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oralidade e escrita: refletindo a prática pedagógica ... - Celsul.org.br

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Nas metodologias tradicionais , penaliza -se constantemente o erro, supondo que só seaprende através da reprodução correta. Enfatizam-se as cópias e as atividades de decodificação dassílabas através das atividades das cartilhas. Geralmente, a conseqüência destas metodologias é a inibiçãoda criança, frente às atividades de leitura e <strong>escrita</strong>.O professor na sua prática pedagógica deve ter bem clara a metodologia que irá adotar, eacreditar que a saída é proporcionar um repertório variado de atividades significativas, que venha aoencontro dos anseios e necessidades da criança. Porque alfabetizar é:[...] propiciar condições para que o indivíduo - criança ou adulto - tenha acesso ao mundoescrito, tornando-se capaz não só de ler e escrever, enquanto habilidade de decodificação ecodificação do sistema de <strong>escrita</strong>, mas, e so<strong>br</strong>etudo, de fazer uso real e adequado da <strong>escrita</strong>com todas as funções que ela tem em nossa sociedade e também como instrumento na lutapela conquista da cidadania plena. (SOARES, 1985:13).3 Metodologia e análise dos dados: Para descrever as práticas pedagógicas do docente, realizeiobservação em uma sala de aula composta por dez alunos de 1ª série do Ensino Fundamental, da Escolade Ensino Fundamental Professora Naíde Guedert Teixeira, da rede pública do Município de Gravatal,Santa Catarina.A observação constou de 16 horas/aula, perfazendo um total de quatro dias. Neste período,procurei observar a prática do professor nas proposições das atividades e nos eventos de correção.Nesta comunicação, citarei algumas observações, mas detalharei especificamente estaanálise a um texto proposto pelo professor e construído pelos alunos, sendo que será analisado um únicotexto.No primeiro dia de observação, a professora, ao chegar na sala, cumprimentou os alunos,recolheu suas tarefas, e entregou uma paródia cujo titulo era ‘A Bichada’. A professora fez a leitura, emseguida, foi em cada carteira, onde cada criança fez a leitura. A parte que cada aluno lia era bem restrita,quem conseguia ler melhor ficava com uma parte maior, quem tinha dificuldade de decodificação oprofessor lia na frente e a criança repetia.Na mesma folha do texto tinham duas atividades, uma era para fazer a cópia do texto eoutra era para transcrever algumas palavras, passando da letra de forma para a cursiva.Percebi, nesta atividade e na maioria que estão <strong>escrita</strong>s no caderno, que as crianças nãoescreviam para registrar uma idéia, nem documentar um fato, nem por necessidade ou prazer decomunicar com alguém. Na maioria das vezes, copiavam palavras soltas, provavelmente com algumsignificado para elas, mas sem articulação e sem sentido, com objetivo de a criança apenas aprender a lere a escrever. A intenção do professor era mostrar a semelhança gráfico-sonora entre as palavras.Portanto, as atividades não vinham de encontro com as necessidades das crianças, sãoatividades que levam a criança aprender a ler e a escrever, mas não fazer uso real e adequado da <strong>escrita</strong>com todas suas funções, como menciona Soares (1985), afirmando que alfabetizar, é propiciar condiçõespara que a criança tenha acesso ao mundo escrito, fazendo o uso real e adequado em todas as suasfunções que ela tem em nossa sociedade e também na luta pela cidadania.Na parte da leitura, o que observei foi que o processo realizou-se ao contrário, pois quemdeveria ter mais atenção na hora da leitura eram as crianças que tinham ainda alguma “dificuldade”.Mas, nesta situação, o que as crianças estavam lendo? Estavam compreendendo? Para quê? Para quem?São questionamentos que nos afloram quando percebemos atividades realizadas soltas semnenhum contexto, realizadas apenas para cumprir o espaço da leitura na escola. O professor nãopossibilita espaço para a criança ser o leitor, espera que a mesma se torne leitora como resultado do seuensino. Portanto, a própria prática é a negação da leitura.No segundo dia em que estava observando, a professora pediu para as crianças quetirassem o caderno de fazer historinhas, referindo-se ao caderno de construção de texto. Entregou umafolha contendo uma gravura da história infantil “Os três porquinhos”, depois perguntou se todosconheciam aquela história, todos responderam em coro que a conheciam. Então, explicou que cadacriança iria escrever a história, mas poderia escrever diferente da história do livro.Cada aluno elaborou seu texto, alguns solicitavam o auxilio do professor, outros não. Cadaaluno que terminava ia entregando, enquanto o professor ia pegando e guardando os cadernos.Depois de dois dias, o professor entregou novamente os cadernos, não mencionou nada arespeito do texto e solicitou que fosse elaborado outro texto.Nesse momento detive-me a observar as correções que o professor realizou.Apresento um texto elaborado por uma das crianças, com as correções do professor:

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