criando valores para todos - Growing Inclusive Markets
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Aumentando as rendas. Fazer negócios com<br />
os pobres possibilita o aumento de suas rendas<br />
– tanto através do aumento da produtividade<br />
quanto de novas oportunidades econômicas,<br />
como empregados, fornecedores, distribuidores<br />
ou desempenhando tarefas similares. A Amanco<br />
espera que a renda dos produtores rurais seja<br />
triplicada com os aumentos de produtividade<br />
viabilizados pela empresa. Na China, a<br />
Huatai fornece fontes alternativas de renda<br />
<strong>para</strong> madeireiros locais e aumenta de forma<br />
significativa a renda de aproximadamente 6.000<br />
famílias rurais.<br />
A elevação de renda dos pobres pode<br />
resultar no surgimento de multiplicadores<br />
econômicos dentro da comunidade local,<br />
aumentando indiretamente a renda de muitos<br />
outros. Na Polônia, além dos empregos gerados<br />
e dos serviços de tecnologia de informação e<br />
comunicação fornecidos diretamente pela DTC<br />
Tyczyn, a comunidade beneficiou-se indiretamente<br />
com desmembramentos econômicos que<br />
estabeleceram novos negócios e desencadearam o<br />
aumento do valor de terras em cinco vezes.<br />
Capacitando os pobres. Fazer negócios com os<br />
pobres os capacita de forma significativa, tanto<br />
como indivíduos quanto como comunidades.<br />
Aumentando a conscientização, fornecendo<br />
educação básica, incluindo grupos discriminados<br />
e dando-lhes nova esperança e orgulho, os<br />
modelos de negócios inclusivos podem trazer<br />
a confiança e a força de que precisam <strong>para</strong><br />
escaparem da miséria por seus próprios meios.<br />
No Quênia, os empréstimos fornecidos pelo K-REP<br />
Bank, um fornecedor de microfinanciamento<br />
comercial, são não apenas fontes de investimentos<br />
ou de capital de trabalho, mas também de<br />
autoconfiança e independência.<br />
Alguns modelos de negócios inclusivos<br />
contribuem <strong>para</strong> o desenvolvimento humano<br />
de todas as quatro maneiras. A Amanz’abantu,<br />
um fornecedor de água e saneamento, está<br />
atendendo às necessidades básicas da população<br />
na África do Sul com o fornecimento de serviços<br />
em áreas rurais pobres. Tornando os pobres mais<br />
saudáveis, a companhia ajuda-os a se tornarem<br />
mais produtivos. Como as mulheres não gastam<br />
mais tantas horas buscando água, elas têm a<br />
possibilidade de aumentar a sua renda gastando<br />
mais tempo com atividades produtivas. Além<br />
disso, a Amanz’abantu contribui através da sua<br />
estrutura de propriedade, a qual apresenta como<br />
os proprietários de uma porção considerável das<br />
suas ações empresas que eram historicamente<br />
desvantajosas.<br />
Contribuir <strong>para</strong> o desenvolvimento humano<br />
implica que os pobres e, conseqüentemente, as<br />
sociedades em geral, não são prejudicadas por<br />
um modelo de negócio. Infelizmente, alguns<br />
modelos causam o esgotamento dos recursos<br />
naturais de uma comunidade ao atender às<br />
necessidades imediatas de alguns beneficiários.<br />
Mas os negócios com os pobres não precisam<br />
ser realizados em detrimento do meio ambiente.<br />
Os estudos de caso, bem como o trabalho do<br />
Programa das Nações Unidas <strong>para</strong> o Meio<br />
Ambiente e de outras organizações sobre o<br />
consumo e a produção sustentável demonstram<br />
como os modelos de negócios podem promover a<br />
sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento<br />
humano simultaneamente. 29<br />
Em Mali, os sistemas fotovoltaicos<br />
domiciliares usados pelas companhias<br />
rurais de serviços de energia (montados<br />
pela Électricité de France e seus parceiros)<br />
emitem 95% menos dióxido de carbono<br />
do que as fontes de energia tradicionais,<br />
enquanto os seus geradores a diesel emitem<br />
aproximadamente 85% menos.<br />
Em Trinidad e Tobago, o MT. Plaisir Estate<br />
Hotel está transformando um vilarejo rural<br />
pobre em uma comunidade vibrante e autosustentável,<br />
e ao mesmo tempo protegendo<br />
o meio ambiente e a biodiversidade<br />
(incluindo a tartaruga leatherback, ameaçada<br />
de extinção, que é uma das principais<br />
atrações). O hotel coleta o lixo biodegradável<br />
das cozinhas <strong>para</strong> o uso como fertilizante na<br />
sua fazenda, que produz frutas, verduras e<br />
carnes diversas <strong>para</strong> o resort.<br />
No Brasil, onde a Sadia, gigante do setor<br />
de alimentos, forneceu biodigestores <strong>para</strong><br />
os seus produtores de suínos, os dejetos da<br />
criação de porcos são transformados em<br />
recursos – produzindo biofertilizantes e<br />
ração <strong>para</strong> peixes, fornecendo uma fonte de<br />
energia renovável e gerando renda adicional<br />
<strong>para</strong> os produtores rurais através da venda<br />
de créditos de carbono. A sustentabilidade<br />
ambiental e a redução da pobreza podem,<br />
assim, caminhar juntos.<br />
A CocoTech, uma companhia Filipina,<br />
transforma o refugo da casca do coco<br />
em redes de fibra que previnem a erosão<br />
do solo. Os fornecedores da CocoTech<br />
(produtores de coco), processadores,<br />
entrelaçadores e tecelões (mulheres dos<br />
vilarejos) e os operadores das debulhadoras<br />
(os homens dos vilarejos) são, na sua grande<br />
maioria, provenientes das áreas rurais<br />
pobres. A CocoTech, que teve a sua fundação<br />
em 1993, alcançou o patamar das empresas<br />
de médio porte, com uma receita acima de<br />
$300.000 em 2006.<br />
CAPÍTULO 1. OPORTUNIDADES PARA AS EMPRESAS - E PARA OS POBRES<br />
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