criando valores para todos - Growing Inclusive Markets
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da África, na Mauritânia; e a Denmor, uma<br />
companhia têxtil que emprega 1.000 pessoas<br />
na Guiana. Mesmo organizações sem fins<br />
lucrativos estão presentes, como a HealthStore<br />
Foundation, uma rede de microfranquias<br />
de farmácias no Quênia, e a Pésinet, uma<br />
fornecedora de serviços de saúde infantil em<br />
Mali. Todos esses empreendedores visam<br />
lucros e impactos sociais em graus variados,<br />
mas buscam também soluções inovadoras <strong>para</strong><br />
o crescimento e a sustentabilidade financeira<br />
do negócio.<br />
Moçambique: As mulheres não precisam<br />
mais gastar horas buscando água do rio.<br />
Foto: Adam Rogers/UNCDF<br />
Gerando lucros e auto-sustentabilidade<br />
financeira. Os negócios com os pobres podem<br />
ser lucrativos, às vezes até mais do que os<br />
negócios com os ricos. O grupo hospitalar<br />
Narayana Hrudayalaya, um fornecedor de<br />
serviços de saúde cardiológica <strong>para</strong> os pobres<br />
na Índia, obteve um lucro de 20% em 2004 9<br />
– quase 4 pontos percentuais a mais que o<br />
maior hospital privado do país – graças ao<br />
grande volume de pacientes e um sistema<br />
de pagamento e financiamento inovador. A<br />
Sulahb, fornecedora de saneamento de baixo<br />
custo, também na Índia, obteve um lucro de<br />
$5 milhões em 2005, proveniente da sua<br />
estratégia de geração de renda, construindo<br />
e operando banheiros públicos e instalando<br />
banheiros particulares; seus serviços foram<br />
utilizados por um público estimado em 10<br />
milhões de pessoas na Índia. Nas Filipinas, a<br />
Smart Communications, uma operadora de<br />
serviços bancários via telefonia móvel, que<br />
permite o envio de remessas internacionais e<br />
outros serviços, tornou-se o maior fornecedor<br />
de telecomunicações do país com um modelo de<br />
negócios cujo lema é “tornar o telefone celular<br />
o mais barato e acessível possível <strong>para</strong> os<br />
Filipinos”. 10 Dos lucros da Smart em 2006, 99%<br />
vieram de cartões pré-pagos. Em 2003, com<br />
uma renda líquida de aproximadamente $288<br />
milhões, a Smart foi a empresa mais rentável<br />
do ano entre as 5.000 maiores corporações<br />
nas Filipinas. 11 Instituições de microfinanças<br />
também já provaram o seu grande potencial<br />
<strong>para</strong> lucros acima do índice de mercado,<br />
obtendo, em alguns casos, mais de 23% de<br />
retorno em patrimônio líquido. 12<br />
Nos dias atuais, o lucro torna-se mais um<br />
meio do que um objetivo principal. Muitos<br />
modelos de negócios inclusivos, como aqueles<br />
formados por organizações da sociedade<br />
civil e empreendedores sociais, são projetados<br />
principalmente <strong>para</strong> enfrentar os problemas da<br />
sociedade. Ainda assim, a auto-sustentabilidade<br />
financeira – obtida através de estratégias<br />
empreendedoras e de geração de renda – permite<br />
que eles aumentem o seu alcance e impacto.<br />
A HealthStore Foundation, por exemplo, uma<br />
organização internacional, expandiu suas atividades<br />
rapidamente ao estabelecer um modelo de negócio<br />
baseado em um sistema de microfranchising. Suas<br />
lojas combinam princípios de microempresa com<br />
práticas de franquia <strong>para</strong> fornecer medicamentos<br />
essenciais e serviços básicos de saúde <strong>para</strong><br />
comunidades. Através das suas 64 lojas espalhadas<br />
pelo Quênia, a HealthStore Foundation atende<br />
aproximadamente 400.000 pacientes a cada ano. 13<br />
Promovendo a inovação. O motivo <strong>para</strong> se fazer<br />
negócios com os pobres nem sempre é o lucro<br />
imediato. Algumas vezes trata-se do crescimento<br />
de longo prazo e da competitividade. Esse é o<br />
caso especialmente <strong>para</strong> firmas maiores, incluindo<br />
multinacionais estrangeiras, <strong>para</strong> quem negociar<br />
com os pobres pode gerar inovação – fator<br />
essencial <strong>para</strong> a competitividade e o crescimento<br />
dos negócios.<br />
CAPÍTULO 1. OPORTUNIDADES PARA AS EMPRESAS - E PARA OS POBRES<br />
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