PROJETO EMPREENDEDORISMO JUVENIL e ... - Fundação Abrinq
PROJETO EMPREENDEDORISMO JUVENIL e ... - Fundação Abrinq
PROJETO EMPREENDEDORISMO JUVENIL e ... - Fundação Abrinq
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
RESULTADOS E APRENDIZAGENS<br />
Durante os três anos de atendimento, foram concedidos crédito para 41 jovens<br />
envolvidos em 33 empreendimentos. Esse índice representa 13% do total de<br />
planos elaborados e 43% dos jovens que efetivamente mantinham negócios em<br />
andamento ou estavam em via de implantação.<br />
Esse dado surpreendeu, pois se esperava que um número maior de jovens se<br />
interessasse pelo empréstimo. Quando indagados sobre a falta de interesse em<br />
solicitar o crédito, a maioria dos jovens disse que não buscava apoio financeiro,<br />
mas tinha interesse na formação oferecida.<br />
Dos jovens que acessaram o microcrédito, cerca de 50% quitaram os débitos,<br />
conseguiram implantar seus negócios e cumpriram os compromissos e as<br />
projeções relativas ao empréstimo, manifestando alguma dificuldade na gestão<br />
financeira, superada com o acompanhamento do agente de crédito.<br />
Os jovens que não conseguiram quitar o empréstimo, na quase totalidade, não<br />
implantaram o plano de negócio e tiveram dificuldade em lidar com os desafios<br />
do empreendimento. Outro aspecto relevante é que a maioria partiu para outras<br />
atividades paralelas de geração de renda e deixou de atuar no negócio por<br />
falta de tempo, de motivação ou de crença na ideia projetada no momento da<br />
formação inicial. No que diz respeito à inadimplência, houve esforço no sentido<br />
de favorecer o pagamento, uma vez que esse dado estaria diretamente ligado à<br />
sustentabilidade financeira dos empreendimentos envolvidos.<br />
O efetivo acompanhamento do agente de crédito foi um desafio durante a<br />
operação do microcrédito. A supervisão dos empreendimentos foi concebida para<br />
ser realizada pelo agente de crédito nos próprios locais onde funcionavam os<br />
negócios, uma vez que se entendia que, assim, seriam facilitados os processos de<br />
reflexão e análise de seus avanços e dificuldades.<br />
Contudo, como muitos jovens não implantaram o projeto e se afastaram dos<br />
compromissos e das projeções do plano de negócios, a intervenção do agente<br />
de crédito ficou comprometida, por ser encarada como uma ação de cobrança,<br />
sem capacidade de estabelecer um vínculo que pudesse ser visto como apoio às<br />
necessidades da grande maioria dos jovens empreendedores.<br />
Avaliou-se que o agente de crédito deve ser capaz de assessorar a implantação<br />
do plano de negócio, com conhecimento técnico e gerencial da operação de<br />
crédito e de seu papel como facilitador na busca de alternativas. Isso exige um<br />
comportamento também empreendedor do agente, que, portanto, deve conhecer<br />
os conteúdos abordados no processo formativo. Também se avaliou que o processo<br />
de formação e a operação de crédito devem estar no mesmo espaço pedagógico,<br />
de forma que o jovem possa entender esse acompanhamento como mais uma<br />
referência de apoio e de superação das dificuldades no universo empreendedor.<br />
32