Caderno de Prova 1ª Etapa do PIAS - Uniube
Caderno de Prova 1ª Etapa do PIAS - Uniube
Caderno de Prova 1ª Etapa do PIAS - Uniube
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
8 <strong>PIAS</strong> Programa <strong>de</strong> Ingresso por Avaliação Seriada <strong>1ª</strong> <strong>Etapa</strong> 21 novembro <strong>de</strong> 2010<br />
Questão Nº 10<br />
Toda a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>rrota<br />
esta fome universal;<br />
uns dão a culpa total<br />
à câmara, outros à frota.<br />
A frota tu<strong>do</strong> abarrota<br />
<strong>de</strong>ntro nos escotilhões<br />
– a carne, o peixe, os feijões –<br />
e se a câmara olha, e ri<br />
porque anda farta até aqui,<br />
é cousa que me não toca.<br />
Ponto em boca!<br />
Se dizem que o marinheiro<br />
nos prece<strong>de</strong> a toda a lei,<br />
porque é serviço <strong>de</strong>lrei,<br />
conce<strong>do</strong> que está primeiro;<br />
mas tenho por mais inteiro<br />
o conselho que reparte<br />
com igual mão, igual arte<br />
por to<strong>do</strong>s jantar, e ceia.<br />
Mas frota co a tripa cheia,<br />
e povo co a pança oca?<br />
Ponto em boca!<br />
(DAMASCENO, Darcy. Os melhores poemas <strong>de</strong> Gregório <strong>de</strong><br />
Matos. 6ed. São Paulo: Global, 2001, p.98)<br />
O fragmento acima representa qual <strong>do</strong>s estilos temáticos <strong>de</strong><br />
Gregório <strong>de</strong> Matos?<br />
A) Poesia sacra, por falar da fé cristã perante a fome.<br />
B) Poesia líricoamorosa, por falar das paixões <strong>do</strong>s<br />
marinheiros.<br />
C) Poesia burlesca, por retratar as cenas cotidianas da<br />
cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
D) Poesia satírica, por criticar os políticos e a exploração que<br />
produz a fome <strong>do</strong> povo.<br />
E) Poesia nacionalista, por mostrar as maravilhas <strong>de</strong> nosso<br />
país, em especial <strong>do</strong> Recife.<br />
Questão Nº 11<br />
AOS ÓCULOS<br />
Só fingem que põem<br />
o mun<strong>do</strong> ao alcance<br />
<strong>do</strong>s meus olhos míopes.<br />
Na verda<strong>de</strong> me exilam<br />
Dele com filtrarlhe<br />
A menor imagem.<br />
Já não vejo as coisas<br />
como são: vejoas como querem<br />
que as veja.<br />
Com base na leitura <strong>do</strong> poema anterior, analise as afirmações<br />
que seguem:<br />
I) A metáfora <strong>do</strong>s óculos mostra uma visão distorcida,<br />
imposta pelo capitalismo.<br />
II) O po<strong>de</strong>r tem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter uma realida<strong>de</strong><br />
paralela afastada das coisas como elas são criadas.<br />
III) Os óculos funcionam como filtro da realida<strong>de</strong>, impedin<strong>do</strong><br />
a perfeita consciência <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
IV) O sistema, o outro é quem vê; portanto, anulase a<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal, crian<strong>do</strong>se a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> coletiva, a<br />
socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> massas: to<strong>do</strong>s pensam, <strong>de</strong>sejam e olham<br />
apenas uma falsa realida<strong>de</strong>.<br />
V) O eu–lírico agra<strong>de</strong>ce ao sistema por antecipar sua<br />
condição <strong>de</strong> Édipo: o que fura os próprios olhos.<br />
São CORRETAS as afirmações contidas em:<br />
A) I, III, IV, V, apenas<br />
B) I, II, III, IV, apenas<br />
C) II, III, IV, V, apenas<br />
D) I, II, III, V, apenas<br />
E) I, II, IV, V, apenas<br />
Questão Nº 12<br />
Com base na leitura <strong>do</strong> conto A curiosa metamorfose pop <strong>do</strong><br />
senhor Pláci<strong>do</strong>, <strong>de</strong> Zulmira Ribeiro Tavares, marque V para as<br />
alternativas verda<strong>de</strong>iras e F para as falsas:<br />
( ) O senhor Pláci<strong>do</strong>, gerente <strong>de</strong> uma loja <strong>de</strong> eletro<strong>do</strong>méstico,<br />
tem três coisas a fazer: ir à Bienal, ir ao enterro <strong>do</strong> amigo<br />
Tancre<strong>do</strong> Carvalho e comprar um penico para exame.<br />
( ) O senhor Pláci<strong>do</strong> é aconselha<strong>do</strong> por um amigo a apreciar<br />
a obra <strong>de</strong> arte com olhos <strong>de</strong> criança, já que não entendia<br />
nada <strong>de</strong> arte contemporânea. Esse amigo lhe explica a<br />
diferença entre o museu e a Bienal: nesta, a arte tangia o<br />
precário, o provisório, o perecível.<br />
( ) O protagonista não compra o penico, compra uma obra<br />
<strong>de</strong> arte e vai a seus <strong>de</strong>mais compromissos.<br />
( ) É <strong>de</strong> muita comicida<strong>de</strong> a cena em que o protagonista<br />
precisa se concentrar e relaxarse, ao mesmo tempo.<br />
Vemlhe à mente um livro <strong>de</strong> autoajuda, A timi<strong>de</strong>z<br />
vencida em <strong>de</strong>z lições.<br />
( ) O texto tornase um fluxo da consciência, com o<br />
protagonista e o narra<strong>do</strong>r associan<strong>do</strong> palavras e i<strong>de</strong>ias,<br />
arte e ciência, as cores roxo e rosa, até a obtenção <strong>do</strong><br />
produto para o exame.<br />
( ) É um texto sério, que reflete sobre questões relacionadas<br />
ao cotidiano <strong>do</strong> senhor Pláci<strong>do</strong>.<br />
A sequência CORRETA é:<br />
A) V F V F V F<br />
B) V V F V V F<br />
C) F V F V F V<br />
D) V F F V F F<br />
E) V V V F V F<br />
Logo, são eles que vêem,<br />
não eu que, mesmo cônscio<br />
<strong>do</strong> logro, lhes sou grato<br />
por anteciparem em mim<br />
o Édipo curioso<br />
<strong>de</strong> suas próprias trevas.<br />
(PAES, José Paulo. Prosas seguidas <strong>de</strong> o<strong>de</strong>s mínimas. São<br />
Paulo: Companhia das Letras, 2002, p.63)