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modelagem do perfil de um sistema cvc na laminação de tiras

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO<br />

CENTRO TECNOLÓGICO<br />

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA<br />

PROJETO DE GRADUAÇÃO<br />

MODELAGEM DO PERFIL DE UM SISTEMA CVC NA<br />

LAMINAÇÃO DE TIRAS<br />

VITOR BORLOT BORBA<br />

VITÓRIA – ES<br />

JANEIRO/2006


VITOR BORLOT BORBA<br />

MODELAGEM DO PERFIL DE UM SISTEMA CVC NA<br />

LAMINAÇÃO DE TIRAS<br />

Parte manuscrita <strong>do</strong> Projeto <strong>de</strong> Graduação<br />

<strong>do</strong> aluno Vitor Borlot Borba, apresenta<strong>do</strong><br />

ao Departamento <strong>de</strong> Engenharia Elétrica<br />

<strong>do</strong> Centro Tecnológico da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Espírito Santo, para obtenção<br />

<strong>do</strong> grau <strong>de</strong> Engenheiro Eletricista.<br />

VITÓRIA – ES<br />

JANEIRO/2006


VITOR BORLOT BORBA<br />

MODELAGEM DO PERFIL DE UM SISTEMA CVC NA<br />

LAMINAÇÃO DE TIRAS<br />

COMISSÃO EXAMINADORA:<br />

___________________________________<br />

Prof. D.Sc. José Denti Filho<br />

Orienta<strong>do</strong>r<br />

___________________________________<br />

Prof. Msc. José Luiz Borba<br />

Exami<strong>na</strong><strong>do</strong>r<br />

___________________________________<br />

Eng. João Augusto Guilherme <strong>de</strong> Barros<br />

Exami<strong>na</strong><strong>do</strong>r<br />

Vitória - ES, 05, Janeiro, 2006


DEDICATÓRIA<br />

Aos integrantes da equipe <strong>de</strong> Medição e Controle <strong>do</strong> LTQ da CST.<br />

i


AGRADECIMENTOS<br />

Agra<strong>de</strong>ço à CST pela oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estágio que originou o tema <strong>do</strong> trabalho<br />

e ao professor José Denti Filho pela ajuda no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste projeto.<br />

ii


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1 - Cilindros <strong>de</strong> trabalho sem carga .................................................................. 10<br />

Figura 2 - Cilindros <strong>de</strong> trabalho sob carga ................................................................... 10<br />

Figura 3 - Esboço <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> não-cilíndrico utiliza<strong>do</strong> pelo <strong>sistema</strong> CVC ..................... 13<br />

Figura 4 - Deslocamento axial <strong>do</strong>s cilindros ............................................................... 14<br />

Figura 5 - Fluxo <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s ............................................................................................ 16<br />

Figura 6 - Interface <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> .................................................................................... 17<br />

Figura 7 - Interface <strong>de</strong> exibição <strong>de</strong> gráficos ................................................................ 18<br />

Figura 8 - Representação <strong>do</strong> arco <strong>de</strong> contato cilindro-tira ........................................... 20<br />

Figura 9 - Interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s ...................................................................... 20<br />

Figura 10 - Interface <strong>de</strong> exibição <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s ........................................................... 21<br />

Figura 11 - Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saída ao longo <strong>do</strong> arco <strong>de</strong> contato ............................................. 22<br />

Figura 12 - Comportamento <strong>do</strong> módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z ..................................................... 22<br />

Figura 13 - Configuração <strong>do</strong>s cilindros <strong>de</strong> <strong>um</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r quádruo ............................. 25<br />

Figura 14 - Interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo .................................................. 27<br />

Figura 15 - Pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong>s pelo mo<strong>de</strong>lo ................................... 27<br />

Figura 16 - Interface <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo ..................................................... 28<br />

Figura 17 - Perfil <strong>de</strong> cilindro após retificação ............................................................. 29<br />

Figura 18 - Linha <strong>de</strong> tendência e sua equação para o <strong>perfil</strong> ........................................ 30<br />

Figura 19 - Componente senoidal utilizada no <strong>perfil</strong> <strong>do</strong> cilindro ................................ 31<br />

Figura 20 - Perfil senoidal obti<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> senói<strong>de</strong> .................................................. 32<br />

Figura 21 - Perfil obti<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> curva S ................................................................ 33<br />

Figura 22 - Interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s .................................................................... 34<br />

Figura 23 - Interface <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s para o <strong>de</strong>slocamento ..................................... 35<br />

Figura 24 - Parâmetros utiliza<strong>do</strong>s no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bland-Ford ...................................... 37<br />

Figura 25 - Parâmetros utiliza<strong>do</strong>s no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Emicke-Lucas ................................. 38<br />

Figura 26 - Parâmetros <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação ........... 38<br />

Figura 27 - Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> coroamento e <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento axial ................................ 39<br />

Figura 28 - Perfis <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> o mo<strong>de</strong>lo senoidal e curva S ................... 40<br />

Figura 29 - Novos parâmetros para os mo<strong>de</strong>los .......................................................... 41<br />

iii


Figura 30 - Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s após a otimização <strong>do</strong>s parâmetros ............................. 41<br />

Figura 31 - Perfil obti<strong>do</strong> após a otimização <strong>do</strong>s parâmetros ....................................... 42<br />

iv


LISTA DE TABELA<br />

Tabela 1 - Composição <strong>do</strong> aço emprega<strong>do</strong> nos cilindros ............................................ 26<br />

Tabela 2 - Parâmetros <strong>de</strong> entrada para o <strong>de</strong>slocamento axial ...................................... 34<br />

v


SUMÁRIO<br />

DEDICATÓRIA ........................................................................................................... I<br />

AGRADECIMENTOS .............................................................................................. II<br />

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... III<br />

LISTA DE TABELA .................................................................................................. V<br />

SUMÁRIO ................................................................................................................. VI<br />

RESUMO ................................................................................................................... IX<br />

1 O COROAMENTO ........................................................................................ 10<br />

1.1 Introdução ......................................................................................................... 10<br />

1.2 Fatores ............................................................................................................... 11<br />

1.2.1 Coroamento mecânico ............................................................................. 11<br />

1.2.2 Coroamento imposto por retificação ....................................................... 11<br />

1.2.3 Coroamento térmico ................................................................................ 12<br />

1.3 Conclusões ........................................................................................................ 12<br />

2 CONTROLE DO COROAMENTO ............................................................. 13<br />

2.1 Introdução ......................................................................................................... 13<br />

2.2 Perfil não-cilíndrico .......................................................................................... 13<br />

2.3 Deslocamento axial <strong>de</strong> cilindros ....................................................................... 14<br />

2.4 Conclusões ........................................................................................................ 15<br />

3 MODELAGEM DO PERFIL DO SISTEMA CVC .................................... 16<br />

3.1 Introdução ......................................................................................................... 16<br />

3.2 Fluxo <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>mo<strong>de</strong>lagem</strong> ........................................................ 16<br />

3.3 Interface <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>mo<strong>de</strong>lagem</strong> .................................................................. 17<br />

3.4 Interface <strong>de</strong> exibição <strong>de</strong> gráficos ...................................................................... 18<br />

3.5 Conclusão .......................................................................................................... 18<br />

4 MODELO DE BLAND-FORD ...................................................................... 19<br />

4.1 Introdução ......................................................................................................... 19<br />

4.2 Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> entrada ............................................................................................... 19<br />

4.2.1 Interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s .................................................................. 20<br />

4.3 Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saída .................................................................................................. 21<br />

vi


4.3.1 Interface <strong>de</strong> exibição <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s ........................................................ 21<br />

4.4 Módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z ............................................................................................. 22<br />

4.5 Determi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> gap ........................................................................................ 23<br />

4.6 Verificação das condições <strong>de</strong> operação ............................................................ 23<br />

4.7 Conclusões ........................................................................................................ 24<br />

5 MODELO DE EMICKE-LUCAS ................................................................. 25<br />

5.1 Introdução ......................................................................................................... 25<br />

5.2 Configuração <strong>de</strong> <strong>um</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r quádruo .......................................................... 25<br />

5.3 Avaliação <strong>de</strong> coroas .......................................................................................... 26<br />

5.4 Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> entrada ............................................................................................... 26<br />

5.4.1 Interface <strong>de</strong> entrada <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s ................................................................ 27<br />

5.5 Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saída .................................................................................................. 27<br />

5.5.1 Interface <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s ...................................................................... 28<br />

5.6 Conclusões ........................................................................................................ 28<br />

6 PERFIL DE RETIFICAÇÃO DOS CILINDROS ...................................... 29<br />

6.1 Introdução ......................................................................................................... 29<br />

6.2 Determi<strong>na</strong>ção das componentes das curvas <strong>de</strong> <strong>perfil</strong> ....................................... 29<br />

6.3 Determi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> utilizan<strong>do</strong> senói<strong>de</strong> ....................................................... 31<br />

6.4 Determi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> utilizan<strong>do</strong> curva S ....................................................... 32<br />

6.5 Conclusões ........................................................................................................ 33<br />

7 DESLOCAMENTO AXIAL DOS CILINDROS ......................................... 34<br />

7.1 Introdução ......................................................................................................... 34<br />

7.2 Interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s ............................................................................ 34<br />

7.3 Determi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento axial ............................................................... 35<br />

7.4 Conclusões ........................................................................................................ 36<br />

8 VERIFICAÇÃO DOS MODELOS ............................................................... 37<br />

8.1 Introdução ......................................................................................................... 37<br />

8.2 Valores utiliza<strong>do</strong>s no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bland-Ford ................................................... 37<br />

8.3 Valores utiliza<strong>do</strong>s no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Emicke-Lucas ............................................... 38<br />

8.4 Valores utiliza<strong>do</strong>s nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação ........ 38<br />

vii


8.5 Comparação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s ............................................................................... 39<br />

8.6 Otimização <strong>do</strong>s parâmetros <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los .......................................................... 41<br />

8.7 Conclusão .......................................................................................................... 42<br />

9 CONCLUSÃO ................................................................................................ 43<br />

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45<br />

viii


RESUMO<br />

Este Projeto <strong>de</strong> Graduação tem como objetivo estudar o <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> geratriz<br />

necessário para a ação CVC n<strong>um</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r genérico. Esse estu<strong>do</strong> objetiva levantar a<br />

equação da geratriz da superfície lateral <strong>do</strong> cilindro <strong>de</strong> trabalho para simulações<br />

computacio<strong>na</strong>is e conseqüente obtenção <strong>de</strong> seção reta transversal retangular <strong>do</strong><br />

produto lami<strong>na</strong><strong>do</strong>. Foram utiliza<strong>do</strong>s os mo<strong>de</strong>los senoidal e curva S para se <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r<br />

o <strong>perfil</strong> da geratriz, mo<strong>de</strong>los estes que foram compara<strong>do</strong>s para verificar a eficácia no<br />

<strong>sistema</strong> CVC.<br />

O <strong>perfil</strong> <strong>do</strong> produto lami<strong>na</strong><strong>do</strong> é obti<strong>do</strong> a partir da união entre o <strong>perfil</strong> da<br />

geratriz <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong> pelos mo<strong>de</strong>los e o <strong>perfil</strong> da <strong>de</strong>formação mecânico <strong>do</strong> cilindro sob<br />

carga. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bland-Ford foi utiliza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção<br />

necessária para que o mo<strong>de</strong>lo Emicke-Lucas <strong>de</strong>termine a <strong>de</strong>formação mecânica<br />

resultante. Ass<strong>um</strong>in<strong>do</strong> <strong>um</strong> <strong>perfil</strong> parabólico para a <strong>de</strong>formação mecânica, obtemos o<br />

<strong>perfil</strong> da <strong>de</strong>formação mecânica no cilindro.<br />

ix


10<br />

1 O COROAMENTO<br />

1.1 Introdução<br />

O <strong>perfil</strong> fi<strong>na</strong>l da tira, assim como sua planicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente da<br />

geometria <strong>do</strong> gap sob carga, entre os cilindros <strong>de</strong> trabalho. Os cilindros <strong>de</strong> trabalho,<br />

quan<strong>do</strong> não submeti<strong>do</strong>s a <strong>um</strong>a carga, possuem <strong>um</strong>a superfície <strong>de</strong> contato paralela,<br />

conforme a Figura 1. Entretanto, quan<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong>s a <strong>um</strong>a carga, os cilindros <strong>de</strong><br />

trabalho sofrem <strong>um</strong>a <strong>de</strong>formação ao longo <strong>de</strong> sua superfície <strong>de</strong> contato, conforme a<br />

Figura 2.<br />

Figura 1 - Cilindros <strong>de</strong> trabalho sem carga<br />

Figura 2 - Cilindros <strong>de</strong> trabalho sob carga<br />

A <strong>de</strong>formação <strong>na</strong> superfície <strong>do</strong>s cilindros sob carga leva a <strong>um</strong>a variação <strong>na</strong><br />

espessura da tira ao longo <strong>de</strong> sua largura. Essa variação é quantificada por <strong>um</strong> simples<br />

valor e recebe o nome <strong>de</strong> coroamento.


11<br />

1.2 Fatores<br />

O coroamento é influencia<strong>do</strong> por três fatores: térmico, mecânico e coroamento<br />

imposto através <strong>de</strong> retificação. A combi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>sses três fatores <strong>de</strong>finirá a geometria<br />

resultante da secção transversal <strong>do</strong> cilindro <strong>de</strong> trabalho e, conseqüentemente, o <strong>perfil</strong><br />

da tira. Entretanto, cada <strong>um</strong> <strong>do</strong>s fatores contribui positivamente ou negativamente no<br />

coroamento. Um coroamento dito positivo implica n<strong>um</strong> a<strong>um</strong>ento da <strong>de</strong>formação<br />

sofrida pelo cilindro, enquanto que <strong>um</strong> coroamento negativo implica <strong>na</strong> redução da<br />

<strong>de</strong>formação sofrida pelo cilindro.<br />

O coroamento térmico é <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong> pela variação da temperatura ao longo <strong>do</strong><br />

passe da tira, enquanto que o mecânico é <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong> pela carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção<br />

aplicada aos cilindros <strong>de</strong> trabalho.<br />

Através da retificação <strong>do</strong>s cilindros <strong>de</strong> trabalho é possível impor <strong>um</strong><br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong> coroamento ao cilindro <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a compensar o coroamento mecânico. A<br />

retificação também elimi<strong>na</strong> trincas e marcas <strong>de</strong> tira <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à superfície irregular <strong>de</strong><br />

contato.<br />

1.2.1 Coroamento mecânico<br />

O coroamento mecânico <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da geometria e resistência <strong>do</strong> cilindro<br />

utiliza<strong>do</strong>, indican<strong>do</strong> sua resistência à carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção. É o principal fator que<br />

influencia o coroamento fi<strong>na</strong>l da tira e provoca <strong>um</strong> coroamento positivo. Quanto maior<br />

for a carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção aplicada, maior será o seu valor.<br />

1.2.2 Coroamento imposto por retificação<br />

A retificação <strong>de</strong> <strong>um</strong> cilindro se faz necessária <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a trincas e <strong>de</strong>sgastes<br />

sofri<strong>do</strong>s <strong>de</strong>correntes <strong>do</strong>s esforços <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção. A condição superficial <strong>do</strong> cilindro<br />

influencia diretamente <strong>na</strong> superfície fi<strong>na</strong>l da tira.<br />

O coroamento imposto <strong>na</strong> retificação contribui negativamente no coroamento<br />

e, o <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação escolhi<strong>do</strong> permitirá <strong>um</strong> melhor controle <strong>do</strong> coroamento, assim<br />

como <strong>um</strong> menor <strong>de</strong>sgaste <strong>do</strong> cilindro.


12<br />

1.2.3 Coroamento térmico<br />

Um corpo submeti<strong>do</strong> a <strong>um</strong>a variação <strong>de</strong> temperatura ten<strong>de</strong>rá a se expandir ou<br />

contrair. Tratan<strong>do</strong>-se da lami<strong>na</strong>ção à quente, a variação <strong>de</strong> temperatura provocará <strong>um</strong>a<br />

expansão <strong>do</strong> cilindro durante a lami<strong>na</strong>ção, provocan<strong>do</strong> <strong>um</strong> coroamento negativo.<br />

A lami<strong>na</strong>ção à frio não consi<strong>de</strong>ra esse fator <strong>de</strong> coroamento, pois a operação é<br />

realizada à temperatura ambiente, portanto <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a variação térmica sofrida<br />

pelos cilindros.<br />

1.3 Conclusões<br />

O coroamento é <strong>um</strong> <strong>do</strong>s principais parâmetros <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> material<br />

lami<strong>na</strong><strong>do</strong> à quente, principalmente quan<strong>do</strong> seu <strong>de</strong>stino é a lami<strong>na</strong>ção à frio. Além <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> parâmetro <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, também é <strong>um</strong>a característica <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à <strong>de</strong>formação sofrida pelos componentes <strong>de</strong> <strong>um</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r, que em nosso<br />

objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, são os cilindros <strong>de</strong> trabalho.<br />

Os fatores apresenta<strong>do</strong>s não possuem a mesma influência no coroamento fi<strong>na</strong>l,<br />

mas necessitam <strong>de</strong> rigoroso controle, <strong>um</strong>a vez que os valores típicos <strong>de</strong> coroamento<br />

são da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>de</strong>ze<strong>na</strong>s <strong>de</strong> micrômetros.


13<br />

2 CONTROLE DO COROAMENTO<br />

2.1 Introdução<br />

O coroamento requer <strong>um</strong> controle muito preciso <strong>do</strong>s fatores que o influenciam,<br />

pois seu valor é muitas vezes menor que outros parâmetros da tira. O tipo <strong>de</strong><br />

lami<strong>na</strong>ção escolhi<strong>do</strong> foi o à frio, que <strong>de</strong>spreza o coroamento térmico. Assim, o foco <strong>do</strong><br />

estu<strong>do</strong> está centra<strong>do</strong> <strong>na</strong> <strong>de</strong>formação sofrida pelo cilindro <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a <strong>um</strong>a carga <strong>de</strong><br />

lami<strong>na</strong>ção e ao <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação <strong>do</strong> cilindro, ou seja, o coroamento imposto ao<br />

cilindro.<br />

Alia<strong>do</strong> ao <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação <strong>do</strong> cilindro, será agrega<strong>do</strong> <strong>um</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slocamento axial <strong>do</strong>s cilindros. Assim, obteremos <strong>um</strong>a variação da superfície <strong>de</strong><br />

contato da tira com o cilindro e conseguiremos o coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>.<br />

Especificamente, será estuda<strong>do</strong> o <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> controle CVC que é a abreviação <strong>de</strong><br />

Continuosly Variable Crown.<br />

O <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> controle CVC foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pela SMS Schloemann-Siemag<br />

AG e combi<strong>na</strong> <strong>um</strong> <strong>perfil</strong> não-cilíndrico <strong>de</strong> retificação com <strong>um</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slocamento axial.<br />

2.2 Perfil não-cilíndrico<br />

A<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-se <strong>um</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação, po<strong>de</strong>mos compensar a <strong>de</strong>formação<br />

parabólica sofrida pelo cilindro <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção. Caso o <strong>perfil</strong> <strong>de</strong><br />

retificação não seja reto, obteremos <strong>um</strong>a superfície sob carga não-parabólica.<br />

O <strong>sistema</strong> CVC utiliza <strong>um</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação não-cilíndrico e pareci<strong>do</strong> com a<br />

forma <strong>de</strong> <strong>um</strong>a garrafa, conforme o esboço mostra<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura 3.<br />

Figura 3 - Esboço <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> não-cilíndrico utiliza<strong>do</strong> pelo <strong>sistema</strong> CVC


14<br />

O <strong>perfil</strong> não-cilíndrico a<strong>um</strong>enta a faixa <strong>de</strong> controle <strong>do</strong> coroamento durante o<br />

processo <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção, pois a <strong>de</strong>formação <strong>do</strong> cilindro sob carga <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser<br />

perfeitamente parabólica. Entretanto, essa maior faixa <strong>de</strong> coroamento necessita <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

<strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento para ser aproveitada.<br />

2.3 Deslocamento axial <strong>de</strong> cilindros<br />

O <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento axial <strong>do</strong>s cilindros possibilita que a variação <strong>na</strong><br />

superfície <strong>de</strong> contato com a tira seja utilizada para o controle <strong>do</strong> coroamento. Assim,<br />

po<strong>de</strong>-se manter a carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção constante e ter <strong>um</strong>a gran<strong>de</strong> faixa disponível <strong>de</strong><br />

coroamento. A Figura 4 mostra a variação <strong>do</strong> coroamento <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>slocamento<br />

axial <strong>do</strong>s cilindros.<br />

Figura 4 - Deslocamento axial <strong>do</strong>s cilindros<br />

O <strong>sistema</strong> CVC especifica valores típicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento axial <strong>de</strong> 150mm<br />

em ambos os senti<strong>do</strong>s. Esse valor é estabeleci<strong>do</strong>, basicamente, em função da largura da<br />

mesa <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r, ou seja, da largura máxima <strong>de</strong> <strong>um</strong>a tira.<br />

O <strong>perfil</strong> não-cilíndrico alia<strong>do</strong> ao <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento axial permite <strong>um</strong>a<br />

redução no <strong>de</strong>sgaste <strong>do</strong> cilindro, pois é possível reduzir a carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção<br />

necessária para se obter o coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>. Assim, o tempo <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> cilindros é<br />

prolonga<strong>do</strong>.


15<br />

2.4 Conclusões<br />

O controle <strong>do</strong> coroamento <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> CVC é principalmente influencia<strong>do</strong> pelo<br />

<strong>perfil</strong> <strong>do</strong> cilindro. Assim, a otimização <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação produz gran<strong>de</strong> efeito no<br />

controle e <strong>de</strong>ve ser implementada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a programação <strong>do</strong> material a ser<br />

lami<strong>na</strong><strong>do</strong>. Essa otimização reduz a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> paradas para troca <strong>de</strong> cilindros e<br />

a<strong>um</strong>enta a qualida<strong>de</strong> e precisão <strong>do</strong> material lami<strong>na</strong><strong>do</strong>.<br />

Alem da otimização <strong>do</strong> <strong>perfil</strong>, po<strong>de</strong>-se otimizar a estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento<br />

axial <strong>do</strong>s cilindros <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a tor<strong>na</strong>r ainda melhor a abertura entre os cilindros <strong>de</strong><br />

trabalho, que é chamada <strong>de</strong> gap. Preven<strong>do</strong>-se a carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção necessária e o<br />

conhecen<strong>do</strong> o <strong>perfil</strong> <strong>do</strong> cilindro, o gap po<strong>de</strong> ser ajusta<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma mais precisa,<br />

fazen<strong>do</strong> com que a espessura e o coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s sejam atingi<strong>do</strong>s.


16<br />

3 MODELAGEM DO PERFIL DO SISTEMA CVC<br />

3.1 Introdução<br />

A <strong>mo<strong>de</strong>lagem</strong> <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> CVC para <strong>um</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>tiras</strong> à frio<br />

consiste <strong>na</strong> obtenção da <strong>de</strong>formação – ou coroamento – <strong>do</strong> cilindro, da<strong>do</strong> os<br />

parâmetros que caracterizam o lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r e o coroamento imposto ao cilindro,<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o <strong>perfil</strong> fi<strong>na</strong>l da tira e o <strong>de</strong>slocamento necessário para se obter o<br />

coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>. Não necessariamente será obtida a forma <strong>de</strong>sejada para a secção<br />

transversal da tira, pois a <strong>mo<strong>de</strong>lagem</strong> leva em consi<strong>de</strong>ração ape<strong>na</strong>s a espessura e o<br />

coroamento fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s.<br />

3.2 Fluxo <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>mo<strong>de</strong>lagem</strong><br />

A Figura 5 mostra o fluxo <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s entre os mo<strong>de</strong>los matemáticos<br />

implementa<strong>do</strong>s e suas interfaces <strong>de</strong> entrada e saída <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s.<br />

Bland-Ford<br />

Interface <strong>do</strong><br />

Programa <strong>de</strong><br />

Simulação<br />

Emicke-Lucas<br />

Cálculo <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>slocamento<br />

Axial <strong>do</strong> CVC<br />

Gráfico <strong>do</strong><br />

<strong>perfil</strong> <strong>do</strong><br />

cilindro<br />

<strong>de</strong>forma<strong>do</strong><br />

Perfil CVC<br />

Figura 5 - Fluxo <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s


17<br />

3.3 Interface <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>mo<strong>de</strong>lagem</strong><br />

A Figura 6 mostra a interface <strong>de</strong>senvolvida para o <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>mo<strong>de</strong>lagem</strong>.<br />

Figura 6 - Interface <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>


18<br />

3.4 Interface <strong>de</strong> exibição <strong>de</strong> gráficos<br />

A Figura 7 mostra a interface <strong>de</strong> exibição <strong>de</strong> gráficos <strong>do</strong> <strong>sistema</strong>.<br />

Figura 7 - Interface <strong>de</strong> exibição <strong>de</strong> gráficos<br />

3.5 Conclusão<br />

A <strong>mo<strong>de</strong>lagem</strong> foi executada <strong>na</strong> linguagem Visual Basic versão 6.0 e consistiu<br />

<strong>na</strong> implementação computacio<strong>na</strong>l <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Bland-Ford, Emicke-Lucas e a<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>do</strong> CVC utiliza<strong>do</strong> <strong>na</strong> retificação. Assim, será possível<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a superfície <strong>do</strong> cilindro sob carga e obter o <strong>de</strong>slocamento axial necessário<br />

para corrigir o coroamento, sem alterar os parâmetros <strong>de</strong> operação <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r.


19<br />

4 MODELO DE BLAND-FORD<br />

4.1 Introdução<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bland-Ford é necessário para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção<br />

necessária para as condições <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção informadas. A carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção é<br />

necessária para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a <strong>de</strong>formação sofrida pelo cilindro durante o processo <strong>de</strong><br />

lami<strong>na</strong>ção. Além disso, o mo<strong>de</strong>lo é utiliza<strong>do</strong> para verificar as condições <strong>de</strong> operação<br />

informadas, através da verificação das tensões <strong>de</strong> escoamento e as aplicadas <strong>na</strong> tira.<br />

4.2 Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> entrada<br />

escoamento.<br />

Esse mo<strong>de</strong>lo utiliza a equação <strong>de</strong> Ludwik, Equação 1, para a tensão <strong>de</strong><br />

n<br />

s = A+ B×<br />

ε<br />

Equação 1 - Equação <strong>de</strong> Ludwik<br />

As constantes A, B e n são obtidas a partir da equação <strong>de</strong> Ludwik <strong>do</strong> material<br />

lami<strong>na</strong><strong>do</strong>. Obtidas essas informações, será possível calcular a tensão <strong>de</strong> escoamento <strong>do</strong><br />

material em esta<strong>do</strong> plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação, em diferentes pontos <strong>do</strong> arco <strong>de</strong> contato<br />

como <strong>na</strong> qual ε é a <strong>de</strong>formação logarítmica da chapa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a entrada até o ponto<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, acrescida da <strong>de</strong>formação inicial.


20<br />

Na Figura 8 observa-se o arco <strong>de</strong> contato entre os cilindros e a tira.<br />

Figura 8 - Representação <strong>do</strong> arco <strong>de</strong> contato cilindro-tira<br />

4.2.1 Interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

Ford.<br />

A Figura 9 mostra a interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bland-<br />

Figura 9 - Interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s


21<br />

4.3 Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saída<br />

O mo<strong>de</strong>lo tem como da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saída, a distribuição <strong>de</strong> pressão e a tensão <strong>de</strong><br />

escoamento, ao longo <strong>do</strong> arco <strong>de</strong> contato e, carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção, para as condições<br />

especificadas.<br />

A carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção obtida irá alimentar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Emicke-Lucas que<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>rá o coroamento mecânico. Será também utilizada para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o módulo<br />

<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z, ou <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r.<br />

4.3.1 Interface <strong>de</strong> exibição <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />

A Figura 10 mostra a interface <strong>de</strong> exibição <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saída.<br />

Figura 10 - Interface <strong>de</strong> exibição <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s


cilindro e a tira.<br />

A Figura 11 mostra os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saída ao longo <strong>do</strong> arco <strong>de</strong> contato entre o<br />

22<br />

Figura 11 – Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saída ao longo <strong>do</strong> arco <strong>de</strong> contato<br />

4.4 Módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z<br />

O módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z apresenta o comportamento apresenta<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura 12.<br />

P<br />

α<br />

∆ε<br />

∆P<br />

ε<br />

Figura 12 - Comportamento <strong>do</strong> módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z<br />

Sen<strong>do</strong> ε a <strong>de</strong>formação elástica <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> e P a carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção. O módulo<br />

<strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z, representa<strong>do</strong> por E LM é da<strong>do</strong> pela Equação 2.<br />

E<br />

LM<br />

P ΔP<br />

= = = tgα<br />

ε Δε<br />

Equação 2 - Módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r


23<br />

O módulo será <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong> experimentalmente executan<strong>do</strong> o mo<strong>de</strong>lo para<br />

duas <strong>tiras</strong> <strong>de</strong> mesa largura, com espessuras iniciais h1 1 e h1 2 diferentes, mas próximas,<br />

e obten<strong>do</strong>-se as cargas <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção P 1 e P 2 correspon<strong>de</strong>ntes (assim como as<br />

espessuras <strong>de</strong> saída h2 1 e h2 2 correspon<strong>de</strong>ntes). A partir <strong>de</strong>sses da<strong>do</strong>s, o módulo<br />

po<strong>de</strong>rá ser calcula<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> a Equação 3.<br />

E<br />

LM<br />

=<br />

P1−<br />

P2<br />

h2 − h2<br />

1 2<br />

Equação 3 - Cálculo <strong>do</strong> módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r<br />

4.5 Determi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> gap<br />

A partir <strong>do</strong> módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o gap<br />

requeri<strong>do</strong> para as condições especificadas para o lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r e o produto fi<strong>na</strong>l. O gap é<br />

calcula<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> a Equação 4.<br />

g<br />

= h −<br />

2<br />

P<br />

E<br />

LM<br />

Equação 4 - Cálculo <strong>do</strong> gap<br />

Sen<strong>do</strong> h 2 a espessura fi<strong>na</strong>l da tira, P a carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da pelo<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bland-Ford e E LM o módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r.<br />

4.6 Verificação das condições <strong>de</strong> operação<br />

O mo<strong>de</strong>lo ainda faz a verificação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> entrada para verificar a<br />

viabilida<strong>de</strong> da operação <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>na</strong>s condições especificadas.<br />

A verificação das condições <strong>de</strong> operação é feita através da comparação entre<br />

as tensões <strong>de</strong> escoamento <strong>do</strong> material nos pontos <strong>de</strong> entrada e saída da tira, com as<br />

tensões a ré e a frente aplicadas, respectivamente. Caso as tensões <strong>de</strong> escoamento não<br />

sejam superiores às tensões aplicadas, o mo<strong>de</strong>lo não permitirá a execução <strong>do</strong>s cálculos.


24<br />

4.7 Conclusões<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bland-Ford é utiliza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção<br />

necessária para as condições especificadas. Por isso, foi utiliza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>finir o<br />

módulo <strong>de</strong> rigi<strong>de</strong>z <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r, que é necessário <strong>na</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção da abertura entre os<br />

cilindros, conhecida como gap. A carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção também será utilizada no<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Emicke-Lucas, que será emprega<strong>do</strong> para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a flecha mecânica<br />

sofrida pelo cilindro.<br />

Ainda, o mo<strong>de</strong>lo efetua a verificação das tensões à frente e a ré, além <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a coli<strong>na</strong> <strong>de</strong> pressão ao longo <strong>do</strong> arco <strong>de</strong> contato entre o cilindro e a tira.


25<br />

5 MODELO DE EMICKE-LUCAS<br />

5.1 Introdução<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Emicke-Lucas será utiliza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o coroamento<br />

mecânico <strong>do</strong> cilindro. O tipo <strong>de</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> é o quádruo, pois é o mais<br />

utiliza<strong>do</strong>. O efeito <strong>do</strong> coroamento térmico será <strong>de</strong>spreza<strong>do</strong>, <strong>um</strong>a vez que o tipo <strong>de</strong><br />

lami<strong>na</strong>ção a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> é o à frio.<br />

O mo<strong>de</strong>lo fornecerá como saída o valor da flecha mecânica em <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong>s<br />

pontos <strong>do</strong> cilindro, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que seja possível <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

mecânica. Esse <strong>perfil</strong> será soma<strong>do</strong> ao coroamento imposto <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a compensá-lo e,<br />

obter o coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>slocamento axial.<br />

5.2 Configuração <strong>de</strong> <strong>um</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r quádruo<br />

Um lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>do</strong> tipo quádruo é composto por <strong>do</strong>is cilindros <strong>de</strong> trabalho e<br />

<strong>do</strong>is cilindros <strong>de</strong> encosto. A disposição <strong>do</strong>s cilindros é mostrada <strong>na</strong> Figura 13.<br />

Cilindro <strong>de</strong><br />

encosto<br />

Cilindro <strong>de</strong><br />

trabalho<br />

Figura 13 - Configuração <strong>do</strong>s cilindros <strong>de</strong> <strong>um</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r quádruo<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Emicke-Lucas leva em consi<strong>de</strong>ração a geometria tanto <strong>do</strong>s<br />

cilindros <strong>de</strong> trabalho quanto <strong>do</strong>s cilindros <strong>de</strong> encosto. Além da geometria, é necessário<br />

conhecer o tipo <strong>de</strong> material com o qual o cilindro foi construí<strong>do</strong>, ou seja, a composição<br />

<strong>do</strong> aço emprega<strong>do</strong>.


26<br />

5.3 Avaliação <strong>de</strong> coroas<br />

O coroamento <strong>na</strong> tira será da<strong>do</strong> pela soma <strong>do</strong> coroamento mecânico com o<br />

coroamento imposto. Entretanto, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Emicke-Lucas fornecerá somente o<br />

coroamento mecânico. A Equação 5 é utilizada para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o coroamento fi<strong>na</strong>l <strong>na</strong><br />

tira.<br />

( )<br />

W = Y − Y + Y<br />

mecânico térmico imposto<br />

Equação 5 - Determi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> coroamento fi<strong>na</strong>l <strong>na</strong> chapa<br />

Sen<strong>do</strong> W o coroamento fi<strong>na</strong>l <strong>na</strong> chapa e Y as componentes <strong>de</strong> coroamento.<br />

Como o tipo <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção escolhi<strong>do</strong> foi o à frio, o Y térmico é nulo, simplifican<strong>do</strong> a<br />

equação. A Equação 6 será utilizada no cálculo <strong>do</strong> coroamento fi<strong>na</strong>l.<br />

W = Y − Y<br />

mecânico<br />

imposto<br />

Equação 6 - Determi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> coroamento fi<strong>na</strong>l para <strong>um</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r a frio<br />

5.4 Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> entrada<br />

Os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> entrada <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo são, basicamente, a carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção<br />

fornecida pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bland-Ford, a geometria <strong>do</strong>s cilindros <strong>de</strong> encosto e <strong>de</strong><br />

trabalho, o tipo <strong>de</strong> material emprega<strong>do</strong> nos cilindros e a largura da tira a ser lami<strong>na</strong>da.<br />

O tipo <strong>de</strong> aço utiliza<strong>do</strong> nos cilindros <strong>de</strong> encosto foi o aço <strong>do</strong> tipo Adamite. Já<br />

nos cilindros <strong>de</strong> trabalho, o aço emprega<strong>do</strong> foi o <strong>de</strong> tipo FoFo. A Tabela 1 mostra a<br />

composição e os valores <strong>do</strong>s módulos <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> <strong>do</strong> material emprega<strong>do</strong> nos<br />

cilindros.<br />

Composição<br />

E G<br />

Qualida<strong>de</strong><br />

C Mn Si Ni P S (kg/mm 2 ) (kg/mm 2 )<br />

FoFo 3,6 3,8/4,0 0,7 2,8/3,0 0,75 0,02 13400 5520<br />

20000/ 7700/<br />

Adamite 1,25/3,5 0,45 0,5/2,0 0,25/1,0 Cr=0,5/1,5<br />

22000 8480<br />

Tabela 1 - Composição <strong>do</strong> aço emprega<strong>do</strong> nos cilindros


27<br />

5.4.1 Interface <strong>de</strong> entrada <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />

A Figura 14 mostra a interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Emicke-<br />

Lucas.<br />

Figura 14 - Interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />

5.5 Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saída<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Emicke-Lucas fornece o valor da flecha mecânica em<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong>s pontos <strong>do</strong> cilindro, que são mostra<strong>do</strong>s <strong>na</strong> figura 15. Assim, saben<strong>do</strong> que<br />

o <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação ass<strong>um</strong>i<strong>do</strong> pelo mo<strong>de</strong>lo é o parabólico, po<strong>de</strong>mos utilizar as duas<br />

<strong>de</strong>formações fornecidas para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o <strong>perfil</strong> resultante.<br />

Figura 15 - Pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong>s pelo mo<strong>de</strong>lo


28<br />

5.5.1 Interface <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

A Figura 16 mostra a interface <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s para o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Emicke-<br />

Lucas.<br />

Figura 16 - Interface <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />

5.6 Conclusões<br />

Admitin<strong>do</strong> <strong>um</strong> <strong>perfil</strong> parabólico para a <strong>de</strong>formação mecânica sofrida pelo<br />

cilindro, os valores pontuais <strong>de</strong> coroamento <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong>s pelo mo<strong>de</strong>lo permitem obter<br />

esse <strong>perfil</strong>, ou seja, o coroamento mecânico. Assim, será possível <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o<br />

coroamento resultante para o cilindro para as condições especificadas. O coroamento<br />

resultante é a soma <strong>do</strong> coroamento mecânico com o coroamento imposto.


29<br />

6 PERFIL DE RETIFICAÇÃO DOS CILINDROS<br />

6.1 Introdução<br />

A CST (Companhia Si<strong>de</strong>rúrgica <strong>de</strong> Tubarão) utiliza o <strong>sistema</strong> CVC em seu<br />

lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r, assim como suas retíficas <strong>de</strong> cilindro trabalham com o <strong>perfil</strong> otimiza<strong>do</strong><br />

para esse <strong>sistema</strong>. Assim, foram coletadas curvas <strong>de</strong> retificação <strong>de</strong> cilindros <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a<br />

se <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r as funções que compõem a curva <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> utiliza<strong>do</strong> pelo <strong>sistema</strong>, para<br />

<strong>de</strong>pois ser possível reconstruir essa curva. Referidas curvas são chamadas <strong>de</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong><br />

retificação.<br />

A VAI (VOEST-ALPINE Industrieanlagenbau), fabricante <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> que é<br />

utiliza<strong>do</strong> <strong>na</strong> CST, utiliza a combi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> <strong>um</strong>a função senoidal mais <strong>um</strong>a função linear<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>um</strong> para obter o <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação.<br />

Ainda, <strong>um</strong>a análise <strong>de</strong> trincas nos cilindros impõe <strong>um</strong> acréscimo no <strong>de</strong>sgaste<br />

efetua<strong>do</strong> no cilindro, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a reduzir, ou elimi<strong>na</strong>r, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> cilindro<br />

sofrer quebras durante o processo <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção.<br />

6.2 Determi<strong>na</strong>ção das componentes das curvas <strong>de</strong> <strong>perfil</strong><br />

Utilizan<strong>do</strong> <strong>um</strong>a das curvas coletadas, o primeiro passo foi <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a função<br />

linear que compõe a curva <strong>de</strong> <strong>perfil</strong> não-paralelo. A curva <strong>de</strong> retificação selecio<strong>na</strong>da é<br />

mostrada <strong>na</strong> Figura 17.<br />

0,500<br />

0,450<br />

0,400<br />

0,350<br />

0,300<br />

0,250<br />

0,200<br />

0,150<br />

0,100<br />

0,050<br />

0,000<br />

0<br />

123<br />

247<br />

370<br />

494<br />

617<br />

740<br />

864<br />

987<br />

1110<br />

1234<br />

1357<br />

1481<br />

1604<br />

1727<br />

1851<br />

1974<br />

2097<br />

2221<br />

2344<br />

Figura 17 - Perfil <strong>de</strong> cilindro após retificação


30<br />

Utilizan<strong>do</strong> <strong>um</strong>a linha <strong>de</strong> tendência <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>um</strong>, temos <strong>um</strong>a aproximação para<br />

a função linear presente no <strong>perfil</strong>. A Figura 18 mostra a linha <strong>de</strong> tendência e sua<br />

respectiva equação para a curva mostrada <strong>na</strong> Figura 17.<br />

0,500<br />

0,450<br />

0,400<br />

0,350<br />

0,300<br />

0,250<br />

0,200<br />

0,150<br />

0,100<br />

0,050<br />

0,000<br />

y = 0,0004x + 0,1884<br />

0<br />

123<br />

247<br />

370<br />

494<br />

617<br />

740<br />

864<br />

987<br />

1110<br />

1234<br />

1357<br />

1481<br />

1604<br />

1727<br />

1851<br />

1974<br />

2097<br />

2221<br />

2344<br />

Figura 18 - Linha <strong>de</strong> tendência e sua equação para o <strong>perfil</strong><br />

Subtrain<strong>do</strong> a equação da linha <strong>de</strong> tendência da curva <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> coleta<strong>do</strong>, <strong>um</strong>a<br />

curva senoidal foi obtida, como po<strong>de</strong> ser visto <strong>na</strong> Figura 19. Como a linha <strong>de</strong><br />

tendência é <strong>um</strong>a aproximação, a curva senoidal não está perfeitamente simétrica.<br />

Entretanto, é possível concluir que a função linear é utilizada para rotacio<strong>na</strong>r a senói<strong>de</strong><br />

em relação à origem.


31<br />

0,250<br />

0,200<br />

0,150<br />

0,100<br />

0,050<br />

0,000<br />

-0,050<br />

0<br />

118<br />

235<br />

353<br />

470<br />

588<br />

705<br />

823<br />

940<br />

1058<br />

1175<br />

1293<br />

1410<br />

1528<br />

1645<br />

1763<br />

1880<br />

1998<br />

2115<br />

2233<br />

2350<br />

-0,100<br />

-0,150<br />

Figura 19 – Componente senoidal utilizada no <strong>perfil</strong> <strong>do</strong> cilindro<br />

Dessa forma, <strong>um</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação po<strong>de</strong> ser reconstruí<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong>-se <strong>um</strong>a<br />

função senoidal somada com <strong>um</strong>a função <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m, cujo coeficiente angular<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>rá o valor máximo para o coroamento imposto pela retificação.<br />

6.3 Determi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> utilizan<strong>do</strong> senói<strong>de</strong><br />

Utilizan<strong>do</strong> o procedimento inverso, <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>remos o <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação<br />

utilizan<strong>do</strong> <strong>um</strong>a função senoidal combi<strong>na</strong>da com <strong>um</strong>a função <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m. Não<br />

serão consi<strong>de</strong>radas trincas no cilindro. Desse mo<strong>do</strong>, não somaremos <strong>um</strong>a constante ao<br />

coroamento imposto.<br />

A senói<strong>de</strong> utilizada possui amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 150 mm e freqüência <strong>de</strong> 6,3rad/s.<br />

Assim, a senói<strong>de</strong> terá o tamanho <strong>do</strong> cilindro que, no caso, é <strong>de</strong> 2.300 mm. O limite<br />

máximo para o coroamento imposto é <strong>de</strong> 450 mm, que é limita<strong>do</strong> pela reta. A partir<br />

<strong>de</strong>sses da<strong>do</strong>s o <strong>perfil</strong> obti<strong>do</strong> é mostra<strong>do</strong> <strong>na</strong> Figura 20. O eixo das or<strong>de</strong><strong>na</strong>das foi<br />

normaliza<strong>do</strong>.


32<br />

Senói<strong>de</strong><br />

0,1<br />

0<br />

-0,1<br />

0<br />

0,04<br />

0,08<br />

0,12<br />

0,16<br />

0,2<br />

0,24<br />

0,28<br />

0,32<br />

0,36<br />

0,4<br />

0,44<br />

0,48<br />

0,52<br />

0,56<br />

0,6<br />

0,64<br />

0,68<br />

0,72<br />

0,76<br />

0,8<br />

0,84<br />

0,88<br />

0,92<br />

0,96<br />

1<br />

-0,2<br />

-0,3<br />

-0,4<br />

-0,5<br />

Figura 20 – Perfil senoidal obti<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> senói<strong>de</strong><br />

O <strong>perfil</strong> obti<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> o procedimento inverso apresenta <strong>um</strong>a curva muito<br />

semelhante à curva <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> coleta<strong>do</strong>, comprovan<strong>do</strong> o méto<strong>do</strong>.<br />

6.4 Determi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> utilizan<strong>do</strong> curva S<br />

Outra possibilida<strong>de</strong> para se <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação é substituin<strong>do</strong> a<br />

função senoidal por <strong>um</strong>a curva S.<br />

Uma curva S típica possui <strong>um</strong>a porção exponencial <strong>na</strong> qual a incli<strong>na</strong>ção é<br />

crescente, <strong>um</strong> ponto <strong>de</strong> inflexão no qual a incli<strong>na</strong>ção começa a <strong>de</strong>crescer e <strong>um</strong>a porção<br />

fi<strong>na</strong>l <strong>na</strong> qual a incli<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>cresce. A curva S permite que o ponto <strong>de</strong> inflexão seja<br />

<strong>de</strong>sloca<strong>do</strong>, possibilitan<strong>do</strong> facilmente a obtenção <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>perfil</strong> diferencia<strong>do</strong> e nãosimétrico.<br />

entrada.<br />

A Equação 7 mostra a equação da curva S utilizada. Sen<strong>do</strong> a e b parâmetros <strong>de</strong><br />

y =<br />

x<br />

⎡⎣<br />

x+ exp( a−b⋅x)<br />

⎤⎦<br />

Equação 7 - Equação da curva S


Os parâmetros a e b da curva S utilizada são respectivamente 1 e 1,5. A Figura<br />

21 mostra o <strong>perfil</strong> obti<strong>do</strong> com a curva S.<br />

33<br />

Curva S<br />

0,7<br />

0,6<br />

0,5<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,1<br />

0<br />

0<br />

0,04<br />

0,08<br />

0,12<br />

0,16<br />

0,2<br />

0,24<br />

0,28<br />

0,32<br />

0,36<br />

0,4<br />

0,44<br />

0,48<br />

0,52<br />

0,56<br />

Figura 21 - Perfil obti<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> curva S<br />

0,6<br />

0,64<br />

0,68<br />

0,72<br />

0,76<br />

0,8<br />

0,84<br />

0,88<br />

0,92<br />

0,96<br />

1<br />

Comparan<strong>do</strong> o <strong>perfil</strong> obti<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> a curva com o <strong>perfil</strong> coleta<strong>do</strong>, nota-se<br />

que a aproximação inicial não foi satisfatória. O limite <strong>de</strong> coroamento ficou em 0,62 e<br />

a amplitu<strong>de</strong> da porção central ficou menor. Assim, conclui-se que a curva S po<strong>de</strong> ser<br />

utilizada, mas o ajuste <strong>de</strong> seus parâmetros não é tão simples quanto <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo<br />

senoidal.<br />

6.5 Conclusões<br />

As curvas obtidas <strong>na</strong> planta da CST permitiram a confirmação da composição<br />

<strong>de</strong> funções <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação. Além <strong>de</strong> utilizar o mo<strong>de</strong>lo senoidal, foi proposta a<br />

utilização da curva S. A curva S permite <strong>um</strong>a maior varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los no <strong>perfil</strong>.<br />

Comparan<strong>do</strong> os <strong>do</strong>is mo<strong>de</strong>los utiliza<strong>do</strong>s, o mo<strong>de</strong>lo senoidal apresenta <strong>um</strong><br />

ajuste mais simples e preciso, enquanto que a curva S permite <strong>um</strong>a maior varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

perfis, mas requer <strong>um</strong> maior trabalho <strong>na</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> seus coeficientes.


34<br />

7 DESLOCAMENTO AXIAL DOS CILINDROS<br />

7.1 Introdução<br />

O <strong>de</strong>slocamento axial possibilita que a faixa <strong>de</strong> coroamento disponível<br />

a<strong>um</strong>ente, já que o <strong>perfil</strong> <strong>do</strong> cilindro não é uniforme. Assim, para <strong>um</strong>a mesma condição<br />

<strong>de</strong> operação <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r, teremos <strong>um</strong> faixa possível para o coroamento.<br />

O <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> simulação <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> o <strong>de</strong>slocamento necessário para que se<br />

obtenha o coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>. Entretanto, o formato fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> arco <strong>de</strong> contato não é<br />

prioriza<strong>do</strong>, ou seja, o <strong>sistema</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> o valor <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento para que o centro da<br />

tira atinja o coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>.<br />

O coroamento especifica<strong>do</strong> po<strong>de</strong> não ser atingi<strong>do</strong>. Assim, existe <strong>um</strong> limite<br />

máximo para o <strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong>s cilindros, que é basea<strong>do</strong> <strong>na</strong> largura da mesa <strong>do</strong><br />

lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r e fica em torno <strong>de</strong> 150 mm. Quan<strong>do</strong> esse caso ocorre, o <strong>sistema</strong> utiliza o<br />

<strong>de</strong>slocamento máximo permiti<strong>do</strong>.<br />

7.2 Interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

A Figura 22 mostra a interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s para o <strong>de</strong>slocamento axial<br />

<strong>do</strong> <strong>sistema</strong> CVC.<br />

Figura 22 - Interface <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

A Tabela 2 <strong>de</strong>talha os parâmetros <strong>de</strong> entrada necessários para o cálculo <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>slocamento axial.<br />

Da<strong>do</strong> <strong>de</strong> entrada Descrição Unida<strong>de</strong><br />

Coroamento Valor <strong>do</strong> coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> a ser obti<strong>do</strong> com o Milímetros<br />

<strong>de</strong>seja<strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento axial <strong>do</strong>s cilindros.<br />

Limite <strong>do</strong> shift Limite para o <strong>de</strong>slocamento axial <strong>do</strong>s cilindros. Milímetros<br />

Tabela 2 - Parâmetros <strong>de</strong> entrada para o <strong>de</strong>slocamento axial


35<br />

7.3 Determi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento axial<br />

A partir <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>do</strong> cilindro, sob carga, <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong>, o coroamento para cada<br />

ponto <strong>de</strong>ntro da faixa <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento axial especifica<strong>do</strong> é calcula<strong>do</strong>. O <strong>de</strong>slocamento<br />

a ser utiliza<strong>do</strong> será aquele que for possibilitar atingir o coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> ou, aquele<br />

que apresentar a menor diferença entre o coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> e o coroamento<br />

atingi<strong>do</strong>. O <strong>de</strong>slocamento necessário é calcula<strong>do</strong> para os <strong>do</strong>is mo<strong>de</strong>los utiliza<strong>do</strong>s para<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o <strong>perfil</strong> <strong>do</strong> cilindro.<br />

A Figura 23 mostra a interface <strong>de</strong> saída para o <strong>de</strong>slocamento a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> e o<br />

coroamento atingi<strong>do</strong>.<br />

Figura 23 - Interface <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s para o <strong>de</strong>slocamento


36<br />

7.4 Conclusões<br />

O <strong>de</strong>slocamento necessário para atingir o coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> está<br />

diretamente liga<strong>do</strong> ao <strong>perfil</strong> <strong>do</strong> cilindro <strong>de</strong> trabalho e à carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção. Como a<br />

carga <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção é <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da a partir <strong>do</strong>s parâmetros <strong>de</strong> operação, ou seja, <strong>do</strong><br />

ponto <strong>de</strong> operação <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r, buscou-se <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a eficiência <strong>de</strong> cada <strong>um</strong> <strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong>is mo<strong>de</strong>los implementa<strong>do</strong>s para se <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o <strong>perfil</strong> <strong>do</strong> cilindro. O <strong>de</strong>slocamento<br />

necessário po<strong>de</strong> ser o mesmo, pois é necessário ape<strong>na</strong>s <strong>um</strong> ajuste nos parâmetros para<br />

obtermos perfis iguais. Entretanto, a curva S permite que se criem perfis diferencia<strong>do</strong>s<br />

e não-simétricos, ao contrário da senói<strong>de</strong>, que necessitaria <strong>de</strong> <strong>um</strong>a função <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

maior que <strong>um</strong> para que isso fosse possível.


37<br />

8 VERIFICAÇÃO DOS MODELOS<br />

8.1 Introdução<br />

Para verificar a simulação <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>, serão compara<strong>do</strong>s os<br />

resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s para os <strong>do</strong>is mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação, ou<br />

seja, <strong>do</strong> coroamento imposto. O objetivo é verificar, utilizan<strong>do</strong>-se <strong>um</strong>a mesma<br />

condição <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r, qual mo<strong>de</strong>lo apresenta menor <strong>de</strong>slocamento axial.<br />

8.2 Valores utiliza<strong>do</strong>s no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bland-Ford<br />

A Figura 24 mostra os valores <strong>do</strong>s parâmetros emprega<strong>do</strong>s <strong>na</strong> verificação <strong>do</strong><br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bland-Ford.<br />

Figura 24 - Parâmetros utiliza<strong>do</strong>s no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bland-Ford


38<br />

8.3 Valores utiliza<strong>do</strong>s no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Emicke-Lucas<br />

A Figura 25 mostra os valores <strong>do</strong>s parâmetros usa<strong>do</strong>s <strong>na</strong> verificação <strong>do</strong><br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Bland-Ford.<br />

Figura 25 - Parâmetros utiliza<strong>do</strong>s no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Emicke-Lucas<br />

8.4 Valores utiliza<strong>do</strong>s nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação<br />

A figura mostra os valores <strong>do</strong>s parâmetros utiliza<strong>do</strong>s nos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação, ou seja, no mo<strong>de</strong>lo senoidal e curva S. Mostra<br />

ainda os parâmetros <strong>do</strong> limite <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento axial e o coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>.<br />

Figura 26 - Parâmetros <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação


39<br />

8.5 Comparação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s<br />

Utilizan<strong>do</strong> os parâmetros informa<strong>do</strong>s, a Figura 27 mostra os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />

para os <strong>do</strong>is mo<strong>de</strong>los implementa<strong>do</strong>s. O coroamento obti<strong>do</strong> em ambos os mo<strong>de</strong>los não<br />

se aproximou <strong>do</strong> <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>, mas os valores obti<strong>do</strong>s foram muito próximos. Ainda, o<br />

<strong>de</strong>slocamento axial utiliza<strong>do</strong> foi máximo para ambos os mo<strong>de</strong>los, mas em senti<strong>do</strong>s<br />

opostos, indican<strong>do</strong> <strong>um</strong>a diferença no <strong>perfil</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong>.<br />

Figura 27 - Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> coroamento e <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento axial


40<br />

A figura mostra os perfis gera<strong>do</strong>s por cada mo<strong>de</strong>lo. A curva vermelha indica o<br />

<strong>perfil</strong> gera<strong>do</strong> pelo mo<strong>de</strong>lo senoidal; a curva ver<strong>de</strong> indica o <strong>perfil</strong> gera<strong>do</strong> pela curva S; a<br />

curva azul é o <strong>perfil</strong> <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> para a tira.<br />

Figura 28 - Perfis <strong>de</strong>termi<strong>na</strong><strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> o mo<strong>de</strong>lo senoidal e curva S<br />

Apesar <strong>do</strong> coroamento obti<strong>do</strong> pelos <strong>do</strong>is mo<strong>de</strong>los, os perfis gera<strong>do</strong>s são<br />

diferentes. Entretanto, os parâmetros da curva S utilizada não geraram <strong>um</strong> <strong>perfil</strong><br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong> saída para a tira, pois, em alguns pontos, a espessura atingida foi bem<br />

abaixo da <strong>de</strong>sejada.


41<br />

8.6 Otimização <strong>do</strong>s parâmetros <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los<br />

O coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> não foi atingi<strong>do</strong> por nenh<strong>um</strong> <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los. Assim,<br />

efetuou-se <strong>um</strong>a otimização <strong>de</strong> seus parâmetros <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a atingir ou obter <strong>um</strong>a boa<br />

aproximação <strong>do</strong> coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>. A Figura 29 mostra os novos valores <strong>do</strong>s<br />

parâmetros utiliza<strong>do</strong>s nos mo<strong>de</strong>los.<br />

Figura 29 - Novos parâmetros para os mo<strong>de</strong>los<br />

A otimização <strong>do</strong>s parâmetros possibilitou que o coroamento <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> fosse<br />

atingi<strong>do</strong> por ambos os mo<strong>de</strong>los, conforme po<strong>de</strong> ser visto <strong>na</strong> Figura 30. Entretanto, o<br />

<strong>de</strong>slocamento axial necessário pelo mo<strong>de</strong>lo senoidal foi menor e, ainda, o coroamento<br />

realmente foi atingi<strong>do</strong>.<br />

Figura 30 - Resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s após a otimização <strong>do</strong>s parâmetros


42<br />

A Figura 31 mostra o <strong>perfil</strong> fi<strong>na</strong>l da tira para os <strong>do</strong>is mo<strong>de</strong>los após a<br />

otimização <strong>do</strong>s parâmetros. O mo<strong>de</strong>lo curva S apresenta <strong>um</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> saída com<br />

porções apresentan<strong>do</strong> espessura muito abaixo da <strong>de</strong>sejada, além <strong>de</strong> o coroamento<br />

médio obti<strong>do</strong> ficar abaixo <strong>do</strong> <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>. Já no mo<strong>de</strong>lo senoidal, o coroamento médio se<br />

aproxima <strong>do</strong> <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>.<br />

Figura 31 - Perfil obti<strong>do</strong> após a otimização <strong>do</strong>s parâmetros<br />

8.7 Conclusão<br />

O caso utiliza<strong>do</strong> para verificação <strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los mostrou que ambos os mo<strong>de</strong>los<br />

apresentam resulta<strong>do</strong>s satisfatórios, mas o mo<strong>de</strong>lo senoidal apresenta maior precisão e<br />

facilida<strong>de</strong> no ajuste <strong>de</strong> seus parâmetros para se atingir o <strong>perfil</strong> <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> para o<br />

coroamento. Entretanto, o mo<strong>de</strong>lo curva S apresentou a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />

perfis diferencia<strong>do</strong>s, mas o ajuste <strong>de</strong> seus parâmetros não é simples como o mo<strong>de</strong>lo<br />

senoidal.<br />

A otimização <strong>do</strong>s parâmetros garantiu ao mo<strong>de</strong>lo senoidal maior eficiência <strong>na</strong><br />

utilização <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento. Além disso, o <strong>perfil</strong> obti<strong>do</strong> apresentou maior semelhança<br />

com o <strong>perfil</strong> <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>.


43<br />

9 CONCLUSÃO<br />

No <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> <strong>tiras</strong>, há preocupação não somente com a<br />

espessura e largura fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> produto lami<strong>na</strong><strong>do</strong>, mas também, ou mesmo<br />

principalmente, a preocupação com a planicida<strong>de</strong> e a distribuição <strong>de</strong> tensões inter<strong>na</strong>s<br />

no produto fi<strong>na</strong>l. Conseqüentemente, índices foram estabeleci<strong>do</strong>s para a avaliação<br />

<strong>de</strong>sses fatores, que implicam <strong>na</strong> aceitação <strong>do</strong> produto pelo cliente.<br />

Assim, a utilização <strong>de</strong> técnicas é necessária para manutenção ou correção<br />

<strong>de</strong>sses fatores. Uma técnica amplamente utilizada é o CVC, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pela SMS<br />

Schloemann-Siemag AG. A técnica consiste <strong>na</strong> combi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação<br />

não-cilíndrico e <strong>um</strong> <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento axial <strong>do</strong>s cilindros durante o processo <strong>de</strong><br />

lami<strong>na</strong>ção.<br />

O objetivo <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> era <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a geratriz <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação utiliza<strong>do</strong><br />

no <strong>sistema</strong> CVC e sua influência em condições <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção, ou seja, sob carga, no<br />

produto lami<strong>na</strong><strong>do</strong>. A geratriz utilizada pelo CVC foi obtida a partir <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong><br />

retificação <strong>de</strong> cilindros utiliza<strong>do</strong>s no lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>tiras</strong> à quente da CST. A VAI,<br />

fornece<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> <strong>sistema</strong> para CST, especifica seu <strong>perfil</strong> como a combi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

função senoidal e <strong>um</strong>a função linear, <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sconhecida. Utilizan<strong>do</strong> <strong>um</strong>a linha <strong>de</strong><br />

tendência <strong>na</strong>s curvas coletadas, <strong>de</strong>terminou-se que a função linear utilizada é <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

<strong>um</strong>. Assim, a geratriz utilizada pelo CVC po<strong>de</strong> ser mo<strong>de</strong>lada como a soma <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

função senoidal e <strong>um</strong>a função linear <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>um</strong>, confirman<strong>do</strong> a especificação<br />

fornecida pela VAI.<br />

Além disso, utilizou-se como geratriz <strong>um</strong>a curva S que se aproximou bastante<br />

<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo senoidal, mas apresentou <strong>um</strong> ajuste <strong>de</strong> parâmetros não tão direto como o <strong>do</strong><br />

mo<strong>de</strong>lo origi<strong>na</strong>l. Entretanto, a utilização da curva S permite a geração <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>perfil</strong> <strong>de</strong><br />

retificação não-simétrico.<br />

A aplicação <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento axial para ambos os mo<strong>de</strong>los mostrou a<br />

<strong>de</strong>pendência em relação ao <strong>perfil</strong> <strong>de</strong> retificação utiliza<strong>do</strong>. E isso significa que o <strong>perfil</strong><br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> é fundamental <strong>na</strong> correção <strong>do</strong> coroamento <strong>do</strong> produto lami<strong>na</strong><strong>do</strong>. O <strong>perfil</strong><br />

utiliza<strong>do</strong> precisa ser compatível com as condições <strong>de</strong> lami<strong>na</strong>ção, caso contrário ele é<br />

<strong>de</strong>scaracteriza<strong>do</strong> e ass<strong>um</strong>e o <strong>perfil</strong> da <strong>de</strong>formação mecânica resultante <strong>do</strong>s esforços


44<br />

mecânicos sobre o cilindro. Assim, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo utiliza<strong>do</strong> para gerar o<br />

<strong>perfil</strong> <strong>do</strong> cilindro, sua incompatibilida<strong>de</strong> com as condições <strong>de</strong> operação <strong>do</strong> lami<strong>na</strong><strong>do</strong>r<br />

não permitirão que o <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento axial <strong>do</strong> CVC corrija o coroamento e,<br />

conseqüentemente, a forma <strong>do</strong> produto fi<strong>na</strong>l.


45<br />

REFERÊNCIAS<br />

[1] V.B. Ginzburg, Steel-Rolling Technology – Theory and Practice, Marcel Dekker,<br />

Inc., 1989<br />

[2] Helman,H. & Cetlin,P.R. , Fundamentos da Conformação Mecânica <strong>do</strong>s Metais ,<br />

FCO , Belo Horizonte , 1993 , ISBN 85-7030-017-4 ;<br />

[3] Plaut,R.L. , Lami<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> Aços – Tópicos Avança<strong>do</strong>s , ABM , São Paulo ,1984 ;<br />

[4] Boletins Técnicos – Siemens , diversos ;<br />

[5] Boletins Técnicos – Voest-Alpine , diversos .

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