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Volume 32 No 1 - sbmet

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Boletim SBMET abril 2008<br />

ENTREVISTA<br />

ELEMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DE UMA<br />

POLÍTICA SOBRE AQUISIÇÃO E DISSEMINAÇÃO<br />

DE DADOS METEOROLÓGICOS<br />

Antonio Divino Moura-INMET<br />

diretor@inmet.gov.br<br />

1. A IMPORTÂNCIA DA COLETA E DO ARQUIVO<br />

DE DADOS GEOFÍSICOS (METEOROLÓGICOS<br />

HIDROLÓGICOS, OCEÂNICOS, SÍSMICOS, ...)<br />

A coleta e a análise de dados geofísicos (meteorológicos,<br />

oceânicos, hidrológicos, sísmicos,...) e ambientais<br />

são de extrema importância para um melhor<br />

entendimento do nosso ambiente natural e suas variações<br />

no tempo e no espaço, e proporcionar suporte<br />

científico para decisões governamentais voltadas para<br />

a preservação da habitabilidade de nosso planeta.<br />

Nesse mister, torna-se fundamental uma política<br />

nacional de aquisição e disseminação de dados<br />

meteorológicos e oceânicos, não só para atender<br />

adequadamente a rotina operacional dos Serviços<br />

Nacionais de Meteorologia e Hidrologia (SNMHs),<br />

como também à demanda por dados para a pesquisa<br />

científica e para a educação. Os dados coletados e<br />

disseminados em decorrência dessa Política somar-seiam<br />

aos coletados especificamente para experimentos<br />

(GATE, GARP, TOGA, LBA, ...).<br />

Argumenta-se que, quanto maior o número de<br />

pesquisadores fazendo uso efetivo dos dados em prol<br />

do avanço científico e tecnológico e da educação de<br />

futuros pesquisadores, maior será o benefício social e<br />

econômico do investimento feito pelo país na coleta,<br />

arquivo e disseminação de dados de qualidade.<br />

2. DADOS HISTÓRICOS: UM PATRIMÔNIO DO PAÍS<br />

O clima de um país faz parte de seu patrimônio<br />

geográfico, cultural e econômico. Os dados são os<br />

registros da sua história e da sua evolução e dão<br />

suporte básico ao desenvolvimento nos mais variados<br />

setores da vida do país, notavelmente na agricultura<br />

e pecuária, nos recursos hídricos e também nos<br />

transportes, em suas modalidades aérea, aquaviária<br />

e terrestre, no turismo, e na salvaguarda da vida<br />

humana e do patrimônio, em suas várias regiões. O<br />

Brasil, em função de suas dimensões continentais,<br />

apresenta expressiva variabilidade climática e tem<br />

uma realidade de dados históricos coletados bem<br />

variada. Isto, em grande parte, deve-se à diferenciada<br />

implantação de sua rede básica, no início do século<br />

XX, contemplando regiões ao redor do Rio de<br />

Janeiro, sede do governo federal à época, e do<br />

Instituto Nacional de Meteorologia - INMET (antes<br />

Observatório Nacional; com raízes na Repartição<br />

Central Meteorológica da Marinha do Brasil), e na<br />

atuação de pioneiros no Rio Grande do Sul, São<br />

Paulo e Minas Gerais.<br />

A imensidão da Amazônia e do Centro-Oeste e as<br />

dificuldades que perduram até hoje, de se instalar e<br />

manter efetivamente redes de observação, resultaram<br />

em poucas estações em operação contínua,<br />

perdendo o Brasil o registro da história de seu<br />

clima, prejudicando o desenvolvimento de estudos<br />

e pesquisas na atualidade. Hoje, mais do que nunca,<br />

os dados históricos mostram-se imprescindíveis para<br />

melhor entender as flutuações climáticas e a realidade<br />

das suas mudanças nas escalas regional e local, onde<br />

os modelos ainda têm dificuldade em captar bem a<br />

intensidade e a distribuição espacial das supostas<br />

alterações, como modeladas.<br />

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