Sensores Magneto Resistivos - DEMAR - USP
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ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA - <strong>USP</strong><br />
<strong>Sensores</strong> <strong>Magneto</strong> <strong>Resistivos</strong><br />
José Olimpio Rios Junior<br />
Ramon de Góes Conti<br />
Lorena<br />
2009<br />
Eletrônica e Instrumentação
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA - <strong>USP</strong><br />
José Olimpio Rios Junior<br />
Ramon de Góes Conti<br />
<strong>Sensores</strong> <strong>Magneto</strong> <strong>Resistivos</strong><br />
Dissertação<br />
Graduação<br />
Escola de Engenharia de Lorena - <strong>USP</strong><br />
Eletrônica e Instrumentação<br />
Carlos Y. Shigue<br />
Lorena<br />
2009<br />
2<br />
Eletrônica e Instrumentação
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA - <strong>USP</strong><br />
1. SUMÁRIO<br />
2. RESUMO / ABSTRACT.............................................................................. 4<br />
2.1. PORTUGUÊS .............................................................................................. 4<br />
2.2. INGLÊS...................................................................................................... 4<br />
3. INTRODUÇÃO............................................................................................ 5<br />
4. DESENVOLVIMENTO............................................................................... 6<br />
4.1. RESISTÊNCIA E MAGNETIZAÇÃO................................................................. 6<br />
4.2. GIANT MAGNETOR RESISTANCE (GMR) ..................................................... 8<br />
4.3. GMR TORNOU-SE REFERÊNCIA ................................................................ 10<br />
4.4. A NOVA ELETRÔNICA - ELETRÔNICA SPIN ................................................ 11<br />
4.5. MEMÓRIA UNIVERSAL............................................................................. 12<br />
5. CONCLUSÃO ............................................................................................ 13<br />
6. BIBLIOGRAFIA........................................................................................ 14<br />
FIGURAS<br />
FIGURA 1 - ESPALHAMENTO DOS ELÉTRONS ......................................................... 7<br />
FIGURA 2 - ORIENTAÇÃO DOS ELÉTRONS DENTRO DE UM CONDUTOR<br />
MAGNÉTICO;SPIN PARALELO A MAGNETIZAÇÃO EM VERMELHO(MAIORIA), E<br />
MINORIA EM BRANCO EM SENTIDO ANTIPARALELO......................................... 8<br />
FIGURA 3 - MESMA DIREÇÃO DE MAGNETIZAÇÃO PARA TODAS AS CAMADAS. ....... 9<br />
FIGURA 4 - DIREÇÕES OPOSTAS PARA AS CAMADAS MAGNÉTICAS CONDUTORAS.. 10<br />
Eletrônica e Instrumentação<br />
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2. RESUMO / ABSTRACT<br />
2.1. Português<br />
Este presente trabalho tem por objetivo analisar efeitos de <strong>Sensores</strong><br />
<strong>Magneto</strong> <strong>Resistivos</strong>, com grande aplicação na área de armazenamento<br />
de dados, abordado por cientistas Fert e Grünberg – ganhadores do<br />
prêmio Nobel de Física de 2007.<br />
2.2. Inglês<br />
This present paper have to goal analyse effects of <strong>Magneto</strong> Resistive<br />
Sensors with wide application in data storage, scientists approached by<br />
Fert and Grünberg - winners of the Nobel Prize for Physics in 2007.<br />
Eletrônica e Instrumentação<br />
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3. INTRODUÇÃO<br />
Os dias atuais com as grandes modificações, e tecnologias cada vez mais<br />
aprofundadas, físicos e cientistas das mais variadas formas, discutem formas de<br />
melhorar a qualidade de vida das pessoas, seja essa melhoria com bens de uso<br />
próprio, até tecnologias voltadas para uso profissional, diante deste fato,<br />
tecnologias com alto valor agregado tem ganhado grande impulso, tais<br />
tecnologias como de software, computação gráfica, sensores de computadores e<br />
inseridos nesse campo, estão os sensores magnetos resistivos.<br />
Estudos sobre fenômenos magnéticos advêm desde o século 19, contudo<br />
nas três ultimas décadas do século 20 teve um grande impulso, qual seja, o<br />
armazenamento de informações em computadores, que é feita em diferentes<br />
áreas de magnetização no hard disk (HD), as informações são gravadas através<br />
de binários (1 e 0), certas direções de magnetização correspondem ao binário<br />
zero e outras correspondem ao binário 1. Para acessar a informação, o leitor<br />
escaneia o HD e registra os diferentes campos magnéticos. Este ficando menor<br />
torna a área magnética menor também, com isso o campo magnético de cada<br />
byte se torna fraco e mais difícil de ser lido, isto requer um melhor leitor, neste<br />
contexto pesquisas de Fert e Grünberg revolucionaram o modo de<br />
armazenamento de dados, conferindo a eles o prêmio Nobel, através da<br />
descoberta do Giant <strong>Magneto</strong> Resistance (GMR), trazendo maior facilidade e<br />
comodidade as pessoas.<br />
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4. DESENVOLVIMENTO<br />
Os sensores magneto resistivos comuns são fabricados depositando-se uma<br />
fina camada de liga metálica numa base isolante. Quando um campo magnético<br />
atua sobre esse material, os domínios magnéticos mudam de posição fazendo<br />
com que a resistência elétrica mude de valor.<br />
A mudança é muito pequena da ordem de 2% a 3%, mas o suficiente para<br />
poder ser detectada por um circuito eletrônico apropriado. O fenômeno físico<br />
que explica o funcionamento desses sensores está nas propriedades dos metais<br />
que tem uma orientação de sua magnetização dependente dos elétrons de suas<br />
ultimas camadas.<br />
Estes sensores magneto resistivos foram precursores dos Giant <strong>Magneto</strong>-<br />
Resistence.<br />
Com a necessidade de tecnologias mais sensíveis, o (GMR) ganhou espaço, por<br />
trabalhar em escala nanométrica. Utiliza-se a nanotecnologia para produção de<br />
finas camadas de metal, essas nanocamadas interferem no material, dando novas<br />
propriedades ao material, essas camadas não afetam somente as propriedades<br />
magnéticas e de condutividade elétrica, mas também as propriedades mecânicas,<br />
químicas e ópticas do material.<br />
4.1. Resistência e magnetização<br />
Num condutor metálico, a eletricidade é transportada por meio do<br />
movimento livre dos elétrons no material, a corrente é conduzida porque os<br />
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elétrons caminham numa direção específica, quanto maior este direcionamento,<br />
melhor a condutância do material, o caminho livre dos elétrons é impedido<br />
quando há impurezas e irregularidades, fazendo com que aumente a resistência<br />
elétrica, por impedir que elétrons sigam seu caminho normal, portanto quanto<br />
maior o espalhamento, maior a resistência elétrica do material.<br />
Figura 1 - Espalhamento dos elétrons<br />
No material magnético o espalhamento dos elétrons é influenciado pela<br />
direção de magnetização. Quando há uma grande ligação entre magnetização e<br />
resistência surge então o giant magnetor resistance por causa da rotação<br />
intrínseca do elétron induzida pelo momento magnético, a propriedade mecânica<br />
quântica chamada spin, que é direcionada em uma ou duas direções opostas. Em<br />
materiais magnéticos, a maioria dos spins aponta na mesma direção(em<br />
paralelo). Um pequeno número de spins, entretanto, sempre apontam na direção<br />
oposta, antiparalela da magnetização total. Este desequilíbrio aumenta, não<br />
somente com a magnetização, mas também que elétrons com diferentes spins são<br />
espalhados em menor ou maior grau, contra as irregularidades e impurezas, e<br />
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principalmente entre interfaces dos materiais, as propriedades do material vão<br />
determinar qual tipo spin será mais espalhado.<br />
Figura 2 - Orientação dos elétrons dentro de um condutor magnético;spin paralelo a magnetização em<br />
vermelho(maioria), e minoria em branco em sentido antiparalelo.<br />
4.2. Giant magnetor resistance (GMR)<br />
Um exemplo simples do tipo de sistema onde o Giant <strong>Magneto</strong> resistor pode<br />
surgir é descrito: este consiste em uma camada de metal não magnético entre<br />
duas camadas de metal magnético. Dentro do material magnético, e<br />
especialmente na interface entre material magnético e não magnético, os elétrons<br />
com diferentes spins são espalhados. Consideremos o caso onde os elétrons são<br />
mais espalhados se o spin for antiparalelo à direção de magnetização. Isto<br />
implica que a resistência vai ser maior para estes elétrons que para os outros que<br />
tem spin paralelo à direção de magnetização. Quando os elétrons estão próximos<br />
à um material não magnético, são todos espalhados independente da direção do<br />
spin, para a segunda interface e dentro da ultima camada do material magnético,<br />
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elétrons com spin antiparalelo serão novamente mais espalhados que os elétrons<br />
com spin paralelos.<br />
No caso onde ambas camadas magnéticas são magnetizadas na mesma<br />
direção, a maioria dos elétrons terão spin paralelo e se moverão facilmente<br />
através da estrutura. A resistência total vai abaixar devido a isto (caso A na<br />
figura abaixo). Entretanto, se a magnetização das duas camadas forem opostas,<br />
todos elétrons estarão em um estado de spin antiparalelo em uma das duas<br />
camadas. Isto significa que nenhum elétron conseguirá se mover através do<br />
sistema, e a resistência total será alta (caso B na figura abaixo). Agora, imagine<br />
o uso desta estrutura em leitor de hard disk (HD): a magnetização da camada um<br />
é presa, enquanto a magnetização da camada três é livre para movimentar-se e<br />
pode ser influenciado na variação do campo magnético no hard disk. A<br />
magnetização das duas camadas magnéticas no leitor irá então ser<br />
alternadamente paralelas e antiparalelas. Isto vai levar a variação da resistência e<br />
da corrente através do leitor. Se a corrente é o sinal deixado no leitor, corrente<br />
alta significa binário um e corrente baixa binária zero.<br />
Figura 3 - Mesma direção de magnetização para todas as camadas.<br />
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Figura 4 - Direções opostas para as camadas magnéticas condutoras.<br />
4.3. GMR tornou-se referência<br />
Em meados dos anos 80 cientistas da área de magnetismo, perceberam<br />
novas possibilidades oferecidas por camadas nanométrica. Albert Fert e seus<br />
colaboradores criaram uma intercalação entre camadas de ferro-cromo-ferro,<br />
compostas de pouca quantidade de átomos cada, para ocorrência do evento<br />
foram forçados a trabalhar perto do vácuo e de usar baixas pressões de gases. E<br />
nesta configuração, os átomos irão gradualmente se anexando na superfície<br />
formando assim uma camada nanométrica. De maneira similar o grupo de Peter<br />
Grünberg forma um sistema simples composto por somente duas ou 3 camadas<br />
de ferro e crômio, fazendo uma intercalação de camadas. Por ter usado diferentes<br />
combinações de camadas, Fert registrou uma maior resistência magnética que<br />
Grünberg. O grupo francês viu a dependência da magnetização mudando a<br />
resistência para mais de 50%, enquanto o grupo alemão viu somente uma<br />
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diferença de apenas 10% de diferença na resistência. O efeito básico e a física<br />
por trás disso de certa forma são idênticos nos dois casos. Ambos os grupos<br />
notaram que haviam observado um fenômeno totalmente novo. Com a<br />
resistência magnética tradicional ninguém tinha registrado mais do que 1% de<br />
mudança na resistência. Albert Fert foi um dos que estabeleceram um novo<br />
conceito de Giant <strong>Magneto</strong> Resistance para descrever o novo efeito, e na sua<br />
primeira publicação ele apontou formas dela ser aplicada. Peter Grünberg<br />
também notou o potencial prático do fenômeno e patenteou ao mesmo tempo em<br />
que escrevia sua publicação.<br />
Para essa nova tecnologia ser comercializada, entretanto foi necessário<br />
um processo industrial para criação das camadas. O método usado por ambos<br />
(conhecido como epitaxy), foi trabalhoso e custoso, melhor adaptação para<br />
pesquisas de laboratório do que para processos em larga escala. Por causa disto,<br />
foi um importante passo quando Stuart Parkin, trabalhando nos EUA,<br />
demonstrou que era possível alcançar o mesmo efeito usando uma tecnologia<br />
bem mais simples chamada (sputtering). O efeito GMR atualmente não depende<br />
de camadas perfeitas. Isto significa que sistemas GMR podem agora ser<br />
produzido em uma escala industrial. O processo industrial combinado com a boa<br />
sensibilidade do leitor resultou em uma nova tecnologia tornando-se referência<br />
nos discos rígidos tão logo o primeiro leitor comercial produzido em 1997.<br />
4.4. A Nova eletrônica - Eletrônica spin<br />
GMR significa não somente uma inovação no armazenamento de<br />
informações do disco rígido (e para sensores magnéticos e outras aplicações). É<br />
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bastante interessante que está tecnologia pode ser considerada como um primeiro<br />
passo no desenvolvimento de um tipo de eletrônica completamente nova<br />
chamada de eletrônica do spin (spintronics). O pré-requisito geral do spintronics<br />
é devido à pequena dimensão criada pela nanotecnologia. A direção do<br />
spintronics só pode ser mantida por pequenas distâncias; a fina camada na<br />
direção do spin vai mudar antes que aja tempo para mudança do uso separado<br />
das propriedades dos elétrons com diferente spin (como alta e baixa resistência).<br />
No surgimento do GMR um sistema similar foi construído usando um<br />
isolante elétrico, ao invés de um metal não magnético, intercalado entre duas<br />
camadas de metal magnético. A corrente elétrica não deveria passar através da<br />
camada isolante, mais se esta for fina o bastante, os elétrons passarão, usando o<br />
efeito quântico chamado tunelamento.<br />
Entretanto, este novo sistema é chamado TMR (tunnelling<br />
magnetoresistance). Com o TMR, até mesmo a grande diferença na resistência<br />
pode ser criado por um pequeno campo magnético, e as novas gerações de<br />
leitores já usam está nova tecnologia.<br />
4.5. Memória Universal<br />
Ainda há uma outra aplicação para spintronics , que já começou a surgir, é<br />
uma memória de trabalho magnético chamada MRAM. Para suprir o disco<br />
rígido, onde a informação é armazenada permanentemente, os computadores<br />
precisam de uma rápida memória de trabalho. Esta é usualmente chamada de<br />
RAM, Random Acess Memory. Na memória RAM o computador armazena<br />
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toda a informação que ele precisa para conseguir processar informação enquanto<br />
ele funciona. Mas a desvantagem desta memória usada hoje é que ela é incapaz<br />
de armazenar qualquer informação permanentemente se esta não for salva.<br />
Como este texto está sendo escrito somente na memória RAM do computador,<br />
se alguém desligar o computador sem salvar o texto será perdido.<br />
O ponto da MRAM é que é possível usar TMR tanto para leitura como<br />
para escrever informação e, portanto criar uma memória magnética no<br />
computador que é rápida e facilmente acessível. MRAM pode, entretanto ser<br />
usada como memória, em oposição à lentidão do disco rígido, mais também<br />
pode ser usado como memória permanente, que não depende da força elétrica.<br />
Isto significa que MRAM poderá se desenvolver conjunto a memória universal<br />
que pode substituir ambas, a RAM tradicional e o disco rígido. A compactação<br />
deste sistema pode ser particularmente usado em pequenos encaixes de sistemas<br />
de computadores, em praticamente todos equipamentos de cozinha até<br />
automóveis.<br />
5. CONCLUSÃO<br />
A descoberta do efeito GMR abriu portas, para todo um novo campo de<br />
tecnologias, spintronics, onde ambos troca de elétrons e spin são utilizados. O<br />
surgimento da nanotecnologia foi pré-requisito para descoberta do GMR: agora<br />
spintronics estão se voltando na direção da força, além do desenvolvimento<br />
rápido da nanotecnologia. Está área de pesquisa é um exemplo raro de como a<br />
ciência fundamental e novas tecnologias conectadas se complementam.<br />
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6. BIBLIOGRAFIA<br />
1- “Giant <strong>Magneto</strong>resistance of (001)Fe/(001)Cr Magnetic Superlattices” by<br />
M.N. Baibich et al., Physical Review Letters<br />
Vol. 61, No. 21 (1988). (Albert Fert’s original article).<br />
2-“Enhanced magnetoresistance in layered magnetic structures with<br />
antiferromagnetic interlayer exchange”<br />
by G. Binasch et al., Physical Review B, Vol. 39, No. 7 (1989). (Peter<br />
Grünberg’s original article).<br />
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