AVALIAÃÃO DE EXTRATOS VEGETAIS E MÃTODOS DE ...
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Avaliação de extratos vegetais e métodos de aplicação no controle de Sitophilus spp<br />
Almeida et al.<br />
17<br />
de aproximadamente 2 minutos, começavam a<br />
tentar sair pelos furos do recipiente; com 5<br />
minutos não tinham mais equilíbrio aparente e se<br />
desprendiam com facilidade das laterais do recipiente<br />
e as vezes não conseguiam chegar aos<br />
furos da parte superior do recipiente; ao final da<br />
aplicação de cada amostra quase todos os insetos<br />
já estavam imóveis e aparentemente mortos.<br />
Estes insetos respiram por meio de traquéias<br />
as quais, em número de 10 pares, abrem-se lateralmente<br />
através de pequenos orifícios denominados<br />
estigmas. Em função dessa estrutura física,<br />
o Sitophilus spp absorve e reage rapidamente à<br />
aplicação dos extratos na forma de vapor. Fato<br />
que se apoia em observações descritas por Lima<br />
& Racca (1987).<br />
Os resultados apresentados na Tabela 2 evidenciam<br />
a influência dos extratos que controlaram<br />
entre 85,75% (eucalipto) a 100% (pimenta) o<br />
Sitophilus spp frente à testemunha, cuja eficácia<br />
sobre adultos desse inseto foi nula (0,0%). Os<br />
dados revelam ainda igualdade estatística dos<br />
extratos eucalipto e girassol, sendo este estatisticamente<br />
tão eficiente quanto o cravo.<br />
Os extratos com álcool foram estatisticamente<br />
inferiores aos extratos sem álcool, no controle<br />
do inseto Sitophilus spp, apresentando um percentual<br />
de mortalidade de 84,8% contra 88%,<br />
respectivamente. Estes resultados indicam que os<br />
extratos, com e sem a presença do solvente álcool,<br />
podem interferir nos resultados, provocando<br />
mortalidade do inseto.<br />
Para a interação, extrato sem álcool x extratos<br />
com álcool (Tabela 3), tem-se que os extratos<br />
sem álcool de girassol e eucalipto foram estatisticamente<br />
inferiores ao extratos com álcool em<br />
25,5% e 22,5%, respectivamente. Observa-se<br />
também que o extrato sem álcool de macela foi<br />
superior ao extrato com álcool em 6,5% e que<br />
todos os tratamentos dentro e entre eles diferiram<br />
da testemunha.<br />
Observa-se ainda que os extratos sem álcool<br />
de laranja, pimenta e macela controlaram em<br />
100% o inseto Sitophilus spp. Controle igual deuse<br />
com os extratos com álcool de girassol e pimenta.<br />
O fato mostra que a pimenta possui princípios<br />
ativos que promove o controle deste inseto<br />
adulto pelo método do vapor, independente da<br />
composição do extrato (com e sem álcool). Resultados<br />
que colocam a pimenta como um dos<br />
materiais de origem vegetal estudados, mais eficaz<br />
no preparo dos extratos para controlar o Sitophilus<br />
spp. Estes resultados são concordantes<br />
com os obtidos por Oliveira et al. (1995) que<br />
afirma ter aplicado extrato de pimenta do reino<br />
sobre Sitophilus zeamais e controlado a população<br />
desse inseto-praga em 90%.<br />
Tabela 3 - Mortalidade final (%) de Sitophilus spp para a interação extrato sem álcool x extrato com<br />
álcool, pelo método do vapor, depois de um tempo de exposição de 48 horas da aplicação*<br />
Tratamentos Extrato sem álcool Extrato com álcool Médias<br />
Extratos<br />
Citrus vulgaris (Laranja) 100.00 aA 98.00 aA 99.00<br />
Coriandrum sativum (Coentro) 98.50 aA 93.25 aA 95.88<br />
Chrysanthemum (Crisântemo) 98.25 aA 95.25 aA 96.75<br />
Helianthus annus (Girassol) 74.50 bB 100.00 aA 87.25<br />
Eucalyptus spp. (Eucalipto) 74.50 bB 97.00 aA 85.75<br />
Piper nigrum (Pimenta) 100.00 aA 100.00 aA 100.00<br />
Anthemis spp. (Macela) 100.00 aA 93.50 abB 96.75<br />
Croton tiglium (Cróton) 97.25 aA 99.00 aA 98.13<br />
Tagetes patula (Cravo) 92.00 aA 94.50 aA 93.25<br />
Ruta graveolens (Arruda) 98.15 aA 93.10 aA 95.13<br />
Testemunha 0.00 cA 0.00 cA 0.00<br />
Médias 84.89 88.00 86.44<br />
dms/coluna 9.67 dms/linha 5.80<br />
*Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas, não diferem estatisticamente<br />
pelo teste de Tukey (P>0,05)<br />
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.13-19, 1999