Tabela 1 - Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP
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Iorque (...)” (Parker, 1994:25), a imagem da Aids no país, construída entre<br />
83 e 85, foi a <strong>de</strong> uma doença que acometia prepon<strong>de</strong>rantemente<br />
homossexuais ricos, altamente promíscuos.<br />
Os casos foram se suce<strong>de</strong>ndo em número crescente, acompanhando<br />
o padrão americano e europeu, com a infecção pelo HIV primeiramente<br />
sendo <strong>de</strong>scrita em homossexuais masculinos, UDIs, hemofílicos e pessoas<br />
que receberam transfusão <strong>de</strong> sangue, diferente do padrão africano, on<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início a epi<strong>de</strong>mia já se mostrava heterossexual, acometendo<br />
homens e mulheres adultos, sexualmente ativos (Panos Institute The,<br />
1987:20). Inicialmente restrita a São Paulo e ao Rio <strong>de</strong> Janeiro, as duas<br />
maiores cida<strong>de</strong>s brasileiras, ao final da década <strong>de</strong> 80 a doença já tinha<br />
expandido sua área <strong>de</strong> abrangência para as diversas regiões do País<br />
(Dhalia, Barreira e Castilho, 2000; Parker, 1994:27).<br />
À medida que a Aids avançava, a socieda<strong>de</strong> começou a se organizar<br />
para o combate. Inicialmente, são os grupos diretamente atingidos<br />
(prepon<strong>de</strong>rantemente os homossexuais masculinos, à época) que se unem<br />
na luta contra a epi<strong>de</strong>mia (Silva, 1986:2, Guilhem, 2000:1), e esse<br />
movimento social surge “(...) concomitantemente às primeiras discussões<br />
governamentais, ocorridas em 1985. A resposta governamental aten<strong>de</strong> às<br />
pressões internas e externas, na medida em que durante os anos 80 gran<strong>de</strong><br />
parte dos países industrializados criam unida<strong>de</strong>s especiais ou coor<strong>de</strong>nações<br />
para conceber e gerar programas <strong>de</strong> luta contra a Aids” (Silva, 1998).<br />
Em 1985, em função <strong>de</strong> pressões advindas tanto interna como<br />
externamente, o Ministério da Saú<strong>de</strong> reconheceu a Aids como um problema<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública e, através da Portaria 236, estabeleceu as primeiras<br />
diretrizes do Programa <strong>de</strong> Controle e Prevenção da Aids (Moreno, 2001:1;<br />
Teixeira, 1994:3). Em 1986, a Aids entra no rol das doenças <strong>de</strong> notificação<br />
compulsória, pela Portaria Ministerial n.º 542 (Basso, 2002: 137).<br />
No enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Teixeira (1994), “(...) as políticas públicas<br />
relacionadas à Aids foram bastante tardias no âmbito fe<strong>de</strong>ral”, uma vez que<br />
alguns estados já as haviam adotado logo no início da epi<strong>de</strong>mia. Exemplo<br />
disso é o Estado <strong>de</strong> São Paulo, on<strong>de</strong> a Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>, já<br />
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