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Julho 2007 - Cremers

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Mobilização<br />

<strong>Cremers</strong>: ações com resultados concretos<br />

Mobilização<br />

entidades médicas<br />

gaúchos<br />

Secretário da saúde do Estado (D) – ao lado do presidente do <strong>Cremers</strong><br />

Dr. Marco Antônio Becker – prometeu defender as reivindicações<br />

das entidades médicas e hospitalares no Ministério da Saúde<br />

de protesto contra a defasagem<br />

no reajuste da tabela do SUS, que<br />

permanece praticamente congelada<br />

há 14 anos.<br />

Uma das propostas discutidas<br />

define que se após a paralisação<br />

de 27 de agosto não ocorrer a<br />

sensibilização do Governo Federal,<br />

o movimento poderá gradativamente<br />

aumentar os dias de<br />

greve a partir de setembro.<br />

Segundo o secretário Terra, “a<br />

proposta da Secretaria Estadual<br />

remonta a um projeto já apresentado<br />

em 1995, e seria uma forma<br />

de garantir o reajuste da tabela do<br />

SUS”. A proposta ainda não tem<br />

data para ser enviada ao Ministério<br />

da Saúde, pois aguarda contraproposta<br />

do Movimento Mais Saúde<br />

para os Hospitais.<br />

No Rio Grande do Sul, 14 hospitais<br />

foram fechados nos últimos<br />

dez anos, sendo que onze deles<br />

interromperam as atividades só<br />

de 2002 até agora. Houve o corte<br />

de dois mil leitos e de 10 mil postos<br />

de trabalho nesse período.<br />

REALIDADE PRÁTICA DAS RELAÇÕES COM O SUS<br />

Defasagem acumulada SUS a partir<br />

do Plano Real<br />

Variação até<br />

dezembro de 2006<br />

Tabela SUS (impacto receita hospitais) 37,30%<br />

IGP-M (FGV) 418,30%<br />

Inflação dos hospitais 386,20%<br />

Gasolina 528,61%<br />

Energia Elétrica 595,53%<br />

Comunicações 613,06%<br />

Água 533,04%<br />

Gás de Cozinha 672,01%<br />

Transporte Urbano 626,87%<br />

UFRGS - Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas - EPE<br />

Médicos do<br />

Nordeste reagem<br />

Os médicos vêm trabalhando há anos no setor público com valores<br />

defasados. A situação está ficando cada vez mais insustentável, a<br />

ponto de causar interrupção no atendimento à população, como<br />

aconteceu em Recife, onde 108 médicos plantonistas dos principais hospitais<br />

públicos pediram demissão coletiva no dia 23 de julho.<br />

Os profissionais estavam negociando reajuste nos vencimentos com o<br />

governo do Estado. Reivindicavam que o salário-base inicial (R$ 1.400,00)<br />

fosse elevado para R$ 2.161,00. O governo estadual ofereceu apenas R$<br />

100,00 de gratificação aos médicos que trabalham nas emergências dos<br />

hospitais públicos. A proposta foi considerada desrespeitosa pela categoria,<br />

que cobra melhores condições de trabalho, salários dignos e estruturação<br />

do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos [PCCV].<br />

Em Alagoas, os médicos hematologistas e neurocirurgiões da rede pública<br />

entregaram à Secretaria de Administração do Estado cartas de demissão,<br />

depois de mais de 50 dias em greve. A categoria reivindicava reajuste<br />

salarial de 50%, o que elevaria o menor vencimento para R$ 1,5 mil, mas<br />

o governo ofereceu apenas 5%, sob a alegação de descumprimento da<br />

Lei de Responsabilidade Fiscal. Os dois movimentos receberam apoio do<br />

Conselho Federal de Medicina.<br />

Números da crise que atinge hospitais,<br />

prejudica médicos e a qualidade no<br />

atendimento à população<br />

Os hospitais filantrópicos efetuam 70,2% das internações do<br />

SUS. Nos outros estados, a média do setor é de 40%. São mais<br />

de 525 mil internações por ano.<br />

A Rede Filantrópica do RS é de 239 hospitais, 55 mil trabalhadores,<br />

25 mil leitos (17 mil direcionados ao SUS). São feitas mais<br />

de 520 mil internações por ano.<br />

Desde o começo do Plano Real, os valores pagos pelo SUS subiram<br />

em média 37,3%. No mesmo período, a inflação hospitalar<br />

foi de 389% (dado de dezembro de 2006).<br />

Os hospitais recebem somente R$ 55 de cada R$ 100,00<br />

gastos na assistência a um paciente do SUS. O valor que deixa de<br />

ser custeado representa déficit de 81,8%. A ampliação em R$ 42<br />

milhões no teto mensal do SUS no Estado iria suprir a diferença.<br />

Resultado concretos da crise: 14 hospitais fechados em 10<br />

anos (11 nos últimos quatro anos) e fechamento de 2 mil leitos e<br />

de 10 mil postos de trabalho desde 2002.<br />

Hoje, 20 hospitais enfrentam forte crise financeira.<br />

JORNAL DO CREMERS ● JULHO <strong>2007</strong><br />

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