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oralidade e escrita: refletindo a prática pedagógica ... - Celsul.org.br

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<strong>escrita</strong>. Aqui, não há qualquer principio fônico que possa guiar quem escreve na opção entre as letrasconcorrentes”.Lemle (1994) propõe para a alfabetização uma gradação de facilidade na aprendizagem dasletras. Primeiro, a teoria da relação monogâmica ou biunívoca entre letras e sons, que o caso das letras p,b, t, d, f, v e a. Depois, mostra as palavras que apresentam a poligamia, ou seja, uma letra representandodiferentes sons, segundo a posição (exemplos com a letra “s”: sala, casa, duas resto). E um somrepresentado por diferentes letras, segundo a posição (exemplos com o som “k”: casa, esquina, come,pequeno, bicudo).A terceira etapa diz respeito à ortografia correta, as partes arbitrárias do sistema. Quandomais de uma letra pode, na mesma posição, representar o mesmo som, é o caso de “exame” que poderiaser escrito com “s” ou com “z”.A última etapa seria um pouco de morfologia identificar os sufixos e os prefixos.Com esta ordem lógica, que vai do mais motivado foneticamente para o mesmo motivado(foneticamente), a autora Lemle supõe que o aprendiz constrói o seu conhecimento do sistema de <strong>escrita</strong>.Os estudos apresentados são resultados de pesquisadores que buscaram compreender osprocessos de aquisição da linguagem <strong>escrita</strong>. Outros pesquisadores, como Smolka (1993), Kato (1992;2002), realizaram também suas pesquisas.Além de conhecer os processos de aquisição da <strong>escrita</strong>, o professor precisa saber orientaros alunos nas situações de aprendizagem, compreendendo a importância das manifestações orais e<strong>escrita</strong>s neste processo de transição, para que se construa uma relação dialógica da fala para a <strong>escrita</strong>.“[...] trata-se de estudar globalmente o fenômeno da comunicação humana, recolocando a fala na suainteração com o mundo escrito (AUROUX, 1998:73).Portanto, a orientação das atividades de sala de aula possibilitará à criança um encontrocom novos conceitos, auxiliando-a a <strong>org</strong>anizar as elaborações iniciais e a confrontá-las com outraspossibilidades de elaboração.A orientação mais freqüente na prática do professor diz respeito à construção de <strong>escrita</strong>elaborada pela criança, mas, neste processo, o professor realiza vários questionamentos, principalmente:Como analisar? Como avaliar? Como corrigir? Entre a tarefa da escola de ensinar a forma convencionalda <strong>escrita</strong>, e o processo de construção do conhecimento e a utilização da <strong>escrita</strong> pela criança, qual oposicionamento do professor?É comum o professor analisar a <strong>escrita</strong> da criança e efetuar correções no próprio texto doaluno, sem voltar pelo menos a falar do erro. Correções voltadas para as questões ortográficas,desconsiderando a fala que está presente na <strong>escrita</strong>.“A fala (enquanto manifestação da prática oral) é adquirida naturalmente em contextosinformais do dia-a-dia e nas relações sociais e dialógicas que se instauram desde o momento em que amãe dá seu primeiro sorriso ao bebê” ( MARCUSCHI,2001:18 ). Como a <strong>escrita</strong> não consegue dar contade representar com exatidão a fala, ela termina sendo uma convenção, mesmo que falem de mododiferente, todos os usuários de uma mesma língua devem escrever do mesmo modo, quem não segue asregras da <strong>escrita</strong>, comete erro.Na escola, os erros ocupam grande parte do tempo do professor. Segundo Possenti (2004)existem dois tipos de erros ortográficos: os que decorrem da falta de correspondência entre sons e letras,e os que decorrem da pronuncia variável em regiões ou grupos sociais diferentes. Os dois tipos podemser exemplificados na grafia da palavra “resolveu”: a dificuldade de escolher entre “s” ou “z” nasegunda sílaba decorre da falta de correspondência entre sons e letras no sistema ortográfico, “s” ou “z”são duas grafias possíveis para o mesmo som; outra dificuldade é de escolher entre o “l” e o “u” no finalda sílaba, que tem haver com as variações geográficas. Portanto, é comum na aquisição da <strong>escrita</strong> trocasde “l” por “u” ou “s’ por “z”, pois o aluno espera que haja uma correspondência entre som e letra.Os erros de <strong>escrita</strong> característicos dos alfabetizandos que ainda se encontra na fasemonogâmica da teoria do vínculo entre sons e letras consistem, principalmente, natranscrição de todos os sons pelas suas letras correspondentes em seu valor fonético maistípico. Por exemplo: a palavra pato é <strong>escrita</strong> patu, porque o aluno escreve como pronuncia,e em sua mente a transcrição do som [u] só pode ser feita pela letra u. Pela mesma lógica,ele escreve devi em vez de deve, treis em vez de três, tonbo em vez de tombo, derão emvez de deram. A lógica desses erros é sempre a mesma: falta a aprendizagem das restriçõesque a posição na palavra impõe a distribuição das letras e dos sons [...] (LEMLE, 1994:30).De acordo com a regra padrão, estes erros citados por Lemle são considerados inadequadosno ensino da escola. No entanto, a correção pode ser feita pela simples apresentação da forma correta,sem causar constrangimento para criança e estimulando a mesma para novas possibilidades de <strong>escrita</strong>.

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