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Eritropoetina Recombinante Humana na Anemia da Prematuridade

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ga de ferro acarretado pela politransfusão 11 .<br />

Ensaios clínicos realizados após estes primeiros<br />

achados também obtiveram resultados satisfatórios.<br />

Dentre os efeitos colaterais encontrados, cita-se: deficiência<br />

de ferro devido ao seu gasto acelerado podendo<br />

levar a anemia rebote (sendo um dos motivos de<br />

eficácia relativa em alguns estudos), hipertensão arterial<br />

(conseqüente à policitemia ou, talvez, fosse uma<br />

condição pré-existente nesses pacientes re<strong>na</strong>is), convulsões<br />

(geralmente precoce), hipercalemia e hiperfosfatemia.<br />

Em 1989, a Natio<strong>na</strong>l Kidney Foun<strong>da</strong>tion recomendou<br />

o uso rotineiro <strong>da</strong> rhEPO no tratamento <strong>da</strong> anemia<br />

devido a doença re<strong>na</strong>l crônica, com a ressalva <strong>da</strong><br />

necessi<strong>da</strong>de de se monitorizar os níveis de ferro séricos<br />

e fazer uma suplementação adequa<strong>da</strong> 11 .<br />

Os ensaios em pacientes pediátricos são mais<br />

escassos devido à opção em primeiro lugar do transplante<br />

re<strong>na</strong>l como tratamento definitivo de doença<br />

re<strong>na</strong>l crônica. Nos trabalhos existentes com crianças<br />

portadoras de doença re<strong>na</strong>l termi<strong>na</strong>l, foram encontrados<br />

respostas adequa<strong>da</strong>s de correção <strong>da</strong> anemia, com<br />

citações menos freqüente dos efeitos colaterais.<br />

Alguns resultados não tão satisfatórios são descritos,<br />

sendo justificados pela grande veloci<strong>da</strong>de de crescimento<br />

dessas crianças, onde a eritropoiese, mesmo<br />

estimula<strong>da</strong>, foi insuficiente.<br />

Outros usos em potencial em doenças onde também<br />

ocorre a anemia devido ao baixo nível <strong>da</strong> EPO<br />

sérica são citados: artrite reumatóide, colite ulcerativa,<br />

AIDS, doenças malig<strong>na</strong>s, cardiopatias congênitas com<br />

possibili<strong>da</strong>de de desenvolver insuficiência cardíaca,<br />

devido à que<strong>da</strong> fisiológica do hematócrito após o<br />

<strong>na</strong>scimento ou com a fi<strong>na</strong>li<strong>da</strong>de de aumentar a massa<br />

eritrocitária, tor<strong>na</strong>ndo-se doador autólogo de cirurgias<br />

eletivas.<br />

As anormali<strong>da</strong>des de beta-globi<strong>na</strong>s (anemia falciforme<br />

e talassemia) também têm peque<strong>na</strong> produção<br />

de EPO em relação ao grau de anemia; a rhEPO<br />

aumenta o número de células produtoras de HbF,<br />

atuando como um agente celular ciclo dependente<br />

modificando a expressão dos genes <strong>da</strong> globi<strong>na</strong> 43 ' 46 .<br />

Em crianças com isoimunização pelo sistema Rh<br />

que receberam várias transfusões intrauteri<strong>na</strong>s, ocorre<br />

anemia tardia por volta de l a 3 meses de i<strong>da</strong>de, associa<strong>da</strong><br />

a hipoplasia eritróide seletiva e baixos níveis de<br />

EPO, sendo que os seus progenitores eritróides são<br />

altamente responsivos a este hormônio. Uma <strong>da</strong>s<br />

hipóteses é a de que a HbA não seja um estimulador<br />

potente para a produção <strong>da</strong> EPO como é a HbF 16 .<br />

Uso específico <strong>na</strong> <strong>Anemia</strong> <strong>da</strong> Prematuri<strong>da</strong>de<br />

O uso <strong>da</strong> rhEPO <strong>na</strong> anemia <strong>da</strong> prematuri<strong>da</strong>de não<br />

é ain<strong>da</strong> uma indicação rotineira, há ain<strong>da</strong> muitas<br />

questões a serem esclareci<strong>da</strong>s. Uma vez que a própria<br />

indicação de transfusão <strong>na</strong>s crianças portadoras desta<br />

patologia é controversa, é ain<strong>da</strong> mais controverso se a<br />

utilização de rhEPO evitaria futuras transfusões, sendo<br />

que as crianças de risco ain<strong>da</strong> são mal caracteriza<strong>da</strong>s.<br />

Por outro lado, ain<strong>da</strong> não se estabeleceu a melhor<br />

época para a sua administração, desde que existe uma<br />

latência entre a sua administração até o aumento <strong>da</strong><br />

massa eritrocitária. Sabe-se ape<strong>na</strong>s que não teria eficácia<br />

quando administra<strong>da</strong> para o tratamento <strong>da</strong>quela<br />

forma de anemia que ocorre <strong>na</strong>s 2 primeiras sema<strong>na</strong>s.<br />

Outra questão é se o uso <strong>da</strong> rhEPO não poderia levar<br />

a outros problemas clínicos ou influenciar aqueles já<br />

existentes em RN-PT.<br />

Os ensaios clínicos existentes mostram uma efetivi<strong>da</strong>de<br />

em estimular a eritropoiese e redução do<br />

número de transfusões variáveis; mas doses sema<strong>na</strong>is<br />

entre 300 a 1200 uni<strong>da</strong>des/Kg são associados ao<br />

aumento do número de reticulócitos e do hematócrito,<br />

com diminuição <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de de transfusão. Um<br />

fator limitante <strong>da</strong> sua eficácia é relacio<strong>na</strong>do aos estoques<br />

limitados de ferro nos RNPT de muito baixo peso<br />

e suplementação i<strong>na</strong>dequa<strong>da</strong>; outros fatores poderiam<br />

ser: o intervalo entre as doses e a via de administração,<br />

provalvelmente devido à farmacocinética <strong>da</strong> eritropoieti<strong>na</strong><br />

nos prematuros, já discuti<strong>da</strong>. A via subcutánea<br />

aparentemente tem melhor resposta que a via<br />

endovenosa 06 .<br />

A segurança do uso <strong>da</strong> rhEPO ain<strong>da</strong> é uma incógnita:<br />

Não sendo conhecidos se existe produção de<br />

anticorpos específicos ou se o tratamento levaria à<br />

depleção de stem cell, progenitores eritróides ou de<br />

outras linhagens.<br />

Um efeito colateral observado por vários autores é<br />

a neutropenia decorrente <strong>da</strong> diminuição de produção.<br />

Há uma diminuição <strong>da</strong> formação <strong>da</strong>s colônias granulocítica<br />

e macrofágica. Este efeito é observado em RN<br />

ou em precursores neo<strong>na</strong>tais com administração <strong>da</strong><br />

rhEPO, não ocorrendo em células adultas. Não foi evidenciado<br />

aumento <strong>da</strong> incidência de infecções decorrentes<br />

desta neutropenia 55 ; e o seu mecanismo ain<strong>da</strong> é<br />

incerto. Estudos sugerem que existe uma down regulation<br />

<strong>na</strong> produção, pois receptores de EPO estão presentes<br />

<strong>na</strong> superfície <strong>da</strong>s células progenitoras granulocítica<br />

e macrofágica neo<strong>na</strong>tais, o que não é encontrado<br />

<strong>na</strong>s células adultas 10 . Não foi encontrado nenhum<br />

efeito sobre a série plaquetária. Outros estudos

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