PROJETO EMPREENDEDORISMO JUVENIL e ... - Fundação Abrinq
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Educação<br />
Conforme aponta a pesquisa IBGE/2008, a vivência escolar dos jovens ainda é<br />
foco de grandes desafios, já que, por pressuposto, essa fase etária deveria ser<br />
enriquecida pela participação em espaços e atividades educacionais, como forma<br />
de fortalecer os projetos futuros da vida adulta. Dados apontam que uma minoria<br />
frequenta a escola.<br />
Distribuição da situação escolar dos jovens entre 18 a 24 anos<br />
69%<br />
31%<br />
Jovens que estudam<br />
Jovens que não estudam<br />
Fonte: IBGE- Síntese de Indicadores Sociais 2008<br />
No desdobramento dos dados desse gráfico, verifica-se que os 69% de jovens que<br />
não estão estudando, na maioria das vezes, têm reduzidas as expectativas e as<br />
perspectivas de projetos de vida, o que, geralmente, se intensifica com a elevação<br />
da idade. A percentagem de jovens que interrompe os estudos ou se encontra em<br />
defasagem entre a idade e a série se inicia antes dos 18 anos e, quase sempre,<br />
repercute em outros processos de inserção social.<br />
Segundo dados da PNAD/2007, cerca de 82% dos jovens de 15 ou 17 anos<br />
que estudam e deveriam estar na etapa pré-universitária encontram-se em<br />
defasagem idade-série; 44% cursam o ensino fundamental e apenas 48% estão<br />
no ensino médio.<br />
Em 2004, foi divulgado um perfil da juventude brasileira elaborado pelo Instituto<br />
Cidadania 2 a partir de pesquisa com jovens de 15 a 24 anos. Entre os indicadores<br />
verificados, constatou-se que 65% dos jovens apontaram as questões de educação<br />
e cultura como as de maior interesse. Contudo, a motivação para as atividades de<br />
educação foi citada por somente 37% dos jovens como essencial para uma futura<br />
inserção ocupacional no sistema econômico.<br />
A maioria dos jovens considera a escola importante, mas não atribuem a ela a<br />
garantia de emprego. No entanto, mesmo aqueles que abandonaram a escola<br />
consideram que sem escolaridade as possibilidades de inserção ficam mais<br />
comprometidas.<br />
Estudos que serviram de base para a elaboração dos Índices de Desenvolvimento<br />
Juvenil da Unesco – IDJ/2003, parte do Relatório de Desenvolvimento Juvenil<br />
da entidade, apontam que a conciliação das demandas de trabalho e estudo é<br />
um desafio para os jovens e que o atraso educacional compromete o acesso ao<br />
mercado de trabalho, à renda digna e à saúde.<br />
Percebe-se que, na trajetória escolar dos jovens, apesar da expansão do número<br />
de anos de estudo e do acesso mais amplo à escola, a distorção idade-série<br />
permanece e geralmente os jovens da faixa superior de idade pertencentes às<br />
famílias de baixa renda ficaram mais alijados da possibilidade de prosseguir<br />
os estudos.<br />
Cerca de 14 milhões de jovens de 15 a 24 anos, no Brasil, podem ser considerados<br />
pobres, pois vivem em famílias com renda familiar per capita de até meio salário<br />
mínimo, e isso pode indicar que o baixo rendimento leva os jovens ao trabalho, em<br />
detrimento da continuação dos estudos. Apesar de não ser o único fator envolvido,<br />
a situação de pobreza pode explicar o abandono da escola.<br />
Dados da PNAD/2007 apontam ainda que 56% dos jovens entre 18 e 24 anos<br />
abandonaram os estudos para trabalhar e 19% dos que estudam conciliam a<br />
vivência escolar com atividades laborais e de geração de renda.<br />
Já no grupo de jovens de 18 a 24 anos, a média de anos de estudos em 2007 subiu<br />
para 9,1, o que indica que os jovens nessa faixa etária conseguem ingressar no<br />
ensino médio, mas logo abandonam os estudos, forçados por outras demandas.<br />
O gráfico da PNAD/2005 especifica a distribuição percentual dos jovens dessa faixa<br />
etária que estudam, no estado de São Paulo, e que, em linhas gerais, se manteve<br />
até a pesquisa de 2007.<br />
Distribuição percentual, por nível de ensino frequentado,<br />
dos jovens entre 18 e 24 anos no estado de São Paulo<br />
Trabalho e estudo entre os jovens de 18 a 24 anos<br />
12%<br />
18%<br />
14%<br />
Só estuda<br />
Trabalha e estuda<br />
Só trabalha<br />
Nem trabalha nem estuda<br />
52%<br />
13%<br />
Ensino fundamental<br />
56%<br />
Fonte: PNAD/2007<br />
30%<br />
5%<br />
Ensino médio<br />
Ensino superior<br />
Outras formações<br />
Fonte: IBGE-PNAD/2005<br />
A resposta às demandas desse universo não pode se restringir à inserção dos<br />
jovens em atividades produtivas. É preciso também dar sentido ao contexto<br />
escolar, que não é visto como um espaço significante para grande parte dos<br />
jovens, o que impõe desafios para proporcionar qualidade e sentido à escola e ao<br />
ambiente educacional.<br />
2. A íntegra da pesquisa está disponível no site www.programajuventude.org.br.<br />
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