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etratam a formação do partido e sua participação na campanha de 1982,
concentram-se ao final da obra e ilustram aquela tensão. O volume confronta
percepções de senso comum sobre a política e o PT, recolhidas pela
autora, com a estratégia de propaganda adotada pelo partido em 1982, propondo
uma leitura quanto à incapacidade de sua clara identidade classista
em envolver politicamente amplas parcelas da própria classe trabalhadora.
Partido dos Trabalhadores: bibliografia comentada (1978-2002)
106. FERNANDES, Florestan. Que tipo de República?. São Paulo:
Brasiliense, 1986. 250p. Reúne artigos e entrevistas de Florestan Fernandes
(1920-1995), sociólogo e deputado petista, publicados entre 1983 e
1986, sobretudo no jornal Folha de S.Paulo (na seção Tendências e Debates,
para a qual passou a colaborar regularmente a partir de 1983), mas também
no jornal Em Tempo (impulsionado pela Democracia Socialista, uma tendência
interna do PT) ou editado em forma de folheto político pelo próprio PT.
Divide-se em duas partes: uma com reflexões sobre a conjuntura política do
país no contexto da crise da ditadura (1964-1985) e de transição à democracia;
outra sobre o papel dos intelectuais naquele processo. Referências ao
PT e lideranças petistas pontuam a obra, retratando a origem do partido e
sua participação na luta pelas “Diretas Já” e contra o Colégio Eleitoral, bem
como nas eleições de 1985 e na Assembleia Nacional Constituinte. A obra,
conforme esclarece o autor, reflete não apenas seu esforço por “combinar
o conhecimento sociológico acumulado ao longo de anos à necessidade de
servir à maioria dos espoliados”, mas também uma transição pessoal entre a
condição de “guerrilheiro político isolado” à de “publicista”, num movimento
que antecedeu seu ingresso no PT. Inclui prefácio de Antonio Candido,
republicado posteriormente em livro 8 , no qual discorre sobre o método e o
estilo de escrita de Florestan Fernandes.
107. FERRARI, Levi Bucalem. 1985: o voto em São Paulo. São Paulo:
Idesp, 1986. 136p. Analisa as eleições municipais de 1985 no Brasil, que
mais do que eleger vereadores e prefeitos por todo o país, correspondeu às
primeiras eleições diretas para prefeito para as capitais e antigas “áreas de segurança
nacional”. Nestas localidades os prefeitos eram indicados diretamente
pelos governadores de estado, os quais por sua vez eram eleitos indiretamente
pelas Assembleias Legislativas, conforme disposto no Ato Institucional n. 3
(1967). Inclui inúmeras referências ao PT e a Eduardo Suplicy – representando
a candidatura petista para a prefeitura de São Paulo –, a retratar a atuação
do partido neste que foi o segundo processo eleitoral de que participou desde
a fundação em 1980. Publicação não localizada. Informações obtidas a partir
do acesso parcial ao conteúdo da obra.
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