Fátima Maria Gomes Jardim - Universidade do Minho
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eficiência global <strong>do</strong>s edifícios, não só nos consumos para a climatização, mas em to<strong>do</strong>s os<br />
consumos de energia, promoven<strong>do</strong> a sua limitação efectiva para padrões aceitáveis. Nessa<br />
sequência seria legalmente definida a certificação energética <strong>do</strong>s edifícios (Decreto Lei 78/2006),<br />
conforme o estabeleci<strong>do</strong> na Directiva.<br />
A aplicação dessa Directiva teve diversas consequências práticas nomeadamente, uma que<br />
interessou particularmente e que impulsionou a condução desta pesquisa: a melhoria <strong>do</strong><br />
comportamento térmico e energético <strong>do</strong>s edifícios, valen<strong>do</strong>-se de medidas passivas. A prescrição<br />
de restrições mais severas para o isolamento da envolvente <strong>do</strong>s edifícios assume-se como o<br />
ponto-chave para a redução <strong>do</strong>s consumos de energia, promoven<strong>do</strong> a melhoria das condições<br />
ambientais e de conforto nos espaços interiores.<br />
Os benefícios de se aumentar o isolamento são evidentes para minimizar as trocas de calor<br />
com o exterior, e reduzir as necessidades de aquecimento/arrefecimento, pois quanto menor for o<br />
coeficiente de transmissão térmica, menores serão as perdas pela envolvente, promoven<strong>do</strong><br />
igualmente a promoção das poupanças energéticas. Com as novas exigências regulamentares,<br />
este é o momento propício e necessário para a avaliação <strong>do</strong> impacto que envolventes mal<br />
isoladas de edifícios existentes, no parque habitacional, terão no desempenho energético e a sua<br />
posterior correcção.<br />
Tradicionalmente, nas construções habitacionais até ao final da década de 80, eram poucos<br />
os edifícios que dispunham de meios activos de controlo das condições ambientais interiores.<br />
Contu<strong>do</strong> na última década, acentuou-se significativamente a tendência de crescimento da<br />
procura de sistemas de climatização <strong>do</strong> país, justifica<strong>do</strong> pela melhoria <strong>do</strong> nível de vida da<br />
população, e de um maior grau de exigência de conforto, mas também como consequência da<br />
elevada taxa de crescimento <strong>do</strong> parque construí<strong>do</strong>. Desta evolução, resultou para os edifícios a<br />
mais elevada taxa de crescimento de consumos de energia de entre to<strong>do</strong>s os sectores da<br />
economia nacional. Por outro la<strong>do</strong>, o esta<strong>do</strong> em que se encontra uma parte significativa <strong>do</strong>s<br />
edifícios construí<strong>do</strong>s (com valor muito diversifica<strong>do</strong> enquanto património arquitectónico) obriga a<br />
intervenções urgentes e profundas, a desenvolver nos próximos anos, para lá da simples<br />
“cosmética” de fachada. É portanto, lógico esperar que o investimento no sector da construção<br />
nos próximos anos se dirija, preferencialmente, para a reabilitação das construções existentes,<br />
em detrimento da nova construção, constituin<strong>do</strong> um eixo de acção determinante para a correcção<br />
de situações de inadequação funcional e energética, existente na maioria <strong>do</strong>s edifícios<br />
construí<strong>do</strong>s em Portugal.<br />
Em consequência da constatação <strong>do</strong> panorama surgiu este trabalho, no qual se tenciona<br />
investigar as possibilidades de reabilitação energética de edifícios existentes. Procura-se avaliar o<br />
nível de eficiência energética em que se encontra o edifício, colocan<strong>do</strong> três questões<br />
fundamentais: onde, como e porque se consome a energia. É com vista a obter respostas a estas<br />
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