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Entidade comemora 28 anos em defesa dos médicos catarinenses

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REGIONAIS<br />

SIMESC PARTICIPA DE REUNIÃO<br />

POLÊMICA EM PORTO UNIÃO<br />

Médicos do Hospital São Braz financiam com seu trabalho a saúde pública e não receb<strong>em</strong><br />

sobreaviso r<strong>em</strong>unerado. Para tentar solucionar o impasse o Sindicato esteve no município<br />

No último dia 10 de set<strong>em</strong>bro o SI-<br />

MESC, por meio de sua assessoria<br />

jurídica, participou de uma reunião<br />

no município de Porto União para<br />

discutir a instituição do sobreaviso<br />

r<strong>em</strong>unerado entre os <strong>médicos</strong> do<br />

Hospital São Braz. O encontro aconteceu<br />

na sede do próprio Hospital e<br />

contou com a participação do Corpo<br />

Clínico, <strong>dos</strong> Diretores Clínico e Técnico<br />

e da Administradora. Questões<br />

como a responsabilidade pelo pagamento<br />

do sobreaviso, qual o vínculo<br />

<strong>dos</strong> <strong>médicos</strong> (de qu<strong>em</strong> dev<strong>em</strong> exigir<br />

a regularização do serviço), reflexos<br />

nas questões trabalhistas e formas de<br />

negociação e pressão política também<br />

estiveram <strong>em</strong> pauta.<br />

Na ocasião, o assessor jurídico do SI-<br />

MESC, Dr. Rodrigo Juch<strong>em</strong> Machado<br />

Leal, foi eleito porta-voz tanto do Corpo<br />

Clínico como do Hospital para mediar<br />

as negociações <strong>em</strong> uma reunião<br />

com a promotoria.<br />

O promotor da comarca da cidade,<br />

apesar de saber da não obrigatoriedade<br />

do município <strong>em</strong> promover a<br />

saúde além da atenção básica, entendia<br />

que o sobreaviso deveria ser r<strong>em</strong>unerado<br />

e inclusive propôs reunião para<br />

tentar regularizar a questão.<br />

O assessor jurídico do SIMESC concordou<br />

com o promotor e afirmou<br />

que o pagamento pelo sobreaviso<br />

cumprido é devido, pois trata-se de<br />

trabalho médico que, portanto, deve<br />

ser r<strong>em</strong>unerado, de acordo com a<br />

Resolução nº 1834/2008 do CFM.<br />

L<strong>em</strong>brou ainda que a promotoria não<br />

precisaria defender os <strong>médicos</strong>, n<strong>em</strong><br />

sequer aumento de r<strong>em</strong>uneração para<br />

a classe, bastava apenas defender<br />

a lei e a moralidade administrativa,<br />

des<strong>em</strong>penhando seu papel de custos<br />

legis, que por via reflexa já estaria a<br />

defender a regularização da questão<br />

do sobreaviso, que há vinte <strong>anos</strong> é<br />

um serviço prestado pela comunidade<br />

médica local s<strong>em</strong> qualquer retribuição<br />

financeira. Ressaltou também que os<br />

municípios estão obriga<strong>dos</strong> constitucionalmente<br />

a arcar com a atenção à<br />

saúde de suas populações e que se<br />

os gestores se compromet<strong>em</strong> voluntariamente<br />

por oferecer aos seus munícipes<br />

algo além da atenção básica,<br />

optando por atender também à média<br />

e alta complexidade dev<strong>em</strong> arcar com<br />

o ônus. “Receb<strong>em</strong> repasses da União<br />

e do Estado para tanto, dev<strong>em</strong> fazê-lo<br />

de forma correta e legal, o que os leva<br />

inequivocamente à obrigatoriedade de<br />

r<strong>em</strong>unerar adequadamente todo tipo<br />

de trabalho médico contratado e colocado<br />

à disposição da população”,<br />

declara.<br />

O advogado Rodrigo frisou que se<br />

o município não tinha interesse ou<br />

condições de construir seu próprio<br />

hospital e lotar <strong>médicos</strong> <strong>em</strong> seus<br />

quadros funcionais, que podia comprar<br />

o serviço do hospital filantrópico,<br />

como s<strong>em</strong>pre fez, mas que não podia<br />

perpetuar a irregularidade de serviço<br />

prestado e não r<strong>em</strong>unerado. Adiantou,<br />

por fim, que o vínculo <strong>dos</strong> <strong>médicos</strong> é<br />

para com o hospital e não diretamente<br />

com as municipalidades, mas como o<br />

hospital estava ao lado <strong>dos</strong> <strong>médicos</strong><br />

neste pleito e como tentava negociar<br />

com os municípios o alcance das<br />

verbas, o SIMESC apoiava a ambos<br />

nas negociações com as prefeituras.<br />

Porém, caso restass<strong>em</strong> infrutíferas as<br />

negociações, a classe teria apoio do<br />

SIMESC para levar adiante as reivindicações.<br />

Concluiu dizendo que o momento<br />

era propício para regularizar a<br />

situação e que como to<strong>dos</strong> estavam<br />

cientes de que se o serviço é exigido<br />

deve ser r<strong>em</strong>unerado, que fosse feito<br />

um esforço político para resolver a<br />

situação de forma amigável e célere,<br />

s<strong>em</strong> ter que se socorrer de manobras<br />

judiciais para corrigir o probl<strong>em</strong>a.<br />

Depois de uma série de discussões a<br />

cerca do assunto e nenhuma solução<br />

concreta por parte <strong>dos</strong> gestores, a reunião<br />

foi suspensa a pedido do promotor<br />

que solicitou ao hospital que<br />

estipulasse um orçamento detalhado<br />

e dividido proporcionalmente por município.<br />

Já aos municípios foi pedido<br />

que reviss<strong>em</strong> seus orçamentos e que<br />

estes foss<strong>em</strong> apresenta<strong>dos</strong> <strong>em</strong> uma<br />

nova reunião, marcada para o dia 24<br />

de set<strong>em</strong>bro.<br />

Rodrigo concluiu perguntando ao promotor<br />

se a proposta da promotoria era<br />

manter até lá tudo como estava, ou<br />

seja, enquanto os gestores simplesmente<br />

alegavam falta de recursos, os<br />

<strong>médicos</strong> deveriam continuar a financiar<br />

com seu trabalho a saúde pública<br />

da região, trabalhando de graça.<br />

Ficou decidido que <strong>em</strong>bora o Sindicato<br />

<strong>dos</strong> Médicos do Estado de Santa<br />

Catarina não recomendasse nenhum<br />

tipo de paralisação <strong>dos</strong> serviços, ninguém<br />

estaria obrigado a trabalhar s<strong>em</strong><br />

a devida r<strong>em</strong>uneração. Mas que to<strong>dos</strong><br />

deveriam manter os serviços ao menos<br />

até a próxima reunião, até mesmo<br />

para guardar uma proporcionalidade<br />

na reação da classe médica e não<br />

prejudicar a população, que se voltaria<br />

contra o movimento.

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