17.11.2014 Views

Projeto Genoma do Câncer - Biotecnologia

Projeto Genoma do Câncer - Biotecnologia

Projeto Genoma do Câncer - Biotecnologia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

estu<strong>do</strong> mais detalha<strong>do</strong> deste mecanismo<br />

é o da cascata iniciada pelo gene WIN-<br />

GLESS (WG) de Drosophila. O produto <strong>do</strong><br />

gene WG é utiliza<strong>do</strong> como um sinal na<br />

comunicação entre as células. Como resulta<strong>do</strong><br />

desta comunicação, decisões relativas<br />

ao destino celular são tomadas,<br />

tais como a expressão de genes homeóticos.<br />

Um elemento chave da cascata de<br />

sinalização de WG é o gene SHAGGY<br />

(SGG) que codifica uma proteína-kinase.<br />

Homólogos de SGG foram recentemente<br />

clona<strong>do</strong>s em arabidópsis e denomina<strong>do</strong>s<br />

ASK (Dornelas et al., 1998; 1999). Os<br />

genes ASK formam uma família multigênica,<br />

cujos produtos parecem fazer parte<br />

de uma cascata de sinalização semelhante<br />

àquela em que SGG está envolvi<strong>do</strong>. Os<br />

produtos <strong>do</strong>s genes ASK controlam o<br />

<strong>do</strong>mínio de expressão de AG e AP3 e,<br />

portanto, a arquitetura floral (Dornelas et<br />

al., in press). Assim, aparentemente, mecanismos<br />

controla<strong>do</strong>res de alguns aspectos<br />

<strong>do</strong> desenvolvimento podem ter si<strong>do</strong><br />

conserva<strong>do</strong>s entre animais e plantas.<br />

Evolução e biotecnologia<br />

Figura 3: Modelo ABC para a especificação<br />

da identidade <strong>do</strong>s órgãos<br />

florais. O modelo prevê os casos em<br />

que to<strong>do</strong>s os fatores estão presentes,<br />

como no tipo selvagem (a); quan<strong>do</strong><br />

o fator B está ausente, como no<br />

mutante apetala3, de arabidópsis;<br />

quan<strong>do</strong> o fator A está ausente, como<br />

no mutante apetala2 e quan<strong>do</strong> o<br />

fator C está ausente, como no mutante<br />

agamous. Se: sépala; Pe: pétala;<br />

Es: estame; Ca: carpelo<br />

Como tanto os genes homeóticos <strong>do</strong><br />

modelo ABC quanto os genes regula<strong>do</strong>res<br />

ASK são conserva<strong>do</strong>s durante a evolução,<br />

espera-se que os mecanismos de<br />

desenvolvimento <strong>do</strong>s órgãos florais sejam<br />

semelhantes entre as diferentes espécies<br />

de plantas. De fato, vários homólogos<br />

<strong>do</strong>s genes envolvi<strong>do</strong>s na diferenciação<br />

floral foram clona<strong>do</strong>s em vários gêneros<br />

e famílias, tanto de mono- como de<br />

dicotiledôneas, e o princípio de funcionamento<br />

<strong>do</strong>s mesmos parece conserva<strong>do</strong><br />

pela evolução (Baum, 1998).<br />

A obtenção de plantas transgênicas,<br />

onde se modifica a expressão <strong>do</strong>s genes<br />

envolvi<strong>do</strong>s no florescimento, tem demonstra<strong>do</strong><br />

que é possível a manipulação<br />

da arquitetura floral pelo Homem (Ma,<br />

1998; Dornelas et al. in press). As conseqüências<br />

biotecnológicas são óbvias. A<br />

capacidade de modelar a arquitetura floral<br />

artificialmente, eliminan<strong>do</strong> ou adicionan<strong>do</strong><br />

verticilos e/ou modifican<strong>do</strong> a identidade<br />

e a posição de cada órgão floral,<br />

abre um invejável universo de possibilidades<br />

agronômicas.<br />

Assim, com a possibilidade atual<br />

de «construir» flores por meio da manipulação<br />

genética molecular, a expressão<br />

«engenharia genética» ganhou um aspecto<br />

arquitetônico renova<strong>do</strong>.<br />

Referências<br />

Baum, D. (1998) The evolution of<br />

plant development. Curr. Opin. Plant<br />

Biol. 1:79-86.<br />

Coen, E.S.; Meyerowitz, E.M. (1991)<br />

The war of the worls: genetic interactions<br />

controlling flower development. Nature<br />

353:31-37.<br />

Dornelas, M.C.; Lejeune, B.; Dron, M.;<br />

Kreis, M. (1998). The Arabi<strong>do</strong>psis SHA-<br />

GGY-related protein kinase (ASK) gene<br />

family: structure, organization and evolution.<br />

Gene 212:249-257.<br />

Dornelas, M.C.; Wittich, P.E.; von<br />

Recklinghausen, I.R.; van Lammeren,<br />

A.A.M.; Kreis, M. (1999). Characterization<br />

of three novel members of the Arabi<strong>do</strong>psis<br />

SHAGGY-related protein kinase (ASK)<br />

multigene family. Plant Mol. Biol. 39:137-<br />

147.<br />

Goehte, J.W. (1790). Versuch die metamorphose<br />

der Plantzen zu erklaren. In:<br />

A. Arber (1946) Goethe´s Botany. Chron.<br />

Bot. 10:63-126.<br />

Ma, H. (1998). To be, or not to be, a<br />

flower - control of floral meristem identity.<br />

Trends in Genetics 14:26-32.<br />

Meyerowitz, E.M.; Bowman, J.L.; Brockman,<br />

L.L.; Drews, G.L.; Jack, T.; Sieburth,<br />

L.E.; Weigel, D. (1991). A genetic and<br />

molecular model for flower development<br />

in Arabi<strong>do</strong>psis thaliana. Development<br />

112 (Suppl.): 157-169.<br />

Figura 4: A flor <strong>do</strong> mutante superman de arabi<strong>do</strong>psis<br />

possui estames (órgãos masculinos) no lugar <strong>do</strong>s carpelos<br />

(órgãos femininos) no verticilo central<br />

Figura 5: As flores <strong>do</strong> mutante perianthia de arabi<strong>do</strong>psis<br />

apresentam um número superior de sépalas e pétalas (5 ou<br />

mais) que as <strong>do</strong> tipo selvagem (sempre 4)<br />

46 <strong>Biotecnologia</strong> Ciência & Desenvolvimento

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!