Tabela 1 - Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP
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1. A RE<strong>SP</strong>EITO DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />
A importância <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong> revisão bibliográfica <strong>de</strong> um saber<br />
científico produzido, seja qual for o campo do conhecimento, está centrada<br />
no fato <strong>de</strong> que tal opção metodológica po<strong>de</strong> contribuir para a compreensão<br />
do estado da arte <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado tema, i<strong>de</strong>ntificando-se as mudanças<br />
ocorridas, as permanências, as posições coinci<strong>de</strong>ntes e discordantes, etc.<br />
No que tange à Aids, foram encontradas algumas revisões que merecem<br />
<strong>de</strong>staque, elencadas a seguir em or<strong>de</strong>m cronológica.<br />
Bueno e Valente (1993) fizeram um levantamento bibliográfico, no<br />
banco <strong>de</strong> dados Medline, da produção científica sobre Aids (artigos e<br />
resumos) publicada em inglês, <strong>de</strong> 1986 ao primeiro semestre <strong>de</strong> 1992.<br />
Obtiveram um total <strong>de</strong> 704 publicações, mais da meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>las (359)<br />
relacionada com educação (92), prevenção (85), hospitalização (83), saú<strong>de</strong><br />
da mulher (80), comunida<strong>de</strong> (50) e adolescência (49), com os restantes 345<br />
se relacionando com temas diversos, <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s governamentais a<br />
presidiários. Para os autores, é necessário que os profissionais que atuam<br />
na área <strong>de</strong> Aids façam pesquisas on<strong>de</strong> há carências <strong>de</strong> estudos, apontados<br />
pelo levantamento, como a questão da discriminação e do preconceito<br />
contra o portador do vírus HIV e os adolescentes, mais “(...) suscetíveis e<br />
vulneráveis a situações <strong>de</strong> risco”.<br />
Camargo Júnior (1994) <strong>de</strong>screve com brilhantismo, a partir <strong>de</strong><br />
levantamento <strong>de</strong>talhado <strong>de</strong> publicações técnico-científicas entre 1981 e<br />
1992, como a ciência, especificamente a medicina, ao construir teoricamente<br />
a Aids, constrói também novas representações coletivas, legitimando a<br />
discriminação contra grupos que, por suas particularida<strong>de</strong>s, são alvo <strong>de</strong><br />
preconceitos. Para o autor, entretanto, a narrativa médica sobre a Aids,<br />
durante muito tempo servindo <strong>de</strong> suporte para a intolerância e a<br />
discriminação, <strong>de</strong> uns tempos a esta parte tem “(...) servido como arma<br />
justamente contra a intolerância que inadvertidamente ajudou a criar”<br />
(p.162). O autor analisou 578 documentos, entre artigos (os mais<br />
freqüentes), capítulos <strong>de</strong> livros e publicações especiais.<br />
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