projectos que fazem a diferença - Instituto Superior de Engenharia ...
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PROJECTOS QUE<br />
FAZEM A DIFERENÇA<br />
DEPOIS DO ISEP<br />
Jorge Ferreira<br />
Swedwood Portugal<br />
DE FORA CÁ DENTRO<br />
António Pêgo<br />
AEP – Formação<br />
À CONVERSA COM...<br />
Joana Sampaio<br />
Vice-Presi<strong>de</strong>nte do ISEP
02 ÍNDICE<br />
03<br />
04<br />
EDITORIAL<br />
A RETER<br />
» Primeiro Ministro inaugura ano lectivo no ISEP<br />
» Construir pontes para o mundo (EAIE Nantes 2010)<br />
» Dupla titulação Ibérica em <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />
» ISEP a 100% no concurso nacional <strong>de</strong> ingresso ao Ensino <strong>Superior</strong><br />
06<br />
EVENTOS<br />
» Physics LabFARM: Visir@ISEP<br />
» Boas Práticas na ligação entre IES e Empresas<br />
» NN2010 SummerSchool<br />
» Conhecer mais para melhor orientar<br />
» Workshop “Pedra Natural na Construção”<br />
» ECEL2010 - 9.ª Conferência Europeia <strong>de</strong> E-learning<br />
09<br />
» QTDEI: Seminários ISEs – Inteligência Artificial<br />
INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />
03<br />
A RETER<br />
» Tecnologia <strong>de</strong> ponta ao serviço da Geotécnia : LABCARGA<br />
12<br />
DEPOIS DO ISEP<br />
» Jorge Ferreira, Swedwood Portugal<br />
14<br />
DE FORA CÁ DENTRO<br />
» António Pêgo, AEP – Formação<br />
16<br />
DESTAQUE<br />
19<br />
» SIMPLEXmente Académico<br />
À CONVERSA COM...<br />
12<br />
DEPOIS DO ISEP<br />
» Joana Sampaio, Vice-Presi<strong>de</strong>nte do ISEP<br />
23<br />
A NOSSA TECNOLOGIA<br />
» E-learning: Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho<br />
25<br />
BREVES<br />
» Bolsas <strong>de</strong> mérito académico<br />
» 1º Mestre em Gestão <strong>de</strong> Processos e Operações<br />
» Eduardo Tovar edita número especial <strong>de</strong> revista IEEE<br />
» Projecto FECOMPO: resultados finais<br />
» Coooperação Internacional à distância <strong>de</strong> um cli<strong>que</strong><br />
» Investigadores GECAD vencem eliminatória poliempreen<strong>de</strong><br />
» DEM recebeu Maismetal<br />
» Mestrando ISEP na Tansactions on Learning Technologies<br />
» LSA participa no projecto GEOMAD<br />
» MEIT 2010<br />
» Novos directores DFI e DOG<br />
» GECAD participa no projecto AAL4ALL<br />
» Eficiência energética nas estradas nacionais<br />
» Aires recebe menção honrosa em competição ISCTE-MIT<br />
» Estudo <strong>de</strong> Luís Oliveira <strong>de</strong>stacado pelo American Institute of Physics<br />
16<br />
DESTAQUE<br />
28<br />
PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />
19<br />
À CONVERSA COM...
EDITORIAL<br />
03<br />
EDITORIAL<br />
Como todas as previsões apontavam, 2011 será um ano particularmente difícil em todos os<br />
sectores da socieda<strong>de</strong>, nomeadamente no Ensino <strong>Superior</strong>. A crise económica está instalada e<br />
reflecte-se, como é natural, no dia-a-dia dos cidadãos e das instituições e um esforço acrescido é<br />
pedido a todos com gran<strong>de</strong> incidência no sector público. E o ISEP não é excepção. Mas num ano<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s mudanças e <strong>de</strong> restrições, temos <strong>de</strong> por em prática a audácia e empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
<strong>que</strong> nos caracteriza e <strong>que</strong> nos faz trabalhar todos os dias para respon<strong>de</strong>r, da melhor forma, às<br />
exigências da nossa comunida<strong>de</strong>.<br />
Na décima segunda edição do nosso BI, não podíamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar uma distinção <strong>que</strong> nos<br />
enche <strong>de</strong> orgulho. O Prémio <strong>de</strong> Boas Práticas no Serviço Público, na categoria <strong>de</strong> Serviço ao Cidadão,<br />
com o projecto SIMPLEXmente Académico. Não é a primeira vez <strong>que</strong> abordamos o Simplex<br />
no BI. Mas <strong>de</strong>sta vez tem outra força. Os protagonistas <strong>de</strong>ste projecto, e da tão importante distinção,<br />
mostraram-nos os bastidores <strong>de</strong> uma iniciativa vencedora e <strong>de</strong>senvolvida com a prata da<br />
casa. Com este projecto, mostramos <strong>que</strong> as Instituições Públicas po<strong>de</strong>m ser exemplos a seguir.<br />
A internacionalização é, hoje em dia, uma palavra <strong>de</strong> ouro no Ensino <strong>Superior</strong>. Para o ISEP, internacionalizar<br />
é abrir as portas do mundo aos seus alunos. E é exactamente sobre as oportunida<strong>de</strong>s<br />
e <strong>de</strong>safios <strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong> abertura <strong>que</strong> Joana Sampaio, vice-presi<strong>de</strong>nte do ISEP, aceitou<br />
ser a nossa convidada do “À conversa com...” e explicou como o <strong>Instituto</strong> forma “engenheiros<br />
para o mundo” e quais os caminhos <strong>que</strong> serão traçados para lidar com os <strong>de</strong>safios do futuro <strong>que</strong><br />
está já aí.<br />
Da Swedwood, uma das fornecedoras da IKEA, chega-nos um antigo aluno da casa, num “Depois<br />
do ISEP” <strong>de</strong>scontraído e motivador. Jorge Ferreira mostrou-nos como o <strong>Instituto</strong> marcou, e muito,<br />
a sua vida pessoal e profissional e como fez <strong>de</strong>le um engenheiro multifacetado.<br />
Nas páginas <strong>que</strong> se seguem, vamos ainda fazer duas viagens: uma ao futuro da educação, com o<br />
GILT e o professor Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho, através do e-learning e das novida<strong>de</strong>s no mundo dos<br />
jogos educativos; e uma viagem ao centro da terra, conduzida pelo LabCarga, constituído por<br />
excelentes profissionais e investigadores <strong>que</strong> se <strong>de</strong>dicam ao estudo da Geotecnia.<br />
ISEP.BI 12<br />
_<br />
FICHA TÉCNICA<br />
PROPRIEDADE ISEP – <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do Porto DIRECÇÃO João Manuel Simões Rocha<br />
EDIÇÃO ISEP|DCC – Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação REDACÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP – DCC – GDM.2011<br />
IMPRESSÃO Gráfica, Lda TIRAGEM 1.500 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/10<br />
CONTACTOS ISEP|DCC – Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação » Rua Dr. António Bernardino <strong>de</strong> Almeida, nº 431 | 4200-072 Porto – Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail gci@isep.ipp.pt
04 A RETER<br />
PRIMEIRO-MINISTRO INAUGURA ANO LECTIVO NO ISEP<br />
O ISEP acolheu, no dia 14 <strong>de</strong> Setembro, a cerimónia <strong>de</strong> abertura do Ano<br />
Lectivo do Ensino <strong>Superior</strong> Politécnico. Este evento solene contou com<br />
a presença do primeiro-ministro, José Sócrates, do ministro da Ciência,<br />
Tecnologia e Ensino <strong>Superior</strong>, Mariano Gago, do presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
Coor<strong>de</strong>nador dos <strong>Instituto</strong>s <strong>Superior</strong>es Politécnicos, João Sobrinho<br />
Teixeira, e da presi<strong>de</strong>nte do Politécnico do Porto, Rosário Gambôa.<br />
O arran<strong>que</strong> oficial do ano lectivo foi marcado pela assinatura dos Programas<br />
<strong>de</strong> Desenvolvimento das instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> Politécnico<br />
para o quadriénio 2010-2013, inseridos no âmbito do Contrato<br />
<strong>de</strong> Confiança entre o Governo e as instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>. O<br />
Contrato <strong>de</strong> Confiança reafirma o papel fundamental <strong>de</strong>stas instituições<br />
<strong>de</strong> ensino superior na vida económica, social e cultural do país.<br />
Espera-se <strong>que</strong>, até 2013, os politécnicos contribuam para a qualificação<br />
superior <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> cem mil profissionais, promovam uma maior internacionalização<br />
e expandam a sua oferta <strong>de</strong> índole tecnológica.<br />
A escolha do Centro <strong>de</strong> Congressos do ISEP para palco <strong>de</strong>ste evento<br />
foi simbólica, já <strong>que</strong> o IPP representa o maior politécnico nacional, e<br />
tem no ISEP a sua maior escola. O <strong>Instituto</strong> foi assim palco do discurso<br />
do primeiro-ministro, <strong>que</strong> reiterou a importância do Ensino Politécnico<br />
para a formação <strong>de</strong> quadros mais competitivos, capazes <strong>de</strong> potenciar<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento económico do país. José Sócrates avançou <strong>que</strong> “os<br />
institutos politécnicos são absolutamente <strong>de</strong>terminantes para o sucesso<br />
da nossa economia e do Ensino <strong>Superior</strong> em Portugal”.<br />
A cerimónia, promovida conjuntamente pelo Conselho Coor<strong>de</strong>nador<br />
dos <strong>Instituto</strong>s <strong>Superior</strong>es Politécnicos e pelo Politécnico do Porto, assistiu<br />
ainda à assinatura do Protocolo <strong>de</strong> Qualificação Estratégica entre o<br />
IPP e a Comunida<strong>de</strong> Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIMTS), constituída<br />
pelos municípios <strong>de</strong> Amarante, Baião, Castelo <strong>de</strong> Paiva, Celorico<br />
<strong>de</strong> Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco <strong>de</strong> Canaveses, Paços <strong>de</strong><br />
Ferreira, Pare<strong>de</strong>s, Penafiel e Resen<strong>de</strong>.<br />
Sobre este protocolo, a presi<strong>de</strong>nte do Politécnico do Porto afirmou<br />
tratar-se <strong>de</strong> “cumprir um programa em articulação com as necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>que</strong> estão <strong>de</strong>tectadas e as emergentes na região, apoiando a formação<br />
geral das populações e a sua qualificação, contribuindo para a<br />
empregabilida<strong>de</strong> e competitivida<strong>de</strong>”. Para Rosário Gambôa, “o IPP tem<br />
a ganhar com este protocolo, por<strong>que</strong> po<strong>de</strong> concretizar e cumprir a sua<br />
missão, em parceria, ouvindo os contextos locais e trabalhando <strong>de</strong> forma<br />
articuladas com os mesmos”.<br />
CONSTRUIR PONTES PARA O MUNDO EAIE NANTES 2010<br />
O ISEP marcou presença na conferência anual da European Association<br />
for International Education (EAIE), <strong>que</strong> <strong>de</strong>correu entre 15 e 18 <strong>de</strong><br />
Setembro, em Nantes, França. A presença neste evento insere-se no<br />
eixo <strong>de</strong> internacionalização do <strong>Instituto</strong> e permitiu um contacto privilegiado<br />
com representantes <strong>de</strong> instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> todos<br />
os continentes.<br />
A Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Comunicação do ISEP esteve, durante uma<br />
semana, na Bretanha, para participar no maior encontro europeu <strong>de</strong><br />
profissionais da área da cooperação internacional entre instituições <strong>de</strong><br />
Ensino <strong>Superior</strong>. Este encontro <strong>de</strong> peritos promoveu vários seminários<br />
e oficinas práticas sobre temas como instituições empreen<strong>de</strong>doras, marketing<br />
internacional ou <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> erasmus mundus. Ao<br />
reunir 3.600 participantes, oriundos <strong>de</strong> 83 países, a EAIE 2010 permitiu estabelecer<br />
canais <strong>de</strong> diálogo e reforçar a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> contactos internacionais.<br />
Num mundo globalizado, a aposta na internacionalização é indispensável<br />
à competitivida<strong>de</strong> e mo<strong>de</strong>rnização das organizações. Em consonância,<br />
o ISEP alimenta actualmente mais <strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> parcerias<br />
com instituições europeias, lusófonas e latino-americanas, com vista<br />
à realização <strong>de</strong> <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>, ensino ou investigação. Esta<br />
aposta no alargamento e consolidação dos laços <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> e cooperação<br />
externos tem favorecido o lançamento <strong>de</strong> novos <strong>projectos</strong> <strong>que</strong><br />
potenciam o intercâmbio <strong>de</strong> boas práticas. Assim, e seguindo a experiência<br />
<strong>de</strong> 2009, quando o ISEP marcou presença na European Higher<br />
Education Fair – Bangkok, o <strong>Instituto</strong> apostou este ano em participar na<br />
conferência da EAIE.<br />
Além da participação em vários seminários e oficinas, e dos encontros<br />
<strong>de</strong> trabalho com colegas <strong>de</strong> instituições congéneres, <strong>de</strong>sta<strong>que</strong> ainda<br />
para a presença <strong>de</strong> um stand do ISEP – o único espaço <strong>de</strong> promoção<br />
do Ensino <strong>Superior</strong> português – na exposição <strong>de</strong> Nantes. Este posto<br />
informativo serviu para promover a oferta formativa e a excelência da<br />
investigação realizada no <strong>Instituto</strong>, sendo <strong>de</strong> ressalvar o enorme interesse<br />
suscitado pelo European Project Semester – projecto <strong>que</strong> o ISEP<br />
lançará no segundo semestre do corrente ano lectivo.
A RETER<br />
05<br />
DUPLA TITULAÇÃO IBÉRICA<br />
ENGENHARIA GEOTÉCNICA E GEOAMBIENTE<br />
O <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do Porto e o <strong>Instituto</strong> Politécnico do<br />
Porto assinaram, em Julho, um convénio com a Escola Técnica <strong>Superior</strong><br />
<strong>de</strong> Engenheiros <strong>de</strong> Minas da Universida<strong>de</strong> Politécnica <strong>de</strong> Madrid (ETSIM.<br />
UPM), <strong>que</strong> prevê a dupla titulação do curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica e<br />
Geoambiente. Este acordo possibilita <strong>que</strong> os estudantes beneficiem <strong>de</strong><br />
um período <strong>de</strong> estudos em ambas as instituições ibéricas, tendo acesso<br />
a um diploma e a uma maior abertura <strong>de</strong> mercados <strong>de</strong> trabalho.<br />
Rosário Gambôa, presi<strong>de</strong>nte do IPP, Carlos Ramos, vice-presi<strong>de</strong>nte do<br />
IPP, João Rocha, presi<strong>de</strong>nte do ISEP, Joana Sampaio, vice-presi<strong>de</strong>nte do<br />
ISEP e António Vega, director da licenciatura em <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />
e Geoambiente, <strong>de</strong>slocaram-se à capital espanhola para firmar a<br />
parceria estratégica <strong>que</strong> reforça as relações <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> e amiza<strong>de</strong><br />
entre as duas instituições ibéricas.<br />
Consi<strong>de</strong>rando o ISEP um “instituto muito interessante, ágil e dinâmico,<br />
<strong>que</strong> trabalha em áreas muito semelhantes à nossa escola”, Benjamin<br />
Calvo, director do ETSIM.UPM, aponta a parceria entre ambas as instituições<br />
como “uma das mais bem sucedidas relações em termos <strong>de</strong> cooperação<br />
internacional”. Ainda <strong>de</strong> acordo com comunicado da escola<br />
madrilena, “o prestígio do ISEP e a similitu<strong>de</strong> dos cursos e da filosofia <strong>de</strong><br />
ensino, propiciam este convénio <strong>que</strong> vem estreitar ainda mais os laços<br />
e a mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudantes entre ambos os países.<br />
O convénio assinado por Rosário Gambôa e João Rocha com o reitor da<br />
UPM, Javier Uceda, e o director do ETSIM.UPM, Benjamin Calvo, aponta<br />
às oportunida<strong>de</strong>s resultantes da maior uniformização dos graus <strong>de</strong><br />
ensino no Espaço Europeu <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>. Com o novo protocolo<br />
inicia-se igualmente uma ambiciosa fase <strong>de</strong> <strong>projectos</strong> conjuntos. Além<br />
do reforço da mobilida<strong>de</strong> académica, o acordo <strong>de</strong>ixa em aberto a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> criação <strong>de</strong> um mestrado conjunto ou da realização <strong>de</strong> um<br />
projecto ALFA com instituições sul-americanas. As duas instituições<br />
discutiram ainda a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reforçar a cooperação científica ou<br />
assuntos em torno do ensino pós-graduado.<br />
ISEP A 100% NO CONCURSO NACIONAL DE INGRESSO<br />
AO ENSINO SUPERIOR<br />
O ISEP preencheu, pelo terceiro ano consecutivo, a totalida<strong>de</strong> das vagas<br />
disponíveis nos cursos <strong>de</strong> licenciatura durante a primeira fase do<br />
concurso nacional <strong>de</strong> ingresso ao Ensino <strong>Superior</strong>.<br />
Os resultados da primeira fase do concurso nacional <strong>de</strong> ingresso no Ensino<br />
<strong>Superior</strong> colocaram 855 novos estudantes no ISEP. Com uma oferta <strong>de</strong><br />
11 licenciaturas, as médias <strong>de</strong> ingresso variaram, este ano, entre os 145,7<br />
e os 116,2 valores. Desta<strong>que</strong> para as licenciaturas em <strong>Engenharia</strong> Mecânica,<br />
<strong>Engenharia</strong> Mecânica Automóvel e <strong>Engenharia</strong> Civil, <strong>que</strong> obtiveram<br />
as médias mais elevadas com 145,7, 142,8 e 141,5 respectivamente.<br />
cursos em <strong>Engenharia</strong> Civil, <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica e <strong>de</strong> Computadores,<br />
<strong>Engenharia</strong> Informática e <strong>Engenharia</strong> Mecânica colocam o ISEP<br />
entre as cinco instituições com melhores médias no país. <strong>Engenharia</strong><br />
Informática manteve-se ainda como o curso com maior número <strong>de</strong> vagas<br />
na área a nível nacional.<br />
<strong>Engenharia</strong> Geotécnica e Geoambiente, <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Computação e<br />
Instrumentação Médica e <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Instrumentação e Metrologia<br />
continuam a apresentar-se como soluções únicas no contexto do Ensino<br />
<strong>Superior</strong> português.<br />
Em termos do índice <strong>de</strong> satisfação divulgado pela Direcção Geral do<br />
Ensino <strong>Superior</strong>, realce para cinco cursos com procura como primeira<br />
opção superior ao número <strong>de</strong> vagas disponíveis: <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />
Automóvel (1,68), <strong>Engenharia</strong> Informática em regime pós-laboral<br />
(1,15), <strong>Engenharia</strong> Mecânica (1,06), <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica – Sistemas<br />
Eléctricos <strong>de</strong> Energia (1,02) e <strong>Engenharia</strong> Informática (1,02).<br />
Os cursos do ISEP em <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica – Sistemas Eléctricos<br />
<strong>de</strong> Energia e <strong>Engenharia</strong> Química colocaram-se entre as três opções<br />
com melhor média nas respectivas áreas em Portugal. Já as médias dos<br />
<strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas, licenciatura lançada este ano e <strong>que</strong> resulta <strong>de</strong><br />
uma parceria com a Associação Empresarial <strong>de</strong> Portugal, lotou a totalida<strong>de</strong><br />
das vagas disponíveis.<br />
De realçar ainda <strong>que</strong>, os números da primeira fase, apresentam 726<br />
candidaturas como primeira opção. A colocação <strong>de</strong> 185 mulheres no<br />
ISEP (22% das vagas) confirma uma tendência <strong>que</strong> ajuda a <strong>de</strong>smistificar<br />
a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>que</strong> a <strong>Engenharia</strong> é um mundo exclusivamente masculino.<br />
Também <strong>de</strong> relevante interesse são os números dos primeiros colocados,<br />
on<strong>de</strong> a média combinada dos cursos do ISEP é <strong>de</strong> 181,2.
06 EVENTOS<br />
PHYSICS LABFARM NO<br />
VISIR@ISEP<br />
Gustavo Alves e Arcelina Mar<strong>que</strong>s, docentes <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica<br />
e <strong>de</strong> Física, respectivamente, apresentaram o projecto Physics<br />
LabFARM, numa série <strong>de</strong> sessões <strong>que</strong> tiveram lugar entre 16 -17 <strong>de</strong> Setembro.<br />
Desta<strong>que</strong> para a participação <strong>de</strong> Ingvar Gustavsson, mentor<br />
do Virtual Instrument Systems in Reality (VISIR), na inauguração <strong>de</strong>ste<br />
sistema no ISEP.<br />
O <strong>Instituto</strong> apresentou, no dia 16 <strong>de</strong> Setembro o seu mais recente<br />
projecto-piloto no ensino à distância – o Physics LabFARM. Este projecto<br />
visa <strong>de</strong>senvolver e promover a utilização <strong>de</strong> laboratórios remotos<br />
<strong>de</strong>dicados a experiências nas áreas <strong>de</strong> electricida<strong>de</strong>, electrónica básica<br />
e física experimental.<br />
Para Barros Oliveira, vice-presi<strong>de</strong>nte do ISEP, esta “é mais uma aposta<br />
<strong>que</strong> o ISEP faz no ensino à distância, numa altura em <strong>que</strong> se fala em<br />
contenção <strong>de</strong> custos, numa área <strong>que</strong> é tradicionalmente complicada<br />
para os alunos, a Física”. Esta evolução permite disponibilizar uma tecnologia<br />
<strong>de</strong> ensino remoto altamente interactiva e promotora <strong>de</strong> maior<br />
comodida<strong>de</strong> ao utilizador. Também o convidado <strong>de</strong> honra, Ingvar Gustavsson,<br />
<strong>de</strong>stacou o projecto do ISEP como “um meio flexível e <strong>de</strong> sucesso”,<br />
estando “a<strong>de</strong>quado às exigências do actual sistema <strong>de</strong> ensino,<br />
o Processo <strong>de</strong> Bolonha”.<br />
A primeira fase do Physics LabFARM será operacionalizada ao longo do<br />
ano lectivo. Neste primeiro semestre, tem sido testado, com sucesso,<br />
no seio <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> curricular <strong>de</strong> física aplicada na área dos circuitos<br />
eléctricos. O projecto abre ainda oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperação<br />
internacional, <strong>de</strong>stacando-se, para já, a colaboração em curso com instituições<br />
<strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> brasileiras.<br />
BOAS PRÁTICAS NA<br />
LIGAÇÃO ENTRE IES E<br />
EMPRESAS<br />
Com uma tradição centenária <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> ao tecido produtivo,<br />
o ISEP continua apostado em fazer a ponte entre o mundo académico<br />
e as empresas. Este investimento, indispensável à inovação<br />
e competitivida<strong>de</strong> dos agentes nacionais, serviu <strong>de</strong> base à oficina<br />
“Boas Práticas na Ligação entre Instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> e<br />
Empresas: a Criação e Gestão <strong>de</strong> um Gabinete <strong>de</strong> Relações Empresariais”,<br />
<strong>que</strong> teve lugar entre 19-20 <strong>de</strong> Julho.<br />
O sucesso <strong>de</strong> ecossistemas <strong>de</strong> comercialização tecnológica, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> um eficaz alinhamento e partilha <strong>de</strong> conhecimentos e<br />
recursos entre parceiros governamentais, <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> e empresas.<br />
Deste modo, a crescente criação <strong>de</strong> gabinetes <strong>de</strong> relações<br />
empresariais visa facilitar estes contactos, com vista à i<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> parceria, produção, partilha e comercialização<br />
<strong>de</strong> soluções tecnológicas inovadoras.<br />
Organizado pela University Technology Enterprise Network (UTEN),<br />
através do Grupo <strong>de</strong> Investigação em <strong>Engenharia</strong> do Conhecimento<br />
e Apoio à Decisão (GECAD), o workshop apresentou mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />
gabinetes <strong>de</strong> relações empresariais existentes em instituições <strong>de</strong><br />
Ensino <strong>Superior</strong>, <strong>de</strong> forma a espelhar boas práticas <strong>de</strong> cooperação<br />
com empresas a nível regional, nacional e internacional, e abordou<br />
temas como <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estratégias, estruturas e programas,<br />
talento e relacionamentos.<br />
Tendo como convidados especiais Bill Catlett, da University of Texas<br />
at Austin, EUA, e Anthony Boccanfuso, da National Aca<strong>de</strong>my of Sciences<br />
norte-americana, este evento contou com ampla participação <strong>de</strong><br />
responsáveis por Oficinas <strong>de</strong> Transferência <strong>de</strong> Tecnologia (OTIC) <strong>de</strong><br />
instituições académicas, incluindo a OTIC do Politécnico do Porto.<br />
NN2010 SUMMER SCHOOL<br />
O ISEP voltou a promover a Escola <strong>de</strong> Verão em Re<strong>de</strong>s Neuronais<br />
(NN2010) entre 12-16 <strong>de</strong> Julho (<strong>de</strong> 2010). Dedicada ao tema “Neural<br />
Networks in Classification, Regression and Data Mining”, esta<br />
última edição reuniu sessões teóricas e práticas e voltou a incluir<br />
uma sessão <strong>de</strong> posters/workshop <strong>que</strong> serviu <strong>de</strong> fórum <strong>de</strong> discussão<br />
para aconselhamento <strong>de</strong> <strong>projectos</strong> em curso.<br />
As re<strong>de</strong>s neuronais (NN) são uma importante ferramenta para tarefas<br />
<strong>de</strong> classificação e regressão, com aplicação em várias áreas<br />
da engenharia, economia, medicina ou bio-informática. Neste<br />
sentido, a Escola <strong>de</strong> Verão preten<strong>de</strong>u contribuir para a divulgação<br />
e compreensão <strong>de</strong> paradigmas relevantes das NN, <strong>de</strong>signadamente<br />
o perceptrão multi-camada (MLP), as funções <strong>de</strong> base<br />
radial (RBF) e as máquinas <strong>de</strong> vectores <strong>de</strong> suporte (SVM) usados<br />
em tarefas <strong>de</strong> classificação, regressão e previsão, ilustradas com<br />
aplicações em dados reais.<br />
Esta 7ª edição da Escola <strong>de</strong> Verão primou pela conjugação <strong>de</strong> uma<br />
forte orientação internacional, com a perspectiva empresarial, <strong>de</strong>stacando-se<br />
a presença <strong>de</strong> sete oradores estrangeiros entre os 10<br />
oradores convidados, com especial relevo para as contribuições <strong>de</strong><br />
Hans-Georg Zimmermann (Siemens AG, Alemanha) e Craig Saun<strong>de</strong>rs<br />
(Xerox Research Centre, França).<br />
Segundo Jorge M. Santos, docente do Departamento <strong>de</strong> Matemática<br />
(DMA) e presi<strong>de</strong>nte da edição <strong>de</strong>ste ano, o interesse suscitado<br />
pela Escola <strong>de</strong> Verão resulta, em gran<strong>de</strong> parte, do elevado nível<br />
científico da mesma e da capacida<strong>de</strong> do seu comité científico em<br />
garantir a presença <strong>de</strong> peritos reconhecidos internacionalmente<br />
na área das re<strong>de</strong>s neuronais.<br />
A NN2010 foi organizada pelo ISEP conjuntamente com o <strong>Instituto</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Biomédica da Universida<strong>de</strong> do Porto (INEB) e contou<br />
com uma colaboração especial do Grupo <strong>de</strong> Investigação em<br />
<strong>Engenharia</strong> do Conhecimento e Apoio à Decisão do ISEP (GECAD).
EVENTOS<br />
07<br />
CONHECER MAIS PARA MELHOR ORIENTAR<br />
O <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do Porto, através da Divisão <strong>de</strong><br />
Cooperação e Comunicação organizou, em Outubro, a iniciativa “Conhecer<br />
Mais para Melhor Orientar”. Direccionada para técnicos dos<br />
serviços <strong>de</strong> psicologia e orientação e docentes do Ensino Secundário<br />
e Profissional, <strong>que</strong> apoiam alunos na sua orientação vocacional, este<br />
evento abriu as portas do <strong>Instituto</strong> para mostrar o espírito <strong>que</strong> marca<br />
a comunida<strong>de</strong> ISEP.<br />
Esta iniciativa preten<strong>de</strong>u aprofundar o conhecimento sobre o Ensino<br />
<strong>Superior</strong> Público, <strong>de</strong>signadamente as especificida<strong>de</strong>s e potencialida<strong>de</strong>s<br />
do subsistema politécnico e da própria marca ISEP. Tendo por base<br />
<strong>que</strong> pessoas mais informadas têm liberda<strong>de</strong> para <strong>de</strong>cidir melhor, foram<br />
abordadas <strong>que</strong>stões associadas à transição e adaptação ao Ensino <strong>Superior</strong>,<br />
a filosofia <strong>de</strong> ensino do ISEP, oferta formativa e saídas profissionais.<br />
Contando com apresentações do <strong>Instituto</strong>, do perfil do corpo estudantil,<br />
das onze licenciaturas e da abordagem <strong>de</strong> ensino CDIO (Conceber,<br />
Desenvolver, Implementar, Operacionalizar), “Conhecer Mais para Melhor<br />
Orientar” permitiu um contacto directo entre os agentes educativos<br />
do Ensino Secundário e Profissional com directores <strong>de</strong> curso e estudantes.<br />
Desta<strong>que</strong> ainda para a presença da presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />
Pedagógico, Eduarda Pinto Ferreira, e da vice-presi<strong>de</strong>nte do ISEP, Joana<br />
Sampaio. Além das apresentações, foram ainda realizadas visitas pelo<br />
campus, a laboratórios e grupos <strong>de</strong> investigação, o <strong>que</strong> permitiu observar<br />
e vivenciar tecnologias e ritmos do <strong>Instituto</strong>.<br />
Os representantes <strong>de</strong> 24 escolas do Gran<strong>de</strong> Porto assinalaram a iniciativa<br />
como positiva, tendo sido já solicitadas visitas <strong>de</strong> alunos durante os<br />
dias abertos <strong>que</strong> o ISEP promove ao longo <strong>de</strong> todo o ano lectivo.<br />
WORKSHOP PEDRA NATURAL NA CONSTRUÇÃO<br />
No dia 24 <strong>de</strong> Setembro, o Grupo <strong>de</strong> Investigação e Consultoria em <strong>Engenharia</strong> Civil (GICEC)<br />
organizou um workshop intitulado “Pedra Natural na Construção”. Este evento reuniu um<br />
reputado painel <strong>de</strong> peritos nacionais e estrangeiros <strong>de</strong> diversos ramos da <strong>Engenharia</strong>, no Centro<br />
<strong>de</strong> Congressos do ISEP, para discutir <strong>de</strong>safios e soluções associados à aplicação da pedra<br />
natural na construção.<br />
De acordo com Rui Camposinhos, director do mestrado em Tecnologia e Gestão das Construções<br />
e coor<strong>de</strong>nador do GICEC, “a pedra natural é reconhecidamente um material <strong>de</strong> construção<br />
cuja aplicação na construção <strong>de</strong> edifícios, por simples <strong>que</strong> pareça, se reveste <strong>de</strong> alguma<br />
complexida<strong>de</strong> sobretudo quando aplicada em exteriores”.<br />
Neste sentido, e consi<strong>de</strong>rando o potencial económico da pedra portuguesa e das novas<br />
metodologias e ferramentas no sector da construção civil, o encontro abordou temas como<br />
“Fixação Mecânica <strong>de</strong> Pedra Natural em Fachadas”; “Painéis Pré-esforçados em Pedra Natural”;<br />
“Sistemas <strong>de</strong> Fixação para Pedra Ornamental em Revestimentos”; “Estudo e Análise da<br />
Correlação Existente entre a Absorção <strong>de</strong> Água, Porosida<strong>de</strong> Aparente, Massa Volúmica Aparente,<br />
Condutivida<strong>de</strong> e Difusibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Três Pedras Naturais Quimicamente Distintas”; “Kerf<br />
Anchorage Design”.<br />
A engenharia <strong>de</strong> fachadas e o estudo e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos sistemas estão entre as<br />
áreas <strong>de</strong> especialização do GICEC. O ISEP explora ainda estes temas na licenciatura em <strong>Engenharia</strong><br />
Civil e no mestrado em Tecnologia e Gestão das Construções.
08<br />
EVENTOS<br />
ECEL 2010 9ª CONFERÊNCIA EUROPEIA EM E-LEARNING<br />
O e-learning é uma das áreas mais activas em termos <strong>de</strong> prática e investigação<br />
no sector da educação e formação europeia. O uso <strong>de</strong> novas e<br />
inovadoras tecnologias <strong>de</strong> suporte à aprendizagem tem vindo a levantar<br />
crescentes expectativas entre investigadores, professores, estudantes<br />
e outros intervenientes educativos.<br />
Entre 4 e 5 <strong>de</strong> Novembro, o Centro <strong>de</strong> Congressos do ISEP foi palco do<br />
principal encontro europeu sobre ensino à distância. A ECEL 2010 – 9ª<br />
Conferência Europeia em E-Learning – reuniu no Porto os principais peritos<br />
europeus da área. Este evento permitiu divulgar <strong>projectos</strong> em curso,<br />
discutir o estado da arte e promover oficinas, constituindo-se como<br />
mais um marco na prática consolidada do ISEP em ensino à distância.<br />
Na edição <strong>de</strong>ste ano, presidida por Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho e Paula Escu<strong>de</strong>iro,<br />
docentes do Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática e investigadores<br />
no Graphics, Interaction and Learning Technologies, GILT,<br />
foram apresentados perto <strong>de</strong> uma centena <strong>de</strong> <strong>projectos</strong>, entre comunicações,<br />
posters e mesas redondas, <strong>que</strong> serão alvo <strong>de</strong> publicação no<br />
Electronic Journal of e-Learning.<br />
A ECEL 2010 albergou ainda um espaço <strong>de</strong> exposição para <strong>de</strong>monstração<br />
<strong>de</strong> produtos, e beneficiou da vocação universalista portuguesa para esten<strong>de</strong>r<br />
o convite à participação <strong>de</strong> profissionais da América Latina e África.<br />
Deste modo, o ISEP acabou por potenciar a troca <strong>de</strong> experiências na área<br />
do e-learning entre peritos europeus e <strong>de</strong> dois mercados emergentes.<br />
QTDEI<br />
SEMINÁRIOS ISEs – INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL<br />
O Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática (DEI) promoveu, no dia 17<br />
<strong>de</strong> Novembro, a primeira sessão no corrente ano lectivo das Quartas à<br />
Tar<strong>de</strong> no DEI (QTDEI). Organizada em parceria com o capítulo português<br />
da IEEE Computational Intelligence Society, esta sessão enquadrou-se<br />
com os Seminários dos <strong>Instituto</strong>s <strong>Superior</strong>es <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
(ISEs), sendo <strong>de</strong>dicada ao tema da Inteligência Artificial.<br />
As QTDEI são encontros <strong>de</strong> divulgação científica, promovidos regularmente<br />
pelo DEI, em linha com áreas <strong>de</strong> actuação dos grupos <strong>de</strong> I&D<br />
do ISEP ou temas leccionados nos cursos do <strong>Instituto</strong>. Neste sentido,<br />
a sessão subordinada à Inteligência Artificial insere-se no âmbito <strong>de</strong><br />
<strong>projectos</strong> <strong>de</strong>senvolvidos no Grupo <strong>de</strong> Investigação <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do<br />
Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) e trouxe ao ISEP os investigadores<br />
Amélia Loja, do <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Lisboa, e<br />
Viriato Mar<strong>que</strong>s, do <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Coimbra.<br />
A sessão arrancou com a apresentação <strong>de</strong> Amélia Loja, <strong>que</strong> abordou a<br />
Optimização <strong>de</strong> Estruturas Laminadas Adaptativas Utilizando Mo<strong>de</strong>los<br />
<strong>de</strong> Or<strong>de</strong>m <strong>Superior</strong> e Algoritmos Genéticos. Seguiu-se Viriato Mar<strong>que</strong>s,<br />
cuja comunicação, Criativida<strong>de</strong> Musical através da Computação Evolucionária,<br />
explora caminhos da inteligência artificial <strong>que</strong> possibilitem o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aplicações capazes <strong>de</strong> criar música.<br />
Com uma longa tradição, as QTDEI são eventos abertos a qual<strong>que</strong>r interessado<br />
nos últimos avanços do universo computacional, e um ponto<br />
<strong>de</strong> contacto para o meio académico nacional.
INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />
09<br />
LABCARGA<br />
TECNOLOGIA DE<br />
PONTA AO SERVIÇO DA<br />
GEOTECNIA<br />
Nasceu, formalmente, em 2005 e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então nunca mais<br />
parou. O Laboratório <strong>de</strong> Cartografia e Geologia Aplicada<br />
(LABCARGA) é mais um caso <strong>de</strong> sucesso do ISEP, <strong>que</strong> nasceu<br />
e vingou. O professor Hel<strong>de</strong>r Chaminé, responsável<br />
pelo LABCARGA, esteve à conversa com o ISEP.BI e <strong>de</strong>u-<br />
-nos a conhecer o trabalho <strong>de</strong>senvolvido em estudos <strong>de</strong><br />
investigação académicos, mas também e, principalmente,<br />
na prestação <strong>de</strong> serviços especializados, em Portugal<br />
e no exterior. Sem dúvida, um crescimento exponencial<br />
e uma área <strong>de</strong> actuação vasta marcam os primeiros anos<br />
<strong>de</strong> vida do LABCARGA <strong>que</strong>, em 2008, <strong>de</strong>u um salto qualitativo<br />
ao adquirir tecnologias <strong>de</strong> geoposicionamento <strong>de</strong><br />
alta precisão, um auxiliar precioso nos estudos <strong>de</strong> Geociências<br />
e Geoengenharia.<br />
Longe vão os tempos da bússola ao serviço da <strong>Engenharia</strong> Geotécnica.<br />
Actualmente, o rigor na execução dos trabalhos impõe novas<br />
alternativas, soluções <strong>que</strong> o LABCARGA não hesitou em adquirir. A<br />
partir <strong>de</strong> 2008, a natureza das tarefas do laboratório simplificou-se e<br />
a utilização do GPS <strong>de</strong> alta precisão tornou-se uma realida<strong>de</strong>. Este<br />
aparelho versátil, portátil e <strong>de</strong> alta resolução, proporciona uma precisão<br />
centimétrica na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 30 a 40 cm, <strong>que</strong> po<strong>de</strong> atingir os 10<br />
a 15 cm se for aplicada a correcção diferencial e, ainda, se atingir<br />
condições óptimas <strong>de</strong> recepção <strong>de</strong> sinal.<br />
As geociências aplicadas à engenharia, a geotecnia dos maciços, a<br />
geoengenharia costeira, a hidrogeologia aplicada e, neste momento<br />
a dar os primeiros passos, a geoconservação do património geológico-mineiro,<br />
e o geoturismo, são algumas das áreas científicas em<br />
<strong>que</strong> o LABCARGA actua. Um le<strong>que</strong> <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s vasto <strong>que</strong> exige,<br />
portanto, novos métodos <strong>de</strong> abordagem. Desenhar mapas cartográficos,<br />
geoposicionar uma sondagem hidrogeológica ou geotécnica,<br />
trabalhar com uma malha <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong> amostragem e fazer medições<br />
rigorosas, já não é “um bicho-<strong>de</strong>-sete-cabeças”. Para o professor<br />
coor<strong>de</strong>nador Hel<strong>de</strong>r Chaminé, “felizmente, nos últimos anos,<br />
houve uma revolução completa a nível da tecnologia dos sistemas<br />
<strong>de</strong> informação geográfica e <strong>de</strong> geoposicionamento. Isso permitiu-<br />
-nos dar um salto qualitativo e tornou-nos mais competitivos a vários<br />
níveis”.
10<br />
INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />
ENSINAR, PRODUZIR E INVESTIGAR<br />
Com um grupo <strong>de</strong> trabalho composto por seis docentes/investigadores<br />
e seis bolseiros, o LABCARGA congrega diferentes objectivos. Em<br />
primeiro lugar, o professor Hel<strong>de</strong>r Chaminé <strong>de</strong>staca a componente<br />
pedagógica, “especialmente no ensino pós-graduado e até <strong>de</strong> extensão<br />
<strong>de</strong> cultura geo-científica, através <strong>de</strong> <strong>projectos</strong> Ciência Viva, para o<br />
gran<strong>de</strong> público”. Por outro lado, continua, “somos um centro <strong>de</strong> prestação<br />
<strong>de</strong> serviços especializados”, com forte sentido empresarial ligado<br />
a apoiar problemas <strong>de</strong> I&D. O terceiro vector é o da investigação associada,<br />
pois, como adianta o impulsionador do LABCARGA, “em alguns<br />
<strong>projectos</strong>, não é só o relatório técnico <strong>que</strong> é a nossa priorida<strong>de</strong>, mas<br />
também a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos publicar estudos interessantes a<br />
nível internacional em revistas <strong>de</strong> impacto”.<br />
Vocacionado para o ensino teórico-prático, uma das vantagens para<br />
<strong>que</strong>m integra o LABCARGA é a experiência <strong>de</strong> campo. Aliás, Hel<strong>de</strong>r<br />
Chaminé garante <strong>que</strong> “a aquisição <strong>de</strong>ssas ferramentas, da vivência<br />
no terreno, <strong>de</strong>fine a atitu<strong>de</strong> conceptual e o perfil do engenheiro geotécnico<br />
ou <strong>de</strong> qual<strong>que</strong>r outro geo-profissional”. Para as empresas é,<br />
obviamente, uma mais-valia, pois transmite uma imagem positiva, <strong>de</strong><br />
profissionais competentes, com elevado know-how. Hoje em dia, garante,<br />
são notórias as vantagens na contratação <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> serviços:<br />
“permite aumentar os níveis <strong>de</strong> segurança, a sustentabilida<strong>de</strong> e a optimização<br />
dos recursos”.<br />
PROJECTOS DE CARIZ<br />
INTERDISCIPLINAR E MULTIDISCIPLINAR<br />
O trabalho em equipas multidisciplinares faz parte do perfil do engenheiro<br />
geotécnico <strong>que</strong>, sucessivamente, tem <strong>que</strong> interagir com diferentes<br />
profissões, não só no ramo da engenharia, mas também <strong>de</strong><br />
outras áreas. “É a nossa espinha dorsal”, afirma, sem hesitar, o coor<strong>de</strong>nador<br />
do LABCARGA. De facto, essa articulação é fundamental, mais<br />
ainda, por<strong>que</strong> o espectro <strong>de</strong> actuação do LABCARGA extravasa, hoje, as<br />
fases <strong>de</strong> reconhecimento cartográfico e prospecção, intervindo também<br />
em estudos <strong>de</strong> monitorização, nos períodos durante e pós-obra.<br />
Com vários <strong>projectos</strong> em mãos e outros tantos já concluídos, são inúmeros<br />
os exemplos da cooperação estratégica com instituições não só<br />
académicas, mas também empresariais.<br />
O mais recente projecto <strong>de</strong>nomina-se CARTGALICIA e foi encomendado<br />
pela Xunta <strong>de</strong> Galicia, através da Fundação Empresa da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Santiago <strong>de</strong> Compostela, com <strong>que</strong>m o LABCARGA já colabora há<br />
alguns anos. O objectivo é “apoiar a cartografia SIG do plano <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento<br />
da orla costeira da Galiza, <strong>que</strong> vai ter um impacto consi<strong>de</strong>rável<br />
na região”, avança Hel<strong>de</strong>r Chaminé.<br />
Doutorado em Geologia pela Universida<strong>de</strong> do Porto e Pós-Doutorado<br />
em Geociências pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro, Hel<strong>de</strong>r<br />
Chaminé chegou ao ISEP em 2003 como Professor Coor<strong>de</strong>nador<br />
no Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica. O coor<strong>de</strong>nador<br />
do LABCARGA assume ainda a posição <strong>de</strong> director do curso<br />
<strong>de</strong> Mestrado em <strong>Engenharia</strong> Geotécnica e Geoambiente e o <strong>de</strong><br />
sub-director do Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica. Tem<br />
mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> experiência profissional em <strong>projectos</strong> interdisciplinares<br />
nas áreas <strong>de</strong> Cartografia, Geomecânica Mineira,<br />
Geologia Estrutural, Geoengenharia <strong>de</strong> Maciços Rochosos e Hidrogeologia.<br />
Co-autor <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 160 publicações em revistas<br />
internacionais e nacionais, editor científico <strong>de</strong> quatro volumes<br />
<strong>de</strong> actas, participa em vários <strong>projectos</strong> científicos da FCT e Europeus.<br />
É ainda editor associado em quatro revistas internacionais,<br />
nos EUA, Canadá, Argentina e Espanha. Foi avaliador da<br />
DGES, como perito em Geociências, dos cursos <strong>de</strong> Bolonha.<br />
Outra parceria já longa, estabelecida pelo professor coor<strong>de</strong>nador José<br />
Martins Carvalho com o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Inovação Tecnológica dos Açores<br />
(INOVA), envolve o LABCARGA na avaliação do potencial geotérmico<br />
<strong>de</strong> alta entalpia.<br />
No Mosteiro <strong>de</strong> Tibães, através do <strong>Instituto</strong> Português do Património<br />
Arquitectónico (IPPAR), o LABCARGA estudou a geotecnia e estabilização<br />
<strong>de</strong> uma galeria <strong>de</strong> uma antiga mina <strong>de</strong> volfrâmio das Aveleiras para<br />
ser intervencionada <strong>de</strong> forma a receber participantes num percurso<br />
subterrâneo singular.<br />
A terminar está o projecto europeu TERMARED, através do qual conseguiram<br />
inventariar mais <strong>de</strong> 340 locais no Norte <strong>de</strong> Portugal e 250<br />
locais na Galiza, dos quais referenciaram 12 novos pontos, em Portugal,<br />
para a implementação <strong>de</strong> futuros pólos termais. Este projecto tem<br />
como parceiros a Xunta <strong>de</strong> Galicia, a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vigo, o <strong>Instituto</strong><br />
<strong>de</strong> Hidrotermalismo da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bordéus, a Associação <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />
do Alto Tâmega, entre outras instituições. Com conclu-
INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />
11<br />
não exclui a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar noutros <strong>projectos</strong> relacionados<br />
com a orla costeira rochosa, <strong>que</strong> potenciem a protecção da sua ri<strong>que</strong>za.<br />
O GISCOAST conta com a colaboração e participação <strong>de</strong> empresas<br />
e instituições nacionais, como os Irmãos Cavaco S.A., o Centro<br />
GEOBIOTEC|UA, o DG-FLUP, a CCDR-N, a APDL, mas também <strong>de</strong> instituições<br />
estrangeiras, como o Centre d’Étu<strong>de</strong>s Techni<strong>que</strong>s Maritimes et<br />
Fluviales (França) e a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santiago Compostela (Espanha).<br />
PROJECÇÃO FORA DE PORTAS<br />
De facto, o LABCARGA é, hoje, reconhecido a nível nacional e internacional,<br />
em estudos multidisciplinares <strong>de</strong> geoengenharia. O segredo do<br />
sucesso? “Muito trabalho, uma equipa fantástica e amor à camisola”,<br />
afirma, sem hesitar, o professor Hel<strong>de</strong>r Chaminé.<br />
são prevista para Março <strong>de</strong> 2011, os resultados vão ser apresentados<br />
durante um congresso internacional <strong>de</strong> turismo termal, em Ourense.<br />
A nível local, o LABCARGA participou no estudo da hidrogeologia urbana<br />
do Porto e da hidrogeologia do sistema montanhoso da Serra da<br />
Estrela, ambos financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia<br />
(FCT). Também a nível local, mas como prestador <strong>de</strong> serviços, o LAB-<br />
CARGA participou, em parceria com a empresa GGC Lda, num estudo,<br />
com duração <strong>de</strong> dois anos, solicitado pela empresa Irmãos Cavaco SA,<br />
cujo principal objectivo era inventariar, cartografar, georreferenciar e<br />
avaliar todos os recursos geológicos próximos à faixada Atlântica com<br />
potenciais características geotécnicas como geomaterial <strong>de</strong> enrocamento<br />
para obras marítimas.<br />
A maioria dos <strong>projectos</strong> permitiu a publicação <strong>de</strong> resultados em revistas<br />
<strong>de</strong> impacto internacional, tais como: Environmental & Engineering<br />
Geoscience, Environmental Earth Sciences, Hydrogeology Journal,<br />
International Journal of Speleology, Journal of Coastal Research, WIT<br />
Transactions on Ecology and the Environment, Geothermal Resources<br />
Council Transactions, Geosciences Journal, entre outras. Além disso,<br />
as conclusões dos <strong>projectos</strong> ma<strong>de</strong> in LABCARGA foram já apresentadas<br />
em actas <strong>de</strong> congressos internacionais ou publicadas em volumes<br />
especiais, organizados por instituições como, International Society for<br />
Rock Mechanics (ISRM), International Association for Engineering Geology<br />
and the Environment (IAEG), International Association of Hydrogeologists<br />
(IAH) e Geological Society of London.<br />
GISCOAST – UM PROJECTO<br />
GALAICO-PORTUGUÊS<br />
Des<strong>de</strong> 2008, o LABCARGA li<strong>de</strong>ra uma investigação multidisciplinar <strong>que</strong><br />
envolve Portugal e a Galiza, “um eixo estratégico”, segundo o professor<br />
Hel<strong>de</strong>r Chaminé. O principal objectivo do GISCOAST é o ensaio <strong>de</strong><br />
metodologias cartográficas SIG, e análise do impacto das alterações<br />
climáticas nos geomateriais das obras <strong>de</strong> protecção costeira ao longo<br />
da faixa costeira Atlântica (entre Caminha e Figueira da Foz e alguns<br />
sectores na costa rochosa da Galiza) para <strong>que</strong>, <strong>de</strong>sta forma, se possa<br />
actuar e contribuir para melhores metodologias <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa.<br />
Embora este projecto ainda se encontre em fase <strong>de</strong> arran<strong>que</strong>, uma vez<br />
<strong>que</strong> as conclusões finais estão agendadas para daqui a três anos, com<br />
a apresentação da tese <strong>de</strong> doutoramento da engenheira geotécnica e<br />
bolseira da FCT Ana Pires, o LABCARGA já colocou “mãos à obra”. Até<br />
ao momento, foi analisada a protecção costeira <strong>de</strong> Espinho, com base<br />
na criação <strong>de</strong> uma ficha geotécnica e inspecção visual dos geomateriais<br />
<strong>que</strong> compõem a estrutura, para além da aquisição <strong>de</strong> imagens<br />
aéreas <strong>de</strong> alta resolução. Esta metodologia <strong>de</strong> georreferenciação foi<br />
igualmente aplicada na inventariação das pedreiras reconhecidas dos<br />
distritos do Porto e Aveiro, <strong>de</strong> forma a comparar resultados.<br />
Até ao momento, a cartografia aplicada revela <strong>que</strong> são colocados geomateriais,<br />
com características geomecânicas menos a<strong>de</strong>quadas, nas<br />
obras <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa costeira. Tal conclusão já valeu ao laboratório artigos<br />
em publicações internacionais <strong>de</strong> prestígio. No futuro, o LABCARGA<br />
No início <strong>de</strong> Dezembro, o ISEP recebeu o V Congresso Nacional<br />
<strong>de</strong> Geomorfologia. Organizado pelo professor Hel<strong>de</strong>r<br />
Chaminé, elemento da direcção da Associação Portuguesa <strong>de</strong><br />
Geomorfólogos, o encontro teve como figura <strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<strong>que</strong> o<br />
professor catedrático James Griffiths, Presi<strong>de</strong>nte da School of<br />
Geography, Earth & Environmental Sciences da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Plymouth (Inglaterra), uma referência mundial em estudos<br />
<strong>de</strong> Cartografia Aplicada e Geomorfologia <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>.
12 DEPOIS DO ISEP<br />
“O ISEP É UMA CASA<br />
EM QUE ALGUNS DOS<br />
VALORES SWEDWOOD<br />
ESTÃO PRESENTES –<br />
A SIMPLICIDADE, O<br />
EMPREENDEDORISMO E<br />
AS PESSOAS”<br />
JORGE FERREIRA<br />
Nesta edição do ISEP.BI apresentamos o percurso <strong>de</strong> mais um antigo aluno<br />
do ISEP: Jorge Ferreira, director <strong>de</strong> fábrica da Board on Frame - Swedwood<br />
Portugal, empresa <strong>que</strong> integra o grupo IKEA. No final dos anos<br />
80, concluiu a licenciatura em <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica no ISEP e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
essa altura, e após uma breve passagem pelo ensino, esteve sempre ligado<br />
a empresas multinacionais: primeiro na United Technologies Automotive<br />
e, mais recentemente, na Swedwood. Com um percurso profissional<br />
estritamente ligado à gestão <strong>de</strong> equipas e pessoas, Jorge Ferreira garante<br />
<strong>que</strong> continua a sentir-se engenheiro, pois i<strong>de</strong>ntifica em si características<br />
muito próprias à profissão: o gosto pelo <strong>de</strong>talhe e pelo rigor.<br />
SWEDWOOD<br />
A Swedwood nasceu no seio da IKEA para garantir uma vantagem<br />
competitiva ao grupo, embora tenha uma estrutura<br />
organizativa in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da multinacional. Com produção<br />
exclusiva para as lojas IKEA, não é objectivo da Swedwood fazer<br />
concorrência a outras empresas no mercado. Por seu turno,<br />
a IKEA é livre <strong>de</strong> recorrer a outros fornecedores, sempre na<br />
condição <strong>de</strong> encontrar o melhor preço e a melhor qualida<strong>de</strong>.<br />
O projecto português nasceu em 2007 e é único, em todo o<br />
mundo, pois engloba, no mesmo local, uma fábrica Board on<br />
Frame e uma fábrica <strong>de</strong> produção Flat Line.<br />
Jorge Ferreira é director <strong>de</strong> fábrica da Board on Frame, uma<br />
das três divisões <strong>de</strong> produto da Sweedwood (as restantes são<br />
a Solidwood e a Flat Line). Este tipo <strong>de</strong> produção caracteriza-<br />
-se por mobiliário com uma estrutura exterior em placas e o<br />
interior revestido com papel.<br />
A fábrica <strong>que</strong> Jorge Ferreira li<strong>de</strong>ra, comercializa mais <strong>de</strong> 160<br />
produtos diferentes, para todas as lojas do mercado Ibérico e<br />
da Ásia. A aposta em Portugal é uma <strong>de</strong>cisão estratégica, <strong>que</strong><br />
tem por base dois pilares: reduzir a pressão sobre as fontes <strong>de</strong><br />
matéria-prima no Leste Europeu e garantir capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />
mais próxima <strong>de</strong> utilizadores finais, diminuindo assim<br />
os custos <strong>de</strong> distribuição. Para além disso, o pólo <strong>de</strong> fabrico<br />
no nosso país está em melhores condições <strong>de</strong> fazer entregas à<br />
Ásia por via marítima.<br />
A licenciatura em <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica ligou-o ao ISEP <strong>de</strong> 1983 a<br />
1987, mas o vínculo com esta casa ultrapassa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, o da aprendizagem<br />
académica, pois foi aqui <strong>que</strong> Jorge Ferreira conheceu a sua<br />
esposa, também ela ex-aluna do ISEP.<br />
Dos tempos <strong>de</strong> estudante recorda “uma casa séria e <strong>de</strong> trabalho, com<br />
professores <strong>que</strong> simultaneamente eram profissionais, o <strong>que</strong> nos permitia<br />
uma ligação muito interessante à realida<strong>de</strong> empresarial”. Não se<br />
confinando apenas aos estudos, Jorge Ferreira procurou <strong>que</strong> a sua passagem<br />
pelo Ensino <strong>Superior</strong> fosse mais abrangente, razão pela qual integrou<br />
as equipas <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> salão e <strong>de</strong> ténis <strong>de</strong> mesa do ISEP. Aliás,<br />
garante, “é o conjunto das experiências, das vivências e das influências<br />
<strong>que</strong> nos tornam pessoas multifacetadas.”<br />
No entanto, o caminho faz-se também <strong>de</strong> alguns obstáculos, e Jorge<br />
Ferreira nunca mais há-<strong>de</strong> es<strong>que</strong>cer a sua fraca apetência para o estudo<br />
das “correntes fracas”. “Sou um homem <strong>de</strong> correntes fortes, mas<br />
nem por isso foram con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes comigo. Guardo na memória um<br />
ensino exigente, <strong>que</strong> me obrigou a esforços para atingir objectivos”.<br />
Terminando oficialmente a licenciatura em 1988, este a<strong>de</strong>pto ferrenho<br />
do Futebol Clube do Porto estreou-se como professor no Ensino<br />
Secundário no primeiro semestre <strong>de</strong>sse ano. “Uma experiência breve,
DEPOIS DO ISEP<br />
13<br />
mas enri<strong>que</strong>cedora, <strong>que</strong> me permitiu colocar em prática os conhecimentos<br />
adquiridos no ISEP”, adianta. A mesma viria a esten<strong>de</strong>r-se, embora<br />
com outros mol<strong>de</strong>s, como instrutor na Escola Prática <strong>de</strong> Infantaria,<br />
em Mafra, durante o tempo <strong>de</strong> Serviço Militar.<br />
“SEMPRE TRABALHEI EM AMBIENTE<br />
MULTINACIONAL”<br />
Chegado à sua primeira entrevista para o mercado <strong>de</strong> trabalho, foi-lhe<br />
proposto um lugar no Departamento <strong>de</strong> Recursos Humanos da United<br />
Technologies Automotive (UTA). Recorda na altura, aceitou o <strong>de</strong>safio do<br />
director <strong>de</strong> Recursos Humanos (RH) com alguma reticência, “pois a intenção<br />
era concorrer a um lugar técnico, como qual<strong>que</strong>r engenheiro”.<br />
Ao fim <strong>de</strong> quatro anos nos RH, já como director-adjunto, a persistência<br />
<strong>de</strong> Jorge Ferreira na procura <strong>de</strong> outros caminhos <strong>de</strong>u frutos. “Não foi<br />
pacífico <strong>de</strong>ntro da empresa, mas acabei por conseguir chegar à Produção<br />
e fiz aí carreira.”<br />
Em 1999, a UTA foi comprada pela Lear Corporation, ditando uma nova<br />
mudança na vida <strong>de</strong> Jorge Ferreira, <strong>que</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1998 ocupava o cargo<br />
<strong>de</strong> director <strong>de</strong> Produção. De 1999 a 2001, foi director <strong>de</strong> fábrica na Póvoa<br />
<strong>de</strong> Lanhoso, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolveu uma nova estrutura <strong>de</strong> raiz. Ainda<br />
em 2001, foi chamado a reestruturar a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Valongo, tendo aí<br />
permanecido até ao seu encerramento, em 2007.<br />
pela qual na Swedwood ninguém se tratar pelo título. Assim, admite<br />
<strong>que</strong> a função <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança apenas se manifesta quando se traçam caminhos<br />
e metas <strong>de</strong> chegada e, eventualmente, tendo <strong>que</strong> corrigir um ou<br />
outro <strong>de</strong>svio do objectivo proposto. Para Jorge Ferreira, “dar o exemplo<br />
não significa ir à frente, mas sim indicar caminhos, criar novas oportunida<strong>de</strong>s<br />
e <strong>de</strong>safiar”.<br />
De facto, “o <strong>que</strong> me move são as pessoas”, concorda Jorge Ferreira,<br />
adiantando <strong>que</strong> “são elas também a base dos valores da Swedwood,<br />
assentes noutros três vectores: o empreen<strong>de</strong>dorimo, a simplicida<strong>de</strong> e<br />
o baixo custo”.<br />
Talvez por isso, um dia na vida <strong>de</strong> Jorge Ferreira nunca seja igual, pois<br />
como refere “o dia <strong>de</strong> trabalho típico é estar disponível”. “Sou facilitador<br />
por natureza”, remata.<br />
Com uma política <strong>de</strong> porta aberta e <strong>de</strong> partilha, Jorge Ferreira acrescenta<br />
<strong>que</strong> a Swedwood “po<strong>de</strong> ser um agente educador e impulsionador<br />
da região”. Não é por acaso <strong>que</strong> tem recebido empresas da área do mobiliário,<br />
bem como instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, <strong>que</strong> preten<strong>de</strong>m absorver<br />
algumas regras <strong>de</strong> funcionamento e boas práticas da empresa.<br />
Durante 18 anos, a UTA viu Jorge Ferreira crescer enquanto profissional:<br />
começou por recriar os serviços <strong>de</strong> formação, passou pelo serviço<br />
<strong>de</strong> Higiene e Segurança no Trabalho e, mais tar<strong>de</strong>, pela Produção. Com<br />
a entrada do novo milénio e já sob alçada da Lear Corporation, as dificulda<strong>de</strong>s<br />
da empresa começaram a fazer-se sentir. “Em 2001, quando<br />
iniciei funções como director <strong>de</strong> fábrica em Valongo tinha 2600 trabalhadores.<br />
Até 2007, foi sempre a <strong>de</strong>scer.” Apesar <strong>de</strong> não negar <strong>que</strong> foi a<br />
fase mais complicada da sua vida pessoal e profissional, Jorge Ferreira<br />
acrescenta <strong>que</strong> foi uma “fase enri<strong>que</strong>cedora”, pois “todo o processo<br />
se <strong>de</strong>senvolveu com integrida<strong>de</strong> e honestida<strong>de</strong>”. O segredo para uma<br />
dissolução tão pacífica? “A comunicação, <strong>que</strong> é o oxigénio das organizações,<br />
e a nossa credibilida<strong>de</strong> <strong>que</strong>, nestes momentos, é posta à prova”.<br />
“É NECESSÁRIO MOLHARMO-NOS”<br />
Em Abril <strong>de</strong> 2007, após o encerramento da empresa em Portugal, o<br />
grupo oferece-lhe outros cargos <strong>que</strong> implicavam emigrar. No entanto,<br />
“resolvi arriscar e fi<strong>que</strong>i”, <strong>de</strong>clara com humor.<br />
É então <strong>que</strong> aparece a Swedwood no caminho, por coincidência. Aliás,<br />
todo o seu percurso, garante, “foi feito com gran<strong>de</strong> naturalida<strong>de</strong>, sem<br />
nada forçado ou planeado”.<br />
“NÃO HÁ MELHOR MODELO DO QUE<br />
UM BOM EXEMPLO”<br />
Des<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2007, <strong>que</strong> o antigo aluno do ISEP assume a direcção <strong>de</strong><br />
fábrica Board on Frame, da Sweedwood, situada em Paços <strong>de</strong> Ferreira,<br />
tendo sob sua alçada mais <strong>de</strong> 700 funcionários. “Sou o topo <strong>de</strong> hierarquia<br />
e a minha função principal é estar na base, criando condições<br />
para <strong>que</strong> esta seja robusta, saiba enfrentar os problemas e esteja apta<br />
a respon<strong>de</strong>r aos <strong>de</strong>safios”.<br />
Como lí<strong>de</strong>r, gosta <strong>de</strong> ressalvar <strong>que</strong> é sobretudo um receptor, pois “são<br />
as pessoas <strong>que</strong> nos dão inputs”. Para isso é fundamental “um ambiente<br />
informal, <strong>que</strong> motive as pessoas a comunicarem mais e melhor”. Razão<br />
Após mais <strong>de</strong> duas décadas <strong>de</strong> experiência profissional, Jorge Ferreira<br />
afirma <strong>que</strong> o melhor conselho para <strong>que</strong>m está agora a iniciar uma carreira<br />
é, em primeiro lugar, “ser genuíno”. Como adianta, quando realiza<br />
entrevistas <strong>de</strong> trabalho “não me interessa ter o currículo à frente, mas sim<br />
saber <strong>que</strong>m as pessoas são, e como po<strong>de</strong>m acrescentar valor humano”.<br />
Neste sentido, <strong>de</strong>ixa uma crítica ao sistema <strong>de</strong> ensino em geral, muito focado<br />
nos conteúdos técnicos, e não na formação das pessoas, embora admita<br />
<strong>que</strong> “hoje existe uma maior preocupação com a envolvente social”.<br />
Em segundo, o director <strong>de</strong> fábrica da Swedwood consi<strong>de</strong>ra <strong>que</strong> as<br />
experiências multifacetadas, <strong>que</strong> se adquirem ao longo da vida, são<br />
fundamentais. O sucesso também se constrói se “cada um <strong>de</strong> nós<br />
perceber on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> fazer a <strong>diferença</strong>, e <strong>de</strong>pois lutar por isso.” A formação<br />
pelo conhecimento, a curiosida<strong>de</strong>, o incentivo à multidisciplinarida<strong>de</strong>,<br />
são outros aspectos a não <strong>de</strong>scurar. Neste sentido, em<br />
2004, Jorge Ferreira realizou uma pós-graduação em Gestão <strong>de</strong> Empresas,<br />
e não invalida um regresso ao ISEP, se tal for útil e necessário<br />
ao seu percurso profissional.<br />
“Curiosamente, o ISEP é uma casa em <strong>que</strong> alguns dos valores Swedwood<br />
estão presentes – a simplicida<strong>de</strong>, o empreen<strong>de</strong>dorismo e as pessoas”.
14<br />
DE FORA CÁ DENTRO<br />
ISEP/AEP<br />
ANTÓNIO PÊGO<br />
Em 2008, o protocolo estabelecido entre o ISEP e a Associação<br />
Empresarial <strong>de</strong> Portugal (AEP) <strong>de</strong>finiu as bases<br />
<strong>de</strong> uma licenciatura inovadora, <strong>que</strong> recebe na sua génese<br />
inputs do meio académico e empresarial. Referimo-nos<br />
ao novo curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas, <strong>que</strong> abriu este<br />
ano no ISEP com 20 vagas. Em conversa com António<br />
Pêgo, director <strong>de</strong> formação da AEP, percebemos <strong>que</strong> esta<br />
aproximação vai <strong>de</strong> encontro ao actual quadro <strong>de</strong> exigências<br />
profissionais.<br />
Com o propósito <strong>de</strong> se abrir ainda mais ao exterior e <strong>de</strong> incorporar nas<br />
suas ofertas formativas a participação <strong>de</strong> agentes externos, o ISEP convidou<br />
a AEP para colaborar na construção <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> raiz, <strong>de</strong>senvolvido<br />
com o contributo <strong>de</strong> ambas as entida<strong>de</strong>s. “É, sem dúvida, uma<br />
iniciativa inovadora, <strong>que</strong> foge ao figurino tradicional das formações do<br />
meio académico”. Quem o afirma é António Pêgo, director <strong>de</strong> formação<br />
da AEP, <strong>que</strong> acompanhou <strong>de</strong> perto a concepção do programa da<br />
licenciatura em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas, em parceria com os docentes<br />
do ISEP.<br />
A<strong>de</strong>quar o curso às necessida<strong>de</strong>s do tecido empresarial e do mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho foi outra vonta<strong>de</strong>, razão pela qual foram “mobilizados<br />
alguns empresários e empresas <strong>de</strong> referência, <strong>que</strong> pu<strong>de</strong>ram ajudar na<br />
estruturação do currículo”.<br />
“UMA ESCOLA COMO O ISEP, VOCACIO-<br />
NADA PARA O ENSINO PRÁTICO, TEM O<br />
EMPREENDEDORISMO NA SUA GÉNESE”<br />
Numa segunda fase, estando já o curso em funcionamento, está prevista<br />
a participação da AEP em iniciativas dinamizadas pelo ISEP, tais<br />
como a realização <strong>de</strong> colóquios, seminários e visitas a empresas. Aliás,<br />
segundo António Pêgo, “é nossa vonta<strong>de</strong> <strong>que</strong> esta ponte se estenda<br />
para além da licenciatura em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas e possa abarcar<br />
outros cursos do ISEP”.<br />
Num contexto social e económico favorável à dinamização <strong>de</strong> acções<br />
e apoios à criação <strong>de</strong> empresas, esta licenciatura resulta do espírito comum<br />
<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo partilhado entre a AEP e o ISEP. “Em tempos<br />
<strong>de</strong> crise, o estímulo ao empreen<strong>de</strong>dorismo é <strong>de</strong>terminante, pois<br />
trata-se <strong>de</strong> uma alternativa às soluções tradicionais”, afirma o director<br />
<strong>de</strong> formação da AEP. “Está no ADN dos portugueses serem pessoas empreen<strong>de</strong>doras”,<br />
continua.<br />
A licenciatura em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas, <strong>que</strong> tem como principal interlocutor<br />
<strong>de</strong>ntro do ISEP o Prof. Carlos Ramos, actual vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
do <strong>Instituto</strong> Politécnico do Porto e membro do CESAE (Centro <strong>de</strong> Serviços<br />
e Apoio às Empresas), marca pela <strong>diferença</strong> ao dotar os alunos <strong>de</strong><br />
novas ferramentas, caso eles <strong>que</strong>iram vir a criar o seu próprio negócio.<br />
Desta forma, a aquisição <strong>de</strong> conhecimentos <strong>que</strong> extravasam a aprendizagem<br />
pura e dura das disciplinas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> é uma realida<strong>de</strong>.<br />
Áreas como a Gestão, o Marketing, a Logística e o Direito <strong>fazem</strong> parte<br />
do programa curricular. “Esta licenciatura teve aspectos inovadores,<br />
por<strong>que</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua matriz, o objectivo é formar um engenheiro integrado<br />
e multipolar, com uma série <strong>de</strong> outras valências <strong>que</strong> hoje são<br />
muito necessárias em <strong>de</strong>terminadas condições <strong>de</strong> mercado. Sobretudo<br />
as empresas mais competitivas pe<strong>de</strong>m pessoas polivalentes, <strong>de</strong> mente<br />
aberta e orientadas para o mercado global”, conclui António Pêgo.
DE FORA CÁ DENTRO<br />
15<br />
“A AEP É UM SELO DE QUALIDADE”<br />
A principal missão da AEP, “<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os interesses das empresas e<br />
oferecer serviços <strong>que</strong> potenciem a sua competitivida<strong>de</strong>” engloba, tal<br />
como refere António Pêgo, “a promoção <strong>de</strong> <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> apoio ao empreen<strong>de</strong>dorismo,<br />
<strong>que</strong>r na formação, <strong>que</strong>r noutras áreas”. A concretização<br />
<strong>de</strong>stes apoios traduz-se na participação em diversas re<strong>de</strong>s, uma<br />
das quais com o ISEP e o IPP.<br />
Com um le<strong>que</strong> diversificado <strong>de</strong> formações <strong>que</strong> preten<strong>de</strong>m <strong>de</strong>senvolver<br />
as soft skills (o empreen<strong>de</strong>dorismo, a iniciativa, a criativida<strong>de</strong>, a li<strong>de</strong>rança,<br />
a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resolver problemas e <strong>de</strong> trabalhar em cenários <strong>de</strong><br />
alguma pressão, bem como a versatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação a diferentes<br />
contextos), a AEP aposta também no ensino das TIC (Tecnologias da<br />
Informação e Comunicação). Para António Pêgo, hoje assistimos a uma<br />
mudança <strong>de</strong> paradigma no mercado <strong>de</strong> trabalho, uma vez <strong>que</strong> “para<br />
além das competências técnicas, passamos a assistir à valorização <strong>de</strong><br />
competências comunicacionais”. Estas competências transversais são,<br />
pois, fundamentais para um jovem licenciado vencer, “nunca <strong>de</strong>scurando<br />
uma formação académica sólida”. Neste sentido, “os diplomas<br />
não são nada, se não forem somados às outras competências <strong>que</strong> têm<br />
<strong>que</strong> ser estimuladas, as tais soft skills, bem como o domínio das línguas<br />
e da informática”, conclui António Pêgo.<br />
O trabalho, o esforço e o espírito <strong>de</strong> iniciativa, são marcas comuns <strong>que</strong><br />
<strong>de</strong>finem a AEP e o ISEP. Não é por acaso <strong>que</strong> António Pêgo encontra, nas<br />
áreas <strong>de</strong> formação e Recursos Humanos da AEP, pessoas oriundas do ISEP.<br />
Num sentido mais lato, também o Norte do país é reconhecido como<br />
uma região transformadora, industrial e <strong>de</strong> trabalho. “É evi<strong>de</strong>nte <strong>que</strong><br />
está a haver uma terciarização, do meu ponto <strong>de</strong> vista porventura excessiva,<br />
mas ainda é o Norte <strong>que</strong> todos nós conhecemos”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o<br />
director <strong>de</strong> formação da AEP.<br />
Consciente da importância <strong>de</strong>sses valores tradicionais, e apesar da Associação<br />
Empresarial Industrial Portuense ter passado a ser Associação<br />
Empresarial <strong>de</strong> Portugal há já 10 anos, António Pêgo afirma <strong>que</strong><br />
O ISEP, atento a estas mudanças, procura, através <strong>de</strong>stas parcerias,<br />
estimular o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> todas estas competências, e as impressões<br />
do mercado <strong>de</strong> trabalho são, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já, positivas. “O ISEP é<br />
uma escola <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> referência no Norte do país e, enquanto<br />
marca, é muito forte. Regra geral, saem daí bons profissionais, bem referenciados<br />
pelas empresas e <strong>que</strong>, posteriormente, têm facilida<strong>de</strong> em<br />
colocação. Esse contexto virtuoso esten<strong>de</strong>-se a todas as escolas do IPP”.<br />
Da mesma forma, António Pêgo enten<strong>de</strong> <strong>que</strong> a AEP, pela sua tradição e<br />
pela sua história, também prestigia o ISEP, pois está consciente <strong>de</strong> <strong>que</strong><br />
“a associação é capaz <strong>de</strong> trazer parceiros privilegiados à colocação <strong>de</strong><br />
estagiários, através <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> contactos alargada”.<br />
“HÁ AINDA POUCA MOBILIDADE<br />
EM PORTUGAL”<br />
Apesar <strong>de</strong> não consi<strong>de</strong>rar obrigatório, o director <strong>de</strong> formação da AEP<br />
acredita <strong>que</strong>, enquanto estudante, fazer Erasmus é uma mais-valia, pois<br />
permite ao jovem abrir novos horizontes. “As empresas <strong>que</strong> actuam em<br />
mercados internacionais, naturalmente, valorizam profissionais com experiências<br />
multiculturais”.<br />
No entanto, lamenta <strong>que</strong>, em Portugal, a reduzida mobilida<strong>de</strong> seja uma<br />
realida<strong>de</strong>. “Ao contrário do <strong>que</strong> se possa imaginar, ainda há muita resistência<br />
por parte dos jovens em sair do país e, mais grave ainda, em mudar<br />
<strong>de</strong> cida<strong>de</strong>. Somos um povo latino, ainda muito resistente às mudanças”<br />
como tal, o conceito <strong>de</strong> família está muito enraizado e, infelizmente, isso<br />
reduz o le<strong>que</strong> <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s”. Para António Pêgo, as oportunida<strong>de</strong>s<br />
no exterior não <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> existir, mas ficam confinadas a um número<br />
restrito <strong>que</strong> as aceita. Não obstante, está confiante <strong>que</strong> as gerações mais<br />
jovens estão melhor preparadas para estes novos <strong>de</strong>safios, uma vez <strong>que</strong><br />
“já nasceram na era da Internet e das viagens low-cost”.<br />
“MUDAMOS DE NOME SEM PERDER O<br />
NORTE”<br />
“mudamos <strong>de</strong> nome sem per<strong>de</strong>r o Norte”. Por outro lado, “não fazia<br />
sentido mantermos a mesma <strong>de</strong>signação, se somos uma associação<br />
multisectorial e representamos um le<strong>que</strong> muito alargado da indústria<br />
transformadora”, mas também do comércio e serviços”, conclui.<br />
De facto, os princípios mantêm-se, mas tanto o ISEP como a AEP estão<br />
atentos aos ventos <strong>de</strong> mudança. “Os tempos <strong>que</strong> correm são <strong>de</strong> transformação<br />
e <strong>de</strong> ajustamento. O novo paradigma apresenta-nos novas<br />
formas <strong>de</strong> estar: em cooperação, em re<strong>de</strong>, na partilha <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s<br />
com as forças vivas da região. Enquanto entida<strong>de</strong> promotora, a<br />
AEP tem obrigação <strong>de</strong> se adaptar aos novos contextos e ser, também,<br />
agente da própria mudança”.<br />
Neste sentido, é com optimismo <strong>que</strong> António Pêgo encara a aposta no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento das indústrias culturais e criativas na região Norte <strong>de</strong><br />
Portugal. No entanto, não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> apontar o <strong>de</strong>do a um entrave estrutural<br />
ao <strong>de</strong>senvolvimento do empreen<strong>de</strong>dorismo: a burocracia. Além<br />
disso, garante, “actualmente, as empresas já não procuram incentivos<br />
directos, mas sim a resolução <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> contexto, como as acessibilida<strong>de</strong>s,<br />
as zonas circundantes e as qualificações”.<br />
A abertura às novas exigências do mercado, no seu sentido mais estratégico<br />
é, portanto, <strong>de</strong>cisiva para o futuro. A parceria ISEP-AEP para a<br />
licenciatura <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas é um marco na cooperação entre<br />
as duas instituições, na procura <strong>de</strong> novas plataformas <strong>de</strong> formação<br />
<strong>de</strong> um engenheiro multifacetado.
16 DESTAQUE<br />
SIMPLEXmente<br />
Académico<br />
O projecto <strong>que</strong><br />
faz do ISEP um<br />
exemplo <strong>de</strong> boas<br />
práticas<br />
11 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2010. Passava pouco das oito da noite<br />
quando, no palco montado a preceito no Hotel Sheraton,<br />
em Lisboa, tinha início a 8ª Gala do “Prémio Boas Práticas do<br />
Sector Público”. O ISEP recebeu o prémio “Serviço ao Cidadão”,<br />
com o Simplexmente Académico, um dos 16 melhores<br />
<strong>projectos</strong> a concurso. Esta foi, segundo a presi<strong>de</strong>nte do júri,<br />
Suzana Toscano, “uma competição renhida <strong>que</strong> espelhou a<br />
qualida<strong>de</strong> dos <strong>projectos</strong> apresentados”. Após alcançado o<br />
consenso, foram <strong>de</strong>terminados os vencedores e ficou patente<br />
a crença, <strong>de</strong> acordo com o Secretário <strong>de</strong> Estado da<br />
Administração Pública, Gonçalo Castilho, <strong>de</strong> <strong>que</strong> é fundamental<br />
“apostar em <strong>projectos</strong> <strong>que</strong> façam a <strong>diferença</strong>, principalmente<br />
no contexto actual da economia portuguesa”.<br />
E é precisamente <strong>de</strong> economia <strong>que</strong> falamos quando o assunto é o projecto<br />
Simplexmente Académico. Recuamos a 2004, quando um grupo<br />
<strong>de</strong> trabalho do ISEP, li<strong>de</strong>rado por Berta Baptista e Paula Cristina Silva,<br />
<strong>de</strong>cidiu tentar “resolver um problema da Divisão Académica e dar um<br />
melhor atendimento a alunos e funcionários”. Perante um universo <strong>de</strong><br />
cerca <strong>de</strong> 6500 alunos, 150 funcionários e 480 docentes, concluiu-se<br />
<strong>que</strong>, em alturas <strong>de</strong> maior afluência <strong>de</strong> público, como é o caso das matrículas<br />
ou do final do ano escolar, <strong>que</strong>m procurava este serviço esperava<br />
longas horas em filas. “Era urgente e fundamental <strong>que</strong> se passasse a<br />
ter um sistema <strong>de</strong> inscrições online. Para além <strong>de</strong> passarem umas três<br />
ou quatro horas em filas, seguia-se outra espera morosa para entregar<br />
os papéis já preenchidos”. Conclusão: “os alunos ficavam insatisfeitos e<br />
nós, funcionários da Divisão Académica, não sentíamos <strong>que</strong> estivéssemos<br />
a prestar um serviço <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>”.
DESTAQUE<br />
17<br />
Berta Baptista, responsável pelos Serviços Académicos e Paula Cristina<br />
Silva, responsável pelo Departamento Económico-Financeiro, contam<br />
<strong>que</strong> Simplexmente Académico foi o nome escolhido para a plataforma<br />
electrónica no âmbito da candidatura ao prémio das “Boas Práticas<br />
na Administração Pública”. No dia-a-dia, <strong>de</strong>ntro das quatro pare<strong>de</strong>s do<br />
ISEP, chama-se apenas “portal”. Mas, actualmente, as valências do Simplexmente<br />
Académico mostram <strong>que</strong> é mais do <strong>que</strong> um simples portal.<br />
Em 2004, as funcionalida<strong>de</strong>s <strong>que</strong> a plataforma disponibilizava eram<br />
relativamente básicas. Mas, com o tempo, e graças à perseverança e<br />
às competências dos recursos humanos do ISEP, foi ficando cada vez<br />
mais completa.<br />
Berta Baptista explicou-nos <strong>que</strong>, “na actual Presidência, é dado especial<br />
relevo às funcionalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stinadas aos estudantes, já <strong>que</strong> eles são o<br />
maior corpo da Instituição”. Nos últimos três anos, o grupo <strong>de</strong> trabalho<br />
do Simplexmente Académico, tem vindo a <strong>de</strong>senvolver diversos serviços<br />
<strong>que</strong> simplificam a vida dos estudantes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento da inscrição<br />
e da escolha <strong>de</strong> turmas, até ao momento da inscrição em exames,<br />
passando por todas as fases do ano lectivo. Neste momento, explica,<br />
“os alunos já po<strong>de</strong>m solicitar todas as operações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua casa ou <strong>de</strong><br />
qual<strong>que</strong>r equipamento à sua disposição a ace<strong>de</strong>r a todos os serviços<br />
existentes na escola, pagar através do multibanco e receber em casa,<br />
pelo correio, os pedidos <strong>que</strong> implicam o envio <strong>de</strong> um documento pela<br />
Divisão Académica do ISEP”. São, <strong>de</strong> facto, mudanças significativas <strong>que</strong><br />
melhoram a vida dos estudantes e permitem melhorar também a qualida<strong>de</strong><br />
dos serviços prestados pela Divisão Académica.<br />
“AGORA, SOMOS MAIS RÁPIDOS E<br />
EFICAZES”<br />
A disponibilida<strong>de</strong> é outro gran<strong>de</strong> ponto a favor: 24 horas por dia, sete<br />
dias por semana. Em simultâneo, <strong>de</strong> uma forma <strong>que</strong> já não é directamente<br />
visível para o estudante, “trata-se <strong>de</strong> uma plataforma <strong>que</strong> gere<br />
o fluxo <strong>de</strong> informação entre os vários intervenientes se necessário”.<br />
Por exemplo, um processo <strong>de</strong> creditação <strong>de</strong> competências “viaja” da<br />
Divisão Académica, para o Director <strong>de</strong> Curso, para o Conselho Técnico-<br />
-Científico e, finalmente, para a Divisão Académica e para o estudante,<br />
<strong>que</strong> assim toma conhecimento do seu resultado, <strong>de</strong> uma forma segura<br />
e rápida. Este circuito integra os vários serviços: a Divisão Económico-<br />
-Financeira (todos os emolumentos geram referências multibanco para<br />
pagamento e são integrados na aplicação <strong>de</strong> contabilida<strong>de</strong> do ISEP) e<br />
a Divisão <strong>de</strong> Recursos Humanos (as presenças e o absentismo <strong>de</strong> estudantes<br />
e docentes são diariamente processadas e integradas com a<br />
aplicação <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> recursos humanos do ISEP).<br />
UM PROJECTO EM CONSTANTE<br />
EVOLUÇÃO<br />
Significativo é também o facto <strong>de</strong> terem conseguido <strong>de</strong>smaterializar<br />
processos <strong>que</strong> envolviam muito papel: os processos dos alunos (o seu<br />
historial, as suas notas), os registos <strong>de</strong> presenças em aulas (o controlo<br />
actualmente é feito pela passagem <strong>de</strong> um cartão), os concursos <strong>de</strong><br />
acesso local (as candidaturas são feitas on-line e toda a informação é<br />
disponibilizada ao Júri em suporte digital) e os processos <strong>de</strong> creditação<br />
<strong>de</strong> competências dos estudantes <strong>que</strong> se transferem para a nossa instituição,<br />
e <strong>que</strong> são em número significativo.<br />
Apesar <strong>de</strong> estar activa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004, a plataforma sofreu um ponto <strong>de</strong><br />
viragem significativo em 2009, tal como explicou ao ISEP.BI Berta Baptista.<br />
“Instigados pela potencial pan<strong>de</strong>mia da Gripe A, <strong>de</strong>cidimos <strong>que</strong><br />
iríamos mesmo criar as condições para <strong>que</strong> os estudantes <strong>de</strong>ixassem<br />
<strong>de</strong> estar fisicamente presentes nos nossos serviços para resolver os<br />
seus problemas”, explica. Segundo relatam as duas responsáveis, a partir<br />
<strong>de</strong>sse ponto, “sentimos logo as <strong>diferença</strong>s, passando a ter muitos<br />
mais pedidos por via electrónica do <strong>que</strong> presenciais”.<br />
E, qual é o resultado prático? “Faz com <strong>que</strong> sejamos mais rápidos e mais<br />
eficazes”, conta. No entanto, Berta Baptista e Paula Cristina Silva explicam<br />
<strong>que</strong> esta simplificação <strong>de</strong> processos “exigiu também uma adaptação<br />
dos funcionários à nova metodologia <strong>de</strong> trabalho”, numa clara aposta<br />
do ISEP na formação, “mas permitiu-nos dar resposta a um número cada<br />
vez maior <strong>de</strong> alunos, com redução da <strong>de</strong>spesa com funcionários, o <strong>que</strong> é<br />
uma das mais-valias importantes <strong>de</strong>ste projecto para a Instituição”.<br />
Mas as vantagens do Simplxemente Académico não se ficam por aqui.<br />
“A aplicação permite ainda melhorar significativamente o fluxo <strong>de</strong> informação,<br />
pois <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> existir documentos <strong>que</strong> viajavam fisicamente<br />
<strong>de</strong>ntro da instituição, acompanhados do respectivo protocolo<br />
em papel. Hoje a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma Tese <strong>de</strong> Mestrado está disponível para<br />
consulta, acompanhada da respectiva nota e acta <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberação do<br />
Júri, mal é homologada superiormente”, explica Berta Baptista.<br />
As responsáveis explicam <strong>que</strong> “a plataforma continua a evoluir, tendo<br />
vindo a ser acrescentadas novas funcionalida<strong>de</strong>s todos os anos”. E, esta<br />
evolução é possível pois o ISEP é uma Escola <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> e, como<br />
tal, tem capacida<strong>de</strong> técnica para <strong>de</strong>senvolver uma aplicação à medida,<br />
<strong>que</strong> já <strong>de</strong>monstrou claramente <strong>que</strong> representa uma poupança significativa<br />
no custo dos processos. Poupança essa <strong>que</strong> é especialmente<br />
significativa na actual conjuntura económico-financeira, <strong>que</strong>r para a<br />
escola, <strong>que</strong>r para os estudantes.
18<br />
DESTAQUE<br />
O PORTAL DO ISEP É A PRINCIPAL<br />
FERRAMENTA DESTE PROJECTO<br />
Um dos mais completos portais do Ensino <strong>Superior</strong> em Portugal,<br />
o portal do ISEP, é o meio por excelência para os estudantes<br />
resolverem todas as <strong>que</strong>stões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m burocrática.<br />
Ricardo Vieira, aluno do 1º ano do mestrado <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> informática<br />
afirma <strong>que</strong> “<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006, ano em <strong>que</strong> vim para o ISEP,<br />
<strong>que</strong> o portal está em funcionamento, mas ao longo dos anos<br />
tem vindo a ganhar cada vez mais funcionalida<strong>de</strong>s.” Fruto do<br />
projecto Simplexmente Académico, é agora possível fazer inscrições<br />
online, obter certidões <strong>de</strong> matrícula, ou ainda pagar o<br />
par<strong>que</strong> automóvel, escolhendo a opção <strong>de</strong> pagamento mais<br />
conveniente: semestral ou anual. “Este ano, ainda não tive necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> me dirigir aos Serviços Académicos por nenhum<br />
motivo. Tudo o quis fazer tratei através do portal e não tive<br />
problemas nenhuns”, conclui.<br />
OS ESPAÇOS FÍSICOS REFLECTEM AS<br />
MUDANÇAS IMPLEMENTADAS<br />
Novas metodologias <strong>de</strong> trabalho, novos espaços. Des<strong>de</strong> <strong>que</strong> foi colocado<br />
em prática o Simplexmente Académico, os Serviços Académicos<br />
sofreram uma remo<strong>de</strong>lação. Em primeiro lugar, o arquivo físico diminuiu<br />
drasticamente. Por outro lado, embora o afluxo <strong>de</strong> estudantes<br />
seja, obviamente, muito inferior, sentiu-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformar<br />
o espaço, <strong>de</strong> forma a transmitir a filosofia do projecto, mais eficácia,<br />
em menos tempo. Como adianta Berta Baptista, “esta mudança<br />
permitiu um atendimento mais personalizado”. O balcão corrido foi<br />
substituído por boxes privadas, tendo ainda sido criado um sistema <strong>de</strong><br />
senhas electrónicas, <strong>que</strong> não obriga as pessoas a esperar <strong>de</strong> pé <strong>de</strong>ntro<br />
do próprio serviço. “Po<strong>de</strong>m aguardar lá fora e até verem televisão, se<br />
assim o enten<strong>de</strong>rem”. Aliás, a responsável garante <strong>que</strong> o facto <strong>de</strong> se<br />
ter adoptado este sistema <strong>de</strong> senhas, sabendo, à partida, quantas pessoas<br />
têm para aten<strong>de</strong>r, melhorou a predisposição para o atendimento.<br />
“Conseguimos fazer o nosso trabalho com mais calma, por<strong>que</strong> a pressão<br />
é menor.”, conclui.<br />
A implementação <strong>de</strong>ste projecto ditou também melhorias ao nível do<br />
serviço prestado, nomeadamente no tipo <strong>de</strong> atendimento realizado<br />
pelos Serviços Académicos. Além do atendimento presencial e telefónico<br />
<strong>que</strong>, obviamente continua a vigorar, foi introduzido o atendimento<br />
electrónico. Assim, através <strong>de</strong> dois en<strong>de</strong>reços electrónicos distintos,<br />
o aluno po<strong>de</strong> colocar qual<strong>que</strong>r <strong>que</strong>stão, <strong>que</strong> po<strong>de</strong> ser respondida por<br />
qual<strong>que</strong>r um dos funcionários do serviço.<br />
“Antigamente só eu é <strong>que</strong> fazia essa tarefa, mas agora todos nós temos<br />
acesso às dúvidas e às <strong>que</strong>stões <strong>que</strong> nos são en<strong>de</strong>reçadas”, recorda Berta<br />
Baptista. “É apanágio chegar ao fim do dia com zero pedidos em fila. Não<br />
saímos daqui sem respon<strong>de</strong>r a toda a gente”. Aliás, este compromisso<br />
com a celerida<strong>de</strong> já resultou em vários elogios por parte dos estudantes.<br />
DO ISEP... PARA O MUNDO!<br />
Perante todas as vantagens <strong>que</strong> este projecto traz, Berta Baptista acredita<br />
<strong>que</strong> esta é uma aplicação utilizável facilmente noutras instituições<br />
<strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, até por<strong>que</strong> as operações efectuadas são similares.<br />
As suas vantagens <strong>de</strong> “exportação” crescem se consi<strong>de</strong>rarmos <strong>que</strong>, “em<br />
termos <strong>de</strong> requisitos <strong>de</strong> sistema, são os habituais para um sistema <strong>de</strong><br />
informação <strong>de</strong> uma instituição <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>”. O maior cuidado<br />
<strong>que</strong> <strong>de</strong>ve ter-se em conta é, tal como nos explicaram as responsáveis, a<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados gerada, <strong>que</strong>, por ser gran<strong>de</strong>, exige algum cuidado<br />
nos sistemas <strong>de</strong> salvaguarda <strong>de</strong> informação e tem <strong>de</strong> ter capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> resposta adaptada ao tamanho da instituição, ou seja, ao número<br />
<strong>de</strong> utilizadores. “Dada a interligação <strong>que</strong> tivemos <strong>de</strong> implementar com<br />
outras plataformas <strong>de</strong> utilização habitual na administração pública, nomeadamente<br />
as relacionadas com os Serviços Financeiros e a Divisão<br />
<strong>de</strong> Recursos Humanos, e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>que</strong> temos<br />
no interior do ISEP, permite-nos consi<strong>de</strong>rar com alguma tranquilida<strong>de</strong><br />
a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir módulos utilizáveis noutras áreas da administração<br />
pública”, explicam.<br />
CONTRA A CRISE... SIMPLIFICAR!<br />
135 mil euros é um número mo<strong>de</strong>sto, e representa apenas a poupança<br />
directa da Instituição ao longo <strong>de</strong> um ano com o Simplexmente Académico.<br />
Mas é um número já significativo na vida da Instituição. Berta<br />
Baptista explicou-nos <strong>que</strong> este número foi calculado “exclusivamente<br />
tendo em conta valores médios do tempo <strong>de</strong> processamento dos vários<br />
pedidos, <strong>que</strong> diminuiu significativamente o valor <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong><br />
pessoal envolvidas. Neles não está contabilizada, por exemplo, a poupança<br />
em papel e outros consumíveis <strong>que</strong> tiveram uma diminuição<br />
brutal com a <strong>de</strong>smaterialização <strong>de</strong> processos. Há ainda a consi<strong>de</strong>rar a<br />
poupança indirecta para os estudantes, <strong>que</strong>r em termos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocações,<br />
<strong>que</strong>r em tempo <strong>de</strong> espera”.<br />
No final, a receptivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alunos, funcionários e docentes não podia<br />
ser melhor. E me<strong>de</strong>-se <strong>de</strong> três formas: “pelos elogios directos, <strong>que</strong> existem<br />
e <strong>que</strong> mostram <strong>que</strong> estamos no bom caminho; pelas sugestões<br />
<strong>que</strong> recebemos para implementar novas funcionalida<strong>de</strong>s, e <strong>que</strong> é outra<br />
forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar <strong>que</strong> as pessoas consi<strong>de</strong>ram interessante e válida<br />
a aplicação; e pelas <strong>que</strong>ixas, quando por alguns momentos, <strong>que</strong> já<br />
aconteceu, a aplicação ou alguma funcionalida<strong>de</strong> não está disponível”.
À CONVERDSA COM...<br />
19<br />
JOANA<br />
SAMPAIO<br />
FORMAR ENGENHEIROS PARA O MUNDO<br />
Os mais <strong>de</strong> 150 anos <strong>de</strong> história, imprimem no currículo do ISEP um conjunto <strong>de</strong> vivências <strong>que</strong> espelham uma<br />
escola <strong>que</strong> procura estar sempre à frente do seu tempo. Na era da globalização, o espírito internacional e a abertura<br />
ao mundo surgem como a direcção a seguir para <strong>que</strong> continue a crescer. Des<strong>de</strong> o intercâmbio <strong>de</strong> alunos<br />
ERASMUS, passando pela participação em <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> investigação e educação um pouco por todo o mundo,<br />
o ISEP tem vindo a <strong>de</strong>senvolver, nos últimos anos, um caminho bem <strong>de</strong>lineado rumo à internacionalização. O<br />
ISEP.BI quis saber como o <strong>Instituto</strong> faz face às exigências <strong>de</strong> uma globalização inevitável e quais as alterações<br />
<strong>que</strong> ocorrem no seu dia-a-dia. A vice-presi<strong>de</strong>nte, Joana Sampaio, aceitou falar-nos sobre os principais momentos<br />
neste processo e a importância da internacionalização para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> engenheiros e cidadãos.
20<br />
À CONVERSA COM...<br />
ISEP.BI A internacionalização das instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong><br />
parece uma inevitabilida<strong>de</strong>. Na sua perspectiva, quais os <strong>de</strong>safios e<br />
oportunida<strong>de</strong>s <strong>que</strong> enfrentam?<br />
Joana Sampaio (J.S.) As oportunida<strong>de</strong>s, penso <strong>que</strong> são óbvias. Perante<br />
o facto <strong>de</strong> estarmos numa socieda<strong>de</strong> cada vez mais global não é<br />
possível <strong>que</strong> uma Instituição <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, <strong>que</strong> não esteja minimamente<br />
virada para a internacionalização, tenha futuro. Temos <strong>de</strong><br />
pensar <strong>que</strong>, neste momento, os nossos alunos são os alunos <strong>de</strong> todo o<br />
mundo e <strong>que</strong> os alunos <strong>de</strong> nacionalida<strong>de</strong> portuguesa <strong>que</strong> fre<strong>que</strong>ntam<br />
os nossos cursos po<strong>de</strong>rão ser futuros engenheiros em qual<strong>que</strong>r parte<br />
do mundo. Por outro lado, os <strong>de</strong>safios cada vez são maiores. São cada<br />
vez mais os programas <strong>que</strong> nos dão oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criar parcerias<br />
com instituições, centros <strong>de</strong> investigação estrangeiros... E são estes<br />
<strong>de</strong>safios <strong>que</strong> nos trazem satisfação quando os dominamos e conseguimos<br />
levá-los a bom porto. Há pouco tempo vimos um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio<br />
ser superado e <strong>que</strong> se pren<strong>de</strong>u com a obtenção da dupla titulação para<br />
os alunos da Licenciatura em <strong>Engenharia</strong> Geotécnica, em parceria com<br />
a Universida<strong>de</strong> Politécnica <strong>de</strong> Madrid. Este projecto começou há cerca<br />
<strong>de</strong> dois anos e foi um processo longo. Mas, finalmente, quando assinámos<br />
a parceria, em Julho <strong>de</strong>ste ano, foi com uma gran<strong>de</strong> satisfação.<br />
E estamos com esperanças <strong>que</strong> daqui surjam outras parcerias. Aliás, a<br />
i<strong>de</strong>ia é precisamente avançar com o mesmo processo para a Licenciatura<br />
em <strong>Engenharia</strong> Informática num futuro próximo.<br />
ISEP.BI No fundo po<strong>de</strong>mos afirmar <strong>que</strong> a internacionalização tem <strong>de</strong><br />
ser feita em duas vertentes: por um lado, adaptar o ISEP para receber<br />
alunos e investigadores <strong>de</strong> fora, e por outro lado preparar os engenheiros<br />
do ISEP para o mundo do trabalho?<br />
J.S. Na realida<strong>de</strong>, já há bastante tempo <strong>que</strong> o ISEP, mais na parte da<br />
investigação, está bastante lançado em termos <strong>de</strong> internacionalização;<br />
já tínhamos muitos <strong>projectos</strong> internacionais e investigadores estrangeiros<br />
a trabalhar connosco. Porventura, a parte do Ensino era a <strong>que</strong><br />
estava um bocadinho menos activa nesse sentido, apesar <strong>de</strong> termos<br />
vindo a <strong>de</strong>senvolver, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1989, parcerias Erasmus. Mas, nos últimos<br />
anos, e talvez resultante do processo <strong>de</strong> Bolonha, a internacionalização<br />
está mais facilitada. Ultimamente, tem sido no Ensino <strong>que</strong> tem havido<br />
mais preocupação em aumentar as parcerias Erasmus, em entrarmos<br />
em <strong>projectos</strong> internacionais. Continuamos, naturalmente, a ter algumas<br />
dificulda<strong>de</strong>s com Instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>que</strong> não estão <strong>de</strong>ntro da<br />
União Europeia, mas <strong>que</strong> são ultrapassáveis. O nosso problema, muitas<br />
vezes, é a língua. Isto por<strong>que</strong>, nem todos os cursos ainda estão a investir<br />
na leccionação em inglês. Há alguns casos como, por exemplo, no<br />
mestrado em <strong>Engenharia</strong> Geotécnica, em <strong>que</strong> os conteúdos apresentados<br />
nas aulas já são em inglês, apesar <strong>de</strong> as aulas serem conduzidas<br />
em português. Isto permite <strong>que</strong> os alunos, mesmo não percebendo o<br />
professor na totalida<strong>de</strong>, possam acompanhar a matéria pelas apresentações,<br />
por exemplo. Po<strong>de</strong>m também colocar <strong>que</strong>stões, por<strong>que</strong> todos<br />
os nossos docentes falam inglês. Mas para ajudar à integração dos alunos<br />
e investigadores estrangeiros, temos também cursos <strong>de</strong> português<br />
através do ISEPForGlobe, a nossa plataforma <strong>de</strong> formação.<br />
ISEP.BI A internacionalização <strong>de</strong> uma instituição pressupõe mudanças<br />
internas. Que gran<strong>de</strong>s transformações se têm vindo a notar?<br />
J.S. As mudanças são visíveis, tanto ao nível dos serviços, como a nível<br />
académico. Porventura, não foram realizadas exclusivamente no sentido<br />
da internacionalização mas, no fundo, vieram ajudar a respon<strong>de</strong>r a<br />
essas necessida<strong>de</strong>s. O site do ISEP veio, sem dúvida, melhorar a visibilida<strong>de</strong><br />
do ISEP <strong>que</strong>r a nível nacional como a nível internacional. Neste<br />
momento, existe um site já traduzido para inglês, e as candidaturas a<br />
mestrados e pós graduações - <strong>que</strong> são os cursos <strong>que</strong> recebem mais
À CONVERDSA COM...<br />
21<br />
forço, <strong>de</strong> aulas, <strong>de</strong> estudo e <strong>de</strong> trabalho próprio. Apesar <strong>de</strong> ser uma das<br />
gran<strong>de</strong>s vantagens <strong>de</strong> Bolonha, ainda não é suficiente por<strong>que</strong>, <strong>de</strong>pois,<br />
temos <strong>de</strong> ter atenção aos programas das unida<strong>de</strong>s curriculares, <strong>que</strong><br />
têm <strong>de</strong> ser mais ou menos semelhantes, apesar <strong>de</strong>, do meu ponto <strong>de</strong><br />
vista, as unida<strong>de</strong>s curriculares não po<strong>de</strong>rem ser vistas por capítulo. Por<br />
exemplo, se um aluno foi um semestre para fora e acabou por não adquirir<br />
algumas competências <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada unida<strong>de</strong> curricular,<br />
acaba por adquirir outras <strong>que</strong> são complementares e <strong>que</strong> compensam<br />
a falta. Mas este sistema <strong>de</strong> créditos <strong>de</strong> Bolonha veio facilitar os processos;<br />
veio tornar o ensino mais transparente e a avaliação mais fácil. O<br />
aluno, quando vem em mobilida<strong>de</strong>, sabe exactamente aquilo <strong>que</strong> vai<br />
encontrar, assim como nós sabemos o <strong>que</strong> os alunos <strong>que</strong> vão para fora<br />
vão encontrar.<br />
“SERÁ MESMO A AMÉRICA LATINA A<br />
NOSSA MAIOR APOSTA”<br />
ISEP.BI Como é <strong>que</strong> o ISEP tenta conquistar os alunos estrangeiros?<br />
J.S. Nós tentamos chamar os alunos estrangeiros para o ISEP <strong>de</strong> várias<br />
formas. Neste momento, além <strong>de</strong> todos os esforços nas feiras e mostras<br />
e no site bilingue, há o aumento <strong>de</strong> número <strong>de</strong> parcerias com instituições<br />
<strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> europeias e na América Latina. E será mesmo<br />
a América Latina a nossa maior aposta, principalmente <strong>de</strong>vido à compatibilida<strong>de</strong><br />
da língua, <strong>que</strong> é igualmente uma forma <strong>de</strong> tentar atrair<br />
mais alunos. Por outro lado, acho <strong>que</strong> começa a funcionar muito bem<br />
o “boca a boca”. O aluno vem, gosta, regressa ao seu país <strong>de</strong> origem,<br />
diz <strong>que</strong> esteve no ISEP e leva boas referências, e isso traz mais alunos.<br />
estrangeiros –, sem contar claro com a mobilida<strong>de</strong> Erasmus, já po<strong>de</strong>m<br />
ser feitas pelo site. O aluno não precisa <strong>de</strong> vir cá inscrever-se: faz upload<br />
<strong>de</strong> toda a documentação através do site e há, inclusivamente, a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> os alunos <strong>que</strong> vivem fora do país pagarem a candidatura só<br />
no acto <strong>de</strong> efectivação da matrícula, <strong>que</strong> tem <strong>que</strong> ser feita cá no ISEP.<br />
ISEP.BI Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar <strong>que</strong> a transição para o processo <strong>de</strong> Bolonha<br />
facilitou a mobilida<strong>de</strong> das pessoas entre as instituições <strong>de</strong> ensino?<br />
J.S. Neste momento, pelo menos a nível da União Europeia, todas as<br />
unida<strong>de</strong>s curriculares têm um número <strong>de</strong> créditos atribuído. Esses<br />
créditos, os ECTU, são <strong>de</strong>finidos a nível europeu por <strong>de</strong>creto. Sabemos<br />
perfeitamente o <strong>que</strong> <strong>que</strong>r dizer um crédito ECTU: são 28 horas <strong>de</strong> es-<br />
Nós estamos com os olhos sempre em todo o lado e o <strong>que</strong> temos feito<br />
é uma aposta centrada em mercados concretos. O nosso próximo<br />
passo é apostar numa feira na América latina, mas primeiro teremos<br />
<strong>de</strong> pesquisar a<strong>que</strong>las <strong>que</strong>, à partida, terão mais visibilida<strong>de</strong>. Já <strong>que</strong> o<br />
esforço é gran<strong>de</strong>, tentamos <strong>que</strong> tenha o máximo <strong>de</strong> mais-valias. Em<br />
termos <strong>de</strong> licenciaturas, o mercado da América do Sul seria o mais próximo,<br />
<strong>de</strong>vido à semelhança da língua. Po<strong>de</strong>mos oferecer um ensino<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, somos uma Instituição a nível europeu já com um status<br />
bem posicionado, po<strong>de</strong>mos oferecer um campus <strong>de</strong> investigação reconhecido<br />
e, claro, a vantagem <strong>de</strong> sermos um país financeiramente<br />
mais acessível.<br />
ISEP.BI Que estratégias têm vindo a ser seguidas pelo ISEP para fomentar<br />
a internacionalização? Já referiu as feiras, as parcerias...<br />
J.S. Para além <strong>de</strong> tudo o <strong>que</strong> já referi, as aulas em e-learning também<br />
facilitam a internacionalização. O aluno po<strong>de</strong> contactar o professor,
22 À CONVERSA COM...<br />
individualmente, em inglês. Há ainda outro tipo <strong>de</strong> parcerias, como<br />
<strong>projectos</strong> <strong>de</strong> investigação com grupos <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> outros países. Há<br />
um projecto Europeu, <strong>que</strong> envolve vários alunos <strong>de</strong> várias instituições<br />
e no qual cada um <strong>de</strong>senvolve a sua parte <strong>de</strong> projecto no seu país. Outro<br />
projecto é o IP – Intensive Program, <strong>que</strong> consiste na possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>, em 10 dias <strong>de</strong> ensino intensivo, os alunos po<strong>de</strong>rem fazer créditos<br />
ECTU, <strong>que</strong> po<strong>de</strong>m correspon<strong>de</strong>r a uma unida<strong>de</strong> curricular. Há IPs <strong>que</strong><br />
reúnem os alunos no ISEP, e outros em <strong>que</strong> vão os nossos alunos para<br />
fora. Facilita a mobilida<strong>de</strong> aos alunos, por ser mais curto e, logo, mais<br />
barato, e dá-lhes a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer outro país e fazer uma<br />
disciplina num local diferente.<br />
Participamos também no European Project Semester, <strong>que</strong> correspon<strong>de</strong><br />
a 30 créditos. Este projecto, totalmente leccionado em inglês, é dirigido<br />
a alunos no último ano do primeiro ciclo <strong>de</strong> estudos. Além <strong>de</strong> um projecto<br />
transversal, <strong>de</strong>senvolvido em equipas com elementos <strong>de</strong> várias<br />
nacionalida<strong>de</strong>s e internacionais, os alunos apren<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>senvolvem<br />
competências <strong>que</strong> são transversais a todas as engenharias.<br />
ISEP.BI É um projecto inovador... Po<strong>de</strong>mos dizer <strong>que</strong> através <strong>de</strong>ste<br />
projecto estamos a formar os engenheiros perfeitos para trabalhar<br />
em multinacionais?<br />
J.S. Penso <strong>que</strong> sim. Estes alunos vão, durante um semestre, trabalhar<br />
em equipa, o <strong>que</strong> é extremamente importante para <strong>que</strong> aprendam a<br />
ser o menos egoístas possível, em termos <strong>de</strong> trabalho, pois têm, efectivamente,<br />
<strong>de</strong> fazer o trabalho em conjunto. O facto <strong>de</strong> estarem com<br />
pessoas <strong>de</strong> outros países, <strong>de</strong> outras culturas, é uma mais-valia muito<br />
gran<strong>de</strong> e ajuda-os a <strong>de</strong>senvolver como pessoas, principalmente quando<br />
acabarem o curso, começarem a trabalhar e perceberem <strong>que</strong> talvez<br />
Portugal seja pe<strong>que</strong>no <strong>de</strong>mais para eles.<br />
ISEP.BI Portugal tem uma ligação natural com os PALOPs. Qual é a<br />
potencialida<strong>de</strong>, para além da língua, <strong>que</strong> vê na aposta nestes países?<br />
J.S. Em relação à ligação aos PALOPs, do meu ponto <strong>de</strong> vista, trata-se<br />
<strong>de</strong> uma obrigação <strong>de</strong> Portugal, até mesmo pela história colonial. Há um<br />
vínculo histórico, uma obrigação <strong>de</strong> colaboração <strong>de</strong> uma forma mais<br />
próxima com os países africanos <strong>de</strong> língua portuguesa e com Timor-<br />
-Leste também. É óbvio <strong>que</strong> alguns <strong>de</strong>stes países passam por situações<br />
muito complicadas, muitos com situações <strong>de</strong> extrema pobreza,<br />
dificulda<strong>de</strong>s financeiras. Neste sentido, temos alguns <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> acolhimento<br />
<strong>de</strong> alunos, por exemplo, <strong>de</strong> São Tomé e Príncipe, juntamente<br />
com a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Madrid e com a Repsol. Este projecto permite<br />
<strong>que</strong> os São Tomenses estu<strong>de</strong>m no ISEP com uma bolsa <strong>de</strong> estudo, <strong>que</strong><br />
lhes paga gran<strong>de</strong> parte dos gastos e, o último ano do curso, é feito<br />
em Madrid, financiado integralmente pela Repsol. Este último ano é<br />
feito na Escola <strong>de</strong> Minas <strong>de</strong> Madrid, com algumas unida<strong>de</strong>s curriculares<br />
específicas <strong>de</strong> pesquisa e extracção <strong>de</strong> petróleo. A i<strong>de</strong>ia é formar profissionais<br />
e quadros técnicos superiores <strong>que</strong> <strong>de</strong>pois possam voltar ao<br />
seu país, dar o seu melhor e po<strong>de</strong>r colaborar no <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
indústria. São Tomé e Príncipe é, no caso do petróleo, um país muito<br />
<strong>de</strong>ficitário em termos <strong>de</strong> quadros técnicos superiores e, dado <strong>que</strong> tem<br />
um gran<strong>de</strong> potencial na exploração <strong>de</strong> petróleo é, sem dúvida, uma<br />
mais-valia para o país.<br />
ISEP.BI Já falamos um pouco nos mercados externos à Europa... Para<br />
<strong>que</strong> mercados aponta a aposta no futuro?<br />
J.S. Sem dúvida para a América Latina. Temos vindo a granjear uma óptima<br />
relação com o Brasil, <strong>que</strong> ficou expressa aquando da organização<br />
das Jornadas Luso-Brasileiras <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>. Temos bastantes investigadores<br />
brasileiros a trabalhar cá, temos alunos em mobilida<strong>de</strong> ao abrigo<br />
<strong>de</strong> protocolos específicos <strong>de</strong> cooperação. Houve mesmo um grupo<br />
<strong>de</strong> alunos brasileiros, <strong>de</strong> electrotecnia, <strong>que</strong> ouviram falar do ISEP e do<br />
prestígio <strong>que</strong> tem, e propuseram-se a vir estudar para cá. Claro <strong>que</strong> por<br />
trás estão <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> investigação e parcerias, mas é o processo <strong>de</strong><br />
internacionalização a funcionar.
A NOSSA TECNOLOGIA 23<br />
E-LEARNING<br />
FLEXIBILIZAR O<br />
ENSINO RUMO AO<br />
SUCESSO ESCOLAR<br />
CARLOS VAZ DE CARVALHO<br />
Flexibilida<strong>de</strong>, motivação e exigência. Estas são as três palavras-<br />
-chave directamente associadas ao conceito <strong>de</strong> e-learning.<br />
Para Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho, responsável pelo GILT, o grupo<br />
<strong>de</strong> investigação do ISEP mais envolvido no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do e-learning, esta nova forma <strong>de</strong> aprendizagem tem inúmeras<br />
vantagens como complemento ao Ensino convencional. O<br />
segredo está em conhecer bem o público-alvo, e em direccionar<br />
as ferramentas do e-learning para a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> realmente<br />
necessitam <strong>de</strong>las. O objectivo? Melhorar a motivação, os resultados<br />
dos alunos e manter o conceito <strong>de</strong> escola e o espírito<br />
académico sempre vivos.<br />
Começou a trabalhar no e-learning em 1996, mas admite <strong>que</strong>, só <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
há oito anos a esta parte, o conceito começou a ganhar forma e a habitar<br />
os <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> investigação das escolas <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> uma<br />
forma mais assertiva. Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho começou, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito<br />
cedo, a trabalhar em <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> investigação europeus, “praticamente<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>que</strong> saí da faculda<strong>de</strong>”, conta. E este espírito <strong>de</strong> iniciativa permite-lhe,<br />
hoje, levar os <strong>projectos</strong> do GILT a candidaturas internacionais<br />
e a alcançar financiamento para <strong>projectos</strong> <strong>que</strong> têm dado os seus frutos.<br />
Mas, <strong>de</strong> uma forma muito simples, como po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finir o e-learning?<br />
“Trata-se da utilização <strong>de</strong> algum tipo <strong>de</strong> tecnologia para apoiar a aprendizagem,<br />
seja apenas como complemento, como é o caso do ISEP, em<br />
<strong>que</strong> temos a aprendizagem presencial e os professores se apoiam numa<br />
plataforma <strong>de</strong> e-learning. Nestas plataformas po<strong>de</strong>m colocar conteúdos<br />
e têm à disposição ferramentas <strong>de</strong> comunicação com os alunos, <strong>que</strong><br />
também po<strong>de</strong>m submeter os seus trabalhos online”. Ou então, acrescenta<br />
o responsável pelo GILT, “po<strong>de</strong>mos ser um bocadinho mais ambiciosos<br />
e usar a tecnologia para suportar, <strong>de</strong> forma total, a aprendizagem”.<br />
Segundo explicou ao BI Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho, as vantagens do e-<br />
-learning pren<strong>de</strong>m-se, essencialmente, “com a flexibilida<strong>de</strong> no tempo,<br />
no espaço, e em termos <strong>de</strong> conteúdos curriculares”. Ou seja, o aluno<br />
po<strong>de</strong> estar em casa, não tem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vir à escola, para assistir a<br />
uma aula, e po<strong>de</strong> fre<strong>que</strong>ntar as aulas no espaço <strong>que</strong> prefere, no tempo<br />
em <strong>que</strong> prefere. Segundo o investigador, este tipo <strong>de</strong> aprendizagem<br />
é muito útil, nomeadamente, “para os trabalhadores estudantes, <strong>que</strong><br />
têm a vida profissional muito atarefada, uma vida pessoal, muitas vezes<br />
já com filhos, e <strong>que</strong> têm <strong>que</strong> conseguir conciliar o processo <strong>de</strong> aprendizagem<br />
com todos esses outros momentos da sua vida”.<br />
Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho vai ainda mais longe: “o recurso às ferramentas<br />
<strong>de</strong> e-learning é uma forma <strong>de</strong> ajudar a combater o insucesso escolar<br />
<strong>que</strong> existe nos primeiros anos, ou mesmo o abandono”, afirma. E o mais<br />
importante é dirigir as ferramentas <strong>de</strong> e-elarning para <strong>que</strong>m realmente<br />
necessita <strong>de</strong>las, ou seja, <strong>de</strong> encontrar “ferramentas novas e <strong>que</strong> po<strong>de</strong>rão<br />
ser mais motivantes para a<strong>que</strong>les alunos <strong>que</strong> não correspon<strong>de</strong>m ao<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> aluno tradicional, <strong>que</strong> se <strong>de</strong>smotivam facilmente”, remata.<br />
“NÃO SE TRATA DE FACILITAR, MAS SIM<br />
DE FLEXIBILIZAR”<br />
Para Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho, um dos aspectos fundamentais no e-learning<br />
é <strong>de</strong>terminação do público-alvo. Por<strong>que</strong>, para <strong>que</strong> uma escola<br />
tenha sucesso, os alunos têm <strong>de</strong> ser motivados, logo, é necessário<br />
“adaptar a nossa oferta ao nosso público, e criar vários mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />
aprendizagem diferentes”. O investigador explica <strong>que</strong> “po<strong>de</strong>mos ter<br />
um mo<strong>de</strong>lo completamente à distância, em <strong>que</strong> tudo é feito à distância,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a inscrição, passando pelo contacto com o professor, avaliação,<br />
tudo”. Ou então, um mo<strong>de</strong>lo repartido entre aulas presenciais<br />
e aulas à distância. Estas aulas complementares po<strong>de</strong>m ser repartidas<br />
pelo semestre. “Por exemplo, para os trabalhadores estudantes, po<strong>de</strong>mos<br />
pensar em reduzir o número <strong>de</strong> vezes <strong>que</strong> vêm ao ISEP. Têm <strong>de</strong> vir<br />
ao ISEP todas as semanas, por<strong>que</strong> é muito importante manter o contacto,<br />
mas não têm <strong>de</strong> vir todos os dias”.<br />
O investigador <strong>que</strong>r ainda <strong>de</strong>smistificar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>que</strong> o ensino em e-<br />
-learning é facilitador. O <strong>que</strong> não é verda<strong>de</strong>, até por<strong>que</strong>, “o e-learning<br />
tem sempre <strong>que</strong> garantir a qualida<strong>de</strong> e, por isso, é preciso fazer mais<br />
para garantir a qualida<strong>de</strong>”. E cita um exemplo: “Há uns anos, fizemos<br />
um trabalho na área da gestão, em <strong>que</strong> comparamos uma disciplina<br />
em duas formas <strong>de</strong> ensino diferentes: presencial e b-learning. A meio,<br />
os alunos do b-learning começaram a <strong>que</strong>ixar-se <strong>que</strong> tinham muito trabalho;<br />
muito mais do <strong>que</strong> os alunos da formação presencial.
24 A NOSSA TECNOLOGIA<br />
RESPONSABILIZAÇÃO E AUTONOMIA<br />
Responsabilização e autonomia do aluno são os gran<strong>de</strong>s pressupostos<br />
do e-learning. Ou seja, “exigir <strong>que</strong> o aluno seja mais responsável e <strong>que</strong><br />
assuma o controlo daquilo <strong>que</strong> faz”. “E, <strong>de</strong> facto, os alunos chegam ao<br />
fim e percebem <strong>que</strong> o esforço compensou. Aqui há responsabilida<strong>de</strong>,<br />
trabalho, motivação e satisfação”, explica o investigador do GILT.<br />
E, perante o <strong>de</strong>senvolvimento galopante do e-learning e do ensino à<br />
distância, uma pergunta parece pertinente: não há o perigo <strong>de</strong> se per<strong>de</strong>r<br />
o conceito <strong>de</strong> escola como espaço físico e como entida<strong>de</strong> formadora<br />
<strong>de</strong> pessoas? Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho não hesita na resposta: “por<br />
isso mesmo é <strong>que</strong> o público-alvo tem <strong>de</strong> ser muito bem escolhido,<br />
<strong>de</strong> forma a dirigirmos o e-learning a <strong>que</strong>m realmente interessa. Quem<br />
po<strong>de</strong> vir às aulas regularmente, nós <strong>que</strong>remos <strong>que</strong> continue a vir. Até<br />
por<strong>que</strong> uma escola como o ISEP tem uma vivência <strong>que</strong> ultrapassa<br />
em muito aquilo <strong>que</strong> é estritamente académico. Mas faz sentido, por<br />
exemplo, além dos trabalhadores estudantes, um aluno <strong>que</strong> já falhou<br />
uma disciplina, po<strong>de</strong> tentar fazê-la novamente, mas com recurso a e-<br />
-learning, a recursos diferentes, po<strong>de</strong> ser <strong>que</strong> resulte melhor”.<br />
No <strong>que</strong> respeita ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> ferramentas, o GILT<br />
tem vindo a <strong>de</strong>senvolver um trabalho concertado nos últimos anos.<br />
Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho explica <strong>que</strong> o grupo está, neste momento, “a<br />
trabalhar em vários <strong>projectos</strong> <strong>que</strong> visam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> conteúdos<br />
para o e-learning. Temos um projecto <strong>que</strong> terminou agora, na<br />
área das re<strong>de</strong>s, em <strong>que</strong> produzimos conteúdos educativos para uma<br />
pós graduação, a nível europeu. Há vários parceiros, entre os quais várias<br />
universida<strong>de</strong>s estrangeiras, e cada parceiro produz conteúdos <strong>de</strong><br />
e-learning. Gestão <strong>de</strong> sistemas, gestão <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, entre outros. O segundo<br />
passo é <strong>que</strong> os alunos possam ter um diploma <strong>de</strong> cada um dos parceiros<br />
do projecto. Para já, criamos uma estrutura <strong>de</strong> módulos para <strong>que</strong><br />
cada um <strong>de</strong>stes módulos possa ser leccionado in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente”.<br />
Numa outra vertente <strong>que</strong>, segundo Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho, <strong>de</strong>ve ser explorada,<br />
o GILT está a coor<strong>de</strong>nar o projecto europeu SELEAG, “<strong>que</strong> consiste<br />
na utilização <strong>de</strong> jogos para aprendizagem, os chamados Serious<br />
Games, <strong>de</strong> forma a perceber como conseguimos colocar os conteúdos<br />
<strong>de</strong> entretenimento ao serviço do ensino/aprendizagem”, explica. O <strong>que</strong><br />
o grupo fez foi criar um ambiente, em <strong>que</strong> o jogador e aluno se sinta divertido<br />
e motivado pelo jogo, e <strong>que</strong> aprenda sem se<strong>que</strong>r se aperceber.<br />
Neste caso, o conceito do SELEAG é estudar história, mais concretamente,<br />
os gran<strong>de</strong>s eventos da Europa. É um jogo <strong>de</strong> aventura indicado para<br />
alunos do 7º ao 9º ano em <strong>que</strong> o jogador tem <strong>de</strong> explorar um contexto<br />
e falar com personagens. Temos três cenários: Descobrimentos, Revolução<br />
Industrial e 2ª Guerra Mundial. O cenário da II Guerra Mundial já está<br />
completo e em fase <strong>de</strong> teste por professores qualificados.<br />
Mas, <strong>de</strong> acordo com o responsável do GILT, “o ensino à distância vai<br />
muito além do e-learning, por<strong>que</strong> e-learning é o ensino à distância só<br />
com recurso a meios digitais”. O grupo <strong>de</strong> investigação se<strong>de</strong>ado no<br />
ISEP está, por exemplo, “a explorar a utilização <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> entretenimento<br />
para a associação ao Ensino”. Por exemplo, consolas <strong>de</strong><br />
jogos. Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho explica <strong>que</strong> “temos trabalho feito com<br />
consolas da Wii. Temos alunos <strong>de</strong> mestrado a usar comandos da Wii<br />
para experiências <strong>de</strong> física. O objectivo é perceber como é <strong>que</strong> posso<br />
usar um comando <strong>de</strong>ste género para fazer experiências <strong>de</strong> física, em<br />
vez <strong>de</strong> usar um comando ou um rato.”<br />
Aliás, uma das vertentes mais fortes do GILT é o suporte ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> teses académicas (Doutoramento e Mestrado). Há cinco investigadores<br />
do GILT a <strong>de</strong>senvolver o seu Doutoramento em e-learning,<br />
e o grupo já apoiou cerca <strong>de</strong> 20 teses <strong>de</strong> Mestrado nesta área. E, neste<br />
momento, há mais 25 alunos do Mestrado em <strong>Engenharia</strong> Informática<br />
do ISEP a <strong>de</strong>senvolver a sua tese, com investigadores do GILT, nesta área.<br />
O FUTURO... À TECNOLOGIA PERTENCE<br />
Mas os <strong>projectos</strong> não se ficam por aqui. Ao nível da computação gráfica,<br />
o investigador explica <strong>que</strong> <strong>de</strong>senvolveram os conteúdos <strong>de</strong> uma<br />
pós-graduação, usada por alunos do Uruguai e alunos do ISEP, da Argentina,<br />
Espanha e Brasil.<br />
Num futuro próximo, vai ainda ter início, em consequência <strong>de</strong> uma<br />
candidatura ao programa Alfa, o projecto GAVIOTA, <strong>que</strong> consiste na<br />
criação <strong>de</strong> ambientes virtuais, entre eles um laboratório <strong>de</strong> computação<br />
gráfica e outro <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> virtual. “O objectivo”, explica o responsável<br />
do GILT, “é perceber como é <strong>que</strong> po<strong>de</strong>mos usar um laboratório<br />
<strong>de</strong> realida<strong>de</strong> virtual, para contactar com a socieda<strong>de</strong> em geral”. Para já,<br />
há um conjunto <strong>de</strong> iniciativas programadas, no sentido <strong>de</strong> tentar integrar<br />
público mais info excluído e com maiores dificulda<strong>de</strong>s financeiras.<br />
Espanha, Alemanha, Brasil, Uruguai, Argentina, Honduras e Bolívia são<br />
os parceiros.<br />
PROJECTOS INTERNACIONAIS EM<br />
DESTAQUE<br />
O GILT tem em curso vários <strong>projectos</strong> internacionais na área do e-learning.<br />
Mas Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho <strong>de</strong>staca um “projecto da FCT <strong>que</strong> procura<br />
estudar temas relacionados com objectos educativos”. Este projecto<br />
tem por objectivo criar um repositório <strong>de</strong> objectos educativos, no<br />
qual os professores po<strong>de</strong>m juntar todos os recursos <strong>que</strong> criaram para<br />
uma <strong>de</strong>terminada disciplina, eti<strong>que</strong>tá-los e, assim, torná-los acessíveis a<br />
<strong>que</strong>m necessitar <strong>de</strong> os usar, sejam professores ou alunos.<br />
E como surgem as i<strong>de</strong>ias para novos recursos educativos? Carlos Vaz<br />
<strong>de</strong> Carvalho explica-nos <strong>que</strong> “os conteúdos partem da percepção <strong>de</strong><br />
um conjunto <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s; seja para <strong>projectos</strong>, seja para formação...<br />
Já no caso <strong>de</strong> outras activida<strong>de</strong>s, principalmente a nível científico, tem<br />
a ver com a nossa ligação com parceiros internacionais. Ao sabermos<br />
o <strong>que</strong> se passa no mundo, procurarmos também contribuir da melhor<br />
forma, com novos <strong>projectos</strong>”. Mas as i<strong>de</strong>ias po<strong>de</strong>m também partir dos<br />
alunos e ser aproveitadas pelo GILT. “Se um aluno tem uma i<strong>de</strong>ia e nós<br />
achamos <strong>que</strong> tem pernas para andar, damos-lhes as ferramentas certas<br />
para <strong>de</strong>senvolverem os seus <strong>projectos</strong>”. Para o responsável do grupo<br />
<strong>de</strong> investigação, “trata-se <strong>de</strong> pensar sempre ao lado e <strong>de</strong> não seguir os<br />
caminhos tradicionais. Pensar, o <strong>que</strong> é <strong>que</strong> eu posso fazer <strong>de</strong> diferente<br />
para melhorar?”. Fundamental é também tentar <strong>de</strong>senvolver os <strong>projectos</strong><br />
com os recursos mais acessíveis. “Temos uma filosofia <strong>que</strong> é tentar<br />
fazer sempre tudo com os dispositivos mais acessíveis. Eu posso ter um<br />
recurso <strong>que</strong> custa 500 mil euros, uma sala <strong>de</strong> realida<strong>de</strong> virtual, e <strong>que</strong> é<br />
muito engraçado, mas não po<strong>de</strong> sair daqui. E se a i<strong>de</strong>ia é levar os <strong>projectos</strong><br />
para fora do ISEP e dizer às escolas <strong>que</strong> po<strong>de</strong>m replicar o objecto,<br />
não faz sentido <strong>que</strong> não seja acessível, pois não cumpre o objectivo <strong>de</strong><br />
chegar ao público-alvo”, remata.<br />
Para o futuro, Carlos Vaz <strong>de</strong> Carvalho adianta <strong>que</strong> há perspectivas <strong>de</strong> novos<br />
<strong>projectos</strong>. “O nosso grupo funciona à base <strong>de</strong> <strong>projectos</strong>. Se não houver <strong>projectos</strong><br />
não há financiamento... e <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> fazer sentido a existência do GILT”,<br />
conclui. Segundo o responsável, há dois <strong>projectos</strong> do grupo <strong>que</strong> aguardam<br />
aprovação da Comunida<strong>de</strong> Europeia. Resta apenas aguardar o resultado e<br />
acreditar <strong>que</strong> o futuro do e-learning irá continuar a passar pelo ISEP.
BREVES<br />
25<br />
BOLSAS DE MÉRITO<br />
ACADÉMICO<br />
É com enorme prazer <strong>que</strong> o ISEP anuncia os<br />
sete vencedores <strong>de</strong> Bolsas <strong>de</strong> Estudo por Mérito<br />
referentes ao ano lectivo 2009-2010:<br />
44), Materials Science Forum (nº 636-637 e nº<br />
638-642), assim como alvo <strong>de</strong> apresentações<br />
no 8º Congresso Nacional <strong>de</strong> Mecânica Experimental,<br />
realizado em Guimarães, em Abril<br />
<strong>de</strong> 2010 ou a 14th European Conference on<br />
Composite Materials, <strong>que</strong> teve lugar em Budapeste,<br />
em Junho <strong>de</strong> 2010.<br />
Nuno Luz (mestrado em <strong>Engenharia</strong> Informática),<br />
Tiago Sousa (mestrado em <strong>Engenharia</strong><br />
Electrotécnica – Sistemas Eléctricos <strong>de</strong> Energia),<br />
Tiago Silva (licenciatura em <strong>Engenharia</strong><br />
Informática), Mário Silva (mestrado em <strong>Engenharia</strong><br />
Química), Carlos Lobo (licenciatura em<br />
<strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Computação e Instrumentação<br />
Médica), Irina Vieira (mestrado em Computação<br />
e Instrumentação Médica) e Álvaro<br />
Torrinha (mestrado em <strong>Engenharia</strong> Química).<br />
A Bolsa <strong>de</strong> Estudo por Mérito é atribuída pelo<br />
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino<br />
<strong>Superior</strong> e visa reconhecer estudantes com<br />
aproveitamento escolar excepcional, <strong>que</strong><br />
têm, simultaneamente, aproveitamento a<br />
todas as disciplinas e média igual ou superior<br />
a 16 valores.<br />
1º MESTRE EM GESTÃO<br />
DE PROCESSOS E<br />
OPERAÇÕES<br />
Francisco Silva tornou-se no primeiro mestre<br />
do ISEP em Gestão <strong>de</strong> Processos e Operações,<br />
após <strong>de</strong>fesa do projecto “Aplicação da Técnica<br />
Análise do Valor a um Determinado Produto/Serviço”,<br />
no passado dia 20 <strong>de</strong> Julho.<br />
Este projecto <strong>de</strong> mestrado aplica técnicas <strong>de</strong><br />
análise <strong>de</strong> valor e métodos complementares<br />
a um serviço da indústria gráfica. Desenvolvido<br />
em ambiente académico e empresarial, a<br />
forte aplicação empresarial do projecto ajudará,<br />
agora à, sua implementação progressiva<br />
junto da entida<strong>de</strong> patronal do mestre<br />
Francisco Silva.<br />
EDUARDO TOVAR EDITA<br />
NÚMERO ESPECIAL DE<br />
REVISTA IEEE<br />
O director do Centro <strong>de</strong> Investigação em<br />
Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo-Real (CIS-<br />
TER), Eduardo Tovar, vai editar uma edição<br />
especial da reputada revista IEEE Transactions<br />
on Industrial Informatics, juntamente com<br />
Chenyang Lu (Washington University <strong>de</strong> St.<br />
Louis, EUA) e Raj Rajkumar (Carnegie Mellon<br />
University, EUA).<br />
Intitulado “Cyber-Physical Systems and Cooperating-Objects:<br />
the New Frontier for Embed<strong>de</strong>d<br />
Systems”, este número especial da IEEE<br />
Transactions on Industrial Informatics será <strong>de</strong>dicado<br />
à temática dos sistemas ciber-físicos e<br />
objectos cooperantes. Este é um dos tópicos<br />
mais estimulantes na actual investigação na<br />
área da <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica e Informática<br />
e manifesta a relevância do trabalho <strong>de</strong>senvolvido<br />
no grupo <strong>de</strong> investigação do ISEP,<br />
<strong>que</strong> organizou, em 2008, o primeiro evento<br />
europeu <strong>de</strong>dicado ao tema dos sistemas<br />
ciber-físicos - a CPS-CA 08.<br />
Os sistemas ciber-físicos e objectos cooperantes<br />
<strong>de</strong>screvem o investimento científico e<br />
tecnológico em curso para conjugar o mundo<br />
real com sistemas computacionais. Este processo,<br />
<strong>que</strong> se encontra numa fase <strong>de</strong> maturação<br />
substancial, <strong>de</strong>ixa antever uma revolução<br />
das tecnologias <strong>de</strong> informação superior à registada<br />
no séc. XX.<br />
Financiado pela Fundação para a Ciência e<br />
Tecnologia (FCT), este projecto permitiu estudar<br />
uma ferramenta adaptada à furação <strong>de</strong><br />
laminados compósitos com resina epóxida;<br />
criar plataformas baseadas na visão computacional<br />
para análise da extensão do dano;<br />
<strong>de</strong>senvolver um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> elementos finitos<br />
para simulação da operação <strong>de</strong> furação.<br />
COOPERAÇÃO<br />
INTERNACIONAL À<br />
DISTÂNCIA DE UM<br />
CLIQUE<br />
Gustavo Alves, docente do Departamento <strong>de</strong><br />
<strong>Engenharia</strong> Electrotécnica e investigador no<br />
Núcleo <strong>de</strong> Investigação em Sistemas <strong>de</strong> Testes<br />
(CIETI-LABORIS), participou, no passado<br />
dia 12 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 2010, na inauguração<br />
<strong>de</strong> um novo laboratório remoto integrado na<br />
re<strong>de</strong> RexLab – à qual o ISEP pertence <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
2005.<br />
Instalado na Faculda<strong>de</strong> da Associação Beneficente<br />
da Indústria Carbonífera (SATC) <strong>de</strong><br />
Santa Catarina, Brasil, este novo laboratório<br />
oferece experiências remotas na área da mecânica<br />
clássica (<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> coeficiente<br />
<strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais) e da electrónica<br />
(modulação por largura <strong>de</strong> impulsos).<br />
De acordo com a SATC, o RexLab permitirá<br />
“fazer experiências práticas comandadas<br />
pela internet e disponibilizadas na re<strong>de</strong> para<br />
entida<strong>de</strong>s convencionadas. O novo laboratório<br />
funcionará 24 horas por dia, e será usado<br />
como forma <strong>de</strong> socializar o conhecimento”.<br />
De acordo com Manuel Pereira Lopes, director<br />
do mestrado do Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
Mecânica, a forte orientação empresarial é<br />
uma das vantagens do curso. Esta característica,<br />
aliada ao regime lectivo em horário pós-<br />
-laboral e à qualida<strong>de</strong> e experiência do corpo<br />
docente, são elementos diferenciadores da<br />
oferta formativa do ISEP.<br />
A Gestão <strong>de</strong> Processos e Operações é uma<br />
integração <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> e gestão industrial<br />
numa perspectiva <strong>de</strong> abordagem sistémica às<br />
organizações com vista a melhorar o seu <strong>de</strong>sempenho<br />
global.<br />
PROJECTO FECOMPO:<br />
RESULTADOS FINAIS<br />
O Centro <strong>de</strong> Investigação e Desenvolvimento<br />
em <strong>Engenharia</strong> Mecânica (CIDEM) começou<br />
a divulgar os resultados finais do projecto <strong>de</strong><br />
investigação FECOMPO.<br />
Desenvolvido por Luís Durão (coor<strong>de</strong>nador),<br />
António Magalhães e Daniel Gonçalves, o<br />
projecto FECOMPO foi alvo <strong>de</strong> publicações<br />
em revistas internacionais como a Composite<br />
Structures (nº 92), Composite Materials (nº<br />
Na inauguração participaram, igualmente,<br />
os professores João Bosco da Mota Alves e<br />
Juarez Bento da Silva, responsáveis pelos laboratórios<br />
remotos da Universida<strong>de</strong> do Sul<br />
<strong>de</strong> Santa Catarina (UNISUL) e da Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina (UFSC), igualmente<br />
integrados na re<strong>de</strong> RexLab.<br />
Já no início <strong>de</strong> Outubro, Gustavo Alves leccionou<br />
duas aulas a partir do ISEP para alunos<br />
da UFSC. As lições foram proferidas via SKYPE,<br />
e recorreram a materiais pedagógicos e <strong>de</strong><br />
apoio criados no ISEP, no âmbito do projecto<br />
PhysicsLabFARM.
26<br />
BREVES<br />
<strong>projectos</strong> no âmbito do grupo <strong>de</strong> ressonância<br />
do projecto europeu Lean Learning Aca<strong>de</strong>my.<br />
levantamento exaustivo <strong>de</strong> fenómenos meteorológicos<br />
e levantamentos gravimétricos.<br />
INVESTIGADORES<br />
DO GECAD VENCEM<br />
ELIMINATÓRIA<br />
POLIEMPREENDE<br />
António Meireles e Carlos Filipe Freitas, investigadores<br />
do Grupo <strong>de</strong> Investigação em<br />
<strong>Engenharia</strong> do Conhecimento e Apoio à Decisão<br />
(GECAD), e docentes no Departamento<br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática (DEI), venceram a<br />
eliminatória do Poliempreen<strong>de</strong> 2010, realizada<br />
no Politécnico do Porto.<br />
O projecto apresentado, correspon<strong>de</strong> a um sistema<br />
<strong>de</strong> avaliação e controlo inteligente para<br />
ambientes <strong>de</strong> produção agrícola e industrial.<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> sensorial distribuída,<br />
capaz <strong>de</strong> reconhecer automaticamente o ambiente<br />
e reagir em conformida<strong>de</strong>. Um exemplo<br />
prático, consiste no sistema <strong>de</strong> rega <strong>de</strong> uma<br />
exploração agrícola <strong>que</strong>, em caso <strong>de</strong> previsão<br />
<strong>de</strong> chuva, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> actuar poupando recursos.<br />
O projecto tem como base uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sensores<br />
distribuídos, capazes <strong>de</strong> mútua interacção<br />
e <strong>de</strong> elevada modularida<strong>de</strong>. O sistema<br />
plug & play dispõe <strong>de</strong> uma configuração passível<br />
<strong>de</strong> utilização por um público alargado, já<br />
<strong>que</strong> dispensa qual<strong>que</strong>r tipo <strong>de</strong> configuração<br />
por parte do utilizador.<br />
DEM RECEBEU<br />
MAISMETAL<br />
Judite Men<strong>de</strong>s, administradora da Maismetal,<br />
visitou o Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />
(DEM). A empresa metalomecânica tem<br />
já um longo registo <strong>de</strong> colaboração com o<br />
ISEP, em <strong>projectos</strong> <strong>que</strong> vão da organização <strong>de</strong><br />
eventos técnico-científicos ao acolhimento<br />
<strong>de</strong> estágios curriculares.<br />
Entre as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperação entre<br />
o DEM e a Maismetal <strong>de</strong>sta<strong>que</strong> para: a organização<br />
da conferência Business Sustainability,<br />
on<strong>de</strong> o ISEP surge como organizador<br />
e a Maismetal é um dos patrocinadores; a<br />
colaboração activa ao nível da consultadoria<br />
realizada pelo DEM; o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
A presença <strong>de</strong> Judite Men<strong>de</strong>s serviu ainda<br />
para discutir áreas <strong>de</strong> actuação para a realização<br />
<strong>de</strong> estágios académicos inseridos nos<br />
<strong>projectos</strong> <strong>de</strong> mestrado do DEM.<br />
Com uma forte tradição <strong>de</strong> cooperação com o<br />
tecido empresarial, o ISEP mantém-se disponível<br />
para encontrar soluções <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>que</strong><br />
acrescentem valor ao tecido produtivo nacional.<br />
MESTRANDO ISEP<br />
NA TRANSACTIONS<br />
ON LEARNING<br />
TECHNOLOGIES<br />
Nuno Sousa, mestrando em <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica<br />
e Computadores, publicou o artigo<br />
“An Integrated Reusable Remote Laboratory<br />
to Complement Electronics Teaching”, na revista<br />
Transactions on Learning Technologies.<br />
O artigo apresentado na edição <strong>de</strong> Julho-Setembro<br />
<strong>de</strong>sta publicação do Institute of Electrical<br />
and Electronic Engineers (IEEE), aborda<br />
a investigação <strong>de</strong>senvolvida no projecto <strong>de</strong><br />
mestrado na área <strong>de</strong> Automação e Sistemas.<br />
Nuno Sousa <strong>de</strong>screve a bancada laboratorial<br />
remota para o ensino da electrónica concebida<br />
e implementada sob orientação <strong>de</strong> Manuel<br />
Gericota e Gustavo Alves.<br />
Esta tecnologia permite acesso remoto a réplicas<br />
exactas, dos diferentes trabalhos propostos<br />
nas aulas laboratoriais das unida<strong>de</strong>s<br />
curriculares <strong>de</strong> Electrónica, permitindo executar,<br />
à distância, os <strong>projectos</strong> iniciados em<br />
contexto <strong>de</strong> aula presencial<br />
O trabalho <strong>de</strong> Nuno Sousa <strong>de</strong>staca-se dos restantes<br />
laboratórios remotos existentes, pela<br />
sua simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização, e capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> reutilização sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alterações<br />
na infra-estrutura base.<br />
LSA PARTICIPA NO<br />
PROJECTO GEOMAD<br />
O investigador Carlos Almeida, do Laboratório<br />
<strong>de</strong> Sistemas Autónomos (LSA), participa no<br />
projecto Geomad, tendo integrado uma das<br />
missões <strong>de</strong> reconhecimento do arquipélago<br />
da Ma<strong>de</strong>ira.<br />
A equipa do Geomad, composta por 27 peritos<br />
europeus, esteve durante 10 dias em Setembro,<br />
no arquipélago da Ma<strong>de</strong>ira, para fazer um<br />
Sendo o primeiro estudo do género no arquipélago,<br />
e um dos maiores jamais realizados na<br />
Ma<strong>de</strong>ira, o Geomad incidiu na recolha <strong>de</strong> dados<br />
climatéricos e cartográficos, <strong>que</strong> possibilitem<br />
uma maior previsibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sastres<br />
climatéricos e o cálculo do geoi<strong>de</strong> na zona da<br />
Ilha da Ma<strong>de</strong>ira.<br />
Financiado em 200 mil euros por fundos europeus,<br />
este projecto é da responsabilida<strong>de</strong><br />
do Centro Interdisciplinar <strong>de</strong> Investigação<br />
Marinha e Ambiental e da Universida<strong>de</strong> da<br />
Ma<strong>de</strong>ira, integrando ainda investigadores do<br />
LSA, <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Meteorologia, Museu da Baleia,<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências da Universida<strong>de</strong><br />
do Porto, Service <strong>de</strong>s Avions Français Instrumentés<br />
pour la Recherche en Environnement<br />
(SAFIRE) e Island Wakes.<br />
MEIT 2010<br />
O Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />
(DEM) dinamizou, entre 19 e 30 <strong>de</strong> Setembro,<br />
a Mechanical Engineering International Tour<br />
(MEIT 2010). A edição <strong>de</strong>ste ano levou a equipa<br />
do ISEP ao Norte <strong>de</strong> Itália.<br />
A <strong>de</strong>legação, composta por 36 estudantes e<br />
docentes do DEM, aproveitou a visita <strong>de</strong> estudo<br />
técnica para conhecer <strong>de</strong> perto empresas<br />
<strong>de</strong> referência na área metalúrgica e metalomecânica,<br />
<strong>de</strong>stacando-se empresas do sector automóvel<br />
como a Fiat, Ducati, Maserati, Lamborghini<br />
e Ferrari. A equipa do ISEP pô<strong>de</strong> observar<br />
processos <strong>de</strong> fabrico altamente produtivos e<br />
totalmente automatizados – alguns dos quais<br />
inexistentes em Portugal – visitar museus ligados<br />
à história do automóvel e conhecer um<br />
pouco da ri<strong>que</strong>za sociocultural italiana.<br />
Exemplo do ensino próximo das empresas e<br />
apostado na internacionalização <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s,<br />
a MEIT 2010 permitiu um enri<strong>que</strong>cimento<br />
técnico significativo <strong>de</strong> todos os participantes.<br />
Não só possibilitou o contacto com<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> organização industrial evoluídos,<br />
como permitiu um intercâmbio cultural e potenciou<br />
um momento único <strong>de</strong> confraterniza-
BREVES<br />
27<br />
ção entre estudantes e docentes. Para a organização,<br />
a visita comprovou ser um sucesso,<br />
tendo sido ressalvado o “elevado sentido <strong>de</strong><br />
responsabilida<strong>de</strong> dos estudantes”.<br />
NOVOS DIRECTORES<br />
DFI E DOG<br />
Natércia Pereira Machado Lima e José Alberto<br />
Madureira Salgado Rodrigues são os novos directores<br />
dos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> Física (DFI) e<br />
<strong>de</strong> Organização e Gestão (DOG), após eleição<br />
a 25 <strong>de</strong> Novembro.<br />
Na cerimónia <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> posse, <strong>que</strong> <strong>de</strong>correu<br />
a 13 <strong>de</strong> Dezembro, o presi<strong>de</strong>nte do ISEP,<br />
João Rocha, agra<strong>de</strong>ceu aos directores cessantes<br />
e <strong>de</strong>sejou as maiores felicida<strong>de</strong>s aos novos<br />
directores. Recordando <strong>que</strong> os Estatutos do<br />
ISEP vieram ajudar a clarificar o normal funcionamento<br />
dos cargos, João Rocha apelou<br />
ainda ao espírito <strong>de</strong> colaboração, manifestando<br />
<strong>que</strong> a presidência tudo fará para ajudar<br />
encontrar soluções para os <strong>de</strong>safios <strong>que</strong> se<br />
avizinham, <strong>de</strong> modo a continuar a elevar o<br />
ISEP a patamares superiores.<br />
Natércia Lima foi eleita directora do DFI com<br />
66% dos votos registados. Por seu turno, a lista<br />
<strong>de</strong> Alberto Rodrigues à Direcção do DOG<br />
recolheu 82% dos votos.<br />
GECAD NO AAL4ALL<br />
O Grupo <strong>de</strong> Investigação em <strong>Engenharia</strong> do<br />
Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD)<br />
participa no projecto <strong>de</strong> investigação, <strong>que</strong><br />
visa o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um ecossistema<br />
industrial para a massificação <strong>de</strong> produtos e<br />
serviços na área <strong>de</strong> Ambient Assisted Living.<br />
O projecto Ambient Assisted Living for All<br />
(AAL4ALL) prevê o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> requisitos<br />
técnicos e especificações <strong>de</strong> padrões,<br />
<strong>que</strong> possibilitem a criação <strong>de</strong> produtos e serviços<br />
<strong>de</strong> AAL certificados. A principal contribuição<br />
do GECAD, no âmbito <strong>de</strong>ste projecto,<br />
respeita à especificação <strong>de</strong> uma arquitectura<br />
e framework. O grupo do ISEP contribuirá com<br />
conhecimentos no domínio da representação<br />
e extracção <strong>de</strong> conhecimento, usando ontologias<br />
e métodos <strong>de</strong> data mining, consi<strong>de</strong>rando<br />
as dimensões espácio-temporais da informação/conhecimento.<br />
Com um orçamento global superior a oito<br />
milhões <strong>de</strong> euros, o projecto AAL4ALL conta<br />
com contributos <strong>de</strong> organizações como a<br />
Fraunhofer Portugal, Critical Health, PT Inovação,<br />
Sonaecom, Universida<strong>de</strong> do Minho, Universida<strong>de</strong><br />
Nova <strong>de</strong> Lisboa, ISCTE, Universida<strong>de</strong><br />
do Porto, INESC Porto, entre outras. Nuno Silva<br />
é o coor<strong>de</strong>nador dos trabalhos no GECAD.<br />
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />
NAS ESTRADAS<br />
NACIONAIS<br />
O Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica<br />
(DEE) celebrou, recentemente, um protocolo<br />
<strong>de</strong> consultadoria com a Ascendi, concessionária<br />
<strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> auto-estradas da<br />
zona Norte e Centro <strong>de</strong> Portugal, com vista à<br />
realização <strong>de</strong> estudos técnicos sobre iluminação<br />
pública viária.<br />
A parceria entre o ISEP e a Ascendi visa a elaboração<br />
<strong>de</strong> um parecer técnico, sobre a viabilida<strong>de</strong><br />
e mais-valias da instalação <strong>de</strong> iluminação<br />
pública, recorrendo à tecnologia LED<br />
no IP2, entre Vale Benfeito e a Jun<strong>que</strong>ira. O<br />
recurso a este novo paradigma <strong>de</strong> iluminação,<br />
beneficia <strong>de</strong> uma inovação tecnológica para<br />
potenciar resultados em termos <strong>de</strong> eficiência<br />
energética nas estradas nacionais, mantendo<br />
a máxima segurança rodoviária.<br />
Esta colaboração é mais um exemplo das<br />
oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cooperação entre o ISEP e as<br />
empresas portuguesas para a implementação<br />
<strong>de</strong> soluções técnicas <strong>de</strong> vanguarda. O estudo<br />
é coor<strong>de</strong>nado por Beleza Carvalho, director do<br />
DEE, e conduzido pelos peritos do Departamento,<br />
Ro<strong>que</strong> Brandão e Sérgio Ramos.<br />
AIRES RECEBE<br />
MENÇÃO HONROSA EM<br />
COMPETIÇÃO ISCTE-MIT<br />
O júri da ISCTE-IUL MIT-Portugal Venture<br />
Competition atribuiu uma menção honrosa<br />
ao projecto Advanced Intelligence Risk Evaluation<br />
System (AIRES), pelo seu carácter inovador<br />
e potencial <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> valor a partir<br />
<strong>de</strong> uma base tecnológica. O produto, <strong>de</strong>senvolvido<br />
por uma equipa li<strong>de</strong>rada pelo investigador<br />
do GECAD, Armando Vieira, beneficiará<br />
agora da parceria com a Caixa Capital para a<br />
sua promoção comercial.<br />
O AIRES foi o principal resultado do projecto <strong>de</strong><br />
investigação “Improving Financial Risk Analysis<br />
with Advanced Data-Mining Tools (IFRA)”, <strong>de</strong>senvolvido<br />
pelo GECAD sob a orientação <strong>de</strong><br />
Armando Vieira. O sistema usa técnicas <strong>de</strong> classificação<br />
<strong>de</strong> dados, tais como re<strong>de</strong>s neuronais<br />
ou máquinas <strong>de</strong> vectores <strong>de</strong> suporte, em áreas<br />
associadas ao risco financeiro e apoio à <strong>de</strong>cisão,<br />
nomeadamente na previsão <strong>de</strong> falências.<br />
Criado para premiar <strong>projectos</strong> <strong>de</strong> cariz tecnológico,<br />
<strong>que</strong> revelem uma forte componente<br />
inovadora e potencial para abarcar mercados<br />
globais, esta primeira edição do ISCTE-IUL<br />
MIT-Portugal Venture Competition recebeu<br />
um total <strong>de</strong> 95 candidaturas e envolveu mais<br />
<strong>de</strong> 360 participantes.<br />
Além <strong>de</strong> Armando Vieira, a equipa <strong>que</strong> <strong>de</strong>senvolveu<br />
o AIRES integra João Carvalho<br />
das Neves, do <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> Economia<br />
e Gestão, e Bernar<strong>de</strong>te Ribeiro, da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Coimbra.<br />
ESTUDO DE LUÍS<br />
OLIVEIRA DESTACADO<br />
PELO AMERICAN<br />
INSTITUTE OF PHYSICS<br />
O artigo “Rat Muscle Opacity Decrease Due<br />
to the Osmosis of a Simple Mixture”, <strong>de</strong> Luís<br />
Oliveira, docente do Departamento <strong>de</strong> Física<br />
(DEFI), foi publicado no Journal of Biomedical<br />
Optics, da International Society for Optics and<br />
Photonics (SPIE). Este trabalho, <strong>de</strong>senvolvido<br />
em parceria com Armindo Lage, Universida<strong>de</strong><br />
do Porto, Manuel Pais Clemente, Centro <strong>de</strong><br />
Ciências e Tecnologias Ópticas, e Valery V. Tuchin,<br />
Saratov State University, Rússia, foi igualmente<br />
seleccionado pelo American Institute<br />
of Physics como referência da investigação<br />
em Física aplicada à Biologia.<br />
Este artigo resulta da investigação inicialmente<br />
realizada por Luís Oliveira, durante o<br />
mestrado em <strong>Engenharia</strong> Biomédica e inci<strong>de</strong><br />
no estudo dos efeitos clarificantes <strong>que</strong> vários<br />
agentes osmóticos conseguem produzir em<br />
tecidos biológicos, <strong>que</strong> por natureza apresentam<br />
gran<strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z à passagem da luz.<br />
Como conclusões <strong>de</strong>ste projecto, verificou-se<br />
<strong>que</strong> o tratamento dos tecidos com os agentes<br />
osmóticos clarificantes aumenta, significativamente,<br />
a transparência do tecido biológico,<br />
sem danificar a estrutura do mesmo.<br />
As mais-valias da <strong>Engenharia</strong> Biomédica são<br />
uma das vertentes passíveis <strong>de</strong> exploração no<br />
mestrado em Computação e Instrumentação<br />
Médica do ISEP.
28<br />
PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />
HÁ VIDA PARA LÁ DO TRABALHO:<br />
A RELAÇÃO ENTRE A RECUPERAÇÃO<br />
DE RECURSOS E O DESEMPENHO<br />
PROFISSIONAL<br />
Depois <strong>de</strong> um dia <strong>de</strong> trabalho stressante, muitos trabalhadores aguardam<br />
com expectativa a aproximação do fim <strong>de</strong> dia, do fim-<strong>de</strong>-semana<br />
ou das férias. É durante estes períodos <strong>de</strong> afastamento das exigências<br />
laborais <strong>que</strong> os trabalhadores têm a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se recuperarem, e<br />
<strong>de</strong> restabelecerem os recursos <strong>que</strong> per<strong>de</strong>ram ao longo do dia <strong>de</strong> trabalho.<br />
Os benefícios <strong>de</strong>ste processo <strong>de</strong> recuperação para a saú<strong>de</strong> e bem-<br />
-estar do indivíduo têm sido comprovados pela investigação, sendo a<br />
relação com o <strong>de</strong>sempenho profissional ainda pouco consistente.<br />
Este trabalho insere-se nesta linha <strong>de</strong> investigação, tendo como objectivo<br />
avaliar o impacto dos processos psicológicos (distanciamento<br />
psicológico, experiências <strong>de</strong> relaxamento, experiências <strong>de</strong> aprendizagem<br />
e controlo dos tempos livres) e do sono no estado <strong>de</strong> recuperação<br />
matinal e o impacto <strong>de</strong>ste nas flutuações diárias do <strong>de</strong>sempenho<br />
profissional (<strong>de</strong>sempenho das tarefas, iniciativa pessoal, engagement<br />
e esforço necessário para realizar as tarefas). A investigação foi realizada<br />
com um grupo <strong>de</strong> 80 professores <strong>que</strong>, durante duas semanas<br />
consecutivas, respon<strong>de</strong>ram a dois <strong>que</strong>stionários diários, um antes do<br />
inicio do trabalho, avaliando os processos psicológicos e o estado <strong>de</strong><br />
recuperação matinal, outro no final do dia, avaliando as variáveis do<br />
<strong>de</strong>sempenho profissional.<br />
Os resultados do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> equações estruturais revelaram <strong>que</strong>, apenas<br />
as experiências <strong>de</strong> relaxamento e o sono influenciam o estado <strong>de</strong><br />
recuperação matinal <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong> sujeitos. Evi<strong>de</strong>nciaram ainda a<br />
existência <strong>de</strong> uma relação positiva e significativa entre estado <strong>de</strong> recuperação<br />
matinal e <strong>de</strong>sempenho das tarefas, iniciativa pessoal e engagement<br />
e uma relação negativa e significativa com o esforço necessário<br />
para o <strong>de</strong>sempenho das tarefas.<br />
Nome<br />
Maria Alexandra Pacheco Ribeiro da Costa<br />
Área Científica<br />
Ciências do Trabalho<br />
Orientador<br />
Carlos Guillén Gestoso (Univ. <strong>de</strong> Cádiz) e José María León Rubio (Univ.<br />
<strong>de</strong> Sevilha)<br />
Local<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cádiz (Espanha)<br />
Data da Prova<br />
Setembro 2010
PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />
29<br />
UM MÉTODO DE REDUÇÃO PARA<br />
PROGRAMAÇÃO SEMI-INFINITA NÃO<br />
LINEAR BASEADO NUMA TÉCNICA DE<br />
PENALIDADE EXACTA<br />
IDENTIFICAR E TESTAR FACTORES DE<br />
EFICÁCIA NO SENTIDO DE MELHORAR<br />
AS PRÁTICAS DE ENSINO DE FÍSICA EM<br />
ENGENHARIA NO ENSINO SUPERIOR<br />
Este trabalho <strong>de</strong> doutoramento foi <strong>de</strong>dicado a problemas <strong>de</strong> programação<br />
semi-infinita (PSI) não linear, na sua forma mais geral. Os problemas<br />
consi<strong>de</strong>rados são caracterizados por possuírem um número finito<br />
<strong>de</strong> variáveis e um conjunto infinito <strong>de</strong> restrições.<br />
Nas últimas décadas foram apresentados vários algoritmos para problemas<br />
<strong>de</strong> PSI. Contudo, não há muito software disponível e nenhum<br />
fornece uma implementação <strong>de</strong> um método pertencente à classe <strong>de</strong><br />
redução. Os métodos <strong>de</strong> redução possuem as melhores proprieda<strong>de</strong>s<br />
teóricas <strong>de</strong> convergência e são, também, os mais exigentes em termos<br />
numéricos, uma vez <strong>que</strong> exigem a resolução <strong>de</strong> problemas auxiliares.<br />
Este trabalho visa contribuir para o aumento da eficácia do ensino <strong>de</strong><br />
Física Introdutória, no contexto particular <strong>de</strong> Escolas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>. O<br />
estudo <strong>de</strong>correu no ISEP, ao longo <strong>de</strong> sete semestres <strong>de</strong> intervenção,<br />
numa era pré-Bolonha e foi constituído por três estudos <strong>que</strong> se complementam:<br />
1) Constatou-se <strong>que</strong> as modificações incrementais permitem<br />
uma construção iterativa <strong>de</strong> um currículo mais coeso, melhor<br />
alinhamento entre objectivos <strong>de</strong> aprendizagem, tarefas e mediação<br />
a<strong>de</strong>quada, possibilitando uma melhor integração dos<br />
conhecimentos, observada através do impacte positivo a nível<br />
dos resultados académicos dos alunos.<br />
2) Uma mediação baseada nos factores <strong>de</strong> eficácia i<strong>de</strong>ntificados<br />
na literatura, incorporados <strong>de</strong> forma integrada e harmoniosa<br />
permite obter melhores resultados em todo o tipo <strong>de</strong> alunos.<br />
I<strong>de</strong>ntificaram-se alguns traços <strong>de</strong> mediação dos professores<br />
em sala <strong>de</strong> aula capazes <strong>de</strong> promover aprendizagens <strong>de</strong> maior<br />
qualida<strong>de</strong>, nomeadamente quanto a resultados escolares, <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> competências e envolvimento dos alunos.<br />
3) A reflexão sobre a prática permite fundamentar (através <strong>de</strong><br />
relatos vivos) aspectos da mediação efectiva <strong>de</strong> um professor<br />
<strong>que</strong> resultam e outros <strong>que</strong> po<strong>de</strong>m ser melhorados, e mostrar a<br />
sua pertinência a outros colegas.<br />
Neste trabalho foi proposto um algoritmo <strong>de</strong> redução local baseado<br />
na técnica <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong>. A função usada consi<strong>de</strong>ra uma extensão <strong>de</strong><br />
uma função <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> norma - aumentada. A escolha <strong>de</strong>sta<br />
função <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve-se à obtenção <strong>de</strong> melhores resultados numéricos<br />
em comparação com as funções <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong> baseadas na<br />
norma um e dois da violação das restrições. Apresentou-se um estudo<br />
das proprieda<strong>de</strong>s teóricas da função <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong> estendida.<br />
Estes três estudos foram articulados permitindo contribuir para uma<br />
melhoria das sequências <strong>de</strong> ensino, das práticas efectivas e dos resultados<br />
<strong>de</strong> aprendizagem. Constatou-se ainda <strong>que</strong> a mediação dos professores<br />
po<strong>de</strong> ser distinta em tipos <strong>de</strong> aula diferentes, no entanto os<br />
traços <strong>de</strong> mediação <strong>que</strong> mais afectam a aprendizagem dos alunos não<br />
variam <strong>de</strong> forma sensível com os tipos <strong>de</strong> aula.<br />
Foi feita uma implementação do algoritmo <strong>de</strong> redução local proposto.<br />
O solver <strong>de</strong>senvolvido é <strong>de</strong>signado por SIRedAl (Semi-Infinite Reduction<br />
Algorithm). Este solver foi implementado em MATLAB e é capaz <strong>de</strong><br />
resolver problemas <strong>de</strong> PSI na forma mais geral com dimensão infinita<br />
máxima <strong>de</strong> dois. O código do solver usa dois algoritmos diferentes na<br />
minimização da função <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong>, e dois na resolução dos problemas<br />
multi-locais. O solver foi testado com 117 problemas teste da base<br />
<strong>de</strong> dados SIPAMPL e os resultados numéricos confirmaram a potencialida<strong>de</strong><br />
do algoritmo proposto.<br />
Nome<br />
Alzira Maria Teixeira da Mota<br />
Área Científica<br />
<strong>Engenharia</strong> Industrial e <strong>de</strong> Sistemas<br />
Orientador<br />
António Ismael <strong>de</strong> Freitas Vaz<br />
Local<br />
Universida<strong>de</strong> do Minho<br />
Data da Prova<br />
Julho 2010<br />
Nome<br />
Maria Clara Neves Cabral da Silva Moreira Viegas<br />
Área Científica<br />
Ciências Físicas (Didáctica da Física)<br />
Orientador<br />
Joaquim Bernardino <strong>de</strong> Oliveira Lopes (UTAD) e Manuel Azevedo (ISEP)<br />
Local<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)<br />
Data da Prova<br />
Julho 2010
30 PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />
EFFICIENT AGGREGATE<br />
COMPUTATIONS IN LARGE-SCALE<br />
DENSE WIRELESS SENSOR NETWORKS<br />
SONAR DE ABERTURA SINTÉTICA<br />
INTERFEROMÉTRICO APOIADO POR<br />
SATÉLITE<br />
É possível prever um mundo on<strong>de</strong> estaremos ro<strong>de</strong>ados por centenas<br />
ou até mesmo milhares <strong>de</strong> pe<strong>que</strong>nos nós computacionais <strong>de</strong>nsamente<br />
instalados. Cada um <strong>de</strong>stes nós será <strong>de</strong> dimensões muito reduzidas e<br />
possui capacida<strong>de</strong>s para obter dados directamente do ambiente através<br />
<strong>de</strong> sensores e transmitir informação via rádio. Perante tal cenário, o<br />
problema <strong>de</strong> lidar com a consi<strong>de</strong>rável quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação gerada<br />
por todos estes nós emerge como um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância.<br />
Este trabalho <strong>de</strong> investigação prova <strong>que</strong> é possível obter quantida<strong>de</strong>s<br />
agregadas com uma complexida<strong>de</strong> temporal <strong>que</strong> é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do<br />
número <strong>de</strong> nós computacionais envolvidos, ou cresce muito lentamente<br />
quando o número <strong>de</strong> nós aumenta. Isto é conseguido através<br />
uma co-concepção dos algoritmos para obter quantida<strong>de</strong>s agregadas<br />
e do sistema <strong>de</strong> comunicação subjacente.<br />
O trabalho apresentado nesta tese, <strong>de</strong>screve um sistema <strong>de</strong> sonar <strong>de</strong><br />
abertura sintética interferométrico <strong>de</strong> alta resolução para uso em pe<strong>que</strong>nas<br />
embarcações ou veículos autónomos <strong>de</strong> superfície. Este sistema<br />
foi <strong>de</strong>senvolvido tendo como objectivo o seu uso em áreas submersas<br />
com águas pouco profundas tais como rios, lagos ou estuários.<br />
A abertura sintética é uma técnica <strong>que</strong> permite obter imagens <strong>de</strong> sonar<br />
<strong>de</strong> alta resolução, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da distância aos alvos e frequência<br />
dos sinais, por combinação coerentemente <strong>de</strong> ecos obtidos<br />
em posições sucessivas. Usando imagens obtidas a partir <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>s<br />
diferentes e técnicas <strong>de</strong> interferometria é possível, também,<br />
obter um mapa <strong>de</strong> elevação da área observada.<br />
A combinação coerente dos dados impõe, no entanto, restrições duras<br />
para os erros <strong>de</strong> fase <strong>de</strong>vidos à instabilida<strong>de</strong> do movimento da plataforma<br />
e meio <strong>de</strong> propagação durante a aquisição dos ecos, po<strong>de</strong>ndo<br />
impedir a correcta síntese da imagem. A abordagem seguida neste<br />
trabalho foi <strong>de</strong> explorar técnicas <strong>de</strong> abertura sintética usando apenas<br />
um receptor e as estimativas <strong>de</strong> posições obtidas directamente a partir<br />
do sistema <strong>de</strong> navegação do veículo. Técnicas <strong>de</strong> focagem avançadas<br />
permitem posteriormente reduzir o impacto dos erros <strong>de</strong> fase na síntese<br />
da imagem.<br />
Os resultados apresentados neste trabalho são relevantes por<strong>que</strong> sistemas<br />
emergentes <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sensores sem fio são fre<strong>que</strong>ntemente<br />
concebidos para ser <strong>de</strong>nsos e <strong>de</strong> larga escala. É exactamente nestes<br />
casos <strong>que</strong> os algoritmos propostos para obter quantida<strong>de</strong>s agregadas<br />
<strong>de</strong> forma eficiente apresentam maiores vantagens. A implementação<br />
e teste <strong>de</strong>stes algoritmos distribuídos numa plataforma especialmente<br />
<strong>de</strong>senvolvida para o efeito <strong>de</strong>monstram <strong>que</strong> <strong>de</strong> facto po<strong>de</strong>m ser obtidas<br />
quantida<strong>de</strong>s agregadas <strong>de</strong> forma eficiente, mesmo em sistemas<br />
<strong>de</strong>nsos e <strong>de</strong> larga escala.<br />
O mapeamento <strong>de</strong> áreas submersas é uma tarefa importante para áreas<br />
<strong>de</strong> aplicação tais como a navegabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rios ou manutenção <strong>de</strong><br />
infra-estruturas submersas. A formação <strong>de</strong> imagens sonar <strong>de</strong> abertura<br />
sintética e a obtenção <strong>de</strong> mapas batimétricos é ilustrada a partir <strong>de</strong><br />
dados obtidos em missões <strong>de</strong> teste no rio Douro.<br />
Este trabalho <strong>de</strong> investigação, <strong>de</strong>senvolvido no Centro <strong>de</strong> Investigação<br />
em Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo Real (CISTER) do <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> do Porto (ISEP/IPP), foi apresentado perante um painel<br />
<strong>de</strong> avaliação, on<strong>de</strong> o principal arguente é actualmente um dos mais<br />
reconhecidos especialistas na área: O Professor Doutor Tarek F. Ab<strong>de</strong>lzaher,<br />
da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Illinois, EUA.<br />
Nome<br />
Nuno Alexandre Magalhães Pereira<br />
Área Científica<br />
<strong>Engenharia</strong> Informática<br />
Orientador<br />
Eduardo Tovar (ISEP) e Paulo Manuel Martins <strong>de</strong> Carvalho (UM)<br />
Local<br />
Universida<strong>de</strong> do Minho<br />
Data da Prova<br />
Setembro 2010<br />
Nome<br />
Sérgio Rui dos Santos Barbosa Oliveira da Silva<br />
Área Científica<br />
Electrónica e Processamento <strong>de</strong> Sinal<br />
Orientador<br />
Sérgio Reis Cunha (FEUP)<br />
Local<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> da Universida<strong>de</strong> do Porto<br />
Data da Prova<br />
Junho 2010