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Influência do Stretching Global Activo na Flexibilidade da ... - APF

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Revista Portuguesa de Fisioterapia no Desporto<br />

É, ain<strong>da</strong>, de salientar que com a realização deste estu<strong>do</strong>,<br />

verificou-se que os ganhos de flexibili<strong>da</strong>de obti<strong>do</strong>s com<br />

o treino de SGA influenciaram os ganhos <strong>na</strong> impulsão<br />

vertical, o que foi possível observar através <strong>da</strong>s médias<br />

obti<strong>da</strong>s nos ganhos de salto, medi<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> Countermouvement<br />

Jump, que acompanharam o aumento <strong>da</strong>s<br />

médias obti<strong>da</strong>s nos ganhos de flexibili<strong>da</strong>de. Segun<strong>do</strong><br />

Carvalho, Vieira & Carvalho (2004) o ganho de poucos<br />

centímetros são difíceis de alcançar e representam<br />

muitas vezes o ficar em vigésimo lugar ou ganhar uma<br />

me<strong>da</strong>lha. Contu<strong>do</strong>, não foi possível estabelecer uma<br />

correlação entre as variáveis flexibili<strong>da</strong>de e salto, visto<br />

que com a realização <strong>do</strong> teste de correlação de<br />

Spearman (não paramétrico) não se verificou o<br />

pressuposto de lineari<strong>da</strong>de entre elas, o que se poderia<br />

dever ao reduzi<strong>do</strong> tamanho amostral deste estu<strong>do</strong>.<br />

Os ganhos obti<strong>do</strong>s <strong>na</strong> flexibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cadeia posterior<br />

ficaram a dever-se a diversos factores, entre os quais<br />

as proprie<strong>da</strong>des viscoelásticas (Grau, 2003). O<br />

comportamento viscoelástico implica uma combi<strong>na</strong>ção<br />

de proprie<strong>da</strong>des viscosas, onde a deformação é<br />

dependente <strong>da</strong> carga aplica<strong>da</strong>, <strong>do</strong> grau de amplitude e<br />

<strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des elásticas (Grau 2003; Mélian 2001).<br />

Segun<strong>do</strong> alguns estu<strong>do</strong>s que utilizaram o stretching<br />

a<strong>na</strong>lítico e o SGA, é possível afirmar que os ganhos de<br />

flexibili<strong>da</strong>de influenciam os ganhos de impulsão vertical<br />

(Davis et al, 2005 & Lee et al, 1989). Davis et al (2005)<br />

consideram que o aumento de alguns centímetros <strong>na</strong><br />

impulsão vertical melhora a performance <strong>do</strong> salto,<br />

trazen<strong>do</strong> benefícios ao atleta em situações de jogo,<br />

como seja o remate ou o bloco. Também, segun<strong>do</strong><br />

Woolstenhulme, Griffiths, Woolstenhulme, Parcell,<br />

(2006) o treino de flexibili<strong>da</strong>de utilizan<strong>do</strong> o<br />

alongamento a<strong>na</strong>lítico, nomea<strong>da</strong>mente o alongamento<br />

balístico, demonstra aumentar a performance <strong>do</strong> salto<br />

vertical.<br />

No que diz respeito ao treino de flexibili<strong>da</strong>de<br />

recorren<strong>do</strong> ao SGA, Discry & Michel (2002)<br />

encontraram ganhos <strong>na</strong> impulsão vertical de cerca de<br />

10,08 cm, num estu<strong>do</strong> com duração de 4 sema<strong>na</strong>s. Os<br />

mesmos autores fizeram a comparação entre os treinos<br />

de stretching a<strong>na</strong>lítico e de SGA no ganho de impulsão<br />

vertical, verifican<strong>do</strong> que esses ganhos foram<br />

significativamente superiores nos indivíduos que<br />

realizaram o treino de SGA (Discry & Michel 2002).<br />

Comparativamente ao trabalho apresenta<strong>do</strong>, o estu<strong>do</strong><br />

realiza<strong>do</strong> por estes autores apresentou resulta<strong>do</strong>s<br />

superiores num menor espaço de tempo, no entanto<br />

não foi possível confrontar os <strong>do</strong>is estu<strong>do</strong>s, visto que<br />

no estu<strong>do</strong> destes autores não foram revela<strong>da</strong>s as<br />

características <strong>do</strong>s atletas, nem a periodici<strong>da</strong>de com<br />

que foi realiza<strong>do</strong> o treino em estu<strong>do</strong>, dizen<strong>do</strong> ape<strong>na</strong>s<br />

que eles não realizavam trabalho específico de<br />

flexibili<strong>da</strong>de.<br />

Contu<strong>do</strong>, existem estu<strong>do</strong>s contraditórios em relação à<br />

influência <strong>da</strong> flexibili<strong>da</strong>de sobre a impulsão vertical.<br />

Bradley, Olsen & Portas (2007) e Wallmann, Mercer &<br />

McWhorter (2005) realizaram um treino de flexibili<strong>da</strong>de<br />

a<strong>na</strong>lítica com o objectivo de verificar se este influenciava<br />

a impulsão vertical, e observaram que o treino de<br />

flexibili<strong>da</strong>de não teve qualquer efeito sobre a impulsão<br />

vertical. Segun<strong>do</strong> os mesmos autores, estes resulta<strong>do</strong>s<br />

poderiam dever-se ao facto <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s terem si<strong>do</strong><br />

transversais, não ten<strong>do</strong> existi<strong>do</strong> um perío<strong>do</strong> de<br />

seguimento.<br />

Outro <strong>do</strong>s aspectos a referir neste estu<strong>do</strong> é a relação<br />

entre a flexibili<strong>da</strong>de e a força. Segun<strong>do</strong> o conceito de<br />

flexibili<strong>da</strong>de global, o músculo é um elástico vivo, visto<br />

que o material elástico <strong>da</strong>s fibras musculares tem a<br />

capaci<strong>da</strong>de de se deformar e manter esses ganhos,<br />

entran<strong>do</strong> não só <strong>na</strong> deformi<strong>da</strong>de elástica, mas também<br />

<strong>na</strong> deformi<strong>da</strong>de plástica, uma vez que um alongamento<br />

realiza<strong>do</strong> num perío<strong>do</strong> mais longo tempo e com uma<br />

carga peque<strong>na</strong> leva a maiores ganhos de flexibili<strong>da</strong>de<br />

(Grau, 2003). O ganho de flexibili<strong>da</strong>de é importante<br />

no aumento <strong>da</strong> força <strong>do</strong> quadricipede, necessária para<br />

o salto vertical, visto que durante o salto, deve existir<br />

uma razão I/Q de cerca de 60% (Carvalho, Vieira &<br />

Carvalho, 2004), o que não acontece se os isquiotibiais<br />

estiverem retraí<strong>do</strong>s. Com a retracção <strong>do</strong>s isquiotibiais,<br />

essa razão é altera<strong>da</strong>, sen<strong>do</strong> necessária uma maior<br />

produção de força pelo quadricipede para realizar o<br />

movimento, diminuin<strong>do</strong> a performance <strong>do</strong> salto<br />

vertical. (Grau, 2003). Portanto, é mais adequa<strong>do</strong>,<br />

primeiro trabalhar a flexibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s isquiotibiais, para<br />

aumentar o rendimento <strong>do</strong> quadricipede (Grau, 2003).<br />

Hunter & Marshall (2002) estu<strong>da</strong>ram esta relação entre<br />

a flexibili<strong>da</strong>de e a força e verificaram que o rendimento<br />

<strong>do</strong> salto vertical aumentava com o treino de<br />

flexibili<strong>da</strong>de.<br />

É ain<strong>da</strong> de referir que no treino de flexibili<strong>da</strong>de<br />

a<strong>na</strong>lítico, os ganhos de flexibili<strong>da</strong>de iniciais são<br />

superiores aos <strong>do</strong> treino de SGA, em que os ganhos<br />

são superiores após um perío<strong>do</strong> de a<strong>da</strong>ptação (Discry<br />

& Michel 2002; Souchard 2005, 2006). Isto pode deverse<br />

ao facto de numa fase mais avança<strong>da</strong> <strong>do</strong> praticante,<br />

este já não reagir tão facilmente às cargas simples, como<br />

no início de ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong>de de treino, visto que até ao<br />

alcance <strong>da</strong>s suas capaci<strong>da</strong>des funcio<strong>na</strong>is os ganhos são<br />

muito mais acentua<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que após esse limite (Castelo,<br />

Barreto, Alves, Santos, Carvalho, Vieira, 1996).<br />

Ao longo <strong>da</strong> realização deste estu<strong>do</strong> encontraram-se<br />

algumas limitações, tais como a escassez de bibliografia<br />

sobre o tema. Ape<strong>na</strong>s foi encontra<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> que<br />

utilizasse o SGA como méto<strong>do</strong> de treino para ganho<br />

de flexibili<strong>da</strong>de. Outra limitação foi a dificul<strong>da</strong>de em<br />

encontrar testes para avaliar exclusivamente a<br />

flexibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> cadeia posterior, ten<strong>do</strong>-se encontra<strong>do</strong><br />

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