28.12.2014 Views

Eritropoetina Recombinante Humana na Anemia da Prematuridade

Eritropoetina Recombinante Humana na Anemia da Prematuridade

Eritropoetina Recombinante Humana na Anemia da Prematuridade

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

nos primeiros dias de vi<strong>da</strong>, <strong>na</strong> tentativa de evitar o<br />

aparecimento posterior <strong>da</strong> anemia num grau mais<br />

acentuado. Outros, porém, fizeram o seu uso <strong>na</strong>quele<br />

período onde a anemia não somente já estava instala<strong>da</strong>,<br />

como também já haviam manifestações clínicas<br />

importantes em decorrência dela; e o objetivo <strong>da</strong> terapêutica,<br />

neste caso, foi de diminuir a morbi<strong>da</strong>de<br />

desta patologia, minimizando as suas manifestações<br />

clínicas e hemodinâmicas. Nos dois casos, vimos que<br />

os resultados foram satisfatórios, sob o ponto de vista<br />

de que a rhEPO foi capaz de diminuir o número e a<br />

quanti<strong>da</strong>de de transfusões sangüíneas de forma considerável.<br />

Por outro lado, muitos RN-PT necessitaram de<br />

transfusões precoces, particularmente <strong>na</strong>s 2 primeiras<br />

sema<strong>na</strong>s de vi<strong>da</strong>, antes mesmo que o uso <strong>da</strong> rhEPO<br />

pudesse levar a alguma resposta <strong>na</strong> eritropoiese. E<br />

disso decorre a dúvi<strong>da</strong> se estas transfusões levariam a<br />

alterações <strong>na</strong> resposta a rhEPO, como produção de<br />

diferentes cadeaias de hemoglobi<strong>na</strong>, ou se levariam à<br />

policitemia com aumento <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong>de sanguínea e<br />

à hiperbilirrubinemia.<br />

Outras questões ain<strong>da</strong> mais refi<strong>na</strong><strong>da</strong>s, mesmo<br />

hipotéticas, seriam: se ocorre aumento dos níveis de<br />

hemoglobi<strong>na</strong> F nos RN tratados com rhEPO; quais<br />

seriam os efeitos <strong>da</strong> estimulação <strong>da</strong> eritropoiese relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s<br />

a outra linhagens celulares como a granulocítica<br />

e megacariocítica, não somente relacio<strong>na</strong>dos<br />

ao número mas também às suas funções; se existe<br />

alteração no transporte, liberação e utilização de O 2<br />

pelos tecidos, se pode ocorrer a produção de anticorpos<br />

contra a eritropoieti<strong>na</strong>, mesmo a longo prazo, e,<br />

fi<strong>na</strong>lmente, uma questão ain<strong>da</strong> mais complica<strong>da</strong> devido<br />

aos recursos limitados em nosso meio, se os benefícios<br />

frente aos custos deste tipo de tratamento seriam<br />

compensatórios, levando-se em conta os itens<br />

ain<strong>da</strong> não esclarecidos em relação a sua segurança e<br />

eficácia.<br />

Ain<strong>da</strong> não se conhece qual o esquema de administração<br />

e os limites <strong>da</strong> dose que levariam a uma<br />

resposta dose-dependente adequa<strong>da</strong>, sem levar a<br />

efeitos colaterais desastrosos, muitas vezes ain<strong>da</strong> não<br />

conhecidos, podendo ser decorrentes de doses excessivas<br />

ou não. Doses eleva<strong>da</strong>s foram necessárias em<br />

alguns estudos, porém elas deman<strong>da</strong>m monitorização<br />

rigorosa.<br />

Portanto, mesmo que o excesso de "entusiasmo<br />

terapêutico" deva ser evitado, o progresso científico<br />

aliado a posteriores ensaios clínicos bem controlados<br />

e, consequentemente, ao melhor esclarecimento <strong>da</strong>s<br />

questões já cita<strong>da</strong>s, podem tor<strong>na</strong>r a rhEPO um recurso<br />

terapêutico ou profilático de roti<strong>na</strong> para os RN de<br />

risco para a anemia <strong>da</strong> prematuri<strong>da</strong>de.<br />

A partir <strong>da</strong> análise realiza<strong>da</strong> dos <strong>da</strong>dos de literatura,<br />

no momento, é possível chegar-se às seguintes<br />

conclusões a respeito do uso <strong>da</strong> eritropoieti<strong>na</strong> recombi<strong>na</strong>nte<br />

huma<strong>na</strong> <strong>na</strong> anemia <strong>da</strong> prematuri<strong>da</strong>de:<br />

a) Estudos pré-clínicos, in vitro, comprovaram a<br />

efetivi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> rhEPO em estimular a proliferação de<br />

precursores eritróides medulares, aumentando a<br />

eritropoiese. Posteriormente, vieram as confirmações<br />

clínicas, no começo através de ensaios clínicos em<br />

pacientes com doenças re<strong>na</strong>is ou em outras formas de<br />

anemias decorrentes de baixos níveis de eritropoieti<strong>na</strong><br />

sérica e, a seguir, com o seu uso em RN-PT com anemia<br />

<strong>da</strong> prematuri<strong>da</strong>de;<br />

b) a maioria dos RN-PT que utilizaram a rhEPO tinham<br />

i<strong>da</strong>de gestacio<strong>na</strong>l menor do que 31 sema<strong>na</strong>s e<br />

peso de <strong>na</strong>scimento inferior ou por volta de 1500g; o<br />

seu uso <strong>na</strong> anemia <strong>da</strong> prematuri<strong>da</strong>de ain<strong>da</strong> não está<br />

bem estabelecido, tendo se reconhecido a sua possível<br />

ação com base <strong>na</strong> fisiopatologia desta anemia e a sua<br />

indicação seria uma decorrência <strong>da</strong> sua efetivi<strong>da</strong>de<br />

observa<strong>da</strong> nos trabalhos clínicos já realizado;<br />

c) a rhEPO mostrou-se eficaz em RN-PT, especialmente<br />

em estudos multicêntricos realizados com uma<br />

amostragem mais significativa, reduzindo o número e<br />

o volume de transfusões sangüíneas necessárias;<br />

d) uma elevação do número de reticulócitos considera<strong>da</strong><br />

eficaz que é correlacio<strong>na</strong><strong>da</strong> à manutenção de<br />

uma eritropoiese capaz de acompanhar o ritmo de<br />

crescimento dos RN-PT foi de 200.000/mm 3 , ou seja,<br />

4% 47 ; a dose que mostrou a efetivamente deseja<strong>da</strong> variou<br />

de 300 a 1200 uni<strong>da</strong>des por quilo sema<strong>na</strong>l, com<br />

diferentes esquemas propostos; doses menores, por<br />

exemplo, de 200 unid/kg, levaram a respostas subclínicas<br />

37 ' 44 ;<br />

e) dentro dos esquemas propostos de utilização <strong>da</strong><br />

rhEPO, a dose sema<strong>na</strong>l dividi<strong>da</strong> em várias aplicações<br />

e a via subcutánea mostraram-se mais eficazes;<br />

O a suplementação de ferro se faz necessária dentro<br />

do esquema terapêutico com rhEPO, a falta desta<br />

foi relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> a falhas terapêuticas; doses baixas de<br />

suplementação levaram a depleção de estoques<br />

orgânicos de ferro e até a anemia rebote 19 ; outras<br />

suplementações como vitami<strong>na</strong> E, calorias e proteí<strong>na</strong>s<br />

ain<strong>da</strong> não foram estabeleci<strong>da</strong>s;<br />

g) a melhor época para o início do tratamento<br />

ain<strong>da</strong> não é bem defini<strong>da</strong>, a maioria dos autores o<br />

indicam precocemente, nos primeiros dias de vi<strong>da</strong>,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!