PROJETO EMPREENDEDORISMO JUVENIL e ... - Fundação Abrinq
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Apoio aos empreendimentos<br />
Além da ação direta de formação dos jovens, deve-se destacar que o projeto<br />
promoveu processos de mobilização e articulação local que reforçaram a<br />
importância dessa estratégia de potencialização dos empreendimentos.<br />
Estabeleceu parcerias e redes de apoio com secretarias municipais, organizações<br />
sociais, unidades locais do SEBRAE-SP e centros de qualificação profissional.<br />
Contou também com colaboradores locais nas cidades de Santana de Parnaíba,<br />
Guarulhos e Santos, que, além de contribuir com a divulgação e a montagem das<br />
turmas, sinalizaram interesse em apoiar os empreendimentos criados no projeto.<br />
Desse modo, reafirma-se a importância da criação de redes de apoio locais e<br />
da participação de diferentes setores da comunidade, para que os projetos e os<br />
planos de negócio possam se tornar sustentáveis. Entende-se que os projetos<br />
de formação de jovens empreendedores devem ter como estratégia o fomento<br />
regional de redes de apoio capazes de gerar formações complementares, acesso<br />
ao microcrédito e a incubadoras de empresas, associativismo, parcerias e outras<br />
formas de fortalecimento que envolvam o jovem empreendedor e os demais<br />
atores de sua localidade.<br />
Em um eixo condutor que se torne base do processo formativo dos jovens,<br />
entende-se que o acompanhamento do jovem deve persistir depois da formação<br />
inicial, em ações contínuas de apoio aos projetos envolvidos e como uma<br />
“incubação aberta” que permita a reflexão a respeito dos desafios do cotidiano de<br />
um empreendimento e o mapeamento das intervenções formativas.<br />
A ação da operação de crédito para jovens empreendedores é mais um desafio<br />
que se coloca em projetos como esse. A forma como a operação de microcrédito<br />
se instala pode influir diretamente no avanço dos empreendimentos. Por isso é<br />
necessário que a organização que assuma a operação do microcrédito tenha um<br />
perfil adequado, com experiência acumulada em empreendimentos juvenis, a fim<br />
de garantir o pressuposto educacional da ação.<br />
Uma das questões que se confirmaram no projeto é a mudança de paradigma<br />
do jovem desempregado para o jovem com potenciais a serem aprimorados<br />
por meio de um processo educativo que fortaleça suas buscas e seus projetos.<br />
Não bastam programas que ofereçam oportunidades aos jovens no campo da<br />
empregabilidade. O que mais importa é o investimento em trajetórias capazes de<br />
permitir uma visão prospectiva em relação a seus projetos, sejam ou não voltados<br />
para um negócio próprio.<br />
Na sociedade do conhecimento, o Projeto Empreendedorismo Juvenil e<br />
Microcrédito confirma a necessidade de incorporar a cultura empreendedora<br />
como tema nos espaços formativos da adolescência e da juventude, como um<br />
instrumento de conhecimentos básicos e habilidades para a vida. É uma forma<br />
de compartilhar com o jovem a responsabilidade pela sua inclusão no mundo<br />
do trabalho e, ao mesmo tempo, aparelhá-lo para tomar decisões e perceber<br />
alternativas de escolha e análise. É permitir que ele se situe num mundo sem<br />
empregos, em que o conhecimento é o patrimônio mais relevante, com o qual<br />
consiga fazer a diferença com criatividade e proatividade, no trabalho e na vida.<br />
É uma forma de compartilhar com o jovem<br />
a responsabilidade pela sua inclusão no mundo<br />
do trabalho e, ao mesmo tempo, aparelhá-lo<br />
para tomar decisões e perceber<br />
alternativas de escolha e análise.<br />
Como a grande maioria dos jovens iniciou os empreendimentos por necessidade<br />
ou por uma oportunidade emergente, a experiência empresarial no projeto se<br />
deu efetivamente no período pós-formação inicial; no caso dos que acessaram o<br />
microcrédito, consolidou-se durante o acompanhamento do agente de crédito.<br />
Desse modo, reafirma-se a necessidade de se inserir as questões da operação do<br />
microcrédito desde o inicio da participação do jovem no projeto, para favorecer<br />
reflexões compartilhadas entre o jovem e o agente de crédito no processo<br />
de formação inicial, na análise do negócio e na própria opção pelo pedido de<br />
microcrédito. É importante que haja uma conexão entre o que é apreendido nos<br />
espaços de formação inicial e continuada e a operação do microcrédito.<br />
A parceria entre o jovem e o agente de crédito pode contribuir para o alinhamento<br />
das demandas e dos desafios a serem superados no acompanhamento do negócio,<br />
a fim de fomentar o comportamento empreendedor, ampliar os conhecimentos<br />
técnicos e gerenciais dos negócios e subsidiar o assessoramento e a implantação<br />
dos planos de negócios dos jovens atendidos.<br />
As demandas de geração de renda e do mundo do trabalho precisam ser<br />
entendidas como inerentes à juventude, pelas pressões sociais e econômicas<br />
que ocorrem nessa faixa etária. Nesse contexto, todo o processo formativo e de<br />
acompanhamento deve considerar essa realidade e propiciar reflexão para a<br />
análise de conciliação entre as duas demandas, a fim de que seja problematizada<br />
a viabilidade do negócio na realidade do jovem e a consequente concessão<br />
do microcrédito.<br />
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