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UnicaPhoto - Ed.04

Revista sobre fotografia contemporânea publicada pelo curso de fotografia da Universidade Católica de Pernambuco

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DICAS<br />

Uma viagem pela história da<br />

fotografia através da obra de<br />

Jorge Pedro Sousa<br />

Julianna Nascimento Torezani<br />

O livro Uma história crítica do fotojornalismo<br />

ocidental, uma viagem pela história da fotografia,<br />

foi escrito pelo pesquisador português Jorge<br />

Pedro Sousa como tese de doutoramento em<br />

1997, lançado em 1998 em Portugal e editado<br />

no Brasil em 2004. Conta desde a invenção<br />

e o desenvolvimento desta, no século 19 na<br />

França e na Inglaterra, até o início do século<br />

21. Com foco no fotojornalismo, o livro narra os<br />

grandes acontecimentos registrados indicando<br />

os nomes dos principais fotógrafos. Também<br />

historia os equipamentos surgidos ao longo<br />

dos séculos 19 e 20 (como as câmaras Leica e<br />

Ermanox, lentes mais luminosas e filmes mais<br />

sensíveis), bem como o lançamento de flashes<br />

até as câmaras digitais. Trata também dos<br />

processos fotográficos criados para diminuir o<br />

tempo de exposição à luz e melhorar a qualidade<br />

da imagem (como o uso de albumina, colódio<br />

úmido e gelatina).<br />

O autor relata os primórdios do desenvolvimento<br />

da fotografia no século 19 e depois divide<br />

o século 20 em três períodos que ele chama<br />

de “revolução”, pelas mudanças que cada<br />

momento apresentou. A primeira ‘revolução’<br />

ocorreu nas décadas de 1920 a 1950. A segunda<br />

compreende as décadas de 1960 e 1970<br />

e a terceira os anos 1980 e 1990. Quanto ao<br />

fotojornalismo, o primeiro tabloide fotográfico foi<br />

Daily Mirror, lançado em 1904, com o processo<br />

de autocromia criado pelos Irmãos Lumiére.<br />

Os jornais (como The Illustrated London<br />

News, Illustrated Daily News, The Sunday Times),<br />

as revistas (como a Vu, Regards, Vogue,<br />

Picture Post e Life) e as agências de notícias e<br />

de fotografias (como a Associated Press, Reuters,<br />

Magnum, Gamma, Sygma, Sipa, Viva, Vu)<br />

que iniciaram as publicações na imprensa são<br />

apresentados neste livro, relatando inclusive as<br />

histórias e as modificações editoriais, tecnológicas<br />

e econômicas que ocorreram em diversas<br />

fases.<br />

A publicação destaca ainda as imagens de<br />

conflito, iniciando com as fotografias de Roger<br />

Fenton da Guerra da Criméia e as de Mathew<br />

Brady, Alexander Gardner, George Barnard e<br />

Timothy O’Sullivan da Guerra de Secessão<br />

Americana, ambas no século 19. Na Primeira<br />

Guerra Mundial, a fotografia serviu de manipulação,<br />

de propaganda e para o reconhecimento<br />

aéreo. A Guerra Civil Espanhola traz a famosa<br />

fotografia de Robert Capa intitulada Morte de<br />

um Soldado Miliciano em 1936 e a Segunda<br />

Guerra Mundial marcou imageticamente com<br />

fortes registros de vários fotógrafos, entre<br />

eles George Rodger, Joe Rosenthal, Lee Miller,<br />

Alfred Eisenstaedt, além do próprio Capa.<br />

A Guerra do Vietnã traz as mais importantes<br />

fotografias do século 20, como a da menina de<br />

9 anos nua e gravemente queimada, correndo<br />

para fugir de um ataque de napalm feita por<br />

Huynh Cong Ut, que ganhou o Prêmio Pulitzer<br />

do ano 1973 e se transformou no símbolo do<br />

conflito. Para Sousa, “depois da fotografia, a<br />

guerra nunca mais seria a mesma”.<br />

Sousa aponta que nos anos 1990 surgiram<br />

novas tendências gráficas, com fotografias ilustrativas,<br />

ao invés de fotojornalísticas, além da<br />

geração computacional de imagens e controle<br />

sobre a movimentação dos fotojornalistas em<br />

cenários bélicos. No século 21 em função do<br />

atentado terrorista em Nova York, muitas edições<br />

especiais foram feitas de jornais e revistas<br />

para publicação em 12 de setembro repletas de<br />

imagens do acontecimento. “As pessoas compraram<br />

os jornais de 12 de Setembro não só<br />

para ler as análises e as notícias, mas também<br />

para rever as imagens e guardá-las religiosamente<br />

(os jornais desta vez não foram deitados<br />

no lixo)”, de acordo com Sousa.<br />

Vale a pena ler esta obra de Jorge Pedro<br />

Sousa pesquisando em outros livros, revistas<br />

e na Internet as imagens apresentadas. Assim,<br />

este livro abre os caminhos para o conhecimento<br />

da fotografia de maneira profunda, clara e<br />

objetiva.<br />

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