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Sensores Capacitivos - DEMAR

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U N I V E R S I D A D E D E S Ã O P A U L O<br />

Escola de Engenharia de Lorena – EEL<br />

<strong>Sensores</strong><br />

<strong>Capacitivos</strong><br />

Disciplina : Eletrônica e Instrumentação<br />

Tiago Françoso<br />

Viviane I. Damasceno<br />

Prof. Carlos Yujiro Shigue


1-Introdução<br />

Capacitores<br />

O primeiro capacitor foi construído em 1746 pelo físico holandês Pieter van<br />

Musschenbroek, na Universidade de Leyden, na Holanda. Esse capacitor era<br />

constituído por uma garrafa de vidro, preenchida por água ou outro líquido.<br />

Uma rolha era usada como tampa e por essa tampa passava um condutor que<br />

entrava em contato com a água. Essa garrafa é conhecida até hoje como a<br />

Garrafa de Leyden.<br />

Capacitor é um componente que armazena energia num campo elétrico,<br />

acumulando um desequilíbrio interno de carga elétrica.<br />

Os formatos típicos consistem em dois eletrodos metálicos ou placas paralelas<br />

que armazenam cargas opostas. Estas duas placas são condutoras e são<br />

separadas por um dielétrico, sendo o mesmo uma substância que possui alta<br />

resistência ao fluxo da corrente elétrica.<br />

Figura1 - Quando uma diferença de potencial V = Ed é aplicada às placas<br />

deste condensador simples, surge um campo elétrico entre elas. Este campo<br />

elétrico é produzido pela acumulação de uma carga nas placas.<br />

A propriedade que estes dispositivos têm de armazenar energia elétrica sob a<br />

forma de um campo eletrostático é chamada de capacitância ou capacidade<br />

(C) e é medida pelo quociente da quantidade de carga (Q) armazenada pela<br />

diferença de potencial ou tensão (V) que existe entre as placas:<br />

Onde:<br />

C é dado em Farad;<br />

Q é dado em Coulomb;<br />

V é dado em Volt


A equação acima é exata apenas para valores de Q muito maiores que a carga<br />

do elétron (e = 1,602 × 10 −19 C). Porém quando o valor de Q não for muito<br />

maior do que a ordem da carga do elétron usa-se a equação abaixo:<br />

Onde:<br />

C é a capacidade em farad;<br />

ε 0 é a permissividade eletrostática do vácuo ou espaço livre (ε0 = 1/36p nF/m);<br />

ε r é a constante dieléctrica ou permissividade relativa do isolante utilizado;<br />

A é a área coberta pelo capacitor;<br />

d é a distância entre as placas.<br />

2- Tipos de <strong>Sensores</strong><br />

Figura 2 – Circuito com Capacitor<br />

<strong>Sensores</strong> são dispositivos que mudam seu comportamento sob a ação de uma<br />

grandeza física podendo fornecer diretamente ou indiretamente um sinal que<br />

indica esta grandeza.<br />

Sistemas computacionais industriais podem usar sensores para verificar se<br />

peças estão presentes ou ausentes, para medir peças, e mesmo para verificar<br />

se o produto está vazio ou cheio. O uso de sensores para monitorar processos<br />

é vital para o sucesso de uma manufatura e para assegurar a segurança do<br />

equipamento e do operador. De fato, os sensores executam tarefas simples<br />

mais eficientemente e mais precisamente do que pessoas. Os sensores são<br />

muito mais rápidos e cometem poucos erros.<br />

Existem vários tipos e modelos de sensores que variam conforme o objeto alvo<br />

de sensoriamento. Os mais comuns são: <strong>Sensores</strong> Indutivos, <strong>Sensores</strong><br />

<strong>Capacitivos</strong>, <strong>Sensores</strong> Fotoelétricos, <strong>Sensores</strong> Magnéticos e <strong>Sensores</strong> de<br />

Pressão ou toque.


2.1- <strong>Sensores</strong> <strong>Capacitivos</strong><br />

São sensores capazes de detectar a aproximação de objetos sem a<br />

necessidade de contato físico, com principio de funcionamento baseado na<br />

variação da capacitância.<br />

O fenômeno da capacitância elétrica é utilizado numa grande variedade de<br />

sensores devido a algumas características convenientes que ele apresenta.<br />

Basicamente, dois princípios podem ser utilizados para caracterizar uma<br />

determinada grandeza variante no tempo:<br />

• O primeiro princípio é baseado na variação da distância entre as placas do<br />

capacitor.<br />

• O segundo utiliza a variação do meio dielétrico existente no interior das placas<br />

do capacitor.<br />

Figura 3 – Sensor Capacitivo<br />

Princípio de Funcionamento<br />

A linha de sensores capacitivos é constituída de modo geral nos seguintes<br />

blocos:<br />

Figura 4 - Linha de Funcionamento<br />

Baseia-se no princípio da mudança de freqüência de oscilação de um circuito<br />

ressonante com a alteração do valor de capacitância formada pela placa<br />

sensível e o ambiente, devido à aproximação de um corpo qualquer. Esta<br />

capacitância pode ser alterada, praticamente por qualquer objeto que se<br />

aproxime do campo de atuação do sensor. A mudança de freqüência<br />

ocasionada pela alteração da capacitância da placa sensível é enviada a um<br />

circuito detector que transforma a variação da freqüência em nível de tensão. O<br />

circuito trigger, trata de receber o sinal de tensão gerado no detector e<br />

transformá-lo em onda quadrada adequada à excitar um circuito de comutação<br />

o que já é o suficiente para acionar circuitos externos.<br />

Os sensores capacitivos são largamente utilizados para a detecção de objetos<br />

de natureza metálica ou não, tais como: Madeira, papelão, cerâmica, vidro,<br />

plástico, alumínio, laminados ou granulados, pós de natureza mineral como


talco, cimento, argila e etc. Os líquidos de maneira geral são ótimos atuadores<br />

para os sensores capacitivos, não importando se são condutivos ou não, a<br />

viscosidade ou cor.<br />

Desta forma excelentes sistemas para controle de níveis máximos e mínimos<br />

de líquidos ou sólidos são obtidos com a instalação de um ou dois sensores,<br />

mesmo que mergulhados totalmente no produto. Para outros fins de detecção,<br />

tais como contagem de garrafas, caixas, pacotes ou peças, o sensor capacitivo<br />

dotado de ajuste de sensibilidade "T" é extremamente versátil, resolvendo<br />

problemas de automação, de difícil solução com sistemas convencionais<br />

3- Exemplos<br />

3.1 - Sensor Capacitivo de detecção de Umidade<br />

Neste exemplo propõe-se a utilização de sensores para medir o<br />

potencial de água no solo. Para isso foram construídos alguns sensores,<br />

através do uso de placas de cobre e alguns tipos de dielétrico como, por<br />

exemplo, gesso e papel.<br />

Utilizando-se um capacitor não lacrado, dotado de um meio dielétrico<br />

poroso, a variação da capacitância depende exclusivamente do tipo e da<br />

quantidade de matéria presente entre as placas, uma vez que os demais<br />

parâmetros que influenciam no valor da capacitância podem ser considerados<br />

constantes para este caso. Desta forma, a medida que o solo ao redor do<br />

sensor se torna mais úmido, o meio poroso que compõe o dielétrico, absorve<br />

uma determinada quantidade de água, proporcional à umidade presente no<br />

substrato. Analogamente, quando o solo se torna mais seco, o meio dielétrico<br />

perde água em função da umidade presente ao redor do sensor. Este<br />

comportamento se deve ao fenômeno de difusão da água através de meios<br />

porosos.<br />

Partindo da Equação (2) pode-se concluir que o valor da capacitância do<br />

sensor varia linearmente com a permissividade elétrica do meio, uma vez que<br />

tanto a distância entre as placas como a área das mesmas são constantes.<br />

Desta forma, a resposta elétrica do sensor depende exclusivamente das<br />

variações ocorridas no meio dielétrico.<br />

Um elemento complicador surge devido às placas dos sensores serem<br />

completamente recobertas por um verniz isolante, para evitar a oxidação do<br />

cobre enquanto as mesmas estiverem imersas no solo. Porém, a principal<br />

propriedade deste isolamento é a de eliminar o possível efeito de condução de<br />

cargas elétricas através do meio dielétrico que pode ocorrer dependendo da<br />

condutividade da água ou do solo.<br />

A Figura 6 apresenta a vista lateral do sensor de forma mais detalhada.<br />

O verniz é um meio dielétrico presente entre as placas do sensor. Sabe-se que<br />

quando existem vários meios dielétricos distintos colocados entre as placas, o<br />

capacitor resultante desta combinação possui comportamento análogo a vários<br />

capacitores associados em série, onde cada um possui exclusivamente um dos<br />

dielétricos que compõe a associação.


Figura 5- Vista lateral ampliada do sensor.<br />

Figura 6 - Representação elétrica equivalente do sensor.<br />

3.2 - Medição Capacitiva de Nível<br />

<strong>Sensores</strong> capacitivos podem ser usados para determinar nível de<br />

líquidos ou pós, por exemplo, tanto como interruptores on-off de nível ou como<br />

indicadores contínuos de nível.<br />

Um sensor capacitivo típico para medição contínua de nível consiste em<br />

uma haste isolada, ou algum eletrodo similar. O sensor é instalado em paralelo<br />

a uma parede vertical de um tanque feito de material condutor. À medida que o<br />

espaço entre a parede e o eletrodo é preenchido pelo material retido pelo<br />

tanque, a capacitância cresce na proporção do nível do material. Para<br />

instalações em tanques não-condutores, um segundo eletrodo é necessário. A<br />

capacitância pode ser lida por uma ponte ou por um circuito que converta<br />

linearmente capacitância em saída analógica ou digital.<br />

Interruptores de nível são geralmente instalados através das paredes de<br />

tanque para detectar a presença ou a ausência do material armazenado em<br />

uma dada altura.<br />

Dois projetos básicos são muito usados: um que usa a parede-tanque<br />

como uma placa do capacitor e outro que contém internamente ambas as<br />

placas. Em ambos os casos, funcionam através da detecção de mudança na<br />

capacitância quando cobertos pelo material armazenado.


3.3 - Análise de Composição<br />

Apesar de não ser muito comum, medições capacitivas podem ser<br />

empregadas para medir a composição de pós ou líquidos dielétricos. Sua<br />

utilidade principal está em determinar as proporções relativas de uma mistura<br />

com dois materiais diferentes ou em discriminar entre duas substâncias<br />

diferentes. Há, no entanto, limitações para uso dessa técnica, pois pode haver<br />

muitas substâncias diferentes com constantes dielétricas parecidas, fazendo<br />

com que a análise de composição capacitiva deva ser usada apenas em<br />

aplicações específicas.<br />

3.4 - Sensor capacitivo de proximidade<br />

Podem ser usados para detecção de qualquer tipo de material, tais<br />

como: papel, madeira, plástico, farinha, metais e etc.<br />

Utiliza como princípio de funcionamento a variação do dielétrico. Pois um<br />

oscilador alimenta um capacitor formado por duas placas em sua extremidade,<br />

que é a parte sensível do aparelho. Quando algum material ingressa nesta<br />

região, provoca uma variação de capacitância alterando o oscilador que é<br />

detectada pelo circuito de acionamento do Sensor Capacitivo, atuando sua<br />

carga em série.<br />

4- Referências<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Capacitor<br />

http://www.mecaweb.com.br/eletronica/deteccao/senscapac.php<br />

http://s2i.das.ufsc.br/seminarios/apresentacoes/tecnicas-sensoreamento.pdf<br />

http://educacao.uol.com.br/fisica/ult1700u57.jhtm<br />

http://www.priel.com.br/protecao-industrial/sensor-proximidade/index.html

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