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projectos que fazem a diferença - Instituto Superior de Engenharia ...

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PROJECTOS QUE<br />

FAZEM A DIFERENÇA<br />

DEPOIS DO ISEP<br />

Jorge Ferreira<br />

Swedwood Portugal<br />

DE FORA CÁ DENTRO<br />

António Pêgo<br />

AEP – Formação<br />

À CONVERSA COM...<br />

Joana Sampaio<br />

Vice-Presi<strong>de</strong>nte do ISEP


02 ÍNDICE<br />

03<br />

04<br />

EDITORIAL<br />

A RETER<br />

» Primeiro Ministro inaugura ano lectivo no ISEP<br />

» Construir pontes para o mundo (EAIE Nantes 2010)<br />

» Dupla titulação Ibérica em <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />

» ISEP a 100% no concurso nacional <strong>de</strong> ingresso ao Ensino <strong>Superior</strong><br />

06<br />

EVENTOS<br />

» Physics LabFARM: Visir@ISEP<br />

» Boas Práticas na ligação entre IES e Empresas<br />

» NN2010 SummerSchool<br />

» Conhecer mais para melhor orientar<br />

» Workshop “Pedra Natural na Construção”<br />

» ECEL2010 - 9.ª Conferência Europeia <strong>de</strong> E-learning<br />

09<br />

» QTDEI: Seminários ISEs – Inteligência Artificial<br />

INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />

03<br />

A RETER<br />

» Tecnologia <strong>de</strong> ponta ao serviço da Geotécnia : LABCARGA<br />

12<br />

DEPOIS DO ISEP<br />

» Jorge Ferreira, Swedwood Portugal<br />

14<br />

DE FORA CÁ DENTRO<br />

» António Pêgo, AEP – Formação<br />

16<br />

DESTAQUE<br />

19<br />

» SIMPLEXmente Académico<br />

À CONVERSA COM...<br />

12<br />

DEPOIS DO ISEP<br />

» Joana Sampaio, Vice-Presi<strong>de</strong>nte do ISEP<br />

23<br />

A NOSSA TECNOLOGIA<br />

» E-learning: Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho<br />

25<br />

BREVES<br />

» Bolsas <strong>de</strong> mérito académico<br />

» 1º Mestre em Gestão <strong>de</strong> Processos e Operações<br />

» Eduardo Tovar edita número especial <strong>de</strong> revista IEEE<br />

» Projecto FECOMPO: resultados finais<br />

» Coooperação Internacional à distância <strong>de</strong> um cli<strong>que</strong><br />

» Investigadores GECAD vencem eliminatória poliempreen<strong>de</strong><br />

» DEM recebeu Maismetal<br />

» Mestrando ISEP na Tansactions on Learning Technologies<br />

» LSA participa no projecto GEOMAD<br />

» MEIT 2010<br />

» Novos directores DFI e DOG<br />

» GECAD participa no projecto AAL4ALL<br />

» Eficiência energética nas estradas nacionais<br />

» Aires recebe menção honrosa em competição ISCTE-MIT<br />

» Estudo <strong>de</strong> Luís Oliveira <strong>de</strong>stacado pelo American Institute of Physics<br />

16<br />

DESTAQUE<br />

28<br />

PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />

19<br />

À CONVERSA COM...


EDITORIAL<br />

03<br />

EDITORIAL<br />

Como todas as previsões apontavam, 2011 será um ano particularmente difícil em todos os<br />

sectores da socieda<strong>de</strong>, nomeadamente no Ensino <strong>Superior</strong>. A crise económica está instalada e<br />

reflecte-se, como é natural, no dia-a-dia dos cidadãos e das instituições e um esforço acrescido é<br />

pedido a todos com gran<strong>de</strong> incidência no sector público. E o ISEP não é excepção. Mas num ano<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s mudanças e <strong>de</strong> restrições, temos <strong>de</strong> por em prática a audácia e empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

<strong>que</strong> nos caracteriza e <strong>que</strong> nos faz trabalhar todos os dias para respon<strong>de</strong>r, da melhor forma, às<br />

exigências da nossa comunida<strong>de</strong>.<br />

Na décima segunda edição do nosso BI, não podíamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar uma distinção <strong>que</strong> nos<br />

enche <strong>de</strong> orgulho. O Prémio <strong>de</strong> Boas Práticas no Serviço Público, na categoria <strong>de</strong> Serviço ao Cidadão,<br />

com o projecto SIMPLEXmente Académico. Não é a primeira vez <strong>que</strong> abordamos o Simplex<br />

no BI. Mas <strong>de</strong>sta vez tem outra força. Os protagonistas <strong>de</strong>ste projecto, e da tão importante distinção,<br />

mostraram-nos os bastidores <strong>de</strong> uma iniciativa vencedora e <strong>de</strong>senvolvida com a prata da<br />

casa. Com este projecto, mostramos <strong>que</strong> as Instituições Públicas po<strong>de</strong>m ser exemplos a seguir.<br />

A internacionalização é, hoje em dia, uma palavra <strong>de</strong> ouro no Ensino <strong>Superior</strong>. Para o ISEP, internacionalizar<br />

é abrir as portas do mundo aos seus alunos. E é exactamente sobre as oportunida<strong>de</strong>s<br />

e <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong> abertura <strong>que</strong> Joana Sampaio, vice-presi<strong>de</strong>nte do ISEP, aceitou<br />

ser a nossa convidada do “À conversa com...” e explicou como o <strong>Instituto</strong> forma “engenheiros<br />

para o mundo” e quais os caminhos <strong>que</strong> serão traçados para lidar com os <strong>de</strong>safios do futuro <strong>que</strong><br />

está já aí.<br />

Da Swedwood, uma das fornecedoras da IKEA, chega-nos um antigo aluno da casa, num “Depois<br />

do ISEP” <strong>de</strong>scontraído e motivador. Jorge Ferreira mostrou-nos como o <strong>Instituto</strong> marcou, e muito,<br />

a sua vida pessoal e profissional e como fez <strong>de</strong>le um engenheiro multifacetado.<br />

Nas páginas <strong>que</strong> se seguem, vamos ainda fazer duas viagens: uma ao futuro da educação, com o<br />

GILT e o professor Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho, através do e-learning e das novida<strong>de</strong>s no mundo dos<br />

jogos educativos; e uma viagem ao centro da terra, conduzida pelo LabCarga, constituído por<br />

excelentes profissionais e investigadores <strong>que</strong> se <strong>de</strong>dicam ao estudo da Geotecnia.<br />

ISEP.BI 12<br />

_<br />

FICHA TÉCNICA<br />

PROPRIEDADE ISEP – <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do Porto DIRECÇÃO João Manuel Simões Rocha<br />

EDIÇÃO ISEP|DCC – Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação REDACÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP – DCC – GDM.2011<br />

IMPRESSÃO Gráfica, Lda TIRAGEM 1.500 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/10<br />

CONTACTOS ISEP|DCC – Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação » Rua Dr. António Bernardino <strong>de</strong> Almeida, nº 431 | 4200-072 Porto – Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail gci@isep.ipp.pt


04 A RETER<br />

PRIMEIRO-MINISTRO INAUGURA ANO LECTIVO NO ISEP<br />

O ISEP acolheu, no dia 14 <strong>de</strong> Setembro, a cerimónia <strong>de</strong> abertura do Ano<br />

Lectivo do Ensino <strong>Superior</strong> Politécnico. Este evento solene contou com<br />

a presença do primeiro-ministro, José Sócrates, do ministro da Ciência,<br />

Tecnologia e Ensino <strong>Superior</strong>, Mariano Gago, do presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />

Coor<strong>de</strong>nador dos <strong>Instituto</strong>s <strong>Superior</strong>es Politécnicos, João Sobrinho<br />

Teixeira, e da presi<strong>de</strong>nte do Politécnico do Porto, Rosário Gambôa.<br />

O arran<strong>que</strong> oficial do ano lectivo foi marcado pela assinatura dos Programas<br />

<strong>de</strong> Desenvolvimento das instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> Politécnico<br />

para o quadriénio 2010-2013, inseridos no âmbito do Contrato<br />

<strong>de</strong> Confiança entre o Governo e as instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>. O<br />

Contrato <strong>de</strong> Confiança reafirma o papel fundamental <strong>de</strong>stas instituições<br />

<strong>de</strong> ensino superior na vida económica, social e cultural do país.<br />

Espera-se <strong>que</strong>, até 2013, os politécnicos contribuam para a qualificação<br />

superior <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> cem mil profissionais, promovam uma maior internacionalização<br />

e expandam a sua oferta <strong>de</strong> índole tecnológica.<br />

A escolha do Centro <strong>de</strong> Congressos do ISEP para palco <strong>de</strong>ste evento<br />

foi simbólica, já <strong>que</strong> o IPP representa o maior politécnico nacional, e<br />

tem no ISEP a sua maior escola. O <strong>Instituto</strong> foi assim palco do discurso<br />

do primeiro-ministro, <strong>que</strong> reiterou a importância do Ensino Politécnico<br />

para a formação <strong>de</strong> quadros mais competitivos, capazes <strong>de</strong> potenciar<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento económico do país. José Sócrates avançou <strong>que</strong> “os<br />

institutos politécnicos são absolutamente <strong>de</strong>terminantes para o sucesso<br />

da nossa economia e do Ensino <strong>Superior</strong> em Portugal”.<br />

A cerimónia, promovida conjuntamente pelo Conselho Coor<strong>de</strong>nador<br />

dos <strong>Instituto</strong>s <strong>Superior</strong>es Politécnicos e pelo Politécnico do Porto, assistiu<br />

ainda à assinatura do Protocolo <strong>de</strong> Qualificação Estratégica entre o<br />

IPP e a Comunida<strong>de</strong> Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIMTS), constituída<br />

pelos municípios <strong>de</strong> Amarante, Baião, Castelo <strong>de</strong> Paiva, Celorico<br />

<strong>de</strong> Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco <strong>de</strong> Canaveses, Paços <strong>de</strong><br />

Ferreira, Pare<strong>de</strong>s, Penafiel e Resen<strong>de</strong>.<br />

Sobre este protocolo, a presi<strong>de</strong>nte do Politécnico do Porto afirmou<br />

tratar-se <strong>de</strong> “cumprir um programa em articulação com as necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>que</strong> estão <strong>de</strong>tectadas e as emergentes na região, apoiando a formação<br />

geral das populações e a sua qualificação, contribuindo para a<br />

empregabilida<strong>de</strong> e competitivida<strong>de</strong>”. Para Rosário Gambôa, “o IPP tem<br />

a ganhar com este protocolo, por<strong>que</strong> po<strong>de</strong> concretizar e cumprir a sua<br />

missão, em parceria, ouvindo os contextos locais e trabalhando <strong>de</strong> forma<br />

articuladas com os mesmos”.<br />

CONSTRUIR PONTES PARA O MUNDO EAIE NANTES 2010<br />

O ISEP marcou presença na conferência anual da European Association<br />

for International Education (EAIE), <strong>que</strong> <strong>de</strong>correu entre 15 e 18 <strong>de</strong><br />

Setembro, em Nantes, França. A presença neste evento insere-se no<br />

eixo <strong>de</strong> internacionalização do <strong>Instituto</strong> e permitiu um contacto privilegiado<br />

com representantes <strong>de</strong> instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> todos<br />

os continentes.<br />

A Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação do ISEP esteve, durante uma<br />

semana, na Bretanha, para participar no maior encontro europeu <strong>de</strong><br />

profissionais da área da cooperação internacional entre instituições <strong>de</strong><br />

Ensino <strong>Superior</strong>. Este encontro <strong>de</strong> peritos promoveu vários seminários<br />

e oficinas práticas sobre temas como instituições empreen<strong>de</strong>doras, marketing<br />

internacional ou <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> erasmus mundus. Ao<br />

reunir 3.600 participantes, oriundos <strong>de</strong> 83 países, a EAIE 2010 permitiu estabelecer<br />

canais <strong>de</strong> diálogo e reforçar a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> contactos internacionais.<br />

Num mundo globalizado, a aposta na internacionalização é indispensável<br />

à competitivida<strong>de</strong> e mo<strong>de</strong>rnização das organizações. Em consonância,<br />

o ISEP alimenta actualmente mais <strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> parcerias<br />

com instituições europeias, lusófonas e latino-americanas, com vista<br />

à realização <strong>de</strong> <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, ensino ou investigação. Esta<br />

aposta no alargamento e consolidação dos laços <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e cooperação<br />

externos tem favorecido o lançamento <strong>de</strong> novos <strong>projectos</strong> <strong>que</strong><br />

potenciam o intercâmbio <strong>de</strong> boas práticas. Assim, e seguindo a experiência<br />

<strong>de</strong> 2009, quando o ISEP marcou presença na European Higher<br />

Education Fair – Bangkok, o <strong>Instituto</strong> apostou este ano em participar na<br />

conferência da EAIE.<br />

Além da participação em vários seminários e oficinas, e dos encontros<br />

<strong>de</strong> trabalho com colegas <strong>de</strong> instituições congéneres, <strong>de</strong>sta<strong>que</strong> ainda<br />

para a presença <strong>de</strong> um stand do ISEP – o único espaço <strong>de</strong> promoção<br />

do Ensino <strong>Superior</strong> português – na exposição <strong>de</strong> Nantes. Este posto<br />

informativo serviu para promover a oferta formativa e a excelência da<br />

investigação realizada no <strong>Instituto</strong>, sendo <strong>de</strong> ressalvar o enorme interesse<br />

suscitado pelo European Project Semester – projecto <strong>que</strong> o ISEP<br />

lançará no segundo semestre do corrente ano lectivo.


A RETER<br />

05<br />

DUPLA TITULAÇÃO IBÉRICA<br />

ENGENHARIA GEOTÉCNICA E GEOAMBIENTE<br />

O <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do Porto e o <strong>Instituto</strong> Politécnico do<br />

Porto assinaram, em Julho, um convénio com a Escola Técnica <strong>Superior</strong><br />

<strong>de</strong> Engenheiros <strong>de</strong> Minas da Universida<strong>de</strong> Politécnica <strong>de</strong> Madrid (ETSIM.<br />

UPM), <strong>que</strong> prevê a dupla titulação do curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica e<br />

Geoambiente. Este acordo possibilita <strong>que</strong> os estudantes beneficiem <strong>de</strong><br />

um período <strong>de</strong> estudos em ambas as instituições ibéricas, tendo acesso<br />

a um diploma e a uma maior abertura <strong>de</strong> mercados <strong>de</strong> trabalho.<br />

Rosário Gambôa, presi<strong>de</strong>nte do IPP, Carlos Ramos, vice-presi<strong>de</strong>nte do<br />

IPP, João Rocha, presi<strong>de</strong>nte do ISEP, Joana Sampaio, vice-presi<strong>de</strong>nte do<br />

ISEP e António Vega, director da licenciatura em <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />

e Geoambiente, <strong>de</strong>slocaram-se à capital espanhola para firmar a<br />

parceria estratégica <strong>que</strong> reforça as relações <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> e amiza<strong>de</strong><br />

entre as duas instituições ibéricas.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o ISEP um “instituto muito interessante, ágil e dinâmico,<br />

<strong>que</strong> trabalha em áreas muito semelhantes à nossa escola”, Benjamin<br />

Calvo, director do ETSIM.UPM, aponta a parceria entre ambas as instituições<br />

como “uma das mais bem sucedidas relações em termos <strong>de</strong> cooperação<br />

internacional”. Ainda <strong>de</strong> acordo com comunicado da escola<br />

madrilena, “o prestígio do ISEP e a similitu<strong>de</strong> dos cursos e da filosofia <strong>de</strong><br />

ensino, propiciam este convénio <strong>que</strong> vem estreitar ainda mais os laços<br />

e a mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudantes entre ambos os países.<br />

O convénio assinado por Rosário Gambôa e João Rocha com o reitor da<br />

UPM, Javier Uceda, e o director do ETSIM.UPM, Benjamin Calvo, aponta<br />

às oportunida<strong>de</strong>s resultantes da maior uniformização dos graus <strong>de</strong><br />

ensino no Espaço Europeu <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>. Com o novo protocolo<br />

inicia-se igualmente uma ambiciosa fase <strong>de</strong> <strong>projectos</strong> conjuntos. Além<br />

do reforço da mobilida<strong>de</strong> académica, o acordo <strong>de</strong>ixa em aberto a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> criação <strong>de</strong> um mestrado conjunto ou da realização <strong>de</strong> um<br />

projecto ALFA com instituições sul-americanas. As duas instituições<br />

discutiram ainda a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reforçar a cooperação científica ou<br />

assuntos em torno do ensino pós-graduado.<br />

ISEP A 100% NO CONCURSO NACIONAL DE INGRESSO<br />

AO ENSINO SUPERIOR<br />

O ISEP preencheu, pelo terceiro ano consecutivo, a totalida<strong>de</strong> das vagas<br />

disponíveis nos cursos <strong>de</strong> licenciatura durante a primeira fase do<br />

concurso nacional <strong>de</strong> ingresso ao Ensino <strong>Superior</strong>.<br />

Os resultados da primeira fase do concurso nacional <strong>de</strong> ingresso no Ensino<br />

<strong>Superior</strong> colocaram 855 novos estudantes no ISEP. Com uma oferta <strong>de</strong><br />

11 licenciaturas, as médias <strong>de</strong> ingresso variaram, este ano, entre os 145,7<br />

e os 116,2 valores. Desta<strong>que</strong> para as licenciaturas em <strong>Engenharia</strong> Mecânica,<br />

<strong>Engenharia</strong> Mecânica Automóvel e <strong>Engenharia</strong> Civil, <strong>que</strong> obtiveram<br />

as médias mais elevadas com 145,7, 142,8 e 141,5 respectivamente.<br />

cursos em <strong>Engenharia</strong> Civil, <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica e <strong>de</strong> Computadores,<br />

<strong>Engenharia</strong> Informática e <strong>Engenharia</strong> Mecânica colocam o ISEP<br />

entre as cinco instituições com melhores médias no país. <strong>Engenharia</strong><br />

Informática manteve-se ainda como o curso com maior número <strong>de</strong> vagas<br />

na área a nível nacional.<br />

<strong>Engenharia</strong> Geotécnica e Geoambiente, <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Computação e<br />

Instrumentação Médica e <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Instrumentação e Metrologia<br />

continuam a apresentar-se como soluções únicas no contexto do Ensino<br />

<strong>Superior</strong> português.<br />

Em termos do índice <strong>de</strong> satisfação divulgado pela Direcção Geral do<br />

Ensino <strong>Superior</strong>, realce para cinco cursos com procura como primeira<br />

opção superior ao número <strong>de</strong> vagas disponíveis: <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />

Automóvel (1,68), <strong>Engenharia</strong> Informática em regime pós-laboral<br />

(1,15), <strong>Engenharia</strong> Mecânica (1,06), <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica – Sistemas<br />

Eléctricos <strong>de</strong> Energia (1,02) e <strong>Engenharia</strong> Informática (1,02).<br />

Os cursos do ISEP em <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica – Sistemas Eléctricos<br />

<strong>de</strong> Energia e <strong>Engenharia</strong> Química colocaram-se entre as três opções<br />

com melhor média nas respectivas áreas em Portugal. Já as médias dos<br />

<strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas, licenciatura lançada este ano e <strong>que</strong> resulta <strong>de</strong><br />

uma parceria com a Associação Empresarial <strong>de</strong> Portugal, lotou a totalida<strong>de</strong><br />

das vagas disponíveis.<br />

De realçar ainda <strong>que</strong>, os números da primeira fase, apresentam 726<br />

candidaturas como primeira opção. A colocação <strong>de</strong> 185 mulheres no<br />

ISEP (22% das vagas) confirma uma tendência <strong>que</strong> ajuda a <strong>de</strong>smistificar<br />

a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>que</strong> a <strong>Engenharia</strong> é um mundo exclusivamente masculino.<br />

Também <strong>de</strong> relevante interesse são os números dos primeiros colocados,<br />

on<strong>de</strong> a média combinada dos cursos do ISEP é <strong>de</strong> 181,2.


06 EVENTOS<br />

PHYSICS LABFARM NO<br />

VISIR@ISEP<br />

Gustavo Alves e Arcelina Mar<strong>que</strong>s, docentes <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica<br />

e <strong>de</strong> Física, respectivamente, apresentaram o projecto Physics<br />

LabFARM, numa série <strong>de</strong> sessões <strong>que</strong> tiveram lugar entre 16 -17 <strong>de</strong> Setembro.<br />

Desta<strong>que</strong> para a participação <strong>de</strong> Ingvar Gustavsson, mentor<br />

do Virtual Instrument Systems in Reality (VISIR), na inauguração <strong>de</strong>ste<br />

sistema no ISEP.<br />

O <strong>Instituto</strong> apresentou, no dia 16 <strong>de</strong> Setembro o seu mais recente<br />

projecto-piloto no ensino à distância – o Physics LabFARM. Este projecto<br />

visa <strong>de</strong>senvolver e promover a utilização <strong>de</strong> laboratórios remotos<br />

<strong>de</strong>dicados a experiências nas áreas <strong>de</strong> electricida<strong>de</strong>, electrónica básica<br />

e física experimental.<br />

Para Barros Oliveira, vice-presi<strong>de</strong>nte do ISEP, esta “é mais uma aposta<br />

<strong>que</strong> o ISEP faz no ensino à distância, numa altura em <strong>que</strong> se fala em<br />

contenção <strong>de</strong> custos, numa área <strong>que</strong> é tradicionalmente complicada<br />

para os alunos, a Física”. Esta evolução permite disponibilizar uma tecnologia<br />

<strong>de</strong> ensino remoto altamente interactiva e promotora <strong>de</strong> maior<br />

comodida<strong>de</strong> ao utilizador. Também o convidado <strong>de</strong> honra, Ingvar Gustavsson,<br />

<strong>de</strong>stacou o projecto do ISEP como “um meio flexível e <strong>de</strong> sucesso”,<br />

estando “a<strong>de</strong>quado às exigências do actual sistema <strong>de</strong> ensino,<br />

o Processo <strong>de</strong> Bolonha”.<br />

A primeira fase do Physics LabFARM será operacionalizada ao longo do<br />

ano lectivo. Neste primeiro semestre, tem sido testado, com sucesso,<br />

no seio <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> curricular <strong>de</strong> física aplicada na área dos circuitos<br />

eléctricos. O projecto abre ainda oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperação<br />

internacional, <strong>de</strong>stacando-se, para já, a colaboração em curso com instituições<br />

<strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> brasileiras.<br />

BOAS PRÁTICAS NA<br />

LIGAÇÃO ENTRE IES E<br />

EMPRESAS<br />

Com uma tradição centenária <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> ao tecido produtivo,<br />

o ISEP continua apostado em fazer a ponte entre o mundo académico<br />

e as empresas. Este investimento, indispensável à inovação<br />

e competitivida<strong>de</strong> dos agentes nacionais, serviu <strong>de</strong> base à oficina<br />

“Boas Práticas na Ligação entre Instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> e<br />

Empresas: a Criação e Gestão <strong>de</strong> um Gabinete <strong>de</strong> Relações Empresariais”,<br />

<strong>que</strong> teve lugar entre 19-20 <strong>de</strong> Julho.<br />

O sucesso <strong>de</strong> ecossistemas <strong>de</strong> comercialização tecnológica, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um eficaz alinhamento e partilha <strong>de</strong> conhecimentos e<br />

recursos entre parceiros governamentais, <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> e empresas.<br />

Deste modo, a crescente criação <strong>de</strong> gabinetes <strong>de</strong> relações<br />

empresariais visa facilitar estes contactos, com vista à i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> parceria, produção, partilha e comercialização<br />

<strong>de</strong> soluções tecnológicas inovadoras.<br />

Organizado pela University Technology Enterprise Network (UTEN),<br />

através do Grupo <strong>de</strong> Investigação em <strong>Engenharia</strong> do Conhecimento<br />

e Apoio à Decisão (GECAD), o workshop apresentou mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

gabinetes <strong>de</strong> relações empresariais existentes em instituições <strong>de</strong><br />

Ensino <strong>Superior</strong>, <strong>de</strong> forma a espelhar boas práticas <strong>de</strong> cooperação<br />

com empresas a nível regional, nacional e internacional, e abordou<br />

temas como <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estratégias, estruturas e programas,<br />

talento e relacionamentos.<br />

Tendo como convidados especiais Bill Catlett, da University of Texas<br />

at Austin, EUA, e Anthony Boccanfuso, da National Aca<strong>de</strong>my of Sciences<br />

norte-americana, este evento contou com ampla participação <strong>de</strong><br />

responsáveis por Oficinas <strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong> Tecnologia (OTIC) <strong>de</strong><br />

instituições académicas, incluindo a OTIC do Politécnico do Porto.<br />

NN2010 SUMMER SCHOOL<br />

O ISEP voltou a promover a Escola <strong>de</strong> Verão em Re<strong>de</strong>s Neuronais<br />

(NN2010) entre 12-16 <strong>de</strong> Julho (<strong>de</strong> 2010). Dedicada ao tema “Neural<br />

Networks in Classification, Regression and Data Mining”, esta<br />

última edição reuniu sessões teóricas e práticas e voltou a incluir<br />

uma sessão <strong>de</strong> posters/workshop <strong>que</strong> serviu <strong>de</strong> fórum <strong>de</strong> discussão<br />

para aconselhamento <strong>de</strong> <strong>projectos</strong> em curso.<br />

As re<strong>de</strong>s neuronais (NN) são uma importante ferramenta para tarefas<br />

<strong>de</strong> classificação e regressão, com aplicação em várias áreas<br />

da engenharia, economia, medicina ou bio-informática. Neste<br />

sentido, a Escola <strong>de</strong> Verão preten<strong>de</strong>u contribuir para a divulgação<br />

e compreensão <strong>de</strong> paradigmas relevantes das NN, <strong>de</strong>signadamente<br />

o perceptrão multi-camada (MLP), as funções <strong>de</strong> base<br />

radial (RBF) e as máquinas <strong>de</strong> vectores <strong>de</strong> suporte (SVM) usados<br />

em tarefas <strong>de</strong> classificação, regressão e previsão, ilustradas com<br />

aplicações em dados reais.<br />

Esta 7ª edição da Escola <strong>de</strong> Verão primou pela conjugação <strong>de</strong> uma<br />

forte orientação internacional, com a perspectiva empresarial, <strong>de</strong>stacando-se<br />

a presença <strong>de</strong> sete oradores estrangeiros entre os 10<br />

oradores convidados, com especial relevo para as contribuições <strong>de</strong><br />

Hans-Georg Zimmermann (Siemens AG, Alemanha) e Craig Saun<strong>de</strong>rs<br />

(Xerox Research Centre, França).<br />

Segundo Jorge M. Santos, docente do Departamento <strong>de</strong> Matemática<br />

(DMA) e presi<strong>de</strong>nte da edição <strong>de</strong>ste ano, o interesse suscitado<br />

pela Escola <strong>de</strong> Verão resulta, em gran<strong>de</strong> parte, do elevado nível<br />

científico da mesma e da capacida<strong>de</strong> do seu comité científico em<br />

garantir a presença <strong>de</strong> peritos reconhecidos internacionalmente<br />

na área das re<strong>de</strong>s neuronais.<br />

A NN2010 foi organizada pelo ISEP conjuntamente com o <strong>Instituto</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Biomédica da Universida<strong>de</strong> do Porto (INEB) e contou<br />

com uma colaboração especial do Grupo <strong>de</strong> Investigação em<br />

<strong>Engenharia</strong> do Conhecimento e Apoio à Decisão do ISEP (GECAD).


EVENTOS<br />

07<br />

CONHECER MAIS PARA MELHOR ORIENTAR<br />

O <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do Porto, através da Divisão <strong>de</strong><br />

Cooperação e Comunicação organizou, em Outubro, a iniciativa “Conhecer<br />

Mais para Melhor Orientar”. Direccionada para técnicos dos<br />

serviços <strong>de</strong> psicologia e orientação e docentes do Ensino Secundário<br />

e Profissional, <strong>que</strong> apoiam alunos na sua orientação vocacional, este<br />

evento abriu as portas do <strong>Instituto</strong> para mostrar o espírito <strong>que</strong> marca<br />

a comunida<strong>de</strong> ISEP.<br />

Esta iniciativa preten<strong>de</strong>u aprofundar o conhecimento sobre o Ensino<br />

<strong>Superior</strong> Público, <strong>de</strong>signadamente as especificida<strong>de</strong>s e potencialida<strong>de</strong>s<br />

do subsistema politécnico e da própria marca ISEP. Tendo por base<br />

<strong>que</strong> pessoas mais informadas têm liberda<strong>de</strong> para <strong>de</strong>cidir melhor, foram<br />

abordadas <strong>que</strong>stões associadas à transição e adaptação ao Ensino <strong>Superior</strong>,<br />

a filosofia <strong>de</strong> ensino do ISEP, oferta formativa e saídas profissionais.<br />

Contando com apresentações do <strong>Instituto</strong>, do perfil do corpo estudantil,<br />

das onze licenciaturas e da abordagem <strong>de</strong> ensino CDIO (Conceber,<br />

Desenvolver, Implementar, Operacionalizar), “Conhecer Mais para Melhor<br />

Orientar” permitiu um contacto directo entre os agentes educativos<br />

do Ensino Secundário e Profissional com directores <strong>de</strong> curso e estudantes.<br />

Desta<strong>que</strong> ainda para a presença da presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />

Pedagógico, Eduarda Pinto Ferreira, e da vice-presi<strong>de</strong>nte do ISEP, Joana<br />

Sampaio. Além das apresentações, foram ainda realizadas visitas pelo<br />

campus, a laboratórios e grupos <strong>de</strong> investigação, o <strong>que</strong> permitiu observar<br />

e vivenciar tecnologias e ritmos do <strong>Instituto</strong>.<br />

Os representantes <strong>de</strong> 24 escolas do Gran<strong>de</strong> Porto assinalaram a iniciativa<br />

como positiva, tendo sido já solicitadas visitas <strong>de</strong> alunos durante os<br />

dias abertos <strong>que</strong> o ISEP promove ao longo <strong>de</strong> todo o ano lectivo.<br />

WORKSHOP PEDRA NATURAL NA CONSTRUÇÃO<br />

No dia 24 <strong>de</strong> Setembro, o Grupo <strong>de</strong> Investigação e Consultoria em <strong>Engenharia</strong> Civil (GICEC)<br />

organizou um workshop intitulado “Pedra Natural na Construção”. Este evento reuniu um<br />

reputado painel <strong>de</strong> peritos nacionais e estrangeiros <strong>de</strong> diversos ramos da <strong>Engenharia</strong>, no Centro<br />

<strong>de</strong> Congressos do ISEP, para discutir <strong>de</strong>safios e soluções associados à aplicação da pedra<br />

natural na construção.<br />

De acordo com Rui Camposinhos, director do mestrado em Tecnologia e Gestão das Construções<br />

e coor<strong>de</strong>nador do GICEC, “a pedra natural é reconhecidamente um material <strong>de</strong> construção<br />

cuja aplicação na construção <strong>de</strong> edifícios, por simples <strong>que</strong> pareça, se reveste <strong>de</strong> alguma<br />

complexida<strong>de</strong> sobretudo quando aplicada em exteriores”.<br />

Neste sentido, e consi<strong>de</strong>rando o potencial económico da pedra portuguesa e das novas<br />

metodologias e ferramentas no sector da construção civil, o encontro abordou temas como<br />

“Fixação Mecânica <strong>de</strong> Pedra Natural em Fachadas”; “Painéis Pré-esforçados em Pedra Natural”;<br />

“Sistemas <strong>de</strong> Fixação para Pedra Ornamental em Revestimentos”; “Estudo e Análise da<br />

Correlação Existente entre a Absorção <strong>de</strong> Água, Porosida<strong>de</strong> Aparente, Massa Volúmica Aparente,<br />

Condutivida<strong>de</strong> e Difusibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Três Pedras Naturais Quimicamente Distintas”; “Kerf<br />

Anchorage Design”.<br />

A engenharia <strong>de</strong> fachadas e o estudo e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos sistemas estão entre as<br />

áreas <strong>de</strong> especialização do GICEC. O ISEP explora ainda estes temas na licenciatura em <strong>Engenharia</strong><br />

Civil e no mestrado em Tecnologia e Gestão das Construções.


08<br />

EVENTOS<br />

ECEL 2010 9ª CONFERÊNCIA EUROPEIA EM E-LEARNING<br />

O e-learning é uma das áreas mais activas em termos <strong>de</strong> prática e investigação<br />

no sector da educação e formação europeia. O uso <strong>de</strong> novas e<br />

inovadoras tecnologias <strong>de</strong> suporte à aprendizagem tem vindo a levantar<br />

crescentes expectativas entre investigadores, professores, estudantes<br />

e outros intervenientes educativos.<br />

Entre 4 e 5 <strong>de</strong> Novembro, o Centro <strong>de</strong> Congressos do ISEP foi palco do<br />

principal encontro europeu sobre ensino à distância. A ECEL 2010 – 9ª<br />

Conferência Europeia em E-Learning – reuniu no Porto os principais peritos<br />

europeus da área. Este evento permitiu divulgar <strong>projectos</strong> em curso,<br />

discutir o estado da arte e promover oficinas, constituindo-se como<br />

mais um marco na prática consolidada do ISEP em ensino à distância.<br />

Na edição <strong>de</strong>ste ano, presidida por Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho e Paula Escu<strong>de</strong>iro,<br />

docentes do Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática e investigadores<br />

no Graphics, Interaction and Learning Technologies, GILT,<br />

foram apresentados perto <strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> <strong>projectos</strong>, entre comunicações,<br />

posters e mesas redondas, <strong>que</strong> serão alvo <strong>de</strong> publicação no<br />

Electronic Journal of e-Learning.<br />

A ECEL 2010 albergou ainda um espaço <strong>de</strong> exposição para <strong>de</strong>monstração<br />

<strong>de</strong> produtos, e beneficiou da vocação universalista portuguesa para esten<strong>de</strong>r<br />

o convite à participação <strong>de</strong> profissionais da América Latina e África.<br />

Deste modo, o ISEP acabou por potenciar a troca <strong>de</strong> experiências na área<br />

do e-learning entre peritos europeus e <strong>de</strong> dois mercados emergentes.<br />

QTDEI<br />

SEMINÁRIOS ISEs – INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL<br />

O Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática (DEI) promoveu, no dia 17<br />

<strong>de</strong> Novembro, a primeira sessão no corrente ano lectivo das Quartas à<br />

Tar<strong>de</strong> no DEI (QTDEI). Organizada em parceria com o capítulo português<br />

da IEEE Computational Intelligence Society, esta sessão enquadrou-se<br />

com os Seminários dos <strong>Instituto</strong>s <strong>Superior</strong>es <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

(ISEs), sendo <strong>de</strong>dicada ao tema da Inteligência Artificial.<br />

As QTDEI são encontros <strong>de</strong> divulgação científica, promovidos regularmente<br />

pelo DEI, em linha com áreas <strong>de</strong> actuação dos grupos <strong>de</strong> I&D<br />

do ISEP ou temas leccionados nos cursos do <strong>Instituto</strong>. Neste sentido,<br />

a sessão subordinada à Inteligência Artificial insere-se no âmbito <strong>de</strong><br />

<strong>projectos</strong> <strong>de</strong>senvolvidos no Grupo <strong>de</strong> Investigação <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do<br />

Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) e trouxe ao ISEP os investigadores<br />

Amélia Loja, do <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Lisboa, e<br />

Viriato Mar<strong>que</strong>s, do <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Coimbra.<br />

A sessão arrancou com a apresentação <strong>de</strong> Amélia Loja, <strong>que</strong> abordou a<br />

Optimização <strong>de</strong> Estruturas Laminadas Adaptativas Utilizando Mo<strong>de</strong>los<br />

<strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m <strong>Superior</strong> e Algoritmos Genéticos. Seguiu-se Viriato Mar<strong>que</strong>s,<br />

cuja comunicação, Criativida<strong>de</strong> Musical através da Computação Evolucionária,<br />

explora caminhos da inteligência artificial <strong>que</strong> possibilitem o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aplicações capazes <strong>de</strong> criar música.<br />

Com uma longa tradição, as QTDEI são eventos abertos a qual<strong>que</strong>r interessado<br />

nos últimos avanços do universo computacional, e um ponto<br />

<strong>de</strong> contacto para o meio académico nacional.


INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />

09<br />

LABCARGA<br />

TECNOLOGIA DE<br />

PONTA AO SERVIÇO DA<br />

GEOTECNIA<br />

Nasceu, formalmente, em 2005 e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então nunca mais<br />

parou. O Laboratório <strong>de</strong> Cartografia e Geologia Aplicada<br />

(LABCARGA) é mais um caso <strong>de</strong> sucesso do ISEP, <strong>que</strong> nasceu<br />

e vingou. O professor Hel<strong>de</strong>r Chaminé, responsável<br />

pelo LABCARGA, esteve à conversa com o ISEP.BI e <strong>de</strong>u-<br />

-nos a conhecer o trabalho <strong>de</strong>senvolvido em estudos <strong>de</strong><br />

investigação académicos, mas também e, principalmente,<br />

na prestação <strong>de</strong> serviços especializados, em Portugal<br />

e no exterior. Sem dúvida, um crescimento exponencial<br />

e uma área <strong>de</strong> actuação vasta marcam os primeiros anos<br />

<strong>de</strong> vida do LABCARGA <strong>que</strong>, em 2008, <strong>de</strong>u um salto qualitativo<br />

ao adquirir tecnologias <strong>de</strong> geoposicionamento <strong>de</strong><br />

alta precisão, um auxiliar precioso nos estudos <strong>de</strong> Geociências<br />

e Geoengenharia.<br />

Longe vão os tempos da bússola ao serviço da <strong>Engenharia</strong> Geotécnica.<br />

Actualmente, o rigor na execução dos trabalhos impõe novas<br />

alternativas, soluções <strong>que</strong> o LABCARGA não hesitou em adquirir. A<br />

partir <strong>de</strong> 2008, a natureza das tarefas do laboratório simplificou-se e<br />

a utilização do GPS <strong>de</strong> alta precisão tornou-se uma realida<strong>de</strong>. Este<br />

aparelho versátil, portátil e <strong>de</strong> alta resolução, proporciona uma precisão<br />

centimétrica na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 30 a 40 cm, <strong>que</strong> po<strong>de</strong> atingir os 10<br />

a 15 cm se for aplicada a correcção diferencial e, ainda, se atingir<br />

condições óptimas <strong>de</strong> recepção <strong>de</strong> sinal.<br />

As geociências aplicadas à engenharia, a geotecnia dos maciços, a<br />

geoengenharia costeira, a hidrogeologia aplicada e, neste momento<br />

a dar os primeiros passos, a geoconservação do património geológico-mineiro,<br />

e o geoturismo, são algumas das áreas científicas em<br />

<strong>que</strong> o LABCARGA actua. Um le<strong>que</strong> <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s vasto <strong>que</strong> exige,<br />

portanto, novos métodos <strong>de</strong> abordagem. Desenhar mapas cartográficos,<br />

geoposicionar uma sondagem hidrogeológica ou geotécnica,<br />

trabalhar com uma malha <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> amostragem e fazer medições<br />

rigorosas, já não é “um bicho-<strong>de</strong>-sete-cabeças”. Para o professor<br />

coor<strong>de</strong>nador Hel<strong>de</strong>r Chaminé, “felizmente, nos últimos anos,<br />

houve uma revolução completa a nível da tecnologia dos sistemas<br />

<strong>de</strong> informação geográfica e <strong>de</strong> geoposicionamento. Isso permitiu-<br />

-nos dar um salto qualitativo e tornou-nos mais competitivos a vários<br />

níveis”.


10<br />

INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />

ENSINAR, PRODUZIR E INVESTIGAR<br />

Com um grupo <strong>de</strong> trabalho composto por seis docentes/investigadores<br />

e seis bolseiros, o LABCARGA congrega diferentes objectivos. Em<br />

primeiro lugar, o professor Hel<strong>de</strong>r Chaminé <strong>de</strong>staca a componente<br />

pedagógica, “especialmente no ensino pós-graduado e até <strong>de</strong> extensão<br />

<strong>de</strong> cultura geo-científica, através <strong>de</strong> <strong>projectos</strong> Ciência Viva, para o<br />

gran<strong>de</strong> público”. Por outro lado, continua, “somos um centro <strong>de</strong> prestação<br />

<strong>de</strong> serviços especializados”, com forte sentido empresarial ligado<br />

a apoiar problemas <strong>de</strong> I&D. O terceiro vector é o da investigação associada,<br />

pois, como adianta o impulsionador do LABCARGA, “em alguns<br />

<strong>projectos</strong>, não é só o relatório técnico <strong>que</strong> é a nossa priorida<strong>de</strong>, mas<br />

também a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos publicar estudos interessantes a<br />

nível internacional em revistas <strong>de</strong> impacto”.<br />

Vocacionado para o ensino teórico-prático, uma das vantagens para<br />

<strong>que</strong>m integra o LABCARGA é a experiência <strong>de</strong> campo. Aliás, Hel<strong>de</strong>r<br />

Chaminé garante <strong>que</strong> “a aquisição <strong>de</strong>ssas ferramentas, da vivência<br />

no terreno, <strong>de</strong>fine a atitu<strong>de</strong> conceptual e o perfil do engenheiro geotécnico<br />

ou <strong>de</strong> qual<strong>que</strong>r outro geo-profissional”. Para as empresas é,<br />

obviamente, uma mais-valia, pois transmite uma imagem positiva, <strong>de</strong><br />

profissionais competentes, com elevado know-how. Hoje em dia, garante,<br />

são notórias as vantagens na contratação <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> serviços:<br />

“permite aumentar os níveis <strong>de</strong> segurança, a sustentabilida<strong>de</strong> e a optimização<br />

dos recursos”.<br />

PROJECTOS DE CARIZ<br />

INTERDISCIPLINAR E MULTIDISCIPLINAR<br />

O trabalho em equipas multidisciplinares faz parte do perfil do engenheiro<br />

geotécnico <strong>que</strong>, sucessivamente, tem <strong>que</strong> interagir com diferentes<br />

profissões, não só no ramo da engenharia, mas também <strong>de</strong><br />

outras áreas. “É a nossa espinha dorsal”, afirma, sem hesitar, o coor<strong>de</strong>nador<br />

do LABCARGA. De facto, essa articulação é fundamental, mais<br />

ainda, por<strong>que</strong> o espectro <strong>de</strong> actuação do LABCARGA extravasa, hoje, as<br />

fases <strong>de</strong> reconhecimento cartográfico e prospecção, intervindo também<br />

em estudos <strong>de</strong> monitorização, nos períodos durante e pós-obra.<br />

Com vários <strong>projectos</strong> em mãos e outros tantos já concluídos, são inúmeros<br />

os exemplos da cooperação estratégica com instituições não só<br />

académicas, mas também empresariais.<br />

O mais recente projecto <strong>de</strong>nomina-se CARTGALICIA e foi encomendado<br />

pela Xunta <strong>de</strong> Galicia, através da Fundação Empresa da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Santiago <strong>de</strong> Compostela, com <strong>que</strong>m o LABCARGA já colabora há<br />

alguns anos. O objectivo é “apoiar a cartografia SIG do plano <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento<br />

da orla costeira da Galiza, <strong>que</strong> vai ter um impacto consi<strong>de</strong>rável<br />

na região”, avança Hel<strong>de</strong>r Chaminé.<br />

Doutorado em Geologia pela Universida<strong>de</strong> do Porto e Pós-Doutorado<br />

em Geociências pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro, Hel<strong>de</strong>r<br />

Chaminé chegou ao ISEP em 2003 como Professor Coor<strong>de</strong>nador<br />

no Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica. O coor<strong>de</strong>nador<br />

do LABCARGA assume ainda a posição <strong>de</strong> director do curso<br />

<strong>de</strong> Mestrado em <strong>Engenharia</strong> Geotécnica e Geoambiente e o <strong>de</strong><br />

sub-director do Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica. Tem<br />

mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> experiência profissional em <strong>projectos</strong> interdisciplinares<br />

nas áreas <strong>de</strong> Cartografia, Geomecânica Mineira,<br />

Geologia Estrutural, Geoengenharia <strong>de</strong> Maciços Rochosos e Hidrogeologia.<br />

Co-autor <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 160 publicações em revistas<br />

internacionais e nacionais, editor científico <strong>de</strong> quatro volumes<br />

<strong>de</strong> actas, participa em vários <strong>projectos</strong> científicos da FCT e Europeus.<br />

É ainda editor associado em quatro revistas internacionais,<br />

nos EUA, Canadá, Argentina e Espanha. Foi avaliador da<br />

DGES, como perito em Geociências, dos cursos <strong>de</strong> Bolonha.<br />

Outra parceria já longa, estabelecida pelo professor coor<strong>de</strong>nador José<br />

Martins Carvalho com o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Inovação Tecnológica dos Açores<br />

(INOVA), envolve o LABCARGA na avaliação do potencial geotérmico<br />

<strong>de</strong> alta entalpia.<br />

No Mosteiro <strong>de</strong> Tibães, através do <strong>Instituto</strong> Português do Património<br />

Arquitectónico (IPPAR), o LABCARGA estudou a geotecnia e estabilização<br />

<strong>de</strong> uma galeria <strong>de</strong> uma antiga mina <strong>de</strong> volfrâmio das Aveleiras para<br />

ser intervencionada <strong>de</strong> forma a receber participantes num percurso<br />

subterrâneo singular.<br />

A terminar está o projecto europeu TERMARED, através do qual conseguiram<br />

inventariar mais <strong>de</strong> 340 locais no Norte <strong>de</strong> Portugal e 250<br />

locais na Galiza, dos quais referenciaram 12 novos pontos, em Portugal,<br />

para a implementação <strong>de</strong> futuros pólos termais. Este projecto tem<br />

como parceiros a Xunta <strong>de</strong> Galicia, a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vigo, o <strong>Instituto</strong><br />

<strong>de</strong> Hidrotermalismo da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bordéus, a Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

do Alto Tâmega, entre outras instituições. Com conclu-


INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />

11<br />

não exclui a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar noutros <strong>projectos</strong> relacionados<br />

com a orla costeira rochosa, <strong>que</strong> potenciem a protecção da sua ri<strong>que</strong>za.<br />

O GISCOAST conta com a colaboração e participação <strong>de</strong> empresas<br />

e instituições nacionais, como os Irmãos Cavaco S.A., o Centro<br />

GEOBIOTEC|UA, o DG-FLUP, a CCDR-N, a APDL, mas também <strong>de</strong> instituições<br />

estrangeiras, como o Centre d’Étu<strong>de</strong>s Techni<strong>que</strong>s Maritimes et<br />

Fluviales (França) e a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santiago Compostela (Espanha).<br />

PROJECÇÃO FORA DE PORTAS<br />

De facto, o LABCARGA é, hoje, reconhecido a nível nacional e internacional,<br />

em estudos multidisciplinares <strong>de</strong> geoengenharia. O segredo do<br />

sucesso? “Muito trabalho, uma equipa fantástica e amor à camisola”,<br />

afirma, sem hesitar, o professor Hel<strong>de</strong>r Chaminé.<br />

são prevista para Março <strong>de</strong> 2011, os resultados vão ser apresentados<br />

durante um congresso internacional <strong>de</strong> turismo termal, em Ourense.<br />

A nível local, o LABCARGA participou no estudo da hidrogeologia urbana<br />

do Porto e da hidrogeologia do sistema montanhoso da Serra da<br />

Estrela, ambos financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia<br />

(FCT). Também a nível local, mas como prestador <strong>de</strong> serviços, o LAB-<br />

CARGA participou, em parceria com a empresa GGC Lda, num estudo,<br />

com duração <strong>de</strong> dois anos, solicitado pela empresa Irmãos Cavaco SA,<br />

cujo principal objectivo era inventariar, cartografar, georreferenciar e<br />

avaliar todos os recursos geológicos próximos à faixada Atlântica com<br />

potenciais características geotécnicas como geomaterial <strong>de</strong> enrocamento<br />

para obras marítimas.<br />

A maioria dos <strong>projectos</strong> permitiu a publicação <strong>de</strong> resultados em revistas<br />

<strong>de</strong> impacto internacional, tais como: Environmental & Engineering<br />

Geoscience, Environmental Earth Sciences, Hydrogeology Journal,<br />

International Journal of Speleology, Journal of Coastal Research, WIT<br />

Transactions on Ecology and the Environment, Geothermal Resources<br />

Council Transactions, Geosciences Journal, entre outras. Além disso,<br />

as conclusões dos <strong>projectos</strong> ma<strong>de</strong> in LABCARGA foram já apresentadas<br />

em actas <strong>de</strong> congressos internacionais ou publicadas em volumes<br />

especiais, organizados por instituições como, International Society for<br />

Rock Mechanics (ISRM), International Association for Engineering Geology<br />

and the Environment (IAEG), International Association of Hydrogeologists<br />

(IAH) e Geological Society of London.<br />

GISCOAST – UM PROJECTO<br />

GALAICO-PORTUGUÊS<br />

Des<strong>de</strong> 2008, o LABCARGA li<strong>de</strong>ra uma investigação multidisciplinar <strong>que</strong><br />

envolve Portugal e a Galiza, “um eixo estratégico”, segundo o professor<br />

Hel<strong>de</strong>r Chaminé. O principal objectivo do GISCOAST é o ensaio <strong>de</strong><br />

metodologias cartográficas SIG, e análise do impacto das alterações<br />

climáticas nos geomateriais das obras <strong>de</strong> protecção costeira ao longo<br />

da faixa costeira Atlântica (entre Caminha e Figueira da Foz e alguns<br />

sectores na costa rochosa da Galiza) para <strong>que</strong>, <strong>de</strong>sta forma, se possa<br />

actuar e contribuir para melhores metodologias <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa.<br />

Embora este projecto ainda se encontre em fase <strong>de</strong> arran<strong>que</strong>, uma vez<br />

<strong>que</strong> as conclusões finais estão agendadas para daqui a três anos, com<br />

a apresentação da tese <strong>de</strong> doutoramento da engenheira geotécnica e<br />

bolseira da FCT Ana Pires, o LABCARGA já colocou “mãos à obra”. Até<br />

ao momento, foi analisada a protecção costeira <strong>de</strong> Espinho, com base<br />

na criação <strong>de</strong> uma ficha geotécnica e inspecção visual dos geomateriais<br />

<strong>que</strong> compõem a estrutura, para além da aquisição <strong>de</strong> imagens<br />

aéreas <strong>de</strong> alta resolução. Esta metodologia <strong>de</strong> georreferenciação foi<br />

igualmente aplicada na inventariação das pedreiras reconhecidas dos<br />

distritos do Porto e Aveiro, <strong>de</strong> forma a comparar resultados.<br />

Até ao momento, a cartografia aplicada revela <strong>que</strong> são colocados geomateriais,<br />

com características geomecânicas menos a<strong>de</strong>quadas, nas<br />

obras <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa costeira. Tal conclusão já valeu ao laboratório artigos<br />

em publicações internacionais <strong>de</strong> prestígio. No futuro, o LABCARGA<br />

No início <strong>de</strong> Dezembro, o ISEP recebeu o V Congresso Nacional<br />

<strong>de</strong> Geomorfologia. Organizado pelo professor Hel<strong>de</strong>r<br />

Chaminé, elemento da direcção da Associação Portuguesa <strong>de</strong><br />

Geomorfólogos, o encontro teve como figura <strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<strong>que</strong> o<br />

professor catedrático James Griffiths, Presi<strong>de</strong>nte da School of<br />

Geography, Earth & Environmental Sciences da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Plymouth (Inglaterra), uma referência mundial em estudos<br />

<strong>de</strong> Cartografia Aplicada e Geomorfologia <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>.


12 DEPOIS DO ISEP<br />

“O ISEP É UMA CASA<br />

EM QUE ALGUNS DOS<br />

VALORES SWEDWOOD<br />

ESTÃO PRESENTES –<br />

A SIMPLICIDADE, O<br />

EMPREENDEDORISMO E<br />

AS PESSOAS”<br />

JORGE FERREIRA<br />

Nesta edição do ISEP.BI apresentamos o percurso <strong>de</strong> mais um antigo aluno<br />

do ISEP: Jorge Ferreira, director <strong>de</strong> fábrica da Board on Frame - Swedwood<br />

Portugal, empresa <strong>que</strong> integra o grupo IKEA. No final dos anos<br />

80, concluiu a licenciatura em <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica no ISEP e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

essa altura, e após uma breve passagem pelo ensino, esteve sempre ligado<br />

a empresas multinacionais: primeiro na United Technologies Automotive<br />

e, mais recentemente, na Swedwood. Com um percurso profissional<br />

estritamente ligado à gestão <strong>de</strong> equipas e pessoas, Jorge Ferreira garante<br />

<strong>que</strong> continua a sentir-se engenheiro, pois i<strong>de</strong>ntifica em si características<br />

muito próprias à profissão: o gosto pelo <strong>de</strong>talhe e pelo rigor.<br />

SWEDWOOD<br />

A Swedwood nasceu no seio da IKEA para garantir uma vantagem<br />

competitiva ao grupo, embora tenha uma estrutura<br />

organizativa in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da multinacional. Com produção<br />

exclusiva para as lojas IKEA, não é objectivo da Swedwood fazer<br />

concorrência a outras empresas no mercado. Por seu turno,<br />

a IKEA é livre <strong>de</strong> recorrer a outros fornecedores, sempre na<br />

condição <strong>de</strong> encontrar o melhor preço e a melhor qualida<strong>de</strong>.<br />

O projecto português nasceu em 2007 e é único, em todo o<br />

mundo, pois engloba, no mesmo local, uma fábrica Board on<br />

Frame e uma fábrica <strong>de</strong> produção Flat Line.<br />

Jorge Ferreira é director <strong>de</strong> fábrica da Board on Frame, uma<br />

das três divisões <strong>de</strong> produto da Sweedwood (as restantes são<br />

a Solidwood e a Flat Line). Este tipo <strong>de</strong> produção caracteriza-<br />

-se por mobiliário com uma estrutura exterior em placas e o<br />

interior revestido com papel.<br />

A fábrica <strong>que</strong> Jorge Ferreira li<strong>de</strong>ra, comercializa mais <strong>de</strong> 160<br />

produtos diferentes, para todas as lojas do mercado Ibérico e<br />

da Ásia. A aposta em Portugal é uma <strong>de</strong>cisão estratégica, <strong>que</strong><br />

tem por base dois pilares: reduzir a pressão sobre as fontes <strong>de</strong><br />

matéria-prima no Leste Europeu e garantir capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />

mais próxima <strong>de</strong> utilizadores finais, diminuindo assim<br />

os custos <strong>de</strong> distribuição. Para além disso, o pólo <strong>de</strong> fabrico<br />

no nosso país está em melhores condições <strong>de</strong> fazer entregas à<br />

Ásia por via marítima.<br />

A licenciatura em <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica ligou-o ao ISEP <strong>de</strong> 1983 a<br />

1987, mas o vínculo com esta casa ultrapassa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, o da aprendizagem<br />

académica, pois foi aqui <strong>que</strong> Jorge Ferreira conheceu a sua<br />

esposa, também ela ex-aluna do ISEP.<br />

Dos tempos <strong>de</strong> estudante recorda “uma casa séria e <strong>de</strong> trabalho, com<br />

professores <strong>que</strong> simultaneamente eram profissionais, o <strong>que</strong> nos permitia<br />

uma ligação muito interessante à realida<strong>de</strong> empresarial”. Não se<br />

confinando apenas aos estudos, Jorge Ferreira procurou <strong>que</strong> a sua passagem<br />

pelo Ensino <strong>Superior</strong> fosse mais abrangente, razão pela qual integrou<br />

as equipas <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> salão e <strong>de</strong> ténis <strong>de</strong> mesa do ISEP. Aliás,<br />

garante, “é o conjunto das experiências, das vivências e das influências<br />

<strong>que</strong> nos tornam pessoas multifacetadas.”<br />

No entanto, o caminho faz-se também <strong>de</strong> alguns obstáculos, e Jorge<br />

Ferreira nunca mais há-<strong>de</strong> es<strong>que</strong>cer a sua fraca apetência para o estudo<br />

das “correntes fracas”. “Sou um homem <strong>de</strong> correntes fortes, mas<br />

nem por isso foram con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes comigo. Guardo na memória um<br />

ensino exigente, <strong>que</strong> me obrigou a esforços para atingir objectivos”.<br />

Terminando oficialmente a licenciatura em 1988, este a<strong>de</strong>pto ferrenho<br />

do Futebol Clube do Porto estreou-se como professor no Ensino<br />

Secundário no primeiro semestre <strong>de</strong>sse ano. “Uma experiência breve,


DEPOIS DO ISEP<br />

13<br />

mas enri<strong>que</strong>cedora, <strong>que</strong> me permitiu colocar em prática os conhecimentos<br />

adquiridos no ISEP”, adianta. A mesma viria a esten<strong>de</strong>r-se, embora<br />

com outros mol<strong>de</strong>s, como instrutor na Escola Prática <strong>de</strong> Infantaria,<br />

em Mafra, durante o tempo <strong>de</strong> Serviço Militar.<br />

“SEMPRE TRABALHEI EM AMBIENTE<br />

MULTINACIONAL”<br />

Chegado à sua primeira entrevista para o mercado <strong>de</strong> trabalho, foi-lhe<br />

proposto um lugar no Departamento <strong>de</strong> Recursos Humanos da United<br />

Technologies Automotive (UTA). Recorda na altura, aceitou o <strong>de</strong>safio do<br />

director <strong>de</strong> Recursos Humanos (RH) com alguma reticência, “pois a intenção<br />

era concorrer a um lugar técnico, como qual<strong>que</strong>r engenheiro”.<br />

Ao fim <strong>de</strong> quatro anos nos RH, já como director-adjunto, a persistência<br />

<strong>de</strong> Jorge Ferreira na procura <strong>de</strong> outros caminhos <strong>de</strong>u frutos. “Não foi<br />

pacífico <strong>de</strong>ntro da empresa, mas acabei por conseguir chegar à Produção<br />

e fiz aí carreira.”<br />

Em 1999, a UTA foi comprada pela Lear Corporation, ditando uma nova<br />

mudança na vida <strong>de</strong> Jorge Ferreira, <strong>que</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1998 ocupava o cargo<br />

<strong>de</strong> director <strong>de</strong> Produção. De 1999 a 2001, foi director <strong>de</strong> fábrica na Póvoa<br />

<strong>de</strong> Lanhoso, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolveu uma nova estrutura <strong>de</strong> raiz. Ainda<br />

em 2001, foi chamado a reestruturar a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Valongo, tendo aí<br />

permanecido até ao seu encerramento, em 2007.<br />

pela qual na Swedwood ninguém se tratar pelo título. Assim, admite<br />

<strong>que</strong> a função <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança apenas se manifesta quando se traçam caminhos<br />

e metas <strong>de</strong> chegada e, eventualmente, tendo <strong>que</strong> corrigir um ou<br />

outro <strong>de</strong>svio do objectivo proposto. Para Jorge Ferreira, “dar o exemplo<br />

não significa ir à frente, mas sim indicar caminhos, criar novas oportunida<strong>de</strong>s<br />

e <strong>de</strong>safiar”.<br />

De facto, “o <strong>que</strong> me move são as pessoas”, concorda Jorge Ferreira,<br />

adiantando <strong>que</strong> “são elas também a base dos valores da Swedwood,<br />

assentes noutros três vectores: o empreen<strong>de</strong>dorimo, a simplicida<strong>de</strong> e<br />

o baixo custo”.<br />

Talvez por isso, um dia na vida <strong>de</strong> Jorge Ferreira nunca seja igual, pois<br />

como refere “o dia <strong>de</strong> trabalho típico é estar disponível”. “Sou facilitador<br />

por natureza”, remata.<br />

Com uma política <strong>de</strong> porta aberta e <strong>de</strong> partilha, Jorge Ferreira acrescenta<br />

<strong>que</strong> a Swedwood “po<strong>de</strong> ser um agente educador e impulsionador<br />

da região”. Não é por acaso <strong>que</strong> tem recebido empresas da área do mobiliário,<br />

bem como instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, <strong>que</strong> preten<strong>de</strong>m absorver<br />

algumas regras <strong>de</strong> funcionamento e boas práticas da empresa.<br />

Durante 18 anos, a UTA viu Jorge Ferreira crescer enquanto profissional:<br />

começou por recriar os serviços <strong>de</strong> formação, passou pelo serviço<br />

<strong>de</strong> Higiene e Segurança no Trabalho e, mais tar<strong>de</strong>, pela Produção. Com<br />

a entrada do novo milénio e já sob alçada da Lear Corporation, as dificulda<strong>de</strong>s<br />

da empresa começaram a fazer-se sentir. “Em 2001, quando<br />

iniciei funções como director <strong>de</strong> fábrica em Valongo tinha 2600 trabalhadores.<br />

Até 2007, foi sempre a <strong>de</strong>scer.” Apesar <strong>de</strong> não negar <strong>que</strong> foi a<br />

fase mais complicada da sua vida pessoal e profissional, Jorge Ferreira<br />

acrescenta <strong>que</strong> foi uma “fase enri<strong>que</strong>cedora”, pois “todo o processo<br />

se <strong>de</strong>senvolveu com integrida<strong>de</strong> e honestida<strong>de</strong>”. O segredo para uma<br />

dissolução tão pacífica? “A comunicação, <strong>que</strong> é o oxigénio das organizações,<br />

e a nossa credibilida<strong>de</strong> <strong>que</strong>, nestes momentos, é posta à prova”.<br />

“É NECESSÁRIO MOLHARMO-NOS”<br />

Em Abril <strong>de</strong> 2007, após o encerramento da empresa em Portugal, o<br />

grupo oferece-lhe outros cargos <strong>que</strong> implicavam emigrar. No entanto,<br />

“resolvi arriscar e fi<strong>que</strong>i”, <strong>de</strong>clara com humor.<br />

É então <strong>que</strong> aparece a Swedwood no caminho, por coincidência. Aliás,<br />

todo o seu percurso, garante, “foi feito com gran<strong>de</strong> naturalida<strong>de</strong>, sem<br />

nada forçado ou planeado”.<br />

“NÃO HÁ MELHOR MODELO DO QUE<br />

UM BOM EXEMPLO”<br />

Des<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2007, <strong>que</strong> o antigo aluno do ISEP assume a direcção <strong>de</strong><br />

fábrica Board on Frame, da Sweedwood, situada em Paços <strong>de</strong> Ferreira,<br />

tendo sob sua alçada mais <strong>de</strong> 700 funcionários. “Sou o topo <strong>de</strong> hierarquia<br />

e a minha função principal é estar na base, criando condições<br />

para <strong>que</strong> esta seja robusta, saiba enfrentar os problemas e esteja apta<br />

a respon<strong>de</strong>r aos <strong>de</strong>safios”.<br />

Como lí<strong>de</strong>r, gosta <strong>de</strong> ressalvar <strong>que</strong> é sobretudo um receptor, pois “são<br />

as pessoas <strong>que</strong> nos dão inputs”. Para isso é fundamental “um ambiente<br />

informal, <strong>que</strong> motive as pessoas a comunicarem mais e melhor”. Razão<br />

Após mais <strong>de</strong> duas décadas <strong>de</strong> experiência profissional, Jorge Ferreira<br />

afirma <strong>que</strong> o melhor conselho para <strong>que</strong>m está agora a iniciar uma carreira<br />

é, em primeiro lugar, “ser genuíno”. Como adianta, quando realiza<br />

entrevistas <strong>de</strong> trabalho “não me interessa ter o currículo à frente, mas sim<br />

saber <strong>que</strong>m as pessoas são, e como po<strong>de</strong>m acrescentar valor humano”.<br />

Neste sentido, <strong>de</strong>ixa uma crítica ao sistema <strong>de</strong> ensino em geral, muito focado<br />

nos conteúdos técnicos, e não na formação das pessoas, embora admita<br />

<strong>que</strong> “hoje existe uma maior preocupação com a envolvente social”.<br />

Em segundo, o director <strong>de</strong> fábrica da Swedwood consi<strong>de</strong>ra <strong>que</strong> as<br />

experiências multifacetadas, <strong>que</strong> se adquirem ao longo da vida, são<br />

fundamentais. O sucesso também se constrói se “cada um <strong>de</strong> nós<br />

perceber on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> fazer a <strong>diferença</strong>, e <strong>de</strong>pois lutar por isso.” A formação<br />

pelo conhecimento, a curiosida<strong>de</strong>, o incentivo à multidisciplinarida<strong>de</strong>,<br />

são outros aspectos a não <strong>de</strong>scurar. Neste sentido, em<br />

2004, Jorge Ferreira realizou uma pós-graduação em Gestão <strong>de</strong> Empresas,<br />

e não invalida um regresso ao ISEP, se tal for útil e necessário<br />

ao seu percurso profissional.<br />

“Curiosamente, o ISEP é uma casa em <strong>que</strong> alguns dos valores Swedwood<br />

estão presentes – a simplicida<strong>de</strong>, o empreen<strong>de</strong>dorismo e as pessoas”.


14<br />

DE FORA CÁ DENTRO<br />

ISEP/AEP<br />

ANTÓNIO PÊGO<br />

Em 2008, o protocolo estabelecido entre o ISEP e a Associação<br />

Empresarial <strong>de</strong> Portugal (AEP) <strong>de</strong>finiu as bases<br />

<strong>de</strong> uma licenciatura inovadora, <strong>que</strong> recebe na sua génese<br />

inputs do meio académico e empresarial. Referimo-nos<br />

ao novo curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas, <strong>que</strong> abriu este<br />

ano no ISEP com 20 vagas. Em conversa com António<br />

Pêgo, director <strong>de</strong> formação da AEP, percebemos <strong>que</strong> esta<br />

aproximação vai <strong>de</strong> encontro ao actual quadro <strong>de</strong> exigências<br />

profissionais.<br />

Com o propósito <strong>de</strong> se abrir ainda mais ao exterior e <strong>de</strong> incorporar nas<br />

suas ofertas formativas a participação <strong>de</strong> agentes externos, o ISEP convidou<br />

a AEP para colaborar na construção <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> raiz, <strong>de</strong>senvolvido<br />

com o contributo <strong>de</strong> ambas as entida<strong>de</strong>s. “É, sem dúvida, uma<br />

iniciativa inovadora, <strong>que</strong> foge ao figurino tradicional das formações do<br />

meio académico”. Quem o afirma é António Pêgo, director <strong>de</strong> formação<br />

da AEP, <strong>que</strong> acompanhou <strong>de</strong> perto a concepção do programa da<br />

licenciatura em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas, em parceria com os docentes<br />

do ISEP.<br />

A<strong>de</strong>quar o curso às necessida<strong>de</strong>s do tecido empresarial e do mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho foi outra vonta<strong>de</strong>, razão pela qual foram “mobilizados<br />

alguns empresários e empresas <strong>de</strong> referência, <strong>que</strong> pu<strong>de</strong>ram ajudar na<br />

estruturação do currículo”.<br />

“UMA ESCOLA COMO O ISEP, VOCACIO-<br />

NADA PARA O ENSINO PRÁTICO, TEM O<br />

EMPREENDEDORISMO NA SUA GÉNESE”<br />

Numa segunda fase, estando já o curso em funcionamento, está prevista<br />

a participação da AEP em iniciativas dinamizadas pelo ISEP, tais<br />

como a realização <strong>de</strong> colóquios, seminários e visitas a empresas. Aliás,<br />

segundo António Pêgo, “é nossa vonta<strong>de</strong> <strong>que</strong> esta ponte se estenda<br />

para além da licenciatura em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas e possa abarcar<br />

outros cursos do ISEP”.<br />

Num contexto social e económico favorável à dinamização <strong>de</strong> acções<br />

e apoios à criação <strong>de</strong> empresas, esta licenciatura resulta do espírito comum<br />

<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo partilhado entre a AEP e o ISEP. “Em tempos<br />

<strong>de</strong> crise, o estímulo ao empreen<strong>de</strong>dorismo é <strong>de</strong>terminante, pois<br />

trata-se <strong>de</strong> uma alternativa às soluções tradicionais”, afirma o director<br />

<strong>de</strong> formação da AEP. “Está no ADN dos portugueses serem pessoas empreen<strong>de</strong>doras”,<br />

continua.<br />

A licenciatura em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas, <strong>que</strong> tem como principal interlocutor<br />

<strong>de</strong>ntro do ISEP o Prof. Carlos Ramos, actual vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

do <strong>Instituto</strong> Politécnico do Porto e membro do CESAE (Centro <strong>de</strong> Serviços<br />

e Apoio às Empresas), marca pela <strong>diferença</strong> ao dotar os alunos <strong>de</strong><br />

novas ferramentas, caso eles <strong>que</strong>iram vir a criar o seu próprio negócio.<br />

Desta forma, a aquisição <strong>de</strong> conhecimentos <strong>que</strong> extravasam a aprendizagem<br />

pura e dura das disciplinas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> é uma realida<strong>de</strong>.<br />

Áreas como a Gestão, o Marketing, a Logística e o Direito <strong>fazem</strong> parte<br />

do programa curricular. “Esta licenciatura teve aspectos inovadores,<br />

por<strong>que</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua matriz, o objectivo é formar um engenheiro integrado<br />

e multipolar, com uma série <strong>de</strong> outras valências <strong>que</strong> hoje são<br />

muito necessárias em <strong>de</strong>terminadas condições <strong>de</strong> mercado. Sobretudo<br />

as empresas mais competitivas pe<strong>de</strong>m pessoas polivalentes, <strong>de</strong> mente<br />

aberta e orientadas para o mercado global”, conclui António Pêgo.


DE FORA CÁ DENTRO<br />

15<br />

“A AEP É UM SELO DE QUALIDADE”<br />

A principal missão da AEP, “<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os interesses das empresas e<br />

oferecer serviços <strong>que</strong> potenciem a sua competitivida<strong>de</strong>” engloba, tal<br />

como refere António Pêgo, “a promoção <strong>de</strong> <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> apoio ao empreen<strong>de</strong>dorismo,<br />

<strong>que</strong>r na formação, <strong>que</strong>r noutras áreas”. A concretização<br />

<strong>de</strong>stes apoios traduz-se na participação em diversas re<strong>de</strong>s, uma<br />

das quais com o ISEP e o IPP.<br />

Com um le<strong>que</strong> diversificado <strong>de</strong> formações <strong>que</strong> preten<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver<br />

as soft skills (o empreen<strong>de</strong>dorismo, a iniciativa, a criativida<strong>de</strong>, a li<strong>de</strong>rança,<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resolver problemas e <strong>de</strong> trabalhar em cenários <strong>de</strong><br />

alguma pressão, bem como a versatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação a diferentes<br />

contextos), a AEP aposta também no ensino das TIC (Tecnologias da<br />

Informação e Comunicação). Para António Pêgo, hoje assistimos a uma<br />

mudança <strong>de</strong> paradigma no mercado <strong>de</strong> trabalho, uma vez <strong>que</strong> “para<br />

além das competências técnicas, passamos a assistir à valorização <strong>de</strong><br />

competências comunicacionais”. Estas competências transversais são,<br />

pois, fundamentais para um jovem licenciado vencer, “nunca <strong>de</strong>scurando<br />

uma formação académica sólida”. Neste sentido, “os diplomas<br />

não são nada, se não forem somados às outras competências <strong>que</strong> têm<br />

<strong>que</strong> ser estimuladas, as tais soft skills, bem como o domínio das línguas<br />

e da informática”, conclui António Pêgo.<br />

O trabalho, o esforço e o espírito <strong>de</strong> iniciativa, são marcas comuns <strong>que</strong><br />

<strong>de</strong>finem a AEP e o ISEP. Não é por acaso <strong>que</strong> António Pêgo encontra, nas<br />

áreas <strong>de</strong> formação e Recursos Humanos da AEP, pessoas oriundas do ISEP.<br />

Num sentido mais lato, também o Norte do país é reconhecido como<br />

uma região transformadora, industrial e <strong>de</strong> trabalho. “É evi<strong>de</strong>nte <strong>que</strong><br />

está a haver uma terciarização, do meu ponto <strong>de</strong> vista porventura excessiva,<br />

mas ainda é o Norte <strong>que</strong> todos nós conhecemos”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o<br />

director <strong>de</strong> formação da AEP.<br />

Consciente da importância <strong>de</strong>sses valores tradicionais, e apesar da Associação<br />

Empresarial Industrial Portuense ter passado a ser Associação<br />

Empresarial <strong>de</strong> Portugal há já 10 anos, António Pêgo afirma <strong>que</strong><br />

O ISEP, atento a estas mudanças, procura, através <strong>de</strong>stas parcerias,<br />

estimular o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> todas estas competências, e as impressões<br />

do mercado <strong>de</strong> trabalho são, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, positivas. “O ISEP é<br />

uma escola <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> referência no Norte do país e, enquanto<br />

marca, é muito forte. Regra geral, saem daí bons profissionais, bem referenciados<br />

pelas empresas e <strong>que</strong>, posteriormente, têm facilida<strong>de</strong> em<br />

colocação. Esse contexto virtuoso esten<strong>de</strong>-se a todas as escolas do IPP”.<br />

Da mesma forma, António Pêgo enten<strong>de</strong> <strong>que</strong> a AEP, pela sua tradição e<br />

pela sua história, também prestigia o ISEP, pois está consciente <strong>de</strong> <strong>que</strong><br />

“a associação é capaz <strong>de</strong> trazer parceiros privilegiados à colocação <strong>de</strong><br />

estagiários, através <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> contactos alargada”.<br />

“HÁ AINDA POUCA MOBILIDADE<br />

EM PORTUGAL”<br />

Apesar <strong>de</strong> não consi<strong>de</strong>rar obrigatório, o director <strong>de</strong> formação da AEP<br />

acredita <strong>que</strong>, enquanto estudante, fazer Erasmus é uma mais-valia, pois<br />

permite ao jovem abrir novos horizontes. “As empresas <strong>que</strong> actuam em<br />

mercados internacionais, naturalmente, valorizam profissionais com experiências<br />

multiculturais”.<br />

No entanto, lamenta <strong>que</strong>, em Portugal, a reduzida mobilida<strong>de</strong> seja uma<br />

realida<strong>de</strong>. “Ao contrário do <strong>que</strong> se possa imaginar, ainda há muita resistência<br />

por parte dos jovens em sair do país e, mais grave ainda, em mudar<br />

<strong>de</strong> cida<strong>de</strong>. Somos um povo latino, ainda muito resistente às mudanças”<br />

como tal, o conceito <strong>de</strong> família está muito enraizado e, infelizmente, isso<br />

reduz o le<strong>que</strong> <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s”. Para António Pêgo, as oportunida<strong>de</strong>s<br />

no exterior não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> existir, mas ficam confinadas a um número<br />

restrito <strong>que</strong> as aceita. Não obstante, está confiante <strong>que</strong> as gerações mais<br />

jovens estão melhor preparadas para estes novos <strong>de</strong>safios, uma vez <strong>que</strong><br />

“já nasceram na era da Internet e das viagens low-cost”.<br />

“MUDAMOS DE NOME SEM PERDER O<br />

NORTE”<br />

“mudamos <strong>de</strong> nome sem per<strong>de</strong>r o Norte”. Por outro lado, “não fazia<br />

sentido mantermos a mesma <strong>de</strong>signação, se somos uma associação<br />

multisectorial e representamos um le<strong>que</strong> muito alargado da indústria<br />

transformadora”, mas também do comércio e serviços”, conclui.<br />

De facto, os princípios mantêm-se, mas tanto o ISEP como a AEP estão<br />

atentos aos ventos <strong>de</strong> mudança. “Os tempos <strong>que</strong> correm são <strong>de</strong> transformação<br />

e <strong>de</strong> ajustamento. O novo paradigma apresenta-nos novas<br />

formas <strong>de</strong> estar: em cooperação, em re<strong>de</strong>, na partilha <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s<br />

com as forças vivas da região. Enquanto entida<strong>de</strong> promotora, a<br />

AEP tem obrigação <strong>de</strong> se adaptar aos novos contextos e ser, também,<br />

agente da própria mudança”.<br />

Neste sentido, é com optimismo <strong>que</strong> António Pêgo encara a aposta no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das indústrias culturais e criativas na região Norte <strong>de</strong><br />

Portugal. No entanto, não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> apontar o <strong>de</strong>do a um entrave estrutural<br />

ao <strong>de</strong>senvolvimento do empreen<strong>de</strong>dorismo: a burocracia. Além<br />

disso, garante, “actualmente, as empresas já não procuram incentivos<br />

directos, mas sim a resolução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> contexto, como as acessibilida<strong>de</strong>s,<br />

as zonas circundantes e as qualificações”.<br />

A abertura às novas exigências do mercado, no seu sentido mais estratégico<br />

é, portanto, <strong>de</strong>cisiva para o futuro. A parceria ISEP-AEP para a<br />

licenciatura <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas é um marco na cooperação entre<br />

as duas instituições, na procura <strong>de</strong> novas plataformas <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong> um engenheiro multifacetado.


16 DESTAQUE<br />

SIMPLEXmente<br />

Académico<br />

O projecto <strong>que</strong><br />

faz do ISEP um<br />

exemplo <strong>de</strong> boas<br />

práticas<br />

11 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2010. Passava pouco das oito da noite<br />

quando, no palco montado a preceito no Hotel Sheraton,<br />

em Lisboa, tinha início a 8ª Gala do “Prémio Boas Práticas do<br />

Sector Público”. O ISEP recebeu o prémio “Serviço ao Cidadão”,<br />

com o Simplexmente Académico, um dos 16 melhores<br />

<strong>projectos</strong> a concurso. Esta foi, segundo a presi<strong>de</strong>nte do júri,<br />

Suzana Toscano, “uma competição renhida <strong>que</strong> espelhou a<br />

qualida<strong>de</strong> dos <strong>projectos</strong> apresentados”. Após alcançado o<br />

consenso, foram <strong>de</strong>terminados os vencedores e ficou patente<br />

a crença, <strong>de</strong> acordo com o Secretário <strong>de</strong> Estado da<br />

Administração Pública, Gonçalo Castilho, <strong>de</strong> <strong>que</strong> é fundamental<br />

“apostar em <strong>projectos</strong> <strong>que</strong> façam a <strong>diferença</strong>, principalmente<br />

no contexto actual da economia portuguesa”.<br />

E é precisamente <strong>de</strong> economia <strong>que</strong> falamos quando o assunto é o projecto<br />

Simplexmente Académico. Recuamos a 2004, quando um grupo<br />

<strong>de</strong> trabalho do ISEP, li<strong>de</strong>rado por Berta Baptista e Paula Cristina Silva,<br />

<strong>de</strong>cidiu tentar “resolver um problema da Divisão Académica e dar um<br />

melhor atendimento a alunos e funcionários”. Perante um universo <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 6500 alunos, 150 funcionários e 480 docentes, concluiu-se<br />

<strong>que</strong>, em alturas <strong>de</strong> maior afluência <strong>de</strong> público, como é o caso das matrículas<br />

ou do final do ano escolar, <strong>que</strong>m procurava este serviço esperava<br />

longas horas em filas. “Era urgente e fundamental <strong>que</strong> se passasse a<br />

ter um sistema <strong>de</strong> inscrições online. Para além <strong>de</strong> passarem umas três<br />

ou quatro horas em filas, seguia-se outra espera morosa para entregar<br />

os papéis já preenchidos”. Conclusão: “os alunos ficavam insatisfeitos e<br />

nós, funcionários da Divisão Académica, não sentíamos <strong>que</strong> estivéssemos<br />

a prestar um serviço <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>”.


DESTAQUE<br />

17<br />

Berta Baptista, responsável pelos Serviços Académicos e Paula Cristina<br />

Silva, responsável pelo Departamento Económico-Financeiro, contam<br />

<strong>que</strong> Simplexmente Académico foi o nome escolhido para a plataforma<br />

electrónica no âmbito da candidatura ao prémio das “Boas Práticas<br />

na Administração Pública”. No dia-a-dia, <strong>de</strong>ntro das quatro pare<strong>de</strong>s do<br />

ISEP, chama-se apenas “portal”. Mas, actualmente, as valências do Simplexmente<br />

Académico mostram <strong>que</strong> é mais do <strong>que</strong> um simples portal.<br />

Em 2004, as funcionalida<strong>de</strong>s <strong>que</strong> a plataforma disponibilizava eram<br />

relativamente básicas. Mas, com o tempo, e graças à perseverança e<br />

às competências dos recursos humanos do ISEP, foi ficando cada vez<br />

mais completa.<br />

Berta Baptista explicou-nos <strong>que</strong>, “na actual Presidência, é dado especial<br />

relevo às funcionalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stinadas aos estudantes, já <strong>que</strong> eles são o<br />

maior corpo da Instituição”. Nos últimos três anos, o grupo <strong>de</strong> trabalho<br />

do Simplexmente Académico, tem vindo a <strong>de</strong>senvolver diversos serviços<br />

<strong>que</strong> simplificam a vida dos estudantes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento da inscrição<br />

e da escolha <strong>de</strong> turmas, até ao momento da inscrição em exames,<br />

passando por todas as fases do ano lectivo. Neste momento, explica,<br />

“os alunos já po<strong>de</strong>m solicitar todas as operações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua casa ou <strong>de</strong><br />

qual<strong>que</strong>r equipamento à sua disposição a ace<strong>de</strong>r a todos os serviços<br />

existentes na escola, pagar através do multibanco e receber em casa,<br />

pelo correio, os pedidos <strong>que</strong> implicam o envio <strong>de</strong> um documento pela<br />

Divisão Académica do ISEP”. São, <strong>de</strong> facto, mudanças significativas <strong>que</strong><br />

melhoram a vida dos estudantes e permitem melhorar também a qualida<strong>de</strong><br />

dos serviços prestados pela Divisão Académica.<br />

“AGORA, SOMOS MAIS RÁPIDOS E<br />

EFICAZES”<br />

A disponibilida<strong>de</strong> é outro gran<strong>de</strong> ponto a favor: 24 horas por dia, sete<br />

dias por semana. Em simultâneo, <strong>de</strong> uma forma <strong>que</strong> já não é directamente<br />

visível para o estudante, “trata-se <strong>de</strong> uma plataforma <strong>que</strong> gere<br />

o fluxo <strong>de</strong> informação entre os vários intervenientes se necessário”.<br />

Por exemplo, um processo <strong>de</strong> creditação <strong>de</strong> competências “viaja” da<br />

Divisão Académica, para o Director <strong>de</strong> Curso, para o Conselho Técnico-<br />

-Científico e, finalmente, para a Divisão Académica e para o estudante,<br />

<strong>que</strong> assim toma conhecimento do seu resultado, <strong>de</strong> uma forma segura<br />

e rápida. Este circuito integra os vários serviços: a Divisão Económico-<br />

-Financeira (todos os emolumentos geram referências multibanco para<br />

pagamento e são integrados na aplicação <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> do ISEP) e<br />

a Divisão <strong>de</strong> Recursos Humanos (as presenças e o absentismo <strong>de</strong> estudantes<br />

e docentes são diariamente processadas e integradas com a<br />

aplicação <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> recursos humanos do ISEP).<br />

UM PROJECTO EM CONSTANTE<br />

EVOLUÇÃO<br />

Significativo é também o facto <strong>de</strong> terem conseguido <strong>de</strong>smaterializar<br />

processos <strong>que</strong> envolviam muito papel: os processos dos alunos (o seu<br />

historial, as suas notas), os registos <strong>de</strong> presenças em aulas (o controlo<br />

actualmente é feito pela passagem <strong>de</strong> um cartão), os concursos <strong>de</strong><br />

acesso local (as candidaturas são feitas on-line e toda a informação é<br />

disponibilizada ao Júri em suporte digital) e os processos <strong>de</strong> creditação<br />

<strong>de</strong> competências dos estudantes <strong>que</strong> se transferem para a nossa instituição,<br />

e <strong>que</strong> são em número significativo.<br />

Apesar <strong>de</strong> estar activa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004, a plataforma sofreu um ponto <strong>de</strong><br />

viragem significativo em 2009, tal como explicou ao ISEP.BI Berta Baptista.<br />

“Instigados pela potencial pan<strong>de</strong>mia da Gripe A, <strong>de</strong>cidimos <strong>que</strong><br />

iríamos mesmo criar as condições para <strong>que</strong> os estudantes <strong>de</strong>ixassem<br />

<strong>de</strong> estar fisicamente presentes nos nossos serviços para resolver os<br />

seus problemas”, explica. Segundo relatam as duas responsáveis, a partir<br />

<strong>de</strong>sse ponto, “sentimos logo as <strong>diferença</strong>s, passando a ter muitos<br />

mais pedidos por via electrónica do <strong>que</strong> presenciais”.<br />

E, qual é o resultado prático? “Faz com <strong>que</strong> sejamos mais rápidos e mais<br />

eficazes”, conta. No entanto, Berta Baptista e Paula Cristina Silva explicam<br />

<strong>que</strong> esta simplificação <strong>de</strong> processos “exigiu também uma adaptação<br />

dos funcionários à nova metodologia <strong>de</strong> trabalho”, numa clara aposta<br />

do ISEP na formação, “mas permitiu-nos dar resposta a um número cada<br />

vez maior <strong>de</strong> alunos, com redução da <strong>de</strong>spesa com funcionários, o <strong>que</strong> é<br />

uma das mais-valias importantes <strong>de</strong>ste projecto para a Instituição”.<br />

Mas as vantagens do Simplxemente Académico não se ficam por aqui.<br />

“A aplicação permite ainda melhorar significativamente o fluxo <strong>de</strong> informação,<br />

pois <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> existir documentos <strong>que</strong> viajavam fisicamente<br />

<strong>de</strong>ntro da instituição, acompanhados do respectivo protocolo<br />

em papel. Hoje a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma Tese <strong>de</strong> Mestrado está disponível para<br />

consulta, acompanhada da respectiva nota e acta <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberação do<br />

Júri, mal é homologada superiormente”, explica Berta Baptista.<br />

As responsáveis explicam <strong>que</strong> “a plataforma continua a evoluir, tendo<br />

vindo a ser acrescentadas novas funcionalida<strong>de</strong>s todos os anos”. E, esta<br />

evolução é possível pois o ISEP é uma Escola <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> e, como<br />

tal, tem capacida<strong>de</strong> técnica para <strong>de</strong>senvolver uma aplicação à medida,<br />

<strong>que</strong> já <strong>de</strong>monstrou claramente <strong>que</strong> representa uma poupança significativa<br />

no custo dos processos. Poupança essa <strong>que</strong> é especialmente<br />

significativa na actual conjuntura económico-financeira, <strong>que</strong>r para a<br />

escola, <strong>que</strong>r para os estudantes.


18<br />

DESTAQUE<br />

O PORTAL DO ISEP É A PRINCIPAL<br />

FERRAMENTA DESTE PROJECTO<br />

Um dos mais completos portais do Ensino <strong>Superior</strong> em Portugal,<br />

o portal do ISEP, é o meio por excelência para os estudantes<br />

resolverem todas as <strong>que</strong>stões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m burocrática.<br />

Ricardo Vieira, aluno do 1º ano do mestrado <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> informática<br />

afirma <strong>que</strong> “<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006, ano em <strong>que</strong> vim para o ISEP,<br />

<strong>que</strong> o portal está em funcionamento, mas ao longo dos anos<br />

tem vindo a ganhar cada vez mais funcionalida<strong>de</strong>s.” Fruto do<br />

projecto Simplexmente Académico, é agora possível fazer inscrições<br />

online, obter certidões <strong>de</strong> matrícula, ou ainda pagar o<br />

par<strong>que</strong> automóvel, escolhendo a opção <strong>de</strong> pagamento mais<br />

conveniente: semestral ou anual. “Este ano, ainda não tive necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> me dirigir aos Serviços Académicos por nenhum<br />

motivo. Tudo o quis fazer tratei através do portal e não tive<br />

problemas nenhuns”, conclui.<br />

OS ESPAÇOS FÍSICOS REFLECTEM AS<br />

MUDANÇAS IMPLEMENTADAS<br />

Novas metodologias <strong>de</strong> trabalho, novos espaços. Des<strong>de</strong> <strong>que</strong> foi colocado<br />

em prática o Simplexmente Académico, os Serviços Académicos<br />

sofreram uma remo<strong>de</strong>lação. Em primeiro lugar, o arquivo físico diminuiu<br />

drasticamente. Por outro lado, embora o afluxo <strong>de</strong> estudantes<br />

seja, obviamente, muito inferior, sentiu-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar<br />

o espaço, <strong>de</strong> forma a transmitir a filosofia do projecto, mais eficácia,<br />

em menos tempo. Como adianta Berta Baptista, “esta mudança<br />

permitiu um atendimento mais personalizado”. O balcão corrido foi<br />

substituído por boxes privadas, tendo ainda sido criado um sistema <strong>de</strong><br />

senhas electrónicas, <strong>que</strong> não obriga as pessoas a esperar <strong>de</strong> pé <strong>de</strong>ntro<br />

do próprio serviço. “Po<strong>de</strong>m aguardar lá fora e até verem televisão, se<br />

assim o enten<strong>de</strong>rem”. Aliás, a responsável garante <strong>que</strong> o facto <strong>de</strong> se<br />

ter adoptado este sistema <strong>de</strong> senhas, sabendo, à partida, quantas pessoas<br />

têm para aten<strong>de</strong>r, melhorou a predisposição para o atendimento.<br />

“Conseguimos fazer o nosso trabalho com mais calma, por<strong>que</strong> a pressão<br />

é menor.”, conclui.<br />

A implementação <strong>de</strong>ste projecto ditou também melhorias ao nível do<br />

serviço prestado, nomeadamente no tipo <strong>de</strong> atendimento realizado<br />

pelos Serviços Académicos. Além do atendimento presencial e telefónico<br />

<strong>que</strong>, obviamente continua a vigorar, foi introduzido o atendimento<br />

electrónico. Assim, através <strong>de</strong> dois en<strong>de</strong>reços electrónicos distintos,<br />

o aluno po<strong>de</strong> colocar qual<strong>que</strong>r <strong>que</strong>stão, <strong>que</strong> po<strong>de</strong> ser respondida por<br />

qual<strong>que</strong>r um dos funcionários do serviço.<br />

“Antigamente só eu é <strong>que</strong> fazia essa tarefa, mas agora todos nós temos<br />

acesso às dúvidas e às <strong>que</strong>stões <strong>que</strong> nos são en<strong>de</strong>reçadas”, recorda Berta<br />

Baptista. “É apanágio chegar ao fim do dia com zero pedidos em fila. Não<br />

saímos daqui sem respon<strong>de</strong>r a toda a gente”. Aliás, este compromisso<br />

com a celerida<strong>de</strong> já resultou em vários elogios por parte dos estudantes.<br />

DO ISEP... PARA O MUNDO!<br />

Perante todas as vantagens <strong>que</strong> este projecto traz, Berta Baptista acredita<br />

<strong>que</strong> esta é uma aplicação utilizável facilmente noutras instituições<br />

<strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, até por<strong>que</strong> as operações efectuadas são similares.<br />

As suas vantagens <strong>de</strong> “exportação” crescem se consi<strong>de</strong>rarmos <strong>que</strong>, “em<br />

termos <strong>de</strong> requisitos <strong>de</strong> sistema, são os habituais para um sistema <strong>de</strong><br />

informação <strong>de</strong> uma instituição <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>”. O maior cuidado<br />

<strong>que</strong> <strong>de</strong>ve ter-se em conta é, tal como nos explicaram as responsáveis, a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados gerada, <strong>que</strong>, por ser gran<strong>de</strong>, exige algum cuidado<br />

nos sistemas <strong>de</strong> salvaguarda <strong>de</strong> informação e tem <strong>de</strong> ter capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> resposta adaptada ao tamanho da instituição, ou seja, ao número<br />

<strong>de</strong> utilizadores. “Dada a interligação <strong>que</strong> tivemos <strong>de</strong> implementar com<br />

outras plataformas <strong>de</strong> utilização habitual na administração pública, nomeadamente<br />

as relacionadas com os Serviços Financeiros e a Divisão<br />

<strong>de</strong> Recursos Humanos, e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>que</strong> temos<br />

no interior do ISEP, permite-nos consi<strong>de</strong>rar com alguma tranquilida<strong>de</strong><br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir módulos utilizáveis noutras áreas da administração<br />

pública”, explicam.<br />

CONTRA A CRISE... SIMPLIFICAR!<br />

135 mil euros é um número mo<strong>de</strong>sto, e representa apenas a poupança<br />

directa da Instituição ao longo <strong>de</strong> um ano com o Simplexmente Académico.<br />

Mas é um número já significativo na vida da Instituição. Berta<br />

Baptista explicou-nos <strong>que</strong> este número foi calculado “exclusivamente<br />

tendo em conta valores médios do tempo <strong>de</strong> processamento dos vários<br />

pedidos, <strong>que</strong> diminuiu significativamente o valor <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong><br />

pessoal envolvidas. Neles não está contabilizada, por exemplo, a poupança<br />

em papel e outros consumíveis <strong>que</strong> tiveram uma diminuição<br />

brutal com a <strong>de</strong>smaterialização <strong>de</strong> processos. Há ainda a consi<strong>de</strong>rar a<br />

poupança indirecta para os estudantes, <strong>que</strong>r em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocações,<br />

<strong>que</strong>r em tempo <strong>de</strong> espera”.<br />

No final, a receptivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alunos, funcionários e docentes não podia<br />

ser melhor. E me<strong>de</strong>-se <strong>de</strong> três formas: “pelos elogios directos, <strong>que</strong> existem<br />

e <strong>que</strong> mostram <strong>que</strong> estamos no bom caminho; pelas sugestões<br />

<strong>que</strong> recebemos para implementar novas funcionalida<strong>de</strong>s, e <strong>que</strong> é outra<br />

forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar <strong>que</strong> as pessoas consi<strong>de</strong>ram interessante e válida<br />

a aplicação; e pelas <strong>que</strong>ixas, quando por alguns momentos, <strong>que</strong> já<br />

aconteceu, a aplicação ou alguma funcionalida<strong>de</strong> não está disponível”.


À CONVERDSA COM...<br />

19<br />

JOANA<br />

SAMPAIO<br />

FORMAR ENGENHEIROS PARA O MUNDO<br />

Os mais <strong>de</strong> 150 anos <strong>de</strong> história, imprimem no currículo do ISEP um conjunto <strong>de</strong> vivências <strong>que</strong> espelham uma<br />

escola <strong>que</strong> procura estar sempre à frente do seu tempo. Na era da globalização, o espírito internacional e a abertura<br />

ao mundo surgem como a direcção a seguir para <strong>que</strong> continue a crescer. Des<strong>de</strong> o intercâmbio <strong>de</strong> alunos<br />

ERASMUS, passando pela participação em <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> investigação e educação um pouco por todo o mundo,<br />

o ISEP tem vindo a <strong>de</strong>senvolver, nos últimos anos, um caminho bem <strong>de</strong>lineado rumo à internacionalização. O<br />

ISEP.BI quis saber como o <strong>Instituto</strong> faz face às exigências <strong>de</strong> uma globalização inevitável e quais as alterações<br />

<strong>que</strong> ocorrem no seu dia-a-dia. A vice-presi<strong>de</strong>nte, Joana Sampaio, aceitou falar-nos sobre os principais momentos<br />

neste processo e a importância da internacionalização para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> engenheiros e cidadãos.


20<br />

À CONVERSA COM...<br />

ISEP.BI A internacionalização das instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong><br />

parece uma inevitabilida<strong>de</strong>. Na sua perspectiva, quais os <strong>de</strong>safios e<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>que</strong> enfrentam?<br />

Joana Sampaio (J.S.) As oportunida<strong>de</strong>s, penso <strong>que</strong> são óbvias. Perante<br />

o facto <strong>de</strong> estarmos numa socieda<strong>de</strong> cada vez mais global não é<br />

possível <strong>que</strong> uma Instituição <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, <strong>que</strong> não esteja minimamente<br />

virada para a internacionalização, tenha futuro. Temos <strong>de</strong><br />

pensar <strong>que</strong>, neste momento, os nossos alunos são os alunos <strong>de</strong> todo o<br />

mundo e <strong>que</strong> os alunos <strong>de</strong> nacionalida<strong>de</strong> portuguesa <strong>que</strong> fre<strong>que</strong>ntam<br />

os nossos cursos po<strong>de</strong>rão ser futuros engenheiros em qual<strong>que</strong>r parte<br />

do mundo. Por outro lado, os <strong>de</strong>safios cada vez são maiores. São cada<br />

vez mais os programas <strong>que</strong> nos dão oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar parcerias<br />

com instituições, centros <strong>de</strong> investigação estrangeiros... E são estes<br />

<strong>de</strong>safios <strong>que</strong> nos trazem satisfação quando os dominamos e conseguimos<br />

levá-los a bom porto. Há pouco tempo vimos um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio<br />

ser superado e <strong>que</strong> se pren<strong>de</strong>u com a obtenção da dupla titulação para<br />

os alunos da Licenciatura em <strong>Engenharia</strong> Geotécnica, em parceria com<br />

a Universida<strong>de</strong> Politécnica <strong>de</strong> Madrid. Este projecto começou há cerca<br />

<strong>de</strong> dois anos e foi um processo longo. Mas, finalmente, quando assinámos<br />

a parceria, em Julho <strong>de</strong>ste ano, foi com uma gran<strong>de</strong> satisfação.<br />

E estamos com esperanças <strong>que</strong> daqui surjam outras parcerias. Aliás, a<br />

i<strong>de</strong>ia é precisamente avançar com o mesmo processo para a Licenciatura<br />

em <strong>Engenharia</strong> Informática num futuro próximo.<br />

ISEP.BI No fundo po<strong>de</strong>mos afirmar <strong>que</strong> a internacionalização tem <strong>de</strong><br />

ser feita em duas vertentes: por um lado, adaptar o ISEP para receber<br />

alunos e investigadores <strong>de</strong> fora, e por outro lado preparar os engenheiros<br />

do ISEP para o mundo do trabalho?<br />

J.S. Na realida<strong>de</strong>, já há bastante tempo <strong>que</strong> o ISEP, mais na parte da<br />

investigação, está bastante lançado em termos <strong>de</strong> internacionalização;<br />

já tínhamos muitos <strong>projectos</strong> internacionais e investigadores estrangeiros<br />

a trabalhar connosco. Porventura, a parte do Ensino era a <strong>que</strong><br />

estava um bocadinho menos activa nesse sentido, apesar <strong>de</strong> termos<br />

vindo a <strong>de</strong>senvolver, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1989, parcerias Erasmus. Mas, nos últimos<br />

anos, e talvez resultante do processo <strong>de</strong> Bolonha, a internacionalização<br />

está mais facilitada. Ultimamente, tem sido no Ensino <strong>que</strong> tem havido<br />

mais preocupação em aumentar as parcerias Erasmus, em entrarmos<br />

em <strong>projectos</strong> internacionais. Continuamos, naturalmente, a ter algumas<br />

dificulda<strong>de</strong>s com Instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>que</strong> não estão <strong>de</strong>ntro da<br />

União Europeia, mas <strong>que</strong> são ultrapassáveis. O nosso problema, muitas<br />

vezes, é a língua. Isto por<strong>que</strong>, nem todos os cursos ainda estão a investir<br />

na leccionação em inglês. Há alguns casos como, por exemplo, no<br />

mestrado em <strong>Engenharia</strong> Geotécnica, em <strong>que</strong> os conteúdos apresentados<br />

nas aulas já são em inglês, apesar <strong>de</strong> as aulas serem conduzidas<br />

em português. Isto permite <strong>que</strong> os alunos, mesmo não percebendo o<br />

professor na totalida<strong>de</strong>, possam acompanhar a matéria pelas apresentações,<br />

por exemplo. Po<strong>de</strong>m também colocar <strong>que</strong>stões, por<strong>que</strong> todos<br />

os nossos docentes falam inglês. Mas para ajudar à integração dos alunos<br />

e investigadores estrangeiros, temos também cursos <strong>de</strong> português<br />

através do ISEPForGlobe, a nossa plataforma <strong>de</strong> formação.<br />

ISEP.BI A internacionalização <strong>de</strong> uma instituição pressupõe mudanças<br />

internas. Que gran<strong>de</strong>s transformações se têm vindo a notar?<br />

J.S. As mudanças são visíveis, tanto ao nível dos serviços, como a nível<br />

académico. Porventura, não foram realizadas exclusivamente no sentido<br />

da internacionalização mas, no fundo, vieram ajudar a respon<strong>de</strong>r a<br />

essas necessida<strong>de</strong>s. O site do ISEP veio, sem dúvida, melhorar a visibilida<strong>de</strong><br />

do ISEP <strong>que</strong>r a nível nacional como a nível internacional. Neste<br />

momento, existe um site já traduzido para inglês, e as candidaturas a<br />

mestrados e pós graduações - <strong>que</strong> são os cursos <strong>que</strong> recebem mais


À CONVERDSA COM...<br />

21<br />

forço, <strong>de</strong> aulas, <strong>de</strong> estudo e <strong>de</strong> trabalho próprio. Apesar <strong>de</strong> ser uma das<br />

gran<strong>de</strong>s vantagens <strong>de</strong> Bolonha, ainda não é suficiente por<strong>que</strong>, <strong>de</strong>pois,<br />

temos <strong>de</strong> ter atenção aos programas das unida<strong>de</strong>s curriculares, <strong>que</strong><br />

têm <strong>de</strong> ser mais ou menos semelhantes, apesar <strong>de</strong>, do meu ponto <strong>de</strong><br />

vista, as unida<strong>de</strong>s curriculares não po<strong>de</strong>rem ser vistas por capítulo. Por<br />

exemplo, se um aluno foi um semestre para fora e acabou por não adquirir<br />

algumas competências <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada unida<strong>de</strong> curricular,<br />

acaba por adquirir outras <strong>que</strong> são complementares e <strong>que</strong> compensam<br />

a falta. Mas este sistema <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> Bolonha veio facilitar os processos;<br />

veio tornar o ensino mais transparente e a avaliação mais fácil. O<br />

aluno, quando vem em mobilida<strong>de</strong>, sabe exactamente aquilo <strong>que</strong> vai<br />

encontrar, assim como nós sabemos o <strong>que</strong> os alunos <strong>que</strong> vão para fora<br />

vão encontrar.<br />

“SERÁ MESMO A AMÉRICA LATINA A<br />

NOSSA MAIOR APOSTA”<br />

ISEP.BI Como é <strong>que</strong> o ISEP tenta conquistar os alunos estrangeiros?<br />

J.S. Nós tentamos chamar os alunos estrangeiros para o ISEP <strong>de</strong> várias<br />

formas. Neste momento, além <strong>de</strong> todos os esforços nas feiras e mostras<br />

e no site bilingue, há o aumento <strong>de</strong> número <strong>de</strong> parcerias com instituições<br />

<strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> europeias e na América Latina. E será mesmo<br />

a América Latina a nossa maior aposta, principalmente <strong>de</strong>vido à compatibilida<strong>de</strong><br />

da língua, <strong>que</strong> é igualmente uma forma <strong>de</strong> tentar atrair<br />

mais alunos. Por outro lado, acho <strong>que</strong> começa a funcionar muito bem<br />

o “boca a boca”. O aluno vem, gosta, regressa ao seu país <strong>de</strong> origem,<br />

diz <strong>que</strong> esteve no ISEP e leva boas referências, e isso traz mais alunos.<br />

estrangeiros –, sem contar claro com a mobilida<strong>de</strong> Erasmus, já po<strong>de</strong>m<br />

ser feitas pelo site. O aluno não precisa <strong>de</strong> vir cá inscrever-se: faz upload<br />

<strong>de</strong> toda a documentação através do site e há, inclusivamente, a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> os alunos <strong>que</strong> vivem fora do país pagarem a candidatura só<br />

no acto <strong>de</strong> efectivação da matrícula, <strong>que</strong> tem <strong>que</strong> ser feita cá no ISEP.<br />

ISEP.BI Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar <strong>que</strong> a transição para o processo <strong>de</strong> Bolonha<br />

facilitou a mobilida<strong>de</strong> das pessoas entre as instituições <strong>de</strong> ensino?<br />

J.S. Neste momento, pelo menos a nível da União Europeia, todas as<br />

unida<strong>de</strong>s curriculares têm um número <strong>de</strong> créditos atribuído. Esses<br />

créditos, os ECTU, são <strong>de</strong>finidos a nível europeu por <strong>de</strong>creto. Sabemos<br />

perfeitamente o <strong>que</strong> <strong>que</strong>r dizer um crédito ECTU: são 28 horas <strong>de</strong> es-<br />

Nós estamos com os olhos sempre em todo o lado e o <strong>que</strong> temos feito<br />

é uma aposta centrada em mercados concretos. O nosso próximo<br />

passo é apostar numa feira na América latina, mas primeiro teremos<br />

<strong>de</strong> pesquisar a<strong>que</strong>las <strong>que</strong>, à partida, terão mais visibilida<strong>de</strong>. Já <strong>que</strong> o<br />

esforço é gran<strong>de</strong>, tentamos <strong>que</strong> tenha o máximo <strong>de</strong> mais-valias. Em<br />

termos <strong>de</strong> licenciaturas, o mercado da América do Sul seria o mais próximo,<br />

<strong>de</strong>vido à semelhança da língua. Po<strong>de</strong>mos oferecer um ensino<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, somos uma Instituição a nível europeu já com um status<br />

bem posicionado, po<strong>de</strong>mos oferecer um campus <strong>de</strong> investigação reconhecido<br />

e, claro, a vantagem <strong>de</strong> sermos um país financeiramente<br />

mais acessível.<br />

ISEP.BI Que estratégias têm vindo a ser seguidas pelo ISEP para fomentar<br />

a internacionalização? Já referiu as feiras, as parcerias...<br />

J.S. Para além <strong>de</strong> tudo o <strong>que</strong> já referi, as aulas em e-learning também<br />

facilitam a internacionalização. O aluno po<strong>de</strong> contactar o professor,


22 À CONVERSA COM...<br />

individualmente, em inglês. Há ainda outro tipo <strong>de</strong> parcerias, como<br />

<strong>projectos</strong> <strong>de</strong> investigação com grupos <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> outros países. Há<br />

um projecto Europeu, <strong>que</strong> envolve vários alunos <strong>de</strong> várias instituições<br />

e no qual cada um <strong>de</strong>senvolve a sua parte <strong>de</strong> projecto no seu país. Outro<br />

projecto é o IP – Intensive Program, <strong>que</strong> consiste na possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>, em 10 dias <strong>de</strong> ensino intensivo, os alunos po<strong>de</strong>rem fazer créditos<br />

ECTU, <strong>que</strong> po<strong>de</strong>m correspon<strong>de</strong>r a uma unida<strong>de</strong> curricular. Há IPs <strong>que</strong><br />

reúnem os alunos no ISEP, e outros em <strong>que</strong> vão os nossos alunos para<br />

fora. Facilita a mobilida<strong>de</strong> aos alunos, por ser mais curto e, logo, mais<br />

barato, e dá-lhes a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer outro país e fazer uma<br />

disciplina num local diferente.<br />

Participamos também no European Project Semester, <strong>que</strong> correspon<strong>de</strong><br />

a 30 créditos. Este projecto, totalmente leccionado em inglês, é dirigido<br />

a alunos no último ano do primeiro ciclo <strong>de</strong> estudos. Além <strong>de</strong> um projecto<br />

transversal, <strong>de</strong>senvolvido em equipas com elementos <strong>de</strong> várias<br />

nacionalida<strong>de</strong>s e internacionais, os alunos apren<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>senvolvem<br />

competências <strong>que</strong> são transversais a todas as engenharias.<br />

ISEP.BI É um projecto inovador... Po<strong>de</strong>mos dizer <strong>que</strong> através <strong>de</strong>ste<br />

projecto estamos a formar os engenheiros perfeitos para trabalhar<br />

em multinacionais?<br />

J.S. Penso <strong>que</strong> sim. Estes alunos vão, durante um semestre, trabalhar<br />

em equipa, o <strong>que</strong> é extremamente importante para <strong>que</strong> aprendam a<br />

ser o menos egoístas possível, em termos <strong>de</strong> trabalho, pois têm, efectivamente,<br />

<strong>de</strong> fazer o trabalho em conjunto. O facto <strong>de</strong> estarem com<br />

pessoas <strong>de</strong> outros países, <strong>de</strong> outras culturas, é uma mais-valia muito<br />

gran<strong>de</strong> e ajuda-os a <strong>de</strong>senvolver como pessoas, principalmente quando<br />

acabarem o curso, começarem a trabalhar e perceberem <strong>que</strong> talvez<br />

Portugal seja pe<strong>que</strong>no <strong>de</strong>mais para eles.<br />

ISEP.BI Portugal tem uma ligação natural com os PALOPs. Qual é a<br />

potencialida<strong>de</strong>, para além da língua, <strong>que</strong> vê na aposta nestes países?<br />

J.S. Em relação à ligação aos PALOPs, do meu ponto <strong>de</strong> vista, trata-se<br />

<strong>de</strong> uma obrigação <strong>de</strong> Portugal, até mesmo pela história colonial. Há um<br />

vínculo histórico, uma obrigação <strong>de</strong> colaboração <strong>de</strong> uma forma mais<br />

próxima com os países africanos <strong>de</strong> língua portuguesa e com Timor-<br />

-Leste também. É óbvio <strong>que</strong> alguns <strong>de</strong>stes países passam por situações<br />

muito complicadas, muitos com situações <strong>de</strong> extrema pobreza,<br />

dificulda<strong>de</strong>s financeiras. Neste sentido, temos alguns <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> acolhimento<br />

<strong>de</strong> alunos, por exemplo, <strong>de</strong> São Tomé e Príncipe, juntamente<br />

com a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Madrid e com a Repsol. Este projecto permite<br />

<strong>que</strong> os São Tomenses estu<strong>de</strong>m no ISEP com uma bolsa <strong>de</strong> estudo, <strong>que</strong><br />

lhes paga gran<strong>de</strong> parte dos gastos e, o último ano do curso, é feito<br />

em Madrid, financiado integralmente pela Repsol. Este último ano é<br />

feito na Escola <strong>de</strong> Minas <strong>de</strong> Madrid, com algumas unida<strong>de</strong>s curriculares<br />

específicas <strong>de</strong> pesquisa e extracção <strong>de</strong> petróleo. A i<strong>de</strong>ia é formar profissionais<br />

e quadros técnicos superiores <strong>que</strong> <strong>de</strong>pois possam voltar ao<br />

seu país, dar o seu melhor e po<strong>de</strong>r colaborar no <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

indústria. São Tomé e Príncipe é, no caso do petróleo, um país muito<br />

<strong>de</strong>ficitário em termos <strong>de</strong> quadros técnicos superiores e, dado <strong>que</strong> tem<br />

um gran<strong>de</strong> potencial na exploração <strong>de</strong> petróleo é, sem dúvida, uma<br />

mais-valia para o país.<br />

ISEP.BI Já falamos um pouco nos mercados externos à Europa... Para<br />

<strong>que</strong> mercados aponta a aposta no futuro?<br />

J.S. Sem dúvida para a América Latina. Temos vindo a granjear uma óptima<br />

relação com o Brasil, <strong>que</strong> ficou expressa aquando da organização<br />

das Jornadas Luso-Brasileiras <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>. Temos bastantes investigadores<br />

brasileiros a trabalhar cá, temos alunos em mobilida<strong>de</strong> ao abrigo<br />

<strong>de</strong> protocolos específicos <strong>de</strong> cooperação. Houve mesmo um grupo<br />

<strong>de</strong> alunos brasileiros, <strong>de</strong> electrotecnia, <strong>que</strong> ouviram falar do ISEP e do<br />

prestígio <strong>que</strong> tem, e propuseram-se a vir estudar para cá. Claro <strong>que</strong> por<br />

trás estão <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> investigação e parcerias, mas é o processo <strong>de</strong><br />

internacionalização a funcionar.


A NOSSA TECNOLOGIA 23<br />

E-LEARNING<br />

FLEXIBILIZAR O<br />

ENSINO RUMO AO<br />

SUCESSO ESCOLAR<br />

CARLOS VAZ DE CARVALHO<br />

Flexibilida<strong>de</strong>, motivação e exigência. Estas são as três palavras-<br />

-chave directamente associadas ao conceito <strong>de</strong> e-learning.<br />

Para Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho, responsável pelo GILT, o grupo<br />

<strong>de</strong> investigação do ISEP mais envolvido no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do e-learning, esta nova forma <strong>de</strong> aprendizagem tem inúmeras<br />

vantagens como complemento ao Ensino convencional. O<br />

segredo está em conhecer bem o público-alvo, e em direccionar<br />

as ferramentas do e-learning para a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> realmente<br />

necessitam <strong>de</strong>las. O objectivo? Melhorar a motivação, os resultados<br />

dos alunos e manter o conceito <strong>de</strong> escola e o espírito<br />

académico sempre vivos.<br />

Começou a trabalhar no e-learning em 1996, mas admite <strong>que</strong>, só <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

há oito anos a esta parte, o conceito começou a ganhar forma e a habitar<br />

os <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> investigação das escolas <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> uma<br />

forma mais assertiva. Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho começou, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito<br />

cedo, a trabalhar em <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> investigação europeus, “praticamente<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>que</strong> saí da faculda<strong>de</strong>”, conta. E este espírito <strong>de</strong> iniciativa permite-lhe,<br />

hoje, levar os <strong>projectos</strong> do GILT a candidaturas internacionais<br />

e a alcançar financiamento para <strong>projectos</strong> <strong>que</strong> têm dado os seus frutos.<br />

Mas, <strong>de</strong> uma forma muito simples, como po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finir o e-learning?<br />

“Trata-se da utilização <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong> tecnologia para apoiar a aprendizagem,<br />

seja apenas como complemento, como é o caso do ISEP, em<br />

<strong>que</strong> temos a aprendizagem presencial e os professores se apoiam numa<br />

plataforma <strong>de</strong> e-learning. Nestas plataformas po<strong>de</strong>m colocar conteúdos<br />

e têm à disposição ferramentas <strong>de</strong> comunicação com os alunos, <strong>que</strong><br />

também po<strong>de</strong>m submeter os seus trabalhos online”. Ou então, acrescenta<br />

o responsável pelo GILT, “po<strong>de</strong>mos ser um bocadinho mais ambiciosos<br />

e usar a tecnologia para suportar, <strong>de</strong> forma total, a aprendizagem”.<br />

Segundo explicou ao BI Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho, as vantagens do e-<br />

-learning pren<strong>de</strong>m-se, essencialmente, “com a flexibilida<strong>de</strong> no tempo,<br />

no espaço, e em termos <strong>de</strong> conteúdos curriculares”. Ou seja, o aluno<br />

po<strong>de</strong> estar em casa, não tem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vir à escola, para assistir a<br />

uma aula, e po<strong>de</strong> fre<strong>que</strong>ntar as aulas no espaço <strong>que</strong> prefere, no tempo<br />

em <strong>que</strong> prefere. Segundo o investigador, este tipo <strong>de</strong> aprendizagem<br />

é muito útil, nomeadamente, “para os trabalhadores estudantes, <strong>que</strong><br />

têm a vida profissional muito atarefada, uma vida pessoal, muitas vezes<br />

já com filhos, e <strong>que</strong> têm <strong>que</strong> conseguir conciliar o processo <strong>de</strong> aprendizagem<br />

com todos esses outros momentos da sua vida”.<br />

Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho vai ainda mais longe: “o recurso às ferramentas<br />

<strong>de</strong> e-learning é uma forma <strong>de</strong> ajudar a combater o insucesso escolar<br />

<strong>que</strong> existe nos primeiros anos, ou mesmo o abandono”, afirma. E o mais<br />

importante é dirigir as ferramentas <strong>de</strong> e-elarning para <strong>que</strong>m realmente<br />

necessita <strong>de</strong>las, ou seja, <strong>de</strong> encontrar “ferramentas novas e <strong>que</strong> po<strong>de</strong>rão<br />

ser mais motivantes para a<strong>que</strong>les alunos <strong>que</strong> não correspon<strong>de</strong>m ao<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> aluno tradicional, <strong>que</strong> se <strong>de</strong>smotivam facilmente”, remata.<br />

“NÃO SE TRATA DE FACILITAR, MAS SIM<br />

DE FLEXIBILIZAR”<br />

Para Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho, um dos aspectos fundamentais no e-learning<br />

é <strong>de</strong>terminação do público-alvo. Por<strong>que</strong>, para <strong>que</strong> uma escola<br />

tenha sucesso, os alunos têm <strong>de</strong> ser motivados, logo, é necessário<br />

“adaptar a nossa oferta ao nosso público, e criar vários mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

aprendizagem diferentes”. O investigador explica <strong>que</strong> “po<strong>de</strong>mos ter<br />

um mo<strong>de</strong>lo completamente à distância, em <strong>que</strong> tudo é feito à distância,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a inscrição, passando pelo contacto com o professor, avaliação,<br />

tudo”. Ou então, um mo<strong>de</strong>lo repartido entre aulas presenciais<br />

e aulas à distância. Estas aulas complementares po<strong>de</strong>m ser repartidas<br />

pelo semestre. “Por exemplo, para os trabalhadores estudantes, po<strong>de</strong>mos<br />

pensar em reduzir o número <strong>de</strong> vezes <strong>que</strong> vêm ao ISEP. Têm <strong>de</strong> vir<br />

ao ISEP todas as semanas, por<strong>que</strong> é muito importante manter o contacto,<br />

mas não têm <strong>de</strong> vir todos os dias”.<br />

O investigador <strong>que</strong>r ainda <strong>de</strong>smistificar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>que</strong> o ensino em e-<br />

-learning é facilitador. O <strong>que</strong> não é verda<strong>de</strong>, até por<strong>que</strong>, “o e-learning<br />

tem sempre <strong>que</strong> garantir a qualida<strong>de</strong> e, por isso, é preciso fazer mais<br />

para garantir a qualida<strong>de</strong>”. E cita um exemplo: “Há uns anos, fizemos<br />

um trabalho na área da gestão, em <strong>que</strong> comparamos uma disciplina<br />

em duas formas <strong>de</strong> ensino diferentes: presencial e b-learning. A meio,<br />

os alunos do b-learning começaram a <strong>que</strong>ixar-se <strong>que</strong> tinham muito trabalho;<br />

muito mais do <strong>que</strong> os alunos da formação presencial.


24 A NOSSA TECNOLOGIA<br />

RESPONSABILIZAÇÃO E AUTONOMIA<br />

Responsabilização e autonomia do aluno são os gran<strong>de</strong>s pressupostos<br />

do e-learning. Ou seja, “exigir <strong>que</strong> o aluno seja mais responsável e <strong>que</strong><br />

assuma o controlo daquilo <strong>que</strong> faz”. “E, <strong>de</strong> facto, os alunos chegam ao<br />

fim e percebem <strong>que</strong> o esforço compensou. Aqui há responsabilida<strong>de</strong>,<br />

trabalho, motivação e satisfação”, explica o investigador do GILT.<br />

E, perante o <strong>de</strong>senvolvimento galopante do e-learning e do ensino à<br />

distância, uma pergunta parece pertinente: não há o perigo <strong>de</strong> se per<strong>de</strong>r<br />

o conceito <strong>de</strong> escola como espaço físico e como entida<strong>de</strong> formadora<br />

<strong>de</strong> pessoas? Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho não hesita na resposta: “por<br />

isso mesmo é <strong>que</strong> o público-alvo tem <strong>de</strong> ser muito bem escolhido,<br />

<strong>de</strong> forma a dirigirmos o e-learning a <strong>que</strong>m realmente interessa. Quem<br />

po<strong>de</strong> vir às aulas regularmente, nós <strong>que</strong>remos <strong>que</strong> continue a vir. Até<br />

por<strong>que</strong> uma escola como o ISEP tem uma vivência <strong>que</strong> ultrapassa<br />

em muito aquilo <strong>que</strong> é estritamente académico. Mas faz sentido, por<br />

exemplo, além dos trabalhadores estudantes, um aluno <strong>que</strong> já falhou<br />

uma disciplina, po<strong>de</strong> tentar fazê-la novamente, mas com recurso a e-<br />

-learning, a recursos diferentes, po<strong>de</strong> ser <strong>que</strong> resulte melhor”.<br />

No <strong>que</strong> respeita ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> ferramentas, o GILT<br />

tem vindo a <strong>de</strong>senvolver um trabalho concertado nos últimos anos.<br />

Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho explica <strong>que</strong> o grupo está, neste momento, “a<br />

trabalhar em vários <strong>projectos</strong> <strong>que</strong> visam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> conteúdos<br />

para o e-learning. Temos um projecto <strong>que</strong> terminou agora, na<br />

área das re<strong>de</strong>s, em <strong>que</strong> produzimos conteúdos educativos para uma<br />

pós graduação, a nível europeu. Há vários parceiros, entre os quais várias<br />

universida<strong>de</strong>s estrangeiras, e cada parceiro produz conteúdos <strong>de</strong><br />

e-learning. Gestão <strong>de</strong> sistemas, gestão <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, entre outros. O segundo<br />

passo é <strong>que</strong> os alunos possam ter um diploma <strong>de</strong> cada um dos parceiros<br />

do projecto. Para já, criamos uma estrutura <strong>de</strong> módulos para <strong>que</strong><br />

cada um <strong>de</strong>stes módulos possa ser leccionado in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente”.<br />

Numa outra vertente <strong>que</strong>, segundo Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho, <strong>de</strong>ve ser explorada,<br />

o GILT está a coor<strong>de</strong>nar o projecto europeu SELEAG, “<strong>que</strong> consiste<br />

na utilização <strong>de</strong> jogos para aprendizagem, os chamados Serious<br />

Games, <strong>de</strong> forma a perceber como conseguimos colocar os conteúdos<br />

<strong>de</strong> entretenimento ao serviço do ensino/aprendizagem”, explica. O <strong>que</strong><br />

o grupo fez foi criar um ambiente, em <strong>que</strong> o jogador e aluno se sinta divertido<br />

e motivado pelo jogo, e <strong>que</strong> aprenda sem se<strong>que</strong>r se aperceber.<br />

Neste caso, o conceito do SELEAG é estudar história, mais concretamente,<br />

os gran<strong>de</strong>s eventos da Europa. É um jogo <strong>de</strong> aventura indicado para<br />

alunos do 7º ao 9º ano em <strong>que</strong> o jogador tem <strong>de</strong> explorar um contexto<br />

e falar com personagens. Temos três cenários: Descobrimentos, Revolução<br />

Industrial e 2ª Guerra Mundial. O cenário da II Guerra Mundial já está<br />

completo e em fase <strong>de</strong> teste por professores qualificados.<br />

Mas, <strong>de</strong> acordo com o responsável do GILT, “o ensino à distância vai<br />

muito além do e-learning, por<strong>que</strong> e-learning é o ensino à distância só<br />

com recurso a meios digitais”. O grupo <strong>de</strong> investigação se<strong>de</strong>ado no<br />

ISEP está, por exemplo, “a explorar a utilização <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> entretenimento<br />

para a associação ao Ensino”. Por exemplo, consolas <strong>de</strong><br />

jogos. Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho explica <strong>que</strong> “temos trabalho feito com<br />

consolas da Wii. Temos alunos <strong>de</strong> mestrado a usar comandos da Wii<br />

para experiências <strong>de</strong> física. O objectivo é perceber como é <strong>que</strong> posso<br />

usar um comando <strong>de</strong>ste género para fazer experiências <strong>de</strong> física, em<br />

vez <strong>de</strong> usar um comando ou um rato.”<br />

Aliás, uma das vertentes mais fortes do GILT é o suporte ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> teses académicas (Doutoramento e Mestrado). Há cinco investigadores<br />

do GILT a <strong>de</strong>senvolver o seu Doutoramento em e-learning,<br />

e o grupo já apoiou cerca <strong>de</strong> 20 teses <strong>de</strong> Mestrado nesta área. E, neste<br />

momento, há mais 25 alunos do Mestrado em <strong>Engenharia</strong> Informática<br />

do ISEP a <strong>de</strong>senvolver a sua tese, com investigadores do GILT, nesta área.<br />

O FUTURO... À TECNOLOGIA PERTENCE<br />

Mas os <strong>projectos</strong> não se ficam por aqui. Ao nível da computação gráfica,<br />

o investigador explica <strong>que</strong> <strong>de</strong>senvolveram os conteúdos <strong>de</strong> uma<br />

pós-graduação, usada por alunos do Uruguai e alunos do ISEP, da Argentina,<br />

Espanha e Brasil.<br />

Num futuro próximo, vai ainda ter início, em consequência <strong>de</strong> uma<br />

candidatura ao programa Alfa, o projecto GAVIOTA, <strong>que</strong> consiste na<br />

criação <strong>de</strong> ambientes virtuais, entre eles um laboratório <strong>de</strong> computação<br />

gráfica e outro <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> virtual. “O objectivo”, explica o responsável<br />

do GILT, “é perceber como é <strong>que</strong> po<strong>de</strong>mos usar um laboratório<br />

<strong>de</strong> realida<strong>de</strong> virtual, para contactar com a socieda<strong>de</strong> em geral”. Para já,<br />

há um conjunto <strong>de</strong> iniciativas programadas, no sentido <strong>de</strong> tentar integrar<br />

público mais info excluído e com maiores dificulda<strong>de</strong>s financeiras.<br />

Espanha, Alemanha, Brasil, Uruguai, Argentina, Honduras e Bolívia são<br />

os parceiros.<br />

PROJECTOS INTERNACIONAIS EM<br />

DESTAQUE<br />

O GILT tem em curso vários <strong>projectos</strong> internacionais na área do e-learning.<br />

Mas Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho <strong>de</strong>staca um “projecto da FCT <strong>que</strong> procura<br />

estudar temas relacionados com objectos educativos”. Este projecto<br />

tem por objectivo criar um repositório <strong>de</strong> objectos educativos, no<br />

qual os professores po<strong>de</strong>m juntar todos os recursos <strong>que</strong> criaram para<br />

uma <strong>de</strong>terminada disciplina, eti<strong>que</strong>tá-los e, assim, torná-los acessíveis a<br />

<strong>que</strong>m necessitar <strong>de</strong> os usar, sejam professores ou alunos.<br />

E como surgem as i<strong>de</strong>ias para novos recursos educativos? Carlos Vaz<br />

<strong>de</strong> Carvalho explica-nos <strong>que</strong> “os conteúdos partem da percepção <strong>de</strong><br />

um conjunto <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s; seja para <strong>projectos</strong>, seja para formação...<br />

Já no caso <strong>de</strong> outras activida<strong>de</strong>s, principalmente a nível científico, tem<br />

a ver com a nossa ligação com parceiros internacionais. Ao sabermos<br />

o <strong>que</strong> se passa no mundo, procurarmos também contribuir da melhor<br />

forma, com novos <strong>projectos</strong>”. Mas as i<strong>de</strong>ias po<strong>de</strong>m também partir dos<br />

alunos e ser aproveitadas pelo GILT. “Se um aluno tem uma i<strong>de</strong>ia e nós<br />

achamos <strong>que</strong> tem pernas para andar, damos-lhes as ferramentas certas<br />

para <strong>de</strong>senvolverem os seus <strong>projectos</strong>”. Para o responsável do grupo<br />

<strong>de</strong> investigação, “trata-se <strong>de</strong> pensar sempre ao lado e <strong>de</strong> não seguir os<br />

caminhos tradicionais. Pensar, o <strong>que</strong> é <strong>que</strong> eu posso fazer <strong>de</strong> diferente<br />

para melhorar?”. Fundamental é também tentar <strong>de</strong>senvolver os <strong>projectos</strong><br />

com os recursos mais acessíveis. “Temos uma filosofia <strong>que</strong> é tentar<br />

fazer sempre tudo com os dispositivos mais acessíveis. Eu posso ter um<br />

recurso <strong>que</strong> custa 500 mil euros, uma sala <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> virtual, e <strong>que</strong> é<br />

muito engraçado, mas não po<strong>de</strong> sair daqui. E se a i<strong>de</strong>ia é levar os <strong>projectos</strong><br />

para fora do ISEP e dizer às escolas <strong>que</strong> po<strong>de</strong>m replicar o objecto,<br />

não faz sentido <strong>que</strong> não seja acessível, pois não cumpre o objectivo <strong>de</strong><br />

chegar ao público-alvo”, remata.<br />

Para o futuro, Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho adianta <strong>que</strong> há perspectivas <strong>de</strong> novos<br />

<strong>projectos</strong>. “O nosso grupo funciona à base <strong>de</strong> <strong>projectos</strong>. Se não houver <strong>projectos</strong><br />

não há financiamento... e <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> fazer sentido a existência do GILT”,<br />

conclui. Segundo o responsável, há dois <strong>projectos</strong> do grupo <strong>que</strong> aguardam<br />

aprovação da Comunida<strong>de</strong> Europeia. Resta apenas aguardar o resultado e<br />

acreditar <strong>que</strong> o futuro do e-learning irá continuar a passar pelo ISEP.


BREVES<br />

25<br />

BOLSAS DE MÉRITO<br />

ACADÉMICO<br />

É com enorme prazer <strong>que</strong> o ISEP anuncia os<br />

sete vencedores <strong>de</strong> Bolsas <strong>de</strong> Estudo por Mérito<br />

referentes ao ano lectivo 2009-2010:<br />

44), Materials Science Forum (nº 636-637 e nº<br />

638-642), assim como alvo <strong>de</strong> apresentações<br />

no 8º Congresso Nacional <strong>de</strong> Mecânica Experimental,<br />

realizado em Guimarães, em Abril<br />

<strong>de</strong> 2010 ou a 14th European Conference on<br />

Composite Materials, <strong>que</strong> teve lugar em Budapeste,<br />

em Junho <strong>de</strong> 2010.<br />

Nuno Luz (mestrado em <strong>Engenharia</strong> Informática),<br />

Tiago Sousa (mestrado em <strong>Engenharia</strong><br />

Electrotécnica – Sistemas Eléctricos <strong>de</strong> Energia),<br />

Tiago Silva (licenciatura em <strong>Engenharia</strong><br />

Informática), Mário Silva (mestrado em <strong>Engenharia</strong><br />

Química), Carlos Lobo (licenciatura em<br />

<strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Computação e Instrumentação<br />

Médica), Irina Vieira (mestrado em Computação<br />

e Instrumentação Médica) e Álvaro<br />

Torrinha (mestrado em <strong>Engenharia</strong> Química).<br />

A Bolsa <strong>de</strong> Estudo por Mérito é atribuída pelo<br />

Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino<br />

<strong>Superior</strong> e visa reconhecer estudantes com<br />

aproveitamento escolar excepcional, <strong>que</strong><br />

têm, simultaneamente, aproveitamento a<br />

todas as disciplinas e média igual ou superior<br />

a 16 valores.<br />

1º MESTRE EM GESTÃO<br />

DE PROCESSOS E<br />

OPERAÇÕES<br />

Francisco Silva tornou-se no primeiro mestre<br />

do ISEP em Gestão <strong>de</strong> Processos e Operações,<br />

após <strong>de</strong>fesa do projecto “Aplicação da Técnica<br />

Análise do Valor a um Determinado Produto/Serviço”,<br />

no passado dia 20 <strong>de</strong> Julho.<br />

Este projecto <strong>de</strong> mestrado aplica técnicas <strong>de</strong><br />

análise <strong>de</strong> valor e métodos complementares<br />

a um serviço da indústria gráfica. Desenvolvido<br />

em ambiente académico e empresarial, a<br />

forte aplicação empresarial do projecto ajudará,<br />

agora à, sua implementação progressiva<br />

junto da entida<strong>de</strong> patronal do mestre<br />

Francisco Silva.<br />

EDUARDO TOVAR EDITA<br />

NÚMERO ESPECIAL DE<br />

REVISTA IEEE<br />

O director do Centro <strong>de</strong> Investigação em<br />

Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo-Real (CIS-<br />

TER), Eduardo Tovar, vai editar uma edição<br />

especial da reputada revista IEEE Transactions<br />

on Industrial Informatics, juntamente com<br />

Chenyang Lu (Washington University <strong>de</strong> St.<br />

Louis, EUA) e Raj Rajkumar (Carnegie Mellon<br />

University, EUA).<br />

Intitulado “Cyber-Physical Systems and Cooperating-Objects:<br />

the New Frontier for Embed<strong>de</strong>d<br />

Systems”, este número especial da IEEE<br />

Transactions on Industrial Informatics será <strong>de</strong>dicado<br />

à temática dos sistemas ciber-físicos e<br />

objectos cooperantes. Este é um dos tópicos<br />

mais estimulantes na actual investigação na<br />

área da <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica e Informática<br />

e manifesta a relevância do trabalho <strong>de</strong>senvolvido<br />

no grupo <strong>de</strong> investigação do ISEP,<br />

<strong>que</strong> organizou, em 2008, o primeiro evento<br />

europeu <strong>de</strong>dicado ao tema dos sistemas<br />

ciber-físicos - a CPS-CA 08.<br />

Os sistemas ciber-físicos e objectos cooperantes<br />

<strong>de</strong>screvem o investimento científico e<br />

tecnológico em curso para conjugar o mundo<br />

real com sistemas computacionais. Este processo,<br />

<strong>que</strong> se encontra numa fase <strong>de</strong> maturação<br />

substancial, <strong>de</strong>ixa antever uma revolução<br />

das tecnologias <strong>de</strong> informação superior à registada<br />

no séc. XX.<br />

Financiado pela Fundação para a Ciência e<br />

Tecnologia (FCT), este projecto permitiu estudar<br />

uma ferramenta adaptada à furação <strong>de</strong><br />

laminados compósitos com resina epóxida;<br />

criar plataformas baseadas na visão computacional<br />

para análise da extensão do dano;<br />

<strong>de</strong>senvolver um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> elementos finitos<br />

para simulação da operação <strong>de</strong> furação.<br />

COOPERAÇÃO<br />

INTERNACIONAL À<br />

DISTÂNCIA DE UM<br />

CLIQUE<br />

Gustavo Alves, docente do Departamento <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> Electrotécnica e investigador no<br />

Núcleo <strong>de</strong> Investigação em Sistemas <strong>de</strong> Testes<br />

(CIETI-LABORIS), participou, no passado<br />

dia 12 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 2010, na inauguração<br />

<strong>de</strong> um novo laboratório remoto integrado na<br />

re<strong>de</strong> RexLab – à qual o ISEP pertence <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2005.<br />

Instalado na Faculda<strong>de</strong> da Associação Beneficente<br />

da Indústria Carbonífera (SATC) <strong>de</strong><br />

Santa Catarina, Brasil, este novo laboratório<br />

oferece experiências remotas na área da mecânica<br />

clássica (<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> coeficiente<br />

<strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais) e da electrónica<br />

(modulação por largura <strong>de</strong> impulsos).<br />

De acordo com a SATC, o RexLab permitirá<br />

“fazer experiências práticas comandadas<br />

pela internet e disponibilizadas na re<strong>de</strong> para<br />

entida<strong>de</strong>s convencionadas. O novo laboratório<br />

funcionará 24 horas por dia, e será usado<br />

como forma <strong>de</strong> socializar o conhecimento”.<br />

De acordo com Manuel Pereira Lopes, director<br />

do mestrado do Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Mecânica, a forte orientação empresarial é<br />

uma das vantagens do curso. Esta característica,<br />

aliada ao regime lectivo em horário pós-<br />

-laboral e à qualida<strong>de</strong> e experiência do corpo<br />

docente, são elementos diferenciadores da<br />

oferta formativa do ISEP.<br />

A Gestão <strong>de</strong> Processos e Operações é uma<br />

integração <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> e gestão industrial<br />

numa perspectiva <strong>de</strong> abordagem sistémica às<br />

organizações com vista a melhorar o seu <strong>de</strong>sempenho<br />

global.<br />

PROJECTO FECOMPO:<br />

RESULTADOS FINAIS<br />

O Centro <strong>de</strong> Investigação e Desenvolvimento<br />

em <strong>Engenharia</strong> Mecânica (CIDEM) começou<br />

a divulgar os resultados finais do projecto <strong>de</strong><br />

investigação FECOMPO.<br />

Desenvolvido por Luís Durão (coor<strong>de</strong>nador),<br />

António Magalhães e Daniel Gonçalves, o<br />

projecto FECOMPO foi alvo <strong>de</strong> publicações<br />

em revistas internacionais como a Composite<br />

Structures (nº 92), Composite Materials (nº<br />

Na inauguração participaram, igualmente,<br />

os professores João Bosco da Mota Alves e<br />

Juarez Bento da Silva, responsáveis pelos laboratórios<br />

remotos da Universida<strong>de</strong> do Sul<br />

<strong>de</strong> Santa Catarina (UNISUL) e da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina (UFSC), igualmente<br />

integrados na re<strong>de</strong> RexLab.<br />

Já no início <strong>de</strong> Outubro, Gustavo Alves leccionou<br />

duas aulas a partir do ISEP para alunos<br />

da UFSC. As lições foram proferidas via SKYPE,<br />

e recorreram a materiais pedagógicos e <strong>de</strong><br />

apoio criados no ISEP, no âmbito do projecto<br />

PhysicsLabFARM.


26<br />

BREVES<br />

<strong>projectos</strong> no âmbito do grupo <strong>de</strong> ressonância<br />

do projecto europeu Lean Learning Aca<strong>de</strong>my.<br />

levantamento exaustivo <strong>de</strong> fenómenos meteorológicos<br />

e levantamentos gravimétricos.<br />

INVESTIGADORES<br />

DO GECAD VENCEM<br />

ELIMINATÓRIA<br />

POLIEMPREENDE<br />

António Meireles e Carlos Filipe Freitas, investigadores<br />

do Grupo <strong>de</strong> Investigação em<br />

<strong>Engenharia</strong> do Conhecimento e Apoio à Decisão<br />

(GECAD), e docentes no Departamento<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática (DEI), venceram a<br />

eliminatória do Poliempreen<strong>de</strong> 2010, realizada<br />

no Politécnico do Porto.<br />

O projecto apresentado, correspon<strong>de</strong> a um sistema<br />

<strong>de</strong> avaliação e controlo inteligente para<br />

ambientes <strong>de</strong> produção agrícola e industrial.<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> sensorial distribuída,<br />

capaz <strong>de</strong> reconhecer automaticamente o ambiente<br />

e reagir em conformida<strong>de</strong>. Um exemplo<br />

prático, consiste no sistema <strong>de</strong> rega <strong>de</strong> uma<br />

exploração agrícola <strong>que</strong>, em caso <strong>de</strong> previsão<br />

<strong>de</strong> chuva, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> actuar poupando recursos.<br />

O projecto tem como base uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sensores<br />

distribuídos, capazes <strong>de</strong> mútua interacção<br />

e <strong>de</strong> elevada modularida<strong>de</strong>. O sistema<br />

plug & play dispõe <strong>de</strong> uma configuração passível<br />

<strong>de</strong> utilização por um público alargado, já<br />

<strong>que</strong> dispensa qual<strong>que</strong>r tipo <strong>de</strong> configuração<br />

por parte do utilizador.<br />

DEM RECEBEU<br />

MAISMETAL<br />

Judite Men<strong>de</strong>s, administradora da Maismetal,<br />

visitou o Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />

(DEM). A empresa metalomecânica tem<br />

já um longo registo <strong>de</strong> colaboração com o<br />

ISEP, em <strong>projectos</strong> <strong>que</strong> vão da organização <strong>de</strong><br />

eventos técnico-científicos ao acolhimento<br />

<strong>de</strong> estágios curriculares.<br />

Entre as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperação entre<br />

o DEM e a Maismetal <strong>de</strong>sta<strong>que</strong> para: a organização<br />

da conferência Business Sustainability,<br />

on<strong>de</strong> o ISEP surge como organizador<br />

e a Maismetal é um dos patrocinadores; a<br />

colaboração activa ao nível da consultadoria<br />

realizada pelo DEM; o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

A presença <strong>de</strong> Judite Men<strong>de</strong>s serviu ainda<br />

para discutir áreas <strong>de</strong> actuação para a realização<br />

<strong>de</strong> estágios académicos inseridos nos<br />

<strong>projectos</strong> <strong>de</strong> mestrado do DEM.<br />

Com uma forte tradição <strong>de</strong> cooperação com o<br />

tecido empresarial, o ISEP mantém-se disponível<br />

para encontrar soluções <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>que</strong><br />

acrescentem valor ao tecido produtivo nacional.<br />

MESTRANDO ISEP<br />

NA TRANSACTIONS<br />

ON LEARNING<br />

TECHNOLOGIES<br />

Nuno Sousa, mestrando em <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica<br />

e Computadores, publicou o artigo<br />

“An Integrated Reusable Remote Laboratory<br />

to Complement Electronics Teaching”, na revista<br />

Transactions on Learning Technologies.<br />

O artigo apresentado na edição <strong>de</strong> Julho-Setembro<br />

<strong>de</strong>sta publicação do Institute of Electrical<br />

and Electronic Engineers (IEEE), aborda<br />

a investigação <strong>de</strong>senvolvida no projecto <strong>de</strong><br />

mestrado na área <strong>de</strong> Automação e Sistemas.<br />

Nuno Sousa <strong>de</strong>screve a bancada laboratorial<br />

remota para o ensino da electrónica concebida<br />

e implementada sob orientação <strong>de</strong> Manuel<br />

Gericota e Gustavo Alves.<br />

Esta tecnologia permite acesso remoto a réplicas<br />

exactas, dos diferentes trabalhos propostos<br />

nas aulas laboratoriais das unida<strong>de</strong>s<br />

curriculares <strong>de</strong> Electrónica, permitindo executar,<br />

à distância, os <strong>projectos</strong> iniciados em<br />

contexto <strong>de</strong> aula presencial<br />

O trabalho <strong>de</strong> Nuno Sousa <strong>de</strong>staca-se dos restantes<br />

laboratórios remotos existentes, pela<br />

sua simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização, e capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> reutilização sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alterações<br />

na infra-estrutura base.<br />

LSA PARTICIPA NO<br />

PROJECTO GEOMAD<br />

O investigador Carlos Almeida, do Laboratório<br />

<strong>de</strong> Sistemas Autónomos (LSA), participa no<br />

projecto Geomad, tendo integrado uma das<br />

missões <strong>de</strong> reconhecimento do arquipélago<br />

da Ma<strong>de</strong>ira.<br />

A equipa do Geomad, composta por 27 peritos<br />

europeus, esteve durante 10 dias em Setembro,<br />

no arquipélago da Ma<strong>de</strong>ira, para fazer um<br />

Sendo o primeiro estudo do género no arquipélago,<br />

e um dos maiores jamais realizados na<br />

Ma<strong>de</strong>ira, o Geomad incidiu na recolha <strong>de</strong> dados<br />

climatéricos e cartográficos, <strong>que</strong> possibilitem<br />

uma maior previsibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sastres<br />

climatéricos e o cálculo do geoi<strong>de</strong> na zona da<br />

Ilha da Ma<strong>de</strong>ira.<br />

Financiado em 200 mil euros por fundos europeus,<br />

este projecto é da responsabilida<strong>de</strong><br />

do Centro Interdisciplinar <strong>de</strong> Investigação<br />

Marinha e Ambiental e da Universida<strong>de</strong> da<br />

Ma<strong>de</strong>ira, integrando ainda investigadores do<br />

LSA, <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Meteorologia, Museu da Baleia,<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências da Universida<strong>de</strong><br />

do Porto, Service <strong>de</strong>s Avions Français Instrumentés<br />

pour la Recherche en Environnement<br />

(SAFIRE) e Island Wakes.<br />

MEIT 2010<br />

O Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />

(DEM) dinamizou, entre 19 e 30 <strong>de</strong> Setembro,<br />

a Mechanical Engineering International Tour<br />

(MEIT 2010). A edição <strong>de</strong>ste ano levou a equipa<br />

do ISEP ao Norte <strong>de</strong> Itália.<br />

A <strong>de</strong>legação, composta por 36 estudantes e<br />

docentes do DEM, aproveitou a visita <strong>de</strong> estudo<br />

técnica para conhecer <strong>de</strong> perto empresas<br />

<strong>de</strong> referência na área metalúrgica e metalomecânica,<br />

<strong>de</strong>stacando-se empresas do sector automóvel<br />

como a Fiat, Ducati, Maserati, Lamborghini<br />

e Ferrari. A equipa do ISEP pô<strong>de</strong> observar<br />

processos <strong>de</strong> fabrico altamente produtivos e<br />

totalmente automatizados – alguns dos quais<br />

inexistentes em Portugal – visitar museus ligados<br />

à história do automóvel e conhecer um<br />

pouco da ri<strong>que</strong>za sociocultural italiana.<br />

Exemplo do ensino próximo das empresas e<br />

apostado na internacionalização <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s,<br />

a MEIT 2010 permitiu um enri<strong>que</strong>cimento<br />

técnico significativo <strong>de</strong> todos os participantes.<br />

Não só possibilitou o contacto com<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> organização industrial evoluídos,<br />

como permitiu um intercâmbio cultural e potenciou<br />

um momento único <strong>de</strong> confraterniza-


BREVES<br />

27<br />

ção entre estudantes e docentes. Para a organização,<br />

a visita comprovou ser um sucesso,<br />

tendo sido ressalvado o “elevado sentido <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> dos estudantes”.<br />

NOVOS DIRECTORES<br />

DFI E DOG<br />

Natércia Pereira Machado Lima e José Alberto<br />

Madureira Salgado Rodrigues são os novos directores<br />

dos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> Física (DFI) e<br />

<strong>de</strong> Organização e Gestão (DOG), após eleição<br />

a 25 <strong>de</strong> Novembro.<br />

Na cerimónia <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> posse, <strong>que</strong> <strong>de</strong>correu<br />

a 13 <strong>de</strong> Dezembro, o presi<strong>de</strong>nte do ISEP,<br />

João Rocha, agra<strong>de</strong>ceu aos directores cessantes<br />

e <strong>de</strong>sejou as maiores felicida<strong>de</strong>s aos novos<br />

directores. Recordando <strong>que</strong> os Estatutos do<br />

ISEP vieram ajudar a clarificar o normal funcionamento<br />

dos cargos, João Rocha apelou<br />

ainda ao espírito <strong>de</strong> colaboração, manifestando<br />

<strong>que</strong> a presidência tudo fará para ajudar<br />

encontrar soluções para os <strong>de</strong>safios <strong>que</strong> se<br />

avizinham, <strong>de</strong> modo a continuar a elevar o<br />

ISEP a patamares superiores.<br />

Natércia Lima foi eleita directora do DFI com<br />

66% dos votos registados. Por seu turno, a lista<br />

<strong>de</strong> Alberto Rodrigues à Direcção do DOG<br />

recolheu 82% dos votos.<br />

GECAD NO AAL4ALL<br />

O Grupo <strong>de</strong> Investigação em <strong>Engenharia</strong> do<br />

Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD)<br />

participa no projecto <strong>de</strong> investigação, <strong>que</strong><br />

visa o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um ecossistema<br />

industrial para a massificação <strong>de</strong> produtos e<br />

serviços na área <strong>de</strong> Ambient Assisted Living.<br />

O projecto Ambient Assisted Living for All<br />

(AAL4ALL) prevê o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> requisitos<br />

técnicos e especificações <strong>de</strong> padrões,<br />

<strong>que</strong> possibilitem a criação <strong>de</strong> produtos e serviços<br />

<strong>de</strong> AAL certificados. A principal contribuição<br />

do GECAD, no âmbito <strong>de</strong>ste projecto,<br />

respeita à especificação <strong>de</strong> uma arquitectura<br />

e framework. O grupo do ISEP contribuirá com<br />

conhecimentos no domínio da representação<br />

e extracção <strong>de</strong> conhecimento, usando ontologias<br />

e métodos <strong>de</strong> data mining, consi<strong>de</strong>rando<br />

as dimensões espácio-temporais da informação/conhecimento.<br />

Com um orçamento global superior a oito<br />

milhões <strong>de</strong> euros, o projecto AAL4ALL conta<br />

com contributos <strong>de</strong> organizações como a<br />

Fraunhofer Portugal, Critical Health, PT Inovação,<br />

Sonaecom, Universida<strong>de</strong> do Minho, Universida<strong>de</strong><br />

Nova <strong>de</strong> Lisboa, ISCTE, Universida<strong>de</strong><br />

do Porto, INESC Porto, entre outras. Nuno Silva<br />

é o coor<strong>de</strong>nador dos trabalhos no GECAD.<br />

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />

NAS ESTRADAS<br />

NACIONAIS<br />

O Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica<br />

(DEE) celebrou, recentemente, um protocolo<br />

<strong>de</strong> consultadoria com a Ascendi, concessionária<br />

<strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> auto-estradas da<br />

zona Norte e Centro <strong>de</strong> Portugal, com vista à<br />

realização <strong>de</strong> estudos técnicos sobre iluminação<br />

pública viária.<br />

A parceria entre o ISEP e a Ascendi visa a elaboração<br />

<strong>de</strong> um parecer técnico, sobre a viabilida<strong>de</strong><br />

e mais-valias da instalação <strong>de</strong> iluminação<br />

pública, recorrendo à tecnologia LED<br />

no IP2, entre Vale Benfeito e a Jun<strong>que</strong>ira. O<br />

recurso a este novo paradigma <strong>de</strong> iluminação,<br />

beneficia <strong>de</strong> uma inovação tecnológica para<br />

potenciar resultados em termos <strong>de</strong> eficiência<br />

energética nas estradas nacionais, mantendo<br />

a máxima segurança rodoviária.<br />

Esta colaboração é mais um exemplo das<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperação entre o ISEP e as<br />

empresas portuguesas para a implementação<br />

<strong>de</strong> soluções técnicas <strong>de</strong> vanguarda. O estudo<br />

é coor<strong>de</strong>nado por Beleza Carvalho, director do<br />

DEE, e conduzido pelos peritos do Departamento,<br />

Ro<strong>que</strong> Brandão e Sérgio Ramos.<br />

AIRES RECEBE<br />

MENÇÃO HONROSA EM<br />

COMPETIÇÃO ISCTE-MIT<br />

O júri da ISCTE-IUL MIT-Portugal Venture<br />

Competition atribuiu uma menção honrosa<br />

ao projecto Advanced Intelligence Risk Evaluation<br />

System (AIRES), pelo seu carácter inovador<br />

e potencial <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> valor a partir<br />

<strong>de</strong> uma base tecnológica. O produto, <strong>de</strong>senvolvido<br />

por uma equipa li<strong>de</strong>rada pelo investigador<br />

do GECAD, Armando Vieira, beneficiará<br />

agora da parceria com a Caixa Capital para a<br />

sua promoção comercial.<br />

O AIRES foi o principal resultado do projecto <strong>de</strong><br />

investigação “Improving Financial Risk Analysis<br />

with Advanced Data-Mining Tools (IFRA)”, <strong>de</strong>senvolvido<br />

pelo GECAD sob a orientação <strong>de</strong><br />

Armando Vieira. O sistema usa técnicas <strong>de</strong> classificação<br />

<strong>de</strong> dados, tais como re<strong>de</strong>s neuronais<br />

ou máquinas <strong>de</strong> vectores <strong>de</strong> suporte, em áreas<br />

associadas ao risco financeiro e apoio à <strong>de</strong>cisão,<br />

nomeadamente na previsão <strong>de</strong> falências.<br />

Criado para premiar <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> cariz tecnológico,<br />

<strong>que</strong> revelem uma forte componente<br />

inovadora e potencial para abarcar mercados<br />

globais, esta primeira edição do ISCTE-IUL<br />

MIT-Portugal Venture Competition recebeu<br />

um total <strong>de</strong> 95 candidaturas e envolveu mais<br />

<strong>de</strong> 360 participantes.<br />

Além <strong>de</strong> Armando Vieira, a equipa <strong>que</strong> <strong>de</strong>senvolveu<br />

o AIRES integra João Carvalho<br />

das Neves, do <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> Economia<br />

e Gestão, e Bernar<strong>de</strong>te Ribeiro, da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Coimbra.<br />

ESTUDO DE LUÍS<br />

OLIVEIRA DESTACADO<br />

PELO AMERICAN<br />

INSTITUTE OF PHYSICS<br />

O artigo “Rat Muscle Opacity Decrease Due<br />

to the Osmosis of a Simple Mixture”, <strong>de</strong> Luís<br />

Oliveira, docente do Departamento <strong>de</strong> Física<br />

(DEFI), foi publicado no Journal of Biomedical<br />

Optics, da International Society for Optics and<br />

Photonics (SPIE). Este trabalho, <strong>de</strong>senvolvido<br />

em parceria com Armindo Lage, Universida<strong>de</strong><br />

do Porto, Manuel Pais Clemente, Centro <strong>de</strong><br />

Ciências e Tecnologias Ópticas, e Valery V. Tuchin,<br />

Saratov State University, Rússia, foi igualmente<br />

seleccionado pelo American Institute<br />

of Physics como referência da investigação<br />

em Física aplicada à Biologia.<br />

Este artigo resulta da investigação inicialmente<br />

realizada por Luís Oliveira, durante o<br />

mestrado em <strong>Engenharia</strong> Biomédica e inci<strong>de</strong><br />

no estudo dos efeitos clarificantes <strong>que</strong> vários<br />

agentes osmóticos conseguem produzir em<br />

tecidos biológicos, <strong>que</strong> por natureza apresentam<br />

gran<strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z à passagem da luz.<br />

Como conclusões <strong>de</strong>ste projecto, verificou-se<br />

<strong>que</strong> o tratamento dos tecidos com os agentes<br />

osmóticos clarificantes aumenta, significativamente,<br />

a transparência do tecido biológico,<br />

sem danificar a estrutura do mesmo.<br />

As mais-valias da <strong>Engenharia</strong> Biomédica são<br />

uma das vertentes passíveis <strong>de</strong> exploração no<br />

mestrado em Computação e Instrumentação<br />

Médica do ISEP.


28<br />

PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />

HÁ VIDA PARA LÁ DO TRABALHO:<br />

A RELAÇÃO ENTRE A RECUPERAÇÃO<br />

DE RECURSOS E O DESEMPENHO<br />

PROFISSIONAL<br />

Depois <strong>de</strong> um dia <strong>de</strong> trabalho stressante, muitos trabalhadores aguardam<br />

com expectativa a aproximação do fim <strong>de</strong> dia, do fim-<strong>de</strong>-semana<br />

ou das férias. É durante estes períodos <strong>de</strong> afastamento das exigências<br />

laborais <strong>que</strong> os trabalhadores têm a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se recuperarem, e<br />

<strong>de</strong> restabelecerem os recursos <strong>que</strong> per<strong>de</strong>ram ao longo do dia <strong>de</strong> trabalho.<br />

Os benefícios <strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong> recuperação para a saú<strong>de</strong> e bem-<br />

-estar do indivíduo têm sido comprovados pela investigação, sendo a<br />

relação com o <strong>de</strong>sempenho profissional ainda pouco consistente.<br />

Este trabalho insere-se nesta linha <strong>de</strong> investigação, tendo como objectivo<br />

avaliar o impacto dos processos psicológicos (distanciamento<br />

psicológico, experiências <strong>de</strong> relaxamento, experiências <strong>de</strong> aprendizagem<br />

e controlo dos tempos livres) e do sono no estado <strong>de</strong> recuperação<br />

matinal e o impacto <strong>de</strong>ste nas flutuações diárias do <strong>de</strong>sempenho<br />

profissional (<strong>de</strong>sempenho das tarefas, iniciativa pessoal, engagement<br />

e esforço necessário para realizar as tarefas). A investigação foi realizada<br />

com um grupo <strong>de</strong> 80 professores <strong>que</strong>, durante duas semanas<br />

consecutivas, respon<strong>de</strong>ram a dois <strong>que</strong>stionários diários, um antes do<br />

inicio do trabalho, avaliando os processos psicológicos e o estado <strong>de</strong><br />

recuperação matinal, outro no final do dia, avaliando as variáveis do<br />

<strong>de</strong>sempenho profissional.<br />

Os resultados do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> equações estruturais revelaram <strong>que</strong>, apenas<br />

as experiências <strong>de</strong> relaxamento e o sono influenciam o estado <strong>de</strong><br />

recuperação matinal <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong> sujeitos. Evi<strong>de</strong>nciaram ainda a<br />

existência <strong>de</strong> uma relação positiva e significativa entre estado <strong>de</strong> recuperação<br />

matinal e <strong>de</strong>sempenho das tarefas, iniciativa pessoal e engagement<br />

e uma relação negativa e significativa com o esforço necessário<br />

para o <strong>de</strong>sempenho das tarefas.<br />

Nome<br />

Maria Alexandra Pacheco Ribeiro da Costa<br />

Área Científica<br />

Ciências do Trabalho<br />

Orientador<br />

Carlos Guillén Gestoso (Univ. <strong>de</strong> Cádiz) e José María León Rubio (Univ.<br />

<strong>de</strong> Sevilha)<br />

Local<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cádiz (Espanha)<br />

Data da Prova<br />

Setembro 2010


PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />

29<br />

UM MÉTODO DE REDUÇÃO PARA<br />

PROGRAMAÇÃO SEMI-INFINITA NÃO<br />

LINEAR BASEADO NUMA TÉCNICA DE<br />

PENALIDADE EXACTA<br />

IDENTIFICAR E TESTAR FACTORES DE<br />

EFICÁCIA NO SENTIDO DE MELHORAR<br />

AS PRÁTICAS DE ENSINO DE FÍSICA EM<br />

ENGENHARIA NO ENSINO SUPERIOR<br />

Este trabalho <strong>de</strong> doutoramento foi <strong>de</strong>dicado a problemas <strong>de</strong> programação<br />

semi-infinita (PSI) não linear, na sua forma mais geral. Os problemas<br />

consi<strong>de</strong>rados são caracterizados por possuírem um número finito<br />

<strong>de</strong> variáveis e um conjunto infinito <strong>de</strong> restrições.<br />

Nas últimas décadas foram apresentados vários algoritmos para problemas<br />

<strong>de</strong> PSI. Contudo, não há muito software disponível e nenhum<br />

fornece uma implementação <strong>de</strong> um método pertencente à classe <strong>de</strong><br />

redução. Os métodos <strong>de</strong> redução possuem as melhores proprieda<strong>de</strong>s<br />

teóricas <strong>de</strong> convergência e são, também, os mais exigentes em termos<br />

numéricos, uma vez <strong>que</strong> exigem a resolução <strong>de</strong> problemas auxiliares.<br />

Este trabalho visa contribuir para o aumento da eficácia do ensino <strong>de</strong><br />

Física Introdutória, no contexto particular <strong>de</strong> Escolas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>. O<br />

estudo <strong>de</strong>correu no ISEP, ao longo <strong>de</strong> sete semestres <strong>de</strong> intervenção,<br />

numa era pré-Bolonha e foi constituído por três estudos <strong>que</strong> se complementam:<br />

1) Constatou-se <strong>que</strong> as modificações incrementais permitem<br />

uma construção iterativa <strong>de</strong> um currículo mais coeso, melhor<br />

alinhamento entre objectivos <strong>de</strong> aprendizagem, tarefas e mediação<br />

a<strong>de</strong>quada, possibilitando uma melhor integração dos<br />

conhecimentos, observada através do impacte positivo a nível<br />

dos resultados académicos dos alunos.<br />

2) Uma mediação baseada nos factores <strong>de</strong> eficácia i<strong>de</strong>ntificados<br />

na literatura, incorporados <strong>de</strong> forma integrada e harmoniosa<br />

permite obter melhores resultados em todo o tipo <strong>de</strong> alunos.<br />

I<strong>de</strong>ntificaram-se alguns traços <strong>de</strong> mediação dos professores<br />

em sala <strong>de</strong> aula capazes <strong>de</strong> promover aprendizagens <strong>de</strong> maior<br />

qualida<strong>de</strong>, nomeadamente quanto a resultados escolares, <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> competências e envolvimento dos alunos.<br />

3) A reflexão sobre a prática permite fundamentar (através <strong>de</strong><br />

relatos vivos) aspectos da mediação efectiva <strong>de</strong> um professor<br />

<strong>que</strong> resultam e outros <strong>que</strong> po<strong>de</strong>m ser melhorados, e mostrar a<br />

sua pertinência a outros colegas.<br />

Neste trabalho foi proposto um algoritmo <strong>de</strong> redução local baseado<br />

na técnica <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong>. A função usada consi<strong>de</strong>ra uma extensão <strong>de</strong><br />

uma função <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> norma - aumentada. A escolha <strong>de</strong>sta<br />

função <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve-se à obtenção <strong>de</strong> melhores resultados numéricos<br />

em comparação com as funções <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong> baseadas na<br />

norma um e dois da violação das restrições. Apresentou-se um estudo<br />

das proprieda<strong>de</strong>s teóricas da função <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong> estendida.<br />

Estes três estudos foram articulados permitindo contribuir para uma<br />

melhoria das sequências <strong>de</strong> ensino, das práticas efectivas e dos resultados<br />

<strong>de</strong> aprendizagem. Constatou-se ainda <strong>que</strong> a mediação dos professores<br />

po<strong>de</strong> ser distinta em tipos <strong>de</strong> aula diferentes, no entanto os<br />

traços <strong>de</strong> mediação <strong>que</strong> mais afectam a aprendizagem dos alunos não<br />

variam <strong>de</strong> forma sensível com os tipos <strong>de</strong> aula.<br />

Foi feita uma implementação do algoritmo <strong>de</strong> redução local proposto.<br />

O solver <strong>de</strong>senvolvido é <strong>de</strong>signado por SIRedAl (Semi-Infinite Reduction<br />

Algorithm). Este solver foi implementado em MATLAB e é capaz <strong>de</strong><br />

resolver problemas <strong>de</strong> PSI na forma mais geral com dimensão infinita<br />

máxima <strong>de</strong> dois. O código do solver usa dois algoritmos diferentes na<br />

minimização da função <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong>, e dois na resolução dos problemas<br />

multi-locais. O solver foi testado com 117 problemas teste da base<br />

<strong>de</strong> dados SIPAMPL e os resultados numéricos confirmaram a potencialida<strong>de</strong><br />

do algoritmo proposto.<br />

Nome<br />

Alzira Maria Teixeira da Mota<br />

Área Científica<br />

<strong>Engenharia</strong> Industrial e <strong>de</strong> Sistemas<br />

Orientador<br />

António Ismael <strong>de</strong> Freitas Vaz<br />

Local<br />

Universida<strong>de</strong> do Minho<br />

Data da Prova<br />

Julho 2010<br />

Nome<br />

Maria Clara Neves Cabral da Silva Moreira Viegas<br />

Área Científica<br />

Ciências Físicas (Didáctica da Física)<br />

Orientador<br />

Joaquim Bernardino <strong>de</strong> Oliveira Lopes (UTAD) e Manuel Azevedo (ISEP)<br />

Local<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)<br />

Data da Prova<br />

Julho 2010


30 PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />

EFFICIENT AGGREGATE<br />

COMPUTATIONS IN LARGE-SCALE<br />

DENSE WIRELESS SENSOR NETWORKS<br />

SONAR DE ABERTURA SINTÉTICA<br />

INTERFEROMÉTRICO APOIADO POR<br />

SATÉLITE<br />

É possível prever um mundo on<strong>de</strong> estaremos ro<strong>de</strong>ados por centenas<br />

ou até mesmo milhares <strong>de</strong> pe<strong>que</strong>nos nós computacionais <strong>de</strong>nsamente<br />

instalados. Cada um <strong>de</strong>stes nós será <strong>de</strong> dimensões muito reduzidas e<br />

possui capacida<strong>de</strong>s para obter dados directamente do ambiente através<br />

<strong>de</strong> sensores e transmitir informação via rádio. Perante tal cenário, o<br />

problema <strong>de</strong> lidar com a consi<strong>de</strong>rável quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação gerada<br />

por todos estes nós emerge como um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância.<br />

Este trabalho <strong>de</strong> investigação prova <strong>que</strong> é possível obter quantida<strong>de</strong>s<br />

agregadas com uma complexida<strong>de</strong> temporal <strong>que</strong> é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />

número <strong>de</strong> nós computacionais envolvidos, ou cresce muito lentamente<br />

quando o número <strong>de</strong> nós aumenta. Isto é conseguido através<br />

uma co-concepção dos algoritmos para obter quantida<strong>de</strong>s agregadas<br />

e do sistema <strong>de</strong> comunicação subjacente.<br />

O trabalho apresentado nesta tese, <strong>de</strong>screve um sistema <strong>de</strong> sonar <strong>de</strong><br />

abertura sintética interferométrico <strong>de</strong> alta resolução para uso em pe<strong>que</strong>nas<br />

embarcações ou veículos autónomos <strong>de</strong> superfície. Este sistema<br />

foi <strong>de</strong>senvolvido tendo como objectivo o seu uso em áreas submersas<br />

com águas pouco profundas tais como rios, lagos ou estuários.<br />

A abertura sintética é uma técnica <strong>que</strong> permite obter imagens <strong>de</strong> sonar<br />

<strong>de</strong> alta resolução, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da distância aos alvos e frequência<br />

dos sinais, por combinação coerentemente <strong>de</strong> ecos obtidos<br />

em posições sucessivas. Usando imagens obtidas a partir <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>s<br />

diferentes e técnicas <strong>de</strong> interferometria é possível, também,<br />

obter um mapa <strong>de</strong> elevação da área observada.<br />

A combinação coerente dos dados impõe, no entanto, restrições duras<br />

para os erros <strong>de</strong> fase <strong>de</strong>vidos à instabilida<strong>de</strong> do movimento da plataforma<br />

e meio <strong>de</strong> propagação durante a aquisição dos ecos, po<strong>de</strong>ndo<br />

impedir a correcta síntese da imagem. A abordagem seguida neste<br />

trabalho foi <strong>de</strong> explorar técnicas <strong>de</strong> abertura sintética usando apenas<br />

um receptor e as estimativas <strong>de</strong> posições obtidas directamente a partir<br />

do sistema <strong>de</strong> navegação do veículo. Técnicas <strong>de</strong> focagem avançadas<br />

permitem posteriormente reduzir o impacto dos erros <strong>de</strong> fase na síntese<br />

da imagem.<br />

Os resultados apresentados neste trabalho são relevantes por<strong>que</strong> sistemas<br />

emergentes <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sensores sem fio são fre<strong>que</strong>ntemente<br />

concebidos para ser <strong>de</strong>nsos e <strong>de</strong> larga escala. É exactamente nestes<br />

casos <strong>que</strong> os algoritmos propostos para obter quantida<strong>de</strong>s agregadas<br />

<strong>de</strong> forma eficiente apresentam maiores vantagens. A implementação<br />

e teste <strong>de</strong>stes algoritmos distribuídos numa plataforma especialmente<br />

<strong>de</strong>senvolvida para o efeito <strong>de</strong>monstram <strong>que</strong> <strong>de</strong> facto po<strong>de</strong>m ser obtidas<br />

quantida<strong>de</strong>s agregadas <strong>de</strong> forma eficiente, mesmo em sistemas<br />

<strong>de</strong>nsos e <strong>de</strong> larga escala.<br />

O mapeamento <strong>de</strong> áreas submersas é uma tarefa importante para áreas<br />

<strong>de</strong> aplicação tais como a navegabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rios ou manutenção <strong>de</strong><br />

infra-estruturas submersas. A formação <strong>de</strong> imagens sonar <strong>de</strong> abertura<br />

sintética e a obtenção <strong>de</strong> mapas batimétricos é ilustrada a partir <strong>de</strong><br />

dados obtidos em missões <strong>de</strong> teste no rio Douro.<br />

Este trabalho <strong>de</strong> investigação, <strong>de</strong>senvolvido no Centro <strong>de</strong> Investigação<br />

em Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo Real (CISTER) do <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do Porto (ISEP/IPP), foi apresentado perante um painel<br />

<strong>de</strong> avaliação, on<strong>de</strong> o principal arguente é actualmente um dos mais<br />

reconhecidos especialistas na área: O Professor Doutor Tarek F. Ab<strong>de</strong>lzaher,<br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Illinois, EUA.<br />

Nome<br />

Nuno Alexandre Magalhães Pereira<br />

Área Científica<br />

<strong>Engenharia</strong> Informática<br />

Orientador<br />

Eduardo Tovar (ISEP) e Paulo Manuel Martins <strong>de</strong> Carvalho (UM)<br />

Local<br />

Universida<strong>de</strong> do Minho<br />

Data da Prova<br />

Setembro 2010<br />

Nome<br />

Sérgio Rui dos Santos Barbosa Oliveira da Silva<br />

Área Científica<br />

Electrónica e Processamento <strong>de</strong> Sinal<br />

Orientador<br />

Sérgio Reis Cunha (FEUP)<br />

Local<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> da Universida<strong>de</strong> do Porto<br />

Data da Prova<br />

Junho 2010

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