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Odin TeaTreT e POrTO alegre

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PRIMEIRO<br />

SEMESTRE<br />

2012<br />

CADERNO DE TEATRO<br />

CADERNO DE TEATRO<br />

PRIMEIRO<br />

SEMESTRE<br />

2012<br />

42<br />

43<br />

entre pós-dramático, performance, presença,<br />

etc. Certamente há desdobramentos no que<br />

tange à curiosidade de saber mais sobre o<br />

grupo, mas, sobretudo, em relação à formação<br />

de novos atores, pois boa parte da pedagogia<br />

desenvolvida no RS tem relação com o<br />

trabalho do grupo.<br />

Jezebel de Carli<br />

Correram os anos e em todos os momentos<br />

em que me foi possível procurei estar<br />

novamente entre o <strong>Odin</strong>, mesmo sem eles<br />

saberem. Estar sorrateiramente em 94, 95,<br />

2010 e, finalmente, em 2012 na residência<br />

entre grupos. Já não sou jovem nem consegui<br />

manter-me ao lado dos meus primeiros<br />

pares, àqueles que “se levantaram na ponta<br />

dos pés para que um dia pudessem voar”<br />

(referência ao texto de Eugenio Barba). Hoje,<br />

em 2012, estou ao lado de outros, tentando<br />

desesperadamente guiar um grupo. Ouvir as<br />

palavras de Barba, perceber as marcas no corpo<br />

da Iben, ouvir que uma atriz entregou sua<br />

vida ao teatro, ver Roberta pela primeira vez<br />

e seu corpo impregnado de trabalho, ouvir da<br />

Julia dizer “mas você tem um grupo...” e após<br />

receber um sorriso, chorar muitas vezes pela<br />

beleza, generosidade, devoção e respeito pelo<br />

teatro que esses homens e mulheres nos demonstram<br />

me fez, mais uma vez, ter vontade<br />

de seguir adiante, força para criar terremotos,<br />

querer que os que se foram retornem, tratar<br />

o outro com ternura e gratidão e, crer novamente<br />

que o teatro pode mudar o humano.<br />

Irion Nolasco<br />

Agora também está sendo um feedback de<br />

coisas, é emocionante. Eu me emociono sempre<br />

com o Barba. Ele não precisa fazer nada,<br />

ele simplesmente existe e espero que ele dure<br />

120 anos. (...) O grande lance do Barba é a eficácia.<br />

Aqui no sul dizemos: mata a cobra e<br />

mostra o pau. Ele fala e ele mostra, aí você<br />

fica olhando pra ele como se fosse mágica,<br />

magia. Para mim, ele é um mestre. E mestre,<br />

para mim, não é só a pessoa que sabe as coisas,<br />

é uma pessoa que ama o que faz, que tem<br />

paixão pelo que faz, que se incendeia pelo que<br />

faz. E assim é ele, o dia inteiro. Você vê ele<br />

assim, aqui, o tempo todo, rondando, vagando,<br />

preocupado com os detalhes. (...) Eu acho<br />

que o que atrai e toca todas as pessoas é que<br />

eles são verdadeiros. São de verdade, não são<br />

fake. Você pode ver o passar dos anos. Fiquei<br />

muito comovido com o primeiro trabalho que<br />

eles mostraram aqui, As Grandes Cidades sob<br />

a Lua. Você pode ver, eles envelheceram, mas<br />

com dignidade e verdade. É uma maravilha<br />

poder ver isso. Nem dá para falar muito. Eu<br />

fico tão emocionado que... Eu amo o <strong>Odin</strong>,<br />

sou suspeito para entrevistas.<br />

Jane Schöninger<br />

Foi uma overdose de ações, em tão pouco<br />

tempo. Queríamos mais tempo e mais e mais.<br />

A cidade, o Estado, o país esteve “em movimento”<br />

com essa passagem por aqui. O movimento<br />

de pessoas, o movimento das cabeças,<br />

o movimento dos sentimentos. Penso que,<br />

com esse movimento, há uma possibilidade<br />

de novas articulações entre grupos, entre<br />

profissionais. Podemos arriscar a colocar em<br />

poucas palavras o retorno que tivemos sobre<br />

esses dias: um “novo” oxigênio para o teatro.<br />

Lucas Sampaio<br />

Tive o primeiro contato com o <strong>Odin</strong> Teatret<br />

em Holstebro, durante o <strong>Odin</strong> Week Festival<br />

2011. Lá, entendi o significado do ator<br />

profissional, possuidor de ferramentas, virtudes,<br />

treinamento. Trata-se de uma união<br />

de artistas que prova a todos os colegas<br />

de profissão espalhados pelo mundo que<br />

o trabalho em conjunto alça voos inimagináveis.<br />

Neste momento, em Porto Alegre, o<br />

<strong>Odin</strong> faz-se necessário justamente na troca,<br />

mostrando que o teatro de grupo ainda<br />

é um caminho de forte identidade e de<br />

progresso artístico. É como se a existência<br />

deles se refletisse, em sua constância, na<br />

frase: “Acredite, acredite, acredite”.<br />

Álvaro Rosa Costa<br />

Esta experiência, residência, reverência ou<br />

seja lá o que for, com o <strong>Odin</strong> Teatret, explodiu<br />

na minha cabeça, conectou muitos, muitos<br />

pontos. Me colocou em estado de alerta, Marco<br />

Zero, Espiral, em movimento. Trabalho há<br />

muito tempo com música, apesar de ser Bacharel<br />

em Gravura. Muitas das questões que<br />

me instigavam no Instituto de Artes da UFGRS<br />

estão presentes nas palavras e nas ações dos<br />

integrantes do <strong>Odin</strong>. Após 24 anos, consigo<br />

entender a magia que estes jovens senhores,<br />

alquimistas, exercem sobre os artistas. Não<br />

só atores, mas vários artistas de vários segmentos.<br />

Eles dialogam com os princípios da<br />

criação, encontram ecos em Fayga Ostrower,<br />

Jung, no marceneiro da esquina. Eles "fazem".<br />

Se o resultado é brilhante, bom, ruim, a mim<br />

não interessa. Aquela massa submersa do<br />

iceberg, chamado <strong>Odin</strong>, é que me desafia. O<br />

que mais me pergunto: “E agora!?”. Só sei que<br />

vou "encontrar" várias possibilidades. E como<br />

disse Roberta Carreri: "Há uma vontade que<br />

me habita". Simples, sem fórmulas... trabalho,<br />

cumplicidade... possibilidades.<br />

PRISCILA DUARTE<br />

Teatro Diadokai<br />

Belo Horizonte, 4 de junho de 2012.<br />

Dinossauros em Porto Alegre<br />

A residência artística com o <strong>Odin</strong> Teatret<br />

Conheci o <strong>Odin</strong> Teatret como espectadora,<br />

durante um festival de teatro em Montevidéu<br />

(Uruguai) em 1986, quando eu ainda era<br />

uma estudante da graduação em teatro da<br />

UniRio. Lembro-me bem da minha impressão:<br />

foi como se eu visse a materialização de<br />

minhas aspirações juvenis, tão indefiníveis e,<br />

subitamente, tão reconhecíveis naquele grupo<br />

de artistas. Foi avassalador.

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