04.11.2014 Views

AVALIAÇÃO DE EXTRATOS VEGETAIS E MÉTODOS DE ...

AVALIAÇÃO DE EXTRATOS VEGETAIS E MÉTODOS DE ...

AVALIAÇÃO DE EXTRATOS VEGETAIS E MÉTODOS DE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

14<br />

Avaliação de extratos vegetais e métodos de aplicação no controle de Sitophilus spp<br />

Almeida et al.<br />

extracts to the insects by means of an injection system the vapor form. The evaluate of the extracts<br />

effectiveness in killing Sitophilus spp., was done by of the number of surviving adult insects. As<br />

conclusions, it can be verified that, the extracts applied in the vapor form killed with an efficiency<br />

from 96 to 100% of the adult insects and when these are directly applied on the insects, they don't<br />

provoke mortality.<br />

Keyword: extracts, Sitophilus spp<br />

INTRODUÇÃO<br />

Das espécies de pragas que atacam os grãos e<br />

sementes armazenadas, a espécie Sitophilus spp,<br />

de notada importância econômica, é tida como<br />

das mais severas. Os prejuízos causados decorrem<br />

de danos qualitativos e quantitativos (Braga<br />

et al., 1991), podem ser de perda parcial ou total<br />

do produto, dependendo do grau de infestação.<br />

Os adultos da espécie Sitophilus spp apresentam<br />

alto potencial biótico, infestação cruzada,<br />

polifagia e alta capacidade de adaptação; características<br />

que os tornam resistentes com relação a<br />

um controle alternativo.<br />

O controle às pragas dos produtos armazenados<br />

é feito de preferência com fumigantes liqüefeitos<br />

(bissulfeto de carbono, entre outros) ou<br />

solidificados a exemplo da fosfina. Entretanto, a<br />

utilização indevida da fosfina levou ao surgimento<br />

de populações de insetos resistentes e à detecção<br />

de resíduos em grão e sementes expurgados<br />

com alto teor de umidade. A partir de tal fato,<br />

outros fumigantes passaram a ser estudados (Faroni,<br />

1997).<br />

Além do uso de inseticidas químicos, os pesquisadores<br />

têm investigado formas alternativas de<br />

fazer o controle das pragas dos grão e sementes<br />

armazenadas. A utilização de extratos vegetais,<br />

como inseticida alternativo, é uma forma de prover<br />

um controle sem desencadear os problemas<br />

provocados pelos inseticidas sintéticos químicos,<br />

que causam desequilíbrios ambientais nas culturas<br />

e demais populações vegetais e animais presentes<br />

no ecossistema onde o inseticida foi aplicado,<br />

podendo, ainda, poluir os recursos hídricos,<br />

desencadear o surgimento de insetos resistentes e<br />

deixar resíduos tóxicos para o ser humano.<br />

O controle alternativo com inseticida natural<br />

pode ser considerado ecologicamente correto,<br />

pois não coloca em risco a existência do inseto<br />

que apresenta como uma de suas características a<br />

infestação cruzada, ou seja, se desenvolve tanto<br />

no campo quanto nos armazéns e esta forma de<br />

controle visa à eliminação da praga só nos produtos<br />

armazenados, permanecendo sua existência<br />

no campo.<br />

Couto & Sigrist (1995) apresentam a peretrina<br />

obtida de flores de numerosas espécies do<br />

gênero Chisantemum, principalmente da espécie<br />

C. cinerariaefolium, como um produto não tóxico<br />

a mamífero e efetivo contra largo espectro de<br />

insetos. Acrescente-se a este fato, ainda, que as<br />

propriedades inseticidas do piretro não deixam<br />

resíduos tóxicos nos alimentos (Guerra, 1985).<br />

Cabe ressaltar que o grupo dos organo-sintéticos,<br />

conhecidos como piretróides, nada têm a ver com<br />

o princípio ativo do piretro encontrado no Chisantemum.<br />

Oliveira et al. (1995) através de testes laboratoriais,<br />

comprovou que o extrato derivado de<br />

flores de Camelia sinensis é tóxico ao inseto<br />

praga Sitophilus zeamais quando aplicado diretamente<br />

sobre estes com pulverizador manual.<br />

Extrato de Piper niger L. foi eficiente em mais de<br />

90% no controle da Sitotroga cerealella, com<br />

efeito residual estável de até 90 dias depois da<br />

sua aplicação.<br />

Observou-se que sementes de feijão macassar<br />

tratadas com casca de laranja seca e moída não<br />

apresentaram alterações na cor e na qualidade<br />

durante o período de entressafra desse produto<br />

(6-8 meses) e que a ação do ácido cítrico presente<br />

na laranja foi repelente para os insetos, podendo,<br />

assim, não estar restrito apenas à manutenção da<br />

coloração das sementes (NTA, 1987; Almeida &<br />

Cavalcanti Mata, 1994). Resultados posteriores<br />

obtidos por Germano (1997) confirmam a eficiência<br />

da casca da laranja no controle de insetos e<br />

manutenção da qualidade fisiológica de semente<br />

de Vigna armazenadas.<br />

Atualmente, as plantas representam um considerável<br />

recurso para o controle alternativo de<br />

pragas, doenças e invasoras, porém esta informação<br />

é desconhecida pela grande maioria dos agricultores.<br />

Guerra (1985) coloca a importância<br />

desta área de pesquisa quando afirma existir uma<br />

lista, contendo cerca de duas mil plantas que<br />

apresentam possibilidades de uso no controle de<br />

pragas, doenças e invasoras, a qual foi obtida por<br />

mais de meia centena de organizações de vários<br />

países do mundo que trabalharam num projeto<br />

coordenado pelo Dr. Saleem Ahmed, com sede<br />

em Honolulu, Havaí.<br />

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.13-19, 1999

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!