08.07.2015 Views

O voo do aeroporto - Correio Alentejo

O voo do aeroporto - Correio Alentejo

O voo do aeroporto - Correio Alentejo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

AEROPORTO DE BEJA07sexta-feira2007.09.28Projecto. Bejenses confiantes mas expectantes quanto ao impacto <strong>do</strong> futuro <strong>aeroporto</strong> na cidadeCautela e cal<strong>do</strong>s de galinha...Apesar de optimistas emrelação ao projecto, bejensesesperam “ver para crer” nosucesso efectivo <strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong>de Beja.Ver para crer. Tal como São Tomé, tambémos habitantes de Beja aguardam com elevada<strong>do</strong>se de expectativa o impacte causa<strong>do</strong>pelo arranque <strong>do</strong> futuro <strong>aeroporto</strong> civil. Oprojecto é espera<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s há anos, masa cerca de 12 meses da sua concretização osbejenses medem bem as palavras quan<strong>do</strong>abordam o assunto e não entram em grandesconjecturas. Afinal, e como diz o povo,“cautela e cal<strong>do</strong>s de galinha nunca fizerammal a ninguém”.“As expectativas são boas. Mas a minhaexperiência de vida aconselha-me a esperare a ter alguma cautela. Não vamos embandeirarem arco, mas sim esperar para verpela concretização <strong>do</strong> projecto”, resume ao“<strong>Correio</strong> <strong>Alentejo</strong>” Carlos Calixto, professor esindicalista de 43 anos.Ao andar pelas ruas de Beja, dá para perceberque o <strong>aeroporto</strong> não figura propriamenteno topo das preferências de conversa<strong>do</strong>s bejenses. Porque se to<strong>do</strong>s já ouviramfalar <strong>do</strong> empreendimento, poucos admitemconhecer com exactidão o alcance <strong>do</strong> projecto.Daí as expectativas da maioria seremmuito vagas.“O que as pessoas esperam, essencialmente,é que o <strong>aeroporto</strong> traga algum movimentoao concelho de Beja e ao distrito.É uma oportunidade que poderá ser únicapara o nosso distrito dar um salto, pois estámuito para<strong>do</strong> e carente de desenvolvimento.Essencialmente, é isso que as pessoas pedem”,revela José Nogueira, funcionário públicode 46 anos.“Algumas coisas poderão melhorar. Masé difícil de dizer. Só quan<strong>do</strong> as coisas aconteceremé que poderemos dar uma respostamais concreta”, acrescenta Carlos Martins daCruz, de 48 anos, ao mesmo tempo que vaipassan<strong>do</strong> as mãos pelo tampo <strong>do</strong> balcão dasua loja no “coração” da cidade.Mais gente, mais emprego. Mas se aindasubsistem muitas dúvidas em relação àquiloque pode vir a ser o projecto <strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong> deBeja, os bejenses são totalmente assertivosNão vamos embandeirar emarco, mas esperar para ver pelaconcretização <strong>do</strong> projecto [<strong>do</strong><strong>aeroporto</strong> de Beja].“CARLOS CALIXTO, 43 ANOS, PROFESSOR/ SINDICALISTAÉ uma oportunidade que poderáser única para o nosso distritodar um salto, pois está muitopara<strong>do</strong> e carente de desenvolvimento.“JOSÉ NOGUEIRA, 46 ANOS, FUNCIONÁRIO PÚBLICOBeja está à espera de uma coisadestas. E se não for o <strong>aeroporto</strong>,é outra coisa. Urgente écriarem-se postos de trabalhona cidade.“FRANCISCO BICHO, 59 ANOS, COMERCIANTEAlgumas coisas poderão melhorar.Mas é difícil de dizer. Sóquan<strong>do</strong> as coisas acontecerem éque poderemos dar uma respostamais concreta.“CARLOS MARTINS DA CRUZ, 48 ANOS, COMERCIANTEquan<strong>do</strong> se trata de definir aquilo que é precisoque a futura infra-estrutura potencie nacidade.“Fala-se na multiplicação <strong>do</strong>s postos detrabalho e das populações e espero, realmente,que seja esse o efeito final. Faz to<strong>do</strong> osenti<strong>do</strong> que assim seja. Afinal, se não houverenvolvimento da população activa, em quenão haja empregos directos ou indirectos,[um investimento destes] não faz senti<strong>do</strong>”,sublinha José Palma, bancário de 52 anos.Mais gente, mais emprego, mais desenvolvimentoeconómico. Em suma, é “apenas”isto que os habitantes de Beja esperam<strong>do</strong> novo <strong>aeroporto</strong>.“O <strong>aeroporto</strong>, assim como outras infraestruturas,é uma das bases para o desenvolvimentodesta zona. Ao fim e ao cabo,para morto já chega e é necessário criar maisinvestimento e postos de trabalho. Porquedentro de pouco tempo, e nas circunstânciasque estamos viver, esta é uma morte anunciadapara Beja”, afirma por seu la<strong>do</strong> FranciscoBicho, comerciante de 59 anos.Cidade preparada. A concretização <strong>do</strong> projecto<strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong> de Beja levanta, contu<strong>do</strong>,uma outra questão: estará a cidade preparadapara enfrentar e corresponder ao desenvolvimentoque se prenuncia? Os seus habitantesacham que sim.“O <strong>Alentejo</strong> tem uma dinâmica que fazparte da sua própria idiossincrasia. Essa ideiadas coisas paradas ou que não andam nãocorresponde à verdade. O <strong>Alentejo</strong> tem dinâmicae coisas capazes. Agora vamos ver oinvestimento, a qualidade <strong>do</strong> mesmo e a concretização<strong>do</strong> projecto”, refere Carlos Calixto.Mais objectivos na resposta são José Palmae José Nogueira. O primeira garante que,“em termos estruturais”, a cidade está preparada,enquanto que o segun<strong>do</strong> lembra queem Beja “já há algumas coisas a abrir a pensarno <strong>aeroporto</strong>”. “A cidade poderá não estarpreparada, mas irá preparar-se para essefim”, acrescenta Carlos Martins da Cruz.Com ou sem condições estruturais, commais ou menos dúvidas sobre o projecto, acidade aguarda serenamente pelo <strong>aeroporto</strong>de Beja. Afinal, o desenvolvimento e o crescimentoeconómico da cidade podem chegarnas asas de um avião.“Beja está à espera de uma coisa destas. Ese não for o <strong>aeroporto</strong>, é outra coisa. Urgenteé criarem-se postos de trabalho na cidade”,remata Francisco Bicho.José Luís Ramalho, presidente <strong>do</strong> IPBMola para desenvolvere engrandecer a região“Penso que o <strong>aeroporto</strong> de Beja irá contribuir para o desenvolvimentoe engrandecimento da região”. Curto e conciso,é desta forma que o presidente <strong>do</strong> Instituto Politécnico deBeja (IPB) encara a concretização de um <strong>do</strong>s projectos maisaguarda<strong>do</strong>s e reclama<strong>do</strong>s pelo Baixo <strong>Alentejo</strong>.Na opinião de José Luís Ramalho, o futuro <strong>aeroporto</strong> deBeja irá permitir a criação de mais emprego e a fixação <strong>do</strong>smais jovens, abrin<strong>do</strong> portas ao deseja<strong>do</strong> “desenvolvimentoregional”, sobretu<strong>do</strong> através <strong>do</strong> turismo, um <strong>do</strong>s sectores quemais pode ser beneficia<strong>do</strong> pela futura infra-estrutura.“Optimista por natureza” e crente no sucesso <strong>do</strong> projecto<strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong> de Beja, José Luís Ramalho revela igualmenteque nos últimos anos o IPB tem procura<strong>do</strong> dinamizar algumasformações que “possam ir ao encontro das necessidades,não só da EDAB como de outras empresas relacionadascom actividades afins, que certamente irão surgir”.“Neste momento sabemos que o <strong>aeroporto</strong> de Beja é umarealidade para o desenvolvimento da região e o IPB tem obrigação,na sua estratégia, de definir algumas linhas que possamir ao encontro das necessidades que irão surgir com estanova realidade”, remata José Luís Ramalho.Lopes Guerreiro, presidente da ExpoBejaAeroporto poderá ser “pólodinamiza<strong>do</strong>r da economia”O presidente da ExpoBeja, empresa responsável pela gestão<strong>do</strong> Parque de Feiras e Exposições de Beja, considera quea entrada em funcionamento <strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong> de Beja poderáconstituir um importante “pólo dinamiza<strong>do</strong>r da economiaregional” <strong>do</strong> Baixo <strong>Alentejo</strong>.Embora garanta ser “difícil de prever em concreto” o queo futuro empreendimento “pode trazer para a cidade de Bejae para a região”, Lopes Guerreiro acredita que este “terá umpeso muito forte na fixação de pessoas e, principalmente, nacriação de postos de trabalho qualifica<strong>do</strong>s, que ajudarão afixar muitos jovens” na região.“Acredito que esta infra-estrutura será um factor decisivopara a dinamização da economia da região e da cidade”,acrescenta Lopes Guerreiro, sublinhan<strong>do</strong> que também aonível da promoção e organização de eventos o <strong>aeroporto</strong> deBeja pode “facilitar” a sua internacionalização.O optimismo de Lopes Guerreiro face ao projecto não oimpede, contu<strong>do</strong>, de lançar o alerta para aquilo que consideraser o aparente desconhecimento que a maioria <strong>do</strong>s bejensestem relativamente aos impactos que o <strong>aeroporto</strong> poderácausar na cidade e na região.Cristina Cameirinha, empresáriaProjecto necessita ter“cabeça, tronco e membros”A empresária Cristina Cameirinha acredita que o projecto <strong>do</strong>futuro <strong>aeroporto</strong> de Beja pode vir a mudar a face da realidadeempresarial <strong>do</strong> distrito, desde que “trabalha<strong>do</strong> e vendi<strong>do</strong>”com “cabeça, tronco e membros”.“Enquanto empresária, e tal como todas as pessoas deBeja, espero que este projecto traga para a região desenvolvimentoeconómico”, revela ao “<strong>Correio</strong> <strong>Alentejo</strong>” a empresáriabejense, acrescentan<strong>do</strong>: “O sucesso <strong>do</strong> <strong>aeroporto</strong> de Bejadepende das instituições que estão a gerir o seu destino”.É precisamente neste enquadramento que Cristina Cameirinhasublinha a necessidade de a EDAB preparar umbom plano de marketing e promoção da nova infra-estrutura,por forma a tirar parti<strong>do</strong> de todas as suas potencialidadesde negócio. “Há empresas nacionais e internacionaisinteressadas no <strong>aeroporto</strong> que podem criar mais-valias paraa região. Se as coisas forem bem feitas, com cabeça, tronco emembros, o projecto pode trazer muita coisa para o <strong>Alentejo</strong>”,afirma com convicção.Além <strong>do</strong> mais, conclui Cristina Cameirinha, Beja precisade algo como o <strong>aeroporto</strong> para fazer face ao crescente “enfraquecimento<strong>do</strong> teci<strong>do</strong> empresarial local”.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!