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FABIANO TONACO BORGES Desafios e Perspectivas do Sistema ...

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(1990-1992), com o “enxugamento” das estruturas públicas na provisão de<br />

serviços à sociedade. No ápice desse processo, a reforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

implantada pelo ex-presidente Fernan<strong>do</strong> Henrique Car<strong>do</strong>so (1995-2002)<br />

seguiu à risca as diretrizes <strong>do</strong> Consenso de Washington, em que se buscou<br />

redefinir a participação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nas atividades essenciais, amplian<strong>do</strong> a<br />

participação da sociedade civil de direito priva<strong>do</strong> no sistema de proteção<br />

social. O papel <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> na provisão de serviços essenciais, como saúde e<br />

educação, já não é mais reconheci<strong>do</strong> como eficiente, nem como de<br />

qualidade. A desregulamentação das regras <strong>do</strong> aparelho estatal foi o grande<br />

mote <strong>do</strong>s tecnocratas neoliberais <strong>do</strong>s anos 90, concernente à ampliação <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong>, à flexibilização das relações de trabalho e à transferência de<br />

responsabilidades estatais para organizações de direito priva<strong>do</strong> (SOUZA,<br />

2004; SOUZA, 2008).<br />

A versão social <strong>do</strong> neoliberalismo se estabelece no governo<br />

brasileiro com o nome de Esta<strong>do</strong> Social Liberal. Social porque continuaria<br />

a proteger os direitos sociais e a promover o desenvolvimento econômico.<br />

Liberal porque o faria usan<strong>do</strong> mais os controles de merca<strong>do</strong> e menos os<br />

controles administrativos, ou seja, realizaria os seus serviços sociais e<br />

científicos, principalmente, por meio de organizações públicas não estatais<br />

competitivas. Isso tornaria os merca<strong>do</strong>s de trabalhos mais flexíveis e<br />

promoveria a capacitação <strong>do</strong>s seus recursos humanos e de suas empresas<br />

para a inovação e a competição internacional (PEREIRA, 1997). Essa visão<br />

eufemística <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> neoliberal <strong>do</strong> governo Fernan<strong>do</strong> Henrique não fugiu,<br />

em momento algum, <strong>do</strong> tripé liberalização <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, privatização e<br />

desregulamentação; sen<strong>do</strong> na essência o que os neoliberais da extrema<br />

direita pensavam sobre o papel estatal no Brasil, ou seja, o Esta<strong>do</strong> Mínimo.<br />

Nesse contexto, surgiram três diretrizes para a reforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no<br />

governo Fernan<strong>do</strong> Henrique Car<strong>do</strong>so (PEREIRA, 1997):

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