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O gênero carta do leitor: análise de exemplares ... - Celsul.org.br

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Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008O gênero <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>: análise <strong>de</strong> <strong>exemplares</strong> publica<strong>do</strong>sno jornal Folha <strong>de</strong> S. PauloZulmar Teresinha Barbosa CorrêaUniversida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul <strong>de</strong> Santa Catarina – (UNISUL)bc_mazinha@yahoo.com.<strong>br</strong>Resumo. Esta pesquisa tem como objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> o gênero textual <strong>carta</strong> <strong>do</strong><strong>leitor</strong>. Pelo fato <strong>de</strong> existir muitas variações <strong>de</strong> <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> distribuídas emvárias seções <strong>do</strong> jornal, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, nessa pesquisa ela é entendida comoum subgênero da <strong>carta</strong> ao editor. A <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> é um <strong>do</strong>s espaços que ojornal a<strong>br</strong>e para a participação <strong>de</strong> seu público maior. O estu<strong>do</strong> da <strong>carta</strong> <strong>do</strong><strong>leitor</strong>, aqui realiza<strong>do</strong>, tem como diretriz teórica os trabalhos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> campo da sócio-retórica, mais especificamente os <strong>de</strong> Swales (1990)e Bazerman (2005). O corpus da pesquisa compõe-se <strong>de</strong>: i) <strong>exemplares</strong> <strong>do</strong>gênero retira<strong>do</strong>s <strong>do</strong> jornal a Folha <strong>de</strong> S. Paulo no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 21 a 27 <strong>de</strong> maio<strong>de</strong> 2007; e ii) <strong>carta</strong>s originais <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> (pré-edição) enviadas via e-mail peloeditor <strong>do</strong> jornal e responsável pela seção <strong>de</strong> <strong>carta</strong>s <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> nesse jornal. Coma realização <strong>de</strong>sta pesquisa buscou-se atingir os seguintes: a) analisar a<strong>org</strong>anização retórica <strong>do</strong> gênero “<strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>” e, b) levantar aspectos daedição das <strong>carta</strong>s como parte <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> textualização <strong>do</strong> gênero. Além <strong>de</strong>contribuir com o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s gêneros jornalísticos, a pesquisa po<strong>de</strong>rá ser ummaterial para auxiliar e/ou promover o ensino <strong>de</strong> produção textual nasescolas.Abstract. This research has as objective study the textual genre rea<strong>de</strong>r’s letter.Consi<strong>de</strong>ring the fact that there are numerous variations of rea<strong>de</strong>r’s letterdistributed into many sections of a journal, with no specific or<strong>de</strong>r, it isun<strong>de</strong>rstood as a sub genre of the editor’s letter into the research. Rea<strong>de</strong>r’sletter is one of the sections that the journal offers to the major public’sparticipation. The study of the rea<strong>de</strong>r’s letter, <strong>do</strong>ne here, has as theoreticalframework the assignments <strong>de</strong>veloped into a social-rhetorical field, morespecifically the ones of Swales (1990) and Bazerman (2005). The research’scorpus is composed by: i) genre’s exemplars taken from Folha <strong>de</strong> S. PauloJournal of May 21 to 27, 2007, period; and ii) original rea<strong>de</strong>r’s letters (preedition)emailed by the journal’s editor and responsible for the rea<strong>de</strong>r’s lettersection in this journal. The performance aim of this research was: a) analyzethe rhetorical <strong>org</strong>anization of the genre “rea<strong>de</strong>r’s letter” and, b) find edition’saspects of the letters as part of the genre’s textualization process. Furthermorethe contribution for the journalistic genres studies, the research might eitherbe a supporting material or promote the teaching of textual production inschools.Palavras-chave: gênero textual, <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>, sócio-retórica.GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.


Anais <strong>do</strong> CELSUL 20081. IntroduçãoO presente artigo relata parte <strong>de</strong> uma pesquisa que está sen<strong>do</strong> realizada e tem comoobjeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> o gênero textual <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>. Pelo fato <strong>de</strong> existir muitas variações <strong>de</strong><strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> distribuídas em várias seções <strong>do</strong> jornal, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, nessa pesquisa elaestá sen<strong>do</strong> entendida como um subgênero da <strong>carta</strong> ao editor. A <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> é um <strong>do</strong>sespaços que o jornal a<strong>br</strong>e para a participação <strong>de</strong> seu público maior.O estu<strong>do</strong> da <strong>carta</strong>, aqui realiza<strong>do</strong>, tem como diretriz teórica os trabalhos<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> campo da sócio-retórica, mais especificamente os <strong>de</strong> Swales(1990) e Bazerman (2005).Embora haja já alguns trabalhos relativos aos gêneros jornalísticos (MELO,1972,1985, 1994, 2003; CHAPARRO, 1992, 1998; BELTRÃO, 1976, 1992), em geral, elesnão estão relaciona<strong>do</strong>s a uma perspectiva <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> gêneros. Conforme Bonini(2003) os <strong>de</strong>bates so<strong>br</strong>e gêneros na área <strong>de</strong> comunicação partem <strong>de</strong> uma perspectivatipologizante. Neste senti<strong>do</strong>, em uma perspectiva não tipologizante, a pesquisa aquiproposta procura contribuir para o conjunto <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s retóricos <strong>de</strong> gênero, observan<strong>do</strong>assim o gênero <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa ótica.A literatura jornalística (CHAPARRO, 1992, 1998; MELO, 1972, 1985, 1994,2003; BELTRÃO, 1976, 1992) indica que a “<strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>” é vista como umcomponente opinativo <strong>do</strong> jornal, enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> que ela anuncia a opinião <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>.O corpus <strong>de</strong>sse estu<strong>do</strong> compõe-se <strong>de</strong>: i) <strong>exemplares</strong> <strong>do</strong> gênero retira<strong>do</strong>s <strong>do</strong> jornala Folha <strong>de</strong> S. Paulo no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 21 a 27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007; e ii) <strong>carta</strong>s originais <strong>do</strong><strong>leitor</strong> (pré-edição) enviadas via e-mail pelo editor <strong>do</strong> jornal e responsável pela seção <strong>de</strong><strong>carta</strong>s <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> nesse jornal.Nesta discussão, vou me ater apenas no objetivo: analisar a <strong>org</strong>anização retórica<strong>do</strong> gênero “<strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>”.2. Referenciais Teóricos2.1 SwalesJohn M. Swales (1990) busca em vários campos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> como: Folclore, Literatura,Lingüística e Retórica idéias para compor uma explicação <strong>de</strong> gênero. O autor enten<strong>de</strong>que para compreen<strong>de</strong>r um texto <strong>de</strong>ve-se levar em consi<strong>de</strong>ração o contexto e não apenaselementos lingüísticos que permeiam o texto, e consi<strong>de</strong>ra que a noção <strong>de</strong> gênero incluirum conhecimento que vai além <strong>do</strong> texto consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> em sua <strong>org</strong>anização. A partir daconsi<strong>de</strong>ração das pesquisas nesses campos, ele conclui que o gênero é uma categoria <strong>de</strong>linguagem que: i) é utilizada diferentemente por grupos sociais diversos; ii) se modificano tempo e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a criativida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s indivíduos; e iii) serve como meio para arealização <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong> linguagem.O autor (SWALES, 1990) formula uma explicação <strong>de</strong> gênero que conta comcinco características, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que ele:1) é uma classe <strong>de</strong> eventos comunicativos, sen<strong>do</strong> influencia<strong>do</strong> pelo discurso <strong>de</strong>seus usuários, pelos participantes <strong>do</strong> grupo on<strong>de</strong> é utiliza<strong>do</strong>, pela função que<strong>de</strong>sempenha e pelo ambiente on<strong>de</strong> o discurso é produzi<strong>do</strong>.GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.2


Anais <strong>do</strong> CELSUL 20082) <strong>de</strong>tém um propósito comunicativo, o que remete à idéia <strong>de</strong> que os gênerostêm funções e objetivos específicos. Um gênero po<strong>de</strong> ter um ou mais propósitoscomunicativos, sen<strong>do</strong> que o propósito é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s elementos maisimportantes em sua caracterização, pois é ele que <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia a ação <strong>de</strong> linguagem.3) apresenta graus <strong>de</strong> prototipicida<strong>de</strong> entre seus <strong>exemplares</strong>, sen<strong>do</strong> que, para sepo<strong>de</strong>r classificar um exemplar como pertencente a da<strong>do</strong> gênero, recorre-se a critériosque o caracterizem como sen<strong>do</strong> pertencente aquele gênero ou classifica-se porsemelhanças.4) apresenta uma razão ou lógica subjacente, pois as convenções que sãoempregadas são características <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> gênero.5) <strong>de</strong>tém uma terminologia elaborada pela comunida<strong>de</strong> discursiva on<strong>de</strong> éutiliza<strong>do</strong>. As <strong>de</strong>nominações <strong>do</strong>s gêneros, em geral, são <strong>de</strong>terminadas pelos mem<strong>br</strong>osque possuem mais experiência na comunida<strong>de</strong> discursiva. A forma <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> umgênero po<strong>de</strong> sofrer alterações, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da necessida<strong>de</strong> e <strong>do</strong>s propósitos assumi<strong>do</strong>s<strong>de</strong>ntro da comunida<strong>de</strong> discursiva e, sen<strong>do</strong> assim, um gênero po<strong>de</strong> mudar na sua forma<strong>de</strong> realização ou mesmo até na sua nomenclatura, porém mesmo assim ser reconheci<strong>do</strong>pela comunida<strong>de</strong> que o utiliza.O extenso conceito <strong>de</strong> gênero que Swales (1990) 1 apresentou, permite visualizaros gêneros como eventos sócio-comunicativos e não como categorias abstratas <strong>do</strong>discurso. Em termos <strong>de</strong>sse conceito, o propósito é toma<strong>do</strong> como elemento fundamental.É ele que dá sustentação ao gênero e a sua estrutura interna (“estrutura esquemática”).Pertencentes a uma comunida<strong>de</strong> discursiva, os gêneros são vistos como eventossócio-comunicativos gera<strong>do</strong>s pela comunida<strong>de</strong> que o utiliza e que o acabampadronizan<strong>do</strong> e convencionalizan<strong>do</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com seus objetivos comuns.Em trabalhos posteriores, Swales (1990, 1992) enten<strong>de</strong> que existem algunsproblemas teóricos em relação aos conceitos <strong>de</strong> propósito comunicativo e comunida<strong>de</strong>sdiscursivas.Nesse senti<strong>do</strong>, Swales introduz uma proposta <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> gênero quecorrespon<strong>de</strong> à investigação <strong>do</strong> texto não somente quanto a forma e conteú<strong>do</strong>, mastambém quanto às práticas sociais da comunida<strong>de</strong> discursiva. Uma comunida<strong>de</strong>discursiva consiste em um conjunto <strong>de</strong> mem<strong>br</strong>os socialmente reconheci<strong>do</strong>s que, através<strong>de</strong> seus objetivos e propósitos comunicativos, utilizam práticas discursivas econsequentemente gêneros para possibilitar a interação.Além <strong>de</strong>sses conceitos, o mo<strong>de</strong>lo CARS (Create a research space), 2 inicialmenteelabora<strong>do</strong> por Swales (1981, 1990) para análise retórica <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> pesquisa, “é umaferramenta que tem se revela<strong>do</strong> muito eficaz na análise <strong>do</strong> padrão <strong>de</strong> distribuição dasinformações nos mais diversos gêneros, em contextos acadêmico-científicos,profissionais e outros” (BONINI; BIASI-RODRIGUES; CARVALHO, 2006, p. 200).1 O conceito <strong>de</strong> Swales é apresenta<strong>do</strong> na sua o<strong>br</strong>a <strong>de</strong> 1990, p.58. (ver Referências)2 A exposição <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo CARS é retomada na seção <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logia.GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.3


Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008A proposta <strong>de</strong> Swales é fundamentalmente um estu<strong>do</strong> que privilegia o contexto<strong>de</strong> produção, basea<strong>do</strong> na idéia <strong>de</strong> gênero como um fazer socialmente situa<strong>do</strong> em umacomunida<strong>de</strong> discursiva que, como fenômeno historicamente da<strong>do</strong>, se manifesta,(re)construin<strong>do</strong> e administran<strong>do</strong> seus discursos/textos conforme seus objetivos epropósitos.2.1.2 BazermanBazerman (2005) leva em consi<strong>de</strong>ração o momento social, a intenção e o propósito nosestu<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s gêneros. Para o autor: “Gêneros emergem nos processos sociais em que aspessoas tentam compreen<strong>de</strong>r uma às outras suficientemente bem para coor<strong>de</strong>narativida<strong>de</strong>s e compartilhar significa<strong>do</strong>s com vistas a seus propósitos práticos”(BEZERMAN, 2005, p. 31).Para o autor, enten<strong>de</strong>r o que representam os gêneros para uma <strong>de</strong>terminadacomunida<strong>de</strong> significa observar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> linguagem que as pessoas exercem econseqüentemente o que se torna comum entre elas (semelhanças significativas). Aforma <strong>de</strong> linguagem que é usada na comunicação pela comunida<strong>de</strong> se torna um mo<strong>do</strong>típico e <strong>de</strong> certa forma padronizada. A esse mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> reconhecimento é da<strong>do</strong> o nome <strong>de</strong>tipificação. Os gêneros, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o autor, “tipificam muitas coisas além da formatextual [pois são] parte <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> como os seres humanos dão forma às ativida<strong>de</strong>ssociais” (2005, p. 31). O valor social, as intenções comunicativas e a percepção <strong>de</strong> seussignifica<strong>do</strong>s pelos indivíduos, são características levadas em consi<strong>de</strong>ração pelo autorquan<strong>do</strong> se refere aos gêneros.Conforme (BONINI; BIASI-RODRIGUES; CARVALHO, 2006, p. 220),“Bazerman se fixa na noção <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> gêneros que, mais tar<strong>de</strong>, é complementadapela <strong>de</strong> sistema <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s; ambas, entretanto, têm como elo <strong>de</strong> ligação a tradiçãoretórica <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> gênero e o conceito <strong>de</strong> tipificação”. Os conceitos teóricos(sistema <strong>de</strong> gêneros e ativida<strong>de</strong>s) estão relaciona<strong>do</strong>s intrinsecamente às práticas sociais.Como fala Bazerman (2005, p. 34), “levar em consi<strong>de</strong>ração o sistema <strong>de</strong> gêneros éfocalizar o que as pessoas fazem e como os textos ajudam as pessoas a fazê-lo, em vez<strong>de</strong> focalizar os textos como fins em si mesmo”. Em seus trabalhos, é bastante presente apreocupação <strong>do</strong> autor em vislum<strong>br</strong>ar as práticas nas quais as pessoas estão envolvidas eo seu fazer para tentar concretizar a intenção <strong>de</strong> suas ações.2.2 A <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>A <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> possui como característica própria, a ausência <strong>de</strong> contato imediato entreo <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>r e <strong>de</strong>stinatário, propician<strong>do</strong> a participação <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> no jornal e o direito <strong>de</strong>se manifestar, aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a várias intenções e propósitos.Segun<strong>do</strong> alguns autores (SILVA, 1997; POMPÍLIO, 2002; SIMONI, 2004) 3 , ogênero <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um subgênero <strong>do</strong> gênero <strong>carta</strong>. Embora3 SILVA, V. L. P. Variações tipológicas no gênero textual <strong>carta</strong>. In: KOCH, I. G. V.; BARROS, K. S. M.Tópicos em lingüística <strong>de</strong> texto e análise da conversação. Natal: EDUFRN, p. 118-124, 1997.POMPÍLIO, Berenice Wan<strong>de</strong>rley. Cartas <strong>de</strong> <strong>leitor</strong>: tribuna <strong>de</strong> cidadania em uma abordagem sóciodiscursiva.2002. 140f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em Lingüística Aplicada ao Ensino), Curso <strong>de</strong> Pós-GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.4


Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008possamos pensar que o gênero <strong>carta</strong> se ampliou <strong>de</strong> tal forma que possa justificar estaposição, a <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> se diferencia <strong>de</strong> forma bastante pontual se pensarmos naa<strong>br</strong>angência <strong>de</strong> seus receptores/<strong>leitor</strong>es, seus propósitos, circulação ou mesmo noformato diferencia<strong>do</strong> <strong>do</strong> gênero <strong>carta</strong> (en<strong>de</strong>reço, corpo, saudação). Conforme Bazerman(2005, p. 88) “À medida que mais temas e transações, <strong>de</strong> forma reconhecível inseremsenas <strong>carta</strong>s, o gênero, em si, se expan<strong>de</strong> e especializa; foi assim que tipos distintos <strong>de</strong><strong>carta</strong>s se tornaram reconhecíveis e passam a ser trata<strong>do</strong>s diferentemente”.Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar então, que o gênero <strong>carta</strong> <strong>de</strong>u origem a outros gêneros econsequentemente esses gêneros a outros subgêneros. Aqui neste estu<strong>do</strong> optou-se porcompreen<strong>de</strong>r a <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> como sen<strong>do</strong> um subgênero da <strong>carta</strong> ao editor.Carta ao editor são todas as <strong>carta</strong>s <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> que enviadas para publicação sãoremetidas para o editor da referida seção e responsável pela edição.O editor é o responsável pela edição e publicação das <strong>carta</strong>s, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> serconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a explicação <strong>de</strong> gênero (SWALES, 1990), um <strong>do</strong>smem<strong>br</strong>os que possuem mais experiência na comunida<strong>de</strong> discursiva. Sen<strong>do</strong> assim, é eleque dá a forma a essa ativida<strong>de</strong> social <strong>de</strong> linguagem, ou seja, é a tipificação <strong>do</strong> gênerosegun<strong>do</strong> Bazerman (2005).Já o posicionamento <strong>de</strong> autores nas literaturas da área jornalística perante a <strong>carta</strong><strong>do</strong> <strong>leitor</strong> é o <strong>de</strong> classificar, categorizan<strong>do</strong>-a como jornalismo opinativo. Apesar <strong>de</strong>ocorrer o termo “gênero” em algumas literaturas, não o fazem relacionan<strong>do</strong> aos sujeitosda ação social como produtores criativos envolvi<strong>do</strong>s na linguagem, mas como um tipo<strong>de</strong> texto que po<strong>de</strong> ser estuda<strong>do</strong> isoladamente e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> sujeito que outiliza.2.2.1 O que aponta a literatura acadêmica da área <strong>de</strong> jornalismoSegun<strong>do</strong> Melo (2003), no início <strong>do</strong> século XVIII, o editor inglês Samuel Buckeley fezuma distinção entre news (notícia) e couments (comentários), estabelecen<strong>do</strong> assim uminício da classificação <strong>do</strong>s gêneros jornalísticos.A influência <strong>br</strong>itânica, em relação a esse assunto, persistiu até os dias <strong>de</strong> hoje.Desse mo<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> Melo (1985), os gêneros informativo e opinativo são os que hojepre<strong>do</strong>minam entre os textos que circulam nos jornais. Diz ainda que essa distinção entreopinião e informação é um critério segui<strong>do</strong> nas matérias publicadas, <strong>de</strong> forma que: “Ojornalismo articula-se, [...] em função <strong>de</strong> <strong>do</strong>is núcleos <strong>de</strong> interesse: a informação (sabero que se passa) e a opinião (saber o que se pensa so<strong>br</strong>e o que se passa)” (p. 63).graduação em Lingüística Aplicada, Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> São Paulo – PUC – São Paulo,2002.SIMONI, Rosa Maria Schmitz. Uma caracterização <strong>do</strong> gênero <strong>carta</strong>-consulta nos jornais o globo eFolha <strong>de</strong> S. Paulo. 2004. 200f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> em Ciências da Linguagem) – Curso <strong>de</strong> Pósgraduaçãoem Ciências da Linguagem, Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul <strong>de</strong> Santa Catarina, Tubarão, 2004.GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.5


Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008Entre os estudiosos <strong>do</strong> jornal, Chaparro (1998) não vê com clareza este espaçoexclusivo para a opinião e para a informação, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa forma o “relato”como elemento da natureza <strong>do</strong> jornalismo, inseparável <strong>de</strong> qualquer espécie <strong>de</strong> texto.Através <strong>do</strong> relato <strong>de</strong> fatos é que se <strong>de</strong>senvolvem as estruturas jornalísticas. O relato é<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> essencialmente <strong>de</strong> um conhecimento da realida<strong>de</strong> e da tentativa <strong>de</strong> atribuirsignifica<strong>do</strong>s as coisas. Sua posição quanto aos gêneros existentes no jornal resulta <strong>de</strong>sua pesquisa <strong>de</strong> jornais <strong>do</strong> Brasil e <strong>de</strong> Portugal, através da qual levanta umaclassificação <strong>do</strong>s textos <strong>do</strong> jornal, propon<strong>do</strong> a existência <strong>de</strong> <strong>do</strong>is gêneros: o“comentário” e o “relato”. Em seus trabalhos (1992, 1998), Chaparro cita tambémMarques <strong>de</strong> Melo que no Brasil <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a bifurcação <strong>do</strong> jornalismo em informativo eopinativo.Apesar <strong>de</strong> essa configuração aqui no Brasil ser mais comum, Luiz Beltrão(1976) apresentou ainda uma terceira categoria <strong>de</strong> gênero, além <strong>de</strong> informativo eopinativo: o interpretativo. Mas, no que se refere à <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>, Beltrão também aclassifica como um gênero opinativo.Faz-se importante registrar que o termo gênero aqui cita<strong>do</strong> e emprega<strong>do</strong> poresses autores, correspon<strong>de</strong> a um item <strong>de</strong> classificação, o que difere essencialmente daperspectiva sócio-retórica, uma vez que essa propõe que o gênero seja entendi<strong>do</strong> comoum componente das ativida<strong>de</strong>s humanas em contextos sociais específicos.Bonini (2003) faz uma análise <strong>do</strong>s gêneros que circulam no jornal, extrain<strong>do</strong>informações <strong>do</strong>s manuais <strong>de</strong> estilo (Folha <strong>de</strong> S. Paulo, O Globo, Zero Hora Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>S. Paulo); <strong>do</strong> dicionário <strong>de</strong> comunicação (Rabaça e Barbosa, 2001) e da literatura daárea <strong>de</strong> comunicação. O autor aponta que, apesar <strong>de</strong> os manuais e o dicionário nãoapresentarem nenhum verbete específico so<strong>br</strong>e gênero ou gênero jornalístico ou a noção<strong>de</strong> gênero como objeto <strong>de</strong> linguagem, bem como a literatura da área ter apresenta<strong>do</strong> umconceito ultrapassa<strong>do</strong> <strong>de</strong> gênero, esses assinalam termos ou rótulos que ele enten<strong>de</strong>como possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gêneros.3. Meto<strong>do</strong>logiaA meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>tada nesta pesquisa é a <strong>de</strong> Bonini (2001), que consiste em <strong>do</strong>is níveismacroanálise (<strong>do</strong> jornal para o gênero) e microanálise (<strong>do</strong> gênero para o jornal) e quetoma como foco <strong>de</strong> atenção para estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> gênero no jornal: i) a literatura <strong>do</strong> meio, ii)estrutura textual e, iii) aspectos pragmáticos.MACROANÁLISE(1) Levantar a literatura a respeito <strong>do</strong> jornal.Nesta etapa, proce<strong>de</strong>-se à leitura, com vias a<strong>de</strong>terminar a tradição relativa ao jornal efazer um inventário <strong>do</strong>s gêneros: i) <strong>do</strong>sprincipais manuais <strong>de</strong> jornalismo; ii) <strong>do</strong>stextos acadêmicos so<strong>br</strong>e o jornal; e iii) <strong>de</strong>possíveis estu<strong>do</strong>s que o analisem <strong>do</strong> ponto<strong>de</strong> vista genérico.MICROANÁLISE(1) Levantar a literatura a respeito <strong>do</strong> gênero.Nesta etapa, com vias a <strong>de</strong>terminar a tradiçãorelativa ao gênero em estu<strong>do</strong>, proce<strong>de</strong>-se àleitura: i) <strong>do</strong>s principais manuais <strong>de</strong>jornalismo; ii) <strong>do</strong>s textos acadêmicos so<strong>br</strong>e ogênero; e iii) <strong>de</strong> possíveis estu<strong>do</strong>s queanalisem <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista genérico.GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.6


Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008(2) Estabelecer uma interpretação estruturalpara o jornal. Nesta etapa, proce<strong>de</strong>-se: i) aolevantamento <strong>do</strong>s padrões textuais (partes emecanismos característicos) e lingüísticos(léxico, emprego verbal, padrão oracional,etc.) <strong>de</strong> estruturação <strong>do</strong> jornal; e iii) aolevantamento das relações com outrosgêneros amplos.(2) Estabelecer uma interpretação estruturalpara o gênero. Nesta etapa, proce<strong>de</strong>-se: i) aolevantamento <strong>do</strong>s mecanismos textuais(movimentos, passos e seqüências) elingüísticos (léxico característico, empregoverbal, padrão oracional, etc.) <strong>de</strong> estruturação<strong>do</strong> gênero; e ii) ao levantamento das relaçõescom outros gêneros e com o jornal.(3) Estabelecer uma interpretaçãopragmática para o jornal. Nesta etapa,proce<strong>de</strong>-se: i) à análise da comunida<strong>de</strong>discursiva em que jornal se insere; ii) aoestabelecimento <strong>do</strong>s papéis interacionais(incluin<strong>do</strong>-se aí também a análise <strong>do</strong>spropósitos, objetivos e interessescompartilha<strong>do</strong>s e intervenientes) e iii) àconsulta a informante da comunida<strong>de</strong>discursiva.(3) Estabelecer uma interpretação pragmáticapara o gênero. Nesta etapa, proce<strong>de</strong>-se: i) àanálise da comunida<strong>de</strong> discursiva em que ogênero se insere; ii) ao estabelecimento <strong>do</strong>spapéis interacionais (incluin<strong>do</strong>-se aí também aanálise <strong>do</strong>s propósitos, objetivos e interessescompartilha<strong>do</strong>s e intervenientes); e iii) àconsulta a informante da comunida<strong>de</strong>.Meto<strong>do</strong>logia para o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s gêneros <strong>do</strong> jornal (BONINI, 2002)Essa meto<strong>do</strong>logia tem si<strong>do</strong> empregada no PROJOR 4 , ao qual a presentepesquisa também se filia. Nos trabalhos relativos a esse projeto também tem si<strong>do</strong> umaspecto central, a utilização <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo CARS (Creating a reserarch space - criação <strong>de</strong>um espaço <strong>de</strong> pesquisa) <strong>de</strong> Swales (1990). O autor propõe a utilização <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo paraobservar a produção e a constituição <strong>de</strong> um texto, focalizan<strong>do</strong> especialmente oprodutor. Dessa forma, o analista da linguagem numa perspectiva sócio-retórica estudao gênero, toman<strong>do</strong> como foco da atenção a forma como esse produtor se manifesta notexto.O mo<strong>de</strong>lo CARS se caracteriza pela consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> <strong>do</strong>is conceitos: movimento(gran<strong>de</strong> ação retórica que se revela em gran<strong>de</strong>s blocos <strong>de</strong> informação no texto) e passo(ação que materializa o movimento). O mo<strong>de</strong>lo foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> e inicialmenteexperimenta<strong>do</strong> pelo autor em corpus <strong>de</strong> introduções <strong>de</strong> artigo <strong>de</strong> pesquisa.4 Projor - Projeto Gêneros <strong>do</strong> Jornal, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong> por Adair Bonini <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2003.GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.7


Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008Mo<strong>de</strong>lo CARS para introduções <strong>de</strong> artigo <strong>de</strong> pesquisa (SWALES, 1990)Em relação ao corpus da presente pesquisa, este foi coleta<strong>do</strong> nos ca<strong>de</strong>rnos <strong>do</strong>jornal Folha <strong>de</strong> S. Paulo na seção “Painel <strong>do</strong> Leitor”, em <strong>exemplares</strong> veicula<strong>do</strong>s <strong>do</strong> dia21 à 27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007. Compõe-se <strong>de</strong> 49 Cartas <strong>do</strong> Leitor.4. Resulta<strong>do</strong>s4.1 Organização retórica da <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>A análise <strong>do</strong>s <strong>exemplares</strong> coleta<strong>do</strong>s revelou a ocorrência <strong>de</strong> cinco variantes da Carta <strong>do</strong>Leitor.i) Carta para o jornal ou um <strong>de</strong> seus envolvi<strong>do</strong>s com elogio ou crítica:Nesta variante, observa-se que o <strong>leitor</strong> missivista tem como <strong>de</strong>stinatário <strong>de</strong> seutexto o próprio periódico ou pessoas relacionadas a ele, tecen<strong>do</strong> no seuconteú<strong>do</strong>, elogios ou críticas a ações <strong>de</strong>stes.ii)iii)iv)Carta para outro <strong>leitor</strong> com questionamento ou apoio: Esta variante écaracterizada por assumir um conteú<strong>do</strong> direciona<strong>do</strong> a outro <strong>leitor</strong> missivista, naintenção <strong>de</strong> mencionar ou interagir com a <strong>carta</strong> <strong>de</strong>sse outro <strong>leitor</strong>, tecen<strong>do</strong>comentários <strong>de</strong> apoio ou questionamento em relação ao teor <strong>do</strong> assunto jáaborda<strong>do</strong> anteriormente.Carta para a socieda<strong>de</strong> com crítica <strong>de</strong> comportamento: Esta variante sedistingue das <strong>de</strong>mais por apresentar um contorno bastante amplo no que serefere ao seu <strong>de</strong>stinatário. Carta para a socieda<strong>de</strong> inclui pessoas que exercem umpo<strong>de</strong>r político, administrativo, representativo ou ainda pessoas comuns. Assimcomo na variante A, esta variante também aborda um conteú<strong>do</strong> crítico, porémdiferencia<strong>do</strong> por contemplar um outro público não específico, a socieda<strong>de</strong>.Carta para envolvi<strong>do</strong>(s) em um fato com comentário positivo ounegativo: Esta variante <strong>do</strong> gênero <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> aponta como característicaprincipal a abordagem <strong>de</strong> um fato veicula<strong>do</strong> na mídia, utilizan<strong>do</strong>-o como ancorapara <strong>de</strong>senvolver o seu comentário. O posicionamento da <strong>carta</strong> varia entre umaexplanação positiva ou negativa <strong>do</strong> fato conforme a valoração que é dada aofato e consequentemente aos seus envolvi<strong>do</strong>s, pelo autor da <strong>carta</strong>. Portanto, oGT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.8


Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008texto da <strong>carta</strong> na íntegra, traduz um parecer <strong>do</strong> autor em relação ao fato ocorri<strong>do</strong>e seus envolvi<strong>do</strong>s.v) Carta para os <strong>leitor</strong>es <strong>do</strong> jornal com esclarecimento so<strong>br</strong>e textopublica<strong>do</strong> anteriormente: O que caracteriza esta variante é a posição que oautor da <strong>carta</strong> se coloca frente a um texto <strong>de</strong> um outro autor, na tentativa <strong>de</strong>esclarecer algo publica<strong>do</strong> pelo jornal.Nota-se que, no jornal, a distribuição <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> cada variante é aseguinte:VARIANTES F %Carta para o jornal ou um <strong>de</strong> seus envolvi<strong>do</strong>s com elogio ou críticaCarta para envolvi<strong>do</strong>(s) em um fato com comentário positivo ou negativoCarta para os <strong>leitor</strong>es <strong>do</strong> jornal com esclarecimento so<strong>br</strong>e texto publica<strong>do</strong> anteriormenteCarta para outro <strong>leitor</strong> com questionamento ou apoioCarta para a socieda<strong>de</strong> com crítica <strong>de</strong> comportamento1615080505TOTAL49 100Freqüência das variantes da <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> no jornal Folha <strong>de</strong> S. Paulo <strong>de</strong> 21 a 27 <strong>de</strong>maio <strong>de</strong> 2007.Vejamos, a seguir, a <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong>s movimentos encontra<strong>do</strong>s em cada varianteda <strong>carta</strong>, sen<strong>do</strong> que os movimentos I e o movimento i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> como IV ou V serepetem em todas as variantes da <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>.São eles:Movimento I (i<strong>de</strong>ntificar o texto). Nesse movimento, é apresenta<strong>do</strong> um títulopara a <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>.Movimento IV ou V (fornecer da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> autor da <strong>carta</strong>).Esse movimento i<strong>de</strong>ntifica o autor da <strong>carta</strong>, condição essencial explicita nas regras dapolítica editorial <strong>do</strong> jornal para a publicação da <strong>carta</strong>. A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> origem da <strong>carta</strong>, aprofissão, escolarida<strong>de</strong> e/ou ocupação social, também são itens que aparecem nestemovimento.Os textos aqui apresenta<strong>do</strong>s são partes <strong>do</strong>s <strong>exemplares</strong> <strong>do</strong> corpus da pesquisaem andamento e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> como estes foram publica<strong>do</strong>s no jornal. A i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>cada texto correspon<strong>de</strong> à numeração que este recebeu nos anexos da pesquisa.4.1.1 Carta para o jornal ou um <strong>de</strong> seus envolvi<strong>do</strong>s com elogio ou crítica:A <strong>org</strong>anização retórica <strong>de</strong>sta variante da <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> caracteriza-se por apresentarquatro movimentos. Os movimentos I e IV já menciona<strong>do</strong>s acima, e os movimentos II eIII que são <strong>de</strong>scritos da seguinte forma:Movimento II (elogiar ou criticar a matéria ou envolvi<strong>do</strong>s). Nessemovimento, é <strong>de</strong>linea<strong>do</strong> o conteú<strong>do</strong> da <strong>carta</strong> i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> o texto o qual a <strong>carta</strong> serefere e, a caracterização <strong>do</strong> texto como elogio ou crítica.GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.9


Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008Movimento III (justificar o elogio ou crítica). Nesse movimento, há umempenho <strong>de</strong> textualização para abordar o conteú<strong>do</strong> e/ou motivo <strong>do</strong> elogio ou crítica.Texto 7Movimento II<strong>de</strong>ntificar o texto Navalha* 5Movimento IIIJustificar o elogio ou crítica“Não li nenhuma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong>ministros <strong>do</strong> STJ, e muito menos <strong>de</strong>mem<strong>br</strong>os da OAB, indigna<strong>do</strong>s coma atuação da polícia <strong>do</strong> Rio nos mor-ros ou contra cidadãos <strong>br</strong>asileirosque moram em favelas.Movimento IIElogiar ou criticar matériaMovimento IVFornecer da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> autor da <strong>carta</strong>Nesses casosnão se fala em polícia fascistanem há preocupação com o Esta<strong>do</strong><strong>de</strong> Direito.”JOEL ANTONIO BIER (Curitiba, PR)Data da publicação: 26 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007O corpus seleciona<strong>do</strong> para esta variante correspon<strong>de</strong> a um total <strong>de</strong> 16 <strong>carta</strong>s,apresentan<strong>do</strong> uma ocorrência <strong>de</strong> 100% para cada movimento.4.1.2 Carta para outro <strong>leitor</strong> com questionamento ou apoio:Esta variante da <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> apresenta quatro movimentos retóricos, os movimentos Ie IV cita<strong>do</strong>s acima, e os movimentos II e III que se seguem.Movimento II (retomar <strong>carta</strong>/matéria ou trecho <strong>de</strong> <strong>carta</strong>/matéria publicadaanteriormente). Esse movimento é caracteriza<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>marcação <strong>do</strong> fragmento da<strong>carta</strong>/matéria publicada a ser comentada, incluin<strong>do</strong> na maioria <strong>do</strong>s casos o indicativo <strong>de</strong>sua publicação. Essa retomada serve para lem<strong>br</strong>ar o que já foi dito anteriormente poroutro <strong>leitor</strong> missivista.Movimento III (questionar ou apoiar o posicionamento <strong>do</strong> autor). Omovimento configura-se em discutir o teor da <strong>carta</strong>/matéria publicada anteriormente,questionan<strong>do</strong> ou apoian<strong>do</strong> o seu autor.Texto 18Movimento I5 As <strong>carta</strong>s são agrupadas por conteú<strong>do</strong>s e recebem um título. O asterisco indica o título correspon<strong>de</strong>nteem que o texto foi publica<strong>do</strong>.10GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.


Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008I<strong>de</strong>ntificar o textoMovimento IIRetomar <strong>carta</strong> ou trecho <strong>de</strong> <strong>carta</strong> publicadaanteriormenteMovimento IIIQuestionar ou apoiar o posicionamento <strong>do</strong> autorMovimento IVFornecer da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> autor da <strong>carta</strong>Radares“Colocar aviso <strong>de</strong> que existe radaré extremamente necessário e justo.O objetivo <strong>do</strong>s radares é forçar osmotoristas a reduzirem a velocida-<strong>de</strong> em lugares que sejam perigosospara eles ou para terceiros. O foco<strong>de</strong>ve ser educar e impedir que aci-<strong>de</strong>ntes aconteçam, e não manter aindústria da multa.”RICARDO FAIRBANKS CACCIAGUERRA(São Paulo, SP)Data da publicação: 24 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007Os movimentos menciona<strong>do</strong>s apresentaram uma ocorrência <strong>de</strong> 100% nas 5variantes <strong>de</strong> <strong>carta</strong>s analisadas.4.1.3 Carta para a socieda<strong>de</strong> com crítica <strong>de</strong> comportamento:Nesta variante da <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> são apresenta<strong>do</strong>s cinco movimentos. Os movimentos I eV expostos no início da apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s, e, os movimentos II, III e IV osquais passo a relatar.Movimento II (<strong>de</strong>stacar comportamento negativo <strong>de</strong> um grupo dasocieda<strong>de</strong> ou da socieda<strong>de</strong> como um to<strong>do</strong>). O movimento <strong>de</strong>monstra o empenho queo texto faz para ilustrar uma conduta social que o escritor da <strong>carta</strong> consi<strong>de</strong>ra negativaperante a socieda<strong>de</strong>.Movimento III (explicar o comportamento). O movimento consiste emapresentar um comentário so<strong>br</strong>e o comportamento já apresentan<strong>do</strong> no movimentoanterior e julga<strong>do</strong> pelo autor da <strong>carta</strong> como negativo. Esse comentário fornece da<strong>do</strong>s nointuito <strong>de</strong> esclarecer o motivo <strong>do</strong> <strong>de</strong>sagra<strong>do</strong>.Movimento IV (criticar o comportamento). De forma questiona<strong>do</strong>ra eefusiva, esse movimento se caracteriza pela censura ao comportamento apresenta<strong>do</strong> porum grupo ou socieda<strong>de</strong>.Texto 25Movimento II<strong>de</strong>ntificar o textoCorrupçãoGT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.11


Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008Movimento IIDestacar comportamento negativo <strong>de</strong> um grupo dasocieda<strong>de</strong> ou da socieda<strong>de</strong> como um to<strong>do</strong>Movimento IIIExplicar o comportamentoMovimento IVCriticar o comportamentoMovimento VFornecer da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> autor da <strong>carta</strong>“Uma geração <strong>de</strong> políticos fez escolaneste país ao realizar gran<strong>de</strong>so<strong>br</strong>as a preços superfatura<strong>do</strong>s e ficouconhecida pelo mote „rouba,mas faz‟.Para surpresa geral, surge agorauma nova geração, pior <strong>do</strong> que a anterior,capaz <strong>de</strong> aprovar emendasno Orçamento e liberar verbas públicaspara pagar o<strong>br</strong>as e serviçosnão realiza<strong>do</strong>s.Com toda a certezaessa cambada <strong>de</strong> políticos mereceser chamada <strong>de</strong> „os roubam,mas não fazem‟.”MARCOS ABRÃO (São Paulo,SP)Data da publicação: 21 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007As <strong>carta</strong>s analisadas nesta variante perfazem um total <strong>de</strong> 5 <strong>carta</strong>s. Sen<strong>do</strong> que, aocorrência para os movimentos I, II, IV, V é <strong>de</strong> 100%; e, para o movimento III é <strong>de</strong>60%, aparecen<strong>do</strong> em 3 textos.4.1.4 Carta para envolvi<strong>do</strong>(s) em um fato com comentário positivo ou negativo:Esta variante apresenta quatro movimentos além <strong>do</strong>s já cita<strong>do</strong>s I e IV, os movimentos IIe III.Movimento II (<strong>de</strong>stacar um fato). Situa o <strong>leitor</strong> <strong>do</strong> jornal em relação ao fato aser comenta<strong>do</strong> posteriormente. Neste senti<strong>do</strong>, a ação que consiste em <strong>de</strong>stacar o fato,apresenta da<strong>do</strong>s ou pistas <strong>de</strong> informação relacionada ao episódio em questão e, emalgumas <strong>carta</strong>s menciona os seus envolvi<strong>do</strong>s.Movimento III (comentar positivo ou negativamente so<strong>br</strong>e um fato). Nestemovimento, o autor da <strong>carta</strong> apresenta um comentário a respeito <strong>do</strong> fato, abordan<strong>do</strong>-o<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o seu ponto <strong>de</strong> vista. Esse encaminhamento que é da<strong>do</strong> no texto emrelação ao fato traduz um comportamento <strong>de</strong> agra<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>sagra<strong>do</strong>, justifican<strong>do</strong> ocomentário positivo ou negativo da<strong>do</strong> ao texto.Texto 40Movimento II<strong>de</strong>ntificar o textoCrime <strong>org</strong>aniza<strong>do</strong>*GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.12


Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008Movimento IIDestacar um fatoMovimento IIIComentar positiva ou negativamente so<strong>br</strong>e um fatoMovimento IVFornecer da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> autor da <strong>carta</strong>Data da publicação: 22 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007“A „<strong>de</strong>sconhecida e pequena‟ Gautama<strong>de</strong>ixa no fio da navalha a acovardada,<strong>de</strong>smoralizada e sem holofotes CPI <strong>do</strong>Apagão Aéreo, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> surgirão aquelas„macroco-nhecidas‟ <strong>de</strong> sempre. Quepena!”ANTONIO R. DE S. FILHO (Brasília, DF)A ocorrência <strong>de</strong>sses movimentos é <strong>de</strong> 100% <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 15 <strong>carta</strong>s analisadas.4.1.5 Carta para os <strong>leitor</strong>es <strong>do</strong> jornal com esclarecimento so<strong>br</strong>e texto publica<strong>do</strong>anteriormente:São cinco os movimentos que caracterizam esta variante da <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>. São eles: I)I<strong>de</strong>ntificar o texto; V) Fornecer da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> autor da <strong>carta</strong>, já explicita<strong>do</strong>sneste trabalho, e, os movimentos II, III e IV, como se po<strong>de</strong> ver a seguir.Movimento II (evi<strong>de</strong>nciar a informação publicada). Neste movimento, éforneci<strong>do</strong> ao <strong>leitor</strong> <strong>do</strong> jornal informações so<strong>br</strong>e o texto publica<strong>do</strong> anteriormente.Movimento III (retificar a informação publicada). Nesse movimento, o autorda <strong>carta</strong> esclarece a informação publicada, com a intenção <strong>de</strong> corrigir os da<strong>do</strong>sapresenta<strong>do</strong>s no texto publica<strong>do</strong> anteriormente.Movimento IV (criticar o trabalho <strong>de</strong> apuração da informação). Omovimento investe em censurar a forma como foram apura<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s parapublicação <strong>do</strong> texto da <strong>carta</strong>.Texto 45Movimento II<strong>de</strong>ntificar o textoMovimento IIEvi<strong>de</strong>nciar a informação publicadaCrime <strong>org</strong>aniza<strong>do</strong>*“A respeito da reportagem „TCUaponta irregularida<strong>de</strong>s em o<strong>br</strong>a daGautama no AP‟ (Brasil, 21/5), querefere ter si<strong>do</strong> o<strong>br</strong>a <strong>de</strong> ampliação<strong>do</strong> aeroporto internacional <strong>de</strong> Ma-capá „fruto <strong>de</strong> emenda <strong>do</strong> sena<strong>do</strong>rJosé Sarney‟,GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.13


Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008Movimento IIIRetificar a informação publicadaMovimento IVCriticar o trabalho <strong>de</strong> apuração da informaçãoMovimento VFornecer da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> autor da <strong>carta</strong><strong>de</strong>sejo esclarecer queo aeroporto <strong>de</strong> Macapá é construí-<strong>do</strong> com recursos da Infraero, semparticipação <strong>de</strong> emendas <strong>de</strong> minhaautoria. Foi a primeira o<strong>br</strong>a <strong>do</strong> go-verno Lula na Amazônia.Data da publicação: 22 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007Lamento não haver recebi<strong>do</strong> achamada da Folha, porque a teriaatendi<strong>do</strong> e esclareci<strong>do</strong>.”JOSÉ SARNEY, Sena<strong>do</strong>r – PMDB – AP(Brasília, DF)A ocorrência <strong>de</strong>sses movimentos num total <strong>de</strong> 8 <strong>carta</strong>s analisadas foram <strong>de</strong>:100% para os movimentos I, II, III, V; e, 37,5% para o movimento IV, aparecen<strong>do</strong> emapenas 3 textos.5. Consi<strong>de</strong>rações FinaisOs resulta<strong>do</strong>s da análise, até o momento, indicam que os <strong>exemplares</strong> <strong>do</strong> gênero <strong>carta</strong> <strong>do</strong><strong>leitor</strong> publica<strong>do</strong>s no jornal Folha <strong>de</strong> S. Paulo se constituem <strong>de</strong> missivas com objetivos epropósitos diversos. Representam uma prática social bastante recorrente no meiojornalístico, estão sempre atreladas a notícias veiculadas na mídia ou a matérias,reportagens e <strong>carta</strong>s publicadas anteriormente. São divulgadas diariamente em umaseção fixa <strong>do</strong> jornal, agrupadas pelo seu conteú<strong>do</strong> e dispostas em duas colunas.As 49 <strong>carta</strong>s analisadas apresentaram cinco variantes, caracterizadas pelos seusmovimentos retóricos.A <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>, por apresentar uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> interessesocial, po<strong>de</strong> ser um recurso textual bastante valioso para o ensino da linguagem naescola.6. ReferênciasASKEHAVE, I.; SWALES, J. M. Genre i<strong>de</strong>ntification and communicative purpose:a problem and a possible solution. Applied Linguistics, v. 22, n. 2 p. 195- 212, 2001.(texto traduzi<strong>do</strong>).BAZERMAN, C. Gêneros textuais, tipificação e interação. Org. por DIONÍSIO,Ângela P.; HOFFNAGEL, Judith C. São Paulo: Cortez, 2005.BONINI, Adair. Projeto Gêneros <strong>do</strong> Jornal (as relações entre gênero textual esuporte). Florianópolis, 2002.GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.14


Anais <strong>do</strong> CELSUL 2008_____________. Os gêneros <strong>do</strong> jornal: o que aponta a literatura na área <strong>de</strong> comunicaçãono Brasil? Linguagem em (Dis)curso. v. 4, n. 1, p. 205-231.Tubarão: Ed. UNISUL,2003.CHAPARRO, Manuel Carlos. Sotaques d’aquém e d’além mar: percursos e gêneros<strong>do</strong> jornalismo português e <strong>br</strong>asileiro. Santarém: Jortejo, 1998.MELO, José Marques <strong>de</strong>. Jornalismo opinativo: gêneros opinativos no jornalismo<strong>br</strong>asileiro. 3.ed. Campos <strong>do</strong> Jordão: Mantiqueira, 2003._____________. A opinião no jornalismo <strong>br</strong>asileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.SWALES, J. M. Genere analysis: English in aca<strong>de</strong>mic and settings. NEW york:Cam<strong>br</strong>idge University Press, 1990.GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.15

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