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A terra continua - Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina

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CAPA<br />

O recurso <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> à saú<strong>de</strong>, através da<br />

Emenda Constitucional 29, está para ser<br />

regulamenta<strong>do</strong>, porém com novo imposto<br />

Mais um ano, a mesma novela. Perto<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>finir o orçamento para o próximo<br />

ano, o financiamento da saú<strong>de</strong> volta a<br />

ser discuti<strong>do</strong> na Câmara <strong><strong>do</strong>s</strong> Deputa<strong><strong>do</strong>s</strong>.<br />

O gran<strong>de</strong> objetivo é disponibilizar<br />

mais recursos para a saú<strong>de</strong> pública. A<br />

proposta, à primeira impressão, não enfrentaria<br />

nenhuma resistência, seja por<br />

parte <strong><strong>do</strong>s</strong> hospitais, profissionais <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> ou pacientes. No entanto, a regulamentação<br />

da Emenda Constitucional<br />

29 (EC 29), que estava para chegar ao<br />

plenário no início <strong>de</strong> setembro, tem enfrenta<strong>do</strong><br />

movimentos a favor e contra. A<br />

razão, para quem se posiciona contrário,<br />

é a criação da Contribuição Social para a<br />

Saú<strong>de</strong> (CSS), prevista no projeto <strong>de</strong> lei.<br />

Velhas propostas, velhas discussões.<br />

De um la<strong>do</strong> o ministro da Saú<strong>de</strong>, José<br />

Gomes Temporão, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> mais recursos, <strong>de</strong> outro, <strong>de</strong>puta<strong><strong>do</strong>s</strong><br />

e sena<strong>do</strong>res se posicionam<br />

contra a criação <strong>de</strong> novos impostos.<br />

A Emenda 29 tem como um <strong><strong>do</strong>s</strong> objetivos<br />

assegurar valores mínimos <strong>de</strong> investimento<br />

público em saú<strong>de</strong>, que seriam <strong>de</strong> 12%<br />

da arrecadação <strong>de</strong> impostos para os esta<strong><strong>do</strong>s</strong>,<br />

15% para os municípios e 10% para a<br />

União. Já a CSS, que seria cobrada a partir<br />

<strong>de</strong> 2010, prevê uma alíquota <strong>de</strong> 0,1% sobre<br />

as movimentações financeiras. A idéia<br />

é <strong>de</strong> que a arrecadação, da mesma maneira<br />

que foi pensada a Contribuição Provisória<br />

sobre Movimentação ou Transmissão<br />

<strong>de</strong> Valores e <strong>de</strong> Créditos e Direitos <strong>de</strong><br />

Natureza Financeira (CPMF), será investida<br />

totalmente para a saú<strong>de</strong>. Segun<strong>do</strong> o Ministro<br />

da Saú<strong>de</strong>, um <strong><strong>do</strong>s</strong> gran<strong>de</strong>s apoia<strong>do</strong>res<br />

da EC 29 e CSS, isso significaria quase<br />

R$ 15 bilhões para a saú<strong>de</strong>. Uma força<br />

tremenda nos <strong>de</strong>safios da saú<strong>de</strong> pública.<br />

Já para os políticos contrários o gran<strong>de</strong><br />

problema da saú<strong>de</strong> no Brasil não é uma<br />

questão <strong>de</strong> verba, mas <strong>de</strong> gestão. Além<br />

disso, o país já está satura<strong>do</strong> <strong>de</strong> impostos<br />

e o novo imposto sufocaria ainda<br />

mais a população. Outro argumento é<br />

<strong>de</strong> que a extinta CPMF, que também<br />

tinha como objetivo a saú<strong>de</strong>, acabou<br />

se pulverizan<strong>do</strong> para outros setores.<br />

A verba mínima <strong>de</strong>stinada à saú<strong>de</strong> estabelecida<br />

pela EC 29 tem si<strong>do</strong> assunto presente<br />

na imprensa. O site da Fe<strong>de</strong>ração Nacional<br />

<strong><strong>do</strong>s</strong> <strong>Médicos</strong> (FENAM) divulgou, no dia<br />

09 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2009, que o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Câmara <strong><strong>do</strong>s</strong> Deputa<strong><strong>do</strong>s</strong> afirmou que colocaria<br />

em votação a regulamentação da<br />

Emenda 29, a qual <strong>de</strong>fine parâmetros sobre<br />

os gastos em saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve adicionar à<br />

re<strong>de</strong> pública cerca <strong>de</strong> 15 bilhões por ano.<br />

Segun<strong>do</strong> informações <strong>do</strong> site, o texto<br />

<strong>de</strong>finirá o que são gastos em<br />

saú<strong>de</strong>, o que <strong>de</strong>ve adicionar à re<strong>de</strong><br />

pública cerca <strong>de</strong> R$ 5 bilhões em<br />

recursos estaduais, com a sua correta<br />

aplicação. Além disso, cria uma<br />

nova fonte <strong>de</strong> investimento fe<strong>de</strong>ral, o que<br />

<strong>de</strong>ve aumentar a aplicação <strong>do</strong> Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong> em R$ 10 bilhões anuais.<br />

Os recursos arrecada<strong><strong>do</strong>s</strong> com a CSS seriam<br />

<strong>de</strong>stina<strong><strong>do</strong>s</strong> exclusivamente para o<br />

Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), e atingiria<br />

diretamente o atendimento à população.<br />

O <strong>de</strong>stino <strong>de</strong>sses recursos está previsto<br />

no programa Mais Saú<strong>de</strong>, lança<strong>do</strong> em<br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007. Ali, está discriminada<br />

a ampliação <strong>de</strong> serviços para pessoas<br />

com câncer, com <strong>do</strong>enças cardiovasculares,<br />

que precisam <strong>de</strong> um leito <strong>de</strong> UTI.<br />

Além disso, prevê a expansão <strong>do</strong> atendimento<br />

<strong>do</strong> Programa Saú<strong>de</strong> da Família,<br />

a incorporação <strong>de</strong> vacinas, e a a<strong>de</strong>quação<br />

da remuneração <strong><strong>do</strong>s</strong> presta<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />

serviços <strong>do</strong> SUS, entre outras 171 ações.<br />

O jornal Diário Catarinense mostra, através<br />

da matéria <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2009, que<br />

a saú<strong>de</strong> vem per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> alguns bilhões<br />

em investimentos. Segun<strong>do</strong> informações<br />

<strong>do</strong> veículo, o Governo Fe<strong>de</strong>ral não está<br />

aplican<strong>do</strong> no setor da saú<strong>de</strong> os recursos<br />

mínimos estabeleci<strong><strong>do</strong>s</strong> pela emenda<br />

constitucional 29.<br />

Procura<strong>do</strong>res da República, <strong>do</strong> Ministério<br />

Público Fe<strong>de</strong>ral, <strong>do</strong> Distrito Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong>scobriram que pelo menos R$<br />

5,4 bilhões <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser investi<strong><strong>do</strong>s</strong>.<br />

Segun<strong>do</strong> levantamento, a União cometeu<br />

quatro erros que estariam maquian<strong>do</strong><br />

as contas públicas. Entre os<br />

equívocos, o governo contabilizou gastos<br />

<strong>do</strong> Bolsa Família como se fosse <strong>do</strong> setor<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O informativo cita ainda que,<br />

os equívocos <strong>do</strong> governo em calcular os<br />

recursos mínimos começaram há nove<br />

anos. Em 2003, o governo <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> investir<br />

R$ 1,5 bilhão na saú<strong>de</strong>. O governo<br />

tem até o final <strong>de</strong>ste mês para dar um<br />

posicionamento em relação ao estu<strong>do</strong>.

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