sexta-feira2007.09.28 02AEROPORTO DE BEJAProjecto. Criação de um <strong>aeroporto</strong> civil na cidade de Beja vai custar cerca de 33 milhões de eurosO <strong>voo</strong> <strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong>Com as obras a decorrer em bom ritmo, oAeroporto de Beja deverá estar operacional emOutubro de 2008.Com avanços tão palpáveis, começam a surgirperspectivas para a exploração económica <strong>do</strong><strong>aeroporto</strong>.Depois de avanços e recuos, polémicase debates, só em Fevereirodeste ano as obras <strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong> deBeja arrancaram verdadeiramente.Com a vinda <strong>do</strong> primeiro-ministro,José Sócrates, e o lançamento daprimeira pedra, estava da<strong>do</strong> umprimeiro sinal “físico” para que oprojecto entrasse em velocidadecruzeiro.Nos últimos oito meses, as obrastêm decorri<strong>do</strong> dentro da maiornormalidade e, segun<strong>do</strong> estima opresidente da Empresa de Desenvolvimento<strong>do</strong> Aeroporto de Beja(EDAB), José Queiroz, no primeiromês <strong>do</strong> Outono de 2008 o projectoterá condições parareceber e ver partir os primeirosaviões comerciais.Os alentejanos só agora acreditamneste projecto! Há muitosanos que se fala na hipótese daspistas da Base Aérea de Beja serempartilhadas, mas os sucessivosadiamentos retiraram credibilidadeao processo. Com avanços tãopalpáveis, começam a surgir perspectivaspara a exploração <strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong>.Os ganhos com as operaçõesque ali podem ter lugar “são muitoimportantes e os custos de operacionalizaçãorelativamente reduzi<strong>do</strong>s”,sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>scom aconstituição de um <strong>aeroporto</strong> queseja feito na totalidade.Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s ao“CA” pela EDAB, o <strong>aeroporto</strong> deBeja “tem potencialidades para sedesenvolver e assume a nível nacionalum papel que a prazo podeser estratégico, uma vez que poderácomplementar os <strong>aeroporto</strong>s deLisboa e Faro”.Virtudes de um projecto. Com aconstrução <strong>do</strong> IP8, que se afiguracomo o principal acesso ao <strong>aeroporto</strong>,por fazer a ligação à auto-es-Turismo no <strong>Alentejo</strong>ganha nova oportunidadeVítor Silva acreditaque <strong>aeroporto</strong> de Bejadará resposta à procuraturística <strong>do</strong> Baixo<strong>Alentejo</strong>.Presidente da RTPDconfia que com o empreendimentosurjammais investimentosturísticos na região.O presidente da Região de TurismoPlanície Dourada (RTPD) garanteque o futuro <strong>aeroporto</strong> de Bejaé uma oportunidade única que oturismo <strong>do</strong> Baixo <strong>Alentejo</strong>, e respectivosagentes, deve aproveitarao máximo, por forma a canalizarainda mais visitantes e investimentopriva<strong>do</strong> no sector turístico para aregião.Vítor Silva justifica o seu optimismocom a convicção, por um la<strong>do</strong>,de que o “<strong>aeroporto</strong> vai dar respostaa uma procura crescente que o<strong>Alentejo</strong>, nomeadamente o Baixo<strong>Alentejo</strong>, vai ter”, assim como é, poroutro la<strong>do</strong>, “um factor que alicia, elepróprio, o investimento”. “Ao saberseque temos aqui uma porta de entradaaérea, obviamente que maisinvestimento virá para a região”,sublinha.Ciente de que, “em termos dequantidade”, o <strong>aeroporto</strong> vai mexercom o actual turismo pratica<strong>do</strong> naregião, o presidente da RTPD alertatambém para o facto de o futuroequipamento poder permitir a chegadaao Baixo <strong>Alentejo</strong> de “um novotipo” de turistas.“Passamos a ter um outro tipode clientes. Actualmente, o grandeproduto turístico da região é o touringcultural e paisagístico. Mas osgrandes projectos que se estão a fazer,tipo resorts no litoral e tambémalguns projectos que temos no interior,são projectos que se dedicam aum tipo de turista diferente. É umturista mais ‘estaciona<strong>do</strong>’ naqueleAeroporto de Beja vai contribuir para “conquistar” mais turistas para o <strong>Alentejo</strong>empreendimento, até porque temum conjunto de equipamentos quefazem com ele vá desfrutan<strong>do</strong> dassuas férias”, explica.Apesar destas alterações que o<strong>aeroporto</strong> de Beja pode introduzirna realidade turística da região, VítorSilva não teme que o Baixo <strong>Alentejo</strong>se torne num novo Algarve ouacabe por imitar o exemplo sobre-lota<strong>do</strong> da costa mediterrânica deEspanha.“Não temos condições para terturismo de massas”, garante esteresponsável, reforçan<strong>do</strong> que o <strong>aeroporto</strong>de Beja e os novos investimentosturísticos <strong>do</strong> Baixo <strong>Alentejo</strong>acabarão por atrair “pessoas vocacionadaspara produtos de tipo resort,alia<strong>do</strong>s ao golfe e a outro tipode equipamentos”.Paralelamente, acrescenta VítorSilva, a região poderá também registarum crescimento no sector <strong>do</strong>“turismo de segunda habitação outurismo residencial”. “O <strong>aeroporto</strong>vai permitir o começo da existênciadesse produto, que actualmentenão temos”.Atribuin<strong>do</strong> ao <strong>aeroporto</strong> de Bejaum papel fulcral na definição e caracterização<strong>do</strong> futuro mapa turístico<strong>do</strong> Baixo <strong>Alentejo</strong>, Vítor Silvadefende que o empreendimentoseja “bem vendi<strong>do</strong>”, sobretu<strong>do</strong> àscompanhias aéreas de baixo custo[N.d.r.: as low-cost].“Depois <strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong> estar pronto,vamos passar por uma fase muitoimportante, que é a fase de vender o<strong>aeroporto</strong>. Vamos ter de promover opróprio <strong>aeroporto</strong>”, garante Vítor Silva,revelan<strong>do</strong> que, dada a importânciada infra-estrutura para a região,tanto a RTPD como a Turismo <strong>do</strong><strong>Alentejo</strong> “estão completamente disponíveispara participar no projectode promoção <strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong>”.
AEROPORTO DE BEJA03sexta-feira2007.09.28trada <strong>do</strong> Sul, será da<strong>do</strong> outro passoimportante de uma infra-estruturaque terá no turismo o seu “principalfactor de desenvolvimento”.Segun<strong>do</strong> explica a EDAB, o <strong>aeroporto</strong>de Beja “será basicamenteum low-cost airport, estan<strong>do</strong> nesteconceito claramente assumi<strong>do</strong> queterá uma estrutura de custos adequadaa este tipo de tráfego”. Ouseja, terá custos operacionais reduzi<strong>do</strong>s,custos de amortização mínimose infra-estruturas simples,com um só piso, circuitos directose equipamento mínimo.Refira-se, por outro la<strong>do</strong>, queuma das grandes apostas iniciais<strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong> alentejano será terNÚMEROS33.000.000.de euros é o volume de investimentoestipula<strong>do</strong> pela EDAB paraconstruir todas as áreas <strong>do</strong> novo<strong>aeroporto</strong> de Beja.200. postos de trabalhodirectos serão cria<strong>do</strong>s pelo futuro<strong>aeroporto</strong>. Cada emprego naaviação, por norma, gera quatropostos de trabalho indirectos.um papel complementar relativamenteao <strong>aeroporto</strong> de Faro.Isto porque, numa fase inicial, osempreendimentos turísticos planea<strong>do</strong>spara o Litoral Alentejanoe Alqueva ainda não estarão concluí<strong>do</strong>s.Nesse senti<strong>do</strong>, o destino Algarveafigura-se como potencial a explorar,permitin<strong>do</strong> que aquela regiãofique pronta a acolher merca<strong>do</strong>sturísticos fora <strong>do</strong> alcance <strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong>de Faro, devi<strong>do</strong> às limitações<strong>do</strong> comprimento da sua pista. Poroutro la<strong>do</strong>, fica também criadauma alternativa em momentos quea unidade aeroportuária algarviaapresente um esgotamento da suacapacidade.Importa ainda destacar que o<strong>aeroporto</strong> de Beja deverá afirmar-secomo sóli<strong>do</strong> complemento ao <strong>aeroporto</strong>de Lisboa, nomeadamente àPortela. Isto porque possui condiçõesnaturais excelentes para estaactividade, poden<strong>do</strong> operar to<strong>do</strong> odia. Este factor assegura condiçõesaos “cargueiros puros que serãocada vez mais difíceis de encontrarnos <strong>aeroporto</strong>s próximos <strong>do</strong>s centrosurbanos”. Como o <strong>aeroporto</strong>de Faro praticamente não processacarga, Beja deverá afirmar-se comoa plataforma de carga aérea paratoda a região a sul <strong>do</strong> Tejo.“O <strong>aeroporto</strong>de Beja será basicamenteum low-costairport, estan<strong>do</strong> nesteconceito claramenteassumi<strong>do</strong> que terá umaestrutura de custosadequada a este tipo detráfego.“Beja seráalternativa forte paracargueiros puros, queserão cada vez maisdifíceis de encontrar nos<strong>aeroporto</strong>s próximos<strong>do</strong>s centros urbanos.A história da BA 11A Base Aérea de Beja (BA11) foi criada em 1964 e ocupa uma áreacom cerca de 900 hectares nas re<strong>do</strong>ndezas da capital <strong>do</strong> Baixo <strong>Alentejo</strong>.A infra-estrutura militar foi construída com a finalidade de corresponderaos acor<strong>do</strong>s bilaterais entre Portugal e a então RepúblicaFederal da Alemanha, no senti<strong>do</strong> de proporcionar facilidades detreino operacional à Força Aérea daquele país, que se instalou comgrande monta em 1970, implican<strong>do</strong> com isso relevantes alteraçõesno quotidiano social e económico da cidade de Beja.Desde sempre, a unidade alentejana funcionou como aeródromode apoio a aviões militares, quer da Força Aérea Portuguesa querda Força Aérea Alemã. E também acolheu aviões comerciais para arealização de <strong>voo</strong>s de treino das companhias TAP e Lufthansa (Alemanha).Em 1987 a Esquadra 103, da Base Aérea de Monte Real, foi transferidapara a Beja, dan<strong>do</strong> início a uma nova fase da vida desta unidade,com aeronaves nacionais estacionadas em permanência. Este processocontinuou em 1993 com a instalação de mais três unidades aéreas.Com a partida <strong>do</strong>s alemães, em 1993, a Base começou a operarapenas com unidades portuguesas.AEROPORTO DE BEJA | UM PROJECTO EM MARCHAO <strong>aeroporto</strong> de Beja constitui uma infra-estrutura estratégica para o desenvolvimento <strong>do</strong> <strong>Alentejo</strong> e paraa sua afirmação como uma região mais competitiva e influente no território de Portugal. O planeamentoda EDAB aponta para a abertura a <strong>voo</strong>s civis no início <strong>do</strong> último trimestre de 2008.OBRASO reduzi<strong>do</strong> custo deste empreendimentoresulta da rentabilização que é possível realizarda pista militar da Base Aérea de Beja.Investimento total:33 milhões de eurosFase1(Iniciaram a 16 de Abril 2007)- Áreas Operacionais- Terraplanagens- Arruamentos- Parques de estacionamento- Caminhos de circulaçãoentre pistasFase 2(Último trimestre de 2007)Concurso público para construção:- Terminal de passageiros- Terminal de carga- Edifício de serviçosFase 3(Até final de 2007)Concursos finais:- Construção da ETAR- Abastecimento deCombustível- AjardinamentosÁREAS DEINFLUÊNCIAO <strong>aeroporto</strong> estágeograficamentesituada no centrode um círculo queabrange osmerca<strong>do</strong>s deLisboa, sul deEspanha, Algarve ecosta atlântica.Até170 km100 km70 km30 kmNTerrenos adjacentesao <strong>aeroporto</strong> representamuma janela de oportunidadespara instalação de empresasdevi<strong>do</strong> às óptimas condiçõesatmosféricasPistaprincipalPistasecundária60 m 30 m3.450 m 2.951 mA Base Aéreade Beja - BA11A Base ocupa umaárea de cerca de 900hectaresVOOSO <strong>aeroporto</strong> Bejaserá basicamente umlow cost airport(LCA), estan<strong>do</strong> nesteconceito claramenteassumi<strong>do</strong> que teráuma estrutura decustos adequada aeste tipo de tráfegoMaqueta provisória dasfuturas instalações <strong>do</strong><strong>aeroporto</strong> de BejaTerminal de passageirosZona de embarque e controlode segurança- Área útil: 2.095 m²- Área bruta: 2.500 m²Espaço reserva<strong>do</strong>para a chegadae partida <strong>do</strong>s aviõesTerminal de cargaA construir em módulos,sen<strong>do</strong> que o primeiro terácapacidade para30 000 toneladas.Entrada principalao terminalBombeirose armazensParque deestacionamentonorteEstrada em obrase de acesso ao <strong>aeroporto</strong>Acessosà pistaprincipal10 mCRONOLOGIA DA BASE AÉREA DE BEJA - BA111964Foi criada a Base Aérea deBeja - BA11 pela Portaria n.º20856 de 21 de Outubro,data que passou a serconsiderada como o "Diada Unidade".1967A constituição <strong>do</strong> Coman<strong>do</strong> daUnidade e respectivos serviçosteve lugar em 1967, manten<strong>do</strong>-seno entanto a construção dasinfra-estruturas que vieram aterminar em 1968.1970A unidade começou a serutilizada pela Força Aérea Alemãe funcionou como aeródromo deapoio a aviões militares e, ainda,a aviões comerciais da Lufthansae TAP, para <strong>voo</strong>s de treino.1987A Força Aérea Portuguesacomeçou a transferir para a BA11várias unidades aéreas queestavam estacionadas em outrasbases, dan<strong>do</strong> início a uma novafase da vida desta unidade.1993As esquadras da extinta BA 3 foramtransferidas, para a BA11. A baserecebeu também os novos aviõesAlpha-Jet. Saída das unidades alemãs,passan<strong>do</strong> a base a operar só comunidades portuguesas.Década de 90Desde o início desta décadaque se levanta a hipótesede utilização conjuntacivil/militar dasinfra-estruturas existentesem Beja.fonte: EDAB/Wikipediainfografia: I+G _ www.imaisg.com