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Direito de Empresa e as Sociedades Simples - 2º Registro de ...

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As Junt<strong>as</strong> Comerciais apen<strong>as</strong> continuariam a ser o órgão competente para o<br />

registro d<strong>as</strong> cooperativ<strong>as</strong> se o Código Civil não trouxesse, claramente, a<br />

cl<strong>as</strong>sificação <strong>de</strong>st<strong>as</strong> socieda<strong>de</strong>s no conjunto d<strong>as</strong> simples e a vinculação <strong>de</strong>ste<br />

ao <strong>Registro</strong> Civil d<strong>as</strong> Pesso<strong>as</strong> Jurídic<strong>as</strong>. O art. 32, II, a, da lei do registro <strong>de</strong><br />

empres<strong>as</strong> (<strong>as</strong>sim como tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> norm<strong>as</strong> espars<strong>as</strong> não específic<strong>as</strong> d<strong>as</strong><br />

cooperativ<strong>as</strong>) está revogado pela nova sistemática introduzida pelo Código<br />

Civil.<br />

As socieda<strong>de</strong>s cooperativ<strong>as</strong>, portanto, <strong>de</strong>vem ser registrad<strong>as</strong> no <strong>Registro</strong> Civil<br />

d<strong>as</strong> Pesso<strong>as</strong> Jurídic<strong>as</strong>, e não n<strong>as</strong> Junt<strong>as</strong> Comerciais.<br />

9. A autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> registro está obrigada a fiscalizar a observância d<strong>as</strong><br />

prescrições legais concernentes ao ato? Quais <strong>as</strong> conseqüênci<strong>as</strong><br />

jurídic<strong>as</strong> do registro <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> em registro incompetente, para a<br />

socieda<strong>de</strong> e para o órgão <strong>de</strong> registro, respectivamente? Os atos<br />

registrados em registro incompetente são nulos, anuláveis ou<br />

inexistentes?<br />

O <strong>Registro</strong> Civil d<strong>as</strong> Pesso<strong>as</strong> Jurídic<strong>as</strong> ou a Junta Comercial têm o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong><br />

não aceitar para registro atos constitutivos <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>s que não se refiram à<br />

respectiva competência.<br />

Se, por exemplo, o <strong>Registro</strong> Civil d<strong>as</strong> Pesso<strong>as</strong> Jurídic<strong>as</strong> registrar uma<br />

socieda<strong>de</strong> anônima ou se a Junta Comercial registrar uma socieda<strong>de</strong><br />

cooperativa, el<strong>as</strong> estão <strong>de</strong>scumprindo o <strong>de</strong>ver prescrito no dispositivo legal<br />

lembrado pelo quesito e terão, evi<strong>de</strong>ntemente, responsabilida<strong>de</strong> por terem<br />

extrapolado os limites legais <strong>de</strong> su<strong>as</strong> competênci<strong>as</strong>.<br />

As conseqüênci<strong>as</strong> jurídic<strong>as</strong> do registro <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> por órgão<br />

incompetente, para a socieda<strong>de</strong>, são <strong>as</strong> da irregularida<strong>de</strong>. Uma socieda<strong>de</strong><br />

registrada em órgão incompetente encontra-se na mesma situação <strong>de</strong> uma<br />

socieda<strong>de</strong> sem registro.<br />

A socieda<strong>de</strong> que funciona sem o registro exigido em lei tem sua disciplina,<br />

hoje, centrada na figura da "socieda<strong>de</strong> em comum".<br />

Deste modo, uma socieda<strong>de</strong> empresária registrada no <strong>Registro</strong> Civil d<strong>as</strong><br />

Pesso<strong>as</strong> Jurídic<strong>as</strong> <strong>de</strong>ve ser tratada como uma socieda<strong>de</strong> irregular.<br />

Concretamente falando, ela não tem personalida<strong>de</strong> jurídica própria distinta da<br />

<strong>de</strong> seus sócios e estes respon<strong>de</strong>m ilimitadamente pel<strong>as</strong> obrigações sociais<br />

(CC, art. 990). Outr<strong>as</strong> conseqüênci<strong>as</strong>: el<strong>as</strong> não po<strong>de</strong>m impetrar concordata<br />

(LF, art. 140) e, se tiverem sua falência <strong>de</strong>cretada, ela será reputada ilícita (LF,<br />

art. 186, VI). Além do mais, ela não po<strong>de</strong>rá usar em juízo seus livros e fich<strong>as</strong><br />

contábeis para fazer prova em seu favor, porque faltará um dos requisitos<br />

extrínsecos que é a autenticação pelo órgão competente (CC, art. 226).<br />

Em relação ao órgão <strong>de</strong> registro que extrav<strong>as</strong>ou sua competência, <strong>as</strong><br />

conseqüênci<strong>as</strong> serão <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m civil e administrativa. No plano civil, o órgão<br />

po<strong>de</strong> ser responsabilizado por eventuais danos que venham a ser suportados<br />

pelos particulares, provada, evi<strong>de</strong>ntemente, sua culpa ou dolo no evento. No<br />

plano administrativo, caberão <strong>as</strong> sanções correcionais própri<strong>as</strong>.<br />

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