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PORTAL DO SERVIDOR.indb - Universidade Estadual de Londrina

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exercitar a mente. Ele ficava matutando e não parava enquanto não<br />

terminava”.<br />

Maria Ignez conta que os sinais da doença surgiram lentamente.<br />

“Ele começou notando que não conseguia mais fazer palavras cruzadas,<br />

<strong>de</strong>pois as contas. Eu tenho um sobrinho que era aluno <strong>de</strong>le e ele<br />

percebeu algumas falhas, por exemplo, ele colocava os problemas na<br />

lousa e <strong>de</strong>pois ‘dava um branco’. Ele já <strong>de</strong>via estar doente há uns dois<br />

anos sem perceber. Quando <strong>de</strong>tectamos, o médico proibiu ele <strong>de</strong> dar<br />

aulas e ele ficou muito triste, chorou muito! Depois foi aceitando”,<br />

lastima a esposa.<br />

Fi<strong>de</strong>lis trabalhou até agosto <strong>de</strong> 2005. A confirmação da doença<br />

fez com que antecipasse o seu afastamento da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>. Sempre<br />

assíduo em seu trabalho, o professor possuía várias licenças-prêmio<br />

que não havia tirado ainda. As licenças foram emendadas com a<br />

aposentadoria compulsória, que foi efetivada em fevereiro <strong>de</strong> 2006.<br />

O maior foco da vida profissional <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>lis foi, sem dúvida,<br />

sua <strong>de</strong>dicação aos alunos e o carinho que até hoje recebe <strong>de</strong>les. “Eu<br />

acho que o mais importante foi o que ele fez para ajudar os outros a<br />

gostarem da Matemática. A maioria dos alunos não gostava e apren<strong>de</strong>u<br />

a gostar por causa <strong>de</strong>le. Ele se preocupava com o aluno, penetrava na<br />

vida <strong>de</strong>les, trabalhava para a formação <strong>de</strong>les. Ele até rezava com eles<br />

antes <strong>de</strong> começar as aulas”, afirma Maria Ignez.<br />

A trajetória <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>lis mostra que hoje ele é, acima <strong>de</strong> tudo,<br />

uma pessoa que viveu bem. “Ele aproveitou ao máximo o tempo e as<br />

coisas boas. Isso é que vale. Se não fizer coisas boas, o que você <strong>de</strong>ixa<br />

nessa vida? Ele achava tempo para tudo: trabalho, filhos, pra ajudar,<br />

dançar... a gente não po<strong>de</strong> se queixar!”, emociona-se Maria Ignez. E<br />

completa: “Por isso hoje eu faço todo o sacrifício, tudo o que precisa<br />

por ele, pra que ele tenha, mesmo com a doença, um envelhecimento<br />

com qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, que não falte nada, porque ele sempre se doou<br />

muito por todos nós”, conclui.<br />

Certamente todo o empenho da <strong>de</strong>dicada esposa, filhos, netos e<br />

bisnetos que o cercam com muito amor e carinho é merecido por este<br />

homem que, apesar <strong>de</strong> tudo, ainda tem muito a ensinar. Uma parte<br />

<strong>de</strong>sta lição fica registrada aqui. Em nome da UEL, muito obrigada<br />

professor Fi<strong>de</strong>lis.<br />

Janaína Castro<br />

Portal do Servidor Aposentado da UEL: tempo <strong>de</strong> recordar<br />

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