FABIANO TONACO BORGES Desafios e Perspectivas do Sistema ...
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das atividades estatais, foram até duas vezes mais baratas quan<strong>do</strong> realizadas<br />
por servi<strong>do</strong>res públicos ao invés <strong>do</strong>s contratos de terceirização (PROJECT<br />
ON GOVERNMENT OVERSIGHT, 2011). Como exemplo, os serviços<br />
terceiriza<strong>do</strong>s de engenharia de informática custaram para esse governo<br />
cerca de US$268 milhões ao ano, enquanto que se a mesma atividade<br />
tivesse si<strong>do</strong> feita diretamente pela administração pública teria custa<strong>do</strong><br />
US$136 milhões (PROJECT ON GOVERNMENT OVERSIGHT, 2011).<br />
Ao mesmo tempo em que os Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s disseminam a saúde como um<br />
bem de consumo, eles dão exemplo de eficiência na gestão em saúde com<br />
um sistema muito pareci<strong>do</strong> com o <strong>do</strong>s vizinhos cubanos: o US Department<br />
of Veteran Affairs (VA). Trata-se <strong>do</strong> modelo destina<strong>do</strong> aos veteranos de<br />
guerra que é 100% público, agregan<strong>do</strong> financiamento e prestação de<br />
serviços na mesma estrutura, diferencian<strong>do</strong>-se <strong>do</strong> Medicare (aos<br />
aposenta<strong>do</strong>s) e <strong>do</strong> Medicaid (destina<strong>do</strong>s àqueles abaixo da linha de<br />
pobreza), que financiam procedimentos contrata<strong>do</strong>s na rede privada. O<br />
sistema destina<strong>do</strong> aos veteranos custa menos e tem melhor desempenho<br />
quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> aos outros modelos de saúde (seguros saúde, Medicare<br />
e Medicaid) (GREENWALD, 2010; REID, 2009). As análises sobre a<br />
presença de sistemas públicos, nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, mostram que a escolha<br />
pela cobertura pública em detrimento a <strong>do</strong>s seguros priva<strong>do</strong>s é determinada<br />
pelo nível de renda <strong>do</strong>s indivíduos, pela possibilidade de não realizar<br />
copagamentos quan<strong>do</strong> de sua utilização e, sobretu<strong>do</strong>, pela ampliação da<br />
cesta de serviços cobertos (SANTOS, 2011).<br />
Numa outra vertente, a Coreia <strong>do</strong> Sul experenciou, após a crise<br />
financeira de 1997, um socorro econômico junto ao FMI, maximizan<strong>do</strong><br />
políticas neoliberais em toda a economia com cortes sensíveis nos gastos<br />
sociais (OH et al., 2011). Iniciou-se um ciclo de privatizações das<br />
estruturas públicas envolven<strong>do</strong>, dentre outras instituições, os poucos<br />
hospitais públicos existentes no país asiático. Com argumentos de que tais