PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO DESMAME - Embrapa SuÃnos e Aves
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73,2% das granjas, o que representa excesso de pressão e formação de esguicho, inibindo a ingestão de água pelos<br />
leitões, principalmente nos primeiros dias após o desmame. No mesmo estudo também observaram que 53,3% dos<br />
rebanhos apresentavam bebedouros instalados na altura incorreta, 72,3% apresentavam água contaminada por<br />
coliformes fecais, 80,0% tinham apenas um bebedouro por baia e 55,6% tinham relação maior que 10<br />
suínos/bebedouro.<br />
A desidratação por insuficiente ingestão de água pode ser provocada por diversas situações, a maioria delas<br />
ligadas ao ambiente e manejo que os leitões são submetidos logo após o desmame, tais como:<br />
• Água quente, devido a exposição da canalização ao sol, ou suja, tanto na origem como no próprio bebedouro. Os<br />
bebedouros tipo concha ou taça devem ser mantidos rigorosamente limpos para que os leitões não rejeitem a água.<br />
• Calor excessivo quando a umidade relativa do ar for acima de 60%;<br />
• Velocidade do ar superior a 0,5m/segundo, onde os suínos estão alojados;<br />
• Calor excessivo associado à velocidade do ar muito rápida. Ocorre principalmente em maternidades ou creches que<br />
usam lâmpadas de 250 watts colocadas numa altura de 60 a 80 cm do piso;<br />
• Problemas no fornecimento de água: tanto a relação animais/bebedouro, como o débito de água e altura dos<br />
bebedouros são importantes.<br />
- É preciso prever 1 bebedouro para cada 10 suínos e um débito de água de, no mínimo, 1,0 litro/minuto na fase<br />
de creche. A ingestão de alimento pelos leitões de creche é determinado pela quantidade de água ingerida e<br />
não o inverso.<br />
- A altura inadequada dos bebedouros pode dificultar a ingestão de água, especialmente, na fase de creche,<br />
devendo-se seguir a recomendação de acordo com o tipo de bebedouro usado. Para bebedouros tipo chupeta,<br />
o ideal é usar aqueles com altura regulável que possibilita ajustá-la conforme o crescimento dos animais. Neste<br />
tipo de bebedouro, o consumo de água pode ser inibido se a altura ou ângulo estão incorretos e se está<br />
posicionado em local errado na baia.<br />
- Também, a mudança de tipo de bebedouro no desmame pode ocasionar a síndroma de adaptação com<br />
desidratação dos leitões, uma vez que eles encontram dificuldade para acionar um bebedouro que não estão<br />
acostumados, num período que necessitam ingerir grande quantidade de água, em substituição ao leite;<br />
• A qualidade química da água também é importante. Teor de nitritos superior a 0,2mg/litro pode causar desidratação<br />
com diarréia e anemia e teores de cloretos superior a 60mg/litro pode causar desidratação e acidose.<br />
• O excesso de cloretos na ração (acima de 0,4%), também pode provocar desidratação, principalmente, quando há<br />
dificuldades no fornecimento de água.<br />
Controle:<br />
O controle dos problemas do desmame consiste basicamente em evitar os fatores de risco, fornecer uma dieta<br />
adequada a idade dos leitões e fazer com que os leitões não parem de ingerir água e ração após o desmame. Para isto,<br />
é necessário inspecionar as salas de creche pelo menos 3 vezes ao dia, durante a primeira semana após o desmame,<br />
para observar o comportamento dos leitões, para monitorar a temperatura e ventilação interna e para limpar e ajustar<br />
comedouros e bebedouros para assegurar a ingestão contínua de alimento.<br />
Como alimento para prevenir a SDPD e DE, recomenda-se para leitões desmamados com 21 dias de idade, o<br />
fornecimento de uma dieta complexa contendo milho gelatinizado, soja extrusada, entre 7 a 14 % de lactose, no<br />
máximo 15% de inclusão de farelo de soja e suplementada com aminoácidos sintéticos até o nível de exigência dos<br />
leitões e com um acidificante. Isso pode auxiliar a prevenir a multiplicação da E. coli no intestino delgado, evitando o<br />
surgimento de diarréia. A adição de zinco à ração (em níveis de 2.400 ppm), proveniente do óxido de zinco, por um<br />
período de 15 a 20 dias após o desmame, tem mostrado excelentes resultados na profilaxia da SDPD, a um baixo<br />
custo, mas com o inconveniente de ser um potencial poluidor ambiental, uma vez que a maior parte do zinco ingerido é<br />
eliminado nas fezes. No caso da DE, os suínos que já apresentam sinais clínicos da raramente se recuperam, mesmo<br />
com tratamento quimioterápico. Para tratamento preventivo é sempre conveniente selecionar o antibiótico a ser usado,<br />
com base em teste de antibiograma. Os mais recomendados para SDPD e DE na fase de desmame são a apramicina,<br />
a colistina e a neomicina. Para evitar o surgimento de novos casos da doença no mesmo lote ou em lotes seguintes<br />
várias estratégias têm sido adotadas, todas elas com o objetivo de prevenir a proliferação exagerada de cepas<br />
patogênicas E. coli no intestino. A restrição alimentar gradativa e o fornecimento de ração controlada várias vezes ao<br />
dia, auxilia na renovação do conteúdo intestinal, sendo indicada para o lote de leitões logo que surgem os primeiros<br />
sintomas da doença, mas pode haver prejuízo no desempenho dos animais.<br />
O controle do vício de sucção envolve uma revisão de todos os fatores que podem desencadear o problema e<br />
corrigir aqueles que estão fora das necessidades dos leitões na fase de creche. Para isso, um protocolo específico deve<br />
ser elaborado para medir todos os possíveis fatores envolvidos. Lembrar que se trata de uma manifestação de<br />
desconforto dos leitões diante do ambiente e das técnicas de produção que estão sendo submetidos. Em rebanhos com<br />
problemas deve-se fornecer ambiente confortável, ração balanceada, de boa qualidade e alta palatabilidade e água de<br />
fácil acesso, para os leitões na fase de creche. Em alguns casos, o atraso do desmame em alguns dias, pode ser<br />
recomendado, temporariamente, até a correção dos fatores de risco envolvidos.<br />
O controle da desidratação por insuficiente ingestão de água baseia-se na identificação e correção das causas<br />
acima descritas. Por vezes, há necessidade de tratamento sintomático com hidratantes convencionais de uso individual<br />
ou coletivo via água. A rehidratação oral pode ser feita com solução isotônica de glicose e eletrólitos. Se os leitões têm