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O gênero carta do leitor: análise de exemplares ... - Celsul.org.br

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Anais <strong>do</strong> CELSUL 20081. IntroduçãoO presente artigo relata parte <strong>de</strong> uma pesquisa que está sen<strong>do</strong> realizada e tem comoobjeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> o gênero textual <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>. Pelo fato <strong>de</strong> existir muitas variações <strong>de</strong><strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> distribuídas em várias seções <strong>do</strong> jornal, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> geral, nessa pesquisa elaestá sen<strong>do</strong> entendida como um subgênero da <strong>carta</strong> ao editor. A <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> é um <strong>do</strong>sespaços que o jornal a<strong>br</strong>e para a participação <strong>de</strong> seu público maior.O estu<strong>do</strong> da <strong>carta</strong>, aqui realiza<strong>do</strong>, tem como diretriz teórica os trabalhos<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> campo da sócio-retórica, mais especificamente os <strong>de</strong> Swales(1990) e Bazerman (2005).Embora haja já alguns trabalhos relativos aos gêneros jornalísticos (MELO,1972,1985, 1994, 2003; CHAPARRO, 1992, 1998; BELTRÃO, 1976, 1992), em geral, elesnão estão relaciona<strong>do</strong>s a uma perspectiva <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> gêneros. Conforme Bonini(2003) os <strong>de</strong>bates so<strong>br</strong>e gêneros na área <strong>de</strong> comunicação partem <strong>de</strong> uma perspectivatipologizante. Neste senti<strong>do</strong>, em uma perspectiva não tipologizante, a pesquisa aquiproposta procura contribuir para o conjunto <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s retóricos <strong>de</strong> gênero, observan<strong>do</strong>assim o gênero <strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa ótica.A literatura jornalística (CHAPARRO, 1992, 1998; MELO, 1972, 1985, 1994,2003; BELTRÃO, 1976, 1992) indica que a “<strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>” é vista como umcomponente opinativo <strong>do</strong> jornal, enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> que ela anuncia a opinião <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>.O corpus <strong>de</strong>sse estu<strong>do</strong> compõe-se <strong>de</strong>: i) <strong>exemplares</strong> <strong>do</strong> gênero retira<strong>do</strong>s <strong>do</strong> jornala Folha <strong>de</strong> S. Paulo no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 21 a 27 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2007; e ii) <strong>carta</strong>s originais <strong>do</strong><strong>leitor</strong> (pré-edição) enviadas via e-mail pelo editor <strong>do</strong> jornal e responsável pela seção <strong>de</strong><strong>carta</strong>s <strong>do</strong> <strong>leitor</strong> nesse jornal.Nesta discussão, vou me ater apenas no objetivo: analisar a <strong>org</strong>anização retórica<strong>do</strong> gênero “<strong>carta</strong> <strong>do</strong> <strong>leitor</strong>”.2. Referenciais Teóricos2.1 SwalesJohn M. Swales (1990) busca em vários campos <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> como: Folclore, Literatura,Lingüística e Retórica idéias para compor uma explicação <strong>de</strong> gênero. O autor enten<strong>de</strong>que para compreen<strong>de</strong>r um texto <strong>de</strong>ve-se levar em consi<strong>de</strong>ração o contexto e não apenaselementos lingüísticos que permeiam o texto, e consi<strong>de</strong>ra que a noção <strong>de</strong> gênero incluirum conhecimento que vai além <strong>do</strong> texto consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> em sua <strong>org</strong>anização. A partir daconsi<strong>de</strong>ração das pesquisas nesses campos, ele conclui que o gênero é uma categoria <strong>de</strong>linguagem que: i) é utilizada diferentemente por grupos sociais diversos; ii) se modificano tempo e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a criativida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s indivíduos; e iii) serve como meio para arealização <strong>de</strong> eventos <strong>de</strong> linguagem.O autor (SWALES, 1990) formula uma explicação <strong>de</strong> gênero que conta comcinco características, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que ele:1) é uma classe <strong>de</strong> eventos comunicativos, sen<strong>do</strong> influencia<strong>do</strong> pelo discurso <strong>de</strong>seus usuários, pelos participantes <strong>do</strong> grupo on<strong>de</strong> é utiliza<strong>do</strong>, pela função que<strong>de</strong>sempenha e pelo ambiente on<strong>de</strong> o discurso é produzi<strong>do</strong>.GT – Gêneros textuais jornalísticos em suportes diversos: análise e ensino.2

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