais pensadores dos conceitos básicos do empreendedorismo,<br />
tais como: Richard Cantillon, que foi o primeiro a usar o termo ‘empreendedorismo’; Jean-Baptiste<br />
Say, que afirmou que os empreendedores poderiam afetar a economia local; além de vários outros autores<br />
que ajudaram a traçar o perfil de características dos empreendedores.<br />
Você pôde ver como esses autores descreveram as características gerais dos empreendedores: uma<br />
pessoa que: combina capital e trabalho; faz algo verdadeiramente inovador; concebe um novo produto<br />
e/ou serviço; introduz um novo método de produção; introduz uma nova maneira de fazer alguma coisa;<br />
cria um novo mercado; descobre uma nova fonte de matérias-primas e estabelece novas formas de organização<br />
entre outras ações transformadoras de seu ambiente.<br />
Também foi explanada a importância dos empreendedores para a sociedade, relacionada com a<br />
inovação, com a geração de empregos e com os aspectos relacionados ao padrão de vida e à qualidade<br />
de vida que os empreendedores afetam, inclusive nas suas comunidades.<br />
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.<br />
1.3 Atividades Propostas<br />
1. Complete as informações faltantes no quadro sobre as Características do empreendedor:<br />
Mensuração do risco<br />
Característica Autor Ano<br />
Ambição, desejo de independência, responsabilidade,<br />
autoconfiança<br />
Satisfação e prazer pelo que faz<br />
Inovação, iniciativa<br />
Autodisciplina, perseverança, desejo de sucesso,<br />
orientado pela ação.<br />
2. Como a atividade empreendedora pode afetar a qualidade de vida da sociedade em que ela<br />
ocorre?<br />
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11
2<br />
CARACTERÍSTICAS DOS<br />
EMPREENDEDORES<br />
Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, conheceremos<br />
as principais características dos empreendedores,<br />
vamos começar?<br />
As principais e mais frequentes características<br />
citadas pelos pesquisadores são: a criatividade,<br />
disposição para assumir riscos, otimismo,<br />
perseverança, senso de independência e capacidade<br />
de implementação. Analisaremos ainda as<br />
características dos empreendedores de sucesso,<br />
segundo o autor Dornellas e as descritas pelo Sebrae.<br />
Também serão explanados os tipos de empreendedores,<br />
os papéis do empreendedor e as<br />
compensações de um empreendimento.<br />
O Dicionário Aurélio (FERREIRA, 1986) verte<br />
as seguintes definições para os conceitos de empreendedorismo:<br />
• Empreender: [do latim imprendere] 1.<br />
Deliberar-se a praticar, propor-se, tentar<br />
(empresa laboriosa e difícil). 2. Por em<br />
execução.<br />
• Empreendimento: 1. Ato de empreender.<br />
2. Efeito de empreender; aquilo que<br />
se empreendeu e levou a cabo; empresa;<br />
realização; cometimento.<br />
• Empreendedor: 1. Que empreende;<br />
ativo; arrojado; cometedor.<br />
Dicionário<br />
<strong>Empreendedorismo</strong>: o estudo das práticas relacionadas<br />
ao desenvolvimento de uma empresa,<br />
desde a sua concepção (ideia original) até a sua<br />
execução (realização).<br />
Note, prezado(a) aluno(a), que as descrições<br />
sempre definem aspectos relacionados com ação<br />
ou realização, que exige um esforço sério para<br />
obtê-lo. É um aspecto dinâmico da personalidade<br />
do empreendedor, em linha com a própria natureza<br />
do empreendedorismo, que é constantemente<br />
adaptável ao ambiente em que se integra.<br />
Outros autores ainda vão mais além e buscam<br />
descrever minuciosamente o perfil do empreendedor<br />
de sucesso, o que pode ser útil como<br />
ferramenta de comparação para os que buscam<br />
um caminho sólido a seguir.<br />
Maximiano (2006, p. 1) descreve o empreendedor<br />
como: “a pessoa que assume o risco de<br />
começar uma empresa.”<br />
Este é um dos comportamentos típicos atribuídos<br />
ao empreendedor, que tem sido estudado<br />
amplamente e que relaciona os resultados do<br />
empreendedor com o seu perfil comportamental.<br />
2.1 Comportamentos mais Frequentes<br />
Caro(a) aluno(a), note como o mesmo autor<br />
também enumera os comportamentos que considera<br />
como os mais importantes e frequentes no<br />
empreendedor, conforme a Figura 2, a seguir:<br />
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13
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
Figura 2 – Comportamentos do empreendedor.<br />
Fonte: Adaptado de Maximiano (2006, p. 4),<br />
Criatividade<br />
Este é um dos traços principais do empreendedor,<br />
pois sempre busca soluções inovadoras<br />
para tudo que faz. Afinal, as grandes inovações<br />
humanas frequentemente foram originadas nas<br />
mãos de um empreendedor.<br />
Disposição para assumir riscos<br />
Este é um traço básico da personalidade<br />
do empreendedor, ou seja, a capacidade de lidar<br />
com as incertezas, e é citado por todos os que<br />
estudam os empreendedores, uma vez que desenvolver<br />
um novo negócio é uma atividade de<br />
constante risco.<br />
Otimismo<br />
Uma das características do empreendedor<br />
é conseguir formar uma visão de futuro, nem sequer<br />
considerando a possibilidade de fracasso. E<br />
mesmo que fracasse, considera o fato como natu-<br />
ral e uma chance de aprender algo para ter sucesso<br />
na próxima tentativa.<br />
Perseverança<br />
Uma vez que criar um negócio pode envolver<br />
grande dispêndio de energia e tempo, às vezes<br />
com sacrifícios pessoais e da família, ter perseverança,<br />
ou seja, não desistir frente aos muitos<br />
obstáculos do caminho, é condição-chave para<br />
realizar seus sonhos.<br />
Senso de independência<br />
Os verdadeiros empreendedores têm um<br />
forte senso de independência, ou seja, não dependem<br />
do suporte ou da opinião de outros, mas<br />
confiam na própria capacidade para realizar o que<br />
muitos podem considerar irrealizável. Esse conjunto<br />
de características e comportamentos varia<br />
bastante em intensidade e forma para cada empreendedor,<br />
dependendo de inúmeros fatores,<br />
entretanto os citados acima quase sempre estão<br />
14<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
presentes em todos os empreendedores que se<br />
destacam em suas áreas de atuação. Naturalmente,<br />
há muitas outras características que também<br />
podem estar presentes e são importantes para<br />
definir os vários perfis de empreendedores de sucesso.<br />
Capacidade de implementação<br />
Além de desenvolver coisas e processos<br />
novos, o empreendedor se destaca por levar as<br />
ideias até a sua consecução, ou seja, finaliza o que<br />
imagina.<br />
2.2 Características dos Empreendedores de Sucesso<br />
Prezado(a) aluno(a), veja como, por exemplo,<br />
Dornelas (2007, p. 5-7) descreve 16 características<br />
do que ele classificou como sendo dos<br />
“Empreendedores de Sucesso”, assim listadas,<br />
que podem reforçar a listagem anterior:<br />
“São determinados e dinâmicos”<br />
São comprometidos com seus objetivos,<br />
não se abatendo frente às adversidades. Como<br />
cita o autor: “cultivam certo inconformismo diante<br />
da rotina.”<br />
“Visionários”<br />
Conseguem estabelecer uma visão de<br />
como será o futuro de seu negócio e também<br />
conseguem transformar os sonhos em realidade.<br />
“Sabem tomar decisões”<br />
Tem como fator-chave de sucesso a capacidade<br />
de decidir, de forma correta, mesmo sob<br />
circunstâncias adversas.<br />
“São indivíduos que fazem a diferença”<br />
Descreve Dornelas (2007): “transformam<br />
algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em<br />
algo concreto, que funciona, transformando o<br />
que é possível em realidade.” Em outras palavras,<br />
são transformadores de sonhos em realidades.<br />
Também conseguem agregar valor ao que fazem.<br />
“Sabem explorar ao máximo as oportunidades”<br />
Em primeiro lugar, os empreendedores são<br />
aqueles que conseguem enxergar, ou seja, identificar,<br />
as oportunidades aonde ninguém mais vê,<br />
mesmo coisas que estão sempre por perto. É a<br />
oportunidade identificada, de que Schumpeter<br />
falava. De fato, muitos especialistas em empreendedorismo<br />
afirmam que “o empreendedor é exímio<br />
identificador de oportunidades”.<br />
“São Dedicados”<br />
Dedicam-se integralmente ao seu negócio,<br />
com muita energia e sem restrição de tempo, o<br />
que muitas vezes cria problemas de relacionamento<br />
com amigos e família, e podendo até mesmo<br />
causar-lhes problemas de saúde.<br />
“São otimistas e apaixonados pelo que<br />
fazem”<br />
São otimistas, pois não consideram o fracasso,<br />
só enxergando o sucesso. E fazem isto de maneira<br />
apaixonada, pois adoram o que fazem. Segundo<br />
as palavras do autor: “é esse amor ao que<br />
fazem o principal combustível que os mantêm<br />
cada vez mais animados e autodeterminados.”<br />
“São independentes e constroem seu<br />
próprio destino”<br />
Não querem ficar presos ao modelo de<br />
emprego tradicional, mas, antes, ser seu próprio<br />
patrão e assim determinar por si próprio seu caminho.<br />
“Ficam ricos”<br />
A riqueza é uma mera consequência do sucesso<br />
nas suas atividades.<br />
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15
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
“São líderes e formadores de equipes”<br />
O empreendedor de sucesso sabe que não<br />
pode fazer tudo sozinho e, portanto, depende de<br />
outros para chegar ao sucesso. Por isso, conforme<br />
diz o autor, “têm um senso de liderança incomum”.<br />
Dessa forma mantém seus colaboradores<br />
motivados e valorizados, obtendo, em contrapartida,<br />
forte comprometimento e respeito de todos.<br />
“São bem relacionados (Networking)”<br />
Valorizam sua rede de contatos externos à<br />
empresa, não só com clientes e fornecedores, mas<br />
com todos que podem influenciar seus resultados,<br />
tais como entidades de classe e autoridades.<br />
sabem gerenciar o risco, avaliando as reais chances<br />
de sucesso”, como afirma o autor. Em outras<br />
palavras, não atiram no escuro, de forma aleatória,<br />
mas têm sempre o senso das possibilidades, e<br />
se sentem estimulados com os desafios.<br />
“Criam valor para a sociedade”<br />
Uma vez que geram empregos, estimulam<br />
a economia e geram inovações, que muitas vezes<br />
afetam a muitos, conseguem gerar valor para a<br />
sociedade, como um todo. É claro que essa lista<br />
não é final, até porque as exigências para o perfil<br />
de um empreendedor também dependem de fatores<br />
culturais e sociais do tempo em que vivem,<br />
e assim estão em constante mutação.<br />
Dicionário<br />
Networking: rede de relacionamento pessoal, geralmente<br />
cultivada para fins profissionais.<br />
“São organizados”<br />
Sabem racionalizar os esforços, buscando o<br />
melhor desempenho para o empreendimento.<br />
“Planejam, planejam, planejam”<br />
Como afirma o autor, “os empreendedores<br />
de sucesso planejam cada passo de seu negócio,<br />
desde o primeiro rascunho do seu plano de negócios.”<br />
Assim, não negligenciam nenhum aspecto<br />
estratégico da sua atividade.<br />
“Possuem conhecimento”<br />
Os empreendedores “são sedentos do saber”,<br />
buscando avidamente o conhecimento profundo<br />
e know-how do seu negócio, aprendendo<br />
tanto da experiência pessoal e de outros, quanto<br />
de fontes especializadas, como publicações e cursos.<br />
Atenção<br />
Naturalmente, essa lista não é final, até porque<br />
as exigências para o perfil de um empreendedor<br />
também dependem de fatores culturais e sociais<br />
do tempo em que vivem, e assim estão em constante<br />
mutação.<br />
Segundo o Sebrae<br />
Caro(a) aluno(a), note que o Serviço Brasileiro<br />
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae),<br />
buscando simplificar esse grande volume<br />
de informações que podem servir de parâmetros<br />
para identificar o empreendedor de sucesso, resumiu<br />
essas características no Quadro 2, onde divide<br />
as características em três grupos: Realização,<br />
Planejamento e Poder.<br />
“Assumem riscos calculados”<br />
Assumir riscos é uma das características<br />
mais citadas para os empreendedores, porém os<br />
empreendedores “assumem riscos calculados e<br />
16<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
Quadro 2 – Características dos empreendedores de sucesso.<br />
Grupo de características relativas à realização<br />
• Busca oportunidades e iniciativa<br />
• Corre riscos calculados<br />
• Exige qualidade e eficiência<br />
• Persistência<br />
• Comprometimento<br />
Grupo de características relativas ao planejamento<br />
• Busca de informações<br />
• Estabelecimento de metas<br />
• Planejamento e monitoramento sistêmico<br />
Grupo de características relativas ao poder<br />
• Persuasão e rede de contatos<br />
• Independência e autoconfiança<br />
Com base nessas análises, pode-se notar<br />
que não há um verdadeiro padrão para definir<br />
um empreendedor, mas sim perfis diferenciados,<br />
que, por sua vez, podem ser agrupados em diferentes<br />
tipos de empreendedores. Vários autores<br />
têm tentado identificar alguns comportamentos<br />
comuns que podem ser agrupados.<br />
2.3 Tipos de Empreendedores<br />
A seguir, descrevem-se oito tipos principais<br />
de empreendedores, conforme pesquisa desenvolvida<br />
por Dornelas (2007):<br />
O Empreendedor Nato<br />
São aqueles que reconhecemos na mídia.<br />
Quase sempre são de origem humilde e muitas<br />
vezes começaram a trabalhar muito jovens, e “adquirem<br />
habilidades em negociação e em vendas”,<br />
como afirma Dornelas (2007). Em sua maioria são<br />
imigrantes (de outros países ou mesmo de outra<br />
região do país), que buscam oportunidades em<br />
outros lugares, e se realizam por esforço próprio.<br />
O Empreendedor que Aprende<br />
É aquele que se torna empreendedor de<br />
forma inesperada, quando se depara com uma<br />
oportunidade de negócio e larga tudo o que fazia<br />
para se envolver em seu próprio negócio.<br />
O Empreendedor Serial<br />
São aqueles que estão sempre mudando<br />
de desafios, e que têm maior satisfação em criar<br />
algo novo, um novo negócio, do que fazer com<br />
que um negócio cresça. Assim estão sempre se<br />
envolvendo com novos negócios, às vezes vários<br />
deles ao mesmo tempo. Têm grande habilidade<br />
em identificar oportunidades, acreditar nelas e<br />
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17
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
implementá-las. Mas não ficam muito tempo em<br />
um mesmo negócio.<br />
O Empreendedor Corporativo<br />
São executivos em linha com as novas exigências<br />
das organizações, ou seja, renovar, inovar<br />
e criar novos negócios. São profissionais que assumem<br />
riscos e como geralmente não têm autonomia<br />
completa, “desenvolvem estratégias avançadas<br />
de negociação”. São ambiciosos e muito<br />
motivados, com metas ousadas e recompensas<br />
variáveis.<br />
Saiba mais<br />
<strong>Empreendedorismo</strong> corporativo abrangeria principalmente<br />
a criação de empresas (corporate venture),<br />
que corresponde à criação de novas atividades<br />
dentro ou fora da organização e a renovação estratégica,<br />
que se refere às mudanças significativas em<br />
termos de atitudes, comportamentos ou modos de<br />
funcionamento promovidos pela organização.<br />
O Empreendedor por Necessidade<br />
São aqueles que criam seus negócios por<br />
absoluta falta de opção, pois muitas vezes não<br />
têm acesso ao mercado de trabalho ou foi demitido.<br />
Geralmente estão envolvidos em atividades<br />
informais, o que acaba gerando problemas<br />
sociais, pois vivem à margem do mercado e, por<br />
não terem um mínimo de embasamento técnico<br />
e teórico, acabam vítimas das altas taxas de “mortalidade”<br />
empresarial (fechamento de empresas),<br />
comuns nos mercados em desenvolvimento,<br />
onde cerca de 60% das empresas não conseguem<br />
sobreviver mais que cinco anos.<br />
O Empreendedor Herdeiro (Sucessão Familiar)<br />
São aqueles que, muitas vezes, já se envolvem<br />
com o negócio da família desde jovens,<br />
aprendendo os conceitos com exemplos da própria<br />
família, assumindo responsabilidades na<br />
organização e se envolvendo na administração<br />
direta desde cedo. Atualmente, com a maior profissionalização<br />
da gestão das empresas familiares,<br />
também têm buscado melhor formação teórica,<br />
visando a perpetuar o legado da família.<br />
O Empreendedor Social<br />
São verdadeiros empreendedores, porém<br />
voltados para causas humanitárias, que trazem<br />
resultados para outros e não para si mesmos. São<br />
muito engajados em causas e objetivos sociais.<br />
O Empreendedor “Normal” (Planejado)<br />
São os empreendedores que se preparam<br />
para a atividade, fazendo um planejamento minucioso<br />
e extenso tanto das fases que antecedem<br />
a abertura do negócio quanto do próprio desenvolvimento<br />
do mesmo. Infelizmente é a minoria<br />
entre os empreendedores, já que o conceito de<br />
planejamento não está enraizado em nossa cultura.<br />
2.4 Papéis do Empreendedor<br />
Tudo o que foi considerado anteriormente<br />
ajuda-nos a compor o leque de papéis de um<br />
empreendedor, que é sumarizado na Figura 3, a<br />
seguir, de Maximiano (2006).<br />
18<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
Figura 3 – Papéis do empreendedor.<br />
Atenção<br />
Assim, “Lidar com informações”, ‘Tomar decisões”<br />
e “Trabalhar com pessoas” compõem os<br />
principais papéis, ou seja, as ações e atitudes que<br />
o empreendedor tem que desempenhar no dia a<br />
dia para atingir seus objetivos.<br />
Para Nassif et al. (2009, p. 18), “o empreendedor é<br />
o ator social que tem como características pessoais<br />
ser corajoso para assumir riscos, criativo,<br />
dinâmico, autoconfiante, dedicado, perseverante,<br />
ambicioso, inteligente, otimista, inquieto<br />
e pouco disciplinado. Suas ações pautam-se<br />
pela iniciativa, realização, autonomia, aposta<br />
no trabalho, diferenciação e transformação de<br />
idéias em oportunidades.”<br />
2.5 Compensações de um Empreendedor<br />
Conforme Longenecker et al. (1998), há várias<br />
razões para alguém decidir ser um empreendedor,<br />
o que os autores chamam de “compensações”,<br />
ou seja, algo que motiva o empreendedor,<br />
apesar das dificuldades inerentes ao modelo de<br />
ação, como mostra a Figura 4.<br />
Figura 4 – Razões para alguém decidir ser um empreendedor.<br />
Fonte: Adaptado de Longenecker et al. (1998).<br />
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19
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
Valor<br />
Libertação dos limites de pagamento padronizado<br />
para trabalho padronizado. Assim, o<br />
empreendedor entende que não há limite para o<br />
retorno de seu empreendimento, exceto seu próprio<br />
esforço, ao contrário do trabalho “remunerado”,<br />
que se autolimita, quanto às possibilidades<br />
de crescimento.<br />
Independência<br />
Libertação da supervisão e regras de organizações<br />
burocráticas. O empreendedor pode ser<br />
o dono de seu próprio nariz.<br />
Estilo de Vida Prazeroso<br />
Libertação da rotina, monotonia e empregos<br />
não desafiadores. Muitas vezes o empreendedor<br />
alia uma oportunidade de negócios com<br />
um prazer, ou uma atividade de grande satisfação<br />
pessoal, intelectual e/ou física. É claro que há inúmeras<br />
causas que justifiquem ao empreendedor<br />
deixar o modelo “padrão” de atividade vinculada<br />
a um emprego, mas essas três sintetizam o comportamento<br />
libertário do empreendedor, ou seja,<br />
a busca por ter seu destino nas próprias mãos.<br />
Atenção<br />
É claro que há inúmeras causas que justifiquem<br />
ao empreendedor deixar o modelo “padrão” de<br />
atividade vinculada a um emprego, mas essas<br />
três sintetizam o comportamento libertário<br />
do empreendedor, ou seja, a busca por ter seu<br />
destino nas próprias mãos.<br />
2.6 Resumo do Capítulo<br />
Caro(a) aluno(a),<br />
Neste capítulo conhecemos as principais características dos empreendedores, citadas pelos pesquisadores<br />
e autores, que são: a criatividade, a disposição para assumir riscos, o otimismo, a perseverança,<br />
o senso de independência e a capacidade de implementação. Pudemos também analisar as características<br />
dos empreendedores de sucesso, segundo a visão do autor Dornellas e também as descritas pelo<br />
Sebrae, que divide as características em três grupos: Realização, Planejamento e Poder.<br />
Também foram explanados os tipos de empreendedores: o nato, o que aprende, o serial, o corporativo,<br />
o social, o por necessidade, o herdeiro e o planejado (“normal”).<br />
Foi descrito os papéis do empreendedor, que são: tomar decisões, trabalhar com pessoas e lidar<br />
com informações.<br />
Finalizando, apresentamos as compensações de um empreendimento, como segue: Valor, que é a<br />
libertação dos limites de pagamento padronizado para trabalho padronizado; Independência, que é a<br />
libertação da supervisão e regras de organizações burocráticas; e Estilo de vida prazeroso, descrito como<br />
a libertação da rotina, monotonia e empregos não desafiadores.<br />
Agora, vamos avaliar a sua aprendizagem.<br />
20<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
2.7 Atividades Propostas<br />
Segundo Dornelas (2007), é possível fazer uma autoavaliação do perfil empreendedor, utilizando<br />
elementos que identificam esse perfil diante do ambiente, atitudes e know-how do empreendedor. Então,<br />
antes de enveredarmos na geração de ideias, faremos uma autoavaliação para traçarmos seu perfil<br />
empreendedor.<br />
Para essa autoavaliação, siga as instruções a seguir e preencha o questionário.<br />
1. Atribua à sua pessoa uma nota de 1 a 5 para cada uma das características a seguir e escreva<br />
a nota na última coluna.<br />
2. Some as notas obtidas para todas as características.<br />
3. Analise seu resultado global com base nas explicações ao final.<br />
4. Destaque seus principais pontos fortes e pontos fracos.<br />
5. Quais dos pontos fortes destacados são mais importantes para o seu desempenho como<br />
empreendedor?<br />
6. Quais dos pontos fracos destacados deveriam ser trabalhados para que o seu desempenho<br />
seja melhorado? É possível melhorá-los?<br />
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21
3<br />
LIDERANÇA EMPREENDEDORA<br />
Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, conheceremos<br />
os principais conceitos da liderança empreendedora,<br />
vamos iniciar?<br />
Os principais aspectos relacionados à liderança<br />
envolvem a influência pessoal, o relacionamento<br />
de poder e o processo de influenciação.<br />
Serão considerados os elementos-chave da liderança,<br />
os estilos de gestão envolvidos e os papéis<br />
e modelos de líder.<br />
O conceito de Liderança tem sido um tópico<br />
de grande interesse no transcorrer da história,<br />
geralmente abordado por filósofos e historiadores.<br />
Mas foi apenas no século XX que começaram<br />
a surgir estudos científicos sérios no assunto. Calcula-se<br />
que existam mais de 350 diferentes definições<br />
para o termo ‘Liderança’ e já se disse que a<br />
liderança é um dos aspectos mais estudados, mas<br />
menos compreendido da gestão organizacional<br />
de nossos tempos. Essa dificuldade em definir o<br />
conceito de liderança está na própria natureza<br />
complexa do tema.<br />
Algumas definições de liderança, na literatura<br />
organizacional, pesquisadas por Yukl e citadas<br />
por Bergamini, são apresentadas a seguir:<br />
É influência pessoal, exercida em uma<br />
situação e dirigida através do processo de<br />
comunicação, no sentido do atingimento<br />
de um objetivo específico ou objetivos.<br />
(TANNENBAUM; WESCHLER; MASSARIK,<br />
1961, p. 24 apud BERGAMINI, 1994, p. 15).<br />
É um tipo especial de relacionamento de<br />
poder. (JANDA, 1960, p. 35 apud BERGA-<br />
MINI, 1994, p. 15).<br />
É o processo de influenciar as atividades<br />
de um grupo organizado na direção<br />
da realização de um objetivo. (ROUCH;<br />
BEHLING, 1984, p. 46 apud BERGAMINI,<br />
1994, p. 15).<br />
Conforme observado por Bergamini (1994,<br />
p. 15), há pelo menos dois elementos que sempre<br />
aparecem nas definições de liderança: o fato<br />
de a liderança ser um fenômeno grupal, ou seja,<br />
depender do envolvimento de mais de duas pessoas<br />
e de se tratar de um processo de influenciação<br />
do líder sobre seus subordinados, de forma<br />
intencional.<br />
Saiba mais<br />
Rickards e Moger (2000) tratam a liderança como<br />
um processo onde é destacada a figura do líder<br />
como principal elemento de facilitação da formação<br />
e alcance dos resultados de equipes. Para eles,<br />
o processo de liderança é voltado para a busca do<br />
sucesso na inovação organizacional.<br />
Assim sendo, liderança é um relacionamento<br />
de influência entre líderes e liderados, objetivando<br />
mudanças significativas que reflitam os<br />
propósitos compartilhados, ou seja, a liderança<br />
envolve a influência de pessoas para se atingir<br />
resultados desejados, tornando a inovação real.<br />
É aqui que os conceitos de <strong>Empreendedorismo</strong>,<br />
Inovação e Liderança se cruzam, pois um dos<br />
desafios estratégicos das empresas, de qualquer<br />
porte, é conseguir uma capacidade permanente<br />
de inovação, ou seja, mudanças, que possibilite a<br />
procura de novas oportunidades e o desenvolvimento<br />
de novos modelos de negócio.<br />
Nos últimos anos, as empresas têm descoberto<br />
as vantagens de motivar a capacidade<br />
empreendedora dos empregados, o que exige<br />
que os administradores exerçam um estilo de liderança<br />
empreendedora. Dessa forma, ao unir-se<br />
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23
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
o Empreendedor com o Líder, obtém-se o Líder<br />
Empreendedor, ou seja, aquele profissional focado<br />
em resultados, que estimula seus colaboradores<br />
à ação, atendendo aos objetivos de sua organização,<br />
qualquer que seja seu porte. Esse tipo<br />
de profissional torna-se um verdadeiro agente<br />
de mudanças, um dos pilares do empreendedorismo<br />
e, para isso, transforma seus colaboradores<br />
também em líderes de seus próprios processos, o<br />
que estimula a inovação constante.<br />
Atenção<br />
Esse tipo de profissional torna-se um verdadeiro<br />
agente de mudanças, um dos pilares do empreendedorismo<br />
e, para isso, transforma seus colaboradores<br />
também em líderes de seus próprios<br />
processos, o que estimula a inovação constante.<br />
3.1 Elementos-Chave<br />
Aqui estão alguns elementos-chave do conceito<br />
de liderança empresarial:<br />
a) Influência;<br />
b) Intenção e propósito compartilhados;<br />
c) Mudança;<br />
d) Responsabilidade pessoal.<br />
A influência significa que o processo de liderar<br />
não é passivo, ou seja, é um processo multidirecional,<br />
onde o líder influencia, mas também<br />
recebe influências de seus liderados. O líder empreendedor<br />
não só faz, como motiva outros a<br />
segui-lo nas suas atitudes, fazendo de maneira<br />
motivacional, não coercitiva (não imposta).<br />
A intenção, ou seja, o desejo ou a vontade<br />
de realizar, significa que as pessoas precisam estar<br />
ativamente envolvidas na inovação e na mudança,<br />
e isto só acontece quando as pessoas estão<br />
realmente motivadas a fazê-lo. O líder empreendedor<br />
precisa tornar sua visão e seus propósitos<br />
claros o bastante para que todos possam entendê-los.<br />
Além disso, é importante que os propósitos<br />
reflitam os interesses comuns entre líder e<br />
liderados.<br />
Dicionário<br />
Propósito: algo que se pretende fazer ou conseguir.<br />
Fim a que se visa (FERREIRA, 1986, p. 1403).<br />
O líder empreendedor precisa entender<br />
que as pessoas envolvidas em um relacionamento,<br />
quando compartilham objetivos (propósitos)<br />
comuns, querem mudanças substanciais, ou seja,<br />
querem que as coisas sempre evoluam de maneira<br />
perceptível e que representem uma agregação<br />
de valores a todos os envolvidos – empresa e colaboradores.<br />
E os resultados somente serão atingidos, se<br />
cada pessoa envolvida assumir a responsabilidade<br />
pessoal de atingir o futuro, ou seja, os objetivos,<br />
que se deseja. A liderança empreendedora<br />
atinge seu auge quando é compartilhada entre os<br />
líderes e colaboradores, com todos inteiramente<br />
envolvidos e aceitando maior responsabilidade.<br />
Portanto, a liderança empreendedora envolve<br />
a influência de pessoas, para terem os mesmos<br />
propósitos, motivados pelas mesmas intenções,<br />
para fazer a mudança ocorrer, em direção a<br />
um futuro desejável e compartilhado.<br />
Nesse ponto, surge uma questão recorrente<br />
no estudo da liderança: esta pode ser aprendida?<br />
Ou seja, pode-se ensinar a alguém ser um líder?<br />
Ocorre que há muitas opiniões entre os pesquisadores<br />
e estudiosos da liderança, alguns defendendo<br />
que é possível aprender a liderar e outros<br />
afirmando que não.<br />
Polêmicas à parte, o fato é que algumas<br />
pessoas apresentam certas características inatas<br />
que certamente facilitam a aplicação de um mo-<br />
24<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
delo de liderança, assim como com o empreendedorismo,<br />
onde também alguns já nascem com<br />
certas habilidades para criar inovações, maiores<br />
que outros. Entretanto, tanto a liderança quanto<br />
o empreendedorismo, possui um conjunto de<br />
técnicas que permite a todos os interessados desenvolvê-las<br />
apropriadamente.<br />
Então, que atitudes práticas podem tomar<br />
os que querem desenvolver suas habilidades<br />
como líderes empreendedores?<br />
Um artigo publicado no site da Warton<br />
School da Universidade de Pennsylvania, com o<br />
tema “Como se forma um bom líder empreendedor?”,<br />
comentando um trabalho dos pesquisadores<br />
Gupta e MacMillan, ajuda a montar um modelo<br />
de atuação:<br />
Gupta e MacMillan afirmam que o líder<br />
empreendedor deve desempenhar duas<br />
funções: a primeira é ‘atuação transformacional’,<br />
ou a conjetura de possíveis resultados<br />
diante da incerteza. A segunda<br />
refere-se à ‘atuação diante do pessoal’, ou<br />
motivação de um grupo de pessoas para<br />
ajudar a criar novos modelos de negócio<br />
que reduzam a incerteza. Os autores dividem<br />
a atuação transformacional em<br />
três tarefas:<br />
1. Absorver a incerteza: Assuma a responsabilidade<br />
pelo resultado incerto<br />
de um novo projeto. Como explica Mac-<br />
Millan, ‘É dizer ao seu pessoal, ‘se eu estiver<br />
errado, o problema é meu, não de vocês.<br />
Portanto, vocês podem atuar como<br />
se tudo fosse ocorrer como eu projetei’.<br />
2. Projetar o desafio: Exponha um projeto<br />
que estimule os funcionários ao máximo,<br />
mas não além, de sua capacidade.<br />
3. Buscar apoio/preparar o terreno:<br />
Crie um ambiente propício à transformação<br />
empreendedora, negociando o apoio<br />
das principais partes interessadas dentro<br />
e fora da empresa.<br />
Com relação à ‘atuação diante do pessoal’,<br />
o líder empreendedor deve atender<br />
a duas imposições:<br />
1. Conseguir o compromisso dos funcionários:<br />
Promova entre os funcionários<br />
a disposição para trabalhar por um objetivo<br />
comum, no sentido da criação de<br />
uma equipe motivada tradicional.<br />
2. ‘Definir o que é grave’: Derrubar as<br />
barreiras auto-impostas pelos membros<br />
da equipe e os estereótipos sobre o que<br />
pode e não pode ser feito, a fim de produzir<br />
ações integradoras e decisivas. Um<br />
líder empreendedor terá a noção de até<br />
que ponto os recursos das pessoas foram<br />
subestimados. (UNIVERSIA, 2002).<br />
Conforme esse artigo, o desempenho do líder<br />
empreendedor, nesses cinco papéis, é a chave<br />
para o tipo de liderança que as empresas de hoje<br />
precisam para prosperar.<br />
3.2 Estilo de Gestão<br />
Outro aspecto importante que os líderes<br />
empreendedores precisam levar em conta tem a<br />
ver com o estilo de gestão que desenvolvem.<br />
Perceba, caro(a) aluno(a), que para isso é<br />
importante que percebam as nítidas diferenças<br />
entre o comportamento do “líder” e do “gerente”,<br />
como mostra o Quadro 3, a seguir, extraído de<br />
Bennis (1996 apud CAVALCANTE et al., 2006).<br />
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25
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
Quadro 3 – Diferenças entre o líder e o gerente.<br />
GERENTE<br />
Administra<br />
Prioriza sistemas e estruturas<br />
Tem uma visão de curto prazo<br />
Pergunta como e quando<br />
Exerce o controle<br />
Aceita e mantém o status quo<br />
É o clássico “bom soldado”<br />
Faz certo as coisas (é eficiente)<br />
LÍDER<br />
Inova<br />
Prioriza as pessoas<br />
Tem perspectiva de futuro<br />
Pergunta o quê e por quê<br />
Inspira confiança<br />
Desafia o status quo<br />
É a sua própria pessoa<br />
Faz a coisa certa (é eficaz)<br />
Esse quadro sintetiza os diferentes posicionamentos<br />
sobre o comportamento de gerentes<br />
e líderes, conforme Cavalcante et al. (2006), demonstrando<br />
claramente como o perfil do gerente<br />
está mais voltado às tarefas e o do líder para as<br />
pessoas.<br />
3.3 Os Papéis dos Líderes<br />
Cavalcanti et al. (2006) também oferecem<br />
um modelo de desenvolvimento das habilidades<br />
de liderança que pode ser muito útil ao empreendedor.<br />
Esse modelo foi originalmente desenvolvido<br />
por Quinn et al. (2003) e contem a descrição<br />
dos oito papéis dos líderes. Cavalcanti et al.<br />
(2006) explica que este é um modelo que integra<br />
e explica as competências de um líder, indicando<br />
que esses papéis “significam atuações que<br />
um líder deve estar preparado para exercer, de<br />
acordo com o contexto da atuação”, ou seja, são<br />
as habilidades-chave que o empreendedor deve<br />
desenvolver, para fazer frente aos muitos desafios<br />
da administração de grupos e equipes.<br />
Os papéis e modelos de líder são descritos<br />
como:<br />
• Mentor;<br />
• Facilitador;<br />
• Monitor;<br />
• Coordenador;<br />
• Diretor;<br />
• Produtor;<br />
• Negociador;<br />
• Inovador.<br />
Para facilitar o entendimento, note a Figura 5.<br />
Figura 5 – Os papéis e modelos de líder.<br />
26<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
Note que os oito papéis estão distribuídos<br />
em quadrantes. Dessa forma, os modelos Inovador<br />
e Negociador estão mais ligados às Mudanças,<br />
ou seja, à inovação e à criatividade, assim como os<br />
modelos Produtor e Diretor se concentram mais<br />
nas metas e objetivos, e assim por diante.<br />
A Figura 5 também evidencia os contrastes,<br />
ou como mencionam Cavalcanti et al. (2006, p.<br />
70), “com as polaridades com que os líderes têm<br />
de se deparar.” Ou seja, uma certa característica<br />
tem o seu contraste com a que está do outro<br />
lado da Figura. Por exemplo: “o papel Diretor, está<br />
preocupado com o estabelecimento de metas e<br />
objetivos, enquanto o papel Mentor tem como<br />
primeiro objetivo conhecer e desenvolver pessoas.”<br />
Essa situação de certo confronto vai exigir<br />
que o líder empreendedor busque o seu equilíbrio.<br />
Como os autores completam: “Às vezes, o<br />
líder compromete-se de tal forma com o comportamento<br />
de um dado papel que perde o contato<br />
com seu oposto, o que pode tornar ineficiente<br />
uma pessoa normalmente eficiente, acarretando<br />
reveses em sua carreira.” (CAVALCANTI et al., 2006,<br />
p. 70).<br />
Cavalcanti et al. (2006, p. 65-68) descrevem<br />
cada um desses papéis, como segue:<br />
O papel do MENTOR<br />
Dada a necessidade de empatia e solicitude,<br />
espera-se de um líder que escute,<br />
apóie as solicitações legítimas e expresse<br />
reconhecimento aos funcionários. Além<br />
disso, o líder deve ser autoconsciente<br />
e ajudar as pessoas em seus planos de<br />
desenvolvimento individual, bem como<br />
proporcionar-lhes treinamento e cultivo<br />
de competências. As competências necessárias<br />
são: compreensão de si mesmo<br />
e dos outros (autoconhecimento e autoconsciência),<br />
comunicação eficaz (por<br />
meio da escuta e da presença) e desenvolvimento<br />
dos funcionários (mentoring,<br />
coaching).<br />
O papel do facilitador<br />
O facilitador fomenta o esforço coletivo,<br />
cria coesão e moral, e administra os atritos<br />
interpessoais (QUINN et al., 2003). As<br />
três competências centrais requeridas<br />
são: construção de equipes com meta e<br />
propósito comum; uso de decisões participativas<br />
e administração de conflitos,<br />
estimulando a solução integrada.<br />
O papel do monitor<br />
Refere-se à atenção do líder a questões<br />
de controle interno, como gestão de processos<br />
essenciais, consolidação e criação<br />
de continuidade. As principais competências<br />
são: administração de informações<br />
por meio do pensamento crítico<br />
(desenvolvimento de argumentações,<br />
utilização de fontes e bases de dados),<br />
administração da sobrecarga de informações<br />
(velocidade e agilidade na seleção<br />
das informações importantes) e gestão<br />
dos processos.<br />
O papel do coordenador<br />
Enquanto o líder monitor foca o fluxo<br />
de informações, o líder coordenador é<br />
responsável pelo fluxo de trabalho. Sua<br />
responsabilidade é cuidar para que as<br />
pessoas certas estejam no lugar certo na<br />
hora certa, a fim de cumprir a função correta,<br />
proporcionando-lhes condições necessárias,<br />
inclusive ferramentas e espaço<br />
físico. No mundo atual, os coordenadores,<br />
com freqüência, têm de conjugar unidades<br />
de trabalho que operam de modo<br />
autônomo. As principais competências<br />
do líder coordenador são: gerenciamento<br />
de projetos (com foco em tarefas e flexibilidade<br />
para mudanças), planejamento<br />
do trabalho (com cargos que valorizem<br />
o potencial tácito, intrínseco, que cada<br />
pessoa traz para o ambiente profissional<br />
e como esse conhecimento pode ser disseminado<br />
na empresa) e gerenciamento<br />
multifuncional (promoção do trabalho<br />
em equipe, treinamento e aprendizagem<br />
contínua, e maior integração funcional e<br />
menos estratificação organizacional).<br />
O papel do diretor<br />
Sob muitos aspectos, reflete a essência<br />
da definição que alguns autores dão para<br />
liderança. As competências como pontos<br />
de referência são: desenvolvimento e comunicação<br />
de uma visão (qual a razão de<br />
ser da organização), estabelecimento de<br />
metas e objetivos (o que a organização<br />
deve alcançar, realizar) e planejamento<br />
e organização (qual a melhor maneira de<br />
alcançar e realizar as metas e objetivos).<br />
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27
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
O papel do produtor<br />
Criar um ambiente que deixe produtivos,<br />
motivados, autônomos e comprometidos<br />
tanto o líder quanto seus funciona rios e<br />
colegas. O líder produtor apresenta as seguintes<br />
competências: trabalho produtivo<br />
(motivar a eficácia individual, grupal e<br />
organizacional), fomento a um ambiente<br />
de trabalho produtivo (por meio de eventos<br />
motivadores, como remuneração/<br />
benefícios, oportunidades, segurança no<br />
emprego, orgulho pelo trabalho/empresa,<br />
abertura/equidade e amizade) e administração<br />
do tempo e do estresse/equilíbrio<br />
de demandas concorrentes (tanto<br />
pessoal quanto de seus funcionários).<br />
O papel do negociador<br />
O líder negociador deve apresentar e negociar<br />
idéias com eficácia, ciente de que,<br />
nas organizações, as idéias só dão certo<br />
se as pessoas enxergarem benefícios em<br />
aplicá-las. Suas principais habilidades<br />
são: construção e manutenção de uma<br />
base de poder (escutando e observando<br />
as pessoas antes de agir, de falar, considerando<br />
que poder é a capacidade de produzir,<br />
mobilizar pessoas e recursos para<br />
conseguir que as coisas sejam feitas),<br />
negociação de acordos e compromissos<br />
(diálogo e compartilhamento de pontos<br />
de vista para resolução de divergências)<br />
e apresentação de idéias: apresentações<br />
orais eficazes.<br />
O papel do inovador<br />
Envolve o uso da criatividade e o gerenciamento<br />
das transformações e transições<br />
organizacionais. As três competências<br />
centrais do líder inovador são:<br />
convivência da mudança (sair da normose<br />
- ou seja, o estado de normal, eliminar a<br />
resistência psicológica tanto dele quanto<br />
dos funcionários), pensamento criativo<br />
(geração de novas idéias e soluções) e<br />
gestão da mudança (administração da visão,<br />
comunicação e empowerment).<br />
Enfatizamos que todos esses papéis são importantes<br />
para o desenvolvimento do líder mais<br />
completo, assim os líderes mais capazes são os<br />
que conseguem apresentar bom desempenho<br />
em todos os papéis. Este deve ser o maior objetivo<br />
de um líder empreendedor.<br />
Naturalmente, devido às individualidades<br />
e personalidades, cada líder terá um conjunto de<br />
papéis que se sobreporá aos demais, sendo mais<br />
dominante do que outros. O grande desafio será<br />
o líder empreendedor obter o equilíbrio correto<br />
para si mesmo e para as circunstâncias de seu ambiente<br />
de trabalho.<br />
3.4 Resumo do Capítulo<br />
Caro aluno,<br />
Neste capítulo estudamos os principais aspectos relacionados à liderança, que envolvem: a influência<br />
pessoal, o relacionamento de poder e o processo de influenciação.<br />
Vimos também que pelo menos dois elementos sempre aparecem nas definições de liderança: o<br />
fato de a liderança ser um fenômeno grupal e de se tratar de um processo intencional de influenciação<br />
do líder sobre seus subordinados.<br />
Consideramos também os elementos-chave da liderança: a influência, a intenção e o propósito<br />
compartilhados, a mudança e a responsabilidade pessoal; os estilos de gestão envolvidos, ou seja: as<br />
diferenças entre o comportamento do “líder” e do “gerente”.<br />
Os papéis e modelos de líder, que são: o Mentor, o líder que escuta, apoia as solicitações legítimas<br />
e expressa reconhecimento aos funcionários; o Facilitador, que fomenta o esforço coletivo, cria coesão e<br />
28<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
moral, e administra os atritos interpessoais; o Monitor, líder que dá atenção a questões de controle interno,<br />
como gestão de processos essenciais, consolidação e criação de continuidade; o Coordenador, líder<br />
que é responsável pelo fluxo de trabalho; o Diretor, líder que reflete a essência da definição que alguns<br />
autores dão para liderança; o Produtor, líder que cria um ambiente que deixa produtivos, motivados,<br />
autônomos e comprometidos tanto o líder quanto seus funcionários e colegas; o Negociador, líder que<br />
sabe apresentar e negociar ideias com eficácia; e o Inovador, líder que usa da criatividade para o gerenciamento<br />
das transformações e transições organizacionais.<br />
Prezado(a) aluno(a), que tal avaliar a sua aprendizagem?<br />
3.5 Atividades Propostas<br />
O quanto você é visto como líder?<br />
Responda às questões a seguir, utilizando uma das 3 opções.<br />
1. Quando você está andando com um grupo de 3 ou mais pessoas na rua, o quanto você fica no<br />
meio do grupo e dá o ritmo da caminhada?<br />
a) Sempre ando ao centro e as pessoas normalmente caminham à minha volta, conversando.<br />
Usualmente eu dou a tônica do assunto e o pessoal me segue.<br />
b) Às vezes ando ao centro do grupo, outras vezes não. Não consigo qualificar melhor que<br />
isso.<br />
c) Não costumo ser o centro das atenções em situações como essa.<br />
2. Em um grupo de pessoas iguais a você (hierarquia ou grupo social), quando você fala, o quanto<br />
as pessoas param para ouvi-lo?<br />
a) Sempre. Normalmente eu sou a referência do grupo em qualquer assunto.<br />
b) Tenho que pedir a palavra às vezes com alguma veemência, mas uma vez capturada a atenção,<br />
sou ouvido cuidadosamente.<br />
c) O grupo é disperso e difícil de manter a atenção focada em mim.<br />
3. Nesse mesmo grupo, quando você está falando, o quanto você é interrompido, em relação aos<br />
outros participantes?<br />
a) Praticamente não sou interrompido. Sou o único do grupo nessa condição.<br />
b) Sou interrompido tanto quanto os outros, até onde posso perceber.<br />
c) É difícil falar para o grupo, sou um dos mais interrompidos.<br />
4. E em grupos de subalternos?<br />
a) Praticamente não sou interrompido.<br />
b) Sou interrompido para discussões às vezes.<br />
c) É difícil falar para o grupo, sou interrompido a toda hora.<br />
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29
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
5. Em grupos profissionais o quanto você é convidado para partilhar o horário de almoço com<br />
os colegas?<br />
a) Frequentemente, parecem procurar minha companhia.<br />
b) Mais ou menos. Partilhamos o horário quando nos encontramos, é meio ao acaso.<br />
c) Raramente me chamam.<br />
6. Com que frequência você é consultado em assuntos profissionais em relação a outras pessoas<br />
do mesmo nível?<br />
a) Frequentemente e em várias esferas de assuntos. O pessoal parece confiar mais em mim do<br />
que no resto dos chefes para muitos assuntos.<br />
b) Regularmente, tanto quanto os outros chefes.<br />
c) Pouco. Alguns dos outros chefes são muito mais procurados do que eu.<br />
7. Em termos de gerência ou chefia, como você acha que é visto?<br />
a) Como um líder natural, forte, responsável e com autoridade.<br />
b) Como um gerente com autoridade delegada e com alguma liderança natural.<br />
c) Como um chefe. Eu mando, eles obedecem e é tudo.<br />
30<br />
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4<br />
PEQUENA E MÉDIA EMPRESA (PME)<br />
Prezado(a) aluno(a), neste capítulo descreveremos<br />
os principais aspectos das PMEs, vamos<br />
iniciar?<br />
De modo geral, vamos conhecer como as<br />
micro, pequenas e médias empresas têm grande<br />
relevância na economia de nosso país, como elas<br />
são classificadas, quais as suas principais características<br />
e as principais causas do fechamento, ou<br />
seja, da mortalidade precoce dessas empresas.<br />
4.1 A Importância das Micro e Pequenas Empresas na Economia<br />
A relevância do empreendedorismo em<br />
nosso país pode ser avaliada pela seguinte notícia,<br />
publicada no Jornal O Estado de São Paulo de<br />
18 de abril de 2007.<br />
Brasil é o 10º no ranking dos mais empreendedores<br />
O Brasil é o décimo país mais empreendedor<br />
do mundo. Cerca de 11,65% da população<br />
economicamente ativa (ou seja,<br />
13,7 milhões de brasileiros) está abrindo<br />
ou abriu um negócio próprio nos últimos<br />
42 meses. Os números são da pesquisa do<br />
Global Entrepreneurship Monitor (GEM),<br />
divulgada ontem, que avalia os níveis<br />
de empreendedorismo em 42 países. No<br />
ano passado, o Brasil aparecia como o 7º<br />
colocado. ‘A queda ocorreu porque novos<br />
países entraram na avaliação, e tinham<br />
índices maiores que o brasileiro’, explica a<br />
coordenadora-técnica do GEM no Brasil,<br />
Simara Greco. ‘Mas o índice de empreendedorismo<br />
se mantém o mesmo do<br />
ano passado.’ O País ficou atrás de Peru,<br />
Colômbia, Filipinas, Jamaica, Indonésia,<br />
China, Tailândia, Uruguai e Austrália. (LA-<br />
CERDA, 2007).<br />
Em harmonia com isto, e de acordo com<br />
o Sebrae, as Micro e Pequenas Empresas (MPEs)<br />
têm papel relevante na economia brasileira, pois<br />
os dados do relatório “Onde Estão as Micro e Pequenas<br />
Empresas no Brasil” (2006), realizado pelo<br />
Observatório das MPEs, do Sebrae, revelaram o<br />
seguinte:<br />
• Representam 98% das empresas privadas<br />
no Brasil;<br />
• Somam 67% das ocupações;<br />
• 56% dos empregados com carteira assinada<br />
(CLT);<br />
• Atingem 20% do Produto Interno Bruto<br />
(PIB);<br />
• 62% das empresas exportadoras;<br />
• 2,3% do valor das exportações.<br />
Além disso, ainda de acordo com o Sebrae<br />
(2006), no ano de 2004, havia no Brasil 5,1 milhões<br />
de estabelecimentos no setor privado, sendo<br />
que, desse total, 5,02 milhões de estabelecimentos<br />
eram de Micro e Pequenas Empresas (ou<br />
seja, os 98% do total) e 81.967 estabelecimentos<br />
de médias e grandes empresas (2% dos estabelecimentos)<br />
(Tabela 1).<br />
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31
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
Tabela 1 – Evolução das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) e Médias e Grandes Empresas em 2000 e<br />
2004.<br />
2000 2004 Taxa de expansão 2000-2004<br />
MPEs 4,117 milhões 5,028 milhões 22,1%<br />
MGEs 68,5 mil 81,9 mil 19,5%<br />
Total de estabelecimentos 4,186 milhões 5,110 milhões 22,1%<br />
Fonte: Sebrae (2006).<br />
Aqui estão outros fatos relevantes sobre as<br />
MPEs, segundo pesquisas do Sebrae:<br />
• Entre 2000 e 2004, foram abertos 924<br />
mil novos estabelecimentos, dos quais<br />
99% são de micro e pequeno porte.<br />
• Em 2004, cerca de 56% das MPEs estavam<br />
no comércio, 30% em serviços e<br />
14% na indústria.<br />
• Os pequenos negócios (formais e informais)<br />
respondem por mais de dois terços<br />
das ocupações do setor privado.<br />
• Cerca de 85% das MPEs encontram-se<br />
nos dez estados com maior número de<br />
empresas.<br />
• Porém, entre 2000 e 2004, verificou-se<br />
movimento de desconcentração regional.<br />
A Tabela 2 demonstra essa nova realidade<br />
brasileira.<br />
Tabela 2 – MPEs por regiões do Brasil.<br />
REGIÃO<br />
Taxa de Expansão das MPEs<br />
(2000/2004)<br />
Participação Relativa 2000 => 2004<br />
(Brasil 100%)<br />
Norte 29,1% 3,2% => 3,3%<br />
Centro-Oeste 27,2% 6,9% => 7,2%<br />
Nordeste 24,9% 14,3% => 14,6%<br />
Sul 21,6% 24,1% => 24,0%<br />
Sudeste 20,5% 51,6% => 50,9%<br />
Fonte: Sebrae (2006).<br />
4.2 Classificação das Empresas pelo Porte<br />
Há vários critérios para classificar as empresas.<br />
Segundo o Estatuto Nacional da Microempresa<br />
e da Empresa de Pequeno Porte, definido pela<br />
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de<br />
2006 (com as alterações das Leis Complementares<br />
127 e 128), esta é a forma de classificar as Microempresas<br />
e Pequenas Empresas, pelo porte:<br />
• Microempreendedor individual<br />
A Lei Complementar nº 128, de 19 de dezembro<br />
de 2008 (que fez adequações à LC nº<br />
123/06), estabeleceu uma nova figura jurídica: o<br />
Microempreendedor Individual, que passou a vigorar<br />
desde 01 de julho de 2009, com receita bruta<br />
anual de até R$ 36.000,00.<br />
32<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
• Microempresas<br />
Empresas com faturamento igual ou inferior<br />
que R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil<br />
reais).<br />
• Pequenas Empresas<br />
Empresas com faturamento superior a R$<br />
240.001,00 e igual ou inferior que R$ 2.400.00,00.<br />
Saiba mais<br />
O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado,<br />
simplificado e favorecido previsto na Lei<br />
Complementar nº 123, de 14.12.2006, aplicável às<br />
Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte,<br />
a partir de 01/07/2007.<br />
Empresas de Médio Porte<br />
Empresas com faturamento superior a<br />
R$ 10.500.000,00 e igual ou inferior que R$<br />
60.000.000,00, segundo o Banco Nacional do Desenvolvimento<br />
(BNDES); ou conforme o Sebrae:<br />
empresas que empregam entre 100 e 499 funcionários<br />
e as empresas comerciais e prestadoras de<br />
serviço que empregam entre 50 e 99 funcionários<br />
(o Sebrae não classifica empresa de médio porte<br />
por faturamento, mas apenas pelo número de<br />
empregados).<br />
Empresas de Grande Porte<br />
Empresas com faturamento superior a R$<br />
60.000.000,00 (segundo o BNDES); ou conforme<br />
o Sebrae: empresas que empregam acima<br />
de 499 funcionários e as empresas comerciais e<br />
prestadoras de serviço que empregam mais de<br />
99 funcionários. Essa classificação, citada por Maximiano<br />
(2006), é apenas para fins fiscais (definir<br />
as vantagens que certa faixa de empresas pode<br />
oferecer) e, naturalmente, não cobre a totalidade<br />
das empresas existentes, mas fornece um interessante<br />
parâmetro de comparação.<br />
Atenção<br />
O Sebrae também classifica as empresas pelo<br />
critério do número de colaboradores, e não pelo<br />
faturamento; assim, Microempresa, pelo critério<br />
do Sebrae, é a Empresa industrial com até 19 funcionários<br />
ou empresa comercial (e prestadoras<br />
de serviço) com até 9 funcionários.<br />
4.3 Principais Características das Micro e Pequenas Empresas (MPEs)<br />
Segundo o Sebrae (2006), este é um retrato<br />
das MPEs atualmente, com as suas principais características:<br />
• Fornecem produtos e serviços de baixo<br />
preço unitário;<br />
• Predominam as vendas ao consumidor<br />
final;<br />
• Atendem necessidades básicas da população;<br />
••<br />
Alimentos e bebidas;<br />
••<br />
Vestuário, calçados e móveis;<br />
••<br />
Moradia (construção e reforma);<br />
• Suas escalas de produção são muito<br />
baixas;<br />
• Capital, insumos, materiais, mão de<br />
obra etc.;<br />
• Utilizam tecnologia de domínio público.<br />
Entretanto, uma característica negativa das<br />
MPEs brasileiras é o seu alto índice de “mortalida-<br />
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33
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
de”, ou seja, de empresas que encerram suas atividades<br />
precocemente. Segundo a pesquisa da<br />
Junta Comercial de São Paulo, 56% das empresas<br />
fecham antes de completar o 5º ano de atividade,<br />
sendo que 29% das MPEs encerram suas atividades<br />
ainda no 1º ano.<br />
4.4 Principais Causas de Fechamento das PME<br />
As principais causas do fechamento de empresas<br />
são:<br />
• Comportamento empreendedor pouco<br />
desenvolvido;<br />
• Falta de planejamento prévio;<br />
• Gestão deficiente do negócio;<br />
• Insuficiência de políticas de apoio;<br />
• Conjuntura econômica deprimida;<br />
• Problemas pessoais dos proprietários.<br />
Figura 6 – Motivos do fechamento (na avaliação dos entrevistados).<br />
Fonte: Bedê (2005).<br />
Caro(a) aluno(a), note que 31% dos motivos<br />
são ligados a questões “pessoais”, tais como:<br />
“problemas de planejamento/administração” (ou<br />
seja, de falta de preparo técnico dos sócios), “problemas<br />
particulares” e “problemas com sócios”. Os<br />
problemas que podem ser caracterizados como<br />
“financeiros” chegam a somar 50% do total, ou<br />
seja, “falta de capital”, “inadimplência” e “falta de<br />
lucro”. Em outras palavras, a maioria dos problemas<br />
alistados, são os que poderiam ser evitados<br />
com um melhor preparo técnico por parte dos<br />
empresários.<br />
O Sebrae resumiu os principais problemas<br />
que são as causas mais comuns para a mortalidade<br />
das empresas (no caso das empresas no estado<br />
de São Paulo, mas que podem ser projetadas<br />
para todo o Brasil, conforme mostrado no Quadro<br />
4, a seguir).<br />
34<br />
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Quadro 4 – Principais problemas que são as causas mais comuns para a mortalidade das empresas.<br />
<strong>Empreendedorismo</strong><br />
ITENS<br />
1 - Comportamento Empreendedor<br />
2 - Planejamento Prévio<br />
3 - Gestão Empresarial<br />
4 - Políticas de Apoio<br />
5 - Conjuntura Econômica<br />
6 - Problemas “Pessoais”<br />
Fonte: Sebrae (2006).<br />
PRINCIPAIS PROBLEMAS<br />
Características (conhecimento, habilidades e atitudes)<br />
empreendedoras insuficientes. Precisam ser aprimoradas.<br />
Falta de planejamento antes da abertura (quando ele existe é<br />
deficiente).<br />
Deficiências na gestão do negócio, após a abertura (ex.<br />
aperfeiçoamento de produtos, fluxo de caixa, propaganda e<br />
divulgação, gestão de custos e busca de apoio/auxílio).<br />
Insuficiência de políticas de apoio (peso dos impostos, burocracia,<br />
falta de crédito e política de compras governamentais).<br />
Baixo crescimento da economia (demanda fraca e concorrência<br />
forte).<br />
Problemas de saúde, particulares, com sócios, de sucessão e de<br />
criminalidade prejudicam o negócio.<br />
Alguns outros fatores comumente listados<br />
entre os problemas e causa de mortalidade prematura<br />
de MPEs são:<br />
• Desconhecimento do mercado;<br />
• Falta de capital de giro;<br />
• Concorrência mais ágil e preços melhores;<br />
• Modismo (mudanças de interesse do<br />
mercado);<br />
• Saque de dinheiro para despesas pessoais;<br />
• Nível de dívidas bancárias insustentável;<br />
• Baixos investimentos em comunicação;<br />
• Descontroles contábeis e administrativos;<br />
• Baixa qualificação de mão de obra.<br />
Naturalmente, a melhor maneira de solucionar<br />
a maioria desses problemas é o empreendedor<br />
obter o adequado embasamento técnico e<br />
teórico, que permita habilitá-lo a exercer as funções<br />
administrativas e estratégicas, através da<br />
obtenção de conhecimento especializado. Como<br />
afirmou Peter Drucker (1987), “qualquer indivíduo<br />
que tenha a frente uma decisão a tomar pode<br />
aprender a ser um empreendedor e se comportar<br />
empreendedorialmente. O empreendimento é<br />
um comportamento, e não um traço de personalidade.<br />
E suas bases são o conceito e teoria, e não<br />
a intuição.”<br />
Dicionário<br />
Capital de giro: são os gastos operacionais necessários<br />
para iniciar as atividades da empresa e mantê-la<br />
em funcionamento (DOLABELA, 1999, p. 223).<br />
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35
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
4.5 Resumo do Capítulo<br />
Caro(a) aluno(a),<br />
Neste capítulo conhecemos como as Micro, Pequenas e Médias empresas têm grande relevância na<br />
economia de nosso país, pois representam 98% de todas as empresas privadas no Brasil.<br />
Pudemos também aprender como elas são classificadas, pelo Estatuto da Pequena Empresa, como<br />
segue: Microempreendedor individual, Microempresa, Pequenas Empresas, Empresa de Porte médio.<br />
Além disso, aprendemos quais as principais características das Micro, Pequena e Média Empresa,<br />
segundo o Sebrae e finalizamos com as principais causas do fechamento, ou seja, da mortalidade precoce<br />
dessas empresas, que são: Comportamento empreendedor pouco desenvolvido, Falta de planejamento<br />
prévio, Gestão deficiente do negócio, Insuficiência de políticas de apoio, Conjuntura econômica<br />
deprimida e Problemas pessoais dos proprietários.<br />
Finalizamos expondo que a melhor maneira de solucionar a maioria dos problemas do empreendedor<br />
é que ele possa ter o adequado embasamento técnico e teórico, que permita habilitá-lo a exercer as<br />
funções administrativas e estratégicas, através da obtenção de conhecimento especializado.<br />
Agora que terminamos este capítulo, vamos verificar se você fixou bem o conteúdo, assim, responda<br />
às questões abaixo.<br />
4.6 Atividades Propostas<br />
1. As 10 maiores empresas do Brasil em ordem alfabética, segundo a Revista Forbes de 2010, são:<br />
Banco do Brasil, Bradesco, CSN, Eletrobras, Itaúsa, JBS, Petrobras, Tele Norte Leste, Usiminas e<br />
Vale.<br />
Você consegue colocá-las em um ranking por tamanho?<br />
Posição<br />
01<br />
02<br />
03<br />
04<br />
05<br />
06<br />
07<br />
08<br />
09<br />
10<br />
Empresa<br />
2. Segundo uma pesquisa da Junta Comercial de São Paulo, mais da metade das empresas fecha<br />
antes de completar o 5º ano de atividade, sendo que cerca de um terço das MPEs encerram<br />
suas atividades ainda no 1º ano. Que informações da pesquisa nos ajudam a concluir que esse<br />
problema poderia ser evitado?<br />
36<br />
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5<br />
FRANCHISING: TERMINOLOGIA E TIPOS<br />
Prezado(a) aluno(a), neste capítulo descreveremos<br />
conheceremos principais aspectos do<br />
franchising ou franquias, vamos iniciar?<br />
Em resumo, abordaremos os conceitos-chave<br />
do franchising ou modelo de franquia, seus<br />
principais tipos, as vantagens e desvantagens do<br />
modelo, as taxas envolvidas e uma comparação<br />
entre o modelo de franchising e o dos negócios<br />
independentes.<br />
5.1 O que é Franquia ou Franchising<br />
Caro(a) aluno(a), veja como o Sebrae descreve<br />
o que é franquia ou franchising:<br />
Franquia ou franchising empresarial é<br />
o sistema pelo qual o franqueador cede<br />
ao franqueado o direito de uso da marca<br />
ou patente, associado ao direito de distribuição<br />
exclusiva ou semi-exclusiva de<br />
produtos ou serviços. Eventualmente, o<br />
franqueador também cede ao franqueado<br />
o direito de uso de tecnologia de implantação<br />
e administração de negócio ou<br />
sistemas desenvolvidos ou detidos pelo<br />
franqueador, mediante remuneração direta<br />
ou indireta, sem ficar caracterizado<br />
vínculo empregatício. (SEBRAE, 1996).<br />
Atenção<br />
No Brasil, as franquias são regulamentadas pela Lei<br />
nº 8.955, de 14/12/1994.<br />
Por fim, observe o que o Sebrae (1996) sugere:<br />
“antes de optar por uma franquia, é fundamental<br />
que o empreendedor tenha uma visão<br />
geral dos aspectos que envolvem o negócio, para<br />
tomar as decisões corretas, evitando futuras decepções.”<br />
5.2 Principais Tipos de Franquias<br />
Relacionado à modalidade de negócio<br />
Franquia Individual<br />
É aquela exclusiva, que não divide espaços<br />
com outras franquias. É a mais comum. Geralmente<br />
é montada num ponto comercial especificamente<br />
avaliado e escolhido para o negócio, independente<br />
do ramo de atividade anteriormente<br />
existente no local.<br />
Franquia Combinada<br />
É aquela que reúne franquias diferentes,<br />
com um mesmo franqueado, num mesmo local<br />
(ponto comercial), mas com negócios similares<br />
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37
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
(do mesmo ramo), onde um complementa o outro,<br />
tanto com produtos quanto com serviços. O<br />
objetivo é integrar as atividades, obtendo vantagens,<br />
porém é necessário que não haja restrição<br />
por parte do contrato de franquia.<br />
Franquia Shop in Shop (também chamado<br />
de Store in Store)<br />
É aquela que reúne franquias diferentes,<br />
com um mesmo franqueado, num mesmo local<br />
(ponto comercial), mas com negócios de outro<br />
ramo. Geralmente funciona num quiosque, carrinho,<br />
ponto de coleta de serviços, ou seja, com área<br />
reduzida para operação do negócio. Ex.: quiosque<br />
de café, dentro de uma livraria. Também é necessário<br />
que não haja restrição por parte do contrato<br />
de franquia.<br />
Relacionado à atuação geográfica<br />
Franquia Máster<br />
É a franquia limitada à determinada região<br />
geográfica. Dá direito à subfranquias por parte<br />
do franqueado, que poderá criar outras unidades<br />
individuais como, por exemplo, franquias internacionais,<br />
que são sujeitas às legislações e adaptações<br />
culturais do país onde se expande.<br />
Franquia Unitária<br />
É aquela onde o franqueador cede o direito<br />
de implantação e operação ao franqueado, com<br />
exclusividade, ou seja, o franqueado não pode se<br />
envolver em outras franquias, nem abrir outras<br />
unidades da mesma franquia. Exige uma unidade<br />
específica em local determinado. Ex.: casas lotéricas<br />
e Correios e Telégrafos.<br />
Franquia Múltipla<br />
É aquele tipo de franquia que permite ao<br />
franqueado ter outras unidades da mesma franquia<br />
e, assim, formar sua própria rede local ou regional,<br />
desde que respeite o limite de mercado.<br />
Ou seja, o franqueador permite a expansão de<br />
outras unidades, mas restringe seu número e/ou<br />
localização, visando não comprometer a proximidade<br />
com o público consumidor.<br />
Franquia Regional<br />
É o tipo de franquia em que o franqueado<br />
obtém o controle de uma área geográfica (região)<br />
determinada, muitas vezes sob certo limite de<br />
tempo. Envolve uma taxa de franquia regional,<br />
geral, e taxas sucessivas a cada unidade de franquia<br />
aberta.<br />
Franquia de Desenvolvimento de Área<br />
É um tipo de franquia que tem uma atuação<br />
geográfica definida, onde o franqueado pode<br />
abrir suas unidades próprias, bem como unidades<br />
em parcerias, em sua área de atuação. O objetivo<br />
é desenvolver a área designada, porém não se<br />
trata de subfranquias, pois cada contrato com os<br />
parceiros do franqueado é assinado individualmente<br />
pelo franqueador principal. O franqueado<br />
detentor da área recebe taxas por cada franquia<br />
desenvolvida pelos parceiros.<br />
Franquia de Representação<br />
É uma franquia em que o franqueador não<br />
cede os direitos geográficos de atuação, mas<br />
apenas estabelece um contrato para que o franqueado<br />
se responsabilize por certos serviços, tais<br />
como: treinamentos, inspeção, publicidade, vendas<br />
de franquia etc.<br />
Saiba mais<br />
O faturamento total das franquias alcançou no ano<br />
de 2010 a marca de R$ 75.987 bilhões. O número<br />
de redes em operação no país cresceu 12,9% e o<br />
número de unidades (franqueadas e próprias) chegou<br />
a 86.365, que significa um incremento de 8%<br />
em relação ao ano de 2009.<br />
38<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
Relacionado à remuneração<br />
Franquia de Distribuição<br />
É um tipo de franquia em que o franqueador<br />
é remunerado com base nos produtos ou serviços.<br />
Portanto, o franqueado não arca com royalties<br />
ou taxa inicial da franquia, embora muitas vezes<br />
esses custos já estejam embutidos na receita do<br />
franqueado, o que pode gerar maiores taxas de<br />
impostos finais.<br />
a rentabilidade, mas recebe mais suporte e tecnologia.<br />
Mas, por outro lado, o franqueado fica livre<br />
para obter fornecimento de terceiros.<br />
Franquia Mista<br />
É o tipo mais comum, onde o franqueado<br />
paga pelas taxas de fornecimento de produtos,<br />
royalties, taxas de franquia e outras (como as relacionadas<br />
a receitas de administração da rede).<br />
Franquia Pura<br />
É um tipo de franquia em que o franqueado<br />
paga taxas de royalties e taxas de franquia sobre<br />
5.3 Vantagens e Desvantagens do Modelo de Franquia (Franchising)<br />
O franchising oferece algumas vantagens e desvantagens, tanto para o franqueador quanto para o<br />
franqueado, como será mostrado a seguir.<br />
Franqueador<br />
Detentor da marca/método de trabalho repassado a terceiros.<br />
Quadro 5 – Vantagens e desvantagens de ser um franqueador.<br />
Vantagens<br />
Rapidez de expansão<br />
Desenvolvimento de uma rede<br />
Redução de custos<br />
Motivação dos franqueados<br />
Maior participação no mercado<br />
Maior cobertura geográfica<br />
Melhor publicidade<br />
Maior vantagem competitiva<br />
Descentralização<br />
Desvantagens<br />
Perda parcial do controle<br />
Maior custo de supervisão<br />
Perda de sigilo<br />
Risco de desistência<br />
Autonomia parcial<br />
Planejamento para expansão<br />
Cuidados para seleção<br />
Perda de padronização<br />
Franqueado<br />
A pessoa jurídica que adquire o direito de uso da marca/método de trabalho, através de pagamento<br />
inicial ou mensal.<br />
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39
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
Quadro 6 – Vantagens e desvantagens de ser um franqueado.<br />
Vantagens<br />
Know-how adquirido<br />
Maior chance de sucesso<br />
Plano de negócio preparado<br />
Informações sobre instalação<br />
Maior crédito<br />
Aumento de rentabilidade<br />
Retorno mais rápido<br />
Pertencer a uma corporação<br />
Independência jurídica<br />
Desvantagens<br />
Autonomia parcial<br />
Maiores controles<br />
Risco de desistência<br />
Taxas de franquia<br />
Cuidados para seleção<br />
Localização forçada<br />
Risco associado ao desempenho<br />
Restrições na cessão do sistema<br />
Dicionário<br />
Know-how: expressão inglesa que se refere ao conhecimento<br />
envolvido em uma atividade, ou seja,<br />
saber como realizar algo.<br />
Uma descrição mais ampla dessas vantagens<br />
e desvantagens é feita pelo Instituto de<br />
Franchising (1997), como segue:<br />
VANTAGENS PARA O FRANQUEADOR<br />
Expansão Veloz<br />
O franchising permite que o franqueador<br />
aumente sua base de atuação em ritmo<br />
muito mais veloz do que lhe seria possível<br />
se dependesse apenas de seus recursos<br />
próprios para instalar, operar e gerir<br />
novas unidades.<br />
Mais Eficiência<br />
A operação e a gestão de cada franquia<br />
costumam estar sob a supervisão direta<br />
de quem bancou os custos relacionados<br />
à sua instalação e depende do sucesso do<br />
negócio para reaver seu capital e para garantir<br />
seu lucro (e, muitas vezes, a própria<br />
subsistência). É evidente que o franqueado<br />
se mostre, na maioria das vezes, bem<br />
mais motivado a buscar a maximização<br />
dos resultados do negócio do que um<br />
gerente contratado, por melhor que ele<br />
seja.<br />
Estrutura Central Reduzida<br />
Uma estrutura pequena formada por uns<br />
poucos gerentes de bom nível, pode criar<br />
e coordenar uma rede razoável de unidades<br />
franquiadas e, dessa forma, gerar<br />
bons lucros para os acionistas ou sócios<br />
da empresa franqueadora, que não precisam<br />
de envolver no dia-a-dia de cada<br />
unidade, nem arriscar um grande volume<br />
de capital.<br />
Feedback<br />
A partir de um certo ponto da operação<br />
de franchising, é comum que o know-<br />
-how passe a transitar numa via de mão<br />
dupla como foi o que aconteceu com o<br />
McDonald’s, talvez a franquia mais conhecida<br />
do mundo. Jim Delligatti, um<br />
de seus franqueados, criou o Big Mac (o<br />
maior sucesso da rede), ao inspirar-se em<br />
um sanduíche de um concorrente: o Big<br />
Boy.<br />
Ingresso em Novos Mercados<br />
O franqueador pode, através do franchising,<br />
ingressar em mercados nos quais<br />
dificilmente entraria se dependesse de<br />
seus recursos próprios, sejam financeiros<br />
ou humanos. Para isso, conta com a presença<br />
física e o conhecimento de cada<br />
franqueado em cada um desses mercados.<br />
Canal Diferenciado Para Seus Produtos/Serviços<br />
Algum tempo atrás, o empresário Miguel<br />
Krigsner, fundador de O Boticário,<br />
40<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
afirmou que, se seus produtos fossem<br />
comercializados em supermercados e<br />
drogarias, sua marca teria acabado por<br />
ser apenas mais uma entre tantas outras.<br />
Temos ouvido colocações semelhantes<br />
de outros empresários que são fabricantes<br />
e/ou distribuidores de produtos.<br />
Fortalecimento da Marca<br />
Em uma operação de franchising bem<br />
estruturada, os produtos e/ou serviços<br />
comercializados na rede chegam ao consumidor<br />
(ou o consumidor chega a eles)<br />
envolvidos pelo ‘clima’ que o franqueador<br />
considera mais adequado para estimular<br />
seu consumo e realçar suas qualidades e,<br />
portanto, a imagem institucional da marca.<br />
Menos Riscos Trabalhistas<br />
Tendo em vista que cada franqueado é,<br />
em princípio, econômica e juridicamente<br />
autônomo e independente do franqueador,<br />
é a ele, franqueado, que cabe<br />
a responsabilidade pelo pagamento dos<br />
salários e encargos e pelo cumprimento<br />
de todas as demais obrigações concernentes<br />
aos funcionários que trabalham<br />
em uma franquia.<br />
VANTAGENS PARA O FRANQUEADO<br />
Maior Garantia de Sucesso<br />
Em uma operação de franchising estruturada<br />
corretamente, o franqueado entra<br />
em um negócio, cujo ‘modelo’ já foi testado<br />
e comprovado na prática.<br />
Marca Conhecida<br />
Muitas vezes, a marca do franqueador já é<br />
bastante conhecida do público consumidor.<br />
Ou, graças aos esforços cooperados<br />
de todos os integrantes da rede, tem melhores<br />
chances de se tornar mais conhecida<br />
do que uma marca nova que esteja na<br />
fachada de um único negócio que o empreendedor<br />
possa desenvolver do zero.<br />
Facilidade na Instalação<br />
Um bom franqueador, que esteja preparado<br />
de verdade para cumprir seu papel,<br />
preocupa-se em oferecer a seus franqueadores<br />
toda uma série de benefícios e<br />
serviços que facilitam, e muito, a implantação<br />
e o início da operação.<br />
Assessoria na Escolha do ‘Ponto’.<br />
Projeto para a instalação da unidade. Assessoria<br />
na aquisição dos materiais, instalações,<br />
estoques e insumos. Treinamento<br />
e orientação quanto a práticas administrativas<br />
e comerciais. Mais uma série de<br />
outros aspectos do negócio que podem<br />
ser, e muitas vezes são, determinantes<br />
para o sucesso do mesmo.<br />
Propaganda e Marketing Cooperados<br />
Muitos franqueadores organizam e coordenam<br />
Fundos Cooperativos de Propaganda<br />
e Marketing das respectivas<br />
redes, ou se utilizam de outros mecanismos<br />
semelhantes, que permitem utilizar<br />
englobadamente (e, portanto, de maneira<br />
muito mais eficaz) as quantias que os<br />
franqueados destinam à divulgação da<br />
marca e/ou dos seus produtos/serviços.<br />
Maior Poder de Barganha<br />
Os franqueadores mais bem-estruturados<br />
têm condições de coletar informações<br />
e sugestões de todos e de cada um<br />
dos integrantes da rede para, em seguida,<br />
processá-las e repassá-las aos demais,<br />
como os próprios franqueados costumam<br />
manter contato entre si para a troca<br />
de idéias e experiências com relação aos<br />
mais diversos aspectos do negócio.<br />
Desenvolvimento de Novos Métodos e<br />
Produtos<br />
Um bom franqueador se preocupa com a<br />
pesquisa e o desenvolvimento constante<br />
de novos serviços, produtos, métodos e<br />
sistemas para sua rede de franquias.<br />
DESVANTAGENS PARA O FRANQUEADOR<br />
Perda de Controle sobre os Pontos de<br />
Venda<br />
Um franqueado não é um empregado do<br />
franqueador. É um parceiro, um empreendedor,<br />
quase um sócio. Alguém que<br />
investiu seu tempo, seu dinheiro e seu esforço<br />
naquela franquia. Alguém que, pela<br />
própria natureza do franchising, costuma<br />
ter uma autonomia bem maior que a de<br />
um empregado.<br />
Divisão da Receita<br />
É muito comum que as unidades próprias<br />
do franqueador gerem, para ele, uma<br />
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41
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
lucratividade bem superior àquela que<br />
resulta das franquias (das quais recebe<br />
apenas os royalties e não o lucro integral<br />
por elas gerado). Contudo, se levarmos<br />
em consideração o risco financeiro infinitamente<br />
menor que as franquias representam<br />
para o franqueador com relação<br />
às suas unidades próprias, verificaremos<br />
que, na maioria dos casos, o retorno que<br />
as franquias proporcionam ao franqueador,<br />
sobre o capital por ele investido<br />
para formatar sua operação, costuma ser<br />
bastante compensador a médio e longo<br />
prazos.<br />
Retorno a Prazos Mais Longos<br />
Um franqueador que seja ético, sério e<br />
profissional e que, portanto, quiser realizar<br />
um bom trabalho no planejamento e<br />
na formatação de sua operação de franchising,<br />
certamente há de contratar bons<br />
profissionais, tais como consultores e advogados,<br />
além de instalar uma ou mais<br />
unidades piloto. Tudo isso implica certo<br />
volume de investimentos que somente<br />
serão amortizados a partir do momento<br />
em que um determinado número de<br />
franquias estiver em funcionamento, gerando<br />
royalties e outras verbas. Contudo,<br />
a maior parte dos franqueadores bem-sucedidos<br />
costuma dizer que cada centavo<br />
corretamente investido antes de iniciar a<br />
concessão das franquias pode gerar uma<br />
economia de ‘milhões’ depois.<br />
Possibilidades de Disputas Com os<br />
Franqueados<br />
Com o passar do tempo, o franqueado,<br />
pode passar a se perguntar: mas para<br />
quê, afinal, eu preciso desse franqueador,<br />
já que sei mais do que ele? Os riscos de<br />
conflito se agravam na medida em que o<br />
franqueador não estiver adequadamente<br />
preparado para lidar com eles e para<br />
transformar a ‘energia’ que os mesmos<br />
envolvem em algo positivo, através de<br />
mecanismos especificamente desenvolvidos<br />
para tanto.<br />
DESVANTAGENS PARA OS FRANQUEA-<br />
DOS<br />
Riscos Inerentes à má escolha do Franqueador<br />
Há inúmeros riscos em uma escolha malfeita,<br />
no que tange ao franqueador a<br />
quem o franqueado se vincula. Há franqueadores<br />
que nem chegam a se dar<br />
conta de que, ao iniciarem a concessão<br />
de franquias, estão, na verdade, ingressando<br />
em um novo ramo de negócios.<br />
Menos Liberdade de Ação<br />
No geral, pela sua própria essência, uma<br />
boa operação de franchising implica um<br />
mínimo de padronização. Assim, praticamente<br />
não há margem para grandes<br />
iniciativas individuais por parte dos franqueados<br />
isoladamente.<br />
Risco Vinculado à Performance do<br />
Franqueador<br />
Se o Franqueador falhar no desenvolvimento<br />
de um método, de um sistema, de<br />
um produto, de uma campanha publicitária,<br />
etc., o franqueado acabará sofrendo<br />
por conta disso.<br />
Risco Vinculado à Margem da Marca<br />
Qualquer fato (ou boato) que afete a<br />
imagem da marca pode afetar (e muitas<br />
vezes tem afetado) os negócios de cada<br />
uma das franquias.<br />
Limitações à Venda do Negócio<br />
É muito difícil que um Contrato de<br />
Franquia permita que o franqueado<br />
venda ou transfira, a qualquer título,<br />
sua franquia para quem bem entender,<br />
salvo autorização expressa e por escrito<br />
do franqueador, que geralmente se<br />
reserva o direito de aprovar, ou não, o<br />
pretendente à aquisição, exigindo que<br />
a franquia somente passa nas mãos de<br />
quem também tenha o perfil que ele, o<br />
franqueador, considera adequado para<br />
fazer do negócio um sucesso.<br />
Limitações na Escolha de Produtos e<br />
de Fornecedores<br />
É comum que os contratos de franquia<br />
estabeleçam, para o franqueado, a<br />
obrigação de apenas adquirir certos<br />
itens, equipamentos, insumos, estoques,<br />
etc. de fornecedores licenciados pelo<br />
franqueador, ou, ao menos, que observem<br />
determinados padrões e determinadas<br />
especificações ditados pelo franqueador.<br />
A remuneração da atividade franqueada<br />
é feita de diversas formas. Cada negócio<br />
ou franquia possui taxas distintas, com<br />
valores e bases de cálculo diferentes. Essa<br />
diferença muito grande acontece pela di-<br />
42<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
versidade dos negócios em questão, ou<br />
seja, das próprias características específicas<br />
das franquias.<br />
por isso mesmo, representa uma boa alternativa<br />
para os empreendedores de perfil mais conservador.<br />
Nota-se que há um grande número de detalhes<br />
nesse tipo de modelo de negócios, mas, que<br />
5.4 Taxas<br />
As taxas normalmente cobradas dos franqueados<br />
são:<br />
• Apoio da equipe de inauguração na<br />
abertura do negócio.<br />
Taxa de Franquia ou Taxa Inicial<br />
Conforme explica o Sebrae (1996): “é a taxa<br />
cobrada pelo franqueador do franqueado para<br />
que este tenha o direito de fazer parte da rede de<br />
franquias do franqueador. É o preço estabelecido<br />
para o ingresso do franqueado em um determinado<br />
sistema de franquia.”<br />
Essa taxa de franquia, também é chamada<br />
de taxa de licença, taxa inicial ou franchise fee, e<br />
envolve um valor único inicial, na ocasião da assinatura<br />
do contrato de franquia.<br />
O pagamento da taxa de franquia, geralmente,<br />
garante aos franqueados o acesso a uma<br />
série de serviços, tais como (SEBRAE, 1996):<br />
• Programa completo de treinamento teórico<br />
e prático;<br />
• Assistência profissional na seleção e<br />
avaliação técnica do “ponto”;<br />
• Apoio na negociação e formalização do<br />
contrato de aluguel do “ponto”;<br />
• Assistência profissional no projeto arquitetônico<br />
e orientação da reforma do<br />
imóvel para adequá-lo aos padrões de<br />
visualização e layout da franquia;<br />
• Pacote especial de promoção local para<br />
a “grande inauguração” da franquia;<br />
• Manuais de operação do negócio;<br />
• Direito inicial de uso da marca do franqueador;<br />
Taxa de Royalties<br />
Os royalties envolvem um valor que o franqueado<br />
paga de forma periódica ao franqueador<br />
para remunerar o suporte e tecnologia que este<br />
continua a lhe prestar durante a duração do contrato.<br />
Geralmente é um percentual fixo, preestabelecido<br />
no contrato, aplicado sobre o faturamento<br />
bruto da franquia.<br />
Taxa de Propaganda e Promoção<br />
É uma taxa paga periodicamente (mensal<br />
ou anualmente) pelo franqueado para a formação<br />
de um fundo para divulgação (propaganda e<br />
publicidade) da marca, produtos e conceitos, inclusive<br />
da própria rede de franquia.<br />
Taxa de Serviço<br />
É uma taxa cobrada pelo franqueador para<br />
a realização de serviços extras (uma vez que os<br />
serviços normais são pagos pelos royalties).<br />
Taxa de Compras (também chamada de<br />
taxa de desenvolvimento)<br />
É cobrada por alguns franqueadores pelo<br />
uso de sua estrutura de compras e, às vezes, para<br />
desenvolvimento de produtos e/ou fornecedores,<br />
visando a manter a competitividade frente<br />
aos concorrentes.<br />
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43
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
5.5 Franquia versus Negócio Independente<br />
Algumas diferenças entre franquia e negócio independente, conforme o Sebrae (1996):<br />
Quadro 7 – Diferenças entre franquia e negócio independente – quanto ao produto ou serviço.<br />
Franquia<br />
• Oferece produtos ou serviços já desenvolvidos,<br />
testados e implantados no mercado, dependendo<br />
do tipo de franquia.<br />
• Oferece, de imediato, MARCA de produtos<br />
ou serviços, com boa aceitação de mercado,<br />
dependendo do tipo de franquia.<br />
• O franqueador tem liberdade limitada na<br />
escolha de produtos ou serviços, dependendo<br />
da modalidade de franquia, para evitar riscos de<br />
mercado.<br />
Negócio Independente<br />
• Requer know-how para criar produtos ou serviços,<br />
desenvolver, testar e implantar no mercado.<br />
• Requer tempo para conquistar a aceitação do<br />
mercado, de MARCA e de produtos ou serviços a<br />
serem comercializados.<br />
• O empreendedor tem plena liberdade para<br />
escolher produtos ou serviços, embora com riscos<br />
de mercado.<br />
Quadro 8 – Diferenças entre franquia e negócio independente – quanto à localização.<br />
Franquia<br />
• Fornece consultoria para escolha do local e<br />
arranjo físico da empresa, dependendo da<br />
modalidade de franquia.<br />
• A consultoria da franquia já é testada no<br />
mercado, dependendo do tipo de franquia e<br />
modalidade.<br />
• O custo da consultoria é menor que no<br />
negócio independente (economia de escala).<br />
Negócio Independente<br />
• Há a necessidade de contratação de consultoria<br />
externa, em caso de inexperiência do empreendedor.<br />
• É necessário testar a localização, de forma<br />
independente.<br />
• O custo da consultoria é maior que na franquia (custo<br />
unitário, independente).<br />
Quadro 9 – Diferenças entre franquia e negócio independente – quanto ao mercado.<br />
Franquia<br />
• Oferece a MARCA testada, experimentada e<br />
com aceitação de mercado, dependendo do<br />
tipo de franquia.<br />
• Fornece consultoria para pesquisa e<br />
conhecimento do mercado específico,<br />
dependendo do tipo de franquia, nos<br />
seguintes aspectos: área de atuação do<br />
produto ou serviço, público potencial,<br />
concorrentes, fornecedores, preços e<br />
comercialização, propaganda, publicidade,<br />
promoções, planejamento de marketing.<br />
• O custo da consultoria é menor que no<br />
negócio independente (economia de escala).<br />
Negócio Independente<br />
• Há necessidade de pesquisar MARCAS já testadas,<br />
experimentadas e com aceitação de mercado.<br />
• Há necessidade de contratação de consultoria<br />
externa, em caso de inexperiência do empreendedor<br />
para realizar pesquisas e estudos de mercado,<br />
referentes aos seguintes aspectos:<br />
• área de atuação;<br />
• produto ou serviço;<br />
• público potencial;<br />
• concorrentes;<br />
• fornecedores;<br />
• preços e comercialização;<br />
• propaganda, publicidade, promoções;<br />
• planejamento de marketing.<br />
• o custo da consultoria externa é maior que na<br />
franquia (custo unitário, independente).<br />
44<br />
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Quadro 10 – Diferenças entre franquia e negócio independente – quanto à administração de pessoal.<br />
<strong>Empreendedorismo</strong><br />
Franquia<br />
• Fornece consultoria em administração de<br />
pessoal (RH), incluindo aspectos legais<br />
e jurídicos, dependendo do tipo e da<br />
modalidade de franquia.<br />
• O custo da consultoria é menor que no<br />
negócio independente (economia de escala).<br />
Negócio Independente<br />
• Há a necessidade de contratação de consultoria<br />
externa, em administração de pessoal, incluindo<br />
aspectos legais e jurídicos, em caso de inexperiência<br />
do empreendedor.<br />
• É necessário testar métodos de administração de<br />
forma independente.<br />
• O custo da consultoria é maior que na franquia (custo<br />
unitário, independente).<br />
Quadro 11 – Diferenças entre franquia e negócio independente – quanto ao suprimento/máquinas e<br />
equipamentos.<br />
Franquia<br />
• Fornece consultoria para especificar<br />
material, máquinas e equipamentos<br />
e administrar a relação comercial<br />
com fornecedores, incluindo jurídica,<br />
dependendo da modalidade de<br />
franquia.<br />
• Compra por volumes, com menor custo<br />
unitário para o franqueado.<br />
• A consultoria da franquia já é testada<br />
no mercado, dependendo do tipo de<br />
franquia e modalidade.<br />
• O custo da consultoria é menor que no<br />
negócio independente (economia de<br />
escala).<br />
• A liberdade do franqueado é limitada,<br />
porém com menores riscos no mercado<br />
de fornecedores.<br />
Negócio Independente<br />
• Há necessidade de contratação de consultoria externa ou<br />
de bastante pesquisa pelo empresário na aquisição de<br />
suprimentos, máquinas e equipamentos, com o objetivo<br />
de obter menores custos.<br />
• Na administração da relação comercial com fornecedores,<br />
em caso de problemas jurídicos, o empresário assume<br />
responsabilidade integral.<br />
• Os custos unitários são maiores para empresário<br />
independente, pelo pequeno volume de compras.<br />
• É necessário testar tecnologia e custos de suprimentos,<br />
máquinas e equipamentos, de forma independente.<br />
• O custo da consultoria externa é maior que na franquia<br />
(custo unitário, independente).<br />
• O empresário tem total liberdade para seleção e aquisição,<br />
podendo enfrentar maiores riscos no mercado de<br />
fornecedores.<br />
Quadro 12 – Diferenças entre franquia e negócio independente – quanto às finanças.<br />
Franquia<br />
• Fornece consultoria em administração financeira,<br />
incluindo aspectos legais e jurídicos, dependendo<br />
do tipo e da modalidade de franquia.<br />
• A consultoria da franquia já é testada no mercado,<br />
dependendo do tipo de franquia e modalidade.<br />
• O custo da consultoria (taxas de franquia) é menor<br />
que no negócio independente (economia de<br />
escala).<br />
• Há liberdade limitada para o franqueado, com<br />
menores riscos.<br />
Negócio Independente<br />
• Há necessidade de contratação de consultoria<br />
externa, em administração financeira, incluindo<br />
aspectos legais e jurídicos, em caso de<br />
inexperiência do empreendedor.<br />
• É necessário testar métodos de administração de<br />
forma independente.<br />
• O custo da consultoria é maior que na franquia<br />
(custo unitário, independente).<br />
• Há liberdade total para o empresário, embora com<br />
grau de riscos.<br />
Saiba mais<br />
Você encontrará informações atualizadas sobre Franchising no site: www.portaldofranchising.com.br.<br />
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45
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
5.6 Resumo do Capítulo<br />
Caro(a) aluno(a),<br />
Neste capítulo estudamos os conceitos-chave do franchising ou modelo de franquia, ou seja: os<br />
tipos de franquias relacionados à Modalidade de Negócio: franquia Individual, franquia combinada e<br />
franquia shop in shop; relacionados à Atuação Geográfica: franquia máster, franquia unitária, franquia<br />
múltipla, franquia regional, franquia de desenvolvimento de área e franquia de representação e relacionados<br />
à Remuneração: franquia de distribuição, franquia pura e franquia mista.<br />
Pudemos conhecer as vantagens e desvantagens do franchising, tanto para o franqueador quanto<br />
para o franqueado;<br />
Descrevemos as taxas envolvidas no modelo de franquia: Taxa Inicial ou de Franquia, direito de fazer<br />
parte da rede de franquias do franqueador; Taxa de Royalties, para remunerar o suporte e tecnologia;<br />
Taxa de Propaganda ou de Promoção, para a formação de um fundo para divulgação; Taxa de Serviço,<br />
para a realização de serviços extras; e Taxa de compras ou desenvolvimento, pelo uso de sua estrutura de<br />
compras e, às vezes, para desenvolvimento de produtos e/ou fornecedores.<br />
Finalizamos com uma comparação entre o franchising e os negócios independentes: quanto ao<br />
produto ou serviço, quanto à localização, quanto ao mercado, quanto à administração de pessoal, quanto<br />
ao suprimento/máquinas e equipamentos e quanto às finanças.<br />
Vejamos como você fixou os conceitos, respondendo às perguntas.<br />
5.7 Atividades Propostas<br />
1. Qual é a maior rede de franquias do Brasil, segundo a Associação Brasileira de Franchising?<br />
2. Explique quais as taxas usualmente cobradas de um franqueado.<br />
46<br />
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6<br />
EMPRESA FAMILIAR: UMA INSTITUIÇÃO<br />
SINGULAR<br />
Prezado(a) aluno(a),<br />
Neste capítulo vamos considerar os aspectos<br />
gerais da empresa familiar, os principais problemas,<br />
tais como a sobreposição entre família e<br />
negócios. Também vamos aprender sobre os vários<br />
aspectos do envolvimento da família nos negócios,<br />
a cultura da empresa familiar, os papéis e<br />
as relações familiares, e finalizaremos com o problema<br />
da sucessão nos negócios familiares.<br />
6.1 Aspectos Gerais da Empresa Familiar<br />
De acordo com Longenecker et al. (1997, p.<br />
136), “uma empresa familiar é aquela em que a<br />
família tem um envolvimento especial. Tal negócio<br />
envolve uma sobreposição dos interesses de<br />
negócios (produção e lucratividade) e dos interesses<br />
da família (cuidados e educação).” O fato é<br />
que há vários aspectos que tornam a empresa familiar<br />
diferente de outros tipos de pequena e média<br />
empresa. Por exemplo, muitas vezes pode-se<br />
observar uma sobreposição de valores familiares<br />
e empresariais em fatores, como: na sua cultura e<br />
na tomada de decisões.<br />
Descrever uma empresa familiar é sempre<br />
levar em conta a propriedade ou outro envolvimento<br />
de dois ou mais membros de uma família<br />
na vida e funcionamento de uma organização. A<br />
natureza e a extensão desse envolvimento variam<br />
enormemente, e podem significar que membros<br />
da família podem trabalhar em tempo integral ou<br />
parcial. Longenecker et al. (1997, p. 135) também<br />
nos dão um bom exemplo: “em um pequeno restaurante,<br />
o empreendedor pode trabalhar como<br />
recepcionista e gerente, a esposa pode fazer a<br />
contabilidade e os filhos podem trabalhar na cozinha<br />
ou servindo aos clientes.”<br />
Outro aspecto distintivo da empresa familiar<br />
é que um negócio pode passar de uma geração<br />
para outra.<br />
6.2 Sobreposição entre Família e Negócios<br />
A empresa familiar é composta por uma<br />
família e uma empresa. E, embora sejam instituições<br />
separadas, acabam gerando uma superposição<br />
ou intersecção nos negócios, ou seja, os<br />
interesses da família de um lado e os do negócio<br />
do outro, afinal são diferentes no que diz respeito<br />
à composição de seus membros, de metas e valores<br />
próprios.<br />
É fácil perceber a diferença. Segundo<br />
Longenecker et al. (1997, p. 136), as diferenças<br />
entre elas são:<br />
a função primária da família relaciona-se<br />
com o cuidado e o sustento dos membros<br />
familiares, enquanto os negócios voltam-<br />
-se para a produção ou distribuição de<br />
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47
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
bens e/ou serviços. O objetivo da família<br />
é o máximo desenvolvimento possível de<br />
cada membro, independentemente das<br />
limitações em habilidades e do oferecimento<br />
de oportunidades e recompensas<br />
iguais para cada membro. O objetivo dos<br />
negócios é a lucratividade e a sua sobrevivência.<br />
Logicamente, estes são objetivos distintos<br />
e que podem ser fonte, tanto de harmonia (por<br />
se complementarem) quanto de conflito (quando<br />
são antagônicos). Essa sobreposição pode gerar<br />
tensões e conflitos potenciais que surgem entre a<br />
vida empresarial e a familiar. A verdade é que “os<br />
relacionamentos entre os membros da família em<br />
um negócio são mais sensíveis do que entre empregados<br />
sem parentesco”, afirma Longenecker<br />
et al. (1997, p. 137).<br />
Atenção<br />
Fica claro que a saúde e a sobrevivência da empresa<br />
familiar só são possíveis se houver um equilíbrio<br />
entre os negócios e os interesses próprios<br />
da família.<br />
6.3 Aspectos do Envolvimento da Família nos Negócios<br />
Há vantagens do envolvimento da família<br />
nos negócios, pois uma empresa familiar muitas<br />
vezes pode se beneficiar do forte compromisso<br />
dos membros da família para com o bem-estar<br />
dos negócios e da habilidade de gerenciamento<br />
para enfocar o potencial humano, a qualidade e<br />
as decisões de longo prazo.<br />
Outro aspecto positivo deriva da força das<br />
relações familiares, onde os laços familiares dão<br />
suporte à defesa da empresa, mesmo em circunstâncias<br />
difíceis, uma vez que os membros da família<br />
vão relutar em “abandonar o barco”, afinal o<br />
nome da família está em jogo, bem como a sua<br />
reputação.<br />
Por outro lado, também há desvantagens,<br />
tal como a tendência para colocar os interesses<br />
da família antes dos interesses do negócio, e o<br />
pior, misturar os dois interesses na operação do<br />
negócio, como, por exemplo, quando se fundem<br />
os aspectos financeiros da empresa e da família.<br />
Conforme Peter Davis, diretor da Wharton Applied<br />
Research Center na Wharton School, Filadélfia<br />
(apud LONGENECKER et al., 1997, p. 138), há<br />
três vantagens para a empresa familiar:<br />
1. Preservar o clima do local de trabalho.<br />
Uma empresa familiar pode<br />
demonstrar facilmente níveis mais<br />
elevados de preocupação e interesse<br />
pelos indivíduos do que aqueles encontrados<br />
na corporação típica.<br />
2. Enfocar o longo prazo. Uma empresa<br />
familiar pode deter-se na visão de<br />
longo prazo com mais facilidade que<br />
os gerentes corporativos que estão<br />
sendo julgados pelos resultados anuais.<br />
3. Enfatizar a qualidade. ‘As empresas<br />
familiares há muito mantêm a tradição<br />
de oferecer qualidade e valor ao<br />
consumidor.’<br />
48<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
6.4 A Cultura da Empresa Familiar<br />
Dicionário<br />
Cultura: o conjunto de valores, comportamentos e<br />
crenças de um grupo, que o identifica.<br />
É fato que qualquer negócio opera em linha<br />
com algum conjunto de valores, entretanto nos<br />
negócios familiares destacam-se aqueles valores<br />
defendidos pela família originadora do negócio,<br />
especialmente de seu(s) fundador(es). Muitas<br />
vezes esses valores familiares são até utilizados<br />
como diferencial competitivo pela empresa.<br />
Segundo certos autores, tal como W. Gibb<br />
Dyer Jr., professor em Brigham Young University,<br />
a cultura de uma empresa familiar inclui três segmentos:<br />
a cultura de negócio, a cultura de família<br />
e a cultura de condução da empresa ou do conselho<br />
de diretoria. Assim o Padrão da Empresa<br />
pode ser: Paternalista, Laissez-faire (descomprometido),<br />
Participativo e Profissional. Já o Padrão<br />
Familiar pode ser: Patriarcal, Colaborador ou<br />
Conflitante. E o Padrão de Condução dos Negócios<br />
pode ser: Burocrático, Consultivo, Supervisor,<br />
entre outros.<br />
6.5 Membros que não são da Família na Empresa Familiar<br />
Saiba mais<br />
No Brasil, segundo pesquisa realizada pela Prosperare,<br />
34%, das mil maiores empresas do ranking do<br />
jornal Valor Econômico, são controladas por famílias.<br />
Pode ser difícil manter a motivação de colaboradores<br />
que não são da família, uma vez que as<br />
oportunidades de promoção quase sempre são<br />
muito limitadas. Essa situação pode ser minimizada<br />
pela comunicação aberta a respeito da extensão<br />
e/ou limites dessas oportunidades.<br />
6.6 Papéis e Relações Familiares<br />
Conforme descreve Longenecker et al.<br />
(1997, p. 152),<br />
um relacionamento primário de família<br />
é aquele entre o fundador e o(a) filho(a)<br />
que pode sucedê-lo nos negócios. Os<br />
filhos, filhas, familiares não-consangüíneos<br />
e às vezes outros parentes têm a<br />
possibilidade de colaborar ou entrar em<br />
conflito com o fundador e entre si mesmos<br />
na operação dos negócios. O papel<br />
do cônjuge do fundador é especialmente<br />
importante, frequentemente como mediador<br />
entre o fundador e outros membros<br />
da família. Retiros e conselhos de<br />
família são usados por algumas famílias<br />
para aumentar a comunicação e lidar<br />
abertamente com papéis e interesses familiares<br />
relacionados ao negócio.<br />
Sem dúvida, os papéis e interesses familiares<br />
tornam o ambiente de uma empresa familiar<br />
muito mais complexo do que em qualquer outro<br />
tipo de empreendimento.<br />
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49
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
6.7 O Problema da Sucessão<br />
Há muitos exemplos de empresas familiares<br />
que se tornaram verdadeiros impérios nas mãos<br />
de seus fundadores, mas que foram totalmente<br />
aniquiladas na geração sucessora. O fato é que<br />
há grande verdade no ditado popular que diz:<br />
“pai rico, filho nobre, neto pobre.” Curiosamente,<br />
esse ditado pode ser encontrado em mais de 40<br />
idiomas, registrando a verdade universal que ele<br />
expõe, ou seja, muitas vezes o fundador (“o pai”)<br />
faz o extraordinário esforço inovador e cria um<br />
império, mas seu sucessor (“o filho”) apenas usufrui<br />
das vantagens financeiras da herança, muitas<br />
vezes “torrando-a” rapidamente e sem dar a devida<br />
atenção aos negócios, portando-se com um<br />
“nobre” (que não precisa trabalhar) e que leva a<br />
um final esperado: o próximo sucessor (“o neto”)<br />
recebe a empresa arruinada e dilapidada.<br />
Hoje em dia, especialmente entre os grandes<br />
grupos empresariais familiares, já há uma<br />
grande preocupação com esse fato, resultando<br />
em que o fundador busque envolver seu sucessor<br />
desde cedo na empresa, inclusive forçando a<br />
um melhor preparo dos filhos para a gigantesca<br />
missão de preservar a organização familiar para<br />
o futuro.<br />
6.8 Resumo do Capítulo<br />
Prezado(a) aluno(a),<br />
Neste capítulo aprendemos que há uma sobreposição de interesses em uma empresa familiar, ou<br />
seja, entre os interesses de negócios (produção e lucratividade) e os interesses da família (cuidados e<br />
educação), o pode gerar tensões e conflitos potenciais entre a vida empresarial e a familiar.<br />
Vimos a importância da cultura na empresa familiar, bem como a dificuldade em manter a motivação<br />
nos colaboradores que não são da família empreendedora.<br />
Assim, consideramos que também que há vantagens no envolvimento da família nos negócios,<br />
pois uma empresa familiar muitas vezes pode se beneficiar do forte compromisso dos membros da família<br />
para preservar os negócios, porém também há desvantagens, tais como colocar os interesses da<br />
família antes dos interesses do negócio e misturar os dois interesses na operação do negócio, como no<br />
caso de não se separar os aspectos financeiros.<br />
Finalizamos com o problema da sucessão nas empresas familiares, pois há muitos exemplos de<br />
empresas familiares que se tornaram verdadeiros impérios nas mãos de seus fundadores, mas que foram<br />
totalmente aniquiladas na geração sucessora e entendemos que há grande verdade no ditado popular<br />
que diz: “pai rico, filho nobre, neto pobre.”<br />
Caro(a) aluno(a), vamos avaliar seu conhecimento?<br />
50<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
6.9 Atividades Propostas<br />
1. Quais os benefícios e quais as desvantagens que resultam do envolvimento da família em um<br />
negócio? (LONGENECKER, 1997, p. 153)<br />
2. Identifique duas empresas familiares locais que podem ser descritas pelo conceito “pai rico,<br />
filho nobre, neto pobre”.<br />
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51
7<br />
CRIANDO O PLANEJAMENTO NA PME<br />
Prezado(a) aluno(a), neste capítulo entenderemos<br />
como se pode criar o planejamento estratégico<br />
em uma PME, vamos começar a discussão?<br />
Vamos conhecer o processo integrado para<br />
se empreender. Também vamos estudar as alternativas<br />
estratégias providas pelos principais autores,<br />
tais como: as estratégias competitivas de<br />
Porter, as estratégias de crescimento de Ansoff e<br />
o grupo de outras estratégias chamadas de genéricas.<br />
Caro(a) aluno(a), note que, conforme Conforme<br />
Hirish, Peters e Shepherd (apud DORNE-<br />
LAS, 2001), empreender pode ser realizado como<br />
um processo integrado (Figura 7).<br />
Figura 7 – Processo integrado do empreender.<br />
Vamos entender o que está envolvido em<br />
cada etapa do processo integrado do empreendedor,<br />
segundo Hirish, Peters e Shepherd (apud<br />
Dornelas, 2001):<br />
• Identificar e avaliar a oportunidade<br />
••<br />
Criação e abrangência da oportunidade;<br />
••<br />
Valores percebidos e reais da oportunidade;<br />
••<br />
Riscos e retornos da oportunidade;<br />
••<br />
Oportunidade versus habilidades e<br />
metas pessoais;<br />
••<br />
Situação dos competidores.<br />
• Desenvolver o Plano de Negócios<br />
••<br />
Sumário Executivo;<br />
••<br />
Conceito do negócio;<br />
••<br />
Análise Estratégica;<br />
••<br />
Equipe de gestão;<br />
••<br />
Mercado e competidores;<br />
••<br />
Estrutura e operação;<br />
••<br />
Plano Financeiro;<br />
••<br />
Anexos.<br />
• Determinar e captar os recursos necessários:<br />
••<br />
Recursos pessoais;<br />
••<br />
Recursos de amigos e parentes;<br />
••<br />
Angels (“Anjos”);<br />
••<br />
Capitalistas de risco;<br />
••<br />
Bancos;<br />
••<br />
Governo;<br />
••<br />
Incubadoras.<br />
• Gerenciar a empresa criada:<br />
••<br />
Estilo de gestão;<br />
••<br />
Fatores críticos de sucesso;<br />
••<br />
Identificar problemas atuais e potenciais;<br />
••<br />
Implementar um sistema de controle;<br />
••<br />
Profissionalizar a gestão;<br />
••<br />
Entrar em novos mercados.<br />
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53
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
Dicionário<br />
Angels (“Anjos”): Pode ser uma pessoa física ou jurídica<br />
que investe em outras empresas que estão<br />
iniciando suas atividades e que está disposto a correr<br />
riscos, vislumbrando ganhos financeiros futuros<br />
com o crescimento da empresa.<br />
Esse modelo inicia com a ação óbvia de<br />
identificar uma oportunidade de mercado ainda<br />
não atendida ou atendida de maneira inadequada<br />
pelo mercado, passa pelo uso da mais importante<br />
ferramenta do empreendedor, ou seja, o Plano de<br />
Negócios, pela busca dos recursos adequados, e<br />
finaliza pela estrutura de gestão necessária para<br />
assegurar o sucesso do empreendimento.<br />
7.1 Alternativas Estratégicas<br />
Um fator crítico de sucesso de uma PME é<br />
estabelecer suas estratégias corretamente, e isto<br />
envolve definir o negócio escolhido, quais os<br />
objetivos, de curto e médio prazo, quais as vantagens<br />
competitivas sustentadas que serão aproveitadas.<br />
Naturalmente, a estratégia varia amplamente<br />
de uma empresa para outra e há tantas<br />
estratégias quanto existem empresas.<br />
Afinal há muitas variáveis envolvidas, tais<br />
como:<br />
• Se preferem dedicar-se a um único negócio<br />
ou se têm diferentes unidades de<br />
negócios;<br />
• Se gostam de arriscar e explorar novos<br />
negócios;<br />
• Se preferem enfrentar agressivamente<br />
os concorrentes ou se são cautelosas e<br />
preferem evitar o risco e o confronto;<br />
• Se procuram ter uma forte identidade<br />
própria ou se preferem trabalhar com<br />
commodities, ou seja, produtos absolutamente<br />
iguais aos dos concorrentes;<br />
• Se preferem ser pioneiras ou ser seguidoras.<br />
De acordo do Maximiano (2006, p. 55), felizmente,<br />
podemos nos beneficiar dos diversos autores<br />
que estudaram e catalogaram as estratégias<br />
empresariais genéricas, assim chamadas porque<br />
se aplicam a qualquer empresa. Entretanto esse<br />
autor adverte: “as estratégias resultam de criatividade<br />
e não de procedimentos formais.”<br />
Assim, apesar de ser muito valioso estudar<br />
as muitas alternativas estratégias existentes, a<br />
grande diferença será a habilidade em identificar<br />
quais delas podem ser realmente úteis ao negócio<br />
em avaliação (novo ou existente) e isto só será<br />
possível se houver um profundo conhecimento<br />
dos pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades,<br />
tanto do negócio em si quanto do(s)<br />
próprio(s) empreendedor(es).<br />
No Quadro 13, a seguir, é possível observar<br />
o que Maximiano (2006) chama de Catálogo<br />
de Estratégias Genéricas, ou seja, que podem ser<br />
aplicadas a qualquer modelo.<br />
54<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
Quadro 13 – Catálogo de estratégias genéricas.<br />
Estratégias<br />
competitivas de<br />
Porter<br />
Estratégias de<br />
crescimento de<br />
Ansoff<br />
Inovação<br />
Oportunidade<br />
Estabilidade<br />
Redução de<br />
despesas<br />
Reação<br />
Cooperação<br />
Produtos ou serviços<br />
Foco = estratégia de<br />
Grupo de clientes<br />
nicho ou concentração<br />
Mercados Geográficos<br />
Diferenciação = projeção de forte identidade própria<br />
Liderança do custo = produto ou serviço de menor preço<br />
Penetração no mercado = exploração de mercados existentes com produtos existentes<br />
Desenvolvimento de mercado = exploração de novos mercados com produtos<br />
existentes<br />
Desenvolvimento de produto = exploração de mercados existentes com novos<br />
produtos<br />
Diversificação = exploração de novos mercados com novos produtos<br />
Liderança do processo de criação de novos produtos<br />
Aproveitamento de determinadas situações ou períodos<br />
Manutenção do nível de desempenho atual<br />
Diminuição de custos e eliminação de desperdícios<br />
Ação dependente do comportamento dos concorrentes<br />
União de forças com os concorrentes<br />
Atenção<br />
Qualquer que seja a opção estratégica escolhida, ela deve ser precedida de um minucioso planejamento e<br />
mecanismos de controle, visando a assegurar sua aplicabilidade.<br />
7.2 Estratégias Competitivas de Porter<br />
Michael Porter propõe três estratégias competitivas:<br />
foco, diferenciação e liderança do custo.<br />
Foco<br />
Essa estratégia empresarial também é chamada<br />
de estratégia de nicho ou de concentração,<br />
e tem como conceito escolher um tipo específico<br />
de cliente ou segmento de mercado e concentrar-<br />
-se nele, atendê-lo da melhor maneira possível.<br />
Em outras palavras, essa estratégia do foco busca<br />
a especialização no atendimento do nicho, que<br />
pode ser:<br />
• Produtos ou serviços em particular;<br />
• Grupos específicos de clientes;<br />
• Mercados geográficos específicos.<br />
Diferenciação<br />
Essa estratégia visa a destacar as diferenças<br />
competitivas de um produto ou serviço, procurando<br />
projetar uma forte identidade própria para<br />
os mesmos de modo a se distinguir claramente<br />
dos concorrentes.<br />
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55
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
Para tanto, diz Maximiano (2006) acerca de<br />
Porter: “é preciso criar e divulgar uma ou mais<br />
vantagens competitivas, como qualidade, serviço,<br />
prestígio para o consumidor, estilo do produto<br />
ou aspecto das instalações.”<br />
Liderança do custo<br />
sim buscar reduzir o custo o máximo possível, seja<br />
através de tecnologia e da eficiência dos processos<br />
produtivos, seja por obter fontes de matéria-<br />
-prima em melhores condições do que os concorrentes.<br />
Normalmente se utilizam dessa estratégia<br />
as empresas que trabalham com commodities, ou<br />
seja, produtos sem diferenciação perceptível.<br />
Nessa estratégia, ação busca oferecer um<br />
produto ou serviço mais barato do que a concorrência.<br />
A questão central não é o preço em si, mas<br />
7.3 Estratégias de Crescimento<br />
A estratégia do crescimento, geralmente, é<br />
utilizada por empresas que estão continuamente<br />
procurando novas oportunidades no mercado e<br />
enfrentam as ameaças emergentes. O crescimento<br />
pode ocorrer quando a percepção da qualidade<br />
dos produtos e serviços faz com que as pessoas<br />
continuem comprando da empresa, o que<br />
pode aumentar a reputação da qualidade, que,<br />
por sua vez, amplia a base de compradores e faz<br />
com que a empresa continue crescendo.<br />
Outras estratégias de crescimento podem<br />
ser:<br />
• Compra de concorrentes, fornecedores<br />
ou distribuidores;<br />
• Ingresso em outros ramos de negócios<br />
(às vezes por meio da compra de empresas);<br />
• Estabelecimento de parcerias com empresas<br />
de ramos de negócios complementares.<br />
Matriz de Ansoff<br />
Uma importante ferramenta estratégica, a<br />
Matriz de Ansoff (Quadro 14), analisa duas variáveis<br />
do crescimento: o produto e o mercado, classificando<br />
as estratégias empresariais em quatro<br />
categorias: penetração no mercado, desenvolvimento<br />
de mercado, desenvolvimento de produto<br />
e diversificação.<br />
Quadro 14 – Matriz de Ansoff.<br />
MERCADOS<br />
Tradicionais<br />
Tradicionais<br />
Penetração de mercado<br />
PRODUTOS<br />
Novos<br />
Desenvolvimento de<br />
produto<br />
Novos Desenvolvimento de mercado Diversificação<br />
56<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
Penetração no mercado<br />
É a estratégia de explorar produtos tradicionais<br />
em um mercado tradicional, vendendo cada<br />
vez mais para os mesmos clientes, sendo bastante<br />
usada pelas empresas de produtos de consumo,<br />
da indústria da alimentação e dos cartões<br />
de crédito. Uma forma de fazer a penetração no<br />
mercado é por meio de esquemas de fidelização<br />
de clientes.<br />
Desenvolvimento de mercado<br />
É a estratégia de explorar um mercado novo<br />
com produtos tradicionais. Esta é uma estratégia<br />
adequada quando o mercado tradicional está<br />
saturado ou quando surge uma oportunidade<br />
em outro mercado.<br />
Desenvolvimento de produto<br />
É a estratégia de explorar mercados tradicionais<br />
com produtos novos. É apropriado quando<br />
há necessidades não atendidas ou potencial<br />
de demanda (poder de compra) no mercado tradicional.<br />
Diversificação<br />
É a estratégia de explorar novos mercados<br />
com novos produtos. É uma estratégia apropriada<br />
quando o mercado tradicional de outras empresas<br />
é atrativo e a empresa tem recursos para<br />
explorá-lo.<br />
Dicionário<br />
Diversificação: nesse contexto, significa criar variação,<br />
ou seja, ampliar a atuação organizacional.<br />
7.4 Outras Estratégias Genéricas<br />
Estratégia de inovação<br />
É a estratégia de liderar o processo de criar<br />
novos produtos e serviços. Embora seja mais usada<br />
por empresas recém-criadas, que se baseiam<br />
em um produto ou serviço inovador, até então<br />
inexistente, também pode ser vista em grandes<br />
corporações que se reinventam continuamente.<br />
Estratégia da oportunidade<br />
É a estratégia de aproveitar determinados<br />
períodos sazonais ou situações especiais, como<br />
datas especiais.<br />
Estratégia da estabilidade<br />
É uma estratégia defensiva, característica<br />
das empresas que não querem mudar seu foco de<br />
ação, ou porque são altamente especializadas, ou<br />
não gostam de mudanças, ou ainda porque estão<br />
em um segmento estagnado, que não oferece novas<br />
oportunidades.<br />
Estratégia de redução de despesas<br />
É a estratégia das organizações que estão<br />
ameaçadas e com comprometimento de sua eficiência.<br />
As medidas usadas para reduzir despesas<br />
podem ser: eliminação de linhas de produtos, redução<br />
da força de trabalho, desinvestimento, ou<br />
venda de negócios para empresas concorrentes,<br />
ou ainda liquidação de negócios, com encerramento<br />
de operações e a venda dos ativos.<br />
Estratégia de reação<br />
É a estratégia de agir em resposta ao comportamento<br />
dos concorrentes. Essa reação pode<br />
ser proposital, quando a empresa espera primeiro<br />
a ação dos concorrentes, para então agir. Mas<br />
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57
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
também pode ser uma simples resposta a uma<br />
inovação dos concorrentes e à perda de competitividade.<br />
Estratégia de cooperação<br />
É a chamada aliança estratégica, ou seja, é<br />
uma associação em que duas ou mais empresas<br />
buscam alguma vantagem ou sinergia, que seria<br />
muito difícil de ser obtida isoladamente.<br />
Estas e outras ações estratégicas implicam<br />
em um detalhado processo de avaliação prévia<br />
do mercado e de um diagnóstico interno da empresa,<br />
visando a encontrar a melhor ferramenta<br />
ou filosofia para estabelecer o curso de ação da<br />
organização. Qualquer que seja a opção estratégica<br />
escolhida, ela deve ser precedida de um minucioso<br />
planejamento e mecanismos de controle,<br />
visando a assegurar sua aplicabilidade.<br />
Saiba mais<br />
O Sebrae provê uma biblioteca com grande acervo<br />
de textos e experiências em estratégia empresarial.<br />
Acesse http://www.sebrae.com.br/ e digite “estratégia”<br />
no campo de busca.<br />
7.5 Resumo do Capítulo<br />
Caro(a) aluno(a),<br />
Neste capítulo estudamos o processo integrado para se empreender, que envolve quatro fases:<br />
identificar e avaliar a oportunidade, desenvolver o Plano de Negócios, determinar e captar os recursos<br />
necessários e gerenciar a empresa criada.<br />
Também conhecemos as alternativas estratégicas: as estratégias competitivas de Porter (a estratégia<br />
de liderança de custos, a estratégia de diferenciação e a estratégia de foco), as estratégias de crescimento<br />
de Ansoff (penetração de mercado, desenvolvimento de mercado, desenvolvimento de produto e<br />
diversificação), bem como o grupo de outras estratégias chamadas de genéricas: estratégia de inovação<br />
(liderar o processo de criar novos produtos e serviços), estratégia de oportunidade(aproveitar determinados<br />
períodos sazonais ou situações especiais, como datas especiais), estratégia de estabilidade (estratégia<br />
defensiva), estratégia de redução de despesas (a estratégia das organizações que estão ameaçadas e com<br />
comprometimento de sua eficiência), estratégia de reação (agir em resposta ao comportamento dos concorrentes)<br />
e estratégia de cooperação (parcerias estratégicas).<br />
Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.<br />
7.6 Atividades Propostas<br />
1. A estratégia de oportunidade visa a aproveitar determinados períodos sazonais ou situações<br />
especiais, cite 3 datas que podemos utilizar a estratégia de oportunidade?<br />
2. Explique o Processo integrado do empreendedor.<br />
58<br />
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8<br />
AMBIENTES DE NEGÓCIOS<br />
Caro(a) aluno(a),<br />
Neste capítulo abordaremos os chamados<br />
ambientes de negócios, descritos como macroambiente<br />
e microambiente, vamos iniciar a discussão?<br />
De uma forma geral, a análise dos ambientes<br />
de negócios é fundamental para o sucesso das<br />
iniciativas empreendedoras. Essa análise envolve<br />
o macroambiente, isto é, o ambiente geral e o<br />
microambiente, o mais específico e imediato. O<br />
entendimento desses ambientes é fundamental<br />
para o sucesso de um empreendimento<br />
As empresas não se bastam por si só, não<br />
vivem isoladas. Elas operam no ambiente vasto e<br />
complexo representando a sociedade, a nação, o<br />
cenário mundial.<br />
Devido ao tamanho desse ambiente, separamos<br />
em dois estratos diferentes. O maior é o<br />
ambiente geral ou macroambiente, o outro, mais<br />
imediato, é o microambiente.<br />
Muitas vezes o sucesso de um empreendimento<br />
está condicionado às visões e entendimentos<br />
desses ambientes.<br />
Reconhecer as tendências e necessidades<br />
não atendidas de um determinado público-alvo<br />
pode gerar uma oportunidade de negócio e transformar<br />
essas ações em lucros para as empresas.<br />
Segundo Philip Kotler, as empresas poderiam<br />
ganhar uma fortuna se encontrassem a cura<br />
do câncer, desenvolvessem curas químicas para<br />
doenças mentais, dessalinizassem a água do mar,<br />
desenvolvessem alimentos nutritivos e saborosos<br />
que não engordassem, criassem carros elétricos<br />
práticos e construíssem moradias a preços mais<br />
acessíveis.<br />
Para identificar uma oportunidade é necessário<br />
entender as tendências que se formam no<br />
ambiente. Tendência é a sinalização de determinada<br />
direção à sequencia de eventos que têm determinados<br />
impulsos e durações, é mais previsível<br />
e duradoura e pode se manter por muito tempo.<br />
Atenção<br />
Existem diferenças básicas entre modismos, tendências<br />
e as chamadas megatendências. Modismo<br />
é fruto de algo de curta duração e não tem<br />
quase nenhum significado social, político e econômico.<br />
Alguns empreendedores podem obter<br />
lucros com modismos, mas isso é mais uma questão<br />
de sorte e senso de oportunidade.<br />
Já as grandes mudanças sociais, econômicas,<br />
políticas e tecnológicas que se formam lentamente<br />
e, uma vez estabelecidas, nos influenciam<br />
por cerca de sete a dez anos, ou mais, são chamadas<br />
por John Naisbitt de megatendências. As dez<br />
megatendências que Naisbitt (1990) identificou<br />
são:<br />
1. A explosão da economia global;<br />
2. O renascimento das artes;<br />
3. O surgimento do socialismo de livre<br />
mercado;<br />
4. Estilos de vida globais e nacionalismo<br />
cultural;<br />
5. A privatização do sistema de seguridade<br />
social;<br />
6. A ascensão dos países da orla asiática<br />
do Pacífico;<br />
7. A década das mulheres na liderança;<br />
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59
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
8. A era da biologia;<br />
9. A revitalização da religião no novo milênio;<br />
10. O triunfo do indivíduo.<br />
Um empreendedor tem que estudar as tendências<br />
e megatendências cuidadosamente, pois<br />
possivelmente obterá maior sucesso quem estiver<br />
em sintonia com essas tendências.<br />
Saiba mais<br />
Quando analisamos o ambiente de negócios, podemos<br />
determinar os Pontos Fortes e Pontos Fracos<br />
e Ameaças e Oportunidades para nossa empresa, a<br />
chamada análise de SWOT.<br />
8.1 Macroambiente<br />
É o ambiente geral, tudo aquilo que não<br />
depende da empresa, também chamado de variáveis<br />
incontroláveis, quais sejam: variáveis econômicas,<br />
sociais, tecnológicas, culturais, legais e<br />
ecológicas. Todas essas variáveis causam impactos,<br />
e elas estão intimamente ligadas à empresa,<br />
por isso ambiente geral ou macroambiente.<br />
As empresas, seus fornecedores, intermediários,<br />
clientes, concorrentes e público-alvo orbitam<br />
em um macroambiente de forças e tendências<br />
que dão as oportunidades e ameaças, conforme<br />
vimos anteriormente. Por representarem fatores<br />
não controláveis, a empresa precisa monitorar e<br />
responder a esses fatores. Hoje todas as empresas<br />
e seus clientes são afetados por forças globais:<br />
• Aceleração do transporte, das comunicações<br />
e transações financeiras internacionais<br />
leva ao rápido crescimento do<br />
comércio mundial e dos investimentos;<br />
• O crescimento econômico de diversos<br />
países asiáticos nos mercados mundiais;<br />
• Formação e fortalecimentos de blocos<br />
econômicos, como União Europeia e o<br />
Nafta;<br />
• Aumento do endividamento de vários<br />
países, juntamente com a crescente fragilidade<br />
do sistema financeiro internacional;<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Privatização de empresas estatais;<br />
Disseminação dos estilos de vida<br />
globalizados;<br />
Crescente número de alianças estratégicas<br />
entre corporações (empresas);<br />
Aumento de conflitos étnicos e religiosos<br />
em alguns países e regiões;<br />
Internacionalização de diversas<br />
marcas.<br />
Variáveis econômicas<br />
Estão relacionadas com os eventos econômicos,<br />
recessão, aquecimento e desaquecimento,<br />
balança comercial, renda per capita, produto,<br />
população, PIB etc. Essas variáveis afetam diretamente<br />
o negócio, independentemente do tamanho<br />
da empresa.<br />
Dicionário<br />
PIB: sigla de Produto Interno Bruto, que a soma do<br />
valor de todos os serviços e bens de um de terminado<br />
país ou região.<br />
60<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
Ter um produto que atenda às necessidades<br />
dos consumidores pode ser de pouco valor<br />
se eles não forem capazes de comprá-lo. A capacidade<br />
de compra está relacionada com a renda,<br />
que consiste em renda bruta, disponível e discricionária.<br />
Renda bruta é a quantia total de dinheiro<br />
que uma pessoa, um domicílio ou unidade familiar,<br />
obtém durante um determinado período de<br />
tempo, como, por exemplo, um ano ou mês.<br />
O segundo componente da renda, a renda<br />
disponível, é o dinheiro que sobra depois de<br />
pagar impostos, alimentação, moradia, roupas,<br />
transporte, educação.<br />
Já renda discricionária é a sobra após o pagamento<br />
de impostos e itens de necessidades básicas.<br />
A renda discricionária é utilizada para consumir<br />
produtos de luxo.<br />
Claro que temos um problema na definição<br />
de discricionário e disponível, que tem como<br />
principal causa a definição do que é luxo e do que<br />
é necessidade básica.<br />
Variáveis sociais<br />
As variáveis sociais englobam as características<br />
demográficas da população e seus valores.<br />
Mudanças nessas variáveis podem ter um impacto<br />
muito forte nos negócios do empreendedor.<br />
É importante destacar que demografia é<br />
a descrição de uma população de acordo com<br />
características selecionadas, como idade, gênero,<br />
etnia, renda e ocupação.<br />
Para entendermos melhor as características<br />
demográficas e os impactos que poderão surgir,<br />
veremos a visão de Roger A. Kerin sobre a população<br />
mundial.<br />
Segundo Kerin (2008), a maioria das recentes<br />
estimativas indica que atualmente existem 6,3<br />
bilhões de pessoas no mundo, e é provável que<br />
a população cresça para 9 bilhões em 2050. Embora<br />
esse crescimento tenha levado à explosão<br />
populacional, o aumento não ocorreu em todo<br />
o mundo, ele se desenvolveu principalmente em<br />
países da África, Ásia e América Latina. De fato, é<br />
previsto que a Índia possua a maior população do<br />
mundo em 2050, com 1,6 bilhões de pessoas, e a<br />
China estará bem próxima no segundo lugar com<br />
1,3 bilhões de pessoas. Outra importante tendência<br />
global é a mudança da estrutura etária da população<br />
mundial.<br />
Espera-se que o número de pessoas acima<br />
de 64 anos suba nas próximas décadas, enquanto<br />
o número de jovens cresça a uma taxa muito menor.<br />
Mas, a magnitude dessa tendência varia para<br />
cada região, e em países desenvolvidos espera-se<br />
enfrentar o maior crescimento das taxas do grupo<br />
da terceira idade. Os níveis da renda global e de<br />
padrões de vida também estão aumentando, embora<br />
as médias dos países sejam bem diferentes.<br />
Assim como o perfil etário da população<br />
mudou, o mesmo ocorreu com a estrutura dos lares.<br />
Um estudo sobre o lar norte-americano mostrou<br />
que, em 1960, 75% de todos os domicílios<br />
consistiam de casais casados. Atualmente, esse<br />
tipo de lar corresponde a somente 50% da população.<br />
Apenas 25% dos lares são formados por<br />
casais casados com filhos, e em somente 10% são<br />
lares formados com pais que trabalham e mães<br />
que ficam em casa. Alguns dos lares em mais rápida<br />
expansão são os formados por um único indivíduo,<br />
os de pais ou mães solteiros.<br />
Variáveis tecnológicas<br />
Tem sido uma poderosa impulsionadora de<br />
novos negócios e uma alavanca para novas necessidades<br />
de mercado. Nossa sociedade está em<br />
um período de grandes mudanças tecnológicas.<br />
A tecnologia, a terceira variável macroambiental,<br />
refere-se às invenções ou inovações da ciência<br />
aplicada ou da pesquisa de engenharia. Cada<br />
nova onda de inovação tecnológica pode substituir<br />
produtos existentes e até empresas inteiras.<br />
As mudanças tecnológicas são resultados<br />
de pesquisas e, por isso, é difícil de serem previstas.<br />
Contudo, algumas das mais dramáticas mudanças<br />
tecnológicas que estão ocorrendo agora<br />
englobam:<br />
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61
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
• Avanços na nanotecnologia, a ciência<br />
da eletrônica incrivelmente pequena,<br />
levarão a microprocessadores menores,<br />
células de combustível eficientes e sensores<br />
de detecção de câncer;<br />
• Televisores e programação de alta definição<br />
se tornarão o padrão para a indústria;<br />
• Nos próximos anos, quase 50% de todas<br />
as chamadas telefônicas poderão<br />
ser feitas pela internet.<br />
O poder da tecnologia pode ser mais bem<br />
ilustrado pelo rápido crescimento do mercado<br />
eletrônico, um ambiente de troca eletrônica fundamentado<br />
em informação e em comunicação,<br />
ocupado principalmente por sofisticadas tecnologias<br />
de telecomunicações e de computação e<br />
por ofertas digitais. Qualquer atividade que utilize<br />
alguma forma de comunicação eletrônica no<br />
estoque, na troca, na propaganda, na distribuição<br />
e no pagamento de bens e serviços é frequentemente<br />
chamada de comércio eletrônico.<br />
Atualmente, as tecnologias de rede são usadas<br />
para tudo, desde o preenchimento de relatórios<br />
de despesas, para monitorar as vendas diárias,<br />
até o compartilhamento de informação com<br />
empregados e a comunicação instantânea com<br />
fornecedores.<br />
Variáveis culturais<br />
Variáveis culturais incorporam o conjunto<br />
de valores, ideias e atitudes que são aprendidas e<br />
compartilhadas entre os membros de um grupo.<br />
Uma das mais notáveis mudanças culturais dos<br />
últimos trinta anos ocorreu nas atitudes e papéis<br />
desempenhados por homens e mulheres no mercado.<br />
De fato, alguns especialistas preveem que<br />
essa tendência continuará eventualmente exigindo<br />
pouquíssimas diferenças entre os padrões de<br />
compras de homens e mulheres. Provavelmente<br />
suas mães e avós se lembrem das propagandas<br />
voltadas para elas que se concentravam nas características<br />
de produtos domésticos, como sabão<br />
que deixavam as roupas mais brancas. Nos<br />
anos de 1970 e 1980, os anúncios começaram a<br />
criar uma ponte entre os gêneros, com mensagens<br />
como: “forte suficiente para homem, mas<br />
feito para mulher”. Nos anos de 1990 os esforços<br />
publicitários se concentravam no desafio de equilibrar<br />
os interesses familiares e profissionais das<br />
mulheres.<br />
Desde então, mulheres e homens têm encorajado<br />
o lento movimento em direção à igualdade<br />
no mercado. Como resultado, a chamada<br />
Geração Y representa a primeira geração de mulheres<br />
que não tem memória coletiva das dramáticas<br />
mudanças pelas quais passaram.<br />
A cultura também engloba valores que variam<br />
com a idade, mas tendem a ser muito semelhante<br />
para homens e mulheres. Todas as faixas<br />
etárias, por exemplo, elegem “proteção à família”<br />
e “honestidade” como os valores mais importantes.<br />
Os consumidores abaixo de 20 anos colocam<br />
“amizade” em terceiro lugar, enquanto os grupos<br />
de 20 a 29 e 30 e 39 posicionam “autoestima” e<br />
“saúde e atividades físicas” em terceiro lugar, respectivamente.<br />
Esses valores estão refletidos no<br />
crescimento de produtos e de serviços que os<br />
consumidores acreditam serem consistentes com<br />
eles.<br />
Variáveis político-legais<br />
Constituem o conjunto de leis, normas e<br />
grupos de pressão que influenciam e regulam<br />
as atividades dos negócios, seja negócio local ou<br />
quando envolve comércio exterior. A legislação<br />
pode ser municipal, estadual e federal, às quais a<br />
empresa deve obedecer. Todas as empresas são<br />
fortemente afetadas por mudanças nas variáveis<br />
político-legais. Recentemente com a queda da<br />
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira<br />
(CPMF), o governo federal lançou mão<br />
de medida provisória aumentando a alíquota do<br />
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da<br />
Contribuição Social sobre Lucro (CSSL) dos bancos.<br />
Essas medidas impactaram nas mudanças de<br />
operações de financiamentos de veículos, motos,<br />
62<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
entre outros. Assim, tanto empresas quanto consumidores<br />
sofreram com essas mudanças.<br />
Às vezes algumas leis podem criar novas<br />
oportunidades e negócios. Por exemplo, se fosse<br />
obrigatória a reciclagem do lixo doméstico,<br />
abririam novas oportunidades de negócios,<br />
incitando a criação de dezenas ou centenas de<br />
empresas.<br />
As leis também têm um papel importantíssimo<br />
no mundo dos negócios, pois têm três propósitos<br />
centrais:<br />
• Proteger as empresas da concorrência<br />
desleal;<br />
• Proteger os consumidores de práticas<br />
de negócio desleais;<br />
• Proteger os interesses da sociedade do<br />
comportamento desleal das empresas.<br />
Os grupos de pressão ou interesses aumentaram<br />
nas últimas décadas. Os chamados comitês<br />
de ação popular servem para pressionar governos,<br />
executivos e empreendedores a prestar mais<br />
atenção aos direitos do consumidor, da mulher,<br />
do idoso e das minorias.<br />
Está claro que novas leis e o crescente número<br />
de grupos de pressão impuseram mais restrições<br />
aos empreendedores. É necessário pensar<br />
nessas influências quando da elaboração do plano<br />
de negócios.<br />
Variáveis ecológicas<br />
Segundo Sarda (1998), em sua dissertação<br />
de mestrado para a Universidade Federal<br />
de Santa Catarina (UFSC), as variáveis ecológicas<br />
referem-se à situação ecológica geral que cerca<br />
a organização (HALL, 1984 apud SARDA, 1998),<br />
incluindo as condições físicas e geográficas (tipo<br />
de terreno, clima, vegetação etc.) e sua utilização<br />
pelo homem.<br />
Oliveira (1988 apud SARDA, 1998) e Vasconcellos<br />
Filho (1985 apud SARDA, 1998) citam como<br />
componentes das variáveis ecológicas o nível de<br />
desenvolvimento ecológico; o índice de poluição<br />
(sonora, atmosférica, hidrológica, visual); e a legislação<br />
sobre uso do solo e meio ambiente. Vasconcellos<br />
Filho (1985 apud SARDA, 1998) lembra que<br />
existem outros componentes a serem considerados<br />
de acordo com o âmbito de atuação de cada<br />
organização.<br />
Podem-se considerar essas variáveis ecológicas<br />
sob dois aspectos: ecologia natural e ecologia<br />
social (HALL, 1984 apud SARDA, 1998).<br />
A ecologia natural diz que as organizações<br />
operam dentro de ecossistemas naturais e físicos<br />
que podem, em algum grau, serem modificados<br />
pelo homem; ou seja, trata especificamente dos<br />
aspectos ecológicos relacionados ao efeito sobre<br />
os seres vivos (STONER, 1985 apud SARDA, 1998).<br />
As relações entre as organizações e a ecologia ficam<br />
mais evidentes com a recente preocupação<br />
com o sistema ecológico total (HALL, 1984 apud<br />
SARDA, 1998). Há alguns anos, a ecologia não era<br />
considerada um componente ambiental importante,<br />
talvez em decorrência da industrialização<br />
brasileira ainda incipiente.<br />
Hall (1984 apud SARDA, 1998) comenta que<br />
um aspecto mais sutil das condições ecológicas<br />
é que o ambiente afeta as organizações. O clima<br />
e a geografia, por exemplo, estabelecem limites<br />
sobre a forma como as organizações distribuem<br />
seus recursos. Quando uma organização está distante<br />
de seu mercado ou clientes, os custos de<br />
transportes e comunicação se elevam. Devem-se<br />
considerar como limites de uma organização até<br />
mesmo despesas de aquecimento e refrigeração.<br />
Já a ecologia social trata das condições<br />
decorrentes da proximidade de outras organizações.<br />
Hall (1984 apud SARDA, 1998) explica que as<br />
organizações com quem uma organização mantém<br />
contatos e relações e o ambiente em que se<br />
localiza constituem elementos que compõem o<br />
sistema social ecológico da mesma. Observa, ainda,<br />
que em uma área urbana a probabilidade de<br />
contatos de uma organização com outras é maior<br />
do que em uma área rural.<br />
A Revista Veja edição 2043, de 16 de janeiro<br />
de 2008, trouxe uma breve análise da relação entre<br />
as forças naturais (ecologia) e o ser humano.<br />
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63
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
Descreve que o francês Victor Hugo (1802-1885)<br />
escreveu, em um célebre ensaio sobre William<br />
Shakespeare, que “Deus se manifesta de duas maneiras<br />
– primeiro, pela natureza e, segundo, pelo<br />
engenho humano.” Perfeito. Ocorre que nem sempre<br />
o encontro dessas duas manifestações divinas<br />
é muito colaborativo. Ao contrário. A história da<br />
vida civilizada nada mais é do que a sucessão de<br />
quedas de braço travadas entre o homem e a natureza,<br />
com vitórias parciais de ambos os lados.<br />
Como resultados, existem hoje amplos recursos<br />
tecnológicos para evitar que os humores naturais<br />
atormentem a vida das pessoas e das nações. Mas<br />
temos cenários completamente oposto, nos quais<br />
a natureza vem ganhando do homem; peguemos<br />
como exemplo a dependência elétrica do Brasil<br />
em relação às chuvas. A falta de investimentos no<br />
setor de geração de energia elétrica e a dependência<br />
de geração sobre as hidrelétricas deixam o<br />
país refém do regime de chuvas, do qual a natureza<br />
é soberana.<br />
8.2 Microambiente<br />
É o nicho onde a empresa se situa e procura<br />
estabelecer domínio. É onde estão os mercados<br />
imediatos, nos quais a empresa se utiliza para obter<br />
recursos e comercializar seus produtos/serviços.<br />
É onde ocorre entrada de recursos e saída de<br />
produtos. O microambiente pode ser dividido em<br />
quatro setores distintos.<br />
Fornecedores<br />
São empresas e pessoas que fornecem recursos<br />
ou insumos para o negócio, assim como<br />
recursos financeiros (capital, financeiro, investimentos,<br />
empréstimos etc.). Existem os fornecedores<br />
de recursos materiais (semiacabados ou semiprocessados<br />
etc.); os de recursos tecnológicos<br />
(máquinas, equipamentos, tecnologias); e de recursos<br />
humanos (talentos e competências). Esses<br />
fornecedores mudam cada vez que seus produtos<br />
mudarem.<br />
Clientes ou consumidores<br />
São os usuários dos seus produtos/serviços<br />
e estes estarão em constante mudança, pois cada<br />
vez que seu produto agregar um valor, tão mais<br />
diferenciados serão os seus consumidores.<br />
Concorrentes<br />
São as empresas que disputam os mesmos<br />
consumidores e fornecedores. Concorrem com as<br />
entradas e saídas. À medida que seus produtos/<br />
serviços tornam-se mais elaborados, mais elaborados<br />
serão seus concorrentes.<br />
Agências reguladoras<br />
As agências reguladoras são órgãos criados<br />
pelo governo para regular e fiscalizar os serviços<br />
prestados por empresas privadas que atuam na<br />
prestação de serviços, que em sua essência seriam<br />
públicos.<br />
São os elementos que regulam, normatizam,<br />
monitoram, avaliam ou fiscalizam as ações<br />
da organização. São os sindicatos, órgãos fiscalizadores<br />
do governo, associações de proteção ao<br />
consumidor e associações de classe.<br />
Logo, o microambiente compõe o cenário<br />
de operações específico, mais próximo de cada<br />
empresa. É no microambiente que a empresa expõe<br />
seus produtos/serviços, mas não está sozinha<br />
ou isolada. É no microambiente que a empresa<br />
faz valer os seus recursos, bem como consumidores<br />
que lhe asseguram sua existência, mas lhe é<br />
64<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
imposto concorrentes e vigilância das agências<br />
reguladoras que controlam a empresa.<br />
É nesse ambiente que as empresas disputam<br />
e conquistam.<br />
Antigamente, um mercado era um espaço<br />
físico onde compradores e vendedores se reuniam<br />
para trocar mercadorias. Atualmente, os<br />
economistas descrevem um mercado como um<br />
conjunto de compradores e vendedores que negociam<br />
determinado produto ou classe de produto.<br />
O espaço físico deu lugar a redes de informação<br />
e distribuidores que tornaram o planeta<br />
uma aldeia global onde transações são mundiais<br />
e não mais internacionais, regionais ou nacionais.<br />
Em virtude desse ambiente de mudança<br />
constante, toda empresa deve estar aberta para<br />
perceber e interpretar essas modificações intensas<br />
e complexas. Esse fenômeno gera incertezas,<br />
que são os grandes desafios da administração<br />
empresarial.<br />
8.3 Resumo do Capítulo<br />
Caro(a) aluno(a),<br />
Neste capítulo aprendemos que reconhecer as tendências e necessidades não atendidas de um determinado<br />
público-alvo pode gerar uma oportunidade de negócio e transformar essas ações em lucros<br />
para as empresas.<br />
Também estudamos os dois estratos do ambiente organizacional: o Macroambiente e o Microambiente.<br />
O Macroambiente, isto é, o ambiente geral, que envolve os aspectos que não dependem da empresa,<br />
as chamadas de variáveis incontroláveis, quais sejam: variáveis econômicas (relacionadas com os<br />
eventos econômicos, recessão, aquecimento e desaquecimento, balança comercial, renda per capita,<br />
produto, população, PIB etc.); variáveis sociais (que englobam as características demográficas da população<br />
e seus valores); variáveis tecnológicas (refere-se às invenções ou inovações da ciência aplicada ou da<br />
pesquisa de engenharia); variáveis culturais (incorporam o conjunto de valores, ideias e atitudes que são<br />
aprendidas e compartilhadas entre os membros de um grupo ou público-alvo); variáveis político-legais<br />
(constituem o conjunto de leis, normas e grupos de pressão que influenciam e regulam as atividades dos<br />
negócios); e variáveis ecológicas.<br />
O Microambiente, que é o nicho de mercado onde a empresa se situa, é composto por: fornecedores,<br />
clientes ou consumidores, concorrentes e agências reguladoras. É nesse ambiente que as empresas<br />
disputam e conquistam.<br />
O que você aprendeu neste capítulo? Vamos avaliar?<br />
8.4 Atividades Propostas<br />
1. O que é análise de SWOT?<br />
2. Quais são as megatendências previstas para o nosso tempo e por que é importante para o<br />
empreendedor conhecê-las?<br />
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65
9<br />
IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES<br />
Prezado(a) aluno(a), neste capítulo, vamos<br />
aprender as alternativas que um empreendedor<br />
tem para iniciar um negócio, vamos começar?<br />
Usualmente, pode-se tanto começar um<br />
novo negócio “do zero” quanto adquirir um negócio<br />
existente, sendo que cada alternativa tem<br />
pontos positivos e pontos negativos, que devem<br />
ser analisados. Vamos também aprender técnicas<br />
para a avaliação de negócios e quais os pontos<br />
a considerar para a compra de um negócio existente.<br />
Caro(a) aluno(a), perceba que, tradicionalmente,<br />
podem-se agrupar as alternativas para<br />
iniciar um novo negócio em quatro principais categorias:<br />
a) Gerar um novo negócio (uma nova<br />
ideia);<br />
b) Aquisição de um negócio existente;<br />
c) Aquisição de uma franquia (modelo de<br />
negócios);<br />
d) Juntar-se a uma empresa familiar.<br />
9.1 Gerar um Novo Negócio ou Ideia<br />
Com referência à geração de novos negócios/ideias,<br />
podemos classificar as oportunidades<br />
de novos negócios conforme Maximiano (2006),<br />
que as separa em sete categorias:<br />
Novo Conceito<br />
Ou seja, criar um novo negócio a partir de<br />
ideias e/ou produtos ainda não existentes. Este é<br />
o modelo básico do empreendedorismo, quando<br />
se cria um conceito novo e revolucionário suficiente<br />
para criar um novo mercado. Por exemplo,<br />
ideias derivadas da tecnologia, ou seja, inovações<br />
que a tecnologia cria e que muitas vezes tornam<br />
obsoletos outros modelos, mas criam oportunidades<br />
nunca antes possíveis.<br />
Conceito Existente<br />
Significa iniciar um empreendimento com<br />
base em ideias que já existam, como, por exemplo,<br />
quando alguém abre um restaurante. Pode<br />
exercer a criatividade em seu negócio por agregar<br />
diferenciais em relação aos concorrentes já<br />
existentes. Assim, um tipo de negócio já existente<br />
pode ser redirecionado a novos mercados, ainda<br />
não atingidos.<br />
Necessidades dos Consumidores<br />
Pode-se iniciar um novo negócio partindo<br />
das necessidades dos consumidores ainda não<br />
atendidas, ou atendidas de forma inadequada,<br />
pelos concorrentes atuais. Para tanto é necessário<br />
pesquisar os hábitos, atitudes, traços culturais e<br />
outros elementos do comportamento do consu-<br />
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67
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
midor, a fim de desenvolver produtos e serviços<br />
de que ele precise.<br />
Aperfeiçoamento do Negócio<br />
Um negócio existente pode ser aperfeiçoado,<br />
moldando os produtos e serviços existentes<br />
às novas exigências de consumo, que podem envolver<br />
novos padrões de qualidade, adequação<br />
de preços, novos meios de distribuição etc. Novas<br />
ideias para desempenhar funções que já existam,<br />
mas que podem ser feitas de maneira nova e aprimorada.<br />
Exploração de Hobbies<br />
Significa criar oportunidades comerciais a<br />
partir das atividades de lazer do empreendedor.<br />
Dicionário<br />
Hobby: expressão inglesa que significa atividade<br />
usada como passatempo, ou seja, para o lazer. Hobbies<br />
é a expressão no plural.<br />
Atenção<br />
É importante destacar que uma nova ideia nem<br />
sempre representa uma boa oportunidade de<br />
negócios e de investimentos, caso não possa<br />
assegurar uma vantagem competitiva sustentada<br />
(ou seja, que possa facilmente ser copiada<br />
pelos concorrentes), e caso não possa assegurar<br />
o correto retorno sobre o investimento feito.<br />
Há muitas fontes de ideias para novos negócios<br />
e oportunidades, tais como as baseadas<br />
em: experiências pessoais, hobbies, ou mesmo<br />
por descoberta acidental e por uma busca deliberada<br />
(pesquisa) de algo novo.<br />
A oportunidade quase sempre consiste em<br />
ocupar um segmento que ninguém tenha pensado<br />
em ocupar dessa maneira antes.<br />
Multimídia<br />
O Sebrae disponibiliza um banco com ideias<br />
para abrir um novo negócio:<br />
http://www.sebrae.com.br/momento/quero-<br />
-abrir-um-negocio/que-negocio-abrir/ideias<br />
Derivação da Ocupação<br />
Significa iniciar um negócio tendo por base<br />
uma atividade profissional, como, por exemplo,<br />
um professor que abre uma escola.<br />
Observação de Tendências<br />
Significa iniciar um negócio que atenda a<br />
novos mercados que são gerados pelas rápidas<br />
transformações da sociedade. Por exemplo, o aumento<br />
da poluição e da consciência ambiental<br />
pode gerar inúmeros negócios relacionados ao<br />
aproveitamento dos resíduos recicláveis da sociedade.<br />
68<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
9.2 Novo Negócio versus Negócio Existente<br />
O que é melhor, criar um novo negócio ou<br />
comprar um negócio existente? Esta não é uma<br />
resposta fácil, pois depende de inúmeros fatores,<br />
que variam grandemente conforme a época, lugar<br />
e mercado a ser atingido.<br />
Uma análise pode ser feita, com relação a<br />
comprar um negócio existente, conforme a lista a<br />
seguir (LONGENECKER et al., 1998, p. 87-88):<br />
Prós<br />
• Negócios já bem-sucedidos aumentam<br />
a chance de sucesso;<br />
• O local selecionado e usado já está testado;<br />
• Se o negócio já for lucrativo, ou ter potencial<br />
para tal, permite obter lucro<br />
mais cedo do que iniciando um novo<br />
negócio;<br />
• O planejamento de um negócio existente<br />
é mais simples do que os de uma<br />
nova empresa;<br />
• O negócio já tem uma clientela feita;<br />
• O negócio já terá fornecedores desenvolvidos;<br />
• Provavelmente já terá estoques para as<br />
vendas imediatas, ou seja, logo após a<br />
compra do negócio (não se perde tempo);<br />
• Provavelmente já haverá equipamentos<br />
instalados e funcionando;<br />
• Se for o caso, será preciso apenas um<br />
financiamento para comprar o negócio<br />
e o custo poderá ser mais vantajoso do<br />
que iniciar do nada;<br />
• A curva de aprendizado do negócio já<br />
poderá estar madura, ou seja, se pode<br />
beneficiar da experiência do proprietário<br />
anterior;<br />
• Os empregados já terão experiência no<br />
negócio;<br />
• O histórico do negócio (seus registros)<br />
pode ser uma boa orientação.<br />
Contras<br />
• Herança de qualquer deficiência existente;<br />
• A imagem do negócio já foi estabelecida<br />
e, se não for boa, será muito difícil<br />
mudar;<br />
• Os empregados existentes podem não<br />
ser os melhores, além disso, pode haver<br />
passivos trabalhistas não evidentes no<br />
momento da compra;<br />
• Pode ser necessário um grande investimento<br />
para modernização ou adequação<br />
a novas exigências legais;<br />
• Uma avaliação inadequada pode resultar<br />
em um preço de compra muito alto,<br />
comprometendo as margens futuras;<br />
• A localização pode ser uma desvantagem<br />
(difícil de mudar).<br />
É claro que um novo negócio também traz<br />
sua lista de prós e contras, mas normalmente estes<br />
podem ser mais bem avaliados no desenvolvimento<br />
de um Plano de Negócios (vide capítulo<br />
9), o que geralmente não estará disponível num<br />
negócio já existente.<br />
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69
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
9.3 Técnicas de Avaliação de Negócios<br />
Há várias técnicas de avaliação de um negócio,<br />
com base em seus aspectos financeiros, tais<br />
como:<br />
• Avaliação com Base nos Ativos: o valor<br />
de um negócio é determinado pela<br />
análise do valor de seus ativos;<br />
• Avaliação com Base no Mercado: o<br />
valor do negócio é feito pela comparação<br />
dos preços de venda de empresas<br />
similares;<br />
• Avaliação com Base nos Lucros: o valor<br />
do negócio é feito com base em seu<br />
potencial de renda futura;<br />
• Avaliação com Base no Fluxo de Caixa:<br />
o valor do negócio é feito pela comparação<br />
das taxas esperadas e exigidas<br />
do retorno sobre o investimento.<br />
Todas essas ferramentas avaliativas são<br />
úteis, porém nada substitui a observação racional<br />
do negócio a ser comprado ou mesmo iniciado<br />
do zero, especialmente utilizando-se das técnicas<br />
de planejamento estratégico, mas também daquelas<br />
mais humanistas, tal como a intuição.<br />
É preciso ter percepção dos vários aspectos<br />
envolvidos, e isto é também chamado de intuição.<br />
Entretanto, intuição exige entendimento,<br />
que, por sua vez, requer um nível mínimo de conhecimento.<br />
Um empreendedor terá a intuição de que<br />
algo é possível em um mercado quando ele conhecer<br />
o mercado o suficiente para entender<br />
seu funcionamento e detectar oportunidades. A<br />
experiência comprova que as mais altas taxas de<br />
sucesso ocorrem entre os empreendedores que<br />
atuam em segmentos que conhecem bem.<br />
Dicionário<br />
Ativos: a totalidade dos bens de uma empresa. Esses<br />
bens podem ser físicos (imóveis, equipamentos,<br />
valores etc.) ou intangíveis (marcas, conhecimento<br />
etc.) (FERREIRA, 1986, p. 194).<br />
Saiba mais<br />
Uma forma prática de conhecer o valor relativo de<br />
um negócio é consular as muitas Bolsas de Negócios<br />
existentes. Um exemplo é a Bolsa de Negócios<br />
do Sebrae, encontrada em http://www.bolsa.sebrae.com.br.<br />
9.4 Pontos a Considerar na Compra de um Negócio Existente<br />
Quadro 15 – Pontos a considerar na compra de um negócio existente.<br />
PONTOS A FAVOR E VANTAGENS<br />
Produto e mercado definidos<br />
Empresa em funcionamento<br />
Clientela formada<br />
Fornecedores operando<br />
Experiência do proprietário anterior<br />
PONTOS CONTRA E RISCOS<br />
Herança de problemas<br />
Problemas futuros ocultos<br />
Mão de obra qualificada<br />
Imagem comprometida<br />
Modernização necessária<br />
Localização desvantajosa<br />
Preço alto<br />
70<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
9.5 Resumo do Capítulo<br />
Caro(a) aluno(a),<br />
Neste capítulo estudamos algumas alternativas para iniciar um novo negócio, baseado: em um<br />
novo conceito, em um conceito existente, nas necessidades dos consumidores, em aperfeiçoamento do<br />
negócio, em exploração de hobbies, em derivação da ocupação e em observação de tendências.<br />
Aprendemos também que cada alternativa de abrir um negócio, seja um novo negócio “a partir<br />
do zero”, como adquirir um negócio existente, tem pontos a favor (prós) e pontos contra, que devem ser<br />
analisados profundamente a fim de aumentar a possibilidade de sucesso.<br />
Aprendemos também que há várias técnicas de avaliação de um negócio, com base em seus aspectos<br />
financeiros: Avaliação com Base nos Ativos, Avaliação com Base no Mercado, Avaliação com Base nos<br />
Lucros e Avaliação com Base no Fluxo de Caixa.<br />
Finalizamos comparando os pontos positivos, ou vantagens, com os pontos negativos, ou riscos, na<br />
compra de um negócio existente.<br />
Agora vamos verificar o que você aprendeu.<br />
9.6 Atividades Propostas<br />
1. Quais são as vantagens e desvantagens em vender uma empresa diretamente ou através de<br />
uma consultoria?<br />
2. O que é melhor, criar um novo negócio ou comprar um negócio existente? O que deve ser<br />
levado em conta para decidir?<br />
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71
10<br />
DESENVOLVENDO O PLANO DE<br />
NEGÓCIOS<br />
Prezado(a) aluno(a),<br />
Neste capítulo explicaremos como desenvolver<br />
um Plano de Negócios, ferramenta indispensável<br />
para o planejamento e a implementação<br />
de um novo negócio, vamos começar a<br />
discussão?<br />
Caro(a) aluno(a), veja que o Plano de Negócios<br />
surgiu como ferramenta de padronização da<br />
descrição de uma nova empresa ou ideia, fornecendo<br />
todas as informações necessárias para as<br />
tomadas de decisão referentes aos vários aspectos<br />
estratégicos e operacionais da futura empresa,<br />
diminuindo a taxa de risco e permitindo uma<br />
ação empreendedora eficiente e eficaz. Este capítulo<br />
também ensinará como montar um Plano de<br />
Negócios completo e orientador.<br />
Vamos desenvolver um plano de negócios?<br />
Com a leitura já feita da apostila, é possível iniciar<br />
um projeto. Vamos ver como isso funciona!<br />
Um Plano de Negócios (PN) é um documento<br />
que explica uma oportunidade de negócio,<br />
identifica o mercado a ser atendido e dá detalhes<br />
sobre como a organização empreendedora planeja<br />
atingi-lo. O ideal é que ele descreva as qualificações<br />
únicas que os principais executivos levam<br />
ao esforço, explique os recursos necessários para<br />
o sucesso e forneça uma previsão dos resultados<br />
em um horizonte razoável de tempo, conforme<br />
descreve Richard Luecke (2007).<br />
10.1 Como Surgiu o Plano de Negócios<br />
Para Dolabela (1999), o plano de negócios é<br />
uma linguagem para descrever o que é, ou o que<br />
pretende ser uma empresa. Isso porque a mesma<br />
pergunta: “o que é uma empresa?”, induzia a diferentes<br />
respostas, dependendo de para quem era<br />
dada: banco, fornecedor, cliente, distribuidor, sócio<br />
potencial, investidor etc. O distribuidor quer<br />
saber sobre a qualidade dos produtos e a capacidade<br />
de produção da empresa; o fornecedor, sobre<br />
sua tradição e capacidade de honrar dívidas;<br />
o sócio potencial quer saber sobre o futuro do<br />
negócio; já o investidor, seja banco, seja capitalista<br />
de risco, quer saber sobre a empresa em seu<br />
conjunto: passado, presente, futuro, a competência<br />
de quem a dirige, o potencial de mercado, a<br />
lucratividade etc. Surgiu então um documento<br />
completo, o plano de negócios, que dá todas as<br />
respostas sobre a empresa.<br />
Mas o principal usuário do plano de negócios<br />
é o próprio empreendedor, pois ele é uma<br />
ferramenta que o faz mergulhar profundamente<br />
na análise de seu negócio, diminuindo sua taxa<br />
de risco e subsidiando suas decisões, que podem<br />
até ser de não abrir uma empresa ou de não lançar<br />
um novo produto.<br />
Em detalhes, um plano de negócio é:<br />
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73
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
• Uma forma de pensar sobre o futuro<br />
do negócio: para onde ir, como ir mais<br />
rapidamente, o que fazer durante o caminho<br />
de forma a diminuir incertezas e<br />
riscos;<br />
• Descreve um negócio? Os motivos da<br />
existência da oportunidade de negócio,<br />
como o empreendedor pretende<br />
agarrá-la e como irá buscar e gerenciar<br />
os recursos para aproveitá-la;<br />
• É mais um processo do que um produto.<br />
É dinâmico, vivo e deve ser sempre<br />
atualizado;<br />
• Não deve ser confundido com a empresa:<br />
o plano de negócios não é o negócio,<br />
mas sua descrição. O plano de negócios<br />
pode indicar que o empreendimento<br />
tem grande potencial de sucesso, mas<br />
também dar evidências de que ele é<br />
irreal, que existem obstáculos jurídicos<br />
ou legais intransponíveis, que os riscos<br />
são incontroláveis ou que a rentabilidade<br />
é aleatória ou insuficiente para garantir<br />
a sobrevivência da empresa ou do<br />
novo negócio. Pode surgir também que<br />
a ação de empreender deva ser adiada;<br />
• É um instrumento de negociação interna<br />
e externa para administrar a interdependência<br />
com sócios, empregados,<br />
financiadores, incubadoras, clientes,<br />
fornecedores, bancos etc.;<br />
• É um instrumento para obtenção de<br />
financiamentos, empréstimos, peça de<br />
persuasão de novos sócios, de controle<br />
interno, de integração da equipe e envolvimento<br />
dos empregados e colaboradores.<br />
10.2 A Importância do Plano de Negócios<br />
Segundo José Carlos Assis Dornelas, em seu<br />
livro <strong>Empreendedorismo</strong>: Transformando Idéias em<br />
Negócios, a importância do plano de negócios de<br />
acordo com Sahlman (1997), professor da Harvard<br />
Bussines School, é que poucas áreas têm atraído<br />
tanta atenção dos homens de negócios nos Estados<br />
Unidos como os planos de negócios.<br />
Dezenas de livros e artigos têm sido escritos<br />
e publicados naquele país sobre o assunto, propondo<br />
fórmulas milagrosas de como escrever um<br />
plano de negócios que revolucionará a empresa.<br />
Isso tem ocorrido também no Brasil, inicialmente<br />
devido ao fervor da nova economia (a internet)<br />
e às possibilidades de enriquecer da noite para<br />
o dia. E mais recentemente devido a programas<br />
específicos de capacitação de empreendedores<br />
em todo o país, em que o plano de negócios se<br />
tornou o foco principal.<br />
O cuidado a ser tomado é o de escrever um<br />
plano de negócios com todo o conteúdo que se<br />
aplica a esse documento e que não tenha números<br />
recheados de entusiasmo ou fora da realidade.<br />
Nesse caso, pior que não planejar é fazê-lo erroneamente<br />
e, pior ainda, conscientemente.<br />
Essa ferramenta de gestão pode e deve ser<br />
usada por todo e qualquer empreendedor que<br />
queira transformar seu sonho em realidade, seguindo<br />
o caminho lógico e racional que se espera<br />
de um bom administrador.<br />
É evidente que apenas razões e raciocínio<br />
lógico não são suficientes para determinar o<br />
sucesso do negócio. Se assim ocorresse, a arte<br />
de administrar não seria mais arte, apenas uma<br />
atividade rotineira, onde o feeling do administrador<br />
nunca seria utilizado.<br />
Mas existem alguns passos, ou atividades<br />
rotineiras, que devem ser seguidos por todo<br />
empreendedor. A arte estará no fato de como o<br />
empreendedor traduzirá esses passos realizados<br />
racionalmente em um documento que sintetize e<br />
explore as potencialidades de seu negócio, bem<br />
como os riscos inerentes a ele.<br />
74<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
Isto é o que se espera de um plano de negócios.<br />
Que seja uma ferramenta para o empreendedor<br />
expor suas ideias em uma linguagem<br />
que os leitores do plano de negócios entendam<br />
e, principalmente, que mostre viabilidade e probabilidade<br />
de sucesso em seu mercado.<br />
O plano de negócios é uma ferramenta que<br />
se aplica tanto no lançamento de novos empreendimentos<br />
quanto no planejamento de empresas<br />
maduras.<br />
A maioria dos planos de negócios resume-<br />
-se a textos editados sobre um modelo predeterminado<br />
e que não convence ao próprio empreendedor;<br />
por isso, falham, o que leva muitos a<br />
pensar que o plano de negócios não serve para<br />
nada ou não é uma ferramenta eficiente.<br />
Geralmente são escritos como parte dos<br />
requisitos de aprovação de um empréstimo, ingresso<br />
de órgãos do governo. Costumam ser feitos<br />
apenas para esses fins, às pressas, sem muita<br />
fundamentação ou, como já dito, recheados de<br />
números mágicos.<br />
É preciso ter em mente que o plano de<br />
negócios é uma ferramenta que dever ser utilizada<br />
como o cartão de visita do empreendedor, mas<br />
também pode ser o cartão de desqualificação.<br />
Uma tradição a ser quebrada é achar que<br />
o plano de negócios, uma vez concebido, pode<br />
ser esquecido. Este é um erro imperdoável e as<br />
consequências serão mostradas pelo mercado<br />
que está em constante mutação. A concorrência<br />
muda, o mercado muda, as pessoas mudam. E o<br />
plano de negócios, sendo uma ferramenta de planejamento<br />
que trata essencialmente de pessoas,<br />
oportunidades, contexto e mercado, riscos e retornos<br />
(SAHLMAN, 1997), também muda.<br />
Todo plano de negócios deve ser elaborado<br />
e utilizado seguindo algumas regras básicas, mas<br />
que não são estáticas e que permitem ao empreendedor<br />
utilizar sua criatividade ou o bom senso,<br />
enfatizando um ou outro aspecto que mais interessa<br />
ao público-alvo do plano de negócios em<br />
questão.<br />
No caso das empresas que já se encontram<br />
em funcionamento, ele deve mostrar não apenas<br />
onde a empresa quer chegar (situação futura – visão),<br />
mas também onde a empresa está no momento,<br />
apresentando os valores dos seus atuais<br />
indicadores de desempenho.<br />
Outra característica importante é que ele<br />
não deve estar focado no aspecto financeiro. Indicadores<br />
de mercado, de capacitação interna da<br />
empresa e operacionais são igualmente importantes,<br />
pois esses fatores mostram a capacidade<br />
da empresa em “alavancar” os seus resultados<br />
financeiros no futuro.<br />
Dicionário<br />
Alavancar: obter impulso positivo ou permitir um<br />
desenvolvimento favorável.<br />
Resumindo, é importante que o plano de<br />
negócios possa demonstrar a viabilidade de se<br />
atingir uma situação futura, mostrando como a<br />
empresa pretende chegar lá. Então, o que o empresário<br />
precisa é de um plano de negócios que<br />
lhe sirva de guia, que seja revisado periodicamente<br />
e que permita alterações visando a vender a<br />
ideia ao leitor de seu plano de negócios.<br />
Atenção<br />
O plano de negócios é uma ferramenta dinâmica<br />
que deve ser atualizada constantemente, pois o<br />
ato de planejar é dinâmico e corresponde a um<br />
processo cíclico.<br />
Atenção<br />
Desenvolver o plano de negócio é um sinal de<br />
maturidade e planejamento – através dele quem<br />
quer iniciar uma empresa tem mais segurança<br />
para alcançar o êxito e também ampliar ou promover<br />
inovações.<br />
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75
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
10.3 Como Montar um Plano de Negócios (PN)<br />
O Plano de Negócios é composto por várias<br />
seções que se relacionam e permitem um entendimento<br />
global do negócio de forma escrita e em<br />
poucas páginas.<br />
A estrutura proposta é baseada no plano de<br />
negócios do Sebrae-SP, no livro O Segredo de Luísa<br />
de Fernando Dolabela, no livro <strong>Empreendedorismo</strong>:<br />
Transformando Idéias em Negócios de José<br />
Carlos Assis Dornelas, no livro <strong>Empreendedorismo</strong>:<br />
dando asas ao espírito empreendedor de Idalberto<br />
Chiavenato e no livro Ferramentas para empreendedores:<br />
ferramentas e técnicas para desenvolver<br />
e expandir seus negócios de Richard Luecke para<br />
Harvard Business Essentials.<br />
Cada seção está explicada em detalhes visando<br />
a tornar a tarefa de escrever o Plano de<br />
Negócios de sua empresa mais simples e organizada.<br />
A seguir, encontra-se uma descrição sucinta<br />
de cada uma das seções do plano de negócios.<br />
Capa<br />
A capa, apesar de não parecer, é uma das<br />
partes mais importantes do plano de negócios,<br />
pois é a primeira coisa que é visualizada por quem<br />
lê o seu plano de negócios, devendo, portanto,<br />
ser feita de maneira limpa e com as informações<br />
necessárias e pertinentes.<br />
Sumário<br />
O sumário deve conter o título de cada seção<br />
do plano de negócios e a página respectiva<br />
onde se encontra.<br />
Sumário Executivo<br />
O sumário executivo é a principal seção do<br />
seu plano de negócios. Através do sumário executivo<br />
é que o leitor decidirá se continua ou não<br />
a ler o seu plano de negócios. Portanto, deve ser<br />
escrito com muita atenção, revisado várias vezes<br />
e conter uma síntese das principais informações<br />
que constam em seu plano de negócios. Deve<br />
ainda ser dirigido ao público-alvo do seu plano<br />
de negócios e explicitar qual o objetivo do plano<br />
de negócios em relação ao leitor (ex.: requisição<br />
de financiamento junto a bancos, capital de risco,<br />
apresentação do empreendimento para potenciais<br />
associados, parceiros ou clientes etc.). O<br />
sumário executivo deve ser a última seção a ser<br />
escrita, pois depende de todas as outras seções<br />
do plano para ser feita.<br />
Planejamento Estratégico do Empreendimento<br />
A seção de planejamento estratégico é<br />
onde você define os rumos de sua empresa, sua<br />
situação atual, suas metas e objetivos de negócio,<br />
bem como a descrição da visão, missão e os valores<br />
de sua empresa. É a base para o desenvolvimento<br />
e implantação das demais ações de sua<br />
empresa.<br />
Descrição do Empreendimento<br />
Nesta seção, você deve descrever seu empreendimento,<br />
seu histórico, setor de atividades,<br />
forma jurídica, enquadramento tributário, capital<br />
social, perspectiva de crescimento/faturamento<br />
dos próximos anos, sua razão social, impostos,<br />
estrutura organizacional, localização, parcerias,<br />
serviços terceirizados etc.<br />
Produtos e Serviços<br />
Nesta seção do seu plano de negócios, você<br />
deve descrever quais são seus produtos e serviços,<br />
como são produzidos, ciclos de vida, fatores<br />
tecnológicos envolvidos, pesquisa e desenvolvi-<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
mento, principais clientes atuais, se detém marca<br />
e/ou patente de algum produto etc.<br />
Análise de Mercado<br />
Na seção de análise de mercado, deve-se<br />
mostrar que se conhece muito bem o mercado<br />
consumidor do seu produto/serviço (através de<br />
pesquisas de mercado): como está segmentado,<br />
as características do consumidor, análise da concorrência,<br />
a sua participação de mercado e a dos<br />
principais concorrentes, os riscos do negócio etc.<br />
Plano de Marketing<br />
O Plano de Marketing apresenta como se<br />
pretende vender os produtos/serviços e conquistar<br />
seus clientes, manter o interesse dos mesmos<br />
e aumentar a demanda. Deve abordar seus métodos<br />
de comercialização, diferenciais do produto/<br />
serviço para o cliente, política de preços, projeção<br />
de vendas, canais de distribuição e estratégias de<br />
promoção/comunicação e publicidade e o plano<br />
promocional.<br />
Plano Operacional<br />
O Plano Operacional explica o tipo de manufatura<br />
ou sistema operacional a ser usado, a<br />
localização do negócio, o layout do arranjo físico,<br />
a capacidade de produção e/ou comercial, o processo<br />
de produção e/ou comercialização.<br />
Plano de RH/ Necessidade de Pessoal<br />
Identifica os “participantes-chave”, os investidores<br />
ativos, a equipe gerencial e os diretores.<br />
Cita a experiência e competência que possuem.<br />
Descreve o modelo de cargos e salários e os planos<br />
de desenvolvimento e motivação da equipe,<br />
a estrutura de pessoal (descrição e organograma),<br />
qualificações, modelo de Cargos e Salários e Planos<br />
de Desenvolvimento e Motivação da Equipe.<br />
Plano Financeiro<br />
A seção de finanças deve apresentar em<br />
números todas as ações planejadas de sua empresa<br />
e as comprovações, através de projeções<br />
futuras (quanto precisa de capital, quando e com<br />
que propósito), de sucesso do negócio. Deve conter<br />
itens como fluxo de caixa com horizonte de 3<br />
anos, balanço, ponto de equilíbrio, necessidades<br />
de investimento, lucratividade prevista, prazo de<br />
retorno sobre investimentos etc.<br />
Plano de Implementação<br />
Apresenta o Cronograma geral de implementação<br />
contendo detalhes sobre cada fase do<br />
projeto, descrição e duração (tabela), e demais<br />
controles.<br />
Anexos<br />
Esta seção deve conter todas as informações<br />
que você julgar relevantes para o melhor<br />
entendimento de seu plano de negócios. Por<br />
isso, não tem um limite de páginas ou exigências<br />
a serem seguidas. A única informação que você<br />
não pode esquecer de incluir é a relação dos curriculum<br />
vitae dos associados do empreendimento.<br />
Você poderá anexar ainda informações como:<br />
contrato social, contrato de aluguel, logomarca da<br />
empresa, CV dos sócios, fotos de produtos, plantas<br />
da localização, roteiro e resultados completos<br />
das pesquisas de mercado que você realizou, material<br />
de divulgação de seu negócio, folders, catálogos,<br />
estatutos, documentos da constituição e<br />
registro do empreendimento, planilhas financeiras<br />
detalhadas etc.<br />
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77
José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
10.4 Qual é o Tamanho Ideal de um Plano de Negócios?<br />
Não existe um tamanho ideal ou quantidade<br />
exata de páginas para o plano de negócios. O<br />
que se recomenda é escrever o plano de negócios<br />
de acordo com as necessidades do público-alvo<br />
que o lerá.<br />
Se o leitor for um gerente de banco ou uma<br />
agência de desenvolvimento, por exemplo, ele<br />
dará mais ênfase para a parte financeira do plano<br />
de negócios. Se o leitor for uma instituição de fomento<br />
ou governamental, enfocará por que você<br />
está requisitando a quantidade de recursos solicitada,<br />
onde aplicará e como a empresa retornará o<br />
capital investido.<br />
Se for um parceiro, este atentará mais para<br />
a sua análise de mercado e oportunidades de<br />
grandes lucros. Se for um fornecedor, este atentará<br />
para a saúde financeira de sua empresa, sua<br />
carteira de clientes, o crescimento do seu negócio.<br />
Enfim, a estratégia e a quantidade de páginas<br />
dependerão do público que se quer atingir.<br />
O plano de negócios depende de qual será<br />
o seu público-alvo, mas para auxiliá-lo nessa tarefa,<br />
a seguir encontra-se uma descrição dos possíveis<br />
tipos e tamanhos de um plano de negócios.<br />
investimento, e deverá focar as informações<br />
específicas requisitadas. Geralmente<br />
varia de 10 a 15 páginas.<br />
• Plano de Negócios Operacional: é<br />
muito importante para ser utilizado<br />
internamente na empresa pelos diretores,<br />
gerentes e funcionários. É excelente<br />
para alinhar os esforços internos<br />
em direção aos objetivos estratégicos<br />
da organização. Seu tamanho pode ser<br />
variável e depende das necessidades<br />
específicas de cada empreendimento<br />
em termos de divulgação junto aos associados<br />
e colaboradores. Independentemente<br />
do tamanho e tipo do plano<br />
de negócios, sua estrutura deve conter<br />
as seções anteriormente apresentadas.<br />
Mais adiante cada seção do plano de negócios<br />
será explicada em detalhes.<br />
• Plano de Negócios Completo: é utilizado<br />
quando se pleiteia uma grande<br />
quantidade de dinheiro, ou se necessita<br />
apresentar uma visão completa do empreendimento.<br />
Pode variar de 15 a 40<br />
páginas, mais os materiais em anexo;<br />
• Plano de Negócios Resumido: é utilizado<br />
quando se necessita apresentar<br />
algumas informações resumidas a um<br />
investidor, por exemplo, com o objetivo<br />
de chamar a sua atenção para que<br />
ele lhe requisite um plano de negócios<br />
completo. Deve mostrar os objetivos<br />
macros do empreendimento, investimentos,<br />
mercado e retorno sobre o<br />
78<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
10.5 Aspectos Importantes do Plano de Negócios<br />
Alguns aspectos devem ser cuidadosamente<br />
considerados e analisados na elaboração de<br />
um Plano de Negócios, são eles:<br />
querem é visualizar o retorno social e econômico<br />
do empreendimento. Mostre se a proposta vai<br />
atingir os diferentes objetivos.<br />
1. Identificar uma Necessidade;<br />
2. Provar a Vantagem Competitiva;<br />
3. Definir o Foco;<br />
4. Ser Realista;<br />
5. Mapear o Mercado;<br />
6. Analisar as Conjecturas;<br />
7. Expor todos os Riscos no Plano;<br />
8. Ter um Plano B;<br />
9. Apresentar o Negócio para as Pessoas<br />
Certas.<br />
1. Identificar uma Necessidade<br />
Só uma boa ideia não é suficiente para garantir<br />
o êxito do Plano de negócios. Um dos maiores<br />
mitos de quem quer implementar um plano<br />
de negócios é que basta uma boa ideia para abrir<br />
um empreendimento, bem como se constituir<br />
uma cooperativa, e ganhar um monte de dinheiro.<br />
Engano. Você não vai ser o primeiro nem o último<br />
a achar que a sua ideia é a melhor de todas, a<br />
mais inovadora, revolucionária e inédita.<br />
Ideias surgem aos montes todos os dias,<br />
mas boas oportunidades de empreendimentos<br />
não. O importante é aproveitar uma ideia aparentemente<br />
sedutora e saber como colocá-la em<br />
prática.<br />
2. Provar a Vantagem Competitiva<br />
É preciso provar por que o empreendimento<br />
é especial. Para chamar atenção para o seu<br />
projeto, entre tantos que existem por aí, prove sua<br />
vantagem competitiva, um jargão corporativo<br />
que significa: sua ideia é melhor que as outras ou<br />
traz uma abordagem nova para algo que já existe.<br />
O que os patrocinadores ou potenciais associados<br />
3. Definir o Foco<br />
Foco é fundamental. É preciso saber exatamente<br />
o que você quer fazer. Um bom plano de<br />
negócios vai direto ao ponto e permite que até<br />
um leigo perceba o valor daquilo que está sendo<br />
proposto.<br />
4. Ser Realista<br />
Dose o otimismo. Não adianta fazer um<br />
plano de negócios com números recheados de<br />
entusiasmo, completamente fora da realidade. O<br />
planejamento deve ser realista, com metas palpáveis,<br />
baseadas em dados confiáveis e conhecimento<br />
de causa.<br />
Não adianta escrever que o retorno será mirabolante<br />
e que virá da noite para o dia. Assim até<br />
a melhor ideia do mundo perde a credibilidade.<br />
Não adianta prometer o que não se pode fazer. As<br />
pessoas têm discernimento para perceber o que é<br />
realizável ou não.<br />
5. Mapear o Mercado<br />
O mercado é anterior ao capitalismo e não<br />
perdoa deslizes. É preciso sonhar acordado, com<br />
a cabeça nas nuvens e os pés no chão.<br />
O mercado e a concorrência dão mais pistas<br />
do que se imagina. Os concorrentes falam. E as<br />
informações que eles podem passar são preciosas.<br />
Faça um mapeamento do mercado: como os<br />
competidores atuam, qual sua política de preços,<br />
de distribuição, métodos gerenciais, estratégia<br />
de marketing, quem lidera, por quê, e, principalmente,<br />
identifique os pontos fracos dessa turma.<br />
Assim você poderá enxergar as brechas em que<br />
atuar e conquistar uma fatia do mercado. E como<br />
levantar essas informações? Testar o serviço como<br />
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José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
cliente é o primeiro passo para conhecer as falhas.<br />
Informações importantes também podem ser dadas<br />
por fornecedores e distribuidores ou por relatórios<br />
setoriais de consultorias e entidades empresariais.<br />
6. Analisar as Conjecturas<br />
Dicionário<br />
Conjectura: suposição, hipótese ou opinião sem<br />
um fundamento preciso sobre algo (FERREIRA,<br />
1986, p. 454).<br />
Não faça do seu plano um exercício de futurologia.<br />
O plano de negócios é um exercício de<br />
conjecturas, mas não deve ser baseado em “achismo”<br />
e no “opiniático”.<br />
Todo mundo sabe que é impossível prever<br />
o futuro com 100% de acerto, mas o ideal é que<br />
se aproxime o máximo possível da realidade. Antecipe<br />
os problemas ainda na elaboração. Mostre<br />
o plano para pessoas do ramo e de sua confiança<br />
para saber se você colocou no papel a ideia<br />
de uma empresa, como se ela já funcionasse e<br />
estivesse sendo definida, e não apenas uma sequencia<br />
de ideias, que mais lembram um trabalho<br />
acadêmico do que o plano de implantação de<br />
um negócio.<br />
7. Expor todos os Riscos no Plano<br />
O risco é inerente ao mundo dos negócios.<br />
Uma série de dificuldades surge inevitavelmente<br />
na trajetória de qualquer empresa. Estar preparado<br />
para enfrentar os problemas já é uma grande<br />
coisa. Assim, é preciso expor todos os riscos no<br />
plano de negócios.<br />
Tente dimensionar onde o empreendimento<br />
poderá falhar, trabalhe com vários cenários<br />
macroeconômicos e analise todos os pontos fortes<br />
e fracos antes de qualquer decisão. Este é um<br />
importante sinal de que o empreendedor conhece<br />
o terreno em que está pisando.<br />
8. Ter um Plano B<br />
Você pode precisar de mais dinheiro do que<br />
imagina. “A primeira coisa que as pessoas percebem<br />
na hora que colocam o plano em prática é<br />
que irão precisar de mais dinheiro do que previam”,<br />
diz o consultor britânico Paul Barrow em<br />
seu livro Best-Laid Business Plans (Os melhores planos<br />
de negócios para leigos).<br />
Um dos maiores erros dos pequenos empreendedores,<br />
segundo Barrow (2001), é não<br />
saber quantificar quanto vai custar o empreendimento.<br />
Por isso, ele recomenda ter um plano<br />
B para o caso de as coisas não andarem tão bem<br />
quanto o previsto.<br />
9. Apresentar o Negócio para as Pessoas<br />
Certas<br />
Saiba apresentar o seu empreendimento<br />
para as pessoas certas. O plano está pronto. Foi<br />
feito, refeito, revisado e avaliado por pessoas experientes,<br />
que entendem do ramo. E agora, para<br />
quem apresentar seu cartão de visitas? Para fornecedores,<br />
clientes, eventuais associados e também<br />
patrocinadores.<br />
Nessa categoria, a lista é imensa: bancos,<br />
fundos governamentais, incubadoras, programas<br />
do governo brasileiro e estrangeiro. Boas opções<br />
são os programas de governo, como o Fundo de<br />
Amparo ao Trabalhador (FAT), Sebrae, Programa<br />
Brasil Empreendedor, Financiadora de Estudos e<br />
Projetos (Finep) e BNDES.<br />
80<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
10.6 Estrutura do Plano de Negócios<br />
Sumário Executivo: resumo do plano de<br />
negócio capaz de descrever sinteticamente esse<br />
plano e, ao mesmo tempo, ser capaz de despertar<br />
o interesse de leitores muito ocupados e que sejam<br />
importantes para esse novo empreendimento.<br />
Histórico e Descrição do Empreendimento:<br />
onde, quando, por quem e como a ideia começou?<br />
Qual a missão e o propósito do empreendimento?<br />
Qual a estrutura legal, organizacional e<br />
de participação acionária? Qual a localização do<br />
empreendimento? Quais serviços/produtos são<br />
oferecidos? Quais são os pontos fortes da empresa?<br />
Produtos & Serviços: descrição dos produtos<br />
e serviços. Qual(is) produto(s) / serviço(s)<br />
será(ão) oferecido(s)? Qual o propósito/função<br />
do(s) produto(s)/serviço(s)? Preenchem uma lacuna<br />
nas necessidades atuais do(s) cliente(s)?<br />
O(s) produto(s)/serviço(s) atendem a um nicho<br />
de mercado em particular? Qual? Quais suas características<br />
ou atributos exclusivos (custo, design,<br />
qualidade, desempenho etc.)? O que o(s)<br />
produto(s)/serviço(s) faz(em) melhor que os dos<br />
concorrentes? Quais são os benefícios para a comunidade<br />
do(s) produto(s)/serviço(s)? Quais são<br />
os benefícios para os associados do(s) produto(s)/<br />
serviço(s)? Além dos benefícios primários, quais<br />
são os benefícios secundários que o(s) produto(s)/<br />
serviço(s) oferecerão para os associados, comunidade<br />
e funcionários?<br />
Proteções Legais: o(s) produto(s)/serviço(s)<br />
podem ser protegidos por patentes, direitos autorais,<br />
marcas registradas ou marcas de serviços?<br />
Quais proteções serão providenciadas?<br />
Planos de Expansão de Médio e Longo<br />
Prazo: qual(is) o(s) novo(s) produto(s)/serviço(s)<br />
está(ao) planejado(s) de ser(em) lançado(s) para<br />
atender(em) às mudanças das necessidades do<br />
mercado nesse setor e em outros setores? Qual o<br />
cronograma para os futuros planos de desenvolvimento?<br />
Responsabilidades para com os colaboradores,<br />
clientes, consumidores, fornecedores<br />
e terceiros: quais as possíveis responsabilidades<br />
oriundas deste(s) produto(s)/serviço(s)? São necessárias<br />
apólices de seguro? Quais são as normas<br />
e regulamentos governamentais e não governamentais<br />
que deverão ser atendidos? Como estes<br />
serão satisfeitos?<br />
Análise do Mercado<br />
Análise do Setor: em qual setor ou ramo<br />
de atividade econômica o empreendimento se<br />
situa? Qual a situação atual deste setor ou ramo?<br />
Tamanho e/ou potencial. Volume de vendas. Lucratividade<br />
do setor ou ramo. Margens do setor<br />
ou ramo. Quais as principais características do setor?<br />
Sazonalidade. Lucratividade. Concentração/<br />
Pulverização. Quais são as principais tendências<br />
que influenciam o setor? Qual o potencial de<br />
crescimento? Como será o mercado daqui a dois,<br />
cinco e dez anos?<br />
Participação de Mercado, Tendências e<br />
Potencial de Crescimento: que participação de<br />
mercado o empreendimento poderá obter? (A estimativa<br />
deverá ser baseada nas vantagens do(s)<br />
produto(s)/ serviço(s); no tamanho do mercado e<br />
nas suas tendências; nos clientes; nos concorrentes<br />
e em seus produtos). Como se poderá manter<br />
e ganhar participação de mercado? (Satisfazendo<br />
as atuais necessidades dos clientes? Atraindo novos<br />
clientes? Oferecendo algo melhor, novo ou<br />
único?). Qual é o crescimento histórico e potencial<br />
do mercado? Quais são as tendências do mercado?<br />
O mercado é sazonal? Que fatos e fatores<br />
irão afetar o mercado?<br />
Estratégia de Marketing<br />
Objetivos e Filosofia de Marketing: qual<br />
a abordagem e estratégia geral a serem utilizadas<br />
para lançar o(s) produto(s)/serviço(s) e ganhar<br />
reconhecimento e aceitação do mercado? Quais<br />
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José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
são as prioridades de marketing em relação aos<br />
segmentos e quais serão as alocações nos esforços<br />
de marketing em cada um desses segmentos?<br />
Como o mercado da cooperativa será expandido?<br />
Em quanto tempo?<br />
Propaganda, Relações Públicas e Promoções:<br />
em quais mídias as propagandas/promoções<br />
serão divulgadas? (Rádio, TV, Jornais, Revistas,<br />
Feiras, Eventos Esportivos, Culturais, Artísticos<br />
etc.). Qual estratégia de relações pública será<br />
utilizada? (Notícias para a Imprensa, Entrevistas,<br />
Patrocínios etc.). Quais são as mídias e tipos de<br />
comunicação mais eficientes e eficazes? (Qual a<br />
taxa de conversão das diferentes mídias e tipos<br />
de comunicação?)<br />
Precificação e Embalagem: como os preços<br />
serão estabelecidos? Qual será o preço do(s)<br />
produto(s)/serviço(s) em relação à concorrência?<br />
(Devido a fatores de demanda, oferta e concorrência).<br />
Como os preços evoluirão ao longo do<br />
tempo? Como a embalagem e rotulagem aumentarão<br />
a identificação, o fortalecimento e a lealdade<br />
à marca? Como o consumidor comprará seu<br />
produto? Por vê-lo ou através de comentários favoráveis<br />
de terceiros?<br />
Serviços e Políticas de Garantias: que tipo<br />
de serviço, garantias e atividades de pós-venda<br />
serão oferecidos? Como os clientes serão informados<br />
disto? Como serão tratadas as reclamações e<br />
insatisfações da clientela? Os preços, serviços e<br />
políticas de garantias são atrativos e competitivos<br />
no mercado?<br />
Vendas e Distribuição: quais são as metas<br />
de vendas por produto(s)/serviço(s)? Quais métodos<br />
de vendas e distribuição serão utilizados?<br />
(Franquias, Licenças, Agentes, Representantes,<br />
Varejistas, Atacadistas, Vendas Diretas, etc.). Qual<br />
o nível de esforço de venda será empregado?<br />
(Quantos vendedores próprios ou representantes<br />
de vendas serão utilizados?). Qual a área geográfica<br />
será coberta? Qual área por distribuição<br />
própria? E qual área por distribuição de terceiros?<br />
Qual será a venda média por pedido e por cliente?<br />
Organização, Autogestão e Membros<br />
Estrutura Legal e Propriedade: qual a estrutura<br />
legal do empreendimento? Quem são os<br />
sócios, acionistas etc.? Qual investimento os sócios,<br />
acionistas irão fazer? E como serão distribuídas<br />
as quotas?<br />
Estrutura Organizacional: qual é a estrutura<br />
organizacional do empreendimento? Anexar<br />
um organograma com os respectivos cargos e<br />
funções de cada um deles.<br />
Suporte de Serviços Profissionais: onde a<br />
empresa obterá os serviços profissionais necessários,<br />
tais como: advogados, médicos, contadores,<br />
consultores, instrutores, engenheiros etc.? Existe<br />
na região disponibilidade desses profissionais<br />
qualificados? Esses profissionais liberais serão<br />
terceirizados, obtidos por convênios ou terceirizados?<br />
Plano de Operação<br />
Localização e Instalações: onde a empresa<br />
será localizada? Por quê? Existe algum motivo<br />
especial para a empresa se situar nesse local?<br />
(Por exemplo: acesso aos clientes, ao transporte,<br />
à produção, aos fornecedores, aos distribuidores<br />
etc.). Quais as vantagens e desvantagens dessa<br />
localização? Ocorrerá no local algum tipo de melhoria<br />
ou benefício para a comunidade, membros,<br />
clientes com essa localização? Será feita alguma<br />
reforma ou melhoria nas futuras instalações? A<br />
Lei do Zoneamento e/ou o Plano Diretor permite<br />
a utilização desse local para o funcionamento da<br />
cooperativa?<br />
Instalações e Equipamentos: as instalações<br />
básicas necessárias já foram identificadas e<br />
localizadas? Se sim, descreva as instalações que<br />
irão abrigar o empreendimento. Quais são suas<br />
vantagens e desvantagens? Se não, descreva o<br />
critério que está sendo utilizado para selecionar<br />
as instalações. Quais equipamentos são necessários<br />
para o funcionamento do empreendimento?<br />
Os equipamentos serão comprados, fabricados<br />
ou alugados? Quanto custará os equipamentos?<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
Sistemas e Processos de Produção:<br />
Produção e Controle da Produção: apresentar<br />
uma descrição das operações (sistemas<br />
utilizados para produzir os produtos ou oferecer<br />
os serviços). Descrever o planejamento dos sistemas<br />
de controle da produção (quem faz e quais<br />
os procedimentos?).<br />
Controle de Qualidade: quais são as ferramentas<br />
de controle da qualidade? Quais procedimentos<br />
o empreendimento utilizará para minimizar<br />
a insatisfação dos clientes internos e externos<br />
com seus produtos e/ou serviços?<br />
Suprimentos e Materiais: quais são os<br />
principais suprimentos e matérias-primas utilizadas?<br />
Quais são as disponibilidades? Quais são os<br />
principais fornecedores? Quais são suas políticas<br />
de desconto, crédito, entrega, preços etc.? Como<br />
os suprimentos e materiais serão armazenados?<br />
Estoques e Controle de estoques: quais os<br />
índices de rotatividade (giro) do estoque no ramo<br />
e para o setor como um todo? Quais métodos de<br />
inventário serão utilizados? Como as faltas e o excesso<br />
de estoque serão evitados?<br />
Distribuição: Como a produção será distribuída?<br />
Em quais áreas geográficas?<br />
Necessidade de Pessoal: quais cargos precisam<br />
ser preenchidos e quando? Quantas horas<br />
cada tarefa necessita? Em que ponto as pessoas<br />
trabalharão em sua máxima capacidade? Os empreendedores<br />
têm as competências necessárias<br />
para preencherem esses cargos? Se não, o treinamento<br />
está disponível? Que tipo de treinamento?<br />
Como o treinamento será oferecido? O empreendimento<br />
necessitará de recrutar não membros,<br />
ou seja, empregados? Se sim, quantos e em que<br />
funções? Quais salários e benefícios serão pagos<br />
aos membros e empregados? Existe uma política<br />
de plano de cargos e salários? Existe uma política<br />
e plano de promoção dos membros e funcionários<br />
com melhores desempenhos? Como será desenvolvida<br />
essa política?<br />
Seguros e Responsabilidade: quais as responsabilidades<br />
relacionadas à produção, fabricação<br />
e operações de bens e serviços? Quais os<br />
tipos de apólices estão disponíveis no mercado?<br />
(responsabilidade civil, roubos, incêndio, indenizações<br />
de funcionário e membros, veículos próprios<br />
ou alugados, lucros cessantes etc.).<br />
Plano de Desenvolvimento<br />
Programação de Início de Funcionamento:<br />
o que precisa ser feito? Quando e por quem?<br />
Programação de Operações<br />
Planos Estratégicos<br />
Impactos e Benefícios para a Comunidade:<br />
quais serão os impactos sociais, ambientais,<br />
econômicos e financeiros do empreendimento,<br />
para a comunidade, para a cidade, o estado e o<br />
país e para os membros? Como os consumidores<br />
e os trabalhadores se beneficiarão desse empreendimento?<br />
Quais os impactos ambientais<br />
positivos e negativos resultantes desse empreendimento?<br />
Quais postos de trabalho e oportunidades<br />
de treinamento o empreendimento gera?<br />
Qual a política de inclusão social (gênero, racial,<br />
sexual, deficientes físicos e outras minorias) adotada<br />
pelo empreendimento?<br />
Dados e Projeções Financeiras<br />
Fontes e Necessidades de Recursos:<br />
Quanto de dinheiro é necessário para iniciar o<br />
empreendimento? Quanto de dinheiro é necessário<br />
(capital de giro) para manter a operação até<br />
atingir o ponto de equilíbrio? Quais as fontes de<br />
recursos, incluindo os recursos próprios? Quanto<br />
de recursos financeiros é necessário como reservas?<br />
Como serão constituídos e utilizados os fundos<br />
de reserva?<br />
Dicionário<br />
Recursos: é o conjunto de bens, haveres, posses,<br />
numerário (valores) necessários para realizar algo (<br />
FERREIRA, 1986, p. 1466).<br />
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José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
Projeção dos Demonstrativos de Resultados:<br />
anexar as projeções dos demonstrativos de<br />
resultados, com os pressupostos e cenários, para<br />
os próximos três anos, projetados mês a mês no<br />
primeiro ano, e trimestralmente para o segundo<br />
e terceiro anos.<br />
Projeção do Fluxo de Caixa: anexar as projeções<br />
do fluxo de caixa, com os pressupostos e<br />
cenários, para os próximos três anos, projetados<br />
mês a mês no primeiro ano, e trimestralmente<br />
para o segundo e terceiro anos.<br />
Projeção do Balanço: anexar as projeções<br />
dos Balanços no início das operações e para os finais<br />
dos próximos três anos.<br />
Riscos e Planos Contingenciais ou Alternativos<br />
Fatores Negativos: descrever as possíveis<br />
variações nas vendas líquidas, lucros e fluxo de<br />
caixa comparando com suas projeções. Como<br />
as variações nos lucros e fluxo de caixa afetam o<br />
empreendimento? Como as variações nas vendas<br />
afetam o empreendimento? Descrever os possíveis<br />
impactos negativos devido a fatores organizacionais,<br />
inclusive o envelhecimento ou perda<br />
de membros e empreendedores. Que outros fatores<br />
poderão impactar negativamente o empreendimento?<br />
Planos Alternativos de Ação: como se deverá<br />
proceder com os riscos considerados acima?<br />
Planos Futuros: anexar os possíveis planos<br />
futuros de médio e longo prazo para o empreendimento.<br />
Saiba mais<br />
Um Plano de Negócios deve ser atualizado frequentemente.<br />
Embora muitas empresas o atualizem em<br />
base anual, o ideal é que o Plano de Negócios seja<br />
atualizado sempre que houver mudanças nas condições<br />
de mercado, nos objetivos da empresa ou<br />
quando surgem oportunidades estratégicas.<br />
10.7 Resumo do Capítulo<br />
Caro(a) aluno(a),<br />
Neste capítulo estudamos que o Plano de Negócios surgiu da necessidade de se ter uma ferramenta<br />
de padronização da descrição de uma nova empresa ou ideia, fornecendo todas as informações necessárias<br />
para as tomadas de decisão referentes aos vários aspectos estratégicos e operacionais da futura<br />
empresa, diminuindo a taxa de risco e permitindo uma ação empreendedora eficiente e eficaz.<br />
Vimos que o principal usuário do Plano de Negócios é o próprio empreendedor, pois pode indicar<br />
se o empreendimento tem grande potencial de sucesso, ou se existem obstáculos estratégicos, mercadológicos,<br />
operacionais, jurídicos, legais etc. intransponíveis e que, assim, os riscos são maiores do que a<br />
oportunidade.<br />
Também foi ensinado como montar um Plano de Negócios completo, com as descrições de orientações<br />
para o desenvolvimento de cada seção.<br />
Você aprendeu também que não há um tamanho pré-estabelecido para um plano de negócios,<br />
mas depende do objetivo do mesmo, ou seja, pode ter de 15 a 40 páginas, mais os materiais em anexo,<br />
o que seria um Plano de Negócios Completo, para ser utilizado quando se necessita apresentar uma<br />
visão completa do empreendimento. Pode variar de 10 a 15 páginas, para montar o Plano de Negócios<br />
Resumido: é utilizado quando se necessita apresentar algumas informações resumidas a um investidor,<br />
por exemplo.<br />
Agora vamos avaliar a sua aprendizagem.<br />
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<strong>Empreendedorismo</strong><br />
10.8 Atividades Propostas<br />
1. Quais os primeiros itens que devem ser pensados na elaboração de um plano de negócios?<br />
2. Quais os aspectos mais importantes a considerar no desenvolvimento de um Plano de Negócios?<br />
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11<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Neste material, você leu a respeito dos conceitos centrais do <strong>Empreendedorismo</strong>, através de seus<br />
principais pesquisadores; conheceu as características dos empreendedores; aprendeu os conceitos de<br />
Liderança Empreendedora; viu a importância e classificação das Pequenas e Médias Empresas (PME),<br />
bem como as principais causas de fechamento precoce em nosso mercado; entendeu os conceitos do<br />
modelo de Franchising; analisou a empresa familiar; aprendeu como identificar e avaliar oportunidades<br />
de negócios; soube como criar o planejamento na PME; e, finalizando, viu como se faz um Plano de Negócios.<br />
Esperamos ter colaborado com seu crescimento e lembramos que você poderá aprender mais lendo<br />
as obras indicadas e citadas na bibliografia.<br />
Sucesso!<br />
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RESPOSTAS COMENTADAS DAS<br />
ATIVIDADES PROPOSTAS<br />
CAPÍTULO 1<br />
Complete as informações faltantes no quadro sobre as Características do empreendedor:<br />
Característica Autor Ano<br />
Mensuração do risco Palmer 1971<br />
Ambição, desejo de independência,<br />
responsabilidade, autoconfiança<br />
Davids 1963<br />
Satisfação e prazer pelo que faz Collins & Moore 1970<br />
Inovação, iniciativa Schumpeter 1934<br />
Autodisciplina, perseverança, desejo de sucesso,<br />
orientado pela ação.<br />
Hisrich & O’Brien 1981<br />
CAPÍTULO 2<br />
Analise seu desempenho:<br />
120 a 150 pontos: você provavelmente já é um empreendedor, possui as características comuns<br />
aos empreendedores e tem tudo para se diferenciar no mundo dos negócios.<br />
90 a 119 pontos: você possui muitas características empreendedoras e às vezes se comporta como<br />
um, porém você pode melhorar ainda mais, se equilibrar os pontos ainda fracos com os pontos já<br />
fortes.<br />
60 a 89 pontos: você ainda não é muito empreendedor e provavelmente se comporta, na maior<br />
parte do tempo, como um administrador e não um “fazedor”. Para se diferenciar e começar a praticar<br />
atitudes empreendedoras procure analisar os seus principais pontos fracos e definir estratégias<br />
pessoais para eliminá-los.<br />
Menos de 59 pontos: você não é empreendedor e, se continuar a agir como age, dificilmente será<br />
um. Isto não significa que você não tenha qualidades, apenas que prefere seguir a ser seguido. Se<br />
você pretende ter um negócio próprio, reavalie sua carreira e seus objetivos pessoais.<br />
CAPÍTULO 3<br />
Resultado do teste:<br />
Agora conte os pontos. 5 pontos para cada letra A, 3 pontos para cada letra B e 1 ponto para cada<br />
letra C. O máximo de pontos possíveis é de 35 pontos.<br />
As graduações são:<br />
Atingindo os 35 pontos: todos os indicadores são de que você é visto como o líder do grupo que<br />
usou como referência.<br />
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José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
Entre 33 e 30 pontos: há sinais claros de que você já exerce alguma liderança natural sobre as<br />
pessoas do grupo que usou como referência, mesmo que você não se dê conta disso.<br />
Entre 29 e 23 pontos: na maioria dos momentos você é percebido como exercendo uma espécie<br />
de liderança frequente, mas circunstancial.<br />
Entre 22 e 17 pontos: a liderança circunstancial ocorre, mas em escala bem mais simples. Você não<br />
se destaca no grupo.<br />
Entre 16 e 10 pontos: raramente você faz sua voz ser ouvida no grupo. É algo a ser avaliado. Pergunte-se<br />
o quanto você gosta de pertencer a esse grupo e o quanto a situação lhe é confortável.<br />
Menos que 10 pontos: as pessoas mal percebem que você faz parte do grupo. Você não participa,<br />
não expressa sua opinião e quando o faz, provavelmente ninguém presta muita atenção. Como no<br />
item anterior, pergunte-se o quanto essa rotina lhe é confortável ou não.<br />
Você não se deve deixar abater se o escore obtido não o agradou. Considere isso como um feedback<br />
precioso de você para você mesmo. Analise os resultados, pondere e inclua tudo isso em seu<br />
plano de desenvolvimento, lembrando sempre que agora você sabe mais sobre si próprio do que<br />
sabia antes.<br />
CAPÍTULO 4<br />
1. Ranking das Maiores Empresas Brasileiras (FORBES/2010)<br />
Posição Empresa<br />
01 Petrobras<br />
02 Bradesco<br />
03 Banco do Brasil<br />
04 Vale<br />
05 Itaúsa<br />
06 Eletrobrás<br />
07 CSN<br />
08 Usiminas<br />
09 Tele Norte Leste<br />
10 JBS<br />
2. 31% dos motivos de fechamento das MPEs são ligados a questões “pessoais”, tais como:<br />
“problemas de planejamento/administração” (ou seja, de falta de preparo técnico dos sócios),<br />
“problemas particulares” e “problemas com sócios”. Os problemas que podem ser caracterizados<br />
como “financeiros” chegam a somar 50% do total, ou seja, “falta de capital”, “inadimplência” e<br />
“falta de lucro”. Em outras palavras, a maioria dos problemas alistados é os que poderiam ser<br />
evitados com um melhor preparo técnico por parte dos empresários.<br />
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CAPÍTULO 5<br />
<strong>Empreendedorismo</strong><br />
1. A maior rede brasileira de franquias em 2010 é O Boticário com 3.134 lojas, conforme informações<br />
do site www.portaldofranchising.com.br<br />
2. Taxa Inicial ou de Franquia, direito de fazer parte da rede de franquias do franqueador; Taxa de<br />
Royalties, para remunerar o suporte e tecnologia; Taxa de Propaganda ou de Promoção, para a<br />
formação de um fundo para divulgação; Taxa de Serviço, para a realização de serviços extras; e<br />
Taxa de compras ou desenvolvimento, pelo uso de sua estrutura de compras e, às vezes, para<br />
desenvolvimento de produtos e/ou fornecedores.<br />
CAPÍTULO 6<br />
Benefícios: o forte compromisso dos membros da família para com o bem-estar dos negócios e da<br />
habilidade de gerenciamento para enfocar o potencial humano, a qualidade e as decisões de longo<br />
prazo. A força das relações familiares, onde os laços familiares dão suporte à defesa da empresa,<br />
mesmo em circunstâncias difíceis, uma vez que os membros da família vão relutar em “abandonar<br />
o barco”, afinal o nome da família está em jogo, bem como a sua reputação. Desvantagens: tendência<br />
para colocar os interesses da família antes dos interesses do negócio, e misturar os aspectos<br />
financeiros da empresa e da família.<br />
CAPÍTULO 7<br />
1. Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados, Dia das Crianças, Páscoa, Ano Novo, entre<br />
outros.<br />
2. O processo de empreender é formado pelas seguintes etapas:<br />
Identificar e avaliar a oportunidade: criação e abrangência da oportunidade; Valores percebidos<br />
e reais da oportunidade; Riscos e retornos da oportunidade; Oportunidade versus habilidades<br />
e metas pessoais; Situação dos competidores.<br />
Desenvolver o Plano de Negócios: Sumário Executivo; Conceito do negócio; Análise Estratégica;<br />
Equipe de gestão; Mercado e competidores; Estrutura e operação; Plano Financeiro; Anexos.<br />
Determinar e captar os recursos necessários: Recursos pessoais; Recursos de amigos e parentes;<br />
Angels (“Anjos”); Capitalistas de risco; Bancos; Governo; Incubadoras.<br />
Gerenciar a empresa criada: Estilo de gestão; Fatores críticos de sucesso; Identificar problemas<br />
atuais e potenciais; Implementar um sistema de controle; Profissionalizar a gestão; Entrar<br />
em novos mercados.<br />
CAPÍTULO 8<br />
1. A sigla SWOT vem das iniciais das palavras inglesas Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas),<br />
Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças), pois estes são justamente os pontos a serem<br />
analisados. Ameaças e oportunidades – uma das partes da análise SWOT é o estudo do<br />
ambiente externo à organização em busca de ameaças e oportunidades. Forças e fraquezas<br />
– a outra parte da análise SWOT trata dos pontos fortes e fracos da organização, ou seja, de seu<br />
ambiente interno.<br />
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José Roberto Barbosa de Oliveira e Carlos Eduardo Munhoz<br />
2. As megatendências são: a explosão da economia global; o renascimento das artes; o surgimento<br />
do socialismo de livre mercado; Estilos de vida globais e nacionalismo cultural; a privatização<br />
do sistema de seguridade social; a ascensão dos países da orla asiática do Pacífico; a<br />
década das mulheres na liderança; a era da biologia; a revitalização da religião no novo milênio;<br />
e o triunfo do indivíduo. E são importantes, pois o empreendedor possivelmente obterá maior<br />
sucesso se estiver em sintonia com essas tendências.<br />
CAPÍTULO 9<br />
1. Vantagens da venda direta: o acionista terá mais controle sobre o processo, pois ele estará<br />
em suas mãos. Poderá cuidar do sigilo com mais cuidado, envolvendo menos pessoas. Se for<br />
bem-sucedido, economizará dinheiro.<br />
Desvantagens da venda direta: possui chances baixas de sucesso porque o acionista não é<br />
especialista na matéria; toma tempo do acionista, muitas vezes ocupado em gerenciar a empresa;<br />
pode vazar internamente; poderá sair muito mais caro o processo devido a erros; poderá<br />
não ter sucesso.<br />
Vantagens da consultoria: oferece melhores chances de sucesso; evita o vazamento interno;<br />
se bem-feita, poderá ser mais rápida; poderá indicar outros caminhos além da venda.<br />
Desvantagens da consultoria: se for mal escolhida poderá ser prejudicial ao processo; poderá<br />
ser mais cara ou vista como tal; a comissão no sucesso pode parecer coisa de corretor de<br />
imóveis.<br />
2. Esta não é uma resposta fácil, pois depende de inúmeros fatores, que variam grandemente<br />
conforme a época, lugar e mercado a ser atingido. Uma análise pode ser feita, com relação a<br />
comprar um negócio existente, através dos pontos prós e contras do modelo.<br />
CAPÍTULO 10<br />
1. O que é o negócio; quais os principais produtos e/ou serviços; quem serão seus principais<br />
clientes; onde será localizada a empresa; o montante de capital a ser investido; qual será o faturamento<br />
mensal; que lucro espera obter do negócio e em quanto tempo espera que o capital<br />
retorne.<br />
2. Alguns aspectos devem ser cuidadosamente considerados e analisados na elaboração de um<br />
Plano de Negócios, são eles: Identificar uma Necessidade; Provar a Vantagem Competitiva;<br />
Definir o Foco; Ser Realista; Mapear o Mercado; Analisar as Conjecturas; Expor todos os Riscos<br />
no Plano; Ter um Plano B; Apresentar o Negócio para as Pessoas Certas.<br />
92<br />
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